16° TÍTULO: EPIDEMIOLOGIA DA DENGUE NO BRASIL E SEUS DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): PALOMA ALANA DE SOUZA FACIOLI ORIENTADOR(ES): ARCHANGELO PADRECA FERNANDES 1 1. RESUMO A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e é um problema de saúde pública, principalmente em países tropicais, onde o clima contribui para a proliferação dos mosquitos. Estudos mostraram que o vírus possui 4 sorotipos diferentes, podendo causar uma doença assintomática ou sintomática. O indivíduo só é infectado pelo vírus através da picada do mosquito fêmea, no momento em que ela realiza o repasto sanguíneo. A dengue pode ter sintomas muito parecidos com outras doenças dificultando assim seu diagnóstico, podendo evoluir rapidamente para formas graves e letais. Palavras-Chave: Aedes aegypti, Ciclo Biológico, Diagnósticos, Sorotipos, Vírus 2. INTRODUÇÃO Por volta de 1998, ocorreu a disseminação da dengue no Brasil, dando início a uma doença de importância em saúde pública de formas graves e letais.1,2 Acredita-se que o vetor da doença foi introduzido por navios em que traficavam escravos vindos da África. Os primeiros relatos do dengue no Brasil foram datados no final do século XIX.³ O mosquito Ae. aegypti já era um problema em que preocupava grande população não por conta da transmissão da dengue e sim por transmitir também a febre amarela.4 Em 1955, o Brasil fez a erradicação do mosquito como controle da febre amarela, porém os métodos tomados não foram cuidadosos e fez com que ocorresse a reintrodução do mesmo. Com esse relaxamento na erradicação do mosquito, o Ae. aegypti passou a tomar conta do território brasileiro transmitindo a doença classificada como “dengue”.3,5 Na década de 40, ocorreu o isolamento do vírus dengue, onde foi observado que as cepas tinham características antigênicas diferentes e passou a se considerar que eram sorotipos diferentes do mesmo vírus. As primeiras cepas foram isoladas no Havaí e denominadas de sorotipo 1, e a da Nova Guiné, sorotipo 2. Em 1956, foi realizado um curso de epidemiologia da dengue hemorrágica em Filipinas e foram isolados os sorotipos 3 e 4. Os isolamentos foram realizados através da inoculação de amostras de sangue em camundongos. 1,4,6 A partir de então, a dengue começou a ser formada por quatro sorotipos, caracterizados como: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.1,4,6 2 3. OBJETIVOS Conscientizar as pessoas de que a dengue é uma doença grave de importância de saúde pública, visando o monitoramento do mosquito transmissor, reconhecendo os sintomas, demonstrando as formas de tratamento, contágio e prevenção, visualizando as ocorrências epidemiológicas. Essa proposta visa minimizar o problema causado por esse vírus, já que a falta de colaboração da população contribui para a evolução da epidemia. 4. METODOLOGIA A metodologia utilizada nesse trabalho foi de revisão bibliográfica. As principais plataformas de busca foram Ministério da Saúde, Scielo e Google Acadêmico. As palavras-chave utilizadas foram Aedes Aegypti, Dengue Brasil, Dengue Epidemiologia, Dengue Ciclo, Dengue Diagnóstico e Dengue Tratamento. A pesquisa incluiu artigos, dissertações, teses e sites. O período de levantamento de dados foi de Março à Agosto de 2016. 5. DESENVOLVIMENTO Etiologia do vírus Dengue O vírus dengue é o arbovírus de maior prevalência em humanos. Arbovirose significa “vírus transmitidos por artrópodes”.2 Pertence ao grupo dos Flavivírus e família Flaviviridae. O vírus dengue tem quatro sorotipos classificados como 1, 2, 3 e 4, podendo causar tanto a dengue clássica como a dengue hemorrágica.2,7 (Figura 1) 3 Figura 1: Mapa epidemiológico dos sorotipos dos vírus da dengue8 Ao se infectar, a pessoa confere imunidade permanente para o sorotipo contraído, porém continuará suscetível aos demais. Portanto uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes pelo vírus da dengue. Essa doença pode aparecer tanto na forma assintomática quanto na forma sintomática, permitindo classificar como: Dengue Clássica, Dengue Hemorrágica e Síndrome do Choque da Dengue.2,6,7,9 Dengue clássica: os sintomas são febre alta, cefaleia, artralgia, mialgia, anorexia, náuseas, tontura, vômitos, exantema, prurido cutâneo, dores abdominais, fadiga. A fadiga é um dos sintomas que pode permanecer por mais tempo. A partir do 5° dia a febre começa a ceder e a partir do 7° os sintomas começam a desaparecer. O aspecto clínico vai depender de cada tipo de paciente infectado, pois em alguns casos o paciente pode apresentar algum tipo de hemorragia como petéquias e hematúria. 2,6,7,9 Dengue hemorrágica ou febre hemorrágica da dengue (FHD): os sintomas iniciais são parecidos com os da clássica, porém tem uma evolução mais rápida da doença. A dengue hemorrágica geralmente ocorre em pacientes que tenham sido infectados por uma segunda vez, podendo levar à morte.6 Os sintomas são caracterizados por: febre alta, fenômenos hemorrágicos, tontura e dificuldade de respiração. Essa doença pode levar o paciente a ter uma síndrome de choque da dengue, que é ocasionada pela falência circulatória. Na hora do diagnóstico o 4 principal meio de diferenciar dengue hemorrágica de outras doenças é que ocorre extravasamento de plasma para os espaços intersticiais. 7 Ciclo Biológico do vetor e da doença O vetor que transmite a dengue é a fêmea do Ae. aegypti, pois ela precisa de sangue para a maturação dos ovos. O ciclo de transmissão da doença só é iniciado quando o vetor pica uma pessoa com vírus circulante. O vírus multiplica-se no intestino do vetor, infecta outros tecidos e finalmente chega às glândulas salivares. O mosquito infectado pica o homem, iniciando o ciclo de replicação viral, seguido pela disseminação do vírus no organismo do indivíduo.10 Os primeiros sintomas após o período de incubação podem variar de 2-10 dias. O DENV tem uma peculiaridade que se chama “discordância gonotrófica” que é quando um único mosquito é capaz de picar diferentes pessoas para um mesmo lote de ovos que produz. de vida são compostos por 4 fases: ovo, larva, pupa e adulto. 5,11 Seu ciclo 5,12 Os ovos do mosquito são depositados pelas fêmeas em água parada. Após 48 horas que aderiram a parede da superfície seu desenvolvimento está completo. Dependendo das condições ambientais os ovos são viáveis no ambiente por até 1 ano, a fase larval pode durar até 10 dias e a fase pupal dois dias - é nesta fase que ocorre a metamorfose do estágio larval para o adulto. Na fase adulta uma única inseminação é suficiente para fecundar todos os ovos que a fêmea venha a produzir durante sua vida. A partir de então é que a fêmea começa a busca de sangue para a maturação dos ovos.5,12 O Ae. aegypti tem cor escura, rajado com listras brancas no corpo e nas patas, seu tamanho vai de 5 a 7 milímetros e possui desenho de lira na parte dorsal do tórax. Os criadouros do mosquito são lugares em que tenha água parada como pneu, vaso, caixa d’água, lajes, entre outros.12 (Figura 2) 5 Figura 2: Ciclo biológico do Ae. aegypti. 12 Dengue no Brasil A dengue está presente no Brasil desde 1846 e desde então se tornou um problema de saúde pública. Acredita-se, que os primeiros casos de dengue foram em São Paulo em 1916 e em seguida Niterói no ano de 1923.4,13,14 Em 1953/1954 foram feitos testes sorológicos em moradores da Amazônia, onde foram encontrados soros positivos para anticorpos contra o DENV, ou seja, houve circulação nessa região.13,4 Contudo as primeiras epidemias de dengue com diagnósticos laboratoriais foram feitas em 1982, na cidade de Boa Vista no estado de Roraima e foram isolados os sorotipos: DENV-1 e DENV-4. Esse episódio registrou que cerca de 11 mil pessoas haviam sido infectadas pelo vírus.4,12,13 Nessa época o vírus não se expandiu, pois o Ae. aegypti não estava devidamente disperso no território brasileiro.13 Por volta de cinco anos depois, entre 1986/1987, o DENV-1 esteve presente na cidade de Nova Iguaçu no estado do Rio de Janeiro, onde se apresentou incidência de 35,2 em 1986 e 65,1 em 1987 por 100 mil habitantes.4,12,13 A partir daí a dengue começou a se disseminar em cidades vizinhas como Niterói e Rio de Janeiro.13 Em 1986, também atingia o Ceará e Alagoas com cerca de 411,2 casos e em 1987 Pernambuco, com cerca de 31,2 casos. São Paulo, Bahia e Minas Gerais, foram acometidos por surtos em pequenas cidades em sua região. Nessa época 6 ocorreu a circulação do sorotipo DENV-1, gerando a dengue clássica e por dois anos houve uma baixa ocorrência da doença na população.4,13 Em 1990 houve aumento de casos por DENV-1 e a introdução do DENV-2 no Rio de Janeiro, com incidência de 165,7 de casos e em 1991 com 613,8 por 100 mil habitantes.4 Com a introdução do DENV-2 ocorreram os primeiros diagnósticos de febre hemorrágica da dengue, onde foram confirmados 462 casos, sendo 8 óbitos no país.13 Nos dois primeiros anos da década de 1990 o DENV esteve restrito as cidades onde surgiram os casos, como Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas e Pernambuco. Nos anos seguintes ocorreu a expansão do Ae. aegypti por todo território brasileiro e a circulação simultânea de dois sorotipos DENV-1 e DENV-2.4 Em Janeiro de 2001, houve a confirmação da introdução do sorotipo DENV-3, ao ser isolado num indivíduo residente do Rio de Janeiro e que foi a óbito em dezembro de 2000 e também detectado no Estado de Roraima.13,14,15 A maior epidemia foi a do ano de 2002 causada pelo sorotipo DENV-3, onde foram notificados 800 mil casos, com 150 óbitos por FHD.12,13 Em meados de 2003 foram notificados cerca de 483 mil casos de dengue, sendo que 10 mil pessoas desenvolveram dengue hemorrágica.13 No ano de 2004, 23 estados do país já apresentavam circulação dos sorotipos 1, 2 e 3.15 Foi confirmado em 2006 que a dengue havia atingido principalmente pessoas na faixa de 20 a 40 anos de idade – remetendo a um impacto econômico visto que esta é a faixa etária de vida produtiva.13 O Ministério da Saúde registrou em 2008 cerca de 700 mil casos e mais de 45 mil hospitalizações causadas pelo DENV. 13 (Figura 3) 7 Figura 3: Casos notificados por dengue e hospitalizações, Brasil e regiões, 1986-200813 Em 2013 ocorreu o maior surto de dengue no Brasil, com aproximadamente 2 milhões de casos notificados e atualmente os 4 sorotipos do vírus circulam no país.14 (Figura 4) Figura 4: Número de óbitos e letalidade por dengue, Brasil, 1990 a 2015 16 Diagnósticos laboratoriais A doença causada pelo DENV apresenta sinais clínicos generalistas que podem ser confundidos com outros tipos de patologias, e por isso a utilização de 8 exames laboratoriais é essencial para o diagnóstico. Existem dois grupos de exames laboratoriais: os inespecíficos e os específicos.17 Exames inespecíficos: é feito o hemograma (o aumento do hematócrito confirma a presença de hemoconcentração), o leucograma (pode dar leucopenia e as plaquetas estarão normais ou diminuídas); coagulograma (alteração no tempo de protrombina (TP) e no tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA)), provas de função hepática (alteração na alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST)) e dosagem de albumina sérica.15,17,18,19,20 Exames específicos: testes sorológicos através do ELISA (pesquisa de anticorpos IgM e IgG) e pesquisa de NS1 (proteína presente na fase inicial da infecção); isolamento viral (determina a presença e o sorotipo do vírus) e PCR (detecção do genoma viral). 15,17,18,19,20 6. RESULTADOS Foi possível observar que o DENV é um arbovírus que acomete a população desde o século XIX. Por ser uma doença causada por um vetor, vemos que a população é a que mais influencia na proliferação do mesmo. Hoje em dia são realizados vários exames para o diagnóstico da doença, sendo eles: testes sorológicos, RT-PCR e hemograma são os principais marcadores da dengue. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas revisões pesquisadas, relatou-se que a dengue é uma doença infecciosa transmitida pelo mosquito Ae. aegypti. Essa arbovirose é um grande problema de saúde pública no Brasil, sendo tipicamente urbana e se manifestando em países tropicais. O combate a essa infecção envolve políticas públicas que devem melhorar a infraestrutura e a conscientização das pessoas, para que possamos eliminar todos os criadouros do mosquito, evitando a proliferação do mesmo. O profissional da saúde tem como grande função disseminar o conhecimento em meio coletivo, contribuindo para mudanças nos hábitos e comportamentos da população. Como estratégia conjunta para combater a epidemia, a Sanofi desenvolveu uma vacina contra a dengue que hoje está disponível nas redes privadas, e, o Instituto Butantan está na fase final de teste da vacina que será disponibilizada para a rede pública. A 9 vacina está longe de ser a solução do problema da dengue no Brasil, pois é apenas uma medida preventiva e deve-se salientar a importância da eliminação dos criadouros e atividades de conscientização da população, visando o controle populacional dos vetores. 8. FONTES CONSULTADAS 1. Tavares GSB. Análise filogenética dos vírus 2 e 3 do dengue no estado de Rondônia. [Dissertação]. Rondônia: Universidade Federal de Rondônia;2009. 2. Catão RC. Dengue no Brasil: abordagem geográfica na escala nacional. Cultura acadêmica.2012;1:1-178. 3. Instituto Oswaldo Cruz. Vírus e vetor. [Internet]. São Paulo; 2016. [acesso em 2016 mar 6]. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/longatraje.html 4. Teixeira MG, Barreto ML, Guerra Z. Epidemiologia e medidas de prevenção do dengue.Iesus.1999; 8(4):5-33. 5. Instituto Oswaldo Cruz. Vírus e vetor. [Internet]. São Paulo; 2016. [acesso em 2016 mar 6]. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/curiosidades.html 6. Silva AM. Caracterização molecular dos vírus dengue circulantes em Pernambuco: implicações epidemiológicas. [Tese]. Recife.Fundação Oswaldo Cruz;2013. 7. Ministério da saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. [Internet]. São Paulo; 2002 [acesso em 2016 mar 5]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_dia gnostico_tratamento.pdf 8. Defesa civil. Informações sobre a dengue. [Internet]. Amapá; 2012. [acesso em 2016 ago 25]. Disponível em: http://www.defesacivil-ap.com.br/portal/noticias/16defesadivulgainformacaodengue.html 9. Sua Pesquisa. Dengue. [Internet]. São Paulo; 2014. [acesso em 2016 mar 5]. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/dengue.htm 10. Instituto Oswaldo Cruz. Vírus e vetor. [Internet]. São Paulo; 2016. [acesso em 2016 mar 6]. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/sobreovirus.html 10 11. Portal da saúde. Orientação e prevenção. [Internet]. São Paulo; 2016. [acesso em 2016 mar 6]. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/linksde-interesse/301-dengue/14610-curiosidades-sobre-o-aedes-aegypti 12. Sanofi. Reconhecendo o mosquito. [Internet]. São Paulo; 2016. [acesso em 2016 mar 6]. Disponível em: http://www.sanofi.com.br/l/br/pt/layout.jsp?scat=9FCE2927-0080-414C-AC8ED3C95165CCDB 13. Barreto LM, Teixeira MG. Dengue no Brasil: situação epidemiológica e contribuições para uma agenda de pesquisa. 2008;22(64):53-72. 14. Braga IA, Valle D. Aedes aegypti: histórico do controle no Brasil.Epidemiologia e serviços de saúde.2007;16(2):113–118. 15. Ministério da saúde. Guia de vigilância epidemiológica. [Internet]. São Paulo; 2005 [acesso em 2016 maio]. Disponível em: http://www.dengue.pr.gov.br/arquivos/File/profissionais/dengue_gve.pdf 16. Ministério da saúde. Situação epidemiológica da dengue, Brasil- 2015. [Internet]. São Paulo; 2015 [acesso em 2016 jul 26]. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoespermanentes/cssf/audiencias-publicas/audiencia-publica-2015/audiencia-28-05dengue/apresentacao-3 17. Soares VA, Petroni TF, Souza LAP, Zuque MAS. Exames laboratoriais para o diagnóstico e acompanhamento da dengue. [Tese]. http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2014/downloads/2014/E xames%20laboratoriais%20para%20o%20diagn%C3%B3stico%20e%20acompa nhamento%20da%20dengue.pdf 18. Protocolo dengue. Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue – 2009. [Internet]. Belo Horizonte; 2009 [acesso em 2016 jul 26]. Disponível em: http://www.pbh.gov.br/smsa/bhdengue/protocolodengue.pdf 19. Ministério da Saúde. Dengue diagnóstico e manejo clínico. [Internet]. Brasília; 2002. [acesso em 2016 jul 26]. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/pages/informerede/corpo/hotsite/dengue/arquivos/dengu e_manejo_clinico.pdf 20. Saraiva ASL, Sternick GMP, Santos ME, Montalvão SAL, Machado TFGS, Rocha TRF. Manual de Diagnóstico Laboratorial das Coagulopatias Hereditárias e Plaquetopatias.2010;1:84