Universidade Federal da Paraíba - TEDE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DA UFPB
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – DIAGNÓSTICO BUCAL
ROSANA ARAÚJO ROSENDO
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA Cissus verticillata (L.), EM PORTADORES DE
DIABETES MELITO TIPO 2, ATRAVÉS DA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE NA
SALIVA E NO SANGUE
João Pessoa
2009
ROSANA ARAÚJO ROSENDO
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA Cissus verticillata (L.), EM PORTADORES DE
DIABETES MELITO TIPO 2, ATRAVÉS DA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE NA
SALIVA E NO SANGUE
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Odontologia do
Centro de Ciências da Saúde, da
Universidade Federal da Paraíba, em
cumprimento
às
exigências
para
obtenção do título de Mestre em
Odontologia.
Área de concentração: Diagnóstico Bucal.
Orientador: Dr. Lino João da Costa
João Pessoa
2009
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA FONTE
Biblioteca Central - FIP
Gr
R813a
ROSENDO, Rosana Araújo
Avaliação da Eficácia da Cissus verticillata (L.), em
Portadores de Diabetes Melito tipo 2, através da concentração
de glicose na saliva e no sangue. / Rosana Araújo Rosendo.João Pessoa-PB , 2009.
95fls. il.
Orientador: Dr. Lino João da Costa
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Odontologia do Centro de Ciências da
Saúde (CCS), da Universidade Federal da Paraíba –
UFPB.
1 Cissus verticillata (L.). 2. Diabetes. 3. Saliva.
I.Título II. Universidade Federal da Paraíba –
UFPB.
BC
CDU: 616.314
Francisco das Chagas Leite – Bibliotecário CRB 15/0076
ROSANA ARAÚJO ROSENDO
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA Cissus verticillata (L.), EM PORTADORES
DE DIABETES MELITO TIPO 2, ATRAVÉS DA CONCENTRAÇÃO DE
GLICOSE NA SALIVA E NO SANGUE
Dissertação aprovada em
de 2009
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr. Lino João da Costa
Orientador
_____________________________________________
Profª. Dra. Margareth de Fátima Formiga de Melo Diniz
Examinador Interno
_____________________________________________
Profª. Dra. Cristina Ruan Ferreira de Araújo
Examinador Externo
“Deus imprimiu nas plantas, ervas, flores e frutas, hieróglifos que são a
própria assinatura de suas virtudes.”
Robert B. Turner
Dedico este trabalho aos que dele participaram,
desde quando era um sonho:
Deus, por permiti-lo;
Meus pais João Rosendo e Celiana
pelo amor, apoio e exemplo de vida;
Às minhas irmãs Hannah e Kaliana
que sempre se fizeram presentes, apesar da distância;
Ao meu esposo e amado Beethoven
pela compreensão diante de minha ausência.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, primeiramente, por ter me gerado pela palavra da verdade,
“pois pela graça que me é dada digo a cada um de vós que não saiba mais do
que convém saber, mas que saiba com moderação, conforme a medida da fé
que Deus repartiu a cada um” e que “Se é um mistério seja em ministrar; se é
ensinar, haja dedicação no ensino” (Rom. 12. 3-7).
A Lino João da Costa o meu eterno agradecimento pela orientação, confiança,
compreensão e apoio.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Estomatologia, pelo
excelente desempenho na arte de ensinar; e aos professores e amigos Cláudia
Helena Soares de Morais Freitas e Franklin Delano Soares Forte que sempre
me apoiaram com uma palavra de conforto.
Ao professor Fábio Correia Sampaio, que esteve ao meu lado, tirando minhas
dúvidas e acreditando em um resultado positivo do que eu estava fazendo,
apostando que, ao final, tudo daria certo, como, de fato, deu.
Ao agrônomo e amigo Fernando Antônio Viana, do Laboratório de Tecnologia
Farmacêutica (LTF)/UFPB que em nenhum momento exitou em me ajudar.
Meu eterno agradecimento pelos importantes esclarecimentos na área de
agronomia e pelo fornecimento cuidadoso do material botânico!
Ao professor Demetrius Antônio Machado de Araújo por ter tornado possível a
realização da parte laboratorial desta pesquisa no Laboratório de Biologia
Molecular e Ecologia da UFPB. E às técnicas do laboratório Tereza Cristina
Soares de Lima Grisi e Gláucia Veríssimo Fahenia Martins que me ajudaram,
me transmitiram seus conhecimentos técnicos e sempre se mostraram solícitas
e atenciosas comigo. Foi bom e enriquecedor trabalhar com vocês!
Aos meus queridos e amados pais João Rosendo Filho e Celiana Araújo
Rosendo, que me deram exemplo de caráter, humildade e verdade. Agradeço
a Deus pela graça que tenho de conviver com vocês todos esses anos. Apenas
queria dizer que o amor que sinto por vocês é verdadeiramente infinito e
agradecer por sempre acreditarem em mim, em meu esforço e dedicação nos
estudos e trabalho.
Às minhas lindas irmãs Hannah e Kaliana, que estiveram ao meu lado dividindo
minhas conquistas, angústias e vitórias. Vocês são dádivas preciosas que
Deus colocou em minha vida.
Ao meu esposo Beethoven dos Santos da Silva, a quem tenho apreço e
admiração. Por todos os dias e noites que estive distante de você, meu amor,
peço perdão. Às vezes, faz-se necessário a ausência física em prol da busca
de conhecimentos e de um maior crescimento intelectual. Agradeço a sua
compreensão, pois sem ela não teria conseguido chegar até aqui!
À minha prima Keyla de Medeiros Araújo, por ter me ajudado com seus
conhecimentos de bioquímica e farmácia, e por ter me cedido um dos
instrumentos, sem o qual, eu não teria conseguido desenvolver esta pesquisa:
a Centrífuga Excelsa Baby da Fanem do Brasil. A você, meus sinceros
agradecimentos.
Aos meus colegas de mestrado, com quem partilhei diversos momentos de
aprendizagem, mas, sobretudo, às minhas amigas Ana Lúcia Furtado de
Almeida Cavalcante e Rosalya Maria Coura que dividiram comigo intensos
momentos de alegrias, tristezas, conquistas e vitórias. Vocês duas são muito
especiais para mim!
Às amigas Carolina Bezerra Cavalcanti Nóbrega e Roseane da Cunha Uchôa
pelo apoio e ajuda na etapa final dessa pesquisa.
Aos que participaram, de maneira direta ou indireta, desse estudo: meus
familiares, amigos, funcionários da Universidade Federal da Paraíba,
companheiros de trabalho, enfim, a todos que deram sua parcela de
contribuição para que esse meu sonho se tornasse real.
Ao Secretário Municipal de Saúde da cidade de Patos, Sr. José Francisco de
Sousa, por ter consentido a realização dessa pesquisa nas Unidades de Saúde
desse município.
Aos médicos e enfermeiros do Programa Saúde da Família (PSF) do município
de Patos, que participaram na triagem dos pacientes da pesquisa, sobretudo
aos médicos Jorge Firmino, Theudas Barreto, Ralff Lopes, Urbano Fernandes e
Olímpia Tirbutino; e as enfermeiras Luciane Saldanha, Rafaella Lucena,
Geuvannynny Matos e Francimeire Bezerra.
Aos pacientes portadores de Diabetes Melito Tipo 2 que participaram de meu
estudo e que me receberam em suas casas, acreditando em meu trabalho e se
mostrando sempre atenciosos, participativos e solícitos. Sem vocês nada disso
teria sido possível.
A APLAF – Comércio e Indústria Ltda., pela colaboração técnica na confecção
dos sachês da planta, utilizados no experimento.
Ao CNPQ, por viabilizar recursos financeiros para a realização dessa pesquisa.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
17
2 REVISÃO DA LITERATURA
19
2.1 Diabetes Melito
19
2.1.1 Conceito e Epidemiologia
19
2.1.2 Etiologia e Classificação
21
2.1.3 Manifestações Sistêmicas
24
2.1.4 Manifestações Bucais
25
2.1.5 Diagnóstico
27
2.1.6 Complicações Agudas e Crônicas
29
2.1.7 Tratamento
31
2.2 Fitoterapia
33
2.2.1 Plantas Utilizadas no Tratamento do Diabetes Melito
36
2.3 Saliva
42
3 OBJETIVOS
48
3.1 Objetivo Geral
48
3.2 Objetivos Específicos
48
4 METODOLOGIA
49
4.1 Considerações Éticas
49
4.2 Caracterização Geral da Área de Estudo
49
4.3 População de Estudo
50
4.4 Critérios de Inclusão
51
4.5 Critérios de Exclusão
51
4.6 Desenvolvimento do Estudo
52
4.7 Instrumento de Coleta de Dados
52
4.8 Material Botânico Cissus verticillata (L.) (Vitaceae)
52
4.8.1 Obtenção dos “sachês do chá” de Cissus verticillata (L.)
53
4.8.2 Preparação do Infuso
54
4.9 Avaliação dos Voluntários
55
4.9.1 Glicemia
55
4.9.2 Coleta e Análise de Saliva
56
4.10 Análise Estatística
60
5 RESULTADOS
62
5.1 Caracterização da Amostra
62
5.2 Avaliação dos pacientes estudados segundo as taxas de Glicose no
64
Sangue
5.3 Avaliação dos pacientes estudados segundo as taxas de Glicose na Saliva
66
6 DISCUSSÃO
69
7 CONCLUSÔES
73
REFERÊNCIAS
74
APÊNDICES
89
Apêndice 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido
89
Apêndice 2 – Questionário utilizado para coleta de dados
91
Apêndice 3 – Ficha de Acompanhamento do Paciente
92
ANEXOS
93
Anexo 1 – Parecer do Comitê de Ética
93
Anexo 2 – Autorização do Secretário Municipal de Saúde
94
Anexo 3 – Identificação Botânica da Planta
95
LISTA DE ABREVIATURAS
ADA
American Diabetes Association
CCEN
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
CCS
Centro de Ciências da Saúde
DC
Diabetes Controlada
DL50
Dose Letal 50%
DM
Diabetes Melito
DNC
Diabetes Não Controlada
ECA
Enzima Conversora de Angiotensina
EHA
Extrato Hidroalcoólico
FAF
Fração Aquosa das Folhas
HbA1c
Hemoglobina Glicosilada
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LTF
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica
MPO
Mieloperoxidase
OMS
Organização Mundial de Saúde
PSF
Programa Saúde da Família
RGT
Reagente Enzimático
SDT
Padrão de Glicose
SIAB
Sistema de Informação da Atenção Básica
SPO
Peroxidase Salivar
SPSS
Statistical Package for the Social Sciences
SUS
Sistema Único de Saúde
UFPB
Universidade Federal da Paraíba
UV-VIS
Ultravioleta e Visível
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Prevalência Mundial de Diabetes em 2025
20
FIGURA 2
Apresentação das folhas e frutos da Cissus verticillata (L.)
40
FIGURA 3
Mapa da Paraíba, demonstrando a localização da cidade de
50
Patos - PB
FIGURA 4
Rendimento médio de 17% das folhas da planta
53
Cissus verticillata (L.)
FIGURA 5
Sachês do chá de Cissus verticillata (L.), confeccionados pela
54
APLAF - São Paulo
FIGURA 6
Infusão
da
planta
Cissus
verticillata
(L.),
administrada
54
diariamente pelos voluntários
FIGURA 7
Kit GlucoDr Super Sensor
55
FIGURA 8
Coleta de saliva em repouso da paciente
56
FIGURA 9
Coleta de saliva estimulada da paciente
57
FIGURA 10
Eppendorfs contendo a saliva, em repouso e estimulada do
58
paciente, após centrifugação em centrífuga Excelsa Baby
(Fanem Ltda)
FIGURA 11
Kit GLUCOSE LIQUICOLOR da In Vitro Diagnóstica (Human do
59
Brasil®)
FIGURA 12
Espectrofotômetro UV-VIS (ultravioleta e visível) BECKMAN DU
640®, com comprimento de onda de 500nm
60
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1
Classificação etiológica do Diabetes Melito
22
QUADRO 2
Principais plantas utilizadas para o Diabetes Melito no Brasil e
37
em João Pessoa - PB
QUADRO 3
Classificação da espécie Cissus verticillata (L.)
38
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
Critérios para o diagnóstico do Diabetes
28
TABELA 2
Composição média da saliva humana mista e valores normais
43
para o plasma
TABELA 3
Distribuição da idade dos pacientes estudados segundo o
62
grupo, Patos - PB
TABELA 4
Distribuição dos pacientes estudados considerando-se as
63
variáveis: estado civil, sexo e os hábitos de tabagismo e
etilismo, segundo o grupo, Patos - PB
TABELA 5
Distribuição dos pacientes estudados considerando-se as
64
variáveis: atividade física, uso da dieta, do adoçante artificial e
de medicamentos, segundo o grupo, Patos - PB
TABELA 6
Medidas descritivas da taxa de glicose no sangue (mg/dL) dos
65
pacientes estudados, segundo o tempo de avaliação e o grupo,
Patos - PB
TABELA 7
Medidas descritivas da taxa de glicose no sangue (mg/dL) -
66
inicial e final realizadas no laboratório - segundo o tempo de
avaliação e o grupo, Patos - PB
TABELA 8
Medidas descritivas das taxas de glicose na saliva (mg/dL) - em
repouso e estimulada - segundo o tempo de avaliação e o
grupo, Patos - PB
67
RESUMO
ROSENDO, ROSANA ARAÚJO. Avaliação da Eficácia da Cissus verticillata (L.), em Portadores
de Diabetes Melito Tipo 2, através da Concentração de Glicose na Saliva e no Sangue.
(Dissertação). Programa de Pós-Graduação em Odontologia. CCS/UFPB, 2009.
O estudo objetivou administrar o infuso das folhas de Cissus verticillata (L.) em
pacientes portadores de diabetes melito tipo 2, para investigar a eficácia terapêutica
desse vegetal nesses pacientes, através de testes de concentração de glicose na
saliva e no sangue. Trata-se de um estudo clínico, experimental, comparativo e
descritivo do tipo longitudinal, desenvolvido no município de Patos - PB. Na pesquisa
foram incluídos pacientes de ambos os sexos, compreendidos na faixa etária entre
30 e 80 anos de idade, divididos em dois grupos, sendo um grupo controle que
administrou a glibenclamida, e um grupo experimental que utilizou o infuso da Cissus
verticillata (L.), em jejum, por um período de oito semanas. A avaliação clínica dos
pacientes, de ambos os grupos, foi constituída da análise dos níveis de glicose no
sangue e na saliva dos mesmos. Os resultados demonstraram que o infuso da
Cissus verticillata (L.) foi capaz de produzir um efeito hipoglicemiante no grupo
experimental. Os níveis salivares, quando coletados em repouso, apresentaram
médias mais elevadas no grupo controle nas avaliações basal, 15 dias e 60 dias e,
quando
coletados
sob
estímulo
mastigatório,
apresentaram
médias
correspondentemente mais elevadas no grupo experimental, com exceção da
avaliação basal, não se comprovando diferença significativa entre os grupos para
nenhuma das avaliações (p > 0,05). A correlação entre a taxa de glicemia sangüínea
capilar e a concentração de glicose salivar não foi observada no presente estudo.
Descritores: Cissus verticillata (L.). Diabetes. Saliva.
ABSTRACT
ROSENDO, ROSANA ARAÚJO. Evaluation of the effectiveness of Cissus verticillata (L.) in
people with Diabetes type 2 Melito, through the concentration of glucose in the blood and
saliva. (Essay). Post-Graduate Program in Odontology. CCS/UFPB, 2009.
The study objectived administer the infuso sheets Cissus verticillata (L.) in patients
with diabetes type 2 melito, to investigate the therapeutic efficacy of this plant in
these patients, by testing glucose concentration in the blood and saliva. It is a clinical
experimental study, comparison and longitudinal type descriptive, developed in the
municipal district of Patos-PB. Patients were included in the search for both sexes,
included aged between 30 and 80 years old, divided into two groups, with a control
group mid-cap glibenclamida and an experimental group used the infuso of Cissus
verticillata (L.) in fasting, for a period of eight weeks. Clinical patient assessment,
both groups, was formed from the analysis of the levels of glucose in the blood and
saliva. The results showed that the infuso of Cissus verticillata (L.) was able to
produce an effect hypoglycaem ic in experimental group. Salivary levels, when
collected at rest, higher averages in basal assessments control group, 15 days and
60 days and, when collected under stimulus masticatory made correspondingly
higher average in the experimental group, with the exception of basal, no
assessment demonstrating significant difference between the groups to none of the
trials (p > 0,05). The correlation between the rate of blood capillary blood glucose
concentration and salivary was not observed in this study.
Descriptors: Cissus verticillata (L.). Diabetes. Saliva.
17
1 INTRODUÇÃO
O Diabetes Melito (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da
falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus
efeitos (BRASIL, 2001a).
A classificação do diabetes compreende os estágios clínicos e sua etiologia,
sendo classificado como tipo 1, tipo 2, outros tipos específicos e diabetes
gestacional (NUCCI, 2003).
Os sinais e sintomas dessa doença incluem fome e sede, perda de peso,
infecções urinárias freqüentes, grandes volumes urinários, cetoacidose, náuseas,
vômitos, aterosclerose de grandes e pequenos vasos sangüíneos, insuficiência
renal, diminuição brusca da acuidade visual, neuropatia generalizada, impotência
sexual e úlceras em membros inferiores (LOMBA; LOMBA, 2005).
Quanto ao tratamento do diabetes, a prevenção primária, no que se refere
aos fatores de risco, se faz com um regime alimentar saudável e atividade física
regular. Essas ações preventivas reduzem ou adiam as necessidades de atenção à
doença. A prevenção secundária inclui diagnóstico precoce e tratamento apropriado.
Controlar a hipertensão, o colesterol e os níveis de glicemia pode reduzir
substancialmente o risco de complicações e desacelerar sua progressão (OPAS,
2003).
As plantas sempre foram usadas como fontes de medicamentos para a
doença. Parcela representativa da população brasileira vive em estado de pobreza
ou miséria, em condições precárias de saneamento básico e saúde, agravadas por
um quadro social onde poucos têm acesso à assistência médica especializada e à
aquisição de medicamentos recorrendo, na maioria dos casos, à medicina
alternativa através do uso de plantas medicinais.
A espécie vegetal Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Jarvis, pertencente à
família Vitaceae é conhecida popularmente como anil trepador, cipó-pucá, cortina
japonesa, uva brava e insulina. As folhas são empregadas externamente contra o
reumatismo e na cura de abscessos, e o infuso das folhas e do caule utilizadas por
via oral, na inflamação muscular, epilepsia, derrame cerebral, hipertensão e
ativadora da circulação sanguínea. Recentemente, esta espécie vem sendo muito
empregada pela população para o tratamento de diabetes, sendo por isso conhecida
18
como “insulina” e motivo para estudos botânicos, químicos e farmacológicos no
Brasil e no exterior (BELTRAME et al., 2001; PEPATO et al., 2003).
Mediante a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, prevendo o tratamento com plantas medicinais e fitoterápicos no
Sistema Único de Saúde – SUS, conforme disposto na Portaria 971 de 3 de Maio de
2006 do Ministério da Saúde; e da Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos através do Decreto n° 5.813, de 22 de Junho de 2006 foi que nos
propusemos a avaliar os efeitos produzidos pela Cissus verticillata (L.), em
portadores de diabetes melito tipo 2, através da concentração de glicose na saliva e
no sangue.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Diabetes Melito
2.1.1 Conceito e Epidemiologia
O diabetes melito é conceituado como uma patologia em que as
concentrações de glicose plasmática encontram-se anormalmente elevadas e
constantes, como resultado da deficiência absoluta ou relativa de insulina na
presença do excesso absoluto ou relativo do glucagon. Tal alteração propicia uma
série
de
alterações
metabólicas,
gerando
uma
doença
multissistêmica
e
complicações graves (MARTINS, 2001).
A palavra diabetes significa “sifão” (dia-: “passar através de”). Com esse
nome, os antigos gregos designavam os indivíduos que eliminavam grande
quantidade de urina, como se neles a água ingerida passasse por seus corpos sem
se deter (COSTA; ALMEIDA NETO, 1998).
O diabetes melito é um problema de saúde pública que afeta grandes
contingentes populacionais, sendo considerado uma pandemia em expansão global
(CARVALHO et al., 2003).
A Federação Internacional de Diabetes (FID, 2003) calcula que 5,1% da
população mundial adulta (20 a 79 anos de idade) está diabética e que essa cifra
aumentará a 6,3% para o ano de 2025 (Figura 1).
20
Fonte: Federação Internacional de Diabetes, 2006.
Figura 1: Prevalência Mundial de Diabetes em 2025.
Com relação a esse crescimento, há duas preocupações centrais: a primeira
é a de que boa parte dessa expansão ocorrerá em países em desenvolvimento,
devido ao crescimento demográfico, ao envelhecimento da população, aos hábitos
alimentares pouco saudáveis, à obesidade e ao estilo de vida sedentário; a segunda
preocupação é de que há uma crescente incidência, entre os indivíduos mais jovens,
de diabetes tipo 2, responsável por quase 90% dos casos (TOMITA et al., 2002;
OPAS, 2003).
O diabetes melito tem se tornado uma das doenças crônicas mais prevalentes
em todo o mundo (ARAÚJO, 1999). A prevalência do diabetes melito aumenta com a
idade, tendo seu pico entre 65 e 74 anos. É estimado que 15,7 milhões de
indivíduos, ou 5,9% da população dos Estados Unidos tenha diabetes (CARRANZA
et al., 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o número de diabéticos no
mundo é de 180 milhões. O Brasil está em 7° lugar no ranking mundial (BRASIL,
2001b;
CONSENSO
BRASILEIRO
SOBRE
O
DIABETES
(CBD),
2003;
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DIABETES (FID), 2003), com uma estimativa
21
que dez milhões de pessoas tenham essa doença e cerca de 90% desses indivíduos
sejam portadores do diabetes tipo 2, cujo aumento tem sido observado desde a
última década (OLIVEIRA; MILECH, 2004).
Estudo multicêntrico sobre a prevalência do DM, realizado em nove capitais
brasileiras, encontrou uma prevalência de diabetes melito de 7,6% entre pessoas de
30 a 69 anos de idade (BRASIL, 2001b). Em São Paulo, esses valores foram ainda
mais elevados: 9,66%, dos quais 46,5% desconheciam previamente essa condição,
sendo somente informados no momento da aferição glicêmica. Além disso,
constatou-se que dos casos previamente conhecidos, 22,3% não realizavam
qualquer tipo de tratamento ou acompanhamento médico (FRAIGE FILHO, 1999).
Na Paraíba, segundo o Ministério da Saúde, existem 135 mil diabéticos e a
grande maioria, 37,5 mil, está concentrada na cidade de João Pessoa. O estado e a
capital, João Pessoa, apresentam aumento na tendência da mortalidade por
diabetes na população de 40 anos e mais, semelhante ao ocorrido no Brasil e na
região Nordeste (BRASIL, 2006).
2.1.2 Etiologia e Classificação
A etiologia do diabetes está diretamente relacionada aos fatores hereditários
e aos fatores ambientais como a obesidade. O risco de ser diabético dobra para
cada 20% de excesso de peso. Também devemos ressaltar o fator estresse, que
pela estimulação da secreção adrenocortical eleva a glicose sanguínea (LAUDA;
SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998).
A classificação atual do diabetes melito (Quadro1) inclui quatro classes
clínicas: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, outros tipos específicos de diabetes e
diabetes gestacional. A classificação é baseada na etiologia e não no tipo de
tratamento, portanto, os termos diabetes melito insulino-dependente e não insulinodependente, amplamente utilizados no passado, devem ser eliminados, usando-se
em substituição, a terminologia diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2 (BORG, 2000;
CHACRA; MOISES, 2001; ADA, 2003).
22
Quadro 1: Classificação etiológica do Diabetes Melito.
I. Diabetes Tipo 1

Destruição das células beta, usualmente levando à deficiência completa de insulina
A. Auto-imune
B. Idiopático
II. Diabetes Tipo 2

Graus variados de diminuição de secreção e resistência à insulina
III. Outros Tipos Específicos
A. Defeitos genéticos da função da célula β
B. Defeitos genéticos da ação da insulina
C. Doenças do pâncreas exócrino
D. Endocrinopatias
E. Indução por drogas ou produtos químicos
F. Infecções
G. Formas incomuns de diabetes imuno-mediado
IV. Diabetes Gestacional
Fonte: GROSS et al., 2002.
A etiologia do diabetes tipo 1 está diretamente relacionada à destruição das
células beta do pâncreas, usualmente por processo auto-imune ou menos
comumente de causa desconhecida (ATKINSON; MACLAREN, 1994; IMAGAWA et
al., 2000).
O diabetes tipo 1 é também conhecido como diabetes juvenil ou diabetes de
início juvenil, embora possa ocorrer em idades mais avançadas. Esse tipo de
diabetes resulta de uma falta absoluta de insulina, é muito instável, de difícil
controle, tem marcada tendência para cetose e coma, não é precedido por
obesidade e necessita de insulina injetável para ser controlado (CARRANZA et al.,
2007).
O pico de incidência do diabetes tipo 1 ocorre dos 10 aos 14 anos de idade,
havendo a seguir uma diminuição progressiva de incidência até os 35 anos, de tal
maneira que casos de diabetes tipo 1 de início após esta idade são pouco
freqüentes. No entanto, indivíduos de qualquer idade podem desenvolver diabetes
tipo 1 (GROSS et al., 2002).
O diabetes tipo 1 representa 15% dos diabéticos (LAUDA; SILVEIRA;
GUIMARÃES, 1998). Embora menos comum, esse tipo de diabetes é o mais
23
agressivo. Por uma falha nas defesas do organismo, as células do sistema
imunológico destroem as células produtoras de insulina, as ilhotas de Langerhans,
encontradas no pâncreas. Sem as injeções diárias do hormônio artificial, os
pacientes morrem (NEIVA, 2005).
A etiologia do tipo 2 de diabetes não está claramente estabelecida como no
diabetes tipo 1. A destruição auto-imune do pâncreas não está envolvida. Também,
ao contrário do diabetes tipo 1, a maioria dos pacientes apresenta obesidade
(GROSS et al., 2002).
A obesidade, sobretudo aquela cuja distribuição é predominantemente
abdominal, é o fator de risco mais relevante para o desenvolvimento dessa forma de
DM. O sedentarismo, história familiar de DM tipo 2, tabagismo, idade acima de 40
anos, síndrome dos ovários policísticos e prévio diabetes gestacional também estão
associados ao maior risco de desenvolvimento da doença (DAVIDSON, 2001).
O diabetes tipo 2 é o tipo adulto, isto é, o início geralmente ocorre após os 45
anos. Normalmente ocorre em indivíduos obesos e pode freqüentemente ser
controlado por dieta ou por agentes hipoglicemiantes orais. Não são comuns o
desenvolvimento de cetose e coma (CARRANZA et al., 2007). Já se tem descrito
que o diabetes tipo 2 está se manifestando mais precocemente, até mesmo na
adolescência (ADA, 2000).
A idade de forma isolada parece não definir classificação mas, se aliada a
outras variáveis como obesidade e ausência de cetoacidose, podem sugerir o tipo
de diabetes. Deve ser levado em conta que, embora a ocorrência de cetoacidose
seja característica do estado de deficiência insulínica do tipo 1, o paciente tipo 2
pode apresentar este quadro na vigência de intercorrências graves como infecções
ou episódios agudos de doenças cerebrovasculares (KITABCHI et al., 2001)
A obesidade tem sido apontada como um dos principais fatores de risco para
o diabetes tipo 2. Estima-se que entre 80% e 90% dos indivíduos acometidos por
esta doença são obesos e o risco está diretamente associado ao aumento do índice
de massa corporal (SARTORELLI; FRANCO, 2003).
O diabetes tipo 2 ocorre em 80% dos casos (LAUDA; SILVEIRA;
GUIMARÃES, 1998). Esse tipo de diabetes evolui de forma silenciosa. No início, o
pâncreas mantém a produção de insulina como de hábito. Com o tempo, porém, as
células adiposas e musculares tornam-se resistentes à ação do hormônio. Os níveis
de glicose no sangue aumentam e, para compensar o excesso desse açúcar, o
24
pâncreas passa a fabricar mais insulina. Tamanha é a sobrecarga que o número de
ilhotas de Langerhans vai encolhendo, até o momento em que a secreção de
insulina se torna insuficiente para controlar os níveis de glicose. Por isso, mais cedo
ou mais tarde, os portadores do tipo 2 de diabetes têm de recorrer às injeções de
hormônio sintético. Em cinco anos, metade deles não sobrevive sem as injeções. Os
endocrinologistas testemunham um fenômeno alarmante: o surgimento de uma nova
modalidade de diabetes, que atinge pessoas gordas. Conhecida como diabetes tipo
3, ou duplo. A doença se caracteriza pela ocorrência concomitante do diabetes tipo 1
e 2. O indivíduo apresenta alterações no sistema imunológico que levam à
destruição das células produtoras de insulina – como ocorre no tipo 1 – e também
desenvolve resistência à insulina – quadro associado ao tipo 2 (NEIVA, 2005).
Na medida em que têm sido elucidados os processos de patogênese do
diabetes, tanto em relação a marcadores genéticos como aos mecanismos da
doença, tem crescido o número de tipos distintos de diabetes, permitindo uma
classificação mais específica e definitiva (GROOS et al., 2002). A categoria outros
tipos de diabetes melito contém várias formas de DM decorrentes de defeitos
genéticos associados com outras doenças ou com o uso de fármacos
diabetogênicos (OLIVEIRA; MILECH, 2004).
O diabetes gestacional é a intolerância à glicose, em variados graus de
intensidade, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, podendo não
persistir após o parto (WHO, 1999; TEIXEIRA; MACHADO, 2001). Pacientes com
diabetes que engravidam não são classificadas como pertencentes a esse grupo. O
diabetes gestacional ocorre em 2% a 4% das gestações e é associado com aumento
de morbidade e mortalidade perinatal (CHACRA; MOISES, 2001).
2.1.3 Manifestações Sistêmicas
O paciente portador de diabetes melito pode apresentar os seguintes sinais e
sintomas: poliúria, polidipsia, glicosúria (SCHNEIDER; BERND; NURKIM, 1995;
ROSA; SOUZA, 1996; TRAMONTINA et al., 1997; LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES,
1998; GREGORI; COSTA; CAMPOS, 1999; CARRANZA et al., 2007). Hiperglicemia,
polifagia e perda de peso são relatados ainda como alguns dos sintomas que
caracterizam clinicamente esta doença (SCHNEIDER; BERND; NURKIM, 1995;
TRAMONTINA et al., 1997; LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998; GREGORI;
25
COSTA; CAMPOS, 1999). A sonolência e o aparecimento de infecções oportunistas
como a candidíase oral e vaginal também podem estar presentes (SHIP, 2003).
Quando o nível de glicemia encontra-se elevado, o excesso de glicose não
absorvido pelos rins é eliminado pela urina (glicosúria), resultando em diurese
freqüente (poliúria) e sede, o que provoca o aumento do consumo de água
(polidipsia). Apesar da concentração de glicose estar elevada no sangue, encontrase reduzida no interior da célula, levando à sensação de fome e necessidade da
ingestão de alimentos (polifagia) (GREGORI; COSTA; CAMPOS, 1999). Estes
autores destacaram ainda a nictúria (micção noturna) freqüente, como um sugestivo
sinal para o diagnóstico da doença.
2.1.4 Manifestações Bucais
Estima-se que 3 a 4% dos pacientes adultos que se submetem a tratamento
odontológico são diabéticos, e uma parte significativa deles desconhece ter a
doença (SOUZA et al., 2003).
O diabetes está associado a muitas manifestações bucais, principalmente
aquelas relacionadas a infecções, inflamações e cicatrização deficiente de feridas
(SILVERMAN; EVERSOLE; TRUELOVE, 2004).
Várias alterações bucais têm sido observadas em pacientes diabéticos. Nos
diabéticos não-controlados, as manifestações bucais são graves e são as seguintes:
xerostomia e redução do fluxo salivar, acentuada destruição do osso de suporte dos
dentes, periodontite complexa, mobilidade e perda dos dentes, ardência e dor na
mucosa bucal, atrofia das papilas linguais, aumento da incidência de lesões de
cáries, alterações na microbiota da cavidade bucal com predomínio de Cândida
albicans, estreptococos hemolíticos e estafilococos, hálito cetônico associado à
degradação de gordura para a produção de energia, pulpite na qual o dente afetado
pode estar livre de cárie (ROSA; SOUZA, 1996; LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES,
1998; BATISTA; NETO, 1999; CARVALHO et al., 2003; LINDHE; KARRING; LANG,
2005;
CARRANZA
et
al.,
2007).
A
predisposição
à
osteomielite
e
ao
desenvolvimento de líquen plano são citados ainda por Rosa; Souza (1996).
A xerostomia pode resultar da hiperglicemia e subseqüente poliúria que
esgota os líquidos extracelulares, reduzindo a secreção salivar. A xerostomia e os
efeitos associados com a diminuição do fluxo salivar também são problemáticos.
26
Essas condições têm importantes implicações para o tratamento odontológico
(SILVERMAN; EVERSOLE; TRUELOVE, 2004).
O paciente diabético descompensado apresenta redução do fluxo salivar
devido ao uso de diversas drogas que interferem no fluxo salivar, provocando uma
secura bucal, deixando a boca e a garganta ressecadas, como também a prótese,
dificultando sua retenção. Essa prótese irá assim traumatizar a fibromucosa, tanto
mecanicamente
como fisiologicamente, aumentando
o
risco
de
infecções,
notadamente por Cândida albicans (BATISTA; NETO, 1999). A dificuldade de
adaptação de próteses dentárias é relatada ainda por Carvalho et al. (2003).
O diabetes caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do
metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas (BRASIL, 2001b; SILVERMAN;
EVERSOLE; TRUELOVE, 2004). Este distúrbio, por sua vez, diminui a resistência
dos tecidos à infecção, de forma que o paciente com diabetes não tratado ou
controlado de modo inadequado apresenta, às vezes, periodontite fulminante com
formação de abscessos periodontais e papilas gengivais inflamadas, dolorosas e,
ocasionalmente, hemorrágicas (SHAFER; HINE; LEVY, 1987).
A doença microvascular no periodonto afeta adversamente o fluxo sangüíneo
e a migração de leucócitos, predispondo a doença periodontal prematura, abscesso
e cicatrização deficiente de feridas (SILVERMAN; EVERSOLE; TRUELOVE, 2004).
Quando se avalia a etiologia da doença periodontal em pacientes diabéticos,
há a possibilidade de fatores sistêmicos estarem contribuindo para a maior
severidade na destruição dos tecidos periodontais, normalmente atribuída a estes
pacientes (PILLATI; TOLEDO; EL GUINDY, 1995).
Nos pacientes diabéticos tipo 1 estão presentes alterações vasculares na
gengiva facilitando a maior freqüência da doença periodontal, embora um controle
rigoroso de higiene diminua a prevalência dos problemas gengivais mesmo nesses
pacientes. O biofilme dental parece ser um fator determinante para o agravamento
das doenças periodontais, associado às alterações teciduais que a doença pode
ocasionar, tornando-se assim difícil uma avaliação correta (LASCALA, 1995).
Acredita-se que a incidência de periodontite associada ao DM cresce a uma
taxa anual de 6%, em função do aumento da expectativa de vida dos pacientes e do
aperfeiçoamento dos recursos de elucidação diagnóstica (CARVALHO et al., 2003).
Em sua maioria, pacientes com DM chegam ao consultório odontológico
apresentando manifestações sistêmicas que interferem no atendimento, como
27
angiopatias, cardiopatias, hipertensão arterial, além de respostas diminuídas à
infecção. Devido às múltiplas e freqüentes manifestações bucais apresentadas por
esses pacientes, os cirurgiões-dentistas devem atualizar seus conhecimentos sobre
o diagnóstico e desenvolvimento desses agravos, procedendo à cuidadosa
anamnese, para a caracterização das condições clínicas desses pacientes, e
seguindo protocolos de atendimento odontológicos especificamente delineados para
o seu tratamento (CARVALHO et al., 2003).
2.1.5 Diagnóstico
Uma
anamnese
bem
conduzida,
além
de
exames
laboratoriais
complementares, podem levar ao diagnóstico do diabetes melito (RESS; HALLMON,
2001).
O diagnóstico do diabetes deve ser feito precocemente, utilizando métodos
sensíveis e acurados, já que mudanças no estilo de vida e a correção da
hiperglicemia podem retardar o aparecimento do diabetes ou de suas complicações
(GROOS et al., 2002).
A presença de açúcar na urina pode ser o primeiro dado para o diagnóstico
da doença. Além do exame de urina, temos o chamado teste de glicemia em jejum
(SCHNEIDER; BERND; NURKIM, 1995).
Em indivíduos normais, a concentração plasmática de glicose situa-se entre
70 e 99 mg/dL. Níveis superiores indicam graus variados de tolerância à glicose
(pré-diabetes)
ou
diabetes
(Tabela
1),
cujos
critérios
recentemente atualizados pela ADA (ALVES et al., 2006).
diagnósticos
foram
28
Tabela 1: Critérios para o diagnóstico do Diabetes.
Glicemia (mg/dl)
Categoria
Jejum
Ao acaso
2h (TTOG)
< 99
_
< 140
jejum alterada
100-125
_
_
Intolerância à
_
_
≥140 e < 200
Glicemia normal
Glicemia de
Pré-diabetes
glicose
Diabetes tipo 1 ou 2
≥ 126
≥ 200
≥ 200
Diabetes gestacional
≥ 110
≥ 200
≥ 140
Fonte: AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004.
Notas:- Glicemia de jejum: ausência de ingestão calórica por pelo menos 8 horas.
- Glicemia ao acaso: glicemia realizada em qualquer hora do dia sem levar em consideração o tempo
desde a última refeição. O diagnóstico deve ser confirmado medindo a glicemia em jejum ou 2 h após
o TTOG (Teste de Tolerância Oral à Glicose).
- TTOG: é a medida da glicemia basal e 2 horas após a ingestão de 1,75 g/kg de glicose (máx. 75 g).
- Um resultado positivo em qualquer dos testes acima deverá ser confirmado nos dias subseqüentes
medindo a glicemia em jejum ou 2 h após o TTOG.
A ADA propôs que os critérios diagnósticos fossem fundamentados
principalmente na medida da glicose plasmática de jejum; sendo recomendado que
fosse adotado o valor ≥ 126mg/dL, pois representa o ponto a partir do qual há um
aumento acentuado no aparecimento de retinopatia e corresponde ao valor de
glicose plasmática 2h após sobrecarga de glicose oral de ≥ 200mg/dL (GROOS et
al., 2002).
Outra recomendação da ADA foi a introdução da categoria de glicose
plasmática de jejum alterada que inclui indivíduos com glicose plasmática de jejum ≥
100 e < 126mg/dL (GROOS et al., 2002).
Os exames laboratoriais usados com maior freqüência para diagnosticar o
diabetes melito são: glicemia ou aferição da glicose no sangue, teste de tolerância
oral à glicose – curva glicêmica – TTOG (GREGORI; COSTA; CAMPOS, 1999).
Além destes, Lauda; Silveira; Guimarães (1998) retratam o hemo-glucoteste
(glicofita) e o teste de glicose pós-prandial.
O reconhecimento da importância da monitoração do controle glicêmico está
diretamente associado com a redução da mortalidade e da incidência das
complicações do DM. O referido controle pode ser realizado através de métodos de
29
auto-monitoração
(glicemia
capilar,
glicosúria,
cetonúria),
e/ou
laboratoriais
(hemoglobina glicosilada) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2008).
A avaliação através da glicemia capilar requer a utilização de fitas reagentes
acopladas a aparelhos que fornecem os resultados em poucos segundos. De uma
maneira geral, os aparelhos de leitura são bastante acurados com um coeficiente de
variação abaixo de 5% (WHO, 1999).
O diagnóstico do diabetes baseia-se fundamentalmente nas alterações da
glicose plasmática de jejum ou após uma sobrecarga de glicose por via oral. A
medida de glico-hemoglobina não apresenta acurácia diagnóstica adequada e não
deve ser utilizada para o diagnóstico de diabetes (GROSS et al., 2002).
A avaliação trimestral da hemoglobina glicosilada (HbA1c) é o padrão ouro
para monitoração da glicemia. Ele mede a ligação da glicose com a hemoglobina, no
interior das hemácias. Como as hemácias têm uma vida média de 3 meses, a HbA1c
reflete a vida média de controle glicêmico nesse período. O valor normal para
indivíduos adultos é < 7% (SILVERSTEIN et al., 2005).
Logo, de um modo geral, os exames laboratoriais ampliam a capacidade
sensorial do cirurgião-dentista e têm um relevante papel na propedêutica,
constituindo-se assim de uma ótima estratégia para o diagnóstico, orientação da
terapêutica e proservação do paciente (LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998). O
cirurgião-dentista pode solicitar exames laboratoriais como hemograma e glicose em
jejum (SINGI, 1998).
O diagnóstico correto e precoce do diabetes melito e das alterações da
tolerância à glicose plasmática é extremamente importante por que permite que
sejam adotadas medidas terapêuticas que possam evitar o aparecimento de
diabetes nos indivíduos com tolerância diminuída e retardar o aparecimento das
complicações crônicas nos pacientes diagnosticados com diabetes (GROSS et al.,
2002).
2.1.6 Complicações Agudas e Crônicas
Há relatos indicando que os pacientes diabéticos são suscetíveis a
complicações que causam morbidade e mortalidade prematura. O paciente pode
experimentar diversas complicações simultaneamente ou um único problema pode
predominar o quadro clínico. São complicações: retinopatia, nefropatia, doença
30
macrovascular e dificuldade na cicatrização de feridas (SILVERMAN; EVERSOLE;
TRUELOVE, 2004).
Além destas, destacam-se as micro e macroangiopatias, neuropatias e
hipertensão arterial (TRAMONTINA et al., 1997; COSTA; ALMEIDA NETO, 1998;
LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998; GREGORI; COSTA; CAMPOS, 1999;
OPAS, 2003). Sensação de desmaio, fraqueza, irritabilidade, palidez, nervosismo,
tontura, ansiedade, perda de concentração, sonolência, dor de cabeça, palpitações,
falta de coordenação motora, convulsões e coma são outras complicações que
podem ser destacadas (LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998; GREGORI;
COSTA; CAMPOS, 1999).
Dentre as alterações provocadas no sistema de defesa incluem-se alterações
na quimiotaxia, adesão, fagocitose e morte intracelular de neutrófilos (caracterizando
uma deficiência numérica), ocorrendo também a redução da imunidade celular
relacionada aos linfócitos T e à atividade dos macrófagos e as deficiências na
síntese do colágeno, com maior atividade da enzima colagenase. Daí, a maior
susceptibilidade do diabético a infecções (LAUDA; SILVEIRA; GUIMARÃES, 1998;
MELGAÇO, 2002; CARVALHO et al., 2003).
Em longo prazo, o diabetes melito é responsável por alterações funcionais e
estruturais tanto na macro quanto na micro-circulação, sendo estas últimas as
responsáveis por maior morbidade. O principal determinante destas complicações é
a hiperglicemia sustentada, que acarreta anormalidades bioquímicas e estruturais de
olhos, coração, vasos sanguíneos e nervos periféricos (AGUIAR; VILLELA;
BOUSKELA, 2007).
A doença do pé diabético é resultante de mudanças nos vasos sangüíneos e
nos nervos. Com freqüência, ela leva a ulcerações nas extremidades e amputação.
Por isso que o diabetes é a causa mais freqüente de amputação não acidental das
extremidades inferiores. Anualmente, pouco mais de 800 mil mortes são atribuídas
ao diabetes. Entretanto, a maioria dos diabéticos morre de outras doenças crônicas,
como as cardiopatias (OPAS, 2003).
Em meados da década de 80, chegou-se à conclusão de que o diabetes é
fator de risco isolado para infartos e derrames. A probabilidade de um diabético ser
vítima de um evento como desse tipo é até três vezes maior que a verificada em
não-diabéticos. Em outras palavras, 65% dos diabéticos são vítimas de doenças
cardiovasculares e 80% morrem em conseqüência delas (NEIVA, 2005).
31
Dessa forma, em termos de morbidade, o diabetes melito atualmente
representa
uma
das
principais
doenças
crônicas
que
afetam
o
homem
contemporâneo, acometendo indivíduos de países em todos os estágios de
desenvolvimento econômico-social. Assim, são recomendadas medidas preventivas,
extrapolando-se as ações assistenciais e demandando-se práticas de saúde mais
abrangentes para a população, a fim de minimizar o aparecimento dos fatores de
risco ou reduzir a oportunidade de exposição das pessoas a eles (GUIMARÃES;
TAKAYANAGUI, 2002).
2.1.7 Tratamento
Após estabelecido o diagnóstico de diabetes, os pacientes iniciam diversas
modalidades de tratamento para corrigir a hiperglicemia, procurando atingir o melhor
controle metabólico possível, isto é, níveis de glicose em jejum <100 mg/dL ou pósprandial <140 mg/dL ou da glico-hemoglobina abaixo do limite máximo do método
empregado (GROSS et al., 2002).
A insulinoterapia constitui o item principal no tratamento do diabetes melito
tipo 1, sendo essencial para a vida desses pacientes, mas pode vir a ser necessária,
também, para o tratamento do diabetes melito tipo 2 (MATHEUS; AHMED; VILLAR,
2001; DIB; CALLIARI, 2001).
Desde sua descoberta, a insulina permanece no auge do tratamento do
diabetes melito, porém as múltiplas injeções são extremamente desgastantes ao
paciente. Um sistema de cápsulas de quitosana-alginato-cálcio com insulina foi
desenvolvido para a administração do peptídeo via oral. Os resultados mostraram
que as cápsulas apresentam características gastro-resistentes, que permitem a sua
utilização como sistema para liberação oral de insulina (RODRIGUES et al., 2001).
O tratamento do diabetes melito tipo 2 inclui as seguintes estratégias:
educação, modificações no estilo de vida, reorganização dos hábitos alimentares e,
se necessário, uso de medicamentos. O tratamento medicamentoso apresenta duas
modalidades diferentes: a insulinoterapia e a terapia com os hipoglicemiantes orais
(ASBCROFT, 1996; TAMBASCIA, 1997; DIB; CALLIARI, 2001; CONSENSO
BRASILEIRO SOBRE O DIABETES (CBD), 2003).
32
Uma dieta sem açúcar é imprescindível no controle de qualquer diabetes, já
que o açúcar comum e os amidos (carboidratos) ingeridos transformam-se em
glicose no organismo. Os exercícios físicos também são importantes, pois o
aumento do trabalho muscular consome a glicose mais rapidamente, além de
contribuir
para
melhores
condições
cardiocirculatórias
(LAUDA;
SILVEIRA;
GUIMARÃES, 1998).
As evidências sobre as alterações no estilo de vida, com ênfase na
alimentação e prática de atividades físicas, associadas ao aumento de esperança de
vida dos brasileiros são apontados atualmente como os principais fatores
responsáveis pelo aumento da prevalência do diabetes tipo 2 observado no país.
Portanto, a importância da prevenção primária de obesidade e diabetes no Brasil
tem sido enfatizada por diversos epidemiologistas (SARTORELLI; FRANCO, 2003).
Os hipoglicemiantes orais formam um grupo de drogas que possuem a
capacidade de reduzir os níveis glicêmicos com indicações específicas e precisas
para aqueles diabéticos tipo 2, em que a dieta e a atividade física não são
suficientes para estabelecer o equilíbrio glicêmico (MATHEUS; AHMED; VILLAR,
2001).
Segundo Costa; Almeida Neto (1998), para uso oral, os medicamentos
usados para tratar o diabetes melito são as sulfoniluréias, substâncias quimicamente
aparentadas com as sulfas, que estimulam a produção de insulina pancreática e, ao
mesmo tempo, favorecem o aumento do número de receptores (“encaixes”) de
insulina em alguns tecidos.
As sulfoniluréias são: clorpropamida, glibenclamida, glipizida, gliclazida,
glimepirida; os derivados da metiglinida e da fenilalanina: repaglinida e nateglinida;
as biguanidas: a metformina; as tiazolidinedionas: as glitazonas e os inibidores de α
glicosidase: a acarbose. As sulfoniluréias e a biguanida metformina atualmente
ainda representam as drogas mais empregadas no manuseio dos diabéticos tipo 2
(MATHEUS; AHMED; VILLAR, 2001; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES,
2006).
Os β-bloqueadores e os inibidores de enzima conversora de angiotensina
(ECA) são agentes anti-hipertensivos eficazes nos pacientes com diabetes melito.
Os β-bloqueadores oferecem várias vantagens no tratamento da hipertensão ou de
doença cardíaca entre as pessoas com diabetes; entretanto, atenuam alguns
33
componentes da resposta autônoma à hipoglicemia e podem aumentar o risco de
hipoglicemia (SHORR et al., 1997).
Os pacientes diabéticos bem controlados e sem complicações podem ser
tratados de modo similar a não-diabéticos, para a maioria dos procedimentos de
rotina (ALVES et al., 2006).
Assim sendo, o cirurgião-dentista é responsável por: reconhecer os sinais e
sintomas do diabetes, para facilitar o diagnóstico e tratamento precoces; tratar
adequadamente as condições bucais, para proporcionar boas condições funcionais,
conforto e estética ao paciente; e trabalhar em conjunto com o paciente, o médico
que o assiste e demais profissionais envolvidos no tratamento para facilitar o
controle da doença por tempo prolongado (SILVERMAN; EVERSOLE; TRUELOVE,
2004).
É dever do cirurgião-dentista realizar o encaminhamento médico para
diagnóstico ou controle de pacientes diabéticos ou descompensados, para que o
tratamento odontológico possa ser realizado com maior segurança (MELGAÇO,
2002).
2.2 Fitoterapia
“Nada é mais imaturo na ciência do que a crença de que nada pode ser
aprendido do passado.” Examinando-se o passado vê-se que a história do
desenvolvimento dos fármacos ocorreu em etapas: no começo, os vegetais eram
utilizados da maneira como eram encontrados no meio ambiente; depois, estes
passaram a ser concentrados para melhorar a intensidade e uniformidade de sua
ação. Na seqüência, à medida que os progressos da química se impunham, as
substâncias ativas puderam ser isoladas e, finalmente, utilizadas como protótipos de
moléculas sinteticamente elaboradas, as quais possuíam atividade ainda maior
(TYLER, 1999).
A origem do conhecimento do homem sobre as virtudes das plantas é muito
diversa e curiosa. Muitas foram as fontes que o facilitaram: a inspiração, o instinto, o
ensinamento dos animais, as analogias de cor, forma exterior, gosto, etc. Junto a
estas causas principais é necessário colocar outras de não menos importância: a
casualidade, as tentativas, a observação e, por fim, este conjunto de modalidades
34
que constitui o empirismo, sobre o qual, queira-se ou não, se estabelece sempre a
medicina (MORGAN, 2003).
Nos últimos anos, constata-se o ressurgimento do emprego de plantas
medicinais e de fitoterápicos. O consumo dessas plantas teria sido a primeira forma
de uso de medicamentos de que se tem notícia. Muitas descobertas foram feitas
pela necessidade de se obterem novas fontes de alimentos, mas provavelmente, um
número expressivo deveu-se à curiosidade humana. Em documentos arqueológicos,
registram-se fatos a partir do ano 3000 antes de Cristo, o que possibilita afirmar que
muitos povos, há milênios, tinham o conhecimento do poder curativo de diversas
plantas (ARAÚJO, 1999).
As plantas têm sido, desde a antigüidade, um recurso ao alcance do ser
humano. Ao longo dos milênios, o homem, empiricamente, aprofundou seus
conhecimentos para a melhoria nas condições de alimentação e cura de suas
enfermidades, demonstrando uma estreita relação entre o uso de plantas e sua
própria evolução (DEVIENNE; RADDI; POZETTI, 2004). Atualmente, as descobertas
de várias substâncias de origem vegetal, indicadas pelo uso popular, tiveram suas
atividades farmacológicas cientificamente comprovadas (MIGUEL; MIGUEL, 1999).
A partir de uma perspectiva histórica, a produção de medicamentos e o
tratamento farmacológico de doenças começaram com o uso de plantas medicinais.
Métodos populares de cura, praticados pelos povos da região do Mediterrâneo e do
Oriente, encontraram expressão no primeiro compêndio de plantas medicinais
europeu (SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).
Etimologicamente, a palavra fitoterapia vem do grego phytos, que significa
plantas, e terapia, que significa cuidado ou tratamento. A fitoterapia é o tratamento
do estado geral do organismo e do sintoma por meio das plantas. Portanto, trata-se
da arte de curar por meio das plantas medicinais (SALLÉ, 1996).
Para Eldin; Dunford (2001), a fitoterapia pode ser definida como o estudo e a
aplicação dos efeitos terapêuticos de drogas vegetais e derivados dentro de um
contexto holístico.
A fitoterapia era a principal opção terapêutica disponível para a população
sendo que a variabilidade inerente do sistema era considerado fato perfeitamente
normal e aceito (FONTE; CAVALLET; BIASI, 2004). A fitoterapia envolve o uso de
35
plantas, desidratadas ou em forma de extratos, que são administradas em doses
terapêuticas para combater os sintomas, sendo assim cada vez mais utilizada em
pacientes para substituir ou complementar os medicamentos convencionais
(NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população
de reduzido poder aquisitivo não tem acesso à medicina moderna e medicamentos
essenciais, recorrendo aos produtos de origem natural como única fonte terapêutica
(Di STASI, 1996).
O consumo de medicamentos de origem vegetal decorre, basicamente, do
fato desses produtos representarem terapias de menor custo em relação àquelas
normalmente oferecidas pela indústria farmacêutica. Atualmente, apenas 30% dos
medicamentos comercializados são originados direta ou indiretamente de plantas
(DEVIENNE; RADDI; POZETTI, 2004).
Define-se medicamento fitoterápico como medicamento farmacêutico obtido
por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente
matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins
de diagnóstico. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu
uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade (BRASIL,
2004).
A garantia de qualidade do material vegetal a ser processado é fundamental
na preparação de fitoterápicos, devendo considerar-se aspectos botânicos,
químicos, farmacológicos e de pureza. Por esse motivo, além do teor de substância
ativa e intensidade das atividades farmacológica e toxicológica, outros aspectos de
qualidade a serem avaliados são a carga microbiana, contaminação química por
metais pesados, pesticidas e outros defensivos agrícolas, e presença de matéria
estranha como terra, areia, partes vegetais, insetos e pequenos vertebrados ou de
produtos oriundos destes (BRASIL, 2004).
A natureza não fornece seus produtos com uma composição definida e
padronizada. Os constituintes das plantas medicinais podem variar grandemente em
razão de fatores genéticos, clima, qualidade do solo e outros fatores externos. O
material obtido das plantas medicinais cultivadas apresenta variações menores do
que o material conseguido de plantas que crescem livremente. Outra vantagem do
36
cultivo é que o aumento dos constituintes pode ser monitorado durante o
crescimento da planta, tornando possível determinar o momento ideal para a
colheita (SCHULZ; HÄNSEL; TYLER, 2002).
A transformação de uma planta em um medicamento deve visar a
preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a
constância de sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar
seu potencial terapêutico (MIGUEL; MIGUEL, 1999). Os fitomedicamentos são
produtos medicinais cujos componentes farmacologicamente ativos consistem
exclusivamente em materiais vegetais (KELLER, 1996).
2.2.1 Plantas Utilizadas no Tratamento do Diabetes Melito
Até os dias atuais, os médicos e a população em geral carecem de
informações objetivas e seguras sobre os recursos fitoterápicos para o diabetes
melito. Enquanto isso, inúmeros pacientes persistem no uso de chás de plantas para
“tratar” a doença, baseando-se na chamada sabedoria popular, aguardando quem
as queira, possa estudar, e conhecê-las cientificamente, separando em definitivo o
mito da realidade quanto aos seus riscos e benefícios (BRAGANÇA, 1996).
Na medicina chinesa tradicional, 82 plantas medicinais têm sido usadas como
medicamentos naturais para o tratamento do diabetes melito e suas complicações
(LI et al., 2004).
Muitas espécies de plantas têm sido usadas etnofarmacologicamente ou
experimentalmente para tratar os sintomas do diabetes melito. O mecanismo de
ação pelos quais as plantas baixam a glicemia podem ser atribuídos aos seguintes
fatores: aumento da liberação de insulina através da estimulação das células beta
pancreáticas; resistência aos hormônios que aumentam a glicemia; aumento do
número e da sensibilidade do sítio receptor de insulina; diminuição da perda de
glicogênio; aumento do consumo de glicose nos tecidos e órgãos; eliminação de
radicais livres; resistência à peroxidação dos lipídeos; correção da desordem
metabólica causada em lipídeos e proteínas e estímulo ao aumento da microcirculação do sangue no organismo (NEGRI, 2005).
37
No quadro 2, encontram-se as principais plantas utilizadas para o diabetes
melito no Brasil (BRAGANÇA, 1996), e em João Pessoa - PB (CARVALHO; DINIZ;
MUKHERJEE, 2005).
Quadro 2: Principais plantas utilizadas para o Diabetes Melito no Brasil e em João
Pessoa - PB.
Nome Científico
Nome
Popular
Parte
Usada
Estudos in vivo
Autor - Ano
Chrysobalanus iaco
L
Abagiru
Folhas
Clínicos
PRESTA, 1986
Allium sativum L
Alho
Bulbo
GROVER et al., 2002; BRAGANÇA,
1996
Aloe sp
Babosa
Folhas
Pré-clínicos;
pré-clínicos e
clínicos
Pré-clínicos
Chataranthus
roseus L G Don
Anacardium
occidentale L
Baccharis
genistelloides P
Boa noite
Folhas
Pré-clínicos
Cajueiro
Cascas
Carqueja
Planta
inteira
Clínicos
BRAGANÇA, 1996
Allium cepa L
Cebola
Bulbo
Pré-clínicos
Eucaliptus globulus
Labill
Annona muricata L
Eucalipto
Folhas
Pré-clínicos
AUGUSTI, 1973; KUMARI et al.,
1995; GROVER et al., 2002
GRAY & FLATT, 1998
Graviola
Folhas,
fruto
Cissus verticillata L
Insulina
vegetal
Folhas
Pré-clínicos;
clínicos
Mormodica
charantia L
Melão-desãocaetano
Pata de
vaca
Fruto
Pré-clínicos
Folhas
Pré-clínicos
MODESTO-FILHO, 1989; LINO et
al., 2004; SILVA et al., 2002
Pré-clínicos
RAPHAEL et al., 2002; GROVER et
al., 2001
Bauhinia forticata L
Phillanthus sp
Quebrapedra
Bumelia sartorum
Mart
Punica granatum L
Quixaba
RAJASEKARAN et al., 2004;
GROVER & VATS, 2001
NAMMI et al., 2003
BARBOSA, 1988
BRAGANÇA, 1996
BELTRAME, 2001 PEPATO et al.,
2003; VASCONCELOS, 2004;
LIMA, 2007
DAY et al., 1990; GROVER et al.,
2002
ALMEIDA et al., 1985; NAIK et al.,
Casca de
Pré-clínicos
raiz
1991; MODESTO-FILHO, 1989
JAFRI et al., 2000
Romã
Raiz, caule
Pré-clínicos
e folhas
Bowdichia
Sucupira
Casca do
Pré-clínicos
BRAGANÇA, 1996
virgiloides Kunth
caule
Fonte: BRAGANÇA, 1996; CARVALHO; DINIZ; MUKHERJEE, 2005.
38
Cissus verticillata (L.) é uma planta originária da República Dominicana
(GARCIA, 2000; CANO; VOLPATO, 2004). O gênero Cissus é o maior da família
Vitaceae, sendo constituído de cerca de 350 a 400 espécies de trepadeiras, com
uma distribuição pantropical (BELTRAME et al., 2001).
A classificação botânica da espécie Cissus verticillata (L.), encontra-se
discriminada no quadro 3, abaixo.
Quadro 3: Classificação da espécie Cissus verticillata (L.).
Classificação da Espécie Cissus verticillata (L.)
Divisão
Magnoliophyta
Classe
Magnoliopsida
Subclasse
Rosidae
Ordem
Rhamnales
Família
Vitaceae
Gênero
Cissus
Espécie
Cissus verticillata (L.)
Nome vernacular
“Insulina”
Fonte: VASCONCELOS, 2004.
Atualmente, Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Jarvis apresenta como
sinônimo Cissus sicyoides (MIKICH; SILVA, 2001). De acordo com Lorenzi; Matos
(2002), são sinônimos da espécie Cissus verticillata (L.): Cissus canescens Lam.,
Cissus compressicaulis Ruiz & Pav., Cissus ovata Lam., Cissus smilacina Kunth,
Cissus tamoides Cambess., Cissus umbrosa Kunth, Phoradendron verticillatum (L.)
Ducke, Spondylantha aphylla C. Presl, Viscum vertticillatum (L.), Vitis sicyoides (L.)
Baker.
Na medicina popular, o chá das partes aéreas do Cissus verticillata (L.) é
utilizado
como
antiinflamatório,
antiepiléptico,
antihipertensivo,
antireumático e antidiabético (SILVA; AKISUE; OGA, 1996).
antitérmico,
39
Foi verificada a influência da adubação com nitrogênio e fósforo na produção
de biomassa e de mucilagem em plantas de Cissus verticillata (L.) e, como
resultado, a produção de mucilagem respondeu positivamente ao aumento das
concentrações de nitrogênio e fósforo, atingindo o maior conteúdo nas mesmas
concentrações que proporcionaram o maior ganho de biomassa foliar e de parte
aérea total (ABREU et al., 2002).
Vários estudos farmacológicos de ação hipoglicemiante e antilipêmico têm
sido realizados com extratos fluidos, decocto, infuso e extrato aquoso de Cissus
verticillata (L.), em ratos normais e diabéticos, tanto de forma aguda como crônica,
verificando-se a diminuição da glicemia e dos triglicerídeos nos mesmos. Também
observou-se, em estudos farmacológicos, que a composição química das folhas e
dos talos não se alterou, nem mesmo qualitativamente durante a secagem. Os
autores concluem que os resultados justificam o uso popular de Cissus verticillata
(L.) e o potencial benefício dessa planta na medicina alternativa e no tratamento do
diabetes melito tipo 2 (BRAGANÇA, 1996; SILVA; AKISUE; OGA, 1996; LIZAMA;
MARTINEZ; PEREZ, 2000; BELTRAME et al., 2001; PEPATO et al., 2003; VIANA et
al., 2004).
Pepato et al. (1998) realizaram estudos com Cissus verticillata (L.) para
avaliar o pressuposto efeito “antidiabetogênico”. Os ensaios farmacológicos foram
realizados para observar o efeito da administração oral prolongada do decocto das
folhas (150 ml/L de água) de Cissus verticillata (L.) a ratos diabéticos (50 mg/kg de
peso de estreptozotocina por via endovenosa), sobre o metabolismo dos
carboidratos durante 30 dias. Também investigaram o efeito da administração prévia
do decocto quando o grupo escolhido aleatoriamente como experimental recebeu,
por cinco dias, o decocto como substituto da água e, em seguida, os animais foram
tornados diabéticos. Nesses experimentos, semanalmente, durante 30 dias,
determinou-se a glicemia e a glicosúria e, quando do sacrifício dos animais, o
glicogênio hepático. O tratamento crônico com Cissus verticillata (L.) melhorou a
glicemia, o que se refletiu na redução da glicosúria, porém o mecanismo de ação
não ocorre por uma redução da glicogenólise e/ou aumento na síntese de
glicogênio.
No norte do Paraná, a Cissus verticillata (L.) é conhecida como insulina e o
chá das partes aéreas é utilizado no tratamento do diabetes melito tipo 2, cuja
40
prevalência alcança 7% da população acima de 40 anos. O uso popular da Cissus
verticillata (L.) ocorre concomitantemente ou em substituição ao tratamento médico
convencional (BELTRAME et al., 2001).
A atividade antidiabética e antibacteriana de Cissus verticillata (L.) foi avaliada
por Beltrame et al. (2002), constatando-se que em ratos diabéticos que receberam,
por quatro semanas, o extrato aquoso (15%) das partes aéreas da planta, os níveis
séricos de glicose não foram alterados pelo tratamento, enquanto os níveis de
colesterol e triglicerídeos foram aumentados. Os autores isolaram dois compostos da
parte aérea da planta (β-Sitosterol e Sitosterol-β-D-glucopiranosídeo), os quais
demonstraram atividade antibacteriana contra o Bacillus subtilis, com concentrações
inibitórias mínimas de 50μg/mL e 100μg/mL, respectivamente.
Vasconcelos et al. (2002) realizaram estudo etnofarmacológico de Cissus
verticillata (L.) na cidade de João Pessoa – PB e constataram que a população usa
as folhas, ilustradas na Figura 2, sob as formas de infusão e decocção, para o
tratamento de diabetes melito.
Figura 2: Apresentação das folhas e frutos da Cissus verticillata (L.).
Nesse mesmo estudo, a ingestão do infuso, preparado com 1,0 grama de pó
das folhas (3 folhas secas) em 150 mL de água, uma vez ao dia, corresponderia à
posologia mais utilizada da planta. Sendo assim, os autores realizaram preparações
semelhantes às utilizadas pela população. Determinaram o peso seco de várias
amostras de 1,0 mL, e o material obtido pesou em média 1,8 mg de sólidos. Como o
ser humano (peso médio dos voluntários do estudo era de 60 kg) ingere cerca de
uma xícara (150 mL) do infuso/dia, concluíram que a dose de uso popular era de
41
4,5mg/kg/dia. Os autores também reproduziram em laboratório a posologia e
verificaram que três folhas grandes representam 1,0 grama de pó das folhas e
atribuíram à Cissus verticillata (L.) a denominação de alimento com propriedade de
saúde.
De acordo ainda com os estudos de Santos (2007), em ensaios clínicos de
fase II com as folhas de Cissus verticillata (L.) em indivíduos intolerantes à glicose e
diabéticos tipo 2, constatou-se que a Cissus verticillata (L.) não causou alterações
clínicas, hematológicas, bioquímicas gerais e eletrocardiográficas, confirmando a
segurança da utilização da mesma, como alimento, pela população.
Diversos são os fatores que interferem nas dosagens habitualmente utilizadas
pelos profissionais de saúde abertos à fitoterapia, dentre eles, o peso corporal do
paciente. Segundo o peso do paciente, as doses podem variar e induzir o sucesso
ou o fracasso do tratamento. Para um adulto de 65 kg, uma dose por dia é
habitualmente recomendada (SALLÉ, 1996).
Em ensaios realizados para determinar o grau de toxicidade – investigação da
dose letal 50% (DL
50),
apresentado pela fração aquosa das folhas (FAF) de Cissus
verticillata (L.), observou-se que não houve mortes dos camundongos Swiss em
nenhuma das duas vias de administração utilizadas – oral e intraperitoneal,
demonstrando assim que o produto avaliado possui toxicidade aguda relativamente
baixa (VASCONCELOS et al., 2007).
Almeida et al. (2007), realizaram estudos com as partes aéreas de Cissus
verticillata (L.) avaliando o efeito do extrato hidroalcoólico em ratas grávidas e suas
crias, utilizando os seguintes parâmetros: duração da gestação, número de crias
para incubar, ganho de peso materno, reflexo postural, dia de abertura de olhos e
dia de passagem para a fase adulta. Os resultados mostraram que Cissus verticillata
(L.) não exerce nenhum efeito no índice de fertilidade. Porém, todas as doses (300,
600 e 1000 mg/kg) haviam promovido alteração no reflexo postural, mas não no
parâmetro “abertura dos olhos”, nem na passagem à fase adulta, que é uma
importante fase de desenvolvimento neurológico para a cria. A Cissus verticillata (L.)
não modificou a temperatura corpórea, nem a deambulação do animal em todos os
períodos.
Os estudos feitos com as plantas medicinais usadas, tradicionalmente, no
tratamento do diabetes melito demonstraram que, em sua maioria, estas possuem
42
característica hipoglicemiante, confirmando a utilização das mesmas como
antidiabéticas na medicina popular (NEGRI, 2005).
O estímulo ao uso dos fitoterápicos tem como objetivo: prevenir, curar ou
minimizar os sintomas das doenças, com um custo mais acessível à população e
aos serviços públicos de saúde, comparativamente àqueles obtidos por síntese
química que são, em geral, mais caros devido às patentes tecnológicas envolvidas
(TOLEDO et al., 2003).
Portanto, dando continuidade aos estudos de Cissus verticillata (L.), e
respaldados pela legislação aplicável, de acordo com as Diretrizes e Normas
Regulamentadoras das Pesquisas envolvendo Seres Humanos dispostas nas
Resoluções N° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, nos propusemos a realizar
estudos de avaliação dos efeitos produzidos pela Cissus verticillata (L.) (Vitaceae),
através de testes de concentração de glicose na saliva e no sangue dos pacientes
portadores de diabetes melito tipo 2.
2.3 Saliva
A saliva é uma secreção exócrina mucoserosa, levemente ácida, composta
por 99% de água e 1% de substâncias orgânicas (proteínas, lipídeos e carboidratos)
e inorgânicas (eletrólitos como o sódio, potássio, cálcio, magnésio, bicarbonato e
fosfatos). Estão presentes, ainda, imunoglobulinas, enzimas, mucinas e os produtos
nitrogenados como uréia e amônia (PAJUKOSKI et al., 1997; SONESSON;
ELIASSON; MATSSON, 2003).
Na Tabela 2, podemos evidenciar a composição média da saliva humana
mista, assim como os valores normais para o plasma.
43
Tabela 2: Composição média da saliva humana mista e valores normais para o
plasma.
Não-estimulada (%)
Estimulada (%)
Água
99,4
99,5
Sólidos
0,6
0,5
Gravidade Específica
1.002-1.008
Média do PH
Variação do PH
6.7
6.2 - 7.6
Saliva (mM)
Plasma (mM)
2+
1-2
2.5
2+
0.2 - 0.5
1.0
+
6 - 26
140
14 - 32
4
1-7
0.03
2 - 23
2
17 - 29
103
2 - 30
27
0.0005 - 0.005
0.001
0.1 - 2.0
_
Uréia (Adultos)
2-6
5
Uréia (Crianças)
1-2
_
Ácido Úrico
0.2
3
Aminoácidos
1-2
2
Glicose
0.05
5
Lactato
0.1
1
Ácidos Graxos
(mg/l)
10
3000
Proteínas
1400 - 2000
70000
Glicoproteínas
110 - 300
1400
Amilase
380
_
Lisozima
109
_
Peroxidase
3
_
IgA
194
1300
IgG
14
13000
IgM
2
1000
Lipídeos
20 - 30
5500
Inorgânicas
Ca
Mg
Na
+
K
+
NH4
2HPO4
H2PO4 &
Cl
-
HCO3
F
-
SN
Orgânicas
Macromoléculas
Fonte: EDGAR; O´MULLANE, 1996.
-
44
Estes componentes reagem tendo sua função relacionada nas seguintes
áreas: (1) bicarbonatos, fosfatos e uréia modulam o pH e a capacidade tampão da
saliva; (2) macromoléculas de proteínas e mucinas servem para limpar, agregar,
e/ou unir os microorganismos orais e contribuir para o metabolismo da placa dental;
(3) cálcio, fosfato e proteínas trabalham juntos como um fator de antisolubilidade e
modulam a desmineralização e remineralização; e (4) as imunoglobulinas, proteínas
e enzimas favorecem a ação bactericida (HUMPHREY; WILLIAMSON, 2001).
De acordo com Camargo; Pupo; Bussoloti Filho (2005) há dois tipos de
glândulas salivares: maiores e menores. As menores são responsáveis por apenas
10%
de
toda
a
produção
salivar
e
são
totalmente
compostas
por
mucopolissacarídeos; as glândulas salivares maiores correspondem aos 90%
restantes e são as parótidas (serosas: ricas em eletrólitos e pobres em mucinas), as
submandibulares e as sublinguais (seromucosas: apresentando eletrólitos e
mucopolissacarídeos). As glândulas submandibulares são principalmente serosas e
as sublinguais são principalmente mucosas (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001).
As glândulas salivares são inervadas por fibras nervosas parassimpáticas e
simpáticas. Estímulos diferentes produzem índices de ativação diferentes entre os
dois tipos de nervos (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001). Quando há predominância
da inervação simpática, a secreção salivar contém mais proteínas das células
acinares, sendo a saliva mais viscosa, enquanto que, no predomínio da inervação
parassimpática, é produzida uma secreção mais aquosa (CARLSON, 2000).
Várias funções são atribuídas à saliva, dentre elas: função digestiva,
lubrificante, solvente para substâncias com propriedade de sabor, defesa contra
microorganismos virulentos que invadem a cavidade oral, limpeza oral (diluindo
substâncias introduzidas na cavidade oral), além de proteção da cavidade bucal
contra danos causados por alterações do pH devido à sua capacidade tampão
(THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001).
O fluxo salivar adequado é reconhecidamente um componente essencial para
a mastigação normal, paladar e deglutição. A saliva é fundamental para a
lubrificação e proteção da mucosa bucal, neutralização de ácidos nocivos que
podem provocar o desenvolvimento de lesões cariosas e destruição de
microorganismos. A diminuição do fluxo salivar pode aumentar a suscetibilidade às
úlceras
bucais,
infecções
bacterianas,
virais,
(SILVERMAN; EVERSOLE; TRUELOVE, 2004).
fúngicas
e
cáries
dentárias
45
Diariamente, um indivíduo produz, em média, cerca de 0,5 a 1,0 litro de saliva
(PORTER; SCULLY; HEGARTY, 2004; FEJERSKOV; KIDD, 2007). As menores
taxas de fluxo salivar são encontradas no início da manhã quando comparadas
àquelas do final da tarde. Estudos mostram que esse aumento se dá nas primeiras
horas do dia, em torno de 25 a 50% ou cerca de 0,1mL/minuto (FLINK;
TEGELBERG; LAGERLOF, 2005).
Inúmeras são as técnicas de coleta salivar. A explicação do método a ser
realizado é fundamental, uma vez que o estresse é um dos mais importantes fatores
de hipossalivação momentânea (CAMARGO; PUPO; BUSSOLOTI FILHO, 2005).
Os métodos de coleta de saliva constituem-se maneiras através das quais
podemos mensurar tanto parâmetros biológicos dos componentes da saliva como
modificações do volume do fluxo salivar. Constitui um procedimento não-invasivo, de
fácil obtenção e, quando comparado ao exame de sangue e urina, é um processo de
fácil aceitação por parte da pessoa examinada, podendo ser aplicada várias vezes
na mesma pessoa (SANTOS et al., 2007).
No tocante à coleta de saliva, esta pode ser feita de forma estimulada ou não
estimulada. A estimulação da produção de saliva pode ser feita de forma mecânica
(goma de mascar, parafina, látex) ou química (ácido cítrico). A estimulação afeta a
quantidade da saliva produzida, portanto, alguns de seus constituintes também são
alterados (MANDEL, 1989). A coleta não estimulada é feita sem estímulos exógenos
e o fluxo salivar pode ser alterado por estímulos olfatórios, exposição à
luminosidade, posição do corpo e ciclo circadiano (KAUFMAN; LAMSTER, 2000).
Obviamente, é mais ou menos impossível obter “saliva verdadeiramente em
repouso”, uma vez que, durante a consciência, o fluxo da saliva é sempre
influenciado por algum tipo de estímulo. Entretanto, a saliva colhida sem nenhum
estímulo mastigatório ou gustativo, simplesmente salivando passivamente dentro de
um cilindro, é um indicador mais confiável de fluxo salivar reduzido e hipossalivação,
do que a saliva estimulada (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001).
O diabetes melito tipo 1, como tal, não danifica as glândulas salivares ao
ponto da hipossalivação poder ser identificada como conseqüência normal dessa
doença. A secreção salivar reduzida é típica apenas durante períodos de
desequilíbrio do diabetes, ou devido ao ataque da doença. Durante esses períodos,
é comum o aumento dos níveis de glicose nas secreções salivares (THYLSTRUP;
FEJERSKOV, 2001).
46
O provável mecanismo pelo qual ocorre um aumento da glicose na saliva dos
diabéticos é explicado pelo fato de a glicose ser uma pequena molécula capaz de se
deslocar facilmente pela membrana dos vasos sangüíneos, que se encontra com
uma permeabilidade aumentada, passando do soro sangüíneo para o fluido
gengival, via sulco gengival, chegando à saliva (BELAZI et al., 1998).
Dodds; Yeh; Johnson (2000) desenvolveram estudos com o propósito de
determinar se a composição e saída de saliva são alteradas em pacientes com
diabetes melito tipo 2, por comparação com um grupo controle não-medicado e
saudável, e também um grupo de hipertensos. Os autores identificaram 233 sujeitos
com diabetes melito tipo 2, 227 com hipertensão e 240 sujeitos saudáveis de
controle. Os resultados demonstraram que tanto os sujeitos diabéticos como os
hipertensos submetidos tinham reduzido a estimulação e não estimulação da saliva
submandibular/sublingual. Aumentos significativos nas concentrações de um número
de componentes de proteínas foram encontrados nos sujeitos diabéticos,
especificamente, SP lactoferrina, mieloperoxidase (MPO), e peroxidase salivar
(SPO), assim como proteína, albumina, lactoferrina e secreção de IgA. Os pacientes
diabéticos podem estar mais inclinados à secura oral e infecções que nãodiabéticos.
Fiske (2004) e Kadir et al. (2002) enfatizam que os níveis acentuados de
glicose na saliva são indicadores importantes de DM e estão diretamente
relacionados a problemas como cárie e doenças periodontais. Estes autores
desenvolveram um estudo que indicou claramente que os valores de glicose na
saliva em diabéticos são alterados e que o controle da doença não melhora de forma
significativa esse aspecto.
Carda et al. (2006) desenvolveram um estudo a fim de comparar os
resultados bioquímicos na saliva em um grupo de amostra de diabéticos contra a
saliva de um grupo controle constituído por pacientes não diabéticos; estabelecer se
as perturbações bioquímicas salivares são relacionadas com o controle metabólico;
determinar se as variáveis orais e periodontais encontradas estão relacionadas com
os distúrbios bioquímicos da saliva; e estabelecer a utilidade de medir a bioquímica
salivar de pacientes com diabetes melito tipo 2, como um parâmetro opcional para
avaliar o estado metabólico. Com respeito às variáveis clínicas estudadas foi
verificado que o tempo de evolução do diabetes melito teve uma significativa
correlação com o controle metabólico. Na amostra de pacientes diabéticos foi
47
verificado que a maioria dos resultados para a bioquímica salivar era normal para:
glicose, amilase, sódio, potássio e cloreto. Enquanto as proteínas totais e a uréia
foram aumentadas e, só para a albumina, a maioria de pacientes teve uma
concentração diminuída. No grupo controle foi encontrado que, para a maioria dos
pacientes,
os
parâmetros
bioquímicos
salivares
estudados
estavam
em
concentrações normais. Com exceção da albumina e proteínas totais que foram
diminuídos.
Os parâmetros salivares (pH, fluxo salivar, concentração de glicose e
capacidade tampão) foram avaliados em indivíduos portadores de diabetes melito
tipo 2 controlados (DC) e não controlados (DNC), em comparação com um grupo de
indivíduos não portadores de DM. Dentre os parâmetros salivares estudados,
apenas o fluxo salivar e a concentração de glicose salivar são significativamente
diferentes em indivíduos diabéticos em comparação com o grupo de indivíduos
saudáveis. O controle do status do DM não aumenta o fluxo, nem reduz a
concentração de glicose salivar (BERNARDI et al., 2007).
Estudos desenvolvidos por Moreira et al. (2007), com o propósito de avaliar o
fluxo salivar e comparar as taxas de glicose salivar e sangüínea em pacientes
diabéticos tipo 1 e pacientes controles saudáveis, pareados em idade e sexo,
demonstraram que a concentração de glicose na saliva dos diabéticos foi maior
quando comparado ao grupo controle.
Avaliando as taxas de glicose salivar em 40 pacientes diabéticos tipo 2, 20
obesos e 20 não obesos, e comparando-as às dos 22 indivíduos pertencentes ao
grupo controle, Aydin (2007) concluiu que os níveis de glicose salivar foram
significativamente mais altos nos diabéticos (obesos e não obesos).
Vasconcelos (2007), realizou estudo com a finalidade de comparar a
concentração de glicose salivar e sangüínea, o fluxo salivar e a xerostomia em
pacientes diabéticos tipo 2 e não diabéticos, igualados em gênero e idade. Os
resultados demonstraram que os pacientes diabéticos apresentaram concentração
de glicose salivar significativamente mais elevada do que os não diabéticos, assim
como redução do fluxo salivar total em repouso e estimulado quando comparados
com o grupo controle; e que não houve diferença estatisticamente significante
quanto à presença de xerostomia entre os diabéticos e não diabéticos.
48
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral:

Analisar a eficácia da planta Cissus verticillata (L.) (Vitaceae), em
pacientes com diagnóstico de Diabetes Melito tipo 2, através da
concentração de glicose na saliva e no sangue, comparando-os entre
si.
3.2 Objetivos Específicos:

Verificar a influência da planta Cissus verticillata (L.) (Vitaceae) em
pacientes portadores de Diabetes Melito tipo 2 sobre a concentração
de glicose na saliva e no sangue.

Comparar os efeitos produzidos pela planta Cissus verticillata (L.)
(Vitaceae) em pacientes com Diabetes Melito tipo 2, com os efeitos
produzidos pela glibenclamida em um grupo controle, através dos
níveis de glicose na saliva e no sangue.

Comparar a concentração de glicose na saliva com a concentração de
glicose encontrada no sangue dos pacientes de ambos os grupos.
49
4 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo clínico, experimental, comparativo e descritivo do tipo
longitudinal.
Todas as fotos da pesquisa foram realizadas pela própria pesquisadora.
4.1 Considerações Éticas
O presente projeto foi apresentado ao Comitê de Ética do Centro de Ciências
da Saúde, da Universidade Federal da Paraíba, sendo desenvolvido observando-se
as exigências éticas e científicas com seres humanos preconizadas pela Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, no que se refere aos princípios éticos de
beneficência, respeito à dignidade humana e justiça (BRASIL, 1996). Obteve-se
parecer favorável, com protocolo de número 0346 (Anexo 1).
O estudo contou com a participação livre e espontânea dos pacientes, após
convite realizado pela pesquisadora, para participar da pesquisa científica intitulada
“Avaliação da Eficácia da Cissus verticillata (L.), em portadores de diabetes melito
tipo 2, através da concentração de glicose na saliva e no sangue”, sendo explicado
aos mesmos o objetivo da pesquisa, sua importância e o risco de sua participação.
Após os devidos esclarecimentos, os voluntários assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice 1), concordando em participar do
estudo e autorizando a divulgação dos resultados da experiência em eventos e
periódicos de divulgação científica.
Durante todo o curso dos experimentos, os voluntários foram instruídos ainda
a comunicarem à pesquisadora qualquer sinal ou sintoma clínico que porventura
apresentassem.
4.2 Caracterização Geral da Área de Estudo
A pesquisa foi desenvolvida no município de Patos/PB, o qual se situa a uma
distância de 301 Km de João Pessoa; e sua sede localiza-se na região central do
estado com vetores viários interligando toda a Paraíba, viabilizando o acesso aos
Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará (Figura 3).
50
Fonte: http://www.a-paraiba.com/diretorio/index.php?cat_id=1&cat_id_thm=1&x=1&y=1.
Figura 3: Mapa da Paraíba, demonstrando a localização da cidade de Patos - PB.
A extensão territorial deste município é de 513 Km², e sua população total
corresponde a 97.276 habitantes, de acordo com o senso do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2007, sendo 93.605 habitantes na zona urbana e
3.671 habitantes na zona rural.
O município de Patos possui 32 postos de atendimento básico de saúde,
distribuídos em todos os bairros da cidade. Em todos eles, existem equipes do
Programa Saúde da Família (PSF), integradas por médicos, enfermeiros, dentistas e
agentes comunitários de saúde, que visitam as famílias e fazem o acompanhamento
pré-natal e de clínica médica geral.
O estudo foi desenvolvido com a autorização do secretário municipal de
saúde, Sr. José Francisco de Sousa (Anexo 2), e com o apoio da Secretaria
Municipal de Saúde localizada na Rua. Doutor João Soares, n° 167 – Bairro Jardim
Califórnia, Cep. 58.700-310, Patos/PB.
4.3 População de Estudo
De acordo com os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica
(SIAB), o município de Patos apresenta, atualmente, 1.002 pacientes portadores de
diabetes melito cadastrados, dos quais 975 são acompanhados pelos profissionais
do Programa Saúde da Família.
A amostra deste estudo foi constituída por 18 novos pacientes portadores de
diabetes melito tipo 2, residentes no município de Patos/PB e que se apresentaram,
51
a partir do momento de iniciação da pesquisa, nas Unidades de Saúde do município,
sendo
devidamente
diagnosticados,
cadastrados
e
acompanhados
pelos
profissionais que integram as Equipes de Saúde da Família do PSF. Os pacientes,
de ambos os sexos, estavam compreendidos na faixa etária de 30 a 80 anos de
idade.
Em se tratando do diagnóstico, os Agentes Comunitários de Saúde realizaram
continuamente a busca ativa de novos casos de pacientes portadores de diabetes
na área de abrangência e, de acordo com a sintomatologia descrita pelos mesmos,
estes foram encaminhados para as Unidades de Saúde de suas respectivas áreas,
onde foram consultados pelo médico. De acordo com a consulta e com os sinais e
sintomas apresentados pelo paciente foram solicitados exames complementares,
dentre eles a glicemia em jejum. Sendo positivo o resultado desses exames, iniciouse o tratamento.
4.4 Critérios de Inclusão
Na pesquisa foram incluídos pacientes de ambos os sexos, compreendidos
na faixa etária entre 30 e 80 anos de idade, com diagnóstico de diabetes melito tipo
2, com uma glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL. Indivíduos que deram o seu
consentimento livre e esclarecido por escrito e que se comprometeram em seguir o
protocolo experimental.
4.5 Critérios de Exclusão
Foram considerados critérios de exclusão, os pacientes que demonstraram
alterações laboratoriais nos exames de análises clínicas, que revelaram disfunção
hepática, renal, alterações cardíacas, grávidas e alcoólatras (100 mg de álcool / dL
de sangue) (GOODMAN; GILMAN, 1987).
52
4.6 Desenvolvimento do Estudo
O estudo foi desenvolvido no período de Março de 2009 a Outubro de 2009,
envolvendo os pacientes portadores de Diabetes Melito tipo 2, de ambos os sexos,
sem discriminação de cor.
4.7 Instrumento de Coleta de Dados
Para a operacionalização do presente estudo, utilizamos um questionário
elaborado pelos pesquisadores (Apêndice 2), contendo informações dos pacientes
quanto à identificação e estado de saúde geral. Os pacientes portadores de diabetes
melito tipo 2 foram distribuídos em dois grupos distintos, sendo um grupo controle,
constituído por 7 pacientes, que administraram um medicamento já testado
anteriormente (glibenclamida), com uma concentração de um comprimido de 5mg no
turno da manhã, por via oral, conforme prescrição médica. E um grupo experimental,
composto por 11 pacientes, que administraram, diariamente, no turno da manhã, o
infuso das folhas da planta Cissus verticillata (L.) (Vitaceae), sob a forma de chá. Os
resultados dos dois grupos foram então comparados, determinando se o
medicamento em teste realmente apresenta algum efeito significativo. Os pacientes
utilizaram o medicamento standart (glibenclamida) e o infuso das folhas de Cissus
verticillata (L.) por um período de oito semanas.
4.8 Material Botânico Cissus verticillata (L.) (Vitaceae)
O material botânico utilizado nos experimentos foi as folhas de Cissus
verticillata (L.), obtido no Horto de Plantas Medicinais do Laboratório de Tecnologia
Farmacêutica (LTF) “Delby Fernandes de Medeiros” da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), onde a planta é cultivada. A identificação botânica da planta foi
realizada pela Professora Drª. Maria Regina de Vasconcelos Barbosa, Curadora do
Herbáreo do Departamento de Sistemática e Ecologia (Anexo 3). Amostras
representativas das exsicatas foram depositadas no Herbáreo Lauro Pires Xavier,
localizado no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN/UFPB), sob número
no JPB – 39986.
53
4.8.1 Obtenção dos “sachês do chá” de Cissus verticillata (L.)
As folhas foram desidratadas em estufa com ar circulante, a 38˚C, por 72
horas, e trituradas em moinho tipo Harley, sendo o rendimento médio de 17%
aproximadamente (Figura 4).
Figura 4: Rendimento médio de 17% das folhas da planta Cissus verticillata (L.)
Uma vez trituradas, as folhas secas foram encaminhadas para a APLAF –
Comércio e Indústria Ltda, localizada no município de Itatiba – São Paulo, empresa
responsável pela confecção e controle de qualidade dos “sachês do chá” de Cissus
verticillata (L.). Os sachês individuais continham 1 grama do pó das folhas e foram
confeccionados com papel filtro de uso específico. Os sachês da referida planta
foram a matéria prima para o desenvolvimento do presente estudo (Figura 5).
54
Figura 5: Sachês do chá de Cissus verticillata (L.), confeccionados pela APLAF São Paulo.
4.8.2 Preparação do Infuso
O infuso de Cissus verticillata (L.), utilizado na pesquisa, foi preparado pelo
próprio voluntário, mediante informações da pesquisadora.
Distribuiu-se aos voluntários uma xícara padronizada para o preparo da
infusão que consistiu em verter a água em ebulição (150mL) sobre a folha seca
pulverizada (três folhas secas pulverizadas correspondendo ao uso popular),
e
acondicionada no sachê (1 g de pó), permanecendo a folha em contato com a água
por um tempo de 10 minutos (Figura 6). O infuso foi ingerido diariamente, no turno
da manhã em jejum, durante o período de oito semanas.
Figura 6: Infusão da planta Cissus verticillata (L.), administrada diariamente pelos
voluntários.
55
4.9 Avaliação dos Voluntários
4.9.1 Glicemia
Os pacientes que participaram da pesquisa realizaram, durante as etapas
inicial e final do tratamento, o teste de glicemia em jejum em laboratório; e, no
decorrer do mesmo, a avaliação da glicose sanguínea era realizada através do
hemo-glucoteste (glicofita), em suas residências, pela pesquisadora.
A glicemia capilar foi determinada utilizando-se o Kit GlucoDr Super Sensor
(Figura 7), com a finalidade de obter medidas quantitativas de glicose sangüínea.
Figura 7: Kit GlucoDr Super Sensor.
Antes de ser realizada a avaliação da glicose capilar dos pacientes,
verificava-se se o número do código no aparelho coincidia com o número do código
do frasco. Em seguida, as mãos do avaliador e do paciente eram devidamente
lavadas com água e sabão para evitar possíveis alterações nos valores obtidos.
Procedia-se a assepsia do dedo indicador da mão direita do paciente com álcool a
70%, embebido em algodão. A fita reagente era devidamente acoplada ao aparelho
medidor, com sua face impressa voltada para cima. Com o auxílio de uma lanceta,
perfurava-se o dedo indicador do paciente e tomava-se uma gota de sangue do
mesmo. A fita teste drenava automaticamente o sangue na direção da câmara de
reação e o aparelho começava, dessa forma, a medição, fornecendo o resultado em
poucos segundos. Em seguida, os resultados obtidos eram devidamente registrados
56
na ficha de acompanhamento do paciente (Apêndice 3), durante todo o período de
tratamento.
4.9.2 Coleta e Análise de Saliva
Os pacientes eram, a princípio, orientados a não comer ou beber (exceto
água) 1 hora antes da coleta salivar, assim como a não fumar ou sofrer grande
estresse físico; além de remover o batom, caso estivessem usando.
A coleta da saliva total foi realizada no período matutino, no horário
compreendido entre 6 e 9 horas. O indivíduo foi instruído a sentar-se
confortavelmente em uma cadeira comum (não odontológica), com a cabeça
levemente inclinada.
A princípio, a saliva era coletada através do método Spitting. Neste método, a
saliva é deixada acumular no soalho bucal e o paciente expele a mesma em um funil
de vidro, localizado próximo à sua boca, dentro de um tubo coletor de vidro
graduado a cada 60 segundos, de acordo com a técnica preconizada por Navazesh
(1993). Nessa etapa, o período de coleta era de aproximadamente dez a quinze
minutos. A amostra de saliva secretada durante o primeiro minuto foi desprezada
(Figura 8).
Figura 8: Coleta de saliva em repouso da paciente.
57
Em um segundo momento, a saliva era coletada empregando-se um estímulo
mastigatório, no caso, uma goma básica neutra para chicletes (o hiperbolóide). O
paciente mastigava continuamente essa goma durante, aproximadamente, cinco
minutos. No primeiro minuto, a saliva era desprezada e, nos próximos quatro
minutos, o paciente mastigava a goma básica e expelia a saliva no interior de um
coletor de vidro graduado estéril (Figura 9). O funil de vidro, assim como os coletores
de vidro eram previamente esterilizados em autoclave 12LX Dabi Atlante.
Figura 9: Coleta de saliva estimulada da paciente.
Os tubos de ensaio graduados, contendo as amostras de saliva, eram
devidamente transportados, dentro de um recipiente térmico contendo em seu
interior bolsas de gelo reciclável, até o freezer. Antes de serem armazenadas no
freezer, as salivas eram centrifugadas em uma centrífuga Excelsa Baby (Fanem
Ltda) a uma velocidade de rotação n°5, por um tempo de 5 minutos. Depois eram
retiradas dos tubos de ensaio graduados com o auxilio de uma Pipeta Pasteur de
polietileno graduada (3 mL), sendo desprezadas a espuma da saliva e o sedimento.
A saliva era então armazenada em eppendorfs (Figura 10), contendo o nome do
paciente, a data da coleta e o tipo de método empregado na coleta da saliva
(repouso e estimulada).
58
Figura 10: Eppendorfs contendo a saliva, em repouso e estimulada do paciente,
após centrifugação em centrífuga Excelsa Baby (Fanem Ltda).
No freezer, as amostras de saliva coletadas eram mantidas a uma
temperatura de -22°C. Deste, as salivas eram então encaminhadas ao laboratório
para análises volumétrica e bioquímica do material. No laboratório, as amostras
eram mantidas em freezer a -80°C.
Para determinação da glicose salivar foi utilizado o kit GLUCOSE
LIQUICOLOR da In Vitro Diagnóstica (Human do Brasil®) (Figura 11). O kit é
composto por dois recipientes contendo, cada um, 250mL de reagente enzimático
(RGT) e por um frasco contendo 3mL de padrão de glicose (SDT). As amostras de
saliva foram descongeladas, centrifugadas e, posteriormente, foram retiradas, com o
auxílio da pipeta NICHIPET EX, duas amostras de 10μL que foram colocadas em
eppendorfs previamente numerados. Em seguida, foi adicionado 1mL de reagente
enzimático em cada recipiente que continha a saliva.
59
Figura 11: Kit GLUCOSE LIQUICOLOR da In Vitro Diagnóstica (Human do Brasil®).
Foram preparadas três soluções padrões misturando-se, em eppendorfs
distintos, 1mL do reagente enzimático à 10μL do padrão glicose do kit (Glucose
Liquicolor – In Vitro Diagnóstica); e uma solução branca composta apenas pelo
reagente enzimático (1mL). A solução padrão foi utilizada na fórmula para obtenção
da taxa de glicose salivar. A solução branca tem a finalidade de calibrar o
espectrofotômetro.
Após o preparo das amostras, as mesmas foram levadas ao vibrador
DAIGGER VORTEX GENIE 2
TM
no nível de velocidade 5, por alguns segundos,
para homogeneização da saliva e do reagente enzimático. Após a homogeneização,
as amostras, assim como a solução padrão e a solução branca, foram submetidas
ao banho-maria sob a temperatura de 37oC, durante 5 minutos.
As leituras das absorbâncias das amostras salivares realizaram-se com o uso
do Espectrofotômetro UV-VIS (ultravioleta e visível) BECKMAN DU 640®, com
comprimento de onda de 500nm (Figura 12). Inicialmente, o aparelho era calibrado
com a leitura da solução branca. Em seguida, as amostras anteriormente
preparadas (10μL de saliva + 1 mL do reagente enzimático) foram colocadas em
cubetas de 1,5 mL. Antes da leitura em espectrofotômetro, procedia-se à secagem
da face lisa da cubeta com lenço de papel fino. Lembrando-se que, para cada
paciente selecionado, foram feitas duas amostras e duas leituras para obtenção de
uma média dos resultados das leituras.
60
Figura 12: Espectrofotômetro UV-VIS (ultravioleta e visível) BECKMAN DU 640®,
com comprimento de onda de 500nm.
Para obtenção da concentração da glicose salivar, foi realizado um cálculo a
partir da seguinte fórmula orientada pelo fabricante:
Concentração da Glicose em mg/dL = 100 x Absorbância da Amostra
Absorbância do Padrão
Os testes de glicose salivar foram realizados no Laboratório de Biologia
Molecular e Ecologia (LABIME) do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da
UFPB.
4.10 Análise Estatística
Para análise dos dados foram utilizadas técnicas de estatística descritiva e
inferencial. As técnicas de estatística descritiva compreenderam a obtenção de
distribuições absolutas e percentuais das variáveis nominais e a média e o desvio
padrão
das
variáveis
numéricas.
As
técnicas
de
estatística
inferencial
compreenderam a utilização dos testes t-Student para amostras independentes e
61
teste F (ANOVA) para medidas repetidas. A verificação da hipótese de igualdade de
variâncias foi realizada através do teste F de Levene.
Os dados foram digitados na planilha EXCEL e os cálculos estatísticos foram
realizados através do programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences)
na versão 15. A margem de erro utilizada na decisão dos testes estatísticos foi
5,0%.
62
5 RESULTADOS
5.1 Caracterização da Amostra
Tabela 3: Distribuição da idade dos pacientes estudados segundo o grupo, Patos PB.
Grupos
Estatísticas
Grupo Controle
Grupo Experimental
Valor de p
Média
55,29
59,82
p
Mediana
57,00
62,00
Desvio padrão
10,48
13,34
Mínimo
34
32
Máximo
67
80
(1)
= 0,459
(1): Através do teste t-Student com variâncias iguais.
Na tabela 3 verifica-se que a média da idade foi mais elevada entre os
pacientes do grupo experimental, do que os pacientes do grupo controle (59,82 x
55,29 anos); entretanto, não se comprova diferença significativa para a margem de
erro considerada (5,0%, p > 0,05).
63
Tabela 4: Distribuição dos pacientes estudados considerando-se as variáveis:
estado civil, sexo e os hábitos de tabagismo e etilismo, segundo o grupo, Patos - PB.
Variável
Grupo Controle
n
%
Grupos
Grupo Experimental
n
%
TOTAL
n
%
 Estado civil
Solteiro
Casado
Divorciado
Viúvo
2
5
-
28,6
71,4
-
1
7
1
2
9,1
63,6
9,1
18,2
3
12
1
2
16,7
66,7
5,5
11,1
 Sexo
Masculino
Feminino
2
5
28,6
71,4
2
9
18,2
81,8
4
14
22,2
77,8
 Tabagismo
Ex-fumante
Fumante
Nunca fumou
4
2
1
57,1
28,6
14,3
6
1
4
54,5
9,1
36,4
10
3
5
55,6
16,7
27,8
 Etilismo
Sim
-
-
-
-
-
-
Não
7
100,0
11
100,0
18
100,0
TOTAL
7
100,0
11
100,0
18
100,0
Observa-se na Tabela 4 que a maioria dos pacientes em cada grupo era:
casado, do sexo feminino, ex-fumante e nenhum tinha hábito de etilismo.
64
Tabela 5: Distribuição dos pacientes estudados considerando-se as variáveis:
atividade física, uso da dieta, do adoçante artificial e de medicamentos, segundo o
grupo, Patos - PB.
Grupos
Grupo Controle
Grupo Experimental
Variável
n
%
n
%
TOTAL
n
%
 Atividade física
Sim
-
-
3
27,3
3
16,7
Não
7
100,0
8
72,7
15
83,3
Sim
1
14,3
3
27,3
4
22,2
Não
6
85,7
8
72,7
14
77,8
Sim
3
42,9
4
36,4
7
38,9
Não
4
57,1
7
63,6
11
61,1
Sim
4
57,1
6
54,5
10
55,6
Não
3
42,9
5
45,5
8
44,4
TOTAL
7
100,0
11
100,0
18
100,0
 Dieta
 Adoçante artificial
 Uso de medicamento
A Tabela 5 mostra que todos os pacientes do grupo controle e a maioria do
grupo experimental não praticavam atividade física; a maioria, em cada grupo, não
fazia dieta e não utilizava adoçante artificial; e mais da metade, em ambos os
grupos, fazia uso de medicamentos.
5.2 Avaliação dos pacientes estudados segundo as taxas de Glicose no Sangue
Nesse estudo, foi realizado ainda o teste de glicemia: o hemo-glucoteste
(glicofita), estando os pacientes em jejum de 12 horas. Os valores obtidos, de
acordo com os grupos avaliados, encontram-se demonstrados na Tabela 6.
65
Tabela 6: Medidas descritivas da taxa de glicose no sangue (mg/dL) dos pacientes
estudados, segundo o tempo de avaliação e o grupo, Patos - PB.
Grupos
Tempo de
Avaliação
Grupo Controle
Média  D.P
Grupo Experimental
Média  D.P
Valor de p
Basal
192,57  38,81
(A)
150,00  55,82
7 dias
15 dias
142,14  37,57
(B)
123,29  21,71
142,18  48,81
134,91  41,29
p = 0,098
(1)
p = 0,999
30 dias
113,71  24,36
132,27  51,08
45 dias
60 dias
107,86  27,17
(C)
104,00  14,57
(B)
(BC)
(BC)
p
(3)
= 0,002*
134,00  35,71
132,64  30,34
p
(3)
(1)
p
(2)
= 0,447
p
(1)
= 0,386
(1)
p = 0,118
(1)
p = 0,034*
= 0,206
(*): Diferença significante a 5,0%.
(1): Através do teste t-Student com variâncias iguais.
(2): Através do teste t-Student com variâncias desiguais.
(3) – Através do teste F (ANOVA) para medidas repetidas.
Obs: Se todas as letras entre parêntesis são distintas existe diferenças significativas entre os tempos de
avaliação correspondentes através do teste LSD (Least significance diference).
Dos resultados contidos na Tabela 6 é possível verificar que: no grupo
controle, as médias da glicemia reduziram com o tempo de avaliação do basal até 60
dias e se comprova diferença significativa (p < 0,05), e pelos testes de comparações
múltiplas pareadas se comprova diferença significativa entre a avaliação basal com
todas as outras avaliações e entre as avaliações 7 dias com 60 dias e 15 dias com
60 dias; no grupo experimental, as médias de glicemia reduziram da avaliação basal
até a avaliação com 30 dias e, a partir desta avaliação, oscilaram até a avaliação
com 60 dias, entretanto sem diferença significativa entre os grupos. Com exceção da
avaliação basal, todas as demais médias foram mais elevadas no grupo
experimental do que no grupo controle, entretanto a única diferença significativa
ocorreu na avaliação com 60 dias (p < 0,05).
66
Tabela 7: Medidas descritivas da taxa de glicose no sangue (mg/dL) - inicial e final
realizadas no laboratório - segundo o tempo de avaliação e o grupo, Patos - PB.
Grupos
Tempo de Avaliação
Grupo Controle
Grupo Experimental
Média  D.P
Média  D.P
Inicial
258,86  64,38
188,55  75,58
p
(1)
= 0,059
Final
125,86  29,24
141,91  47,42
p
(1)
= 0,436
p
(2)
= 0,005*
p
(2)
Valor de p
= 0,034*
(*): Diferença significante a 5,0%.
(1): Através do teste t-Student com variâncias iguais.
(2) – Através do teste F (ANOVA) para medidas repetidas.
A média e o desvio padrão da glicemia nas avaliações inicial e final se
encontram na Tabela 7, onde se destaca que: na avaliação inicial, a média foi mais
elevada no grupo controle do que no grupo experimental e, na avaliação final, a
média foi mais elevada no grupo experimental do que do controle, sem diferença
estatisticamente significativa (p > 0,05); em cada grupo, a média foi mais elevada na
avaliação inicial do que final, diferenças estas que se revelaram significativas entre
as duas avaliações em cada grupo.
5.3 Avaliação dos pacientes estudados segundo as taxas de Glicose na Saliva
Analisando-se a concentração de glicose na saliva dos pacientes, levando-se
em consideração o tipo de coleta (em repouso e estimulada), chegamos aos valores
referenciados na Tabela 8.
67
Tabela 8: Medidas descritivas das taxas de glicose na saliva (mg/dL) - em repouso e
estimulada - segundo o tempo de avaliação e o grupo, Patos - PB.
Grupos
Variáveis
 Concentração de glicose
na saliva em repouso (%)
Tempo de
Grupo
Controle
Grupo
Experimental
Avaliação
Média  D.P
Média  D.P
3,27  1,30
2,29  1,02
5,69  4,48
2,39  1,71
2,73  1,72
3,86  3,33
1,81  2,55
2,70  3,36
3,47  2,22
3,48  6,00
3,38  5,60
3,46  2,21
Basal
7 dias
15 dias
30 dias
45 dias
60 dias
Valor de p
p
 Concentração de glicose
na saliva estimulada (%)
(2)
= 0,192
3,73  2,46
2,25  1,09
2,91  1,71
2,93  2,60
2,53  1,93
2,96  0,72
Basal
7 dias
15 dias
30 dias
45 dias
60 dias
Valor de p
p
(2)
= 0,543
(2)
P
(2)
(1)
p = 0,185
(1)
p = 0,765
(1)
p = 0,178
(1)
p = 0,650
(1)
p = 0,771
(1)
p = 0,762
= 0,677
2,13  1,20
3,04  1,65
3,53  2,31
4,56  7,36
2,77  1,81
3,78  2,72
P
Valor de p
(1)
p = 0,081
(1)
p = 0,279
(1)
p = 0,552
(1)
p = 0,584
(1)
p = 0,796
(1)
p = 0,456
= 0,476
(1): Através do teste t-Student com variâncias iguais.
(2) – Através do teste F (ANOVA) para medidas repetidas.
Na Tabela 8 se apresenta os resultados da concentração de glicose na saliva
em repouso e quando houve estimulação, segundo o tempo de avaliação e o grupo.
Desta tabela destaca-se que: no experimento em repouso, as médias variaram de
1,81 a 5,69% e foram correspondentemente mais elevadas no grupo controle do que
no grupo experimental nas avaliações basal, 15 dias e 60 dias; o contrário ocorreu
nas outras três avaliações que apresentaram médias mais elevadas no grupo
experimental. A maior diferença entre os dois grupos foi de 2,22% e ocorreu na
avaliação com 15 dias (de 5,69% para 3,47%). Não se comprova diferença
significativa entre os grupos para nenhuma das avaliações (p > 0,05). Quando os
resultados foram avaliados com a estimulação da saliva, as médias oscilaram de
2,13
a
4,56%
e,
com
exceção
da
avaliação
basal,
as
médias
foram
correspondentemente mais elevadas no grupo experimental; a maior diferença entre
os grupos em relação às médias ocorreu na avaliação com 30 dias, com diferença
68
de 1,63%, não se comprovando diferença significativa entre os grupos para
nenhuma das avaliações (p > 0,05).
Entre as avaliações é possível observar que: as médias no repouso oscilaram
no grupo controle, enquanto que no grupo experimental foi registrado um aumento
da avaliação basal até 30 dias (de 1,81% para 3,48%), oscilando nas duas últimas
avaliações, entretanto sem diferença significativa entre as avaliações para nenhum
dos grupos (p > 0,05). Quando a saliva foi estimulada, as médias oscilaram entre as
avaliações no grupo controle e aumentaram da avaliação basal até 30 dias no grupo
experimental (de 2,13% para 4,56%), oscilando nas duas últimas avaliações.
Entretanto, não se comprova diferença significativa entre as avaliações para nenhum
dos grupos.
69
6 DISCUSSÃO
A espécie vegetal Cissus verticillata (L.) é conhecida como insulina vegetal e
é muito utilizada pela população, na forma de infusão, para o tratamento do diabetes
melito. O presente estudo avaliou se o infuso preparado a partir das folhas de Cissus
verticillata (L.) foi eficaz em pacientes com diabetes melito tipo 2. Entretanto, foram
encontradas algumas dificuldades em discutir e correlacionar os resultados desse
trabalho com outras pesquisas, tendo em vista a escassez de estudos na literatura
envolvendo a administração do infuso dessa planta em pacientes com diagnóstico
de diabetes, sendo mais comum os estudos pré-clínicos com animais.
A avaliação farmacológica pré-clínica do potencial antidiabético das folhas de
Cissus verticillata (L.) já foi investigada e detectada por diversos autores, como
Beltrame et al. (2001) e Pepato et al. (2003).
Em
estudos
pré-clínicos,
Mori
et
al.
(2001)
verificaram
atividade
hipoglicemiante em camundongos diabéticos hereditariamente, em ratos normais e
em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina, através da administração do
extrato das folhas de Cissus verticillata (L.). O tratamento dos camundongos foi de
quatro semanas e diminuiu significativamente a glicemia dos mesmos.
Os estudos toxicológicos pré-clínicos realizados por Lima (2007), utilizando
ratos machos e fêmeas, demonstraram que o extrato hidroalcoólico (EHA) das folhas
de Cissus verticillata (L.) levou a uma ligeira redução, não significativa
estatisticamente, na glicemia dos animais tratados por 90 dias por via oral, e que
apenas as fêmeas tiveram a glicemia reduzida significativamente na dose de 13,5
mg/kg (3x a dose de uso popular) no 15° dia e no 75° dia de tratamento.
Vasconcelos (2004) observou em estudos pré-clínicos, utilizando a fração
aquosa das folhas de Cissus verticillata (L.) em camundongos Swiss machos
normais, que a glicemia teve tendência à queda sem caracterizar diferença
significativa entre o tempo basal e sete dias de tratamento. No mesmo estudo, a
pesquisadora avaliou a toxicidade do uso do chá das folhas (1g em 150 mL de água)
da referida planta em humanos, clinicamente normais, de ambos os sexos e verificou
que o infuso foi capaz de diminuir a glicemia, porém, sem diferença significativa em
um período de oito semanas.
A partir dos resultados desse estudo, demonstrando que a utilização do infuso
de Cissus verticillata (L.) leva à diminuição dos níveis de glicemia em pacientes
70
normais, ressalta-se a necessidade de estudos clínicos envolvendo pacientes com
diagnóstico de diabetes melito, a fim de se confirmar se esses mesmos resultados
se farão presentes nesse grupo de pacientes.
Nesta pesquisa, para a avaliação da glicemia dos pacientes, durante o
decorrer do acompanhamento, foi realizado o hemo-glucoteste (glicofita), estando os
pacientes em jejum de 12 horas, observando-se que, no grupo controle, as médias
da glicemia reduziram com o tempo de avaliação (basal até 60 dias), se
comprovando diferença significativa (p < 0,05). Já no grupo experimental, o infuso da
Cissus verticillata (L.) reduziu os níveis de glicemia da avaliação basal até a
avaliação com 30 dias e, a partir desta avaliação, os níveis oscilaram até a avaliação
com 60 dias. Com exceção da avaliação basal, todas as demais médias foram mais
elevadas no grupo experimental do que no grupo controle, entretanto a única
diferença significativa ocorreu na avaliação com 60 dias (p < 0,05).
Analisando-se os níveis de glicemia inicial e final, realizados em laboratório,
estando os pacientes em jejum, verificou-se que, no grupo controle, a média dos
níveis de glicemia reduziram de 258,86 para 125,86 mg/dL e, no grupo experimental,
a média desses mesmos níveis reduziram de 188,55 para 141,91 mg/dL, diferenças
estas que se revelaram significativas entre as duas avaliações em cada grupo.
Assim sendo, mesmo em proporções menores quando comparado com a ação da
glibenclamida no grupo controle, podemos afirmar que o infuso da Cissus verticillata
(L.) foi capaz de produzir um efeito hipoglicemiante no grupo experimental.
Os resultados desse estudo confirmam a ação hipoglicemiante de Cissus
verticillata (L.) em seres humanos, como havia sido determinado por Vasconcelos
(2004). Entretanto, Santos (2007) constatou em seu estudo clínico de fase aguda,
através das curvas glicêmicas traçadas, que em pacientes intolerantes à glicose, o
chá das folhas de Cissus verticillata (L.) teve efeito significativo aos 120 minutos,
porém, não houve aumento da insulinemia, além da fisiológica, sugerindo que esse
efeito não ocorreu por liberação ou secreção da mesma. Nesse mesmo estudo,
resultados da avaliação clínica durante o período de administração crônica por 30 e
60 dias, demonstraram que a ingestão diária do chá de Cissus verticillata (L.) não foi
capaz de reduzir a glicemia das pacientes de forma significativa comparados com o
tempo basal. Ocorreu, porém, diferença significativa entre os grupos em todos os
tempos de avaliação. O grupo de pacientes diabéticas teve a glicemia mais elevada
do que o grupo de intolerantes à glicose, o que já era esperado.
71
O valor diagnóstico da saliva vem sendo corroborado por uma série de
estudos que se utilizam desse fluido corporal como meio, através do qual, se possa
analisar substâncias específicas importantes na elucidação diagnóstica de doenças
(SCHWARTZ; ZHU; SREEBNY, 1995; LAWRENCE, 2002; LÓPEZ et al., 2003;
YARAT et al., 2004). A facilidade de coleta da saliva, bem como o fato de oferecer
menor risco de contaminação para o operador quando do manuseio da mesma,
representam aspectos importantes para subsidiar a escolha da mesma como meio
de diagnóstico. Aliado a isso, os estudos realizados comparando resultados dos
testes salivares com outros métodos de credibilidade científica comprovada, como
dosagens sangüíneas de substâncias, têm tornado o método confiável e, portanto,
com sua aplicabilidade validada (MOURA et al., 2007).
Reuterving et al. (1987), avaliando a influência do grau de severidade de
diabetes no fluxo salivar e na concentração de glicose em 11 pacientes com tipo 1 e
2 de diabetes, não acharam qualquer diferença significativa em pH, capacidade de
memória intermediária, proteínas totais, eletrólitos, lisozimas, peroxidases, nem
controle metabólico. Concluíram que o grau de controle metabólico não tem uma
grande influência em composição salivar, exceto na concentração salivar de glicose.
Estudos desenvolvidos por Carda et al. (2006) demonstraram que somente
pacientes diabéticos com glicemia acima de 180 mg/dL e hemoglobina glicosilada
acima de 8% tiveram a glicose salivar aumentada (4 pacientes - 23,5%). Enquanto
não foi evidenciado nenhuma diferença significativa nos valores de amilase,
proteínas totais, nem eletrólitos salivares entre pacientes com diabetes tipo 2 e o
grupo controle.
Avaliando os níveis de glicose na saliva dos pacientes com diagnóstico de
diabetes melito tipo 2, durante a coleta de saliva em repouso e estimulada
constatou-se, no presente estudo, que as médias dos níveis de glicose na saliva em
repouso oscilaram no grupo controle enquanto que, no grupo experimental, foi
registrado um aumento, nesses níveis, da avaliação basal até 30 dias, oscilando nas
duas últimas avaliações. Quando a saliva foi estimulada, as médias dos níveis de
glicose oscilaram entre as avaliações no grupo controle e aumentaram da avaliação
basal até 30 dias no grupo experimental, oscilando nas duas últimas avaliações, não
se comprovando diferença significativa entre as avaliações para nenhum dos grupos.
Esses resultados demonstram que os níveis de glicose em saliva, durante a coleta
72
em repouso e estimulada, não refletem a ação do infuso da planta sobre os
pacientes diabéticos tipo 2, visto que difere da realidade da glicose sanguínea.
A correlação entre a taxa de glicemia capilar e a concentração de glicose
salivar não foi observada no presente estudo. Isso por que, no grupo controle, a
glicemia reduziu nos períodos de avaliação basal até 60 dias, e os níveis de glicose
na saliva oscilaram, ao longo desses períodos de avaliação, tanto na coleta de saliva
em repouso como estimulada. Já no grupo experimental, a glicemia reduziu da
avaliação basal até a avaliação com 30 dias, oscilando nas avaliações com 45 e 60
dias; enquanto os níveis de glicose na saliva, tanto em repouso como estimulada,
aumentaram da avaliação basal até 30 dias, oscilando nas avaliações com 45 e 60
dias. Estes resultados corroboram com os encontrados por Forbat et al. (1981), BenAryed et al. (1988), Carda et al. (2006) e Vasconcelos (2007).
Forbat et al. (1981) mediram a concentração de sangue e glicose salivar em
31 pacientes com diabetes melito tipo 2, comparando com um grupo de não
diabéticos, concluindo nesse estudo que níveis salivares de glicose não refletem
níveis de glicose no sangue.
Já Ben-Aryeh et al. (1988) estudou 35 diabéticos tipo 2 e os comparou com
um grupo controle. Os resultados deste estudo demonstraram níveis aumentados de
glicose, proteína total, e potássio; níveis normais de amilase, IgA e sódio, e um fluxo
salivar reduzido, não achando qualquer correlação entre sangue e níveis salivares
de glicose.
Os resultados dessa pesquisa divergem dos encontrados por Reuterving et al.
(1987) e Karjalainen; Knuutila; Karr (1996) que afirmam haver correlação positiva
entre a glicose salivar e sangüínea.
Todas as referências utilizadas nessa dissertação, confrontadas com os
resultados encontrados nesse estudo demonstram a necessidade de realização de
mais estudos clínicos, a fim de que sejam verificados e comprovados todos os
benefícios que podem ser obtidos a partir da ampla utilização da Cissus verticillata
(L.) em seres humanos.
73
7 CONCLUSÕES
De acordo com os estudos realizados, conclui-se que:
 O infuso da Cissus verticillata (L.), analisando-se a glicose sanguínea dos
pacientes, foi capaz de produzir um efeito hipoglicemiante no grupo
experimental, quando administrado por um período de oito semanas.
 Avaliando-se a glicemia dos pacientes, observamos que tanto o infuso da
Cissus verticillata (L.) no grupo experimental, como a glibenclamida no grupo
controle, desenvolveram ação hipoglicemiante nos pacientes com diabetes
melito tipo 2, o que já era esperado no grupo controle.
 Os níveis salivares, quando coletados em repouso, apresentaram médias
mais elevadas no grupo controle nas avaliações basal, 15 dias e 60 dias e,
quando
coletados
sob
estímulo
mastigatório,
apresentaram
médias
correspondentemente mais elevadas no grupo experimental, com exceção da
avaliação basal.
 A correlação entre a taxa de glicemia sangüínea capilar e a concentração de
glicose salivar não foi observada no presente estudo.
 Em virtude da escassez de trabalhos na área utilizando seres humanos faz-se
necessário que mais estudos e pesquisas clínicas, com maior número de
pacientes, sejam realizados a fim de comprovar a eficácia da Cissus
verticillata (L.) em pacientes portadores de diabetes melito tipo 2.
74
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APÊNDICE 1 – Ter mo de Consentimento Livre e Esclarecido
LINHA DE PEQUISA
Doenças Sistêmicas e Infecciosas com Manifestações Bucais.
TÍTULO DA PESQUISA
Avaliação da Eficácia da Cissus verticillata (L.), em Portadores de Diabetes Melito
Tipo 2, através da Concentração de Glicose na Saliva e no Sangue.
PESQUISADORA
Rosana Araújo Rosendo
ORIENTADOR DA PESQUISA
Lino João da Costa
As informações a seguir descreverão esta pesquisa e o papel que você terá
como participante. A pesquisadora e o orientador responsáveis pelo projeto
responderão a quaisquer dúvidas que você possa ter sobre este termo e sobre este
estudo. Por favor, leia-o cuidadosamente. Você está sendo convidado a participar de
uma pesquisa cujo objetivo geral é avaliar a eficácia da Cissus verticillata (L.), em
portadores de diabetes melito tipo 2, através da concentração de glicose na saliva e
no sangue. Para decidir se deseja ou não participar deste estudo você deve estar
consciente da importância do mesmo para a saúde.
Sua participação neste estudo é espontânea, e você poderá recusar-se a
participar ou poderá interromper sua participação a qualquer momento sem
constrangimento.
Todas as informações obtidas em relação a este estudo permanecerão em
sigilo, assegurando proteção de sua imagem e respeitando valores morais, culturais,
religiosos, sociais e éticos. Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados
em congressos ou publicações científicas, porém sua identidade não será divulgada
nestas apresentações, nem serão utilizadas quaisquer imagens ou informações que
permitam a sua identificação. Se houver qualquer dúvida em relação a este estudo,
você poderá receber maiores esclarecimentos com a pesquisadora Rosana Araújo
Rosendo, pelos telefones: (83) 3423-2300 / 9961-9951/ 8814-1080; ou com o
orientador da pesquisa Lino João da Costa, pelo telefone: (83) 3216-7797 / 99848036.
90
CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA
Eu ________________________________RG n°_______________, li a
descrição do estudo e, não havendo qualquer dúvida, concordo em participar do
mesmo. Confirmo que recebi cópia do termo de esclarecimento para participação na
pesquisa. Compreendo que minha participação é voluntária e que posso desistir de
continuar o estudo. Autorizo a liberação dos dados obtidos para apresentação em
eventos científicos e publicações, desde que minha identidade seja protegida.
Participante do estudo
____________________
__________________
Testemunha 1
Testemunha 2
Patos, ______ de ___________de 2009.
91
APÊNDICE 2 – Questionário Utilizado para Coleta de Dados
1. Dados de Identificação
Nome: ___________________________________________
Endereço: ________________________________________ Fone: _________
Sexo: M ( ) F ( )
Data de Nascimento: ___/___/___
Idade: 30 a 39 ( ) 40 a 49 ( ) 50 a 59 ( ) 60 a 69 ( ) 70 a 80 ( )
Estado Civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( )
2. Situação Geral de Saúde
Quanto ao tabagismo
Fumante ( ) Ex-fumante ( ) Nunca fumei ( )
Faz uso de bebida alcoólica
Sim ( ) Não ( )
Se mulher, encontra-se gestante
Sim ( ) Não ( )
Realiza atividade física
Sim ( ) Não ( ) Se Sim, qual? __________.
Faz uso de adoçante artificial?
Sim ( ) Não ( )
Faz uso de dieta hipocalórica
Sim ( ) Não ( )
Faz uso de medicamentos
Sim ( ) Não ( ) Hipoglicemiantes orais ( ) Insulina ( )
Medicação anti-hipertensiva ( ) Qual? ____________________ .
Realiza exames para controle do diabetes
Sim ( ) Não ( ) Se Sim, qual? _______________________ .
Sendo positiva a resposta, com que freqüência?
Semanal ( ) Mensal ( ) Trimestral ( ) Outros ( )
Tem o hábito de tomar chá?
Sim ( ) Não ( ) Qual? _______________ .
92
APÊNDICE 3 - Ficha de Acompanhamento do Paciente
Nome: ______________________________________________
Medicação: __________________________________________
Dia da
Avaliação
Basal
7° Dia
15° Dia
30° Dia
45° Dia
60° Dia
Data da
Avaliação
Dia da
Semana
Hora da
Avaliação
Glicose
Capilar
93
ANEXO 1 - Parecer do Comitê de Ética
94
ANEXO 2 - Autorização do Secretário Municipal de Saúde
95
ANEXO 3 – Identificação Botânica da Planta
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