SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR
COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR UNIDADE POLIVALENTE MODELO VASCO DOS REIS
SÉRIE/ANO: 2º
TURMA(S):
Disciplina: SOCIOLOGIA
PROFESSOR (A): VANESSA MAIA
ALUNO (A):_____________________________________________________________________________ Nº_______
DATA: ___ / ___ / 2016
TEXTO COMPLEMENTAR
2ª BIMESTRE
ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL
A estratificação e a desigualdade social fazem parte das sociedades humanas, que são divididas com
base em critérios socialmente construídos.
A desigualdade social é, para a Sociologia, um grande objeto de estudo. Vários estudos sociológicos
mostram que alguns dos fenômenos sociais mais graves, como a violência, podem estar relacionados com as
relações desiguais estabelecidas entre os sujeitos. É comum pensar que a desigualdade está relacionada
apenas com a condição econômica das pessoas. Porém, embora tenha grande impacto na realidade individual,
a condição material é apenas uma das inúmeras diferenciações que possuem valor social agregado e que
podem influenciar positiva ou negativamente a realidade de um sujeito. Atributos como gênero, idade, crença
religiosa ou etnia podem e são vistos dentro de um contexto valorativo, isso é, são vistos como características
aceitáveis, desejáveis ou repulsivas. É nesse contexto que se aplica o conceito de estratificação social.
Uma forma simples de entender o que é a estratificação social é enxergá-la como um conjunto de
desigualdades que atingem diferentes sujeitos de uma sociedade, separando-os de alguma forma dos demais.
Um grupo de pessoas que pertence a uma camada mais pobre de uma sociedade, por exemplo, acaba não
tendo acesso aos mesmos serviços disponibilizados a uma pessoa de melhor condição econômica. Isso
também é visto de forma ainda mais clara na composição e na organização da maior parte das grandes
cidades. Os bairros periféricos, ou as “periferias”, onde se encontra a maior parte da população mais pobre,
estão localizados, comumente, mais afastados dos centros das cidades.
A pirâmide social exemplifica a hierarquia constituída em uma sociedade
Nesse sentido, as sociedades podem ser vistas como construídas em uma pirâmide hierárquica: uma
minoria favorecida encontra-se no topo e os menos favorecidos encontram-se mais próximos da base. A
estratificação, no entanto, não é característica exclusiva de nossa era contemporânea. A desigualdade foi
vista em diferentes épocas da história humana e segue padrões de organização diferentes a depender do
período e das convenções sociais. Esses sistemas de estratificação estão divididos em quatro tipos diferentes:
a escravidão, a casta, o estamento e a classe.
A escravidão é uma forma extrema de desigualdade. Nesse sistema, alguns indivíduos tornam-se
propriedade de outros, sendo tratados como objetos, sem força de ação ou vontade que não seja a de seu
senhor. Embora tenha sido formalmente erradicada, a escravidão ainda existe em certas partes do mundo,
inclusive no Brasil. O sistema de castas está associado principalmente às culturas indianas que partilham da
crença hindu referente à reencarnação. Esse sistema parte da crença de que os indivíduos estão separados em
diferentes níveis hierárquicos determinados desde o nascimento. Cada casta possui um papel fixo a ser
cumprido, e aqueles que não forem fiéis aos rituais e aos deveres de sua casta renascerão em uma posição
inferior na próxima encarnação. Não existe, portanto, mobilidade entre as hierarquias de uma casta, que
determina até o tipo de contato que cada indivíduo pode ter com membros de outras castas.
Os estamentos foram a forma de organização social de um grande número de civilizações no mundo
antigo. O mais famoso deles foi visto na era feudal europeia. Os estamentos feudais constituíam estratos com
diferentes obrigações e direitos, isto é, eram divididos em aristocratas e nobres, que ocupavam o posto mais
alto da hierarquia, o clero ou as autoridades religiosas, que formavam outro estamento voltado
exclusivamente para atividades religiosas, e os servos, mercadores e artesãos, que compunham a plebe. Nesse
sistema, cada estamento possuía obrigações específicas: os nobres guerreavam; o clero cuidava dos costumes
religiosos, e os servos eram responsáveis pela produção dos bens consumíveis necessários.
O sistema de classes possui maior complexidade e é muito diferente dos outros tipos de estratificação.
Embora não haja consenso entre os estudiosos do assunto, podemos definir, resumidamente, uma classe
social como um grande agrupamento de pessoas que dividem condições materiais parecidas, condições essas
que influenciam imensamente os demais aspectos de suas vidas. Isso quer dizer que a condição econômica
tem profunda influência sobre as formas de diferenciação das classes. Diferentemente de outros tipos de
estratificação, as classes não são estabelecidas por intermédio de posição religiosa ou por posição herdada.
Os indivíduos possuem certa mobilidade na organização social, podendo ascender ou descender na estrutura
hierárquica. A esse movimento damos o nome de mobilidade social, uma importante parte da dinâmica de
uma sociedade.
Dois teóricos destacaram-se no campo de estudo da teoria de classes: Karl Marx e Max Weber. Eles
se pautaram na noção de que uma classe é constituída por um grupo de pessoas que se assemelham em
relação à posse de meios de produção. Existiriam então duas classes sociais principais distintas: os
industrialistas ou capitalistas e o proletariado. O primeiro detém os meios de produção (indústrias, fábricas,
manufaturas), e o segundo dispõe apenas de sua própria força de trabalho para obter seu sustento.
Weber, entretanto, apesar de pensar como Karl Marx em relação à influência da realidade material na
formação de nossa sociedade, acreditava que haveria mais fatores, além da condição material do indivíduo,
que influenciariam a construção social. Para Weber, as teorias puramente materialistas eram insuficientes
para compreender a complexidade das relações sociais entre classes. Dimensões da vida social, como a
desigualdade social, não se resumiam puramente à condição material de cada indivíduo. Era necessário
observar, portanto, as demais variáveis que afetariam a construção do sujeito social, como o status social,
que é definido na relação de diferenças entre grupos sociais e de acordo com o prestígio social conferido
pelos demais. Essa relação de status, por exemplo, vai além das separações econômicas, sendo determinado
com base no conhecimento direto de uma pessoa diante de interações em diferentes contextos. Isso confere
certo poder de ação ao indivíduo, além daquele determinado por suas posses materiais.
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