ISSN 0103-5118 Brazilian Journal of Neurosurgery Órgão Oficial da Academia Brasileira de Neurocirurgia Volume 16 Número 3 Setembro/Dezembro de 2005 EDITOR Ápio Cláudio Martins Antunes Porto Alegre / RS EDITORES ASSOCIADOS Luiz Roberto Aguiar Curitiba / PR Paulo Henrique Iris de Aguiar São Paulo / SP CONSELHO EDITORIAL Benedito Oscar Colli (Ribeirão ibeirão Preto / SP) CONSELHO EDITORIAL INTERNACIONAL Alejandra Rabadán Raba (Buenos Aires, Argentina) Carlos Umberto Pereira (Aracaju Aracaju / SE) Antonio Daher (Valencia, Venezuela) Carolina Martins (Recife / PE) Danielle Rigamonti (Baltimore, EUA) Evandro Pinto da Luz de Oliveira (São ( o Paulo / SP) Hildo Cirne de Azevedo Filho (Recife Recife / PE) Jorge Wladimir Junqueira Bizzi (Porto Porto Alegre / RS) Luis Alencar Borba (Curitiba / PR) Luiz Renato Mello (Blumenau / SC) Manoel Jacobsen Teixeira (São o Paulo / SP) Osvaldo Vilela Filho (Goiâ Goi nia / GO) Goiâ Oswaldo Inácio Tella Junior (São São Paulo / SP) Paulo Niemeyer Soares Filho (Rio Rio de Janeiro / RJ) Ricardo Ramina (Curitiba / PR) Sebastião Gusmão (Belo Horizonte / MG) Daniel Maitrot (Estrasburgo, França) Graziela Zuccaro (Buenos Aires, Argentina) Howard Eisenberg (Baltimore, EUA) Jacques Morcos (Miami, Florida, EUA) Julio Antico (Buenos Aires, Argentina) Leonidas Quintana (Viñ (Vi a Del Mar, Chile) Marco Gonzales Portillo (Lima, Peru) Marcos Tatagiba (Tubingen, (Tubing Alemanha) Pradeep Narothan (Nebraska, EUA) René Chapot (Limoges, França) Sugit Prabul (Houston, EUA) Yasunori Fujimoto (Osaka, Japão) EXPEDIENTE Academia Brasileira de Neurocirurgia Filiada à World Federation of Neurosurgical Societies DIRETORIA Biênio 2003/2005 Presidente: Carlos Thadeu Parisi de Oliveira – Bragança Paulista Presidente eleito: Marcos Masini – Brasilia Vice-presidente: Luiz Roberto Aguiar – Curitiba Secretário: Guilherme Contadore Bierrenbach de Castro Tesoureiro: Duarte Nuno Ribeiro Osório CONSELHO DELIBERATIVO Anselmo Saturnino Teixeira – Rio de Janeiro Ápio Cláudio Martins Antunes – Porto Alegre Durval Peixoto de Deus – Goiânia Edson Mendes Nunes – Rio de Janeiro Evandro Pinto da Luz Oliveira – São Paulo Feliciano Pinto – Rio de Janeiro Flávio Belmino Barbosa Evangelista – Fortaleza Gervásio Brito de Mello Filho – Belém Hildo Rocha Cirne de Azevedo Filho – Recife Hélio Ferreira Lopes – Rio de Janeiro João Mairton Pereira de Lucena – Fortaleza Luiz Fernando Pinheiro Franco – São Paulo Luiz Roberto Aguiar – Curitiba Mário Ferreira Coutinho – Porto Alegre Paulo Henrique Pires de Aguiar – São Paulo Sebastião Natanael Silva Gusmão – Belo Horizonte SECRETARIA PERMANENTE Secretário geral: Anselmo Saturnino Teixeira – Rio de Janeiro SEDE PRÓPRIA Rua da Quitanda, 159, 10º andar, Centro 22011-030 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil Telefax: (21) 2233-0323 E-mail: [email protected] Rua Cunha Gago, 412, 2o andar, cj. 21, Pinheiros – 05421-001 – São Paulo, SP. Fone: 11 3039-5669 • www.segmentofarma.com.br • [email protected] Diretor geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Diretor editorial: Maurício Domingues Gerente de negócios: Eli Proença, Norma Gaba, Walter Pinheiro Coordenadora editorial: Angela Viel Produção gráfica: Fabio Rangel Cód. da publicação: 2723.04.06 Expediente J Bras Neurocirurg 15(3), 2004 ÍNDICE Índice APRESENTAÇÕES EM PÔSTERES Tratamento cirúrgico de cisto aracnóide extradural tóraco-lombar – relato de caso e revisão da literatura ............................................................................................................... 93 Adorno JOA, Yunes RM, Paiva Neto MA, Onishi FJ Abordagem pterional unilateral para aneurismas da circulação anterior bilaterais ................................. 93 Aguiar LR, Lobão CAF, Carrer ACC, Dalmaso-Neto C, Ferreira IM, Silva JMJD Indicações da descompressão cirúrgica no tratamento de isquemia cerebral no território da artéria cerebral média ........................................................................................................... 93 Aguiar guiar PHP, Fontes RBV, Simm R, Montenegro MC, Petitto CE, Roz L, Mattei TA Meningiomas atípicos e anaplásicos: correlação com variáveis fenotípicas, radiológicas, cirúrgicas e de prognóstico ............................................................................................................................... 94 Aguiar PHP, Santana PA, Petitto CE, Marie SKN Tratamento das malformações arteriovenosas na urgência.......................................................................... 94 Aguiar PH, Valiengo LCL, Da Roz LM, Petitto CE, Caldas JG, Simm R, Maldaum M, Fontes RBV Utilização de Doppler transcraniano contínuo na urgência – relato de caso – cirurgia de aneurisma gigante ......................................................................................................................... 94 Aguiar PH, Petitto CE, Valiengo LCL, Ziorelli C, Hischer R, Fontes RBV Malformação de Dandy-Walker e siringomielia: relato de caso................................................................... 95 Albuquerque RO, Fonseca AAB, Zymberg ST, Cavalheiro S Análise da sobrevida de pacientes com glioblastomas multiformes operados e apenas biopsiados .......... 95 Almeida JJRW, Clara CA, Atique SC Mapeamento cortical intra-operatório em cirurgia para ressecção de lesões cerebrais adjacentes a áreas eloqüentes .......................................................................................................... 95 Amorim RLOA, Almeida AN, Fonoff ET, Paiva WS, Teixeira MJ Intracerebral bullet embolism: a rare cause of ischemic stroke ................................................................... 96 Andrade AF, Amorim RLO, Paiva WS, Almeida NA, Marino Jr R Aneurisma gigante parcialmente trombosado da artéria vertebral submetido ao tratamento combinado endovascular e cirúrgico...................................................................................... 96 de Andrade GC, Freitas JMM, Phal F Determinação dos aspectos anatômicos dos aneurismas cerebrais por angiografia por subtração digital tridimensional para definição da abordagem terapêutica ........................................ 96 de Andrade GC, Freitas JMM Fístula arteriovenosa dural do seio transverso submetida ao tratamento endovascular por punção direta através de craniectomia – tratamento combinado ......................................................... 97 de Andrade, GC; Freitas, JMM; Velasco, O. Síndrome de Klippel-Trenaunay e fístula arteriovenosa dural lombar – tratamento endovascular ........ 97 De Andrade, GC; Freitas, JMM. Avanços no tratamento dos cistos de aracnóide intracranianos ................................................................... 97 Aquino HB, Britto Filho CA, Nascimento RX, Silva CRA, Britto WL, Tolomelli A, Barros Filho MF, De Araújo JN Análise do poder discriminatório da perfusão e da espectroscopia de prótons multivoxel comparadas à ressonância magnética para avaliação de tumores cerebrais............................................... 97 Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Araújo N, Martins I, Chiappeta C, Souza CH, Chaves JR, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Tavares F, Carneiro GS, Azevedo-Filho H Lesões brilhantes na difusão: um diagnóstico diferencial sob a forma de ensaio pictorial ....................... 98 Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Mendonça R, Mourão ML, Costa I, Silva JL, Lagos G, Serra S, Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H Neuroesquistossomose- aspectos neurorradiológicos .................................................................................... 98 Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Carvalho AR, Souza B, Lagos G, Costa I, Oliveira Jr. VA, Moreira AJP, Serra S, Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H, Silva JL Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Vantagem na associação da ressonância magnética por imagem as técnicas da perfusão e espectroscopia de prótons no diagnóstico das neoplasias cerebrais primárias ........................................ 98 Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Tavares F, Araújo N, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, S erra S, Carneiro GS, Brandão R, Chaves JR, Azevedo-Filho H Avaliação da eficácia do tratamento microcirúrgico de 45 casos de cistos meníngeos intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov) ................................................................................................... 98 Arantes A, Maitrot D, Gusmão S, Machado GM, Silveira RL Demência pós-radioterapia, confusão com infiltração tumoral – relato de caso ........................................ 99 Atique SC, Almeida Jr W, Clara CA Granuloma intraorbitário por sarcoidose – relato de caso ........................................................................... 99 Atique SC, Almeida JR, Clara CA, Demarchi LMMF Malformação arteriovenosa cerebral angiograficamente oculta em criança – relato de caso ................... 99 Azevedo-Filho H, Brainer-Lima PT, Bozzetto-Ambrosi P, Magalhães N, Faquini I, Silva JL, Mendes JA, Chaves J Teratoma de fossa posterior: relato de caso e revisão de literatura ........................................................... 100 Azevedo-Filho H, Tavares F, Bozzetto-Ambrosi P, Agra T, Aragão MFV, Cartaxo G, Silva JL, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Brandão R, Tenório J, Lobo B, Lopes E Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo – a importância da escala de Glasgow na admissão ................................................................................................................ 100 Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo – necessidade da retirada de fragmentos ......................................................................................................... 100 Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV Intra-operative electric stimulation and deep field recording of hypothalamic hamartoma and its changes in epileptiform activity on scalp EEG ........................................................... 100 Ballester G, Fonoff ET, Almeida A, Teixeira MJ, Marino Jr R Derivação ventrículo-peritoneal vídeo-assistida .......................................................................................... 101 Barros CEM, Siqueira CMP, Newton J, Tinoco LA, Santos IP, Ávila, CA Hemangioma vertebral em criança diagnosticado secundário compressão medular – relato de caso ................................................................................................................................................ 101 Bassi TG, Santos PA, Stringetti FG, Pinto F, Fernanades BY Hernia toracica T8-T9 em paciente jovem ................................................................................................... 101 Bassi TG, Lira AMP, Netto HLD, De Pieri JCB, FernandesYF Teste de sensibilidade ao contraste de luminância em paciente em pós-operatório de micro-neurocirurgia vascular intracraniana de aneurisma cerebral roto do sistema carotídeo localizado na artéria comunicante anterior com acuidade visual normal avaliada pela tabela de Snellen ...................................................................................................................... 101 Bastos AB, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, MelloFilho GB, Côrtes MIT, Rodrigues AR, Castro AJO, Silveira LCL Abordagem supra-superciliar subfrontal para abordagem dos aneurismas do sistema carotídeo: vantagens e desvantagens da técnica........................................................................ 102 Bastos AM, Bastos AM, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Doenças priônicas: suas causas, bases moleculares e riscos neurocirúrgicos ............................................ 102 Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Intercorrências neurocirúrgicas da lagoquilascaríase................................................................................. 102 Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB, Neto HF, Leão RNQ Uso de anticonvulsivantes durante a gestação em pacientes neurocirurgicas........................................... 103 Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Prevalência dos distúrbios do sódio em pacientes com traumatismo cranioencefálico atendidos em um pronto socorro brasileiro referência em neurotrauma .................................................. 103 Bezerra DAF, Amorim RLOA, Paiva WS, Andrade AF Exame clínico neurológico na indicação para tratamento percutâneo com radiofreqüência intradiscal na dor discogênica lombar ...................................................................... 103 Brainer-Lima PT, Brainer-Lima AM, Azevedo HR Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Avaliação sobre a eficácia do uso de Durasis® como substituto de dura-máter em pacientes neurocirúrgicos......................................................................................................................... 103 Brock RS, Plese JPP Nasoangiofibroma juvenil – acesso craniofacial........................................................................................... 104 Brock RS, Gomes MT, Sennes LU Tratamento cirúrgico de malformação arteriovenosa cerebral guiada por estereotaxia – relato de caso ................................................................................................................................................... 104 Brock RS, Ciquini Jr O, Amorim RLOA, Paiva WS, Bezerra DAF, Alho E, Fonoff E, Branco LC Aneurisma intra-selar da carótida interna coexistindo com um adenoma secretor de GH em um paciente acromegálico ............................................................................................................ 104 Burattini JÁ, Cukiert A, Zach PL, Silva FFA, Saleh A, Nogueira KC, Huayllas MKP, Silva MER, Jacob RS, Liberman B, Santos PPML, Seda JR LF, Câmara RLB, Lopes LFPG Efeitos da retirada da octreotida lar em pacientes acromegálicos tratados por radioterapia primária ou secundária ..................................................................................................... 105 Burattini JA, Cukiert A, Saldanha MDD, Tavares LB, Silva MSN, Michelin SC, Lido ACV, Nogueira KC, Liberman B, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Lopes LFPG Tumores orbitários pediátricos – revisão de 23 casos .................................................................................. 105 Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO Tumores orbitários – revisão de 36 casos ...................................................................................................... 105 Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO Associação entre aneurisma cerebral e tumor de hipófise .......................................................................... 106 Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP Indicações do uso de stent intracraniano ...................................................................................................... 106 Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP, Barbosa MMT Remodelagem da artéria carótida interna cervical com uso de stent em displasia fibromuscular.......... 106 Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, Silva CP, Barbosa MMT Hiponatremia após cirurgia de adenoma hipofisário .................................................................................. 106 Câmara RLB, Cukiert A, Zach PL, Nogueira KC, Silva MER, Liberman B; Burattini JA, Santos PPML, Seda Jr LF, Lopes LFPG Linfoma primário do sistema nervoso central em pacientes imunocompetentes – diagnóstico diferencial a ser questionado ..................................................................................................... 107 Campos AW, Rodrigues Jr, Nicácio JM, Fernandes SM, Silva MN, Amaral SH, Pereira CAB Estudo retrospectivo das infecções de sítio neurocirúrgico tratadas com debridamento no Hospital de Base do Distrito Federal no ano de 2004 ............................................................................. 107 Campos RS, Macedo ML, Machado ALO Análise de campo visual em pacientes com esclerose mesial temporal submetidos à lobectomia temporal anterior com neocorticectomia e amigdalo-hipocampectomia ............................ 107 Cardeal DD, Petitto CE, Wen HT Empiema subdural por Streptococus sanguini – relato de caso .................................................................. 108 Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED Andrade AF, Marino JR R Hematoma subdural crônico com herniação uncal ..................................................................................... 108 Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED Andrade AF, Marino JR R Síndrome de Moya-Moya – relato de caso .................................................................................................... 108 Carneiro RCCP, Carneiro JKR, Mont’Alverne FJA, Cristino-F G, Ribeiro EML, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Bastos LC, Neto GA, Ponte KF Analysis of epidermal growth factor receptor gene expression in astrocytomas ...................................... 109 Carvalho PO, Uno M, Oba-Shinjo SM, Scrideli CA, Carlotti CG, Tone LG, Neder L, Rosemberg S, Aguiar PH, Miura F, Marie SKN Angiopatia proliferativa de sistema nervoso central – relato de caso ........................................................ 109 Cavalcante SP, Serra MVFBVF, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF Avaliação clínico-radiológica dos resultados da cirurgia para Chiari I e siringomielia .......................... 109 Cesare FA, Daniel JW, Haddad L, Silva EU, Veiga JCE Metástases cerebrais de melanomas .............................................................................................................. 110 Cesare FA, Lancellotti CLP, Müller H, Fonseca ACO, Veiga JCE Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Linfoma anaplásico de células grandes primário do sistema nervoso central – relato de caso ............... 110 Chaddad Neto FEA, Oliveira E, Paschoal EHA, Machado Filho MAS, Lobo B Aneurisma gigante intracavernoso em paciente com doença renal policística tratado por via endovascular – relato de caso............................................................................................................ 110 Cristino-Filho G, Mont’Alverne FJA, Ponte KF, Ribeiro EML, Josué CEP, Timbó JP, Costa EA, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Filho JPA, Carvalho ACSC, Carvalho LT, Pinto PVB Laminectomia descompresiva em paciente portador de cefaléia occipital secundária à síndrome de Arnold-Chiari – relato de caso ...............................................................................................111 Cristino FG, Ribeiro EML, Carvalho ACSC, Josué CEP, Vasconcelos FLB, Costa EC, Nunes FA, Ponte KF, Vieira JP, Timbó JPO, Filho JPA, Carvalho LT, Pinto PVB Estereotaxia guiada por imagem nas lesões do sistema nervoso central: existe vantagem? .....................111 Crusius PS, Seibert CA, Mallmann AB, Forcelini CM, Carazzo CA, Crusius CU, Goellner E, Ragnini J, Crusius MU Laminectomia e fixação posterior com parafusos pediculares no tratamento cirúrgico da espondilolistese lombar .............................................................................................................. 111 Delgado R, Pena M Tratamento cirúrgico da estenose de canal lombar por descompressão e fixação pedicular – análise de dois anos de evolução .................................................................................................................... 112 Delgado R, Pena M Cistos de aracnóide hemorrágicos ................................................................................................................. 112 Dias LAA, Junior LAA, Pereira CU, Donatto EE, Tanaka K, Aragão PAC, Bastos CRF, Dezena RA Ossificação do ligamento amarelo como causa de mielopatia torácica – relato de caso ........................... 112 Dias MRP, Guirado VMP, Taricco MA, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Reporte del primer caso de neurocitoma central en Costa Rica ................................................................ 113 Escoe K, Contreras C, Palavicini V, Badilla J Estimulação e lesão dos núcleos subtalâmicos para controle de crises epilépticas induzidas por pilocarpina em ratos ............................................................................................................... 113 Ewerton FIS, Ballester G, Fonoff ET, Teixeira MJ Estimulação da medula espinhal para o tratamento da dor neuropática crônica .................................... 113 Fagundes-Pereyra WJ, Dantas S, Veys B, Buisset N, Blond S Paracoccidioidomicose no sistema nervoso central– análise de 13 casos com pesquisa do antígeno gp43 por imunofluorescência ............................................................................. 113 Fagundes-Pereyra WJ, Carvalho GTC, Sousa AA, Góes AM, Silva FCL Duroplastia em ‘C’ para descompressão hemisférica homogênea ............................................................. 114 Faleiro LC, Gusmão SN, Faleiro RM, Pimenta NJ, Esmeraldo AC, Cordeiro AF, Maciel CJ, Pereira LC, Vale EF Infecções otorrinológicas e complicações neurocirúrgicas .......................................................................... 114 Fantini PR, Fantini FGMM, Pessuto J, Caggini MCR Síndrome do canal de Guyon ......................................................................................................................... 114 Fantini PR, Fantini FGMM, Antônio LGM Hematoma subdural espinal: relato de caso. ................................................................................................ 114 Fobe JL, Vituzzo R, Lopes LF, Christofolli D, Issamu E, Fobe LPO Processo inflamatório grave de odontóide simulando tumor na artrite reumatóide – relato de caso ..... 115 Fobe L, Lopes LF, Christofolli D, Vituzzo R, Issamu E, Fobe JL Sensorimotor cortex stimulation induces antinociception in normal rats ................................................. 115 Fonoff ET, Dale CS, Pagano RL, Giorgi R, Ballester G, Teixeira MJ T Terceiro ventriculostomia estereotáxica computacional com cateter para tratamento de hidrocefalia obstrutiva associada a tumor diencefálico – relato de caso .............................................. 115 Fonoff ET, Amorim RLOA, Paiva WS, Teixeira MJ Doença de Scheuermann – relato de caso e revisão da literatura .............................................................. 116 Galles, MHL; Rodrigues, Jr. JC; Almeida, CE; Nicácio, JM; Souza, D; Campos, MF; Pereira, CAB Gliomas de baixo grau – seguimento de 18 casos operados nos últimos quatro anos .............................. 116 Gentil AF, Marie SKN, Aguiar PHP Localizações incomuns do neurocitoma central – revisão da literatura e relato de dois casos................ 116 Gomes FL, da Silva LRF, Cavalheiro S, Zymberg ST Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Neuroendoscopia no tratamento adjuvante dos tumores intraventriculares ............................................ 116 Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Silva LRF, Malheiros SF, Cavalheiro S, Zymberg ST Paraganglioma da região para-selar – relato de caso e revisão da literatura ........................................... 117 Guimarães Filho FAV, Melo JGSP, Melo PMP, Guimarães MD, Stávale JN, Braga FM Displasia fibrosa de crânio em linha média – relato de caso e revisão de literatura................................. 117 Guimarães MD, Loduca RDS, Gomes FL, Onishi FJ, Cavalheiro S Meningioma em placa da asa esfenoidal – análise retrospectiva de 12 casos ............................................ 117 Guimarães MD, Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Paiva Neto MA, Tella Jr OI Tumor epidermóide acometendo região órbito-pterional direita ............................................................... 117 Guimarães MD, Gomes FL, Onishi FJ, Yunes RM, Paiva Neto MA, Tella Jr OI Angioma cavernoso da medula espinhal ....................................................................................................... 118 Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Cisto de Tarlov – diagnóstico e conduta em seis casos................................................................................. 118 Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Hematoma subdural agudo espinhal – relato de caso ................................................................................. 118 Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Infecção espinhal – proposta de um protocolo de condutas ........................................................................ 118 Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Tuberculoma espinhal intradural extramedular – relato de caso .............................................................. 119 Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Esquistossomose mansônica cerebral ............................................................................................................ 119 Haikel Jr LF, Almeida CE, Romero FR, Galles MHL, Roca GR, Listik S, Pereira CAB Avaliação de 128 casos de descompressões do nervo tibial posterior por acesso supra-aponeurótico infra-abdutor do hálux .............................................................................. 120 Hass A, Thomé Jr BS, Sousa Jr JC, Ferreira EDZ, Aboud DAF, Souza PT, Azevedo TS, Silva Jr JA, Guimarães RS, Cutrim ES, Oliveira GS, Almeida IM, Testi ALC Hemangiopericitoma gigante da coluna lombar – relato de caso e revisão da literatura ........................ 120 Hortense PG, Frederique U Abscesso de tronco encefálico: relato de caso clínico e revisão de literatura ............................................ 120 Júnior MNH, Pereira EL, Ribeiro DEC, Mello GSM, Rodrigues DCH Desempenho de uma população de idosos de Brasília com doença de Alzheimer na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed ......................................................... 120 Kawano MDA, Bertolucci PHF Malformação de Chiari tipo 1 – manejo clinico e cirúrgico........................................................................ 121 Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL Neurocisticercose intraespinhal sintomática – tratamento com albendazol.............................................. 121 Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL Discectomia lombar percutânea – avaliação inicial do procedimento em 12 pacientes com hernia discal lombar ................................................................................................... 121 Lacerda CM, Schettini JF, Rossetti AG, Mangieri PA, Urbanetto LA Exérese endoscópica transaquedutal de cisticerco de quarto ventrículo ................................................... 122 Leite dos Santos AR, Toita MH, Figueira FA, Farhat Neto J, Reis da Silva PR, Veiga JCE Alterações eletrocardiográficas em pacientes com trm cervical ................................................................. 122 Lima MA, Pereira CU, Santos PCF, Sousa ACS, Santos EAS Relato de caso de aneurisma de seguimento A2 único porção proximal ................................................... 122 Lira AMP, Graciato FS, Bassi TG, Pinto F, Haddad AC, Figueredo JA Uso de implantes metálicos em neurocirurgia.............................................................................................. 123 Lira AMP, De Pieri JCB, Souza Filho AM, Bassi TG, Prado VR, Rached JH Aneurisma de veia de galeno em adulto – relato de caso ............................................................................ 123 Lobão CAF, Marques RM, Sassaki VS Astrocitomas pilocítico anaplásicos ............................................................................................................... 123 Loduca RDS, Guimarães MD, Malheiros SF, Stávale JN, Ribas GC, Ferraz FP, Tella Jr OI Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Hemorragia ventricular perinatal associada à malformação vascular do septo pelúcido – relato de caso .................................................................................................................. 123 Loduca RDS, Onishi FJ, Guimarães Filho FAV, Silva LRF, Zymberg ST, Cavalheiro S Tratamento endoscópico do cisto colóide do III ventrículo ........................................................................ 123 Loduca RDS, Guimarães Filho FAV, Silva LF, Gomes FL, Cavalheiro SC, Zymberg ST Implante de eletrodos subdurais para registro neurofisiológico invasivo em pacientes com epilepsia refratária – princípios técnicos ............................................................................. 124 Lopes LFPG, Cukiert A, Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Baldauf CM, Baldochi MA, Forster CR, Baise-Zung C, Mello VA Lesões raquimedulares associadas a traumatismo craniencefálico grave ou moderado ......................... 124 Lourenço LJO, Andrade AF Uso de prótese intersomática de poli-eter-eter-cetona (Solis®) nas discectomias cervicais anteriores ......................................................................................................................................... 124 Lúcio JEDC, Cardeal DD, Taricco MA Quimioterapia pré-operatória no tratamento dos carcinomas de plexo coróide ...................................... 125 Macedo ML, Campos RS, Carneiro JZ, Caixeta TH, Machado ALO, Lopes PMAA, Lima BO Neuroendoscopia – neurocirurgia endoscópica ............................................................................................ 125 Maddalozzo LO, Maddalozzo LE, Teixeira M, Fontoura J, Morais RL Hematoma epidural agudo toracolombar espontâneo – relato de caso ..................................................... 125 Marques EL, Marques NMH, Braga JV, Carlos DL Tratamento cirúrgico de tumores mesenquimais na coluna vertebral ...................................................... 125 Masini M, Paiva WS, Amorim RLOA Hérnias discais................................................................................................................................................. 125 Mello Filho GB, Bastos AM Mixoma cerebral: relato de um caso ............................................................................................................. 126 Mello Filho GB Tumor gigante da coluna ................................................................................................................................ 126 Mello Filho GB, Bastos AM Fratura de côndilo occipital ........................................................................................................................... 126 Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP Importância da ressonância magnética dinâmcia na mielopatia cervical espondilótica – relato de caso ......................................................................................................................... 126 Melo LRS, Taricco MA, Pena Dias MR, Pimenta Araújo MM, Meluzzi A, Guirado VMP Pacientes portadores de siringomielia submetidos a tratamento cirúrgico ............................................... 126 Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP Cavernoma gigante supratentorial – relato de caso e revisão da literatura .............................................. 127 Melo PMP, Melo JGSP, Oliveira PET, Guimarães FV, Suriano IC Hematoma intratumoral em meningioma de convexidade – relato de caso e revisão da literatura ..................................................................................................................................... 127 Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Oliveira PET, Lanzoni OP Hematoma subdural agudo da fossa posterior – relato de caso e revisão da literatura ........................... 127 Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Guimarães FV, Lanzoni OP, Oliveira PET Anatomia microcirúrgica do osso temporal ................................................................................................. 127 Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE Dissecação da substância branca encefálica ................................................................................................. 127 Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE Alterações neuropsicológicas nos pacientes portadores de meningiomas intracranianos .......................128 Miotto EC, Aguiar PH Meningiomas da base do crânio – indicações do tratamento com radiocirurgia estereotáxica .............. 128 Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS Tratamento dos gliomas GII (low-grade), sintomáticos, não-cirúrgicos, com radioterapia estereotáxica e radiocirurgia ........................................................................................... 128 Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Extensa disseminação leptomeníngea de astrocitoma pilocítico em criança de seis anos – relato de caso e revisão da literatura .......................................................................................................... 128 Muoio VMF, Pinto FCG, Rosemberg S, Plese JPP, Matushita H Análise imuno-histoquímica da expressão do receptor de TGF-β e do CD 34 em oligo-dendrogliomas.................................................................................................................................. 129 Netto GC, Barbosa-Coutinho LM, Bleil CB, Toscani N, Hilbig A Hematoma extradural gigante – diagnóstico e tratamento: relato de caso ............................................... 129 Netto HLD, Pinto F, Bassi TG, Souza Filho AM, Fernandes YB Identification of novel differentially expressed genes in human astrocytomas by subtractive hybridization .......................................................................................................................... 129 Oba-Shinjo SM, Bengtson MH, Winnischofer SMB, Colin C, Aguiar PH, Vedoy CG, Mendonça Z, Sogayar MC, Marie SKN Craniotomia descompressiva, avaliação inicial do emprego da técnica no Hospital Universitário Alzira Velano ....................................................................................................... 130 Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Dificuldade do diagnóstico dos tumores da coluna cervical e sua influência no prognóstico dos pacientes .......................................................................................................................... 130 Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Estabilização dinâmica da coluna lombar como opção de tratamento das patologias do disco degenerado ............................................................................................................... 130 Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES, Murta A Lesões traumáticas da coluna vertebral ....................................................................................................... 130 Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Plasmocitoma de coluna torácica .................................................................................................................. 130 Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Relato de caso – Meningioma cervical .......................................................................................................... 131 Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Relato de caso – herniação medular idiopática ............................................................................................ 131 Oliveira THF, Aguiar L, Puppi R Cisto aracnóideo intracraniano – relato de caso .......................................................................................... 131 Oliveira YSA, Castro GCB, Bonfá AES, Oliveira CTP, Osório DNRM, Fonseca FO, Fisher AL, Szylewicz S Meningioma de goteira olfatória –relação entre características clínico-radiológicas MIB-1 E VEGF.............................................................................................................. 131 Paiva Neto MA, Loduca RDS, Gomes FL, Guimarães Filho FAV, Guimarães MD, Tella Jr OI Laminoplastia cervical – o uso de fragmentos de processo espinhoso cervical e torácico como enxerto autólogo .................................................................................................................. 132 Pena M, Taricco M, Pimenta M, Nakagawa G, Poetcher A Abscessos cerebrais múltiplos – considerações sobre seis casos ................................................................. 132 Pereira CU, Queiroz MAM, Gomes PA, Silva EAS, Oliveira Jr CL Carcinomatose meningéia por cancer de mama – relato de caso ............................................................... 132 Pereira CU, Silva EAS, Oliveira Jr CL Complicações intracranianas decorrentes de infecções otorrinolaringológicas........................................ 132 Pereira CU, Góis CRT, Camelo RM Fatores prognósticos na hemorragia talâmica ............................................................................................. 133 Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA Hematoma extradural da fossa posterior na infância ................................................................................. 133 Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA Infecções em dispositivos neurológicos implantáveis em crianças e adolescentes .................................... 133 Pereira CU, Lima MMM Tumores do SNC em crianças abaixo de dois anos de idade ....................................................................... 133 Pereira CU, Camelo RM, Cunha WS Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Cisto dermóide intracavernoso – relato de caso........................................................................................... 134 Petitto CE, Bianchi ET, Valiengo LCL, Gomes MQT, Santana PA Solução hipertônica e traumatismo craniencefálico – revisão da literatura ............................................. 134 Petitto CE, Tanaka T, Zaparoli ELC, Burato MV, Hanoaka MM, Pinto FCG, Fontes RBV Cirurgia minimamente invasiva para retirada de corpo estranho intracraniano – relato de caso e revisão da literatura .......................................................................................................... 134 De Pieri JCB, Santos PA, Pinto F, Graciatto FS, Piza ET Hemangioblastoma cerebelar: relato de dois casos e revisão bibliográfica ............................................... 135 Pinto F, Bassi TG, Netto HLD, Lira AMP, Fernandes YB Freqüência dos gliomas em um serviço de neuropatologia de Porto Alegre ............................................. 135 Ribeiro MC, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Viola F Lesões traumáticas do nervo ciático .............................................................................................................. 135 Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC, Penque GMCA Síndrome pós-laminectomia: série de casos e etiologia ............................................................................... 135 Rodrigues FF, Dozza DC, de Oliveira CR, de Castro RG Tumor Fosfatúrico Mesenquimal .................................................................................................................. 136 Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC Plasmocitoma solitário da base de crânio ..................................................................................................... 136 Romero FR, Haikel Jr LF, Campos AW, Fernandes SM, Maruyama RO, Bortman A, CAB Pereira A imunoexpressão de endoglina em metástases cerebrais de melanoma maligno .................................... 136 Salgado KB, Toscani NV, Silva LLM, Hilbig A, Barbosa-Coutinho LM Anatomia cirúrgica da coluna cervical baixa, via anterior ......................................................................... 136 Sangoi C, Jobim FC, Lopes JS, Sangoi CB, Haten MA, Oliveira CF Craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada para ressecção de condrossarcoma mixóide de fossa média do crânio; relato de caso e revisão de literatura ................ 137 Santos PA, De Pieri JCB, Lira AMP, Graciatto FS, Fernandes YB Aneurismas de circulação posterior: considerações sobre 17 casos ........................................................... 137 Serra MVFBVF, Cavalcante SP, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF Hematoma extradural intracraniano: correlação entre o volume do hematoma com a localização e idade do paciente ........................................................................................................... 137 Silva EAS, Pereira CU, Dias LAA Cirurgia de epilepsia em criança com esclerose tuberosa – relato de caso ................................................ 137 Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK, Arruda D, Miccelli JP Displasia cortical e esclerose mesial hipocampal em epilepsia do lobo temporal – relato de caso ................................................................................................................................................... 138 Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK Tumor desembrioplástico neuroepitelial e epilepsia refratária – relato de caso ....................................... 138 Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK Endoscopic endonasal approach of cerebrospinal fluid fistulae ................................................................. 138 Silva LRF, Santos RP, Zymberg ST Relato de caso de cisto medular de cone medular ........................................................................................ 139 Souza Filho AM, Pinto F, Netto HLD, Santos PA, Rached JH Wavelet transform and cross-correlation as tools for seizure prediction .................................................. 139 Suárez CCB, Ballester G, Róz LM, Pereira Jr JF, Fonoff ET, Ramírez-Fernández FJ Meningite aguda por Staphilococcus aureus associada a abscessos de músculo psoas – relato de caso ................................................................................................................................................... 139 Szylewicz S, Oliveira CTP, Osório DNM, Bonfá AS, Oliveira YSA, Fonseca FO, Castro GCB Síndrome de Cobb........................................................................................................................................... 139 Taricco MA, Guirado VMP, Meluzzi AM, Pena Dias MR, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM Estudo retrospectivo dos pacientes portadores de malformação de Chiari submetidos a tratamento cirúrgico .............................................................................................. 140 Taricco MA, Santiago Melo LR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Pena Dias MR, Pimenta de Araújo, MM Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 ÍNDICE Malformações vasculares da medula espinhal ............................................................................................. 140 Taricco MA, Pena Dias MR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM Postulación de grupos pronóstico en gliomas cerebrales de alto grado ..................................................... 140 Torrico A, Torrealba G, Villanueva P, Lorenzoni J, Lovo E, Gejman R, Tagle P Detection of somatic TP53 splice site mutations in diffuse astrocytomas .................................................. 140 Uno M, Oba-Shinjo SM, Aguiar PH, Leite CC, Rosemberg S, Miura F, Wakamatsu A, Marino Jr R, Scaff M, Marie SKN Aneurisma venoso frontal superficial............................................................................................................ 141 Wainer F, Santiago MeloL R, Meluzzi A O papel da discografia no momento atual .................................................................................................... 141 Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL Espondilodiscite por Candida parapsilosis .................................................................................................... 141 Valiengo LCL, Sawada JR, Petitto CE, Fontes RBV, Taricco, MA A influência da hiperglicemia e da hipertensão no prognóstico neurológico de pacientes com hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo ............................................... 142 Vasconcellos LP, Veiga JCE, Castro JAF, Mattar BN Fístula liquórica nasal espontânea – tratamento combinado com correção endoscópica transnasal e derivação lombo-peritoneal ................................................................................ 142 Vellutini EAS, Gomes MQT, Stamm A, Baraúna I, Lúcio JEDC Tratamento cirúrgico do neurinoma de acústico ......................................................................................... 142 Vellutini EAS, Pahl FH, Gomes MQT, Cardoso ACC, Lúcio JEDC, Brock RS Detecção da expressão de pdgfr em tumores astrocíticos............................................................................ 143 Viola F, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Ribeiro MC, Paglioli-Neto E, de Morais AG Procedimentos percutaneos para a coluna ...................................................................................................143 Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL Acesso extremo lateral no tratamento cirúrgico da hérnia de disco foraminal .......................................143 Yunes RM, Onishi FJ, Adorno JOA Hemisferectomia funcional no tratamento de crises convulsivas refratárias em portadores de hemimegalencefalia – relato de dois casos ..................................................................... 143 Zaban J, Macedo M, Campos R, Lima B Eventos científicos ......................................................................................................................... 144 Índice J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO indexado na base de dados LILACS Jornal Brasileiro de Neurocirurgia O Jornal Brasileiro de Neurocirurgia é o órgão oficial da Academia Brasileira de Neurocirurgia e propõe-se a publicar artigos sobre Neurocirurgia e todas as ciências afins. Assim, trabalhos inéditos, sob a forma de artigos originais, resumo de teses, apresentação de casos ou notas técnicas poderão ser aceitos, desde que não tenham sido enviados para publicação em outro periódico. Os trabalhos deverão ser redigidos em português, com resumo em inglês, incentivando-se a publicação de artigos em língua inglesa. Todo e qualquer trabalho poderá receber modificações, para que se adapte à estrutura geral do Jornal. Os artigos que não se enquadrarem nas normas ou que não forem adequados às necessidades editoriais do Jornal serão devolvidos ao(s) autor(es), para que proceda(m) às adaptações necessárias. Os artigos deverão ser enviados em disquetes, CD ou por e-mail e poderão ser utilizados os editores de texto “MS Word”, nas versões DOS ou Windows, devendo ser enviadas também duas vias de texto original conforme digitação. A estruturação do artigo deverá obedecer à seguinte orientação: a) página-título, na qual constem o título do artigo, nome completo do(s) autor(es) e da instituição onde o trabalho foi realizado; b) página constando a sinopse estruturada estruturada do trabalho (objetivo, métodos, resultados e conclusão), com, no máximo, 200 palavras, transmitindo a idéia geral da publicação, seguida por um “structured abstract”, que deve incluir: objetive, methods, results, and conclusion; c) corpo do artigo; d) referências bibliográficas, dispostas em ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor, numeradas arábica e consecutivamente para efeito de citação no texto, de acordo com as normas da ABNT. Comunicações pessoais e trabalhos em preparação poderão ser citados no texto, mas não constarão das referências. Exemplos: • Artigos de revista: − sobrenome do autor, seguido pelas iniciais de seus prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se “vírgula” e seguidos de “dois-pontos” após o último autor; − nome abreviado do periódico (conforme Cumulated Index Medicus), em negrito, seguido de “vírgula”; − o número (em arábico) do seu volume, seguido de “dois pontos”; − os números das páginas inicial e final do artigo, separados por “hífen” e seguidos de “virgula”; − o ano de publicação do periódico, seguido de “ponto”. Ex.: 1. BORZONE M, GENTILE S, PEREIRA C, RIVANO C, ROSA M: Vertex espidural hematomas. Surg Neurol, 11: 277-84, 1979. • Livros (considerados como um todo) − sobrenome do autor, seguido pelas iniciais de seus prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se “vírgula” e seguidos de “dois-pontos” − nome da oba (grifado), seguido de “ponto”; − número da edição (caso não seja a primeira), seguido de “virgula”; − local da publicação, seguido de “vírgula”; − nome da editora, seguido de “virgula”; − ano da publicação do livro, seguido de “ponto”; Normas para publicação Ex.: 2. VI VINKEN PJ, BRUYN GW: Handbook of Clinical Neurology. Injuries to the Brain and Skull. Amsterdan, North Holand, 1976, Vol.24. • Livros (considerados em parte – capítulo): − sobrenome do autor do capítulo, seguido pelas iniciais de seus prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se “vírgula” e seguidos de “dois-pontos” após o último autor; − nome do capítulo, seguido d “ponto”; − sobrenome do autor do livro, seguido pelas iniciais de seus prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se “vírgula” e seguidos de “ponto”, precedido de “In:; caso seja(m) o(s) mesmo(s) autor(es) do capítulo, seu(s) nome(s) deverá(ao) ser substituído(s) por “_____”; − nome da obra (grifado) e com as iniciais em maiúsculas, seguido de “ponto”; − número da edição (caso não seja a primeira), seguido de “virgula”; − local da publicação, seguido de “virgula”; − nome da editora, seguido de “virgula”; − ano da publicação do livro, seguido de “ponto”; − número do volume, caso existente, precedido de “Vol.”, seguido de “ponto”; − número do capítulo, precedido de “Cap.” E seguido de “vírgula”; − números iniciais e finais das páginas do capítulo, precedidos de “p”, intercalados por “hífen” e seguidos de “ponto”; Ex.: McLAURIN RL, McLENNAN JE: Diagnosis and Treatment of |Head Injuty in Children. In: Youmans JR: Neurological Surgery. 2nd ed, Philadelphia, Saunders, 1982. Vol. 4. Cap. 59, p 2084-136. Os artigos serão classificados em quatro tipos: artigos originais, relatos de casos, artigos de revisão e notas breves. Sugestão para elaboração do corpo de cada artigo: • Artigos Originais − introdução − material e métodos − resultados − discussão • Relato de Casos − introdução − apresentação do caso − discussão • Artigos de Revisão − introdução − apresentação do assunto As ilustrações devem ser enviadas soltas e em envelopes à parte, não excedendo, em sua totalidade a ¼ do espaço ocupado pelo artigo; as fotografias, em papel brilhante e em dimensões de 12 cm x 8 cm, devem conter, no verso e a lápis, o título do artigo, sua seqüência e posição, acompanhadas das respectivas legendas, em folha separada; os gráficos e as tabelas poderão ser datilografados. Os artigos deverão ser enviados ao Editor-chefe, Dr. Ápio Antunes, Rua Luciana de Abreu, 471, cj. 308, CEP 90570-060, Porto Alegre, RS – Telefax: (0xx 51) 3222-5760. End. eletrônico: [email protected] [email protected] J Bras Neurocirurg 16(3), 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Apresentações em pôsteres Campos do Jordão, novembro de 2005 Tratamento cirúrgico de cisto aracnóide extradural tóraco-lombar – relato de caso e revisão da literatura Adorno JOA, Yunes RM, Paiva Neto MA, Onishi FJ Universidade Federal de São Paulo, São Paulo (SP) Objetivos: Relato de caso de cisto aracnóide extradural toracolombar em paciente de 40 anos tratado cirurgicamente com sucesso. Métodos: Paciente feminina de 40 anos de idade, queixa de dor lombar de forte intensidade com irradiação para os membros inferiores. Perda de força muscular progressiva de membro inferior direito, a qual piorava à deambulação. Raios-X simples evidenciaram escoliose com convexidade voltada para direita em região torácica baixa. Tomografia computadorizada revelou lesão intracanal com densidade similar ao LCR com 5, 5 x 12 x 3, 6 cm em região posterior ao saco dural. Ressonância magnética demonstrou imagem cística com intensidade de sinal igual ao de líquor, com extensão de T12 a L1, situada posterior à medula espinhal e ao saco dural com invaginação para os forames intervertebrais de T11 e T12, bilateralmente. Abordado cirurgicamente, por via posterior, por laminotomia de T11-L1 com ressecção completa. Resultados: Resolução dos sintomas no primeiro pós-operatório. A análise histopatológica do material revelou a presença de células meningoteliais agrupadas, características de cisto de aracnóide. A ressonância magnética pós-operatória revelou ressecção completa do cisto e descompressão total do canal medular e das raízes nervosas. Conclusões: Cistos aracnóides extradurais são infreqüentes, quando presentes e sintomáticos, devem ser tratados cirurgicamente buscando o pedículo de comunicação do mesmo com o espaço subaracnóide para reduzir a chance de recidiva. Abordagem pterional unilateral para aneurismas da circulação anterior bilaterais Aguiar LR, Lobão CAF, Carrer ACC, Dalmaso-Neto C, Ferreira IM, Silva JMJD Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Objetivos: Avaliar o acesso pterional unilateral para tratamento simultâneo de aneurismas bilaterais da circulação anterior. Considerar a apresentação clínica, aspectos tomográficos, angiográficos, avaliação por Doppler transcraniano e evolução de pacientes submetidos a esta técnica cirúrgica. Casuística: São apresentados oito pacientes admitidos em hospital universitário com quadro de hemorragia subaracnóidea cujos exames de imagem evidenciaram aneurismas múltiplos da circulação J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 anterior. Tais aneurismas foram abordados por via pterional unilateral para tratamento de lesões bilaterais. Resultados: Dos pacientes estudados, 87% eram do sexo masculino, a idade média foi de 50,2 anos, 62% eram hipertensos, 62% apresentaram-se em Hunt y Hess 3. Tomografia de crânio à admissão evidenciou 75% com Fisher 3) e nenhum com hidrocefalia. Avaliação pré-operatória por Doppler transcraniano demonstrou vasospasmo em apenas um paciente, que não se correlacionou com vasospasmo clínico nem angiográfico. Foram estudados 20 aneurismas, no total, sendo que a maioria foi de ACM esquerda (35%), seguido da ACM direita (20%), artéria oftálmica direita (15%), AcoP direita (20%), ACoP esquerda (5%), ACI esquerda (5%), ACI direita (5%) e um aneurisma, não abordado cirurgicamente, de topo de artéria basilar (5%). Houve um sangramento per-operatório, o GOS médio foi 4,75, não houve nenhum óbito e um paciente necessitou clipagem adicional de colo remanescente, via craniotomia contra-lateral. Conclusões: O acesso pterional unilateral para abordagem de aneurismas bilaterais de circulação anterior é uma técnica factível associada à baixa morbimortalidade. Pacientes selecionados beneficiam-se desta técnica que diminui os riscos de ruptura dos aneurismas e a necessidade de uma segunda craniotomia. Indicações da descompressão cirúrgica no tratamento de isquemia cerebral no território da artéria cerebral média Aguiar guiar PHP, Fontes RBV, Simm R, Montenegro MC, Petitto CE, Roz L, Mattei TA Hospital Paulistano e Hospital Santa Paula – São Paulo (SP) Introdução: A mortalidade após isquemia cerebral é causada por lesão expansiva decorrente de edema cerebral maligno isquêmico, refratário a tratamento clínico. O quadro clínico é constituído por hemiplegia, redução padrão respiratório normal, alterações da motricidade ocular e diminuição do nível de consciência. O paciente deve ser submetido a manobras de contensão da hipertensão intracraniana, como elevação decúbito toracocefálico, manutenção da normotermia, utilização de manitol ou glicerol, manutenção pressórica, sedação e coma induzido. A ineficácia destas manobras pode indicar cranioectomia descompressiva. Rationale e timming: Edema cerebral fatal ocorre em 1% a 5% dos pacientes com infarto supratentorial. Infartos hemisféricos e edema cerebral volumétrico apresentam prognóstico ruim e mortalidade aproximada 80%. O tratamento cirúrgico decresce mortalidade em 34, 4%. Racionale para craniectomia descompressiva é permitir expansão extracraniana do tecido edematoso, evitando herniação e colapso microcirculatório cerebral. A idade inferior a 50 anos apresenta melhor prognóstico. Acompanhamento com Doppler 93 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO transcraniano é importante no diagnóstico precoce e prognóstico. Indicação: Atualmente indica-se craniectomia descompressiva precocemente, contrário aos parâmetros anteriores. Tomografias repetidas e ressonância magnética com estudo de difusão e perfusão permitem identificação precoce da extensão do infarto e, associada à clínica, é suficiente para indicação cirúrgica. Critérios clínico-radiológicos atuais para indicação craniectomia descompressiva são: infarto do território da artéria cerebral com média extensão maior que 50%, com sintomas e sinais clínicos agudos; evidência neurorradiológica de inchaço cerebral local obliterando cisternas basais e apagando sulcos corticais. Craniectomia descompressiva: A craniectomia descompressiva deve ser ampla, alcançando do osso frontal ao occipital, isto é, hemicraniectomia descompressiva. Idosos necessitam de maior número de trepanações, evitando assim laceração dural. Utilizar preferencialmente pericrânio, fascia lata, fascia temporal e por fim pericrânio bovino e dura-máter cadavérica liofilizada durante duraplastia. Fechamento dural o mais hermético possível, utilizando-se colas biológicas e substitutos sintéticos, se necessário. Entretanto, os principais fatores para evolução residem na indicação precoce, idade inferior 50 anos, nenhuma comorbidade e craniectomia ampla. Meningiomas atípicos e anaplásicos – correlação com variáveis fenotípicas, radiológicas, cirúrgicas e de prognóstico Aguiar PHP, Santana PA, Petitto CE, Marie SKN Grupo de Neuro-Oncologia da Divisão de Clínica Neurocirúrgica do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: Apesar de classicamente considerados neoplasias benignas, os meningiomas possuem evolução clínica complexa e variável, na medida em que podem apresentar comportamento agressivo e/ou recorrer. Em 2000, a OMS, tentando estabelecer fatores associados ao prognóstico, propôs uma classificação baseada na histopatologia, graduando-os em benignos (grau 1), atípicos (grau 2) e anaplásicos ou malignos (grau 3). Objetivo: Melhor caracterizar os meningiomas graus 2 e 3 considerando-se variáveis fenotípicas, radiológicas, cirúrgicas e de prognóstico. Metodologia: Foram selecionados todos os pacientes com meningiomas atípicos e anaplásicos operados nos últimos cinco anos no HC-FMUSP, correspondendo a 16, sendo 11 atípicos e cinco malignos. Seqüencialmente, foram estudadas variáveis: (a) fenotípicas (sexo e idade); (b) radiológicas (localização, aspecto e edema peritumoral); (c) cirúrgicas (consistência e vascularização); e (d) de prognóstico (escala de Simpson), por meio de entrevistas com os pacientes e/ou familiares e revisão de prontuários. Resultados: Dentre os pacientes com meningiomas atípicos, sete eram mulheres; a idade média foi de 60, 36 anos; dois eram falcinos, três parassagitais, quatro de convexidade, um de asa de esfenóide e um de tórcula; sete eram heterogêneos; três apresentavam edema peritumoral grau 0, cinco grau 1 e três grau 2. Oito eram bem endurecidos e sete sangrantes. Foi obtida ressecção a Simpson I, II e III, respectivamente em cinco, dois e quatro pacientes. Considerando-se os malignos, três eram mulheres, a idade média foi de 47, 60 anos; três eram de convexidade, um de tubérculo selar e um de tentório; apenas um homogêneo; quatro apresentavam edema grau 2 e um grau 1. Quatro apresentavam consistência fibro-elástica, sendo 94 todos sangrantes. Ressecção a Simpson I foi possível em dois casos. Conclusões: (a) Meningiomas malignos foram mais freqüentes em indivíduos jovens; (b) A heterogeneidade, a presença de edema peritumoral e o sangramento mais abundante foram comuns em ambos os tipos; e (c) Meningiomas atípicos parecem ser mais endurecidos. Tratamento das malformações arteriovenosas na urgência Aguiar PH, Valiengo LCL, Da Roz LM, Petitto CE, Caldas JG, Simm R, Maldaum M, Fontes RBV Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Santa Paula. Serviço de Neuroradiologia Intervencionista – São Paulo (SP) Objetivos: Demonstrar a experiência dos autores na operação em cinco casos de urgência de MAV, procurando estabelecer normas relativas à conduta de urgência. Métodos: Seis pacientes são descritos com MAV em período pós-hemorrágico entre o período de 2000 a 2005, sendo cinco tratados cirurgicamente e um conservadoramente. Resultados: Dois pacientes apresentaram hemorragia após angiografia cerebral e embolização. Contudo, a embolização foi satisfatória no período pósoperatório. Outros três pacientes, que tinham diagnóstico de MAV já estabelecido, apresentaram sangramento súbito, com hematoma e foram submetidos à cirurgia emergencial, com remoção do hematoma e microcirurgia da MAV. Não houve mortalidade intra-operatória e o follow up variou de seis meses a cinco anos. Conclusões: A hemorragia da MAV pode representar em emergência neurocirúrgica e o neurocirurgião deve estar familiarizado para a remoção do hematoma e da MAV nas primeiras horas pós-sangrante, sendo a embolização da MAV não inócua. Utilização de doppler transcraniano contínuo na urgência – relato de caso – cirurgia de aneurisma gigante Aguiar PH, Petitto CE, Valiengo LCL, Ziorelli C, Hischer R, Fontes RBV Liga de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: Monitorização do fluxo sangüíneo em cirurgia de aneurismas é ainda um desafio hoje. Relato de caso: Os autores reportam a clipagem de um aneurisma gigante de artéria carótida interna; que logo após o retrator do lobo frontal ser posicionado, o clipe do aneurisma rodou e pode ser detectada redução do fluxo sangüíneo pelo Dopler transcraniano. Discussão: Entre os métodos mais populares para monitorização do fluxo sangüíneo intra-operatório (Dopller transcraniano e microvascular e gravação de potenciais evocados) todos têm suas vantagens e desvantagens. Nenhum dele pode medir perfeitamente o fluxo sangüíneo cerebral, detectar clipagem insuficiente de aneurismas e prevenir estenoses. Idealmente, a monitorização intraoperatória deve ser prolongada aos estágios finais de procedimento cirúrgico, prevenindo eventos, como isquemia pela rotação do clipe. Conclusão: Talvez, novos métodos de monitorização superarão essas dificuldades, sendo que atualmente o método “perfeito” deve ser escolhido em cada caso. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Malformação de Dandy-Walker e siringomielia – relato de caso Análise da sobrevida de pacientes com glioblastomas multiformes operados e apenas biopsiados Almeida JJRW, Clara CA, Atique SC Serviço de Neurocirurgia Oncológica da Fundação Pio XII, Barretos (SP) Objetivos: A conduta cirúrgica nos glioblastomas multiformes permanece controversa. Nosso objetivo foi o de comparar, retrospectivamente, a sobrevida de pacientes pertencentes a três grupos com características bem definidas, procurando descrever suas características demográficas e traçando as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meyer. Métodos: Todos os pacientes tinham idade maior que 30 anos e menor que 70. O grupo 1 (n = 22) incluiu pacientes apenas biopsiados que tinham performance status (PS, WHO) <= 2, tumores em áreas eloqüentes (n = 8) e os que, operáveis, recusaram a cirurgia por motivos pessoais (n = 14). No grupo 2, o PS era <= 2 e a ressecção deveria ter sido ampla (n = 28) ou macroscópica total (n = 12). O grupo 3 incluiu pacientes apenas biopsiados que tinham PS < = 3 e tumores inoperáveis (n = 19). Foram traçadas as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan Meyer e a significância estatística foi calculada pelo Log-Rank Test. Resultados: sobrevida G1 G2 G3 22 52 10 masc 12 fem <=2 – – 12 BML 10 BE 6m 40 57 22 masc 18 fem <=2 12 28 – – 8, 5 19 64 10 masc 9 fem <=3 – – 15 BE 4 BML 2m BML: biopsia mão livre; BE: biópsia estereotáxica; RMT: ressecção macro total, RP: ressecção parcial J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Survivoship: S(t) Objetivos: Siringomielia associado com a malformação de DandyWalker (MDW) é raro e apenas foram encontrados 18 casos na nossa revisão, muitos deles em achados de necropsias. Relatamos tal associação, discutindo os possíveis mecanismos patogenéticos e enfatizamos o tratamento neuroendoscópico. Métodos: Uma criança, sexo feminino, foi submetida, ao nascimento, a uma derivação ventrículo-peritoneal para tratamento da hidrocefalia decorrente da MDW, com duas revisões da válvula ulteriormente. Aos 7 anos, chegou ao nosso serviço com parestesia em MMII. A ressonância magnética mostrou colabamento do sistema ventricular supratentorial e siringomielia. Resultados: Este caso foi tratado com neuroendoscopia abrindo-se as paredes do cisto, verificando a presença de plexo coróide no seu interior. Houve melhora clínica correspondida pela redução da siringomielia na imagem de controle pós-operatório. Conclusões: A neuroendoscopia mostrou-se eficaz neste caso, servindo para verificar de onde se produzia o líquor, confirmar a etiologia da hidrocefalia e reduzir a siringomielia. PS RMT RP Biópsia Survival for Different Treatment Groups 1 2 3 0,75 Albuquerque RO, Fonseca AAB, Zymberg ST, Cavalheiro S Universidade Federal de São Paulo (SP) n idade gênero 1 0,5 0,25 0 0 8,8 17,5 26,3 35 Months Conclusões: Esse estudo sofre do mesmo problema de viés de seleção que se encontram nos trabalhos similares. No entanto, os dois primeiros grupos são mais parecidos que os da literatura e não apresentam diferenças estatisticamente significativas entre si. Já o terceiro grupo, que reuniu pacientes em pior estado apenas biopsiados, mostrou diferença significativa quando comparado com o grupo 1. Mapeamento cortical intra-operatório em cirurgia para ressecção de lesões cerebrais adjacentes a áreas eloqüentes Amorim RLOA, Almeida AN, Fonoff ET, Paiva WS, Teixeira MJ Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Departamento de Neurologia da FMUSP Objetivos: O objetivo primordial da exérese de tumores cerebrais é a ressecção máxima possível com mínimos riscos de déficits neurológicos no pós-operatório. Nos casos de lesões que invadem os centros de linguagem ou motores, entretanto, o procedimento cirúrgico para atingir esse objetivo torna-se progressivamente mais difícil. O presente estudo visa demonstrar e discutir as vantagens e as limitações do uso da técnica de mapeamento cortical. Métodos: Esta é uma revisão retrospectiva de 21 casos em que foi realizado monitoramento cortical intra-operatório em cirurgias para ressecção de lesões intracranianas localizadas em áreas eloqüentes. Todos os pacientes apresentavam linguagem preservada e déficits neurológicos relativamente mínimos. Os testes foram realizados durante a estimulação cortical direta e ressecção das lesões. Resultados: Dos 21 pacientes avaliados, dez eram homens e 11 eram do sexo feminino. A idade média foi de 32 anos com variação de 12 a 61 anos. Das lesões estudadas, 15 eram lesões neoplásicas e seis não-tumorais. A grande maioria dos pacientes tinham crises convulsivas (85, 7%) e destes, metade apresentavam-se como crises refratárias. Quanto ao grau de ressecção, 12 pacientes (57%) tiveram ressecção completa. Em sete (33, 3%), foi obtida a ressecção subtotal. Em um paciente foi feita a ressecção parcial. E em um paciente foi feito apenas biópsia. De todos os pacientes, 66, 6% não apresentaram déficits no pós-operatório imediato, 23% dos pacientes apresentaram piora clínica transitória no pós-operatório e em 4, 5%, houve déficit permanente. 95 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Conclusões:A estimulação cortical intra-operatória permite otimizar o grau de ressecção minimizando os déficits pós-operatórios. Esta é uma técnica eficaz no manejo de lesões em íntimo contato com o córtex eloqüente, que outrora, seriam designadas inoperáveis. Intracerebral bullet embolism – a rare cause of ischemic stroke Andrade AF, Amorim RLO, Paiva WS, Almeida NA, Marino Jr R Neurosurgery Unit of the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Introduction: Bullet embolism is a well recognized on literature. Most descriptions of this condition are case reports and associated to the vascular system out of the central nervous system. Usually, when the embolism is to the neurovascular system, the patient has a poor outcome. Objective: Describe a rare case of bullet embolism to the middle cerebral artery with a conservative management taking a good outcome. Methods: Case report. Description: This is a case of a 31-year-old man, found lying on the street, presented in the emergency department after sustaining a 12-gauge shotgun wound to the neck and face. His hemodinamic condition was stable and he had multiple perforations in the neck, face and a perforation of the right eyeball. He was comatose, 7 points in Glasgow Coma Scale, with complete right hemiplegia. An antero-posterior radiographic view of the skull showed multiple shotgun pallets in all over the face, mainly in the right. A CT scan of the brain revealed hipodensity in the left temporoparietal area, shift of the midline structures and a metallic artifact in the left sylvian fissure. A carotid arteriogram confirmed complete occlusion of the left middle cerebral artery by the bullet. The patient remained stable in the intensive care unit with clinical measures to reduce intracranial pressure and decompressive craniotomy was not necessary. He survived with global aphasia and right hemiparesis. Six months after trauma was noted severe psychological disorder caractherized by agressivity, drug abuse, hipersexually and anti-social behavior. Conclusions: Although rare, the management of this type of lesion must be individualized. In our case, the patient had a good recovery with a conservative management. Aneurisma gigante parcialmente trombosado da artéria vertebral submetido ao tratamento combinado endovascular e cirúrgico de Andrade GC, Freitas JMM, Phal F Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP) Objetivos: Pacientes com aneurismas gigantes parcialmente trombosados da artéria vertebral podem apresentar sintomas que são relacionados ao efeito compressivo devido à localização anatômica e proximidade com o tronco cerebral. Devido à localização, presença de colo largo, calcificações e trombos no interior do aneurisma, o melhor tratamento para estes aneurismas não é muito bem definido. São descritos vários mecanismos responsáveis pelo crescimento destes aneurismas, não havendo consenso a respeito do assunto. A oclusão endovascular destes aneurismas com preservação da artéria nutridora tem sido utilizada em pacientes que não devem ser submetidos ao tratamento cirúrgico de ligação proximal da 96 artéria nutridora “método Hunteriano”. A abordagem combinada deve ser considerada em casos nos quais não pode haver cura com o tratamento endovascular ou cirúrgico unicamente. Métodos: Apresentamos um caso em que o paciente apresentava aneurisma gigante parcialmente trombosado da artéria vertebral direita que foi submetido ao tratamento endovascular com oclusão total do aneurisma. Evoluiu com piora da sintomatologia e enchimento retrógrado do aneurisma, sendo submetido a novo procedimento endovascular. Após nova piora sintomática no exame de controle, observou-se recrescimento do aneurisma havendo a necessidade da abordagem cirúrgica. Resultados: Após o tratamento endovascular e manutenção do enchimento retrógrado do aneurisma houve a necessidade da ressecção cirúrgica do aneurisma, retirando o efeito de massa sobre o tronco cerebral e o paciente evoluiu com melhora sintomática. Conclusões: Deve-se considerar a abordagem cirúrgica seguida de aneurismectomia para alívio do fenômeno compressivo nestes casos em que há refratariedade ao tratamento endovascular. Determinação dos aspectos anatômicos dos aneurismas cerebrais por angiografia por subtração digital tridimensional para definição da abordagem terapêutica de Andrade GC, Freitas JMM Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP) Objetivos: O diagnóstico dos aneurismas intracranianos tem como método standard a angiografia por subtração digital, assim como outros métodos como a angiotomografia tridimensional e a angio-ressonância. A angiografia por subtração digital tridimensional surgiu como novo suporte tecnológico e tem sido usada principalmente para planejamento de estratégia terapêutica. O tratamento dos aneurismas pode ser influenciado por vários fatores que incluem sua morfologia, localização, relação com a artéria nutridora, tortuosidade das artérias e experiência do neurocirurgião/neuroradiogista. Porém, estes aspectos anatômicos podem não ser definidos com clareza no exame de angiografia digital por subtração. No entanto, a reconstrução das imagens em três dimensões tem sido usada em aparelhos de angiografia por subtração digital rotacional, reconstruindo com clareza de dados aspectos anatômicos importantes para a definição da abordagem terapêutica dos aneurismas. Métodos: Durante um período de três anos foram realizados 225 exames de angiografia cerebral por subtração digital em aparelho de angiografia (Philips Alura®), com o diagnóstico de aneurisma cerebral em um terço dos casos, onde complementou-se o exame com a aquisição das imagens em duas séries rotacionais de 180° transformadas pela workstation em imagens tridimensionais. Resultados: As imagens adquiridas em três dimensões, foram estudadas de maneira rotacional, identificando e determinando o tamanho do saco aneurismático, assim como do colo, relação de todos os vasos próximos ao aneurisma com o próprio aneurisma e seu colo. Conclusões: Angiografia por subtração digital tridimensional representa importante avanço tecnológico no diagnóstico dos aneurismas cerebrais, assim como na terapêutica cirúrgica ou endovascular, acrescentando informações à angiografia por subtração digital. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Fístula arteriovenosa dural do seio transverso submetida ao tratamento endovascular por punção direta através de craniectomia – tratamento combinado de Andrade, GC; Freitas, JMM; Velasco, O Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP) Objetivos: Malformações arteriovenosas, do tipo fistular, com envolvimento dos seios transverso e sigmóide são lesões adquiridas que ocorrem após trombose de seios durais. De acordo com as características da lesão pode haver dificuldade de abordagem cirúrgica, endovascular endovenosa ou endoarterial. A combinação da abordagem cirúrgica com exposição do seio e do tratamento endovascular endovenoso por punção direta do seio com oclusão da fistula e prevenção do risco de hemorragia e/ou déficit neurológico, pode ser realizada e alguns casos. Métodos: Paciente do sexo feminino, 53 anos, com diagnóstico de FAVD, tipo IIB, localizada no seio transverso, no qual foi realizado tratamento combinado com craniectomia occipital seguida de punção direta de fístula dural do seio sigmóide e oclusão com hidrocoils. Resultados: O controle angiográfico perioperatório e tardio apresentaram oclusão total da FAVD sem sinais de recanalização. Conclusões: Devido ao risco de hemorragia intracraniana e alguns tipos de FAVD`s, deve-se realizar seu tratamento com oclusão total através de abordagem cirúrgica ou endovascular (endoarterial ou endovenosa), porém, em alguns casos onde ocorre dificuldade do tratamento endovascular, deve-se considerar o tratamento combinado. Síndrome de Klippel-Trenaunay e fístula arteriovenosa dural lombar – tratamento endovascular De Andrade, GC; Freitas, JMM Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP) Objetivos: A síndrome de Klippel-Trenaunay possui etiologia ainda obscura. Porém, a hipertensão venosa profunda secundária à obstrução venosa profunda tem sido sugerida como causa. Alguns autores sugerem que a síndrome possa ser causada por anormalidades mesodérmicas durante o desenvolvimento fetal, resultando na tríade composta por nevus cutâneo, hipertrofia do membro acometido e varizes profundas. Este relato de caso tem como objetivo apresentar esta síndrome pouco comum e que possui como possível causa uma fístula arteriovenosa dural lombar. Métodos: Tratamento endovascular de fístula arteriovenosa dural lombar e paciente do sexo feminino de 24 anos e que apresentava síndrome de Klippel-Trenaunay. Resultados: Oclusão total do pertuito fistular e diminuição da hipertensão venosa profunda, observado em angiografia de controle. Conclusões: A síndrome de Klippel-Trenaunay é enfermidade pouco comum e de etiologia pouco definida, porém, é conveniente a hipótese do diagnóstico de fístula arteriovenosa dural lombar em pacientes que apresentarem a tríade de nevus cutâneo, edema de membro inferior e varizes profundas. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Avanços no tratamento dos cistos de aracnóide intracranianos Aquino HB, Britto Filho CA, Nascimento RX, Silva CRA, Britto WL, Tolomelli A, Barros Filho MF, De Araújo JN Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence da Prefeitura Municipal de São José dos Campos (SP) Objetivos: O trabalho tem como objetivo fazer um estudo retrospectivo de todos os cistos de aracnóide tratados em nossa instituição nos últimos dez anos e mostrar os avanços ocorridos no tratamento. Métodos: Estudamos, retrospectivamente, 55 pacientes com cistos de aracnóide, estudando a localização dos cistos, o número de cirurgias realizadas e a técnica cirúrgica empregada, além de uma revisão da literatura dos avanços recentes no tratamento. Resultados: Dos 55 pacientes estudados, 37 procedimentos cirúrgicos foram realizados (67,8%), com as indicações baseadas nos exames clínicos e radiológicos. O tratamento variou desde a observação em 18 (32,72%) pacientes assintomáticos ou casualmente diagnosticados a pacientes os sintomáticos, nos quais os seguintes procedimentos cirúrgicos foram realizados: derivação ventrículo-peritoneal, derivação cisto-peritoneal, fenestração microcirúrgica cisto-cisternal, fenestração microcirúrgica cisto-ventricular, fenestração cisto-ventricular endoscópica com ou sem III ventriculostomia e drenagem de hematoma subdural. O índice de mortalidade foi considerado baixo e em sua maioria correspondeu a infecções do sistema de derivação ventricular ou cisto-ventricular. Conclusão: Acreditamos que o tratamento dos cistos de aracnóide ainda desafia a maioria dos neurocirurgiões, principalmente, quando tratados com sistemas de shunt. A fenestração microscópica cisto-cisternal é uma técnica segura para cistos localizados no lobo temporal, no entanto, neurondoscopia corresponde ao avanço mais recente no tratamento de todos os cistos, por se tratar de técnica minimamente invasiva, de ser uma tentativa de eliminar a principal fonte de infecção (sistemas de shunt), por fim, diminuir o tempo de permanência hospitalar e o custo operacional. Análise do poder discriminatório da perfusão e da espectroscopia de prótons multivoxel comparadas à ressonância magnética para avaliação de tumores cerebrais Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Araújo N, Martins I, Chiappeta C, Souza CH, Chaves JR, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Tavares F, Carneiro GS, Azevedo-Filho H Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: Tumor, radionecrose ou alterações pós-cirúrgicas podem ser semelhantes à RMI (ressonância magnética). A associação da perfusão (relative cerebral blood volume [rCBV]) e espectroscopia multivoxel (HMRSI) aumentou a sensibilidade da RMI. Métodos: Foram examinados 25 pacientes com tumor cerebral, submetidos a tratamento cirúrgico no Hospital da Restauração – Recife (PE), na Multimagem-Sabin durante período de oito meses em aparelho Signa Infinity GE 1, 5 Tcom RMI, H-MRSI (TE = 35) e perfusão. As imagens foram obtidas no pré-operatório (14 pacientes), no pós-operatório (dez casos) e em ambos (um 97 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO caso ). Resultados: As hipóteses radiológicas pré-tratamento foram: glioblastoma multiforme (GBM) em cinco pacientes, astrocitoma pilocítico e astrocitomas de baixo grau em dois pacientes cada; astrocitoma de células gigantes, glioma de baixo grau, glioblastoma, hemangioma e meningioma todos um casos cada. Nos pacientes de pós-operatório, as hipóteses radiológicas dos dez casos foram categorizadas em pós-operatório imediato (até dez dias) e tardio. Nos pacientes pós-operatório imediato, houve resíduo tumoral de GBM em três e astrocitoma grau II em um. Um caso, radiologicamente livre de tumor, foi classificado como falso negativo por não ter margens livres de tumor. Nos cinco casos tardios, as hipóteses radiológicas foram recidiva de tumor de alto grau em dois pósradioterapia, possível recidiva/gliose em dois e um meningioma residual recidivante. Conclusão: As técnicas funcionais da espectroscopia e de perfusão aumentaram o poder discriminatório da RMI no diagnóstico dos tumores e na diferenciação recidiva/radionecrose. Lesões brilhantes na difusão: um diagnóstico diferencial sob a forma de ensaio pictorial Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Mendonça R, Mourão ML, Costa I, Silva JL, Lagos G, Serra S, Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: A difusão tem demonstrado elevada sensibilidade e especificidade para infarto cerebral agudo. Entretanto, outras etiologias podem causar essas anormalidades na difusão. Esta exibição cientifica mostra patologias do SNC que podem se apresentar com hiperintensidade de sinal na difusão. Métodos: Casos ilustrativos que mostraram hiperintensidade na difusão foram coletados para serem incluídos nesse trabalho. Resultados: Serão apresentados casos com diversas etiologias, como infartos agudos, linfoma, trauma, abscesso, doença desmielinizante, cisto epidermóide, doença de Creutzfeldt-Jakob que são hiperintensos (brilham) na difusão. Conclusão: Embora a difusão seja altamente sensível e específica para infarto cerebral agudo, outras etiologias devem ser consideradas, quando estamos diante de uma lesão hiperintensa na difusão. Neuroesquistossomose – aspectos neurorradiológicos Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Carvalho AR, Souza B, Lagos G, Costa I, Oliveira Jr. VA, Moreira AJP, Serra S, Tavares F, Faquini I, AzevedoFilho H, Silva JL Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: A Organização Mundial da Saúde indica 200 milhões de pessoas infectadas pelo Schistossoma mansoni e outras espécies. A proposta desta exibição científica é uma revisão do ciclo biológico do S mansoni, suas formas clínicas e acometimento do sistema nervoso central. Métodos: Foram coletados casos de neuroesquistossomose (mielite) submetidos à ressonância nuclear magnética (RMN). Resultados: No caramujo, as larvas se desenvolvem para cercaria, que infecta o homem. A maturidade ocorre no plexo venoso porto-mesentério onde ocorre a ovulação. Ovos podem ser eliminados nas fezes, permanecer no intestino ou migrar para outros 98 órgãos. As formas clínicas intestinal, hepática e hepatoesplênica são as mais freqüentes, podendo ocorrer formas anômalas tendo o SNC como o local mais freqüente (20 a 30% dos portadores de S. mansoni). O segmento lombossacro da medula espinhal e o mais acometido. Na mielite, a RMN mostra um alargamento inespecífico da medula espinhal torácica inferior e cone medular com lesões hiperintensas no T2, às vezes impregnando contraste. Conclusão: Neuroesquistossomose constitui sério problema de saúde pública nas regiões endêmicas. Devido à falta de especificidade da RMN, a epidemiologia auxilia na elucidação diagnóstica. Vantagem na associação da ressonância magnética por imagem as técnicas da perfusão e espectroscopia de prótons no diagnóstico das neoplasias cerebrais primárias Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Tavares F, Araújo N, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Carneiro GS, Brandão R, Chaves JR, Azevedo-Filho H Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: Técnicas funcionais não-invasivas de RMI (ressonância magnética) que medem parâmetros fisiológicos da hemodinâmica microvascular (perfusão – rCBV) e da bioquímica (espectroscopia de prótons [H-MRSI]) tem contribuído para aumentar a especificidade da RMI na investigação das patologias cerebrais. Avaliar se associação da RMI às técnicas funcionais de rCBV e H-MRSI traz vantagem no diagnóstico das neoplasias cerebrais primárias. Métodos: Avaliamos 16 pacientes com neoplasia cerebral primária no Multimagem Sabin, em um período de 22 meses em aparelho Signa Infinity GE 1, 5 T com RMI, perfusão (rCBV) e H-MRSI (TE = 35). Resultados: Os astrocitomas difusos de baixo grau (grau II/OMS) apresentam diminuição do rCBV e espectroscopia com discreto aumento da colina e do mioinositol, além de redução da colina, redução do NAA e pico de lipídios e lactato. Um caso de meningioma e dois astrocitomas pilocíticos apresentaram padrão espectroscópico e de perfusão compatíveis com tumor de baixo grau. Um astrocitoma de células gigantes e um hemangioblastoma apresentaram perfusão elevada e na (H-MRSI), moderado aumento da colina, discreta redução do NAA e aparecimento do lipídios e lactato. Conclusão: A análise conjunta das técnicas de RMI, perfusão e espectroscopia multivoxel foi útil na discriminação dos astrocitomas difusos e pilocítico para diferenciação entre tumores de alto e baixo grau. A impressão diagnóstica radiológica no astrocitoma de células gigantes e no hemangioblastoma baseia-se principalmente na RMI e dados clínicos. Avaliação da eficácia do tratamento microcirúrgico de 45 casos de cistos meníngeos intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov) Arantes A, Maitrot D, Gusmão S, Machado GM, Silveira RL Hospital Hautepierre – Strasbourg, França, Hospitais das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Madre Teresa e Luxemburgo – Belo Horizonte (MG) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivo: Cistos meníngeos intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov [CT]) são lesões intrigantes. Desde sua descrição, encontramos controvérsias concernentes sua origem, importância clínica, fisiopatologia e tratamento. Nós constatamos na literatura a inexistência de séries com mais de 13 casos, o que certamente contribui para a inconsistência dos dados referentes ao resultado funcional, eficácia e complicações dos diferentes métodos de tratamento cirúrgico. Apesar do consenso de que os CT assintomáticos devam ser acompanhados sem cirurgia, permanece em discussão quando e como indicar o tratamento cirúrgico. Casuística/Método: Nós avaliamos 45 casos de CT tratados por microcirurgia, operados no período de 1990 a 2002, portanto, com acompanhamento mínimo de um ano e máximo de 13 anos. Em 25 casos, a microcirurgia foi assistida por endoscopia. Resultado: Idade média de 47 anos, 66% de mulheres e 34% de homens. Os resultados pós-operatórios foram avaliados em curto, médio e longo prazo. Destacamos como complicação o aparecimento de meningocele pós-cirúrgica sintomática em dois casos e em três, evolução desfavorável levando a indicação de derivação cistoperitoneal. Conclusões: Globalmente os resultados foram bons e devem ser avaliados com prudência. Nós discutimos as limitações das técnicas, dados da literatura, teoria da origem dos cistos e apresentamos sugestões a propósito da causa, patogenia e tratamento cirúrgico. Nenhum fator preditivo da evolução cirúrgica foi encontrado. Demência pós-radioterapia, confusão com infiltração tumoral – relato de caso Atique SC, Almeida Jr W, Clara CA Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Câncer da Fundação Pio XII, Barretos (SP) Objetivo: Relatar o caso de um homem de 55 anos, portador de glioma de baixo grau tratado com cirurgia mais radioterapia em outro serviço. Após crise convulsiva, dois meses após o término da radioterapia, foi realizada ressonância nuclear magnética de encéfalo, cujo laudo foi de recidiva tumoral, tendo sido proposta quimioterapia com temozolamida. Encaminhado para nosso hospital, constatamos um quadro demencial grave e uma intensa atrofia do parênquima cerebral, acompanhada por uma imagem difusa de desmielinização que fora interpretada pelo radiologista como infiltração tumoral extensa, bi-frontotemporal. Aventada a hipótese de ser uma atrofia pós-radioterapia foi proposta uma biopsia estereotáxica, que foi feita nos dois lobos frontais e demonstrou apenas uma intensa gliose por processo degenerativo. O paciente vem sendo seguido e, além da demência não apresenta sinais clínicos nem de RMN que sugiram crescimento tumoral. Métodos: Revisão bibliográfica, via Bireme, com banco de dados PubMed, até 2005, sobre gliomatose cerebral e radionecrose no sistema nervoso central, além da revisão do prontuário e exames de imagem do paciente em questão. Conclusão: O caso ressalta a importância da avaliação detalhada dos casos, nos quais há suspeita radiológica de tumor infiltrativo após a radioterapia. Entre os efeitos nocivos tardios da radioterapia, a demência e a radionecrose se apresentam de maneiras distintas. Enquanto a radionecrose se confunde com o tumor ativo, a demência se apresenta como extensa atrofia difusa. No presente caso, a interpretação equivocada das imagens J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 e do quadro clínico quase levou o paciente a receber um tratamento agressivo e desnecessário. Granuloma intraorbitário por sarcoidose – relato de caso Atique SC, Almeida JR, Clara CA, Demarchi LMMF Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Câncer da Fundação Pio XII, Barretos (SP) Objetivo: Relatar o caso de LBAM, 41anos, masculino, com história de proptose ocular esquerda, em acompanhamento no serviço de oftalmologia há um ano, sem melhora e com progressão da exoftalmia. O paciente foi operado e o anatomopatológico deu um diagnóstico raro de granuloma não caseoso sugestivo de sarcoidose intraorbitário. Métodos: Utilizamos revisão bibliográfica, via Bireme, com banco de dados PubMed, até 2005, livros texto em neuropatologia, prontuário do paciente e seus exames de imagem, além da revisão das lâminas pela patologista. Resultados: O paciente foi submetido a craniotomia fronto-orbitária esquerda, com ressecção completa da lesão e preservação anatômica de todas as estruturas da órbita. No pós-operatório imediato apresentou ptose palpebral transiente, sem outro distúrbio do terceiro par. Dentre os casos de lesões inflamatórias intraorbitárias descritos na literatura encontramos pouquíssimos casos de granulomas por sarcoidose. Conclusões: Esse caso demonstra que o granuloma por sarcoidose deve ser incluso no diagnóstico diferencial dos tumores orbitários. Mesmo em pacientes mais jovens, que não é faixa etária mais comum da sarcoidose, este deve ser pensado. Malformação arteriovenosa cerebral angiograficamente oculta em criança – relato de caso Azevedo-Filho H, Brainer-Lima PT, Bozzetto-Ambrosi P, Magalhães N, Faquini I, Silva JL, Mendes JÁ, Chaves J Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: Avaliar os aspectos clínicos, radiológicos e terapêuticos de hematoma intracerebral operado em criança com primeira angiografia normal. Métodos: Criança, 7 anos de idade, admitida após cefaléia intensa e síncope, com 9 pontos na escala de coma de Glasgow, hemiparesia esquerda, pupilas simétricas e fotorreagentes, submetida à tomografia computadorizada do crânio. Resultados: Identificado hematoma intraparenquimatoso temporoparietal à direita, com volume de 24, 6 mL. Submetida à cirurgia de urgência para drenagem do hematoma. Após 24 horas, novo sangramento seguido de cirurgia para alívio da pressão intracraniana. A angiografia cerebral digital, realizada dez dias após a admissão, foi normal. A evolução na unidade de terapia intensiva mostrou 15 pontos na escala de coma de Glasgow com hemiparesia esquerda e hemianopsia ipsilateral. Após 40 dias da alta hospitalar, uma nova angiografia mostrou malformação arteriovenosa insular à direita. Operada sem intercorrências, recebendo alta hospitalar sem novos déficits. Conclusões: Uma angiografia normal na investigação para hematoma intracerebral não exclui a presença de malformações arteriovenosas, como etiologia do sangramento em crianças. 99 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Teratoma de fossa posterior – relato de caso e revisão de literatura Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo: necessidade da retirada de fragmentos Azevedo-Filho H, Tavares F, Bozzetto-Ambrosi P, Agra T, Aragão MFV, Cartaxo G, Silva JL, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Brandão R, Tenório J, Lobo B, Lopes E Hospital da Restauração – Recife (PE) Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: Os teratomas, segundo a classificação da OMS, estão entre os tumores de células germinativas e apresentam as mesmas características histológicas independente do local de origem. São subdivididos, segundo o grau de maturação, em maduros, imaturos e mistos. A localização intracraniana é rara, mais comumente na linha média, supra-selar e região da pineal. Métodos: Relatamos o caso de uma paciente jovem, de 24 anos, com quadro de cefaléia crônica em região occipitocervical e ataxia axial ao exame neurológico. A investigação radiológica de crânio e de junção crânio cervical evidenciou processo expansivo sólido-cístico, extra-axial, em linha média posterior ao cerebelo, estendendo-se do tentório até canal raquiano alto (C1-C2). O componente sólido apresentava calcificações e o cístico de conteúdo cálcico e hemorrágico. Foi submetida a tratamento cirúrgico, os achados cirúrgicos e histopatológicos confirmaram a hipótese de teratoma maduro. Resultados e conclusão: No seguimento pós-operatório, a paciente evolui completamente assintomática e imagem radiológica de controle evidencia completa ressecção do tumor. Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo: a importância da escala de Glasgow na admissão Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV Hospital da Restauração – Recife (PE) Objetivos: A mortalidade por traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo (TCE-PAF) é descrita em diferentes séries na literatura, apresentando grandes variações. A mortalidade está relacionada com diferentes variáveis. O objetivo deste trabalho é determinar a importância do exame neurológico na admissão feita pela escala de Glasgow (ECG) na determinação da mortalidade. Métodos: Os autores procederam a estudo retrospectivo analisando 110 pacientes tratados cirurgicamente no respectivo departamento, durante período de janeiro de 2002 ate abril de 2005. Resultados: A faixa de Glasgow na admissão variou na admissão de 3 a 5 (seis pacientes 6, 5%), 6 a 8 (23 pacientes 25%), 9 a 11 (seis pacientes 6, 5%), 12 a 15 (57 pacientes 62%). Na cirurgia, 3 a 5 (quatro pacientes 12, 1%), 6 a 8 (seis pacientes 18, 2%), 9 a 11 (quatro pacientes 12, 1%), 12 a 15 (19 pacientes 57, 6%) e na alta. A mortalidade foi de 27 pacientes (24, 5%), sobreviveram 83 pacientes (75, 5%). A análise da ECG na admissão, cirurgia e na alta apresentou coeficiente de variação de 32, 23 na admissão, 37, 6 no momento da cirurgia e de 3, 05 na alta, dos respectivos 92, 34 e 39 pacientes avaliados. Conclusões: Conclui-se que no exame de admissão (a escala de Glasgow) entre os pacientes que sobreviveram foram significativamente maior do que os óbitos. E é também é um instrumento na decisão cirúrgica entre os pacientes com TCE-PAF. 100 Objetivos: Em diversos aspectos relacionados a tratamentos cirúrgicos no TCE-PAF, ainda persiste grande controvérsia; principalmente no se refere à retirada ou não de fragmentos ósseos e metálicos. Métodos: Os autores procederam a estudo retrospectivo analisando 110 pacientes tratados cirurgicamente no respectivo departamento durante período de janeiro de 2002 até abril de 2005. Resultados: Dos 110 pacientes avaliados, em 31 pacientes foi avaliada a presença ou não de fragmento; sendo que foi realizada a retirada dos fragmentos ósseos e metálicos em 23 casos. Foi analisada a presença de abscesso cerebral e epilepsia: as principais complicações relacionadas com os fragmentos ósseos e metálicos sendo respectivamente sete casos (18, 4%) e dez casos (10%), bem como a presença de fistula de LCR (líquido cefalorraquidiano) e meningite: 15 casos (14, 6%) e 11 casos (10, 7%), respectivamente. Conclusões: Nos pacientes estudados, a presença de fragmentos ósseos e metálicos, aparentemente, não provocou aumento da incidência de abscesso e epilepsia, bem como outras complicações: fistula de LCR e meningite. Intra-operative electric stimulation and deep field recording of hypothalamic hamartoma and its changes in epileptiform activity on scalp EEG Ballester G, Fonoff ET, Almeida A, Teixeira MJ, Marino Jr R Functional Neurosurgery Division, School of Medicine, University of Sao Paulo Background: The authors report the recording of electrical activity of a hypothalamic hamartoma (HH) and the effects of bipolar stimulation of the lesion on scalp EEG. Methods: An 18 year-old old male presented gelastic and tonic clonic seizures since 6 month of age, evolving with mental retardation, aggressiveness and refractory epilepsy. Investigation diagnosed a HH located in the posterior hypothalamus. After 3D images processing the target pint was placed in the centre of the lesion. Scalp electrodes were placed over both fronto-temporal sides; a 500 μm bipolar electrode was introduced inside the tumor and stimulation was performed (10 mA and pulse size of 500 μs) at 5, 10, 50 and 100 Hz. EEG were visual and mathematically analyzed. After stimulations, biopsy and thermocoagulation were performed. Results: Before stimulation scalp EEG showed synchronized pattern with predominance of bursts near 14 Hz, with little presence of slow waves (near 1 Hz); the activity of the tumor was desynchronized, with irregular spikes of different voltages, mostly concentrated before the scalp bursts. Stimulation at 5 Hz increased the bursts, and slow waves became common (2-3 Hz). Stimulation at 10 Hz was followed by coalescence of the 14 Hz potentials and predominance of slow waves near 5 Hz. Stimulation at 50 Hz almost totally inhibited the spectra near 14 Hz and slow waves became predominant. Stimulation at 100 Hz was followed by reappearance of high frequency bursts reaching 30% of the J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO potency, but slow oscillations (2-3 Hz) continued to prevail. After three months, the patient became less aggressive and the seizure frequency became reduced from several fits per day to approximately two per month. Conclusion: Electrical stimulation has obviously changed EEG characteristics, rather the patterns of synchronization, what, in the context of generalized epilepsy, strongly suggests the possibility of new therapeutic approaches. nectomia bilateral e fixação com parafusos transpedicular e colocado enxerto de crista ilíaca. Conclusão: O hemangioma vertebral, embora seja uma patologia rara em crianças, deve sempre entrar no diagnóstico diferencial com outras lesões tumorais primárias vertebrais. Derivação ventrículo-peritoneal vídeo-assistida Objetivos: Descrever caso de herniação discal torácica T8-T9 e discutir os acessos cirúrgicos alternativos. Material e métodos: Paciente com 40 anos, sem história de doenças pregressas vem com história de diminuição de sensibilidade progressiva há quatro meses, com início em dedos dos pés ascendendo lentamente em dois meses até o nível de oitava vértebra torácica. Ao exame físico apresentava hipoestesia com nível torácico, hipopalestesia e paraperesia grau IV com hiper-reflexia e liberação piramidal, sem alterações esfincterianas. Ressonância toracolombar evidenciando hernia discal posterolateral direito. Realizada facectomia e dissectomia com visualização e retirada de herniação discal. Resultado: Evoluiu com melhora da sensibilidade em membros inferiores e da dor torácica. Conclusão: O acesso posterolateral possibilitou a visualização do fragmento discal herniado, do saco dural, raiz torácica de T8 sem manipulação da medula torácica. Barros CEM, Siqueira CMP, Newton J, Tinoco LA, Santos IP, Ávila, CA Hospital São José do Avaí – Itaperuna (RJ) Objetivo: Avaliar a aplicabilidade da assistência por vídeo-laparoscopia em neurocirurgia, considerando: dificuldades de implementação do método, tempo de cirurgia, posicionamento do cateter peritoneal. Métodos: Utilizadas técnicas padrão de trepanação e introdução do cateter ventricular e também para realização de pneumoperitôneo e posicionamento de mais duas pinças (três incisões). Ópticas de 10 mm para adultos e 5 mm para pacientes pediátricos. Oxacilina foi usado como profilaxia antibiótica em todos os casos. Resultados: Um total de 48 pacientes foi submetido à derivação ventrículo-peritoneal vídeo-assistida. Há um predomínio de adultos e também do sexo masculino. Não foram registradas intercorrências nos procedimentos e também não houve grande variação nos tempos de execução, mesmo nos casos em que curiosidades foram encontradas na laparoscopia. Conclusão: A técnica nos parece segura e eficiente, e embora se verifique maior número de participantes nas cirurgias, tal fato não determinou – até o presente momento –maior índice de infecções. Também o posicionamento do cateter peritoneal, embora seja o ótimo, não determinou mudança clínica no grupo avaliado. Além disso, parece-nos um bom meio de treinar jovens cirurgiões no controle dos instrumentais de laparoscopia. Hemangioma vertebral em criança diagnosticado secundário compressão medular – relato de caso Bassi TG, Santos PA, Stringetti FG, Pinto F, Fernanades BY Objetivo: Descrever um caso de compressão medular em criança em virtude de fratura patológica em vértebra torácica com acometimento de toda extensão da vértebra. Método: Paciente, KMC, 8 anos, com história de queda, há dez dias, de um metro de altura, evoluindo para dor em região torácica e dificuldade para deambular. No exame físico, apresentava bom estado geral, corado, com paraparesia grau IV em membros inferiores, marcha parética, hipoestesia com nível T8, sem alterações esfincterianas e reflexos osteotendineos vivos, além Babinski bilateral. Raios X de coluna lombar com perda do sinal do pedículo e desabamento do corpo vértebra, com perda da altura de mais de 50%, tomografia de coluna áreas de esclerose óssea em corpo vertebral com hiperostose região paravertebral, acometendo toda a extensão da vértebra, incluindo corpo, lâminas e processos transversos e espinhoso invadindo canal medular. Ressonância nuclear magnética com sinais de sofrimento medular. Realizado descompressão medular através de lamiJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Hernia toracica T8-T9 em paciente jovem Bassi TG, Lira AMP, Netto HLD, De Pieri JCB, FernandesYF Teste de sensibilidade ao contraste de luminância em paciente em pós-operatório de micro-neurocirurgia vascular intracraniana de aneurisma cerebral roto do sistema carotídeo localizado na artéria comunicante anterior com acuidade visual normal avaliada pela tabela de Snellen Bastos AB, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, MelloFilho GB, Côrtes MIT, Rodrigues AR, Castro AJO, Silveira LCL Disciplina de Visão Espacial e Disciplina de Neurologia da Universidade Federal do Pará. Hospital da Ordem Terceira – Belém (PA) Numerosos aspectos da performance visual podem ser mensurados, além da simples medida da acuidade visual pela tabela de Snellen, que embora se apresente normal, deixa passar alterações da sensibilidade ao contraste de luminância, a qual permite diagnósticos mais precoces e entendimento da natureza do déficit visual. Objetivo: O objetivo deste trabalho e mostrar a existência de alteração do teste de sensibilidade ao contraste de luminância (TSCL) em pacientes com acuidade visual normal pela tabela de Snellen pelo motivo de não havermos encontrado nenhum relato similar na literatura revista. A hemorragia meníngea aguda secundária áária ao sangramento de aneurismas cerebrais ocorre com maior incidência entre 40 e 50 anos de idade. Três por cento da população apresenta aneurisma intracraniano em achados de necropsia. O rompimento aneurismático á ático ocasiona acidente vascular cerebral hemorrágico, sendo responsável áável por 90% dos casos de hemorragia subaracnóide espontânea âânea com 30% de mortalidade no primeiro sangramento. Apenas 48% retornam à vida normal e ou apresentam seq seqüelas variadas dentre elas transtornos visuais diversos, mesmo em pacientes com acuidade visual normal, os quais precisam ser 101 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO mais bem investigados para se conhecer os efeitos desta patologia e dos resultados do tratamento cir cirúúrgico. úrgico. A metodologia de avaliação da acuidade visual usada no dia-a-dia não contém todas as informações necessárias para avaliar corretamente a visão espacial, uma vez que avaliam tão somente a capacidade de visão do menor objeto com o máximo contrate, fazendo uma medida unidimensional, enquanto se devesse fazer uma avaliação bidimensional de tamanho e contraste. Nas patologias retro-orbitárias e de vias visuais anteriores o TSCL é um índice sensitivo para diagnóstico e follow-up das lesões compressivas e patologias das vias óticas anteriores no nervo ótico e quiasma no estágio em que a acuidade visual, visão de cores e perimetria estão intactos ou pouco alterados, muito embora pouco se saiba além deste ensaio com relação ao que realmente ocorre após sangramento aneurismático cerebral e ou efeitos pós-cirúrgicos relacionados a danos visuais. Os pacientes sem queixa visual, e visão normal após correção, mostraram perda de sensibilidade ao contraste espacial de luminância, conforme o gráfico do TSCL, principalmente, nas freqüências médias a partir de 2 cpg e altas freqüências espaciais A causa do déficit está relacionada com o fato de que o sangramento aneurismático ocorrer próximo ao nervo e quiasma ótico, sendo, freqüentemente, durante o ato cirúrgico, encontrado hematoma ou o próprio aneurisma comprimindo estas estruturas e vasos que nutrem a região ótico-quiasmática, hemossiderina, impregnando a bainha das estruturas óticas e variado o grau de reação inflamatória nas estruturas óticas, cisternais e aracnóide, o que pode danificar estruturas nervosas definitivamente. Estes danos podem ser agravados ou minimizados pela intervenção cirúrgica, com relação a danos visuais mínimos é o que ainda não se sabe. Conclusões: TSCL fornece mais informações sobre a visão espacial que a medida da acuidade visual. Testa propriedade ótica e neural do sistema visual que a acuidade visual não testa. Pode documentar e quantificar perda a visual mais bem do que outros testes de medida visual. Paciente testado apresentou perda de sensibilidade ao contraste espacial de luminância em freqüências espaciais médias a partir de 2 cpg e freqüências espaciais altas em ambos os olhos. Há necessidade de se aprofundar o presente estudo e aumentar a casuística para conclusões definitivas. Abordagem supra-superciliar subfrontal para abordagem dos aneurismas do sistema carotídeo – vantagens e desvantagens da técnica Bastos AM, Bastos AM, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da Universidade do Estado do Pará – Belém (PA) Objetivos: Descrever a técnica de abordagem supra-superciliar subfrontal (SSS) para abordagem dos aneurismas do sistema carotídeo e compará-la com a técnica de acesso pterional clássico (PC). Método: Análise dos casos de pacientes operados no Serviço de Neurocirurgia do Hospital da Ordem Terceira de Belém (PA). Resultados: Existem vantagens e desvantagens do acesso SSS em relação ao PC que são relatadas. O acesso SSS só deve ser utilizado por neurocirurgião experiente, em virtude da dificuldade de espaço decorrente do pequeno acesso, que permite abordagem de aneurismas múltiplos, inclusive no sistema carotídeo contra-lateral, através de procedimento minimamente invasivo que beneficia o paciente. Conclusões: 102 Recomenda prudência e bom senso na indicação do método levando em conta, principalmente, à segurança do enfermo. Doenças priônicas – suas causas, bases moleculares e riscos neurocirúrgicos Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da Universidade do Estado do Pará – Belém (PA) Grupo de condições neurodegenerativas que incluem a ancefalopatia espongiforme subaguda (EES) conhecidas como doença por vírus lento (DVL), demência transmissível e, recentemente, doenças priônicas (DP). A ameaça à saúde pública trouxe interesse para o estudo da DP e rendeu o Prêmio Nobel de Medicina, em 1997, a Stanley Prusiner (Delineamento da estrutura dos príons). Objetivo: É apresentar o histórico, epidemiologia, classificação, fisiopatologia, diagnóstico, profilaxia e perspectivas futuras, analisando os dogmas da biologia molecular contrariados pelas doenças priônicas. Método: Revisão da bibliografia sobre doenças. Resultados: Organismo protéico e infectante deu origem ao termo príon. As DP, diferente de outras doenças, são transmissíveis e hereditárias. Diferem de qualquer vírus conhecido, pois, sua molécula não inclui ácido nucléico detectável, é resistente ao calor, RUV e radiações ionizantes, senso suscetível a tratamentos que desnaturam proteínas (sódio dodecil sulfato e fenol). Diagnóstico: Eletroforese gel bidimencional e RIE: duas proteínas anormais equivalentes a 14-3-3 proteína neuronal; TC mostra atrofia cerebral, rapidamente progressiva e hipersinal em T2 no córtex e núcleos da base na RM. A profilaxia com cuidado de contaminação em neurocirurgia, laboratório de patologia, preparo de produtos, biológicos de cérebro, contato com feridas abertas, contato da conjuntiva, exposição acidental a LCR, sangue e tecidos e carne bovina contaminada. Conclusão: É importante o estudo destas doenças para estabelecimento de correlação entre demências e doenças degenerativas do SN de etiologia ainda não esclarecida. Sem possibilidade de tratamento até o presente, embora pouco freqüentes, devem ser diagnosticadas face ao problema de saúde pública. Intercorrências neurocirúrgicas da lagoquilascaríase Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB, Neto HF, Leão RNQ Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Instituto Evandro Chagas e Hospital da Ordem Terceira, Belém (PA) Os autores apresentam revisão da literatura e abordam as implicações neurocirúrgicas desta parasitose tropical rara, com maior números de caso no Brasil, no Estado do Pará, que compromete sistema nervoso central provocando abscessos cerebrais, granulomas parasitários encefálicos, empiemas cranianos, meningoencefalite, síndrome convulsiva, paralisia de nervos cranianos, principalmente os pontinos e os bulbares, entre outras. São mostrados três casos de lagoquilascaríase em pacientes cadastrados no Instituto Evandro Chagas, sendo um caso de empiema extradural e dois casos de granuloma, um cerebelar e outro frontoparietal tratados com sucesso. Os autores concluem que esta patologia rara deve ser do conhecimento dos neurocirurgiões, porque ocasiona manifestações neurológicas e J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO complicações de implicações cirúrgicas, possibilitando chamar a atenção para o diagnóstico diferencial com outras patologias, visando o diagnóstico etiológico correto para o tratamento específico desta helmintíase. Uso de anticonvulsivantes durante a gestação em pacientes neurocirurgicas Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da Universidade do Estado do Pará – Belém (PA) A condução do tratamento de mulheres epilépticas, com ou em decorrência de patologias neurocirúrgicas, deve ser realizada com clareza, salientando que mais de 90% têm filhos saudáveis. É o distúrbio neurológico mais freqüente na obstetrícia ocorrendo em 0,3 a 0,6% das gestações. Método: Revisão bibliográfica. Objetivo: Orientar o uso de drogas antiepilépticas na gestação para controle total das crises, minimizando os efeitos adversos dos medicamentos e das crises sobre a mãe e o feto. Comentar o uso de DAE durante a lactação. Resultados: As gestações são classificadas como alto risco, maior probabilidade de complicações, maior freqüência de sangramento vaginal em 15% a 25% e descolamento prematuro de placenta em gestantes epilépticas. Diminuição na contratilidade uterina e deficiência de vitamina K. A indução do parto é mais freqüente e realizada em 4,3 vezes, cesarianas em até duas vezes comparadas com controles, risco de descolamento prematuro de placenta de 15% a 25%, risco de sangramento vaginal 7%, risco de hemorragia neonatal sem reposição de vitamina K 10%, risco de dismorfismo facial 4% a 6%, risco de malformações maiores 1% a 2%, risco de espinha bífida com valproato 0,5% a 1%, risco de espinha bífida com carbamazepina. Conclusões: Deve-se repor rotineiramente ácido fólico, evitar associações de DAE e administrá-las em doses fracionadas. Carbamazepina e ácido valpróico aparentam ser as drogas mais seguras na gestação. Capacitação profissional e conhecimento da patologia são a chave. O risco de complicações pode chegar a 25% a 33% e o aumento na freqüência de crises chega a duas a três vezes. Prevalência dos distúrbios do sódio em pacientes com traumatismo cranincefálico atendidos em um pronto socorro brasileiro referência em neurotrauma Bezerra DAF, Amorim RLOA, Paiva WS, Andrade AF Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Objetivos: Os distúrbios do sódio são as mais freqüentes complicações eletrolíticas em pacientes neurológicos graves. A maioria dos estudos concentra-se nos mecanismos neuro-endócrinos produtores e/ou na terapêutica. Poucos estudos analisam a prevalência, fatores de risco ou as associações com os resultados nos diferentes tipos de doença cerebral. Com isso, objetivamos estimar a prevalência de distúrbios do sódio entre pacientes com TCE atendidos no pronto socorro de um hospital brasileiro e descrever suas características demográficas, clínicas e radiológicas, analisando possíveis associações entre estas características e os distúrbios do sódio. Métodos: Foram analisados aleatoriamente 80 pacientes no período de 1 de julho de 2003 e 1 de julho de 2004. Foi considerado distúrbio do sódio pelo menos uma detecção de sódio plasmático < 135 J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 mEq/l ou > 145 mEq/l no período de 30 dias pós-TCE. Foi utilizado o teste de qui-quadrado de Pearson (para variáveis nominais e ordinais) e teste t-student (para idade). Resultados: 81,3% dos pacientes eram do sexo masculino e 18,8% do sexo feminino. A idade média foi de 35,8 anos (3 a 87), 45% (IC 34-56%) dos pacientes apresentavam distúrbio do sódio. Do total dos pacientes, 37 tinham TCE grave, 24 moderado e 19 leve, 39% apresentaram ambos distúrbios na evolução. As principais lesões encontradas relacionadas com distúrbio do sódio foram hemorragia meníngea traumática (53,7%), hematoma subdural agudo (31,2%) e hematoma extradural (22,5%). Não foram encontradas associações estatísticas significativas entre as características descritas e os distúrbios de sódio. Conclusões: A prevalência de distúrbios do sódio foi alta. A grande proporção de detecção na admissão sugere correção hidroeletrolítica inadequada no atendimento inicial. O encontro de distúrbios graves na evolução sugere possível ocorrência de quadros neuroendócrinos. Exame clínico neurológico na indicação para tratamento percutâneo com radiofreqüência intradiscal na dor discogênica lombar Brainer-Lima PT, Brainer-Lima AM, Azevedo HR Programa de Residência Medica em Neurocirurgia (SUS) do Hospital da Restauração e Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Pernambuco. Hospital Memorial São José (PE) Objetivo: Avaliar retrospectivamente pacientes com dor lombar crônica causada por doença no disco intervertebral submetidos ao método de tratamento intradiscal com radiofreqüência. Método: Setenta e quatro pacientes com lombalgia há pelo menos seis semanas e doença no disco intervertebral lombar foram avaliados com a escala visual analógica (EVA), o questionário simplificado de incapacidade de Wisconsin. Os pacientes foram agrupados de acordo com avaliação clínica, caracterizando dois grupos com e sem sinais neurológicos de sofrimento radicular. Resultados: O seguimento médio foi de 24 meses, variando de seis a 30 meses. A EVA foi significativamente menor (p = 0, 02), diminuindo 3, 7 pontos entre a avaliação inicial e final e a escala de avaliação funcional mostrou melhora significativa (p = 0, 02) entre os pacientes sem sofrimento radicular tratados com a técnica percutânea simples de radiofreqüência intradiscal, sem ablação (TPIR). Dois pacientes apresentaram radiculalgia por quatro e sete meses depois do procedimento, sem déficit motor ou sensitivo objetivos. Conclusão: A TPIR pode ser útil em pacientes com dor lombar não-radicular associada à doença discogênica não-compressiva. Avaliação sobre a eficácia do uso de Durasis® como substituto de dura-máter em pacientes neurocirúrgicos Brock RS, Plese JPP Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos: A ocorrência de fístula liquórica incisional em procedimentos neurocirúrgicos é complicação indesejável, porém real, variando a entre 1, 8% e 12%, resultando em aumento de morbidade e infecção em até 5%. A submucosa de intestino delgado porcino (Durasis®) é 103 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO uma matriz extracelular natural de colágeno, proporcionando base para a formação de neo-vasculatura e crescimento com remodelamento do tecido hospedeiro e integração do retalho ao tecido. Objetivamos neste trabalho testar a eficácia do Durasis® no fechamento de craniotomias, nas quais o fechamento primário não foi possível. Métodos: Foram avaliados 16 pacientes submetidos à abordagem neurocirúrgica craniana que necessitaram de enxertia dural, utilizando-se de Durasis®, como substituto dural, com sutura hermética aos bordos durais do paciente. Os pacientes tiveram segmento clínico e radiológico para avaliação de coleções e fístulas durais no pós-operatório imediato e tardio (dez dias, um, três e seis meses e pós-operatório), assim como segmento quanto à infecção de ferida cirúrgica e reações adversas ao material. Resultados: Os 16 pacientes foram submetidos a fechamento dural com Durasis®, por diversos cirurgiões habilitados, com boa aceitação devido a seu fácil manuseio e resistência. Dez pacientes foram submetidos a craniotomias para ressecção de tumores, dois craniotomias para clipagem de aneurismas, dois craniotomias subocciptais para tratamento de mal-formação de Chiari, dois correções de fístula liquórica incisional. Destes pacientes, dois (12, 5%) apresentaram coleções subgaleal no pós-operatório imediato, sem repercuções clínicas e que se resolveram em segmento tardio. Dois pacientes (12, 5%) apresentaram fístula liquórica, tendo um evoluído com infecção sistêmica e de ferida cirúrgica (6, 25%). O segmento tardio ambulatorial revelou aumento de morbidade em apenas um paciente (6, 25%). Conclusões: O uso de Durasis®, como substituto dural, demonstrou ser de boa aceitação entre os cirurgiões, com índices de sucesso semelhantes aos demais materiais disponíveis no mercado. Nasoangiofibroma juvenil – acesso craniofacial Brock RS, Gomes MT, Sennes LU Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos: Nasoangiofibroma juvenil é uma entidade rara correspondendo a apenas 0, 05% dos tumores de cabeça e pescoço. Originados primariamente na nasofaringe podem invadir a cavidade intracraniana em até 20% dos pacientes, estando associado a aumento de sangramento e recidiva. Nosso trabalho visa avaliar a eficácia do acesso craniofacial para o tratamento de nasoangiofibroma juvenil com invasão intracraniana. Métodos: Análise retrospectiva de dez pacientes (12 cirurgias) submetidos à ressecção de nasoangiofibroma juvenil (grau III e IV de Fish), por acesso craniofacial pelo grupo de Cirurgia de Base de Crânio da Divisão de Neurocirurgia, em conjunto com o Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HC-FMUSP, no período de 1999 a 2005. Todo os pacientes foram submetidos à embolização pré-operatória das lesões. Os pacientes foram então avaliados quanto a complicações intra-operatórias, grau de ressecção, evolução clínica e recidiva pós-operatória. Resultados: Todos os pacientes foram submetidos à ressecção macroscópica total das lesões. Mesmo com a realização de embolização pré-operatória, dois pacientes evoluíram com complicações intra-operatórias secundárias a sangramento excessivo e necessidade de politransfusão, com conseqüente interrupção do procedimento e ressecção da lesão em dois tempos, um dos quais evoluindo para óbito, devido a sangramento incoercível. Os demais pacientes não apresentaram complicações intra-operatórias sendo fistula liquórica e infecção a principal complicação pós operatória. Os 104 nove pacientes foram seguidos ambultorialmente, por período de três meses a cinco anos, não se evidenciando recidiva das lesões. Conclusões: O acesso combinado craniofacial se faz necessário em pacientes com nasoangiofibroma juvenil, com invasão às fossas média e anterior, proporcionando maior grau de ressecção e menor índice de recidiva. Tratamento cirúrgico de malformação arteriovenosa cerebral guiada por estereotaxia – relato de caso Brock RS, Ciquini Jr O, Amorim RLOA, Paiva WS, Bezerra DAF, Alho E, Fonoff E, Branco LC Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: Apesar dos avanços com a técnica endovascular e com a radiocirurgia, a ressecção cirúrgica é o tratamento mais efetivo para a maioria das malformações arteriovenosas (MAVs). Certas MAVs podem ser de difícil localização no intra-operatório, o que pode aumentar a morbidade. Portanto, técnicas alternativas que auxiliem na localização exata da MAV podem determinar um melhor prognóstico. Objetivo: Demonstrar uma emergente alternativa terapêutica para ressecção de MAVs pequenas e profundas. Metodologia: Descrição de caso clínico. Caso clínico: ANJ, feminino, 16 anos, estudante, com história de MAV têmporo-occipital esquerda, achado incidental, em seguimento ambulatorial há cinco anos da internação, apresentou-se em nossa unidade de urgência com queixa de cefaléia súbita, náuseas e vômitos com exame neurológico evidenciando desorientação têmporo-espacial, sonolência e rigidez de nuca. Trazia angiografia digital realizada há um ano, que mostrava enovelado vascular tortuoso de cerca de 5 mm relacionando-se com a parede medial do átrio ventricular esquerdo e giro parahipocampal. MAV nutrida por ramos diretos da a. cerebral posterior esquerda (segmento P3/P4). Drenagem venosa para veia de Galeno. Rapidamente foi realizado TC de crânio que revelou hemoventrículo extenso, com maior componente à esquerda associado à hidrocefalia moderada. Não houve piora do nível de consciência, não sendo necessária drenagem ventricular externa. Repetiu angiografia que se mostrava inalterada em relação a anterior. Evolui com melhora progressiva do nível de consciência sendo optado por abordagem da lesão guiada por estereotaxia. Angiografia de controle evidenciou ressecção completa da MAV. A paciente recebeu alta hospitalar no quinto pós-operatório plenamente consciente, orientada e sem déficits neurológicos. Conclusão: O uso da estereotaxia pode ajudar a otimizar o planejamento da craniotomia, assim como determinar de forma mais exata a localização da lesão, particularmente em MAVs pequenas e profundas. Aneurisma intra-selar da carótida interna coexistindo com um adenoma secretor de GH em um paciente acromegálico Burattini JÁ, Cukiert A, Zach PL, Silva FFA, Saleh A, Nogueira KC, Huayllas MKP, Silva MER, Jacob RS, Liberman B, Santos PPML, Seda JR LF, Câmara RLB, Lopes LFPG Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivos: A coexistência de adenoma pituitário e aneurisma cerebral é rara, embora sua prevalência seja mais elevada que a esperada na população geral. É relatado o caso de um paciente acromegálico, no qual um adenoma secretante de GH coexistia com um aneurisma intra-selar da artéria carótida interna (ACI). Métodos/ resultados: Uma mulher, 58 anos de idade, apresentava cefaléia crônica e fenótipo acromegálico. Ela apresentava hipertensão há dez anos e galactorréia há três anos. Os níveis de GH plasmáticos variavam de 5.7 a 11.4 ng/mL e a média dos níveis de IgF1 era de 703 ng/mL. A função pituitária, por outro lado, estava intacta. Imagens por ressonância nuclear magnética (RM) da região selar revelaram um aneurisma da ACI de 1,2 cm ocupando a hemissela esquerda e um adenoma hipofisário de 0,7 cm imediatamente abaixo dele. Angiografia cerebral evidenciou um aneurisma da ACI esquerda posterior à emergência da artéria oftálmica. A paciente tolerou bem um teste de oclusão com balão e foi submetida à exclusão do aneurisma através da oclusão da ACI no pescoço e clipagem da ACI supraclinóide imediatamente abaixo da saída da artéria oftálmica. Um mês após, ela foi submetida à remoção do adenoma através de um acesso transesfenoidal. O aneurisma excluído foi facilmente visualizado ocupando a hemissela esquerda inteira. Exame imuno-histoquímico confirmou a presença de adenoma secretor de GH. Os níveis pós-operatórios de GH e IgF1 foram, respectivamente, de 1,7 e 227 ng/mL. Conclusões: A prevalência de aneurisma da região selar entre outros é de 1% a 2%. A prevalência da coexistência de adenomas hipofisários e aneurisma cerebral é mais elevada que em outros tipos de tumores cerebrais benignos e em relação à população geral. Aproximadamente 50% desses pacientes têm acromegalia, sugerindo que altos níveis de GH e IgF1 ou seus efeitos biológicos possam estar implicados na gênese do aneurisma. IgF1 elevado, induzindo dilatação arterial, mudanças ateroscleróticas e degenerativas da parede arterial, invasão tumoral, neovascularização direcionada ao tumor, hipertensão e diabetes, estão muito provavelmente envolvidos no processo. Embora o tratamento desses pacientes possa ser desafiador, o acesso à lesão vascular primeiro é geralmente a melhor escolha. Efeitos da retirada da octreotida lar em pacientes acromegálicos tratados por radioterapia primária ou secundária Burattini JA, Cukiert A, Saldanha MDD, Tavares LB, Silva MSN, Michelin SC, Lido ACV, Nogueira KC, Liberman B, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Lopes LFPG Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP) Objetivos: A octreotida lar é capaz de normalizar os níveis de GH e IgF1 em 50% a 70% dos pacientes com acromegalia. Pouco se conhece sobre os efeitos em longo prazo da SLAR® e por quanto tempo a medicação deve ser administrada para cada paciente. Este trabalho relata os resultados da retirada da SLAR® em pacientes submetidos à cirurgia e radioterapia (radioterapia secundária) ou radioterapia isolada (radioterapia primária) antes de receberem a SLAR®. Métodos: Dez pacientes acromegálicos foram estudados. Nove foram submetidos à cirurgia e radioterapia e um, à radioterapia primária, como tratamento antes de receberem a SLAR®. Todos os pacientes receberam SLAR® J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 como tratamento secundário ou terciário por uma média de 28,2 meses. Os níveis médios de GH e IgF1 antes de qualquer tratamento foram, respectivamente, 54,2 e 895,6 ng/mL. Os níveis médios de GH e IgF1 antes do início da SLAR® foram, respectivamente, 7,7 e 771 ng/mL. A média de tempo após a radioterapia até o da retirada da SLAR® foi de 21,9 meses. SLAR® foi retirada por pelo menos quatro meses em cada paciente e os níveis de GH e IgF1 foram avaliados seqüencialmente. Resultados: As médias dos níveis de GH e IgF1 foram 0,7 (0,05-2,2) e 203,7 (41,1-337) ng/mL em pacientes recebendo SLAR®. Depois de quatro meses da retirada da SLAR®, as médias dos níveis de GH e IgF1 foram, respectivamente, 3,3 e 623,2 ng/mL. Os níveis de GH ou IgF1 aumentaram após a retirada da SLAR® em oito dos dez pacientes. Em seis pacientes (75%), tanto o nível de GH como de IgF1 aumentaram após a retirada da SLAR®. Os níveis de GH e IgF1 aumentaram em uma média de 2,4 meses após a retirada da droga. Conclusões: Normalização dos níveis de GH e IgF1 foram obtidos em todos pacientes usando SLAR® nesta série. Por outro lado, 80% dos pacientes mostraram aumento bem definido dos níveis de GH e/ou IgF1 para um platô anormal após quatro meses da retirada da droga, sugerindo que os resultados laboratoriais prévios estivessem relacionados com a efetividade da SLAR® e não com os efeitos da radioterapia. Esses pacientes provavelmente necessitariam de tratamento com SLAR® por não menos que três anos. Tumores orbitários pediátricos: revisão de 23 casos Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF) Objetivo: Estudo da prevalência e da apresentação clínica de lesões tumorais orbitárias na população pediátrica em uma instituição pública do Distrito Federal. Material e método: Estudo retrospectivo de 23 casos de tumores orbitários operados no período de 1984 a 2004. Resultados: No período de 20 anos foram operadas 23 crianças, com predomínio do sexo feminino (69,56%) sobre masculino (30,43%), faixa etária variando de dois meses a 15 anos, média de idade de cinco anos. Sinais e sintomas de apresentação mais comum foram o exoftalmo em 75% casos, seguido pelo edema peri-palpebral (35% casos), baixa da acuidade visual e quemose (respectivamente 25% cada). Curiosamente, houve predomínio da órbita esquerda (em 70% das lesões). Os tumores mais freqüentemente encontrados foram o rabdomiosarcoma (26,08% casos) e o hemangioma capilar (17,39% das lesões). Hemangioma cavernoso e displasia fibrosa representaram 8,69% dos achados. Neurofibroma, hemangioendotelioma, tumor dermóide, granuloma eosinofilíco, dentre outros perfizeram 4,34% das lesões cada. A craniotomia fronto-orbitária foi realizada em 75% das ocasiões. Conclusão: Trata-se de doença rara em nosso meio. Os dados de prevalência do tipo histológico, faixa etária e quadro clínico foram concordantes com os trabalhos anteriormente publicados. Tumores orbitários – revisão de 36 casos Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF) Objetivo: Relato da prevalência histológica e da apresentação clínica de lesões orbitárias em instituição pública do Distrito Federal. Mate- 105 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO rial e método: Estudo prospectivo de série de 36 casos operados nesta instituição no período de 1980 a 2002. Resultados: Trinta e seis pacientes operados no período de 22 anos, totalizando 43 procedimentos cirúrgicos. Predomínio do sexo feminino (75% casos em relação ao masculino, 25% dos doentes). Faixa etária de 19 a 79 anos, média de idade de 53 anos. Sintomas e sinais clínicos de apresentação mais freqüente foram o exoftalmo (82% casos) seguidos pela baixa da acuidade visual progressiva (45%), quemose e edema peri-orbitário (40% cada). Houve predomínio dos meningiomas primários da órbita (22%) seguidos por displasia fibrosa, neurinoma e hemangioma cavernoso (8% cada). Cisto epitelial da glândula lagrimal e pseudotumor orbitário representaram 5,5% dos achados, cada. Lipoma, osteoma, carcinoma adenóide pleomórfico, adenoma pleomórfico lacrimal, dentre outros representaram cada 2% das lesões. Conclusões: Trata-se de doença rara em nosso meio e os dados relativos às prevalências histológica, epidemiológica e quadro clínico são concordantes com trabalhos anteriormente publicados. radiologia intervencionista. Novos modelos de stents, auto-expansíveis, navegáveis na circulação intracraniana e com fenestrações mais amplas estão possibilitando o uso do mesmo para tratar, ou então como coadjuvante, lesões vasculares intracranianas de difícil tratamento cirúrgico ou endovascular convencional. Resultados: Enquanto que há alguns anos era necessário improvisar com o uso de stent coronarianos e periféricos atualmente existem dois tipos de stent desenvolvidos para o uso intracraniano. Esse uso não se restringe apenas para a ajuda no tratamento de aneurismas saculares de colo largo, mas também para estenoses intracranianas de circulação anterior ou posterior, aneurismas dissecantes, fistulas carótido-cavernosas. Conclusão: A disseminação do uso de stent intracraniano vem ajudar no tratamento de patologias vasculares cerebrais de difícil tratamento. Associação entre aneurisma cerebral e tumor de hipófise Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, Silva CP, Barbosa MMT Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo (SP) Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo Introdução: Relatar o tratamento endovascular, com uso de stent, na displasia fibromuscular severa da artéria carótida interna cervical com remodelagem da mesma. Método: Três mulheres, com diagnóstico de ataque isquêmico transitório, com ecodoppler e angioressonância da região cervical, demonstrando imagens de estenoses e dilatações severas da carótida interna cervical, foram submetidas à angioplastia da artéria carótida interna cervical com uso de stents auto-expansíveis, dois pacientes (Wallstent – Boston®) e um pacientes (Precise – Cordis®), em uso de clopidogrel 75 mg ao dia e ácido acetilsalicílico 300 mg ao dia. No segmento, as pacientes estão assintomáticas e no controle angiográfico evidenciamos remodelagem da artéria. Resultados: A displasia fibromuscular da artéria carótida é incomum, mas não rara, afeta ramos intermediários da aorta. O acometimento da artéria carótida pode se manifestar por sintomas neurológicos (TIAs) devido à embolização por formação de trombos. Utilizamos a angioplastia com stent autoexpansível para tratar estas três pacientes com displasia fibromuscular da artéria carótida interna cervical. No segmento, não foi observado mais sinais neurológicos de TIAs e o controle angiográfico demonstra remodelagem da artéria, não sendo mais possível observar as estenoses e dilatações pré-tratamento, assumindo uma conformação tubular. Conclusão: A angioplastia percutânea tem surgido como o tratamento de preferência em pacientes com displasia fibromuscular da região cervical com sintomas cerebrovascular. Estes casos relatados demonstram que a angioplastia com stent utilizada em casos com grandes dilatações e estenoses, pode levar a remodelagem do vaso. Introdução: Relatar o caso de paciente com hemorragia subaracnóide devido á aneurisma da artéria cerebral anterior, portadora de tumor de hipófise e fazer resumo da literatura. Método: Paciente de 37 anos, apresentou quadro súbito de forte cefaléia, HHI, GCS 15. Tomografia demonstrou hemorragia subaracnóidea e presença de tumor em região selar, confirmado por RM. A paciente já tinha sido operada deste tumor há cerca de dois anos, por via trans-esfenoidal e encontravase assintomática em relação ao tumor. Resultado: Cinco dias após a hemorragia subaracnóidea foi realizada arteriografia cerebral, que evidenciou aneurisma da artéria cerebral anterior na transição A1-A2, sendo realizada embolização por coils. Paciente será submetida a novo tratamento da lesão tumoral a ser programada. Conclusão: A presença de aneurisma cerebral em pacientes que apresentam tumor de hipófise não é muito infreqüente. Autores relatam a incidência de até 7,4%, sendo maior que a encontrada em pacientes com tumor cerebral de outra origem. O tratamento do aneurisma pode ser cirúrgico ou endovascular. Devido à paciente encontrar-se assintomática em relação ao tumor e a proposição de tratamento trans-esfenoidal do mesmo, além das dificuldades anatômicas do aneurisma em relação ao tumor, optamos pelo tratamento endovascular e posterior tratamento cirúrgico. Indicações do uso de stent intracraniano Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP, Barbosa MMT Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo Objetivo: Definir as indicações do uso do stent intracraniano. Método: Devido às dificuldades técnicas e anatômicas do tratamento endovascular de algumas lesões intracranianas, principalmente de aneurismas de colo largo, tem aumentado ao uso de stent em neuror- 106 Remodelagem da artéria carótida interna cervical com uso de stent em displasia fibromuscular Hiponatremia após cirurgia de adenoma hipofisário Câmara RLB, Cukiert A, Zach PL, Nogueira KC, Silva MER, Liberman B; Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Lopes LFPG Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivos: A prevalência da hiponatremia (HN) após procedimentos transesfenoidais (TS) para adenoma hipofisário (AH) pode variar de 1, 8 a 9, 1%. As principais causas são: síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SPIHAD), síndrome perdedora de sal central (SPSC) ou insuficiência adrenal. Este trabalho relata a ocorrência de hiponatremia no período pós-operatório precoce dos procedimentos transesfenoidais para adenoma hipofisário. Métodos: Trinta e três pacientes submetidos à TS para AH foram estudados. Doze possuíam acromegalia, oito doença de Cushing (não curada pela cirurgia), dois prolactinoma e 11 adenoma não-secretor. Todos os pacientes foram mantidos internados pelo menos por uma semana no pós-operatório e os níveis de sódio sérico foram obtidos pelo menos duas vezes ao dia. Pacientes com doença de Cushing curados pela cirurgia e que tiveram insuficiência adrenal pós-operatória não foram incluídos. Todos os pacientes com níveis de sódio plasmático abaixo de 130 mEq/l foram considerados como tendo hiponatremia. Resultados: Sete pacientes desenvolveram hiponatremia (116-128 mEq/l). Hiponatremia foi assintomática em 43% deles. Cinco dos sete pacientes que apresentaram hiponatremia só o fizeram do sexto ao oitavo dia pós-operatório. A média de duração da hiponatremia foi de 3, 8 dias (dois a sete dias). Todos os pacientes foram tratados com restrição de volume de fluidos, três receberam infusão salina a 3% e dois receberam diuréticos. A média de tempo de seguimento pós-operatório foi de 9, 3 dias. Nenhum paciente apresentou poliúria ou elevação da uréia plasmática que fosse sugestiva de hipovolemia e SPSC. Nenhum paciente apresentou insuficiência adrenal. Conclusões: Pacientes que recebem alta hospitalar antes do sexto dia pós-operatório deverão ser acompanhados externamente quanto ao desenvolvimento de hiponatremia até o décimo dia pós-operatório. Eles deverão ser avisados a procurar assistência médica caso sintomas sugestivos de hiponatremia se desenvolvam. Linfoma primário do sistema nervoso central em pacientes imunocompetentes: diagnóstico diferencial a ser questionado Campos AW, Rodrigues Jr, Nicácio JM, Fernandes SM, Silva MN, Amaral SH, Pereira CAB Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis – São Paulo (SP) Introdução: Linfoma primário do sistema nervoso central é uma doença rara e geralmente diagnosticada em pacientes imunocomprometidos. Em pacientes imunocompetentes compõem 0,5% a 1,5% dos tumores intracranianos e na grande maioria dos casos é do tipo não-Hodgkin. As características de imagem do linfoma nãoHodgkin podem ser confundidas com outras doenças mais freqüentes, acarretando erro de diagnóstico e de conduta. Método: No período de dezembro de 2002 a novembro de 2003, em nosso serviço foram atendidos três pacientes com comprometimento neurológico variando de alteração do conteúdo de consciência a sinais focais como hemiparesia. O diagnóstico de linfoma não-Hodgkin foi confirmado por imuno-histoquímica. Resultado: Todos os casos do nosso serviço tiveram o diagnóstico imuno-histoquímico de linfoma não-Hodgkin de grandes células do tipo B, conforme orienta a literatura. Conclusão: Diferente dos casos de linfoma não-Hodgkin sistêmico, no J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 sistema nervoso central não há comprovação unânime da influência do vírus Epstein-Baar na patogênese da doença. Não existe um padrão homogêneo de imagem desses linfomas, podendo variar desde lesões homogêneas com captação regular de contraste até lesões heterogêneas de limites mal definidos com captação irregular de contraste, tanto na tomografia computadorizada quanto na ressonância magnética. Tal comportamento radiológico pode levar a erros diagnósticos e cirurgias desnecessárias pelo diagnóstico equivocado de glioma ou meningioma. Pensando-se em linfoma do sistema nervoso central, o diagnóstico pode ser realizado por meio de biópsia estereotáxica e o tratamento consiste no uso de metotrexate intratecal. Estudo retrospectivo das infecções de sítio neurocirúrgico tratadas com debridamento no Hospital de Base do Distrito Federal no ano de 2004 Campos RS, Macedo ML, Machado ALO Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF) Objetivo: Analisar os vários aspectos dos pacientes neurocirúrgicos com diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico tratados com debridamento cirúrgico, correlacionando com os dados existentes na literatura e diagnosticar possíveis características peculiares da amostra estudada. Metodologia: Análise dos registros clínicos dos pacientes tratados cirurgicamente para infecção de sítio cirúrgico da Unidade de Neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal, no ano de 2004, avaliando aspectos epidemiológicos, clínicos e operacionais. Resultados: Foram admitidos no protocolo 15 pacientes sendo 12 (80,0%) do sexo masculino, a média de idade foi de 43,45 anos, o traumatismo craniano fechado foi o de maior freqüência – 40% (6 casos), os eventos foram mais freqüentes durante dias úteis (nove casos – 60%), no primeiro semestre (oito casos – 53,3%) e no período diurno (13 casos – 86,6%). O tempo médio para instalação da doença foi de 32,7 dias e o tempo entre o diagnóstico da infecção e o debridamento cirúrgico foi de 6,6 dias. A antibioticoterapia durou em média 19,36 dias. Todos os casos foram considerados curados até fevereiro de 2005. Conclusão: Os dados obtidos são congruentes com a literatura atual e os resultados encontrados (como os tempos-médios entre o diagnóstico e o debridamento cirúrgico e da antibioticoterapia) revelam a necessidade de resolução de entraves estruturais para diminuir custos e morbimortalidade das infecções hospitalares de sítio neurocirúrgico. Análise de campo visual em pacientes com esclerose mesial temporal submetidos à lobectomia temporal anterior com neocorticectomia e amigdalo-hipocampectomia Cardeal DD, Petitto CE, Wen HT Disciplina de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Objetivo: Obter a freqüência e severidade da alteração de campo visual após a lobectomia temporal de 3 cm e estudar suas conseqüências funcionais. Métodos: Estudamos 35 pacientes com diagnóstico 107 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO de esclerose mesial temporal com epilepsia refratária que foram submetidos à lobectomia temporal associada à neocorticectomia com amigdalo-hipocampectomia pelo mesmo neurocirurgião. Em todos os pacientes foi realizado estudo de campimetria computadorizada. Todos foram entrevistados quanto ao déficit visual, qualidade de vida, controle de crises e conseqüências funcionais após a cirurgia. Resultados: Sessenta e dois por cento dos pacientes apresentaram campimetria normal, 29% apresentaram quadrantopsia temporal parcial e 2% apresentaram quadrantopsia temporal total. Resultados incongruentes foram encontrados em 8% dos pacientes. Nenhum paciente queixou-se de alterações visuais ou apresentou prejuízo funcional após a cirurgia. Conclusão: Há menor alteração de campo visual após lobectomia temporal de 3 cm para tratamento cirúrgico de epilepsia por esclerose mesial temporal. Além disso, essas alterações não geram prejuízo funcional e o controle das crises gera melhor qualidade de vida ao paciente. Empiema subdural por Streptococus sanguini – relato de caso Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED, Andrade AF, Marino JR R Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: É causa de menos de 10% das infecções intracranianas. Era uma condição fatal antes da era dos antibióticos. Hoje a mortalidade ainda é menor do que 10%, pela literatura mais recente. O seio frontal é o mais comum seio associado à infecção intracraniana, seguida do seio etmóide, esfenóide e maxilares. Postula-se que existe um pico de vascularidade do sistema diplóico e do desenvolvimento do seio frontal entre 7 e 20 anos. Metodologia: Descrição de caso clínico. Caso clínico: AM, masculino, 27 anos, estudante há dois dias com cefaléia frontal latejante, náuseas, vômitos e sonolência. Procurou nosso serviço apresentando-se prostrado, febril, com rinoscopia, evidenciando secreção hialina e hiperemia. Ao exame neurológico, encontrava-se desorientado e sonolento, com força muscular grau 4 em membro superior E. TC de seios da face seios maxilares e frontais opacificados com conteúdo de densidade óssea em ambos seios maxilares. TC de crânio revelou coleção subdural fronto-temporoparietal à direita, com desvio das estruturas da linha média. Realizada craniotomia e drenagem da coleção subdural mais sinusectomia frontal anterior bilateral e exploração maxilar. Cultura do conteúdo intracraniano evidenciou Streptococcus sanguini sensível à clindamicina. No primeiro dia pós-operatório, o paciente encontrava-se em ótimo estado geral, evoluindo com melhora da curva febril e do déficit, apresentando recuperação completa após o término da antibioticoterapia. Conclusões: Trata-se de um caso de empiema subdural, abordado conjuntamente com otorrinolaringologia, conduta que entendemos como ideal, com drenagem do empiema e do foco primário. Outro destaque é o Streptococcus sanguinis como agente. Esta espécie em particular é extremamente rara. 108 Hematoma subdural crônico com herniação uncal Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED, Andrade AF, Marino JR R Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (SP) Introdução: Hematomas subdurais crônicos são afecções freqüentes em unidades de neurocirurgia, predominando na faixa etária de 56 a 63 anos, ocorrendo na incidência de 1,72 casos por milhão de habitantes. O quadro clínico é caracterizado por cefaléia, desorientação e déficits focais. Diminuição de nível de consciência é observado de 28% a 100% dos casos, contudo, em raros casos são observados pacientes comatosos. Descrevemos um caso de paciente apresentando clínica de herniação transtentorial decorrente de hematoma subdural crônico. Material e métodos: Descrição na forma de relato de caso. Relato de caso: Paciente previamente com diagnóstico de CA de mama e glaucoma. Há um dia apresentou cefaléia súbita seguida de rebaixamento do nível de consciência. Levada a outro serviço, deu entrada à 1 hora em GS = 13, pupilas isocóricas. Às 7 horas, apresentou novo rebaixamento para GS = 7, com pupilas anisocóricas E > D, sendo transferida para nossa unidade foi prontamente submetida a tratamento por trepanação única com drenagem de hematoma subdural hipertensivo. Evoluiu no pós-operatório imediato com recuperação do nível de consciência, apresentando-se após seis horas já em G = 15 sem déficits. Conclusão: Apesar de evolução geralmente progressiva, hematomas subdurais crônicos podem apresentar evolução com herniação, caracterizando um emergência neurocirúrgica. Síndrome de Moya-Moya – relato de caso Carneiro RCCP, Carneiro JKR, Mont’Alverne FJA, Cristino-FG, Ribeiro EML, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Bastos LC, Neto GA, Ponte KF Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral Objetivos: Enfocar a importância da arteriografia cerebral no diagnóstico da síndrome de Moya-Moya. Métodos: Relata-se o caso de um paciente de 7 anos, masculino, natural e procedente de Sobral (CE), admitido na Santa Casa de Sobral, em junho de 2003 com quadro súbito de afasia e paresia em membro inferior direito que progrediu, em dois dias, para paresia em hemicorpo direito. Durante a internação foi realizada tomografia computadorizada craniana que evidenciou múltiplas lesões nos hemisférios cerebrais em planos corticais. Após cerca de dois meses, o paciente recuperou a deambulação e a fala com o auxílio de fisioterapia e fonoterapia. Em maio de 2004, apresentou novo quadro de hemiparesia direita e afasia. A criança ainda apresentou três episódios semelhantes a este durante o mesmo mês, evoluindo com recuperação parcial. Realizou, então, ressonância magnética do crânio que evidenciou alterações vasculares, tipo estenose, e áreas de circulação colateral, além de áreas de infarto cerebral. Em 2005, foi realizada arteriografia, sendo observado arteriopatia estenosante dos seguimentos proximais (A1, M1 e P1) dos ramos intracranianos, padrão característico da síndrome de Moya-Moya. Aguarda tratamento cirúrgico de revascularização cerebral, a fim de minimizar o risco de novos AVCs isquêmicos e hemorrágicos. Resultados: O paciente, em junho de 2005, apresentava-se orientado, pouco J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO cooperativo ao exame, com diminuição de força em hemicorpo direito, hiper-reflexia à direita e afasia. Aguardava cirurgia de revascularização cerebral. Conclusões: Moya-Moya é uma vasculopatia não-inflamatória, não-aterosclerótica, sem exclusividade de acometimento da circulação cerebral, que resulta em obliteração das principais artérias do polígono de Willis e substituição por um emaranhado de vasos colaterais. O diagnóstico da síndrome é efetuado pela angiografia. A diversidade da apresentação clínica e a baixa incidência/prevalência tornam difícil determinar a eficácia da terapêutica usada. Analysis of epidermal growth factor receptor gene expression in astrocytomas Carvalho PO, Uno M, Oba-Shinjo SM, Scrideli CA, Carlotti CG, Tone LG, Neder L, Rosemberg S, Aguiar PH, Miura F, Marie SKN Departamentos de Neurologia e Patologia da Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. Departamentos de Patologia, Cirurgia e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (SP) Objective: The aim of this study is to analyze epidermal growth factor receptor (EGFR) expression in astrocytomas. EGFR is a transmembrane protein consisting of an extra cellular EGF-binding domain and an intracellular domain with ligand-activated tyrosine kinase activity, frequently amplified and over expressed in glioblastomas. Methods: In the present study total RNA was extracted from 90 surgical specimens: 25 pilocytic astrocytomas; 5 low-grade astrocytomas; 9 high-grade astrocytomas; and 51 glioblastomas. Messenger RNA was reverse transcribed into cDNAs and quantification of relative gene expression of EGFR using SYBR Green primers and probes was performed by real time quantitative polymerase chain reaction (rt-PCR). The housekeeping beta-glucuronidase (GUS-β) was used as an endogenous control. The relative expression of EGFR was calculated and compared in diffuse astrocytomas against non-neoplastic cerebral tissue. Results: The result of rt-PCR demonstrated increased relative gene expression of EGFR in 53% of glioblastomas, 8% of pilocytic astrocytomas, in addition to all low- and high-grade astrocytomas samples. Conclusion: Our findings of EGFR overexpression may be useful to select those patients elegible for a forthcoming immunogenic theurapeutical trial with the specific antibody against that receptor. Angiopatia proliferativa de sistema nervoso central – relato de caso Cavalcante SP, Serra MVFBVF, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo (SP) Objetivos: Relatar um caso de angiopatia proliferativa em sistema nervoso central. Material e métodos: Paciente, CBO, 26 anos, sexo masculino, empregado como porteiro de condomínio, sem vícios, sem co-morbidades associadas. Deu entrada no pronto socorro do Conjunto Hospitalar do Mandaqui no dia 7 de julho de 2005, com queixa de cefaléia súbita holocraniana, escala de coma de Glasgow (ECG) 14, com hemiparesia completa e proporcionada à direita. Evoluiu rapidamente com rebaixamento do nível de consciência sendo realizada intubação orotraqueal e ventilação mecânica em ECG 4, pupilas médias e pouco J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 reativas. Tomografia computadorizada do crânio sem contraste evidenciou lesão hiperdensa em cápsula interna, tálamo e mesencéfalo à esquerda, sugestivo de acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh) associado à hidrocefalia. Apresentou melhora neurológica progressiva, sendo admitido na enfermaria com hemiplegia à direita, associado com afasia de expressão e síndrome de Parinaud. Ressonância nuclear magnética (8 de agosto de 2005): seqüela de AVEh em tálamo esquerdo com dilatação compensatória do corno posterior do ventrículo ipsilateral. Angiografia cerebral (8 de agosto de 2005): hipertrofia de vasos capilares na face posterolateral de ambos os tálamos com maior extensão à esquerda com drenagem venosa precoce para as veias talâmicas superiores e coroidéias, em direção à veia de Galeno e basal de Rosenthal; não foi visualizado nidus. Caso discutido em reunião clínico-radiológica, quando foi afastada a possibilidade de qualquer procedimento cirúrgico e/ou endovascular. Diagnóstico: Angiopatia proliferativa de sistema nervoso central. Conclusões: A angiopatia proliferativa é caracterizada por hipertrofia capilar, ausência de nidus e drenagem venosa precoce. Trata-se de entidade rara, cuja importância é o diagnóstico diferencial com mal-formação arteriovenosa e doença de Moya-Moya. Avaliação clínico-radiológica dos resultados da cirurgia para Chiari I e siringomielia Cesare FA, Daniel JW, Haddad L, Silva EU, Veiga JCE Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo Objetivo: Correlacionar o quadro clínico e a imagem radiológica no pré e pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia para siringomielia. Método: Selecionamos os pacientes operados por malformação de Chiari I e siringomielia, no período de fevereiro de 1995 a janeiro de 2005. Foram realizadas avaliação neurológica clínica e radiológica atual, através do prontuário médico obtido o exame neurológico e laudo das imagens no período pré-operatório. Resultados: No período indicado, foram submetidos ao tratamento cirúrgico 34 pacientes. Destes, três faleceram durante o acompanhamento, três se mudaram do Estado de São Paulo e com 17 não foi possível contato telefônico ou por correspondência. Dessa maneira, foram incluídos 11 pacientes; seis do sexo masculino e cinco do sexo feminino, com idade entre 29 e 44 anos. Todos apresentavam à ressonância magnética siringomielia associada à malformação de Chiari ou alteração óssea da transição crânio-cervical. Ao exame neurológico, nove pacientes apresentavam síndrome medular central e três síndrome bulbar associada; dois doentes mostravam-se com síndrome de hipertensão intracraniana paroxística, sendo que em um deles, a síndrome bulbar associava-se ao quadro. A duração dos sinais e sintomas variou de sete meses a dez anos, com média de 5,3 anos. A cirurgia proposta a todos foi a craniectomia suboccipital, com retirada do arco posterior de C1 e duroplastia com enxerto autólogo. Em quatro pacientes as tonsilas cerebelares foram coaguladas e em dois foi realizada a abertura do forame de Magendie. O tempo de acompanhamento pós-operatório foi de 5,3 anos em média, porém, não se observou melhora clínica nem redução da extensão da siringomielia em nenhum dos pacientes e um deles evoluiu com piora do déficit motor. Conclusão: A cirurgia proposta para o tratamento da siringomielia não proporciona melhora radiológica, mas garante a estabilização do quadro neurológico por período variável. 109 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Metástases cerebrais de melanomas Cesare FA, Lancellotti CLP, Müller H, Fonseca ACO, Veiga JCE Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo (SP) Objetivo: Metástases cerebrais são as principais causas de tumor cerebral em adultos. O objetivo do presente estudo é correlacionar os achados morfológicos com os dados clínico-radiológicos em pacientes com metástase cerebral de melanoma cutâneo. Serão consideradas também a evolução e sobrevida, comparando-as com a literatura. Método: Análise dos prontuários médicos dos doentes com metástases cerebrais de melanoma operadas no período de janeiro de 1996 a janeiro de 2005. Foi utilizado protocolo de pesquisa para avaliar os seguintes dados de prontuário: primeiro diagnóstico anatomopatológico (metástase ou tumor primário), local do tumor primário, tempo de aparecimento da metástase cerebral, conhecimento do sítio primário, realização de terapia coadjuvante e de cirurgia do tumor primário, acometimento de outros órgãos, tempo decorrido entre o diagnóstico anatomopatológico de metástase cerebral e o óbito. Resultados: Obtivemos 87 metástases cerebrais tratadas cirurgicamente, sendo sete de melanoma, seis casos com sítio primário definido. O tumor primário foi ressecado em cinco pacientes. Terapia coadjuvante foi realizada em dois pacientes, não sendo observado aumento na sobrevida. Os sítios primários foram: dorso (4), fossa poplítea (1), face (1) e coróide (1). As metástases eram múltiplas em dois pacientes e únicas em cinco. Metástases extracerebrais foram encontradas em todos os casos: pulmão (3), fígado (2), linfonodos (1), supra-renal (1), mama (1) e coluna vertebral (1). A sobrevida média, após o diagnóstico da metástase cerebral, foi de oito meses. De acordo com a literatura, a localização do tumor primário e o estágio da doença no momento do diagnóstico são importantes fatores prognósticos. Lesão metastática única no SNC e ausência de metástase pulmonar ou visceral tem melhor prognóstico. Conclusão: A sobrevida de pacientes com melanoma metastático cerebral no grupo de pacientes estudado foi semelhante àquela encontrada na literatura. Diferentemente, em nosso estudo não houve diferença na sobrevida dos pacientes com lesão metastática única ou múltipla. Linfoma anaplásico de células grandes primário do sistema nervoso central: relato de caso Chaddad Neto FEA, Oliveira E, Paschoal EHA, Machado Filho MAS, Lobo B Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo Objetivos: Os linfomas primários do sistema nervoso central são tumores raros, principalmente, representados pelos difusos de células grandes. São caracterizados pelo curso clínico agressivo. O trabalho ressalta a importância do diagnóstico precoce na condução multidisciplinar do caso, contribuindo, com isso, para sobrevida maior. Métodos: Observação do relato do caso. Resultados: Homem de 30 anos de idade com quadro de cefaléia progressiva de forte intensidade associada a náuseas e vômitos, evoluindo há três semanas com alteração da marcha e da coordenação motora no membro superior direito. Apresentava-se consciente e com ataxia de marcha com tendência à queda para direita, com síndrome cerebelar dimidiada à direita. A ressonância magnética (RNM) de encéfalo demonstrava presença de lesão expansiva homogênea com issointensa em T1 e hiper-intensa em T2 e FLAIR, com 110 reforço homogêneo ao gadolíneo, localizada na linha média na fossa posterior comprimindo o quarto ventrículo, comprimindo o pedúnculo cerebelar superior à direita. Além disso, a RNM da coluna mostrava achados de outros focos com lesão. Paciente não-soropositivo para o HIV. Foi submetido à craniotomia subocciptal mediana e derivação ventricular externa para ressecção da lesão. A RNM de controle mostrou ressecção completa da lesão, com resultado anatomopatológico compatível com linfoma anaplásico de células grandes primário (LACGP) do sistema nervoso central. Realizadas radioterapia e quimioterapia. Persistiu com o quadro neurológico no pós-operatório. Após o segundo mês pós-operatório evoluiu a óbito, em decorrência de complicações pulmonares. Conclusões: Os casos de LACGP do sistema nervoso central possuem um largo espectro no diagnóstico diferencial. Apresentamse com evolução rápida, sendo comum em pacientes imunodeprimidos e pouco habituais naqueles soronegativos. Aneurisma gigante intracavernoso em paciente com doença renal policística tratado por via endovascular – relato de caso Cristino-Filho G, Mont’Alverne FJA, Ponte KF, Ribeiro EML, Josué CEP, Timbó JP, Costa EA, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Filho JPA, Carvalho ACSC, Carvalho LT, Pinto PVB Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral Objetivos: Ressaltar a elevada prevalência de aneurismas intracranianos em pacientes com doença renal policística autossômica dominante (DRPAD) e discutir o tratamento de aneurismas do segmento intracavernoso da artéria carótida interna (ACI) através do relato do caso de uma paciente proveniente do interior do Ceará. Métodos: Relata-se o caso de uma paciente de 60 anos, hipertensa, que foi admitida na Santa Casa de Sobral (CE), com uma história progressiva de cefaléia frontoorbital, estrabismo divergente, diplopia, ptose palpebral e hipoestesia em região frontal, unilaterais à direita. Quatro anos anteriormente, tivera diagnosticada DRPAD, iniciando tratamento dialítico um ano depois devido à conseqüente insuficiência renal crônica. Resultados: Ao exame neurológico, constataram-se ptose palpebral, oftalmoplegia completa e midríase à direita. Na TC craniana, evidenciou-se uma lesão parasselar à direita captante de contraste. Estudo angiográfico posterior revelou tratar-se de um volumoso aneurisma do segmento intracavernoso da ACI direita, de colo bastante largo. Após teste de oclusão por balão, procedeu-se ao tratamento oclusivo endovascular da ACI direita e a paciente evoluiu com melhora dos sintomas. Conclusões: Cerca de 2% da população geral apresenta aneurisma intracraniano. Essa prevalência em pacientes com DPRAD aproxima-se de 10%. Os aneurismas da ACI intracavernosa representam de 3% a 5% dos aneurismas intracranianos. Aproximadamente um terço dos pacientes com estes aneurismas são assintomáticos ao diagnóstico, um terço tem cefaléia e metade tem alguma anormalidade de nervo craniano (III, IV, V1, V2, e VI). Angiografia cerebral permanece sendo o padrão-ouro para diagnosticar e determinar detalhes anatômicos necessários para planejar a terapia. Dado o curso relativamente benigno desses aneurismas e o pequeno risco de sangramento, a maioria não requer tratamento. O tratamento cirúrgico dos aneurismas da ACI intracavernosa é difícil devido ao seio cavernoso J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO circundante. Nos casos em que está indicado, a oclusão endovascular é o tratamento de escolha atual. Laminectomia descompresiva em paciente portador de cefaléia occipital secundária à síndrome de Arnold-Chiari: relato de caso Cristino FG, Ribeiro EML, Carvalho ACSC, Josué CEP, Vasconcelos FLB, Costa EC, Nunes FA, Ponte KF, Vieira JP, Timbó JPO, Filho JPA, Carvalho LT, Pinto PVB Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral Objetivo: Ressaltar a existência de uma síndrome rara, que se trata de uma afecção na qual é anormal o desenvolvimento do cérebro posterior, base do crânio e canal cervical superior, como causa de cefaléia, havendo indicação de tratamento cirúrgico. Método: Relata-se o caso de um paciente de 35 anos, do interior do Ceará, que iniciou, pós-coito, quadro súbito de cefaléia occipital, de forte intensidade, que cedia ao decúbito dorsal, sem melhorar com analgésicos simples. A cefaléia era constante, acompanhada, por vezes, por episódios de vertigem giratória. Paciente já apresentava episódios freqüentes de cefaléia tipo tensão e relatou que um bisavô apresentava uma cefaléia occipital semelhante, inexplicada. Resultados: Não se evidenciou alterações ao exame neurológico. Os exames complementares realizados (TC e RMN) foram compatíveis com malformação de Arnold-Chiari. Paciente foi submetido à laminectomia descompressiva, evoluindo satisfatoriamente, com desaparecimento da cefaléia occipital e redução dos episódios de cefaléia tipo tensão. Conclusão: A síndrome de Arnold-Chiari tem etiologia desconhecida. A malformação consiste na extensão do vérmix do cerebelo ao canal cervical superior juntamente com o bulbo e o quarto ventrículo. Costuma haver associação de mielomeningocele e hidrocefalia. O quadro clínico geralmente se apresenta no primeiro ano de vida. Crianças de mais idade e adultos podem permanecer assintomáticos e apresentarem, tardiamente, dor na área suboccipital, pescoço e extremidades superiores, agravada pelo movimento da cabeça e esforços físicos. O envolvimento do cerebelo produz ataxia, do tronco encefálico produz nistagmo, diminuição da força muscular e atrofia dos músculos da língua, do esternocleidomastóideo e do trapézio. A RNM é o exame de escolha para demonstrar a malformação. O tratamento consta de descompressão suboccipital, acompanhada de laminectomia das três primeiras vértebras cervicais. Portanto, alertam-se os profissionais de saúde para que cogitem a síndrome de Arnold-Chiari como hipótese diagnóstica em pacientes com cefaléia, ressaltando sua resolução cirúrgica. Estereotaxia guiada por imagem nas lesões do sistema nervoso central: existe vantagem? Crusius PS, Seibert CA, Mallmann AB, Forcelini CM, Carazzo CA, Crusius CU, Goellner E, Ragnini J, Crusius MU Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Instituto de Neurologia e Neurocirurgia, Passo Fundo (RS) Objetivo: Analisar, retrospectivamente, uma série de pacientes submetidos a procedimentos neurocirúrgicos auxiliados pelo método de estereotaxia J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 de 2001 a 2005. Métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes submetidos à neurocirurgia no serviço de residência médica do Hospital Universitário São Vicente de Paulo. Foram analisados 146 arquivos verificando-se sexo, idade, indicação do método, localização da lesão, índice de acerto, complicações e follow-up hospitalar. Resultados: Dos 146 pacientes operados, a idade média foi de 56 anos, com predomínio no sexo masculino de 59,6%. O procedimento que apresentou maior indicação foi a craniotomia aberta guiada por estereotaxia para tumor cerebral em 61,6% dos casos. As biópsias estereotáxicas somaram 21,9% dos casos, seguido por cirurgia funcional em 7,5%. A drenagem de hematoma intracerebral e abscesso cerebral ocorreram em 3,4% dos casos cada um. Somente um paciente (0,7%) foi submetido ao procedimento para auxílio na colocação de cateter intraventricular. Quanto à localização, a maioria das lesões localizava-se na região supra-tentorial (95,8%), e no que se refere ao número, 83,1%, tratavam-se de lesões únicas. Dos 117 pacientes com anatomopatológico, o mais prevalente, com 32 casos (22,2 %), foi glioblastoma multiforme, seguido por metástase em 18,8% dos pacientes. A cirurgia apresentou sucesso em 96,6% dos procedimentos. Dentre as complicações, hemorragia e meningite ocorreram em um caso, cada (0,7%). O óbito intra-hospitalar foi de 11,6%, sendo que relacionado diretamente ao procedimento foi de 0,7%. Conclusão: Com os resultados apresentados, concluímos que os procedimentos neurocirúrgicos, auxiliados pela estereotaxia são de importante auxílio, tanto para o diagnóstico, como para a ressecção das lesões do sistema nervoso, provoca mínima lesão ao cérebro normal e preserva estruturas anatômicas, permitindo, dessa maneira, segurança e qualidade aos procedimentos neurocirúrgicos, beneficiando amplamente os pacientes. Laminectomia e fixação posterior com parafusos pediculares no tratamento cirúrgico da espondilolistese lombar Delgado R, Pena M Pós-graduação em Neurocirurgia pela Universidade Federal de São Paulo Objetivos: Expor o acesso posterior à coluna lombar para descompressão radicular ampla mediante laminectomia e discectomia, seguidas por artrodese intersomática e intertransversária como proposta terapêutica à espondilolistese degenerativa de baixo grau e analisar a evolução clínica dos pacientes ao longo de três anos. Métodos: Vinte pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, entre novembro de 2001 e agosto de 2002. Três eram do sexo masculino e 17 do feminino e todos apresentavam queixa de lombociatalgia persistente entre seis meses e cinco anos de evolução. A avaliação clínica pré-operatória consistiu no exame neurológico e aplicação do questionário de Oswestry. Investigação radiológica realizada por radiografias em AP, perfil e perfil dinâmico, além de ressonância magnética da coluna lombar. Os pacientes foram internados no dia da cirurgia e deixaram o hospital em média no quarto dia pós-operatório. Reavaliação clínica foi realizada com um, três, seis, 12, 24 e 36 meses, e radiológica com seis e 12 meses. Resultados: Todos os pacientes apresentavam lombociatalgia persistente, e oito tinham déficits sensitivos e/ou motores ao exame neurológico. Treze pacientes tinham listese de grau I e sete de grau II, sendo o nível mais acometido L5-S1 (14 pacientes). Dois pacientes apresentaram complicações clínicas no pós-operatório, com boa resolução. Na evolução, 111 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO dez pacientes mantinham lombalgia depois de seis meses, três depois de 12 meses e dois aos 36 meses de evolução. Nenhum paciente apresentou lombociatalgia após o tratamento cirúrgico. Todos retornaram às suas atividades laborativas. Conclusões: O método cirúrgico proposto demonstrouse satisfatório no grupo estudado, uma vez que houve recuperação clínica e constatou-se adequada descompressão radicular, redução ou correção da listese e estabilização do segmento lombar acometido. Tratamento cirúrgico da estenose de canal lombar por descompressão e fixação pedicular: análise de dois anos de evolução Delgado R, Pena M Pós-graduação em Neurocirurgia pela Universidade Federal de São Paulo Objetivos: Analisar a evolução clínica da estenose de canal lombar em um grupo de pacientes submetidos a acesso cirúrgico por via posterior, para realização de laminectomia e fixação pedicular para artrodese intertransversária. Métodos: Foram operador 13 pacientes, nove do sexo feminino e quatro do masculino, com idade média de 60 anos e sintomatologia superior a um ano de evolução. Avaliação clínica pré-operatória consistiu no exame neurológico e na aplicação do questionário funcional de Oswestry. Estudo radiológico sistemático constou de radiografias simples em AP e perfil em ortostatismo, radiografias dinâmicas e ressonância magnética da coluna lombar. Os pacientes foram internados no dia do procedimento e receberam alta em média no terceiro dia pós-operatório. Reavaliação clínica foi realizada com um, três, seis, 12 e 24 meses, sendo reaplicado o questionário funcional de Oswestry com dois anos e três meses de evolução. Resultados: A manifestação clínica mais contundente foi a claudicação neurogênica, seguida pela lombociatalgia, sendo que três pacientes apresentavam quadro clínico misto. Déficits neurológicos foram encontrados em quatro pacientes. O estudo radiológico evidenciou estenose central em quatro pacientes, lateral em quatro e mista em cinco. Espondilolistese grau I foi encontrada em dois pacientes e escoliose degenerativa de grau leve em dois. Diabetes melito foi constatada em três pacientes e osteopenia em um, dois pacientes diabéticos apresentaram infecção de ferida operatória e o outro broncopneumonia na internação. O seguimento clínico demonstrou regressão dos déficits neurológicos e não houve recorrência de claudicação e/ou lombociatalgia. Conclusões: A abordagem cirúrgica por descompressão e fixação posterior demonstrou-se eficiente para a resolução da sintomatologia neste grupo de pacientes portadores de estenose de canal lombar. As complicações relatadas estão de acordo com a literatura, incidindo em pacientes portadores de co-morbidades clínicas pré-operatórias, notadamente o diabetes melito, independente da faixa etária e da extensão do segmento vertebral operado. Cistos de aracnóide hemorrágicos Dias LAA, Junior LAA, Pereira CU, Donatto EE, Tanaka K, Aragão PAC, Bastos CRF, Dezena RA Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP) Cisto de aracnóide intracraniano é uma das entidades clínicas mais comuns na prática neurocirúrgica diária. São considerados anomalia do 112 desenvolvimento, de evolução benigna, porém, muitas vezes tornamse graves quando sangram ou exercem efeito compressivo no sistema nervoso central. Objetivos. Apresentar nossa casuística e dados que sugerem possibilidade de sangramento. Discutir as indicações cirúrgicas, técnicas utilizadas e revisão da literatura. Material e métodos. Período de análise: julho de 2000 a julho de 2005. Diagnóstico por tomografia computadorizada e ou ressonância nuclear magnética. Doze pacientes foram operados, nove da fissura de Sylvius, quatro hematomas subdurais e um intracisto, um fissura inter-hemisférica com higroma subdural, todos pós-trauma craniano leve, seis pela clinica e dimensões. A classificação de Galassi é utilizada para cistos da fissura silviana, seis apresentaram-se com cefaléia e vômitos, três com hemiparesia, três com convulsões, dois da fossa posterior com ataxia, um com hiperatividade e distúrbios comportamentais, um com demenciação e disfasia mista, quatro com cefaléia rebelde. Técnicas: craniotomias osteoplásticas com exérese do hematoma, higroma e ou cisto; derivação cisto-peritoneal com válvula de baixa pressão. Seguimento clínico de dois anos. Resultados. Idade de 6 a 76 anos, nove masculinos e três femininos. O paciente com demenciação e disfasia e aquele com hiperatividade, Gallassi II, não melhoraram. Os hemorrágicos tiveram bons resultados. Cefaléia rebelde, dois evoluíram com cefaléia esporádica e dois assintomáticos. Cinco grau III foram retirados os cistos e colocada derivação peritoneal. Sangramentos espontâneos e técnicas endoscópicas são descritas. A fisiopatologia do sangramento na fissura silviana é por ruptura de veias pontes aderentes, durante o movimento. Conclusões: Concomitante com a literatura, cistos pequenos e médios assintomáticos, orientação quanto aos riscos e seguimento. Médios sintomáticos e grandes, cirurgia. Portanto, a terapêutica dependerá da localização, tamanho, sintomas, presença de sangramentos ou higromas. Ossificação do ligamento amarelo como causa de mielopatia torácica – relato de caso Dias MRP, Guirado VMP, Taricco MA, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: A ossificação do ligamento amarelo é uma causa rara de estenose do canal vertebral que pode provocar compressão medular. Objetivo: Descrever um caso de um paciente caucasiano, com mielopatia torácica devido à compressão medular por ossificação do ligamento amarelo torácico, tratado cirurgicamente por laminectomia descompressiva. Método: Relato de um caso de paciente em seguimento no ambulatório de Coluna Vertebral da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Resultado: EAFB, 58 anos, sexo feminino, lombalgia crônica, dificuldade progressiva a marcha, evoluindo em um mês. Admissão com paraparesia crural, síndrome cordonal posterior e bexiga neurogênica. Tomografia e ressonância magnética demonstrando compressão medular torácica em nível T7 e T8, com calcificação e espessamento do ligamento amarelo nestes níveis. Submetida à laminectomia descompressiva com melhora dos déficits neurológicos. Atualmente em seguimento ambulatorial com marcha com apoio. Discussão: Durante as duas últimas décadas esta afecção nosológica foi relatada principalmente em pacientes japoneses, embora recentemente alguns casos envolvendo caucasianos J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO tenham sido documentados na literatura médica. Nós apresentamos o exemplo de um outro paciente caucasiano com o mielopatia torácica devido à ossificação do ligamento amarelo. Nos casos desta doença, os segmentos torácicos inferiores são mais comumente afetados. Os pacientes sintomáticos, geralmente, desenvolvem distúrbios da marcha, com síndrome de compressão medular. A neuropatia intercostal pode estar presente, porém não é comum. A tomografia computadorizada ou as imagens por ressonância magnética são utilizadas para o diagnóstico. O tratamento de escolha é cirúrgico, geralmente através da laminectomia descompressiva, embora a laminoplastia e, recentemente, a laminectomia parcial com foraminotomia também sejam sugeridos. Conclusão: A ossificação do ligamento amarelo na coluna torácica deve ser considerada no diagnóstico diferencial das causas de mielopatia torácica, mesmo nos pacientes não japoneses. AEE em 17,62 ± 6,85 min e SE em 31,88 ± 7,21 min. Os animais do grupo 3 (lesão) desenvolveram AEE em 7,87 ± 4,46 min e SE em 10,81 ± 6,25 min (valores próximos aos controles). Conclusão: A semelhança dos resultados das estimulações uni e bilaterais e a ineficácia da lesão sugerem que os núcleos subtalâmicos não são alvos específicos para o tratamento da epilepsia. A eficiência da estimulação poderia justificar-se não pela especificidade, mas pela sensibilidade ubíqua do sistema nervoso a diferentes elementos sincronizadores. Reporte del primer caso de neurocitoma central en Costa Rica Objetivo: A estimulação da medula espinhal (EME) tem sido considerada eficaz no tratamento da dor neuropática crônica. O presente estudo tem como objetivo avaliar os resultados em longo prazo da EME, em pacientes portadores de ciatalgia neuropática crônica, considerando suas indicações, os mecanismos de ação e as complicações. Métodos: Foram estudados 308 pacientes portadores de ciatalgia neuropática crônica rebelde ao tratamento clínico submetidos à EME, no Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar Regional e Universitário de Lille, França, entre 1985 e 2001. O tempo médio de seguimento foi de 7,8 anos. Resultados: A maioria dos pacientes (95%) apresentou um alívio da dor ciática. Em 49%, o resultado foi considerado excelente (alívio completo da dor), em 28% bom (alívio superior a 70%), em 18,4% moderado (alívio entre 25% e 70%) e ruim em 4,6% (sem melhora da dor), de acordo com escala visual analógica. Não foram observadas complicações graves. Conclusões: A EME é um método útil no tratamento da ciatalgia crônica de origem neuropática, com bons resultados em longo prazo, em pacientes resistentes a outras modalidades terapêuticas. Trata-se de terapia não-destrutiva, ajustável e reversível. Escoe K, Contreras C, Palavicini V, Badilla J Servicio de Neurocirugía e Servicio de Anatomía Patológica do Hospital San Juan de Dios (Costa Rica) Presentamos el primer caso de neurocitoma central, en un adulto joven, operado en nuestro país con resección parcial debido a la extensión del tumor. Se manejó con tratamiento de radioterapia complementaria. Se realiza una revisión de la literatura pertinente. Estimulação e lesão dos núcleos subtalâmicos para controle de crises epilépticas induzidas por pilocarpina em ratos Ewerton FIS, Ballester G, Fonoff ET, Teixeira MJ Laboratório de Neurocirurgia Funcional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Objetivo: Avaliar os efeitos eletrencefalográficos e motores da estimulação elétrica bilateral e unilateral dos núcleos subtalâmicos (NST) e da lesão bilateral do mesmo no modelo de epilepsia por pilocarpina. Métodos: Ratos Wistar machos adultos pesando cerca de 300 g, oriundos do Biotério Central da FMUSP, receberam implante bilateral de eletrodos no córtex frontoparietal, área CA3 do hipocampo e NST (grupos controle e 1), o mesmo mas apenas à esquerda no NST (grupo 2) e o mesmo mas com lesão bilateral do NST (grupo 3). Todos os animais foram submetidos a registro eletroscilográfico e avaliação das respostas motoras, logo após administração intraperitoneal de pilocarpina (320 mg/kg) e metilescopolamina (1 mg/kg). No grupo 1, foi feita estimulação bilateral dos núcleos subtalâmicos (freqüência = 100Hz, pulso = 100 µs, corrente = 800 µA). No grupo controle, tudo foi semelhante, exceto pelo estimulador permanecer desligado. No grupo 2, a mesma estimulação foi aplicada somente à esquerda. Os animais submetidos à lesão eletrolítica não foram estimulados. Resultados: Os animais do grupo controle desenvolveram atividade elétrica epileptiforme (AEE) em 7,21 ± 4 min e status epileticus (SE) em 14,7 ± 6,8 min. Os animais do grupo 1 (bilateral) desenvolveram AEE em 16,96 ± 7,72 min e 80% acabaram por entrar em SE em 32,95 ± 7,58. Os animais do grupo 2 (unilateral) desenvolveram J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Estimulação da medula espinhal para o tratamento da dor neuropática crônica Fagundes-Pereyra WJ, Dantas S, Veys B, Buisset N, Blond S Serviço de Neurocirurgia e Centro de Avaliação e Tratamento da Dor do Centro Hospitalar Regional e Universitário (CHRU) de Lille (França) Paracoccidioidomicose no sistema nervoso central– análise de 13 casos com pesquisa do antígeno gp43 por imunofluorescência Fagundes-Pereyra WJ, Carvalho GTC, Sousa AA, Góes AM, Silva FCL Santa Casa de Belo Horizonte e Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma infecção granulomatosa sistêmica, causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, prevalente na América Latina, particularmente no Brasil. Acomete o sistema nervoso central (SNC) em 10% dos casos. Métodos: Foram estudados 13 pacientes com paracoccidioidomicose no SNC, entre 1991 e 2001, com ênfase para os aspectos clínicos, neuroradiológicos e imunológicos. O antígeno gp43 do P. brasiliensis foi pesquisado por imunofluorescência indireta, em materiais obtidos por biópsia cerebral, contendo o fungo. Anticorpos antianti-P. brasiliensis foram pesquisados, no soro, plasma e no líquor, por ensaios de Elisa e Western Blot. Resultados: Onze pacientes eram do sexo masculino (84,6%) e dois do sexo feminino (15,4%), com idade entre 30 e 71 anos (M = 47,1 ± 11,6 Me = 46). Os sintomas mais freqüentes foram déficits motores (53,8%), alterações cognitivas (53,8%), 113 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO emagrecimento (46,1%), cefaléia (46,1%) e crises convulsivas (46,1%). O diagnóstico foi confirmado pela detecção do P. brasiliensis no SNC. Seis pacientes (46,1%) morreram e sete evoluíram satisfatoriamente. O tempo de seguimento variou de dois a 74 meses (M = 30,9). A imunofluorescência indireta revelou a presença do antígeno gp43 nos casos estudados. Nos ensaios de ELISA e Western blot foram evidenciados anticorpos contra o antígeno bruto e a fração 0 do P. brasiliensis, no soro e plasma, o que não se observou no líquor. Conclusões: Conclui-se que as manifestações clínicas da PCM no SNC são semelhantes às de outras lesões expansivas intracranianas, sem características específicas que possam direcionar o diagnóstico etiológico. A imunofluorescência indireta e os ensaios de Elisa e Western Blot podem ser utilizados na detecção do P. brasiliensis. Novos estudos são necessários, visando aumentar os conhecimentos sobre essa doença, que ainda provoca um número considerável de vítimas. necessária intervenção neurocirúrgica. Sendo quatro originados a partir de sinusopatia e um por otite, que motivaram quatro abscessos encefálicos e um com lesão infiltrativa da tábua óssea e meninge ((Pott’s Pott’s puffy tumor tumor). ). Realizado levantamento na literatura especializada, que mostrou elevada incidência de complicações destas vias, abordado multidisciplinar em conjunto com a neurocirurgia, a otorrinolaringologia e a infectologia. Resultados: Todos os casos foram submetidos à intervenção direta neurocirúrgica em regime hospitalar e antibioticoterapia prolongada. Os pacientes tiveram alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial, sendo que dois evoluíram com crises convulsivas. Conclusões: Complicações do sistema nervoso central em decorrência das infecções otorrinológicas podem ser comum, no entanto, diversas e graves são as formas, que necessitam de diagnóstico e abordagem neurocirúrgica o quanto precoce devido ao risco de mortomorbidade. Duroplastia em ‘C’ para descompressão hemisférica homogênea Síndrome do canal de Guyon Faleiro LC, Gusmão SN, Faleiro RM, Pimenta NJ, Esmeraldo AC, Cordeiro AF, Maciel CJ, Pereira LC, Vale EF Neurocirurgia da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais Objetivos: Permitir a expansão homogênea do hemisfério cerebral em casos de hipertensão intracraniana pós-traumática, evitando-se, dessa forma, laceração parenquimatosa nas bordas da durotomia e outras lesões decorrentes da herniação irregular de massa encefálica através da área de descompressão. Métodos: Após craniectomia frontotemporoparietal ampla, preparou-se enxerto com fáscia galeal, suturou-se uma de suas bordas na região posterior da dura-máter (antes de sua abertura) e dividiuse o enxerto em duas partes a partir de sua borda livre (anterior) até 1 a 2 cm da borda suturada (posterior). Realizou-se, então, durotomia em ‘C’, com a concavidade voltada anteriormente e suturaram-se as duas partes do enxerto ao longo das correspondentes aberturas durais superior e inferior, de forma hermética. Resultados: A técnica mostrou-se eficiente na descompressão do conteúdo intracraniano de 45 pacientes vítimas de trauma, registrando-se apenas um caso de complicação relacionado diretamente à duroplastia (fístula liquórica por deiscência da sutura dural). Conclusões: O papel da craniotomia descompressiva para o tratamento da hipertensão intracraniana está em fase de avaliação. Trabalhos recentes evidenciam tendência favorável à sua aplicação, apesar da inexistência de estudos classe I. A craniotomia descompressiva só é eficaz se permitir expansão homogênea do hemisfério cerebral. Para isso, não só a retirada óssea precisa ser ampla, mas também a duroplastia deve ser capaz de acomodar de forma atraumática o conteúdo herniado. Infecções otorrinológicas e complicações neurocirúrgicas Fantini PR, Fantini FGMM, Pessuto J, Caggini MCR Santa Casa de Fernandópolis (SP) Objetivos: Estudo de cinco casos de infecção otorrinolaringológica com complicações neurocirúrgicas e revisão da literatura. Métodos: Estudo de cinco casos com infecção otorrinolaringológica, no período de um ano, em pacientes com idade média de 20, 2 anos, e que complicaram, sendo 114 Fantini PR, Fantini FGMM, Antônio LGM Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis (SP) Objetivos: Revisão literária, com apresentação de caso de neuropatia compressiva do canal de Guyon. Métodos: A síndrome do canal de Guyon é uma enfermidade rara, resultante da compressão do nervo cubital, clinicamente caracteriza-se por dor, parestesia, impotência funcional, garra cubital, hipotrofia dos músculos interósseos e lumbricais. O caso relatado é de uma mulher de 40 anos de idade, escrevente policial, que passou a apresentar queixa dolorosa paulatina em punho palmar, diuturna, atrofia e perda da força motora com prejuízo para adução/abdução dos dedos e garra cubital. Submetida a tratamento cirúrgico sob anestesia plexular (inter-escalênica) com auxílio de lupa, com incisão em Z, exposto e liberado os nervos ulnar e mediano à direita, sendo realizado neurólise e secção parcial do músculo pisiforme. Resultado: A paciente teve alta hospitalar no mesmo dia, com período de internação inferior a dez horas, retornando no décimo dia para retirada de pontos, sem queixa dolorosa, porém, sendo necessário trabalho fisioterápico para reabilitação da mão, resgatando funcionabilidade e retornando para o trabalho. Conclusão: A síndrome do canal de Guyon é uma neuropatia compressiva rara e pouco encontrada na literatura. Não respondeu ao tratamento conservador com imobilização, repouso, antiinflamatório hormonal e não-hormonal e fisioterapia. Hematoma subdural espinal – relato de caso. Fobe JL, Vituzzo R, Lopes LF, Christofolli D, Issamu E, Fobe LPO. Hospital São Luiz, São Paulo (SP) A etiopatogenia dos hematomas subdurais epinais (HSE) é desconhecida, as veias pontes que são encontradas na região supratentorial não existem nesta região. Até o ano de 2005, foram descritos 69 casos na literatura médica. As coagulopatias são consideradas como causa dos HSE em 44,9%, traumatismo em 15,9%, enquanto os idiopáticos correspondem a 17,3%. A cirurgia é o tratamento de escolha. Os autores apresentam o caso de um paciente de 53 anos, sem história pregressa de traumatismo craniano ou uso de medicação anticoagulante com sintomas iniciais de dor L5-S1 bilateral aguda e incapacitante. A ressonância magnética de coluna lombossacra demonstrou a presença de hematoma subdural que se estendia de L1 até S1. A cirurgia com drenagem medianJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO te laminectomia L4-L5 e abertura da dura com saída de grande volume sero hemático transcorreu sem intercorrências, tornando-se o paciente assintomático. Uma semana após a intervenção cirúrgica o paciente iniciou cefaléia aguda, de forte intensidade, sendo diagnosticado hematoma subdural cerebral bilateral, que motivou drenagem cirúrgica, com pronto restabelecimento. A presença de hematoma subdural craniano associado vai de encontro à teoria de que os HSE seriam a continuação ou por contigüidade de hematomas subdurais cerebrais. Após três anos de seguimento o paciente se mantém assintomático. Processo inflamatório grave de odontóide simulando tumor na artrite reumatóide – relato de caso Fobe L, Lopes LF, Christofolli D, Vituzzo R, Issamu E, Fobe JL Hospital São Luiz, São Paulo (SP) O acometimento do odontóide pela artrite reumatóide (AR) ou poliartrite crônica evolutiva e muito raro podendo causar na sua fase aguda manifestações locais dor e edema local simulando um tumor da região. A AR é uma sinovite proliferativa e destrutiva, evoluindo em surtos seguidos de remissão, permanecendo mais freqüentemente o paciente em atividade: o prognóstico desta entidade permanece grave. Caracteriza-se pelo acometimento poliartrítico e pela tendência de deformações, destruição e anquilose das articulações. Os autores apresentam uma paciente do sexo feminino, com 65 anos, com diagnóstico de AR em fase de remissão, em que ocorreu manifestação clínica inicial de disfagia e dor esponea em orofaringe. Os exames radiológicos, tomografia computadorizada e ressonância magnética demonstraram a presença de processo inflamatório do odontóide simulando um tumor da região. Os exames inflamatórios (VHS, FAN) estavam alterados demonstrando uma crise aguda de AR, não manifestada clinicamente por não estar em curso acometimento de outras articulações. O tratamento medicamentoso foi realizado com corticosteróide com regressão dos Sensorimotor cortex stimulation induces antinociception in normal rats Fonoff ET, Dale CS, Pagano RL, Giorgi R, Ballester G, Teixeira MJ Division of Functional Neurosurgery, School pf Medicine, University of Sao Paulo. Laboratory of Pathophysiology, Butantan Institute, Sao Paulo Objective: Neurostimulation has been used for conditions like neuropathic pain. Recent clinical data reveals that chronic motor cortex stimulation (MCS) is effective in many neuropathic pain syndromes, suggesting that MC play a role in the modulation of pain perception, activating the antinociceptive system. The mechanisms of MCS are uncertain and it has only been tested under the bias of neuropathic conditions. This study was designed to investigate the effect of sensorimotor cortex electrical stimulation on behavioral responses to nociceptive stimuli in normal rats. Methods: Chronic implantation of stainless steel electrodes over the sensorimotor cortex were made in 16 animals. Electrical stimulation was performed a week later (1,0V; 60Hz; 210 μs) during 15 minutes. Towards the end of the stimulation period, paw pressure and tail flick tests were accessed to evaluate pain threshold. Scores were compared to the scores before stimulation and to non-operated controls. Open field J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 testing was also performed to rule out changes in spontaneous behavior or motor impairment. Results: Electrical stimulation increased the pain threshold of animals in both testing methods. The paw pressure test revealed an increasing of pain threshold on the contralateral side of cortical stimulation (P < 0,05); however, the pain threshold in ipsilateral paw remained unchanged. No behavioral or motor impairment was observed in the stimulated rats in open field (P < 0,05). Conclusions: These results reveal a clear antinociceptive effect of sensorimotor cortex stimulation in normal animals without behavioral changes. It is remarkable that both cortical mediated (paw pressure) and spinal reflex dependent (tail flick) tests revealed increased thresholds. This antinociceptive effect not only may proof the endogenous antinociceptive system activation, but also the influence of the stimulation in the activity of different sites of the central nervous systems. This model makes possible further investigation of underlying mechanisms of MCS in rats. T Terceiro ventriculostomia estereotáxica computacional com cateter para tratamento de hidrocefalia obstrutiva associada a tumor diencefálico – relato de caso Fonoff ET, Amorim RLOA, Paiva WS, Teixeira MJ Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Departamento de Neurologia da FMUSP Introdução: A terceiro ventriculostomia é método de escolha para tratamento de hidrocefalia obstrutiva. No entanto, a presença de lesão neoplásica diencefálica pode ser um fator de insucesso da manutenção da fenestração por ulterior obliteração, associada ao aumento da massa tumoral. Nestes casos, a derivação ventrículo peritoneal é a opção mais freqüentemente utilizada, mesmo que o paciente seja exposto a maior risco de complicações. Apresentamos, neste relato, uma estratégia terapêutica que congrega o benefício da terceira ventriculostomia à colocação de cateter ventricular que afasta a possibilidade obliteração da fanestração ventrículo-cisternal. Objetivo: Demonstrar como o método estereotáxico guiado por reconstrução CT/RNM em três planos pode proporcionar um procedimento seguro, evitando estruturas vasculares; descrever esta técnica aplicada à uma terceira ventriculostomia com manutenção de cateter interventrículo-cisternal para tratamento de hidrocefalia obstrutiva. Relato de caso: VCS, feminino, 20 anos, previamente hígida, iniciou, há três meses da internação, quadro de cefaléia holocraniana progressiva, matutina sem outros sintomas. Após dois meses, houve piora da cefaléia associada a náuseas. Negava alterações do apetite, distúrbios de comportamento ou alterações urinárias. Ao exame neurológico, tinha como única alteração papiledema bilateral. A investigação por imagem evidenciou hidrocefalia não-comunicante de caráter hipertensivo e processo expansivo em região posterior do terceiro ventrículo. A biópsia estereotáxica da lesão foi realizada conforme método de rotina em nosso serviço com fusão de imagens estereotomográficas com ressonância magnética. No mesmo procedimento, foi realizada terceira ventriculostomia com manutenção do cateter, comunicando os ventrículos laterais, III ventrículo e cisterna pré-pontina. O resultado do anatomopatológico foi de astrocitoma grau II. A paciente evoluiu sem complicações no pós-operatório e não 115 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO apresentou recidiva da hidrocefalia em seis meses de seguimento. Conclusão: O método estereotáxico computadorizado proporciona segurança na realização de terceira ventriculostomia, podendo-se combinar com procedimentos de biópsia sem risco adicional. Doença de Scheuermann – relato de caso e revisão da literatura Galles, MHL; Rodrigues, Jr. JC; Almeida, CE; Nicácio, JM; Souza, D; Campos, MF; Pereira, CAB Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis – São Paulo (SP) Objetivo: Relatar caso de paciente com Doença de Scheurmann, sintomático, ressaltar a importância de seu diagnóstico precoce, além de avaliar seus aspectos clínico-epidemiológicos com base na revisão da literatura. Método: Paciente ESM, 24 anos, natural e procedente de Santo André (SP), com queixa de dor nas costas há um ano. Dor de localização lombar, tipo pontada, constante, com piora aos esforços com períodos de remissão ou exacerbação. Não possui antecedentes pessoais relevantes. Apresentava exame físico geral e neurológico normais. Resultados: Descrita inicialmente em 1920, por Holger Werfel Scheuermann, como uma cifose rígida da coluna lombar e/ou torácica no adolescente, com formação em cunha dos corpos vertebrais, definida por Sorrison como angulação anterior maior que 5º, em três corpos vertebrais adjacentes. Possui incidência de 1% a 8% da população geral, com maior comprometimento em pacientes de 11 a 17 anos de idade, sexo predominante masculino (58%). Etiologia postulada como necrose avascular da epífise com parada do crescimento da vértebra, porém, esta necrose jamais foi demonstrada. Clinicamente vista como cifose torácica ou toracolombar, apresentando dor e hiperlordose lombar e cervical compensatórias. Associadamente pode apresentar escoliose, espondilose, espondilolistese, compressão medular com paraparesia crural. Os exames de imagem mostram a cifose, nódulos de Schmorl, o acunhamento ventral e estreitamento do espaço intervertebral. A história natural da doença mostra ser inicialmente assintomática, evoluindo com dor torácica quando acima de 75º e restrição pulmonar quando acima de 100º. O tratamento, embora controverso, depende da gravidade da cifose, da sintomatologia e da idade do paciente. Conclusões: Concluímos que, embora a doença de Scheuermann apresente alta prevalência na população geral, é pouco diagnosticada por ser assintomática na maioria dos pacientes. Consideramos também que a patologia deve ser sempre incluída no diagnóstico diferencial das cifoses toracolombares. Gliomas de baixo grau – seguimento de 18 casos operados nos últimos quatro anos 56), a distribuição entre os sexos foi igual, 89% dos pacientes eram da raça branca e os 11% restantes mulatos, 28% apresentava algum tipo de antecedente familiar de neoplasia, 56% dos pacientes eram ou já foram tabagistas. Os sintomas iniciais mais freqüentes foram crise epiléptica generalizada (43%), cefaléia (28%), crise epiléptica parcial (17%) e déficit cognitivo (6%). A maioria dos tumores localizava-se no lobo frontal (44%), seguido pelo parietal ou temporal (ambos 21%) e por tumores que acometiam a região fronto-parietal ou fronto-insular (ambos com 7%). Um caso foi operado com eletrocorticografia e estimulação cortical intra-operatória para mapeamento da área da fala. O grau de ressecção foi subtotal agressiva em seis casos, subtotal em seis, parcial em quatro e biópsia em dois. Metade dos pacientes foi submetida à radioterapia de crânio total pós-operatória, com média de 5460 cGy. Três pacientes foram submetidos à quimioterapia com BCNU. O seguimento médio ambulatorial foi de 29,9 meses (mínimo de nove e máximo de 52 meses). A maioria dos pacientes apresentou boa evolução clínica, sendo que 12 deles apresentavam KPS de 100 na última observação ambulatorial. Houve recidiva ou progressão clínica em quatro pacientes. Dois pacientes faleceram durante o seguimento clínico, com 13 e 24 meses de sobrevida pós-operatória. Conclusão: Os resultados obtidos pelo grupo, seguindo essas recomendações, foram satisfatórios. Localizações incomuns do neurocitoma central – revisão da literatura e relato de dois casos Gomes FL, da Silva LRF, Cavalheiro S, Zymberg ST Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo Objetivo: Os neurocitomas são tumores neuronais que se localizam nos ventrículos laterais (77%) ou no III ventrículo (21%). A ocorrência extraventricular é rara. No presente trabalho, relatamos dois pacientes com neurocitoma central, um localizado na região da pineal e outro localizado no teto do mesencéfalo. Método: Ambos os pacientes apresentavam sinais de hipertensão intracraniana Foram realizadas TC e RM de crânio que mostraram, em ambos os pacientes, lesões expansivas nas referidas topografias. Feito biópsia por neuroendoscopia. No paciente com neurocitoma na região da pineal, foi feito terceiroventriculostomia. Resultado: A análise histopatológica confirmou o diagnóstico de neurocitoma. Ambos os pacientes estão em acompanhamento ambulatorial e apresentam boa evolução. Conclusão: Os neurocitomas são tumores primários do sistema nervoso central que devem ser considerados no diagnóstico diferencial dos tumores da região da pineal e dos tumores do teto do mesencéfalo. Embora a localização mais freqüente seja no sistema ventricular, a localização extraventricular deve ser considerada. Gentil AF, Marie SKN, Aguiar PHP Disciplina de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Neuroendoscopia no tratamento adjuvante dos tumores intraventriculares Objetivos: Determinar se as condutas seguidas pelo grupo de tumores no tratamento desse tipo de tumor nos últimos quatro anos foram satisfatórias. Métodos: Levantamento através do prontuário eletrônico do Projeto Genoma dos dados relevantes dos pacientes com diagnóstico de glioma de baixo grau operados nos últimos quatro anos. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 34 anos (mínima de 23 e máxima de Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Silva LRF, Malheiros SF, Cavalheiro S, Zymberg ST Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo 116 Objetivo: Determinar a eficácia da neuroendoscopia no tratamento de pacientes com neoplasias intraventriculares. Método: No período de março de 1996 a agosto de 2005, 45 pacientes consecutivos foram J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO submetidos a procedimentos neuroendoscópicos puros para biópsia e/ou ressecção das lesões. Resultado: A faixa etária variou de 1 a 63 anos, sendo 30 pacientes do gênero masculino e 15 do gênero feminino. A etiologia das neoplasias foi majoritariamente composta por astrocitomas, germinomas, craniofaringeomas e tumores epidermóides. Dez pacientes foram submetidos, posteriormente, à craniotomia para ressecção microcirúrgica de resíduos tumorais. A taxa de complicações foi extremamente baixa, não se observando seqüelas decorrentes do procedimento. Conclusão: A utilização da neuroendoscopia mostrou-se útil e segura. Foram realizadas biópsias e ressecções tumorais, além do tratamento da hidrocefalia quando presente. Paraganglioma da região para-selar: relato de caso e revisão da literatura Guimarães Filho FAV, Melo JGSP, Melo PMP, Guimarães MD, Stávale JN, Braga FM Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo Objetivos: Os paragangliomas são tumores neuroectodérmicos, usualmente bem diferenciados, cujo acometimento primário do sistema nervoso central é raro. O comprometimento encefálico faz-se na imensa maioria das vezes pela extensão intracraniana de tumores do glomus jugular. No entanto, paragangliomas puramente intracranianos têm sido descritos ao longo dos anos em locais onde não se espera encontrar tecido paragangliônico, como a glândula pineal e a região para-selar. Métodos: Relataremos o caso de uma paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, com diagnóstico de tumor na região para-selar, submetida a tratamento microcirúrgico, cujo diagnóstico histopatológico e imuno-histoquímico foi compatível com paraganglioma. A revisão da literatura foi proferida através de pesquisa no banco de dados da MedLine e do PubMed. Resultados: Os aspectos pré, intra e pósoperatórios observados, neste caso, foram bastante semelhantes aos de outros casos descritos na literatura, com ênfase à difícil hemostasia intra-operatória e às nuances envolvidas no diagnóstico histopatológico. Conclusões: Com os enormes avanços obtidos recentemente no campo da imuno-histoquímica, o diagnóstico de paragangliomas para-selares deve ser considerado, principalmente, naqueles casos em que o aspecto de imagem radiológica é sugestivo de macro-adenoma hipofisário ou meningioma. Displasia fibrosa de crânio em linha média: relato de caso e revisão de literatura Guimarães MD, Loduca RDS, Gomes FL, Onishi FJ, Cavalheiro S Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo Objetivo: Relatar o caso de uma criança, do gênero feminino, tratada neste serviço e proceder à revisão da literatura. Método: Paciente com abaulamento na linha média do crânio que se estendia da glabela até a região interparietal. Os exames de imagem evidenciaram acometimento da tábua óssea externa e da díploe, sem extensão intracraniana. Foi submetida a tratamento cirúrgico com incisão bi-coronal, exposição de toda a lesão e exérese subtotal, preservando-se a tábua interna. Resultado: Foi obtido bom resultado estético, restando pequeno abaulamento na J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 região do osso nasal. Conclusão: A displasia fibrosa caracteriza-se por proliferação intra-óssea de tecido conectivo, com aumento da espessura do osso. Nas formas mais freqüentes acomete a base do crânio, e em alguns casos (35%) pode acometer a região frontal. Nesta paciente, ao se realizar o tratamento cirúrgico, pôde-se atingir resultado estético satisfatório com melhora da auto-estima. Meningioma em placa da asa esfenoidal: análise retrospectiva de 12 casos Guimarães MD, Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Paiva Neto MA, Tella Jr OI Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo Objetivo: Relatar experiência no tratamento cirúrgico de 12 pacientes portadores de meningioma em placa da asa do esfenóide. Método: Estudo retrospectivo de 12 casos submetidos à craniotomia frontotemporal, ressecção do tumor, de todo osso hiperostótico e dura-máter infiltrada, excetuando tumor invadindo seio cavernoso ou fissura orbitária superior seguindo-se de plástica dural e cranioplastia, no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2004. Resultado: Dez casos pertencentes ao gênero feminino e dois ao gênero masculino. Todos os pacientes apresentaram proptose indolor como manifestação inicial. A ressecção foi considerada grau I de Simpson em nove casos e em três casos grau IV devido à invasão do seio cavernoso. Quatro pacientes apresentaram fístula liquórica que melhorou após tratamento com dreno lombar. Um paciente evoluiu para óbito no pós-operatório por tromboembolismo pulmonar. Todos os pacientes apresentaram melhora da proptose. Houve dois casos que evoluíram com recidiva no seguimento que durou de seis meses a dez anos, os quais foram submetidos à nova abordagem cirúrgica. Conclusão: O tratamento precoce deve sempre ser considerado neste tipo de patologia, pois pode permitir ressecção de todo o osso envolvido prevenindo recidiva. Quando houver envolvimento da fissura orbitária superior ou do seio cavernoso pelo tumor a ressecção subtotal com descompressão dos forames da base do crânio deve ser a meta objetivada. Tumor epidermoide acometendo região órbito-pterional direita Guimarães MD, Gomes FL, Onishi FJ, Yunes RM, Paiva Neto MA, Tella Jr OI Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo Objetivo: Relatar caso de uma paciente do gênero feminino com tumor epidermóide órbito-pterional à direita, tratada neste serviço, proceder à revisão literária e discutir diagnósticos diferenciais. Método: Paciente com abaulamento progressivo temporo-orbital à direita, epífora, sem alterações de nervos cranianos, exames de imagem evidenciaram lesão osteolítica acometendo parede lateral e teto da órbita direita, estendendo-se para fossas anterior e média, com realce heterogêneo com meio de contraste. Foi submetida à exérese total da lesão e cranioplastia, na qual observou-se lesão de aspecto perláceo, disposta em camadas, sem infiltração de tecidos adjacentes e com nítido plano de clivagem. Resultado: Exame anatomopatológico evidenciou colesteatoma, a paciente evoluiu sem déficits e mantém acompanhamento ambulatorial. Conclusão: O diagnóstico diferencial de lesões intra-ósseas do crânio podem representar importante desafio, porém 117 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO o tumor epidermóide deve ser considerado como importante hipótese e, quando tratado adequadamente, pode ser curativo. Angioma cavernoso da medula espinhal Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Os angiomas cavernosos do sistema nervoso central são malformações vasculares incomuns e, particularmente os de localização medular, são extremamente raros. Sete casos consecutivos de angiomas cavernosos medulares são apresentados, onde cinco foram tratados cirurgicamente. Nossa série consiste de cinco mulheres e dois homens com cavernomas intramedulares localizados nas seguintes regiões: três cervicais e quatro torácicos. Todos os sete pacientes foram sintomáticos e com sinais de mielopatia, incluindo déficit sensitivo-motor, correspondendo com o nível da lesão. Cinco pacientes foram submetidos à cirurgia. Dois encontram-se em seguimento ambulatorial, sem indicação cirúrgica. Entre os cinco pacientes cirúrgicos, quatro foram submetidos à laminectomia e um paciente a uma laminoplastia cervical para acessar as lesões. A ressecção completa foi conseguida em três casos. No seguimento pós-operatório (média de 14 meses), a melhora dos sinais clínicos foi demonstrada nos quatro pacientes. Um caso permaneceu com estado clínico inalterado. Os pacientes em seguimento sem cirurgia não foram indicados para o procedimento tendo em vista estabilidade dos sintomas, lesões medulares cervicais pequenas e anteriores. Com isso, conclui-se que a ressecção microcirúrgica é uma opção de tratamento para os cavernomas medulares maiores e que sejam acessíveis cirurgicamente. Cisto de Tarlov – diagnóstico e conduta em seis casos Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: O cisto de Tarlov ou cisto perineural é uma formação patológica localizada no espaço entre o peri e o endoneuro na entrada da raiz nervosa posterior. Descritos originalmente por Tarlov como sendo uma lesão assintomática, podem causar sintomas radiculares e disfunções esfincterianas. Objetivo: Relatar seis casos de pacientes com cisto de Tarlov sintomáticos, apresentando síndrome de dor lombar com boa resposta ao tratamento clínico. Método: Foram analisados seis pacientes com diagnóstico por ressonância magnética da coluna lombossacral de cisto de Tarlov, em seguimento no ambulatório de Coluna Vertebral da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre 1990 e 2005. Os cinco pacientes foram convocados e reavaliados. Avaliouse sexo, idade, apresentação clínica, método diagnóstico, conduta terapêutica e seguimento ambulatorial. Resultados: Três mulheres e três homens, idades variando entre 48 a 71 anos, síndrome de dor lombar, com piora da dor à manobra de Valsava. Todos os pacientes realizaram exame de ressonância magnética. Todos foram tratados conservadoramente. Seguimento ambulatorial por período média de 24 meses. Discussão: O desenvolvimento das técnicas de imagem como 118 a ressonância magnética tem favorecido a identificação do cisto de Tarlov como causa de sintomas neurológicos. Há ainda considerável controvérsia com relação ao objetivo do tratamento do cisto de Tarlov sintomático. Os tratamentos propostos são clínicos e cirúrgicos. Os procedimentos terapêuticos minimamente invasivos incluem: drenagem liquórica lombar e aspiração do cisto guiada por tomografia. As técnicas neurocirúrgicas abertas para os cistos perineurais sintomáticos incluem: laminectomia descompressiva simples, exérese do cisto e/ou da raiz nervosa e imbricação e fenestração microcirúrgica. Apesar de não existir consenso definitivo para o tratamento do cisto de Tarlov sintomático, a literatura descreve os métodos cirúrgicos abertos como apresentando os melhores resultados. Conclusão: O tratamento clínico é uma opção para o tratamento do cisto de Tarlov sintomático. Hematoma subdural agudo espinhal – relato de caso Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: Os hematomas subdurais espinhais são doenças raras, mas com grande importância clínica pela possibilidade de compressão medular aguda com altas taxas de morbidade e mortalidade. Objetivo: Os autores apresentam o relato de um caso de hematoma subdural agudo espinhal espontâneo, tratado cirurgicamente. Caso clínico: JML, 63 anos, masculino. Quadro súbito de perda de força muscular em dimídio corporal esquerdo, associando-se cervicalgia intensa, em setembro de 1999. Evoluiu rapidamente, com perda de força muscular em dimídio direito. Antecedente de cirurgia cardíaca para implante de válvula mitral biológica há 16 anos, com terapia anticoagulante oral em uso de Marcomar. Admitido consciente com síndrome piramidal – tetraparesia assimétrica, mais intensa à esquerda, síndrome cordonal posterior e bexiga neurogênica. Realizou tomografia computadorizada com identificação de hematoma intra-raquiano entre C4-C5-C6. Submetido à laminectomia descompressiva, durotomia e drenagem do hematoma subdural. Evoluiu com melhora progressiva dos déficits e atualmente deambula sem apoio e com controle esfincteriano. Conclusões: Os hematomas espinhais devem ser considerados no diagnóstico diferencial de qualquer paciente com dor aguda na coluna vertebral, especialmente naqueles com antecedentes de doenças hematológicas. O diagnóstico e o tratamento precoce previnem as complicações neurológicas que tem altas taxas de morbidade e mortalidade. Infecção espinhal – proposta de um protocolo de condutas Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: As infecções espinhais são afecções cada vez mais freqüentes na prática do neurocirurgião, representando um importante problema clínico que requer condução terapêutica meticulosa e pontual. Objetivo: Propor uma uniformização nos procedimentos J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO diagnósticos, condutas terapêuticas e de seguimento, através da elaboração de um protocolo para orientar a condução dos casos de infecção espinhal. Discussão: A apresentação clínica inicial, usualmente inespecífica, deve ser lembrada no diagnóstico diferencial das dores da coluna vertebral, mesmo quando não associada à febre e aos estados de imunossupressão. O espectro destas infecções inclui a osteomielite vertebral piogênica e não-piogênica, abscesso espinal epidural, abscesso espinal subdural, abscesso intramedular, espondilodiscites e infecções espinais pós-operatórias. O diagnóstico é feito com base na clínica, com auxílio dos exames séricos laboratoriais, exames de imagem e através de biópsias. Os princípios do tratamento conservador são estabelecidos no acurado diagnóstico microbiológico, no tratamento antibioticoterápico específico, na imobilização e na monitorização cuidadosa da instabilidade espinal e da deterioração neurológica. Os princípios do tratamento cirúrgico são a obtenção de múltiplas culturas intra-operatórias, a realização de debridamento do tecido infectado e a descompressão das estruturas neurais, além da reconstrução da estabilidade da coluna vertebral com enxerto ósseo e instrumentação concomitante, quando necessário. As complicações advêm do diagnóstico tardio e incluem o déficit neurológico, a deformidade espinal, a dor crônica, além de septicemia e até a morte. Conclusão: O pronto reconhecimento e o oportuno tratamento contribuem para a boa evolução dos casos. Tuberculoma espinhal intradural extramedular – relato de caso Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: O tuberculoma espinhal intradural extramedular é uma rara manifestação patológica da tuberculose, com somente poucos casos descritos na literatura médica. Objetivo: Os autores apresentam o relato de um caso de tuberculoma espinhal intradural extramedular tratado clinicamente. Caso clínico: MTL, com 48 anos, sexo masculino, internado para investigação de confusão mental e dificuldade a marcha, há um mês. Identificada discreta fraqueza muscular nos membros inferiores e retenção urinária. Antecedente de tratamento de meningite tuberculosa há oito meses, com adequada resposta clínica. Instituído costicosteróide e reiniciada terapia com tuberculostáticos, apresentando rápida melhora dos sintomas e sinais. Ressonância magnética da coluna torácica demonstrou empiema subdural torácico posterior, com pequeno efeito de massa sobre a medula. Recebeu alta sem déficits neurológicos. Discussão: O tuberculoma espinhal intradural extramedular está sempre associado com a meningite tuberculosa. As duas condições podem ocorrer simultaneamente, entretanto, na maior parte dos casos o empiema é precedido pela meningite tuberculosa. Estas lesões predominam na população de adultos jovens, afetando ambos os sexos. A patogênese é desconhecida, sendo considerada por alguns autores uma reação paradoxal às mediações antituberculose. A doença apresenta-se de modo insidioso, com paraparesia, hipoestesia com nível sensitivo e disfunção vesical devido à compressão medular pelo processo inflamatório. É comum a paraparesia permanente como seqüela. A J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 ressonância magnética é a técnica diagnóstica de escolha. A descompressão cirúrgica e o debridamento do empiema é o tratamento de escolha. O tratamento antituberculose é também indicado, sendo recomendando a associação com corticosteróides. Conclusão: O tuberculoma espinhal intradural extramedular é uma complicação rara da meningite tuberculosa, que se apresenta de modo insidioso a despeito do tratamento antituberculose adequado. Para se evitar a lesão neurológica permanente, o diagnóstico precoce e o pronto tratamento clínico ou cirúrgico são essenciais. Esquistossomose mansônica cerebral Haikel Jr LF, Almeida CE, Romero FR, Galles MHL, Roca GR, Listik S, Pereira CAB Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis, São Paulo (SP) Objetivo: A neuroesquistossomose é ume forma rara de apresentação da esquistossomose. Este trabalho tem por objetivo apresentar o caso de um paciente com neuroesquistossomose, bem como sua sintomatologia e achados radiológicos inespecíficos. Método: Paciente masculino, 25 anos, natural de Feira de Santana (BA), procedente de Osasco (SP). Apresentou crise epiléptica generalizada (quatro episódios em uma semana). Exame neurológico: vigil, orientado no tempo e no espaço, sem alterações nas provas de força, sensibilidade, nervos cranianos ou cerebelo. O exame de RM mostrou processo expansivo no ramo posterior da fissura sylviana, hipodenso em T1, heterogêneo em T2 e com captação noduliforme de contraste, além de grande área de edema. Resultado: O anatomopatológico demonstrou processo inflamatório granulomatoso no córtex cerebral com a presença de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos. Alguns ovos tinham uma espícula lateral. Diante de tais achados foi dado o diagnóstico de Schistosoma mansoni. Além do tratamento cirúrgico, também recebeu medicação anti-helmíntica (praziquantel). Alta no quarto pós-operatório com boa evolução e sem déficits. Conclusão: A neuroinfecção mais comum é dada pelo Schistosoma japonicum, entretanto, no nosso caso o anatomopatológico revelou Schistosoma mansoni. Na infecção crônica, sinais de hipertensão intracraniana, focais ou crises epilépticas são decorrentes do processo inflamatório. Complicações neurológicas decorrentes da infecção cerebral é incomum, mas pode ocorrer, principalmente por resposta inflamatória. Os sintomas neurológicos parecem ser mais freqüentes quanto maior é a quantidade de ovos depositados no tecido cerebral, isto é creditado pela migração anômala dos vermes adultos para o sistema nervoso central, promovendo uma deposição de ovos in situ. Estudos de necropsia de pacientes oriundos de área endêmica de esquistossomose mostrou evidências histológicas do envolvimento cerebral em um número não desprezível de pacientes, principalmente, naqueles com a forma hepato-esplênica associada à hipertensão pulmonar. Nestes casos, a embolização dos ovos é facilitada provavelmente por fístulas arteriovenosas resultantes da hipertensão portal e pulmonar. 119 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Avaliação de 128 casos de descompressões do nervo tibial posterior por acesso supraaponeurótico infra-abdutor do hálux Hass A, Thomé Jr BS, Sousa Jr JC, Ferreira EDZ, Aboud DAF, Souza PT, Azevedo TS, Silva Jr JÁ, Guimarães RS, Cutrim ES, Oliveira GS, Almeida IM, Testi ALC Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Presidente Dutra – São Luís (MA) Objetivo: Avaliação dos resultados da descompressão do nervo tibial posterior em pacientes portadores de neuropatia hansênica e pós-hansênica, através da técnica de abertura do túnel do tarso pelo acesso supra-aponeurótico infra-abdutor do hálux. Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo pesquisa de pacientes operados, de 2002 a 2004, no Hospital Universitário Presidente Dutra em São Luís (MA), no programa de hanseníase. A coleta de dados foi realizada através do preenchimento de uma ficha protocolo durante consulta dos prontuários liberados pela comissão de ética do hospital. Foi criado um banco de dados no EPI INFO 2000 para análise estatística. Foram realizadas 128 descompressões de nervo tibial posterior através do acesso subaponeurótico infra-abdutor do hálux sendo analisados os tipos de hanseníase, sexo, a fase do tratamento, a força motora, sensibilidade, uso de corticóide e complicações pós-operatória. Resultados: Foram estudadas 128 descompressões cirúrgicas do nervo tibial posterior. O pé direito foi mais freqüente com 72 casos (56,3%). A forma de hanseníase dimorfa foi a mais comum com 35, 9% dos casos, seguida da forma virchowiana (30,5%). O sexo predominante foi o masculino com 90 casos (70,3%). Dos pacientes operados 114 (89%) faziam uso de corticóide. A complicação mais identificada foi deiscência com 16 casos (12,5%). Apenas um paciente apresentou dor crônica. Conclusões: Devido a grande incidência de hanseníase em nosso estado e o uso de anestésico local para as cirurgias destes pacientes, o acesso subaponeurótico infra-abdutor do hálux mostrou-se extremamente eficaz, proporcionando melhora do déficit neurológico, diminuição do risco de lesão do plexo venoso e melhora da dor espontânea em 99,2% dos casos. Hemangiopericitoma gigante da coluna lombar – relato de caso e revisão da literatura Hortense PG, Frederique U Hospital Beneficência Portuguesa de Bauru (SP) Objetivos: Apresentamos um caso raro de hemangiopericitoma (HPC) gigante originário da raiz do forame L4-L5 direito. Discutimos o diagnóstico, classificação e critérios de tratamento, com revisão de literatura dos últimos dez anos. Métodos: Mulher, negra, 46 anos, queixando-se de dor lombar à direita há nove meses, tipo queimação irradiada para os membros inferiores, ao exame massa proeminente gigante emergente de planos profundo lombar esquerdo. Investigada com ressonância nuclear magnética e submetida à exérese total do tumor. Resultados: A ressecção total levou à melhora clínica da paciente, o diagnóstico com imuno-histoquímica revelou se tratar de HPC. Conclusões: O PC é um tumor mesenquimal maligno, reconhecidamente muito raro na coluna espinhal, com recidiva e metástases freqüentes. A cirurgia para ressecção em bloco é o tratamento ideal. E a radioterapia permanece, ainda, 120 com melhora estatisticamente não comprovada, devendo o cirurgião ter a consciência da recidiva ou metástase em longo prazo. Abscesso de tronco encefálico – relato de caso clínico e revisão de literatura Júnior MNH, Pereira EL, Ribeiro DEC, Mello GSM, Rodrigues DCH Hospital dos Servidores do Estado, Instituição Ophir Loyola Objetivos: Apresentar um caso de abscesso de tronco encefálico, através de uma revisão de literatura, pautando a apresentação clínica, exames laboratoriais e de imagem a partir de registros em prontuário, assim como a conduta operatória e tratamentos adotados, documentando a raridade dessa patologia. Métodos: Paciente do sexo masculino, 33 anos de idade, relatou história de queda de um pedaço de madeira sobre o pescoço (região dorsal), sem perda de consciência. Dois meses depois, iniciou quadro de cefaléia constante, de moderada intensidade. Houve piora do quadro de cefaléia, acompanhada de alguns episódios de febre. Sete meses após o trauma, evoluiu com vômito, perda da força muscular no dimídio esquerdo e rebaixamento do nível de consciência. No exame físico, mostrava sonolência, paralisia facial periférica direita, hemiparesia esquerda desproporcionada incompleta, predomínio crural e paresia do VI nervo craniano, bilateralmente. Babinski esquerdo. Reflexo fotomotor reagente bilateralmente. A tomografia computadorizada de crânio e a ressonância nuclear magnética mostraram processo expansivo em tronco encefálico (ponto mesencefálico). Foi realizada, então, craniectomia suboccipital para microcirurgia e drenagem do abscesso. No pós-operatório, foram prescritos ceftriaxona (2 g, IV, 12/12h), oxacilina (2g, IV, 4/4h) e metronidazol (500mg, IV, 8/8h) por 34 dias. Resultados: O paciente recebeu alta hospitalar 34 dias após o tratamento cirúrgico, apresentando melhora clínico-radiológica significativa, com melhora do déficit motor em dimídio esquerdo, bem como do nível de consciência, já que o paciente tornou-se mais alerta e afebril e, radiologicamente, houve diminuição de lesão captante, que praticamente restringia-se à cápsula em reabsorção. Conclusões: Sendo o abscesso de tronco encefálico uma condição incomum associada a altas taxas de mortalidade, ratifica-se o caráter extremamente raro de tal patologia e a grande relevância acadêmica que essa enfermidade apresenta. A incidência de abscessos intracraniais é de 0, 13 casos para cada 100. 000 habitantes, destes, 0, 5% a 0, 6 % representam casos de abscesso de tronco encefálico, onde a ponte é o local mais freqüente, seguido pelo mesencéfalo. Preconizamos então a abordagem microcirúrgica e antibioticoterapia sistêmica por quatro a seis semanas, empregada com melhora significativa do quadro inicial, diminuindo assim a morbimortalidade característica da enfermidade em questão. Desempenho de uma população de idosos de Brasília com doença de Alzheimer na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed Kawano MDA, Bertolucci PHF Hospital Santa Luzia, Brasília (DF). Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivo: Trabalho prospectivo, em andamento, com o propósito de avaliar o desempenho de idosos de Brasília com doença de Alzheimer na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed. Método: Incluímos 54 pacientes com diagnóstico de doença de Alzheimer, divididos pela classificação clínica para demência (CDR) em CDR1 (34) e CDR2 (20) e distribuídos de acordo com a escolaridade em: mais de oito anos (23), entre quatro e oito anos (18) e menos de quatro anos (13). Submetemos todos à escala resumida de Blessed (ERB) e à bateria Cerad modificada. Resultados: As médias de idade e escolaridade dos pacientes CDR1 foram de 69, 85 anos e de 8, 18 anos, enquanto para os pacientes com CDR2 foram de 72, 2 e 4, 85 anos. As médias (e desvios-padrão) dos testes foram: ERB – 24, 3 (7, 31); mini-exame do estado mental – 16, 93 (4, 43); lista de palavras – 9, 76 (3, 29); teste de nomeação de Boston 15, 91 (3, 12); evocação de palavras – 1, 59 (1, 27); reconhecimento – 5, 15 (2, 18); fluência verbal – 7, 8 (3, 16); praxia construtiva – 6, 87 (1, 97). Não fizemos análises estatísticas ainda, mas podemos observar na comparação entre CDR1 e CDR2, para todas as faixas de escolaridade, uma diferença de performance na ERB, no MEEM e na lista de palavras. O teste de nomeação de Boston mostrou diferença nos pacientes com mais de oito anos de escolaridade ou com menos de quatro anos. O teste de fluência verbal mostrou diferença apenas nos pacientes com mais de oito anos de escolaridade. Conclusões: Estes resultados mostram uma boa correlação do MEEM, da ERB e da lista de palavras em nos ajudar a discriminar entre os pacientes CDR1 e CDR2, independentemente do nível de escolaridade. Com a continuação do trabalho detalharemos melhor o desempenho dos pacientes, nos dois subgrupos, em relação aos níveis de escolaridade e determinaremos pontos de corte ao constituir grupos controles com idosos sadios. Malformação de Chiari tipo 1 – manejo clinico e cirúrgico Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL Assistência Neurológica de São Bernardo– São Bernardo do Campo (SP) Objetivos: A malformação de Chiari tipo 1, é caracterizada por multiplicidade de sinais e sintomas. O paciente desenvolve o quadro clinico, em geral, na fase adulta e é grande o percentual de pacientes que descompensam clinicamente e precisam de tratamento cirúrgico. Métodos: Estudo feito pela análise de 19 pacientes, correlacionando fatores como sexo, idade, sinais e sintomas (síndrome compressiva de tronco, síndrome cerebelar e síndrome da medula cervical). Em 16 casos, foi feita a tonsilectomia com duroplastia. Em três casos, houve necessidade de complementação com drenagem da seringomielia. Resultados: Em recente publicação de literatura foi demonstrado a malformação de Chiari como achado de imagem, sendo a grande maioria de pacientes assintomática, alguns até com 20 anos de follow up. Pacientes que apresentaram descompensação neurológica foram submetidos a tratamento cirúrgico: craniectomia occipital, laminectomia C1, tonsilectomia e duroplastia. A grande maioria, 16, mostrou melhora dos sintomas, principalmente córtico- espinhais. Apenas três, onde a regressão dos sintomas foi parcial, tiveram de ser submetidos à drenagem da cavidade seringomiélica. Conclusões: Os pacientes de J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 melhor resultado foram operados com menor tempo de descompensação neurológica. A técnica seguida mostrou-se eficaz no sentido de evitar o fenômeno da teoria do martelo d´água. Neurocisticercose intraespinhal sintomática – tratamento com albendazol Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL Assistência Neurológica de São Bernardo– São Bernardo do Campo (SP) Objetivos: A neurocisticercose é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central. É uma enfermidade que existe particularmente em países cuja infra-estrutura e educação sanitária são deficientes. Métodos: A nossa proposta é de relatar um caso de neurocisticercose intracraniana e intraespinhal, cuja manifestação clínica de Sd hipertensão intracraniana por hidrocefalia foi tratada sintomaticamente, através de derivação ventrículo-peritoneal e o tratamento específico com o uso de albendazol. Resultados: A contaminação do SNC pela cisticercose é feita por via hematogênica. Podendo ser assintomática ou sintomática, na dependência de fatores diversos como reação/hospedeiro, número de parasitas e localização, além do que pode ter resolução espontânea. A neurocisticercose intracraniana pode levar a crises epilépticas, hipertensão intracraniana, hidrocefalia e até distúrbios psiquiátricos, na forma intraespinhal leva geralmente a quadro meningorradicular ou compressivo medular. O trabalho faz uma revisão literária mostrando as técnicas diagnósticas e de tratamento clínico, assim como sua eficácia. Conclusões: A neurocisticercose intraespinhal é entidade rara, com morbidade elevada. O tratamento cirúrgico mostrou grande taxa de morbimortalidade e o tratamento específico medicamentoso com albendazol, ou praziquantel, mostra resultado satisfatório, como foi visto no paciente aqui apresentado. É certo que o tratamento medicamentoso ainda é alvo de discussão em função de efeitos em longo prazo e de intolerâncias. Acreditamos que o tratamento quimioterápico mostrou-se eficaz e torna-se uma boa opção terapêutica. Discectomia lombar percutânea: avaliação inicial do procedimento em 12 pacientes com hernia discal lombar Lacerda CM, Schettini JF, Rossetti AG, Mangieri PA, Urbanetto LA Hospital EMEC – Feira de Santana (BA) e Hospital Santa Izabel – Salvador (BA) A hérnia discal lombar é uma das principais causas de dor lombar com ou sem radiculopatia, sendo uma das causas principais de consulta ao neurocirurgião. Existem vários tratamentos propostos para esta condição clínica, dentre elas inclui-se a discectomia percutânea, que é um procedimento minimamente invasivo. Avaliamos 12 pacientes com hérnia discal lombar não-extrusa, com ou sem radiculopatia, no período de outubro de 2004 a março de 2005, que foram submetidos à discectomia percutânea com uso de Dekompressor ® em nosso serviço, com o objetivo de avaliar o método e comparar com os tratamentos tradicionais (conservador e microdiscectomia). Utilizamos as escalas de dor VAS no pré-operatório, pós-operatório imediato 121 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO (uma semana) e após seis meses para avaliação dos pacientes, além de exames de imagem (RNM de coluna lombar). Foram avaliados 12 pacientes, seis do sexo masculino e seis do sexo feminino, com média de idade de 42,5 anos, com escala de dor VAS com média de 8,8 no pré-operatório; 3,1 no pós-operatório imediato e 3,5 após seis meses da discectomia percutânea. Concluímos que a discectomia percutânea é um procedimento útil para o tratamento da hérnia de disco lombar contida, com melhora considerável do quadro álgico (40% a 90%) após este procedimento, com a vantagem de ser um procedimento minimamente invasivo, não altera a anatomia e não dificultaria no caso de procedimento cirúrgico posterior, se necessário (microdiscectomia). clusões: A neuroendoscopia tem progressivamente se firmado como método de escolha para o tratamento da neurocisticercose ventricular. O estudo anatômico individual dos pacientes com cisticercose do quarto ventrículo, por meio de neuroimagem associado a cuidadoso planejamento pré-operatório, possibilita a realização de acessos minimamente invasivos, por meio de trajetórias endoscópicas key-hole, que possibilitam acessar, mesmo com endoscópio rígido, estruturas topograficamente distantes pelo mesmo acesso sem causar lesão das estruturas neurais circunjacentes. Exérese endoscópica transaquedutal de cisticerco de quarto ventrículo Lima MA, Pereira CU, Santos PCF, Sousa ACS, Santos EAS Universidade Federal de Sergipe Leite dos Santos AR, Toita MH, Figueira FA, Farhat Neto J, Reis da Silva PR, Veiga JCE Disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Objetivos: A neurocisticercose é a parasitose mais comum do sistema nervoso central. Apesar do avanço no tratamento medicamentoso desta doença, o tratamento cirúrgico tende a ser a melhor opção terapêutica na forma ventricular da cisticercose. Relatamos caso de neurocisticercose de quarto ventrículo tratada por cirurgia endoscópica. Métodos: Estudo retrospectivo de paciente submetida à exérese endoscópica transaquedutal de cisticerco de quarto ventrículo. Resultados: Paciente FGS, 21 anos, sexo feminino, natural do Ceará e procedente de São Paulo, procurou pronto socorro com queixa de cefaléia e vômitos há três dias. Edema de papila à direita era a única alteração presente no exame neurológico. Tomografia computadorizada de crânio sem contraste revelou dilatação ventricular difusa. Ressonância magnética de crânio evidenciou dilatação do aqueduto cerebral e presença de cisticerco no quarto ventrículo, sem sinais de processo inflamatório circunjacente significativo. Baseado no quadro de hipertensão intracraniana e hidrocefalia obstrutiva foi indicada realização de terceiroventriculocisternostomia endoscópica e retirada transaquedutal do cisticerco. A cirurgia foi realizada em anestesia geral, por meio de trepanação frontal direita locada de forma a oferecer a melhor trajetória possível para a realização dos dois procedimentos planejados sem causar lesão do fórnix. Foi introduzido endoscópio rígido de 6 mm e realizada terceiro-ventriculocisternostomia segundo técnica standard com cateter de Fogarty 4F. Em seguida, o endoscópio foi redirecionado posteriormente e a inspeção do terceiro ventrículo evidenciou aqueduto extremamente dilatado que possibilitava a introdução do endoscópio sem traumatizar o tecido periaquedutal. O cisticerco foi então visualizado no interior do quarto ventrículo e retirado com pinça de biópsia. Paciente evoluiu com melhora progressiva da sintomatologia tendo recebido alta hospitalar no sétimo dia do pósoperatório. Nenhuma medicação anti-parasitária foi instituída. Após um follow-up de dez meses, a paciente encontrava-se assintomática, sem alterações no exame neurológico. Ressonância magnética de controle demonstrou resolução da hidrocefalia, permeabilidade da terceiro-ventriculocisternostomia e ausência de cisticercos. Con- 122 Alterações eletrocardiográficas em pacientes com TRM cervical Objetivos: Analisar os achados eletrocardiográficos em pacientes adultos jovens, sem antecedentes de cardiopatia, vítimas de traumatismo raquimedular cervical. Métodos: Foram analisados pacientes de ambos sexos e idades abaixo de 40 anos, sem antecedentes de cardiopatias e vítimas de TRM cervical, confirmados através de exame neurológico e exames de neuroimagem. Foram submetidos a exame eletrocardiográfico, medida da pressão arterial e freqüência cardíaca, sendo correlacionados os achados com lesões da coluna cervical. Resultados: O sexo masculino foi o mais acometido 31 e feminino quatro. A idade média foi de 31 anos. Em 65% dos casos, encontravam-se tetraplégicos. Houve predomínio de lesão entre C5 e C6 em 48% dos casos. Os achados eletrocardiográficos apresentaram ritmo sinusal. A freqüência cardíaca média era de 74 bpm e o eixo elétrico de 56. Em 28,17% dos casos, o eletrocardiograma foi normal. Os achados anormais no eletrocardiograma foram ondas T-negativas na derivação V1 em 17,18%, bloqueio de ramdireitem 36,%, disrbios repolizaçãorecocem 36,46% e ondas T amplas em V4 em 9% dos casos. Conclusões: A maioria destes achados são considerados fisiológicos, não sendo considerados como predominantes em pacientes com TRM cervical. Relato de caso de aneurisma de seguimento A2 único porção proximal Lira AMP, Graciato FS, Bassi TG, Pinto F, Haddad AC, Figueredo JA Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP) Objetivo: Relato de caso de paciente com aneurisma artéria cerebral anterior seguimento A2 único porção proximal na origem da artéria recorrente de Heubner. Método: Paciente com história de cefaléia súbita de forte intensidade, inédita, a 30 dias da entrada, seguida de confusão mental. Exame não apresentava déficit focal. Tomografia de crânio apresentava hiperdensidade fissura interhemisférica. Angiografia demonstrava aneurisma do complexo anterior, localizado em A2 proximal na região da artéria recorrente de Heubner à direita, com fundo voltado para direita. A artéria recorrente de Heubner esquerda originavase da porção distal de A1 esquerda. Os achados angiográficos foram constatados no intra-operatório. Resultado: A paciente evoluiu com bom pós-operatório sem déficits, com melhora do quadro confusional observada em seguimento ambulatorial. Conclusão: Artéria cerebral J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO anterior seguimento A2 único é extremamente rara, apresentado em menos de 1% dos casos segundo a literatura. O neurocirurgião deve estar atento às variações deste tipo, tendo um melhor resultado cirúrgico com a visualização de todo complexo anterior. Astrocitomas pilocítico anaplásicos Uso de implantes metálicos em neurocirurgia Objetivos: Astrocitoma pilocítico é uma neoplasia primária do SNC comum da infância, tradicionalmente considerada de evolução benigna. Mostrar dois casos de astrocitoma pilocítico anaplásico. Métodos: Apresentação de dois casos de astrocitoma pilocítico anaplásico. Um paciente com astrocitoma pilocítico anaplásico recidivado após 14 anos de ressecção de um astrocitoma pilocítico e uma paciente com astrocitoma pilocítico primariamente anaplásico, sob o ponto de vista clínico-radiológicos e anatomopatológico. Resultados: Paciente masculino, 27 anos, submetido à ressecção de astrocitoma pilocítico cerebelar há 14 anos, sem tratamento adjuvante, evoluindo assintomático por 14 anos e tornando-se sintomático há 30 dias da internação. Diagnosticada e reabordada lesão em fossa posterior, tendo o estudo anatomopatológico revelado astrocitoma pilocítico anaplásico. Paciente feminina, 29 anos, apresentou mudança das características de cefaléia prévia cinco meses antes do diagnóstico. RM mostrou processo expansivo em região da pineal submetida à ressecção cirúrgica com diagnóstico anatomopatológico de astrocitoma pilocítico anaplásico. A paciente foi submetida à radioterapia externa localizada e evoluiu com disseminação leptomeníngea e recidiva local não-responsiva à quimioterapia com temozolomida. Conclusões: Os achados mostram a necessidade de seguimento longo dos pacientes com astrocitomas pilocíticos e de tratamento agressivo para as formas anaplásicas. Apesar de freqüentes relatos de transformação maligna de astrocitomas pilocíticos aparentemente associada com a radioterapia prévia, ressalta-se a ausência de correlação entre anaplasia e radioterapia prévia nos dois pacientes apresentados. Lira AMP, De Pieri JCB, Souza Filho AM, Bassi TG, Prado VR, Rached JH Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP) Objetivo: Discutir o comportamento das ligas metálicas e dos íons que as compõem e os fatores relevantes que influenciam sua biofuncionalidade e biocompatibilidade. Método: Levantamento bibliográfico sobre as principais ligas metálicas utilizadas em implantes neurocirúrgicos, análise do comportamento dos íons nos tecidos com possíveis efeitos orgânicos colaterais e comparação dos tipos de ligas e suas características de resistência à corrosão, fraturas e fadigabilidade. Resultado: O titânio demonstrou ser o metal com menor reação local e as suas ligas, são as que apresentam melhor compatibilidade e funcionalidade. Conclusão: As ligas metálicas de titânio e cromo-cobalto demonstraram ter os melhores resultados para implantes neurocirúrgicos. Aneurisma de veia de galeno em adulto – relato de caso. Lobão CAF, Marques RM, Sassaki VS Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Objetivos: Apresentar o caso de um paciente com diagnóstico, na idade adulta, de aneurisma de veia de Galeno. Correlacionar esses dados com revisão sistematizada da literatura a respeito do tema, visto que se trata de uma forma rara de apresentação da patologia. Casuística: São apresentados os dados clínicos e exames radiológicos de um paciente do sexo masculino, 65 anos de idade, admitido para atendimento neurocirúrgico de emergência em hospital universitário. Resultados: O paciente foi encaminhado para avaliação devido primeiro episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada e síndrome de Parinaud. Em tratamento para insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial sistêmica e com história de evento isquêmico cerebral prévio, há dois anos. Desenvolvimento neuro-psicomotor adequado, sem sinais de cardiopatia, défi cits neurológicos ou crises convulsivas durante a infância. Investigado com TAC de crânio que evidenciou processo expansivo calcificado na região da glândula pineal. RNM de encéfalo sugestiva de aneurisma na veia de Galeno com trombos comprimindo o mesencéfalo. Arteriografia cerebral confirmou o diagnóstico, não se observando a opacificação do sistema venoso profundo pelo contraste. Descartadas as opções cirúrgicas e de embolização, o paciente segue em acompanhamento clínico. Conclusões: Aneurismas de veia de Galeno são malformações raras, menos de 1% das malformações intracranianas. Apresentamos o caso de um paciente com esta patologia sem evidência clínica até a fase adulta, quando do diagnóstico. Devido à trombose da veia de Galeno, foi excluída a possibilidade de tratamento endovascular, bem como microcirúrgico, mantendo-se o acompanhamento clínico. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Loduca RDS, Guimarães MD, Malheiros SF, Stávale JN, Ribas GC, Ferraz FP, Tella Jr OI Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP) Hemorragia ventricular perinatal associada à malformação vascular do septo pelúcido – relato de caso Loduca RDS, Onishi FJ, Guimarães Filho FAV, Silva LRF, Zymberg ST, Cavalheiro S Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: As hidrocefalias neonatais podem ser decorrentes de malformações anatômicas ou quadros hemorrágicos/ infecciosos. Método: Apresentaremos um caso de hidrocefalia neonatal do tipo obstrutiva de provável etiologia pós-hemorrágica. Resultados: Paciente submetido a terceiro ventriculostomia endoscópica sem intercorrências. Conclusões: Devemos sempre considerar a possibilidade de tratamento endoscópico nas hidrocefalias pós-hemorrágicas. Tratamento endoscópico do cisto colóide do III ventrículo Loduca RDS, Guimarães Filho FAV, Silva LF, Gomes FL, Cavalheiro SC, Zymberg ST Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: Ressecção microcirúrgica e derivações ventriculares foram, por muitos anos, as únicas alternativas para o tratamento de 123 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO formas sintomáticas do cisto colóide do III ventrículo. Avaliação do papel da neuroendoscopia no tratamento do cisto colóide de III ventrículo. Métodos: No período compreendido entre abril de 1997 e fevereiro de 2005, 16 pacientes foram operados por método endoscópico puro. Resultados: Foram realizados 18 procedimentos em 16 pacientes. A idade variou entre 6 e 63 anos, sendo dez pacientes masculinos e sete femininos. Conclusões: A neuroendoscopia apresenta-se como opção terapêutica válida e segura no tratamento do cisto colóide do III ventrículo. Implante de eletrodos subdurais para registro neurofisiológico invasivo em pacientes com epilepsia refratária: princípios técnicos Lopes LFPG, Cukiert A, Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Baldauf CM, Baldochi MA, Forster CR, Baise-Zung C, Mello VA Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica de Epilepsia de São Paulo (SP) Objetivos: Apenas 10% a 15% dos pacientes com epilepsia refratária, que são candidatos à cirurgia de epilepsia, necessitarão de monitorização neurofisiológica invasiva através de eletrodos subdurais. Eles geralmente se apresentam com neurofisiologia de superfície não-localizatória e IRM normal. Este trabalho descreve algumas questões técnicas relacionadas com o implante de eletrodos subdurais que são usadas para diminuir a prevalência de morbidade cirúrgica, tais como infecções, coleção subdural e fístulas liquóricas. Métodos: Setenta e sete pacientes foram submetidos a implante de grades subdurais de 1996 a 2004, no Hospital Brigadeiro e Clínica de Epilepsia. Os últimos 65 pacientes foram operados levando-se em conta os seguintes princípios intra-operatórios. (1) realizar uma extensa craniotomia para acomodar a(s) grade(s) de eletrodos; (2) manter um campo operatório extremamente limpo (evita infecções e coleções de sangue ou fluidos subdurais ou abaixo da grade); (3) não permitir sobreposição de grades (evita coleções entre as placas e efeito de massa); (4) não danificar ou deslocar (tracionar) veias, especialmente quando implantando nas superfícies parassagital e mesial; (5) documentar o tipo e a posição dos eletrodos, especialmente quando o serviço usa diferentes tipos de eletrodos em cada vez; (6) fixar a grade de eletrodos à dura com pontos antes de fechá-la; (7) fechar a dura da forma habitual, corrigir os defeitos durais e pontos de saída dos eletrodos com cola de fibrina; (8) emergir os cabos dos eletrodos através de orifício de trepanação; (9) exteriorizar os cabos dos eletrodos usando um dispositivo para tunelização, evitando a incisão primária (para reduzir fístulas); (10) fixar um ponto subgaleal, envolvendo os eletrodos no ponto interno de saída do couro cabeludo; (11) deixar um dreno subgaleal sem vácuo, se a craniotomia for extensa, inserir dois; (12) fixar firmemente os cabos dos eletrodos ao couro cabeludo (evitar danos aos fios dentro deles); (13) enviar um resumo claro para a neurofisiologia; (14) evitar implante em crianças com microcefalia e sem atrofia cerebral. Todos os pacientes receberam antibióticos profiláticos. Nenhum paciente recebeu esteróides. Resultados: Um paciente apresentou fistula liquórica através do ponto de saída do eletrodo, tratada com sutura adicional da pele. Um paciente teve meningite e a monitorização teve que ser interrompida. Não houve coleções sintomáticas subdurais, 124 entre as grades ou abaixo delas, e não houve necessidade de abortar o procedimento de registro neurofisiológico devido a algum efeito de massa. Sessenta e dois pacientes apresentaram cefaléia responsiva à terapia médica básica. Conclusões: Algumas complicações que ocorrem durante e/ou depois do implante de eletrodos subdurais são descritas na literatura. Essas complicações podem ser evitadas se princípios técnicos cuidadosos forem seguidos durante os procedimentos. Lesões raquimedulares associadas a traumatismo craniencefálico grave ou moderado Lourenço LJO, Andrade AF Divisão de Clínica Neurocirúrgica do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos: Estudar os aspectos epidemiológicos relacionados à associação entre traumatismo craniencefálico (TCE) grave ou moderado e trauma raquimedular (TRM), apontando-se fatores que influenciam a mesma. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo de 180 pacientes vítimas de TCE grave ou moderado. Idade, sexo, mecanismo de trauma, escala de coma de Glasgow à admissão e lesões sistêmicas foram analisados em sua correlação à existência de TRM. Resultados: Quatorze pacientes (7, 8%) apresentaram TRM associado. Ocorreram 12 lesões cervicais, duas lesões torácicas e duas lesões lombares. Conclusões: Idade, lesões sistêmicas e escala de coma de Glasgow menor que 9 estiveram relacionados à maior presença de TRM de forma estatisticamente significativa. Uso de prótese intersomática de poli-etereter-cetona (Solis®) nas discectomias cervicais anteriores Lúcio JEDC, Cardeal DD, Taricco MA Grupo de Coluna do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Grupo DFVneuro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) Objetivos: A discectomia cervical anterior tem sofrido muitas modificações desde sua descrição por Smith e Robinson e por Cloward, em 1958. Como tratamento para radiculopatia ou mielopatia secundária à espondilose cervical, as modificações têm direcionado para a redução das complicações associadas com a fusão dos corpos vertebrais. Avaliamos a eficácia do uso da prótese intersomática de poli-eter-eter-cetona (Solis®), clínica e radiologicamente, na realização de discectomia cervical anterior no tratamento de pacientes com espondilose cervical sintomática. Métodos: Análise prospectiva de 24 pacientes com diagnóstico de hérnia de disco cervical de um ou mais níveis, com dor radicular e/ou quadro mielopático, submetidos a tratamento cirúrgico, no período de fevereiro de 2004 a setembro de 2005. Realizou-se a discectomia por via anterior seguido da colocação do Solis® no espaço intervertebral. No pós-operatório, avaliou-se o controle radiológico e a evolução clínica. Resultados: A idade dos pacientes variou de 33 a 77 anos (média de 55,7 anos). O quadro neurológico inicial era de radiculopatia em 58,4% dos pacientes e de mielopatia em 41,6%. Os níveis cervicais comprometidos foram C3-C4 em 25,8% das vezes, C4-C5 em 19,3%, C5-C6 J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO em 32,2% e C6-C7 em 22,6%. Discectomia de um nível com colocação de Solis® foi realizada em 14 pacientes (58,4%), dois níveis em oito pacientes (33,3%), três níveis em dois pacientes (8,3%). Todos os pacientes apresentaram controle radiológico adequado no pós-operatório e seguimento ambulatorial, com melhora dos sintomas. O índice de complicações foi pequeno. Conclusões: O uso da prótese intersomática de poli-eter-eter-cetona (Solis®) mostrou-se eficaz no tratamento da espondilose cervical, não houve necessidade de fixação anterior com placa e retirada de enxerto ósseo. Os pacientes apresentaram evolução clínica e radiológica satisfatória. Quimioterapia pré-operatõria no tratamento dos carcinomas de plexo coróide Macedo ML, Campos RS, Carneiro JZ, Caixeta TH, Machado ALO, Lopes PMAA, Lima BO Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília (DF) Objetivo: Os carcinomas de plexo coróide supratentoriais ocorrem em crianças de tenra idade. O melhor tratamento é a ressecção cirúrgica total, mas isso representa um grande desafio cirúrgico porque geralmente são grandes tumores e extremamente sangrantes, persiste então a necessidade de criar um novo protocolo cirúrgico no tratamento de crianças portadoras de carcinoma de plexo coróide. Material e métodos: Nos últimos 15 anos, 17 crianças apresentaram tumores de plexo coróide, dentre estas seis tinham carcinoma de plexo coróide, sendo as três últimas submetidas ao protocolo de quimioterapia no pré-operatório. Os primeiros casos eram tratados de maneira convencional, com tentativa de ressecção cirúrgica total seguida de radioterapia. Os últimos três casos foram tratados inicialmente com biópsia, seguindo-se de quimioterapia. Resultados: O tumor permaneceu com mesmo tamanho em dois casos, mas na reoperação estavam mais firmes, pouco sangrantes, permitindo sua ressecção sem grandes perdas sangüíneas. No último caso, houve redução considerável do tamanho do tumor, sendo sua ressecção extremamente facilitada pela quimioterapia. Conclusão: O uso de quimioterapia após confirmação do diagnóstico é um protocolo que pode ser utilizado no tratamento de crianças com carcinoma do plexo coróide, podendo facilitar o ato cirúrgico. Como se trata de tumor raro, maior número de casos é necessário para determinar a validade deste protocolo de tratamento. Neuroendoscopia – neurocirurgia endoscópica Maddalozzo LO, Maddalozzo LE, Teixeira M, Fontoura J, Morais RL Instituto de Cirurgia Neurológica (Incine) – Curitiba (PR). Neurochirugische Klinik – Johannes Gutenberg Universitaet Mainz – Alemanha. Hospital de Clínicas – Universidade Federal do Paraná Com o desenvolvimento do espírito minimamente invasivo, chega à neurocirurgia também a endoscopia. Sendo um instrumento e uma fonte de visão de extrema utilidade e versatilidade, discute-se a técnica endoscópica pura (neurocirurgia endoscópica [EM]), tendo como objetivo o melhor entendimento da utilização, possibilidades e limitações desta técnica. Com apresentação de casos práticos e vídeos, apresentam-se os princípios, técnicas e as principais indicações da neurocirurgia endoscópica (hidrocefalias e processos intraventriculares). J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Hematoma epidural agudo toracolombar espontâneo – relato de caso Marques EL, Marques NMH, Braga JV, Carlos DL Serviço de Neurocirurgia do Hospital Regional de Rondonópolis e Hospital Santa Casa de Rondonópolis (MT) Hematoma epidural espontâneo agudo intra-raquiano é raro na literatura. Os autores descrevem o caso de um homem etilista, de 52 anos de idade, que apresentou quadro de dor súbita lombar, evoluindo em poucos minutos em paraplegia. Paciente emotivo devido a discussões ocorridas em sua família no dia anterior, negando história de trauma e/ou infecções prévias. Apresentava-se ao exame paraplegia com nível sensitivo e motor em T12, com hiporreflexia. Em investigação por imagem, identificado hematoma epidural em situação posterior ao saco dural com compressão das estruturas nervosas de T11 a L3. Paciente submetido à laminectomia com retirada de hematoma, não sendo identificado alterações arteriovenosas locais. Houve melhora parcial da força muscular atingindo grau 3 em membro inferior esquerdo e grau 2 à direita. Hematoma epidural espontâneo agudo é raro, entretanto, deve sempre ser considerado em situações de déficits motores súbitos. Tratamento cirúrgico de tumores mesenquimais na coluna vertebral Masini M, Paiva WS, Amorim RLOA Clínica Queops Neurologia, Brasília (DF) Introdução: O diagnóstico e tratamento dos tumores mesenquimais envolvendo estruturas da coluna vertebral evoluiu dramaticamente nas últimas três décadas. Significativa melhora nos resultados, tanto em curto quanto em longo prazo. Atualmente, para todos os pacientes portadores de tumores mesenquimais da coluna, o tratamento cirúrgico (associados às terapias adjuvantes) oferece a probabilidade de melhora funcional e alívio da dor, bem como em alguns casos selecionados, possibilidade de cura. Descrevemos os resultados cirúrgicos em uma série de 63 casos de tumores derivados de tecidos mesenquimais. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo. Amostra consta de 63 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico. Do total da amostra, 33 eram do sexo masculino e 30 feminino. Levantamento de dados realizado junto aos prontuários médicos. Revistos parâmetros clínicos e resultados cirúrgicos. Resultados: Do total da amostra houve predomínio na quinta década de vida, 11 casos de lipomas e 11 de angiomas, cinco casos de hemangioma capsulado. Dois casos de pacientes com hemangioblastoma sem síndrome de Von hipel lindau associada. A taxa de recidiva mais alta em casos de lipomas. Em seis casos foram evidenciados cistos epidural sintomático. Conclusões: Tumores raquianos possuem apresentação diversa, a depender da localização e do padrão histopatológico. A utilização de técnica diferenciada para cada tipo de tumor é fundamental para o resultado cirúrgico. A média de idade predominante em tumores mesenquimais é após os 40 anos. Hérnias discais Mello Filho GB, Bastos AM Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA) 125 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivos: A hérnia discal é uma patologia neurocirúrgica que necessita de critérios rigorosos para indicação de tratamento cirúrgico. Os autores fizeram o levantamento dos casos diagnosticados de hérnias discais no período de 2000 a 2004, no Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe de Belém do Pará. Métodos e materiais: Os autores fazem um balanço estatístico de todos os casos diagnosticados de hérnias discais e dos que necessitaram de intervenção cirúrgica, como também, reincidência por sexo, idade e espaços atingidos. Resultados: Através de TC e RNM da coluna vertebral, fez-se a estatística dos que realmente necessitaram de cirurgia. Conclusões: A percentagem dos que realmente necessitaram de cirurgia é praticamente três vezes menor do total dos casos analisados. Mixoma cerebral: relato de um caso Mello Filho GB Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA) Objetivos: Mixoma é um tumor no tecido conjuntivo, formado de tecido mucoso, que tem preferência por órgãos genitais, pálpebras e estômago. Apesar de incomum já foi encontrado na cavidade auricular esquerda, determinando obstrução da válvula mitral. Não há descrição de casos no sistema nervoso central, sendo este o objetivo. Métodos e materiais: É descrita a técnica cirúrgica, a localização do tumor no cérebro e sua raridade. Resultados: Paciente com boa sobrevida, sem déficit neurológico e o histopatológico confirma tratar-se de um mixoma cerebral. Conclusões: Há mais de 15 anos de pesquisa, não foi encontrado na literatura neurocirúrgica outro caso de mixoma cerebral. Tumor gigante da coluna Mello Filho GB, Bastos AM Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA) Objetivos: Apresentar um caso de tumor gigante na região lombar em uma paciente com sete meses de gestação. Métodos e materiais: Tumor gigante na região lombar, muito raro no Brasil e que fora encontrado na região amazônica devido às dificuldades de locomoção, levando a paciente a esperar mais de dois anos para conseguir tratamento especializado. Resultados: A paciente teve sobrevida de dois anos, devido a se tratar de um tumor maligno, mas a sua filha voltou para o interior do Estado com saúde. Conclusões: Apesar do Estado do Pará ser economicamente muito rico, financeiramente não possui condições por suas dimensões continentais de prover serviços médicos na maioria de suas cidades ribeirinhas, o que leva a se encontrar ainda esses tipos de patologias. Fratura de côndilo occipital Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos:Criar um protocolo de diagnóstico da fratura de côndilo occipital (FCO), demonstrando a verdadeira freqüência deste tipo de fratura. Métodos: Faremos uma tomografia computadorizada da coluna cervical dos pacientes atendidos no Pronto Socorro, vítimas de trauma, através de mecanismo com alta energia cinética na região 126 craniocervical. Conclusão: Acreditamos que a incidência da FCO seja maior e que não é diagnosticado em muitos casos. Importância da ressonância magnética dinâmcia na mielopatia cervical espondilótica – relato de caso Melo LRS, Taricco MA, Pena Dias MR, Pimenta Araújo MM, Meluzzi A, Guirado VMP Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: A ressonância magnética (RM) dinâmica é um exame complementar pouco utilizado na rotina médica, apesar da literatura demonstrar uma relevante contribuição no diagnóstico de patologias espinhais nas últimas décadas. Objetivo: Ressaltar a importância da RM dinâmica para decisão terapêutica em caso de paciente com clínica de mielopatia cervical sem sinais evidentes de compressão demonstrada na RM estática. Métodos: Relatamos o caso de uma paciente, 66 anos, que vinha sendo acompanhada devido à lombalgia crônica e lombociatalgia inespecífica há aproximadamente dois anos, quando começou a apresentar cervicalgia e dormência nos membros superiores. Ao exame físico observamos exaltação de reflexos globalmente e presença de Hoffmann bilateralmente. A RM estática e a radiografia mostraram espôndilo-discoartrose sem comprometimento do diâmetro do canal. A RM dinâmica evidenciou uma compressão importante anterior e, principalmente, posterior à manobra de extensão nos níveis de C4-C6. Sendo programado tratamento cirúrgico com descompressão do canal via posterior. Conclusão: A RM dinâmica é um método de diagnóstico por imagem não-invasivo, que acrescenta informações decisivas para programação terapêutica da mielopatia cervical espondilótica. Pacientes portadores de siringomielia submetidos a tratamento cirúrgico Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos: Analisar a evolução do paciente portador de siringomielia (SM) e tentar correlacionar com as técnicas cirúrgicas utilizadas. Métodos: Estudo retrospectivo de dez pacientes portadores de SM e submetidos a tratamento cirúrgico de 1990 até 2003. Resultados: Observou-se cinco para cada sexo, com idades de 27 a 49 anos, com déficits motor e sensitivo predominante, sete de causa idiopática e três pós-meningite. O tratamento teve boa evolução em dois pacientes com melhora da sintomatologia (causa idiopática, tratados com derivação SM-peritoneal), um teve melhora seguida de três episódios de recorrência e com reoperações (idiopática, duas derivações SM-peritoneal e a última lombo-peritoneal), dois pioraram (um idiopática e um pós-meningite tratados com derivação lombo-peritoneal) e cinco não tiveram acompanhamento ambulatorial. Conclusão: A melhora da sintomatologia está relacionada com a causa e associação de patologias e seu tratamento. A padronização de técnicas deverá aparecer com resultados de estudos prospectivos. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Cavernoma gigante supratentorial – relato de caso e revisão da literatura Melo PMP, Melo JGSP, Oliveira PET, Guimarães FV, Suriano IC Hospital Estadual de Diadema da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente com cavernoma gigante, em região frontal. Métodos: relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Os autores relatam o caso de uma paciente jovem, do sexo feminino, com súbito rebaixamento do nível de consciência. A investigação complementar revelou hematoma intracerebral frontal. O achado cirúrgico e anatomopatológico foi de cavernoma. A revisão da literatura revela apenas 11 outros casos. Conclusões: Cavernomas gigantes são malformações vasculares raras e se manifestam, na maioria das vezes, por efeito de massa ou hemorragia intracerebral. Hematoma intratumoral em meningioma de convexidade – relato de caso e revisão da literatura Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Oliveira PET, Lanzoni OP Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente com história de cefaléia holocraniana e déficit neurológico progressivos. Métodos: Relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Os autores relatam o caso de uma paciente com história de cefaléia holocraniana progressiva, hemiparesia direita e rebaixamento do nível de consciência. A tomografia de crânio revelou processo expansivo espontaneamente hiperdenso, com efeito de massa local, com realce heterogêneo ao meio de contraste, em região temporal posterior direita. O achado operatório foi de uma massa encapsulada, firme, violácea, que foi ressecada em bloco. Em seu interior havia volumoso hematoma. A análise anatomopatológica revelou meningioma com hemorragia intratumoral. Conclusões: Hemorragias intratumorais são raras em meningiomas, sendo mais freqüentes as hemorragias peritumorais. A apresentação hemorrágica de meningiomas de convexidade também é infreqüente. Hematoma subdural agudo da fossa posterior – relato de caso e revisão da literatura Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Guimarães FV, Lanzoni OP, Oliveira PET Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente, vítima de acidente motociclístico, cuja investigação subsidiária revelou hematoma subdural agudo da fossa posterior. Métodos: Relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Os autores relatam o caso de uma paciente jovem, do sexo feminino, vítima de acidente motociclístico. Admitida no setor de emergência em Glasgow 6 (AO 1 RV 1 RM 4), desvio do olhar conjugado para esquerda, midríase esquerda e hipertonia em dimídio direito. A tomografia de crânio mostrou volumoso hematoma subdural agudo em fossa posterior hemisférico direito, rechaçando o IV ventrículo. Submetida a tratamento cirúrgico em aproximadamente J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 duas horas a partir do trauma, recebeu alta no sétimo dia do PO, com discreta dismetria, que regrediu no 30o PO. Conclusões: Hematomas subdurais agudos traumáticos são raros, tendo alta taxa de morbimortalidade. Quando o tratamento cirúrgico é instituído rapidamente, bons resultados são possíveis. Anatomia microcirúrgica do osso temporal Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo (ICNE) Objetivos: Este trabalho visa ressaltar a importância do conhecimento anatômico, através da dissecação em laboratório, para todos os profissionais envolvidos com o diagnóstico e intervenções que envolvam a fossa média, a fossa posterior, a carótida na sua porção petrosa, a região do gânglio de Gasser e o nervo facial e os ossículos da audição, assim como a cóclea e o aparelho vestibular, o ouvido médio. Métodos: Foram estudados, bilateralmente os blocos removidos de 14 cadáveres, constituindo o estudo de 28 estruturas, fixadas e mantidas em solução de formaldeído a 10%, e após receber a injeção de corante de látex vermelho através das artérias carótidas e corante lates azul através da veia jugular. Foram ainda utilizados dois crânios secos e dois blocos de osso temporal secos. Resultados: Foram obtidos registros fotográficos relacionados ao intrincado complexo vascular, nervoso, relações ósseas, músculos e ligamentos regionais, canais semicirculares, a cóclea, canal auditivo interno e ainda suas relações com as estruturas nervosas que serão apresentadas em riqueza de detalhes. Conclusões: A aquisição de conhecimento microcirúrgico aprofundado é a proposta do grupo, uma vez que o conhecimento influi diretamente na qualidade do trabalho profissional. Dissecação da substância branca encefálica Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo (ICNE) Objetivos: Em busca de excelência no tratamento de patologias envolvendo, primariamente, o encéfalo, como no caso dos gliomas, onde cada vez mais se busca a preservação funcional, o conhecimento da localização e distribuição dos tratos que compõem a substância branca é fundamental na prática neurocirúrgica, visando a escolha do procedimento de melhor potencial de tratamento, com menor potencial lesivo ao encéfalo e ao paciente. Métodos: Foram estudados, os encéfalos removidos de 14 cadáveres, constituindo o estudo de 28 estruturas, fixadas e mantidas em solução de formaldeído a 10%, e após receber a injeção de corante de látex vermelho através das artérias carótidas. Resultados: Foram obtidos registros fotográficos dos espécimes em diferentes estágios e diferentes situações de dissecação, evidenciando as relações locais e globais dos tratos de substância branca encefálicos. Conclusões: A aquisição de conhecimento microcirúrgico aprofundado é a proposta do grupo, uma vez que o conhecimento, sabidamente influi diretamente na qualidade do trabalho profissional. 127 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Alterações neuropsicológicas nos pacientes portadores de meningiomas intracranianos Miotto EC, Aguiar PH Liga de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula da Universidade de São Paulo (SP) O avanço das técnicas de diagnóstico neuropsicológico possibilitou a investigação sistemática da natureza e extensão de distúrbios cognitivos decorrentes da presença de meningiomas, bem como, a monitoração de alterações do quadro inicial após procedimentos cirúrgicos ou terapia medicamentosa. Neste estudo, 14 pacientes com diagnóstico de meningioma incluindo 6 pacientes com meningioma bifrontal (BF), 4 frontal esquerdo (FE) e 4 frontal direito (FD) foram submetidos à avaliação neuropsicológica com o objetivo de investigar as funções intelectuais, mnésticas, executivas, visuo-perceptiva, visuo-espacial, atenção, linguagem e velocidade de processamento de informação, após a ressecção do tumor. Os resultados demonstraram presença de déficit leve a moderado de atenção (memória imediata) e funções executivas em todos os pacientes, independentemente da localização do meningioma. Pacientes com meningiomas BF apresentaram comprometimento cognitivo de maior extensão englobando, além dos mencionados acima, distúrbios de memória episódica no plano verbal e visual e de velocidade de processamento de informações. Pacientes com meningiomas FE demonstraram comprometimento apenas em testes de atenção (memória imediata) e funções executivas; com meningiomas FD em testes de atenção (memória imediata), funções executivas e memória episódica visual, sendo que neste último ocorre significativa demanda nos processos atencionais para evocação de informações. Estes resultados corroboram os achados na literatura sobre os prejuízos cognitivos encontrados em pacientes com lesões na região dos lobos frontais. Meningiomas da base do crânio – indicações do tratamento com radiocirurgia estereotáxica Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS Instituição: Instituto do Radium de Campinas (SP) Objetivos: Estudar o resultado do tratamento dos meningiomas da base do crânio, tratados com radioterapia estereotáxica e radiocirurgia estereotáxica. Métodos: Os pacientes, em número de 66, com diagnóstico de meningiomas da base do crânio, foram tratados com radioterapia estereotáxica fracionada e/ou radiocirurgia estereotáxica, de acordo com o volume da lesão. A maioria dos pacientes foi tratada anteriormente com cirurgia e o tratamento foi realizado em volumes residuais da lesão. O tratamento com radioterapia fracionada foi realizado com aplicação de 180 cGy ao dia, com média de 29 aplicações e radiocirurgia estereotáxica, como tratamento único ou complementar, na forma de boost em aplicação única, com dose que variou entre 600 cGy e 1.200 cGy. Para o planejamento estereotáxico, foram utilizados frames Radionics, tipo BRW ou GTC, o software foi o sistema X-knife RT 3, X knife 4, da Radionics e TPS da Intersoft. O sistema de emissão de radiação foi o Linac, da Siemens e para o acompanhamento dos pacientes, foram realizados estudos com ressonância nuclear magnética. Resultados: O número de efeitos colaterais e de complicações não foi significativo e a maioria dos pacientes apresentou diminuição ou não progressão do volume tumoral no período 128 de acompanhamento, não sendo necessária nova intervenção cirúrgica por aumento da lesão. Conclusões: O tratamento dos meningiomas da base do crânio com radiação ionizante, com técnicas estereotáxicas, é de grande valia, já que nem sempre o tratamento cirúrgico isolado é indicado ou se consegue a solução definitiva da lesão. Tratamento dos gliomas GII (low-grade), sintomáticos, não-cirúrgicos, com radioterapia estereotáxica e radiocirurgia Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS Instituição: Instituto do Radium de Campinas (SP) Objetivos: Analisar os resultados do tratamento dos gliomas de baixo grau, de localização e/ou grande volume, sintomáticos, tratados com radioterapia e radiocirurgia estereotáxica. Métodos: Os pacientes em números de 31 foram divididos, conforme idade, sexo e selecionados entre os pacientes com LG, que apresentavam sintomas neurológicos importantes com lesões de localização que impediam o tratamento cirúrgico ou com grande volume onde a exérese total do mesmo não foi possível. Estes pacientes foram tratados com radioterapia estereotáxica fracionada com dose total de 5.400 cGy, em frações de 180 cGy ao dia, e em seguida boost (reforço) com radiocirurgia estereotáxica, com dose que variaram de 800 a 1.200 cGy. O sistema de planejamento utilizado foi da Radionics, para a aplicação da radiação utilizou-se acelerador linear Siemens, tipo Linac. Para a fixação do crânio foram utilizados frame Radionics, tipo BRW e GTC. O acompanhamento pós-tratamento foi feito com estudo por ressonância magnética com espectroscopia. Resultados: A melhora da sintomatologia dos pacientes deste grupo foi sensivelmente percebida com o tratamento, assim como a sobrevida, se comparada com a literatura sem radioterapia ou com radioterapia convencional. Conclusões: Embora o tratamento dos LG com radioterapia pós-operatória seja questionável, os pacientes nos quais a simples observação e acompanhamento clínico, ou a exérese total não é possível, o tratamento proposto melhora a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes. Extensa disseminação leptomeníngea de astrocitoma pilocítico em criança de seis anos – relato de caso e revisão da literatura Muoio VMF, Pinto FCG, Rosemberg S, Plese JPP, Matushita H Divisão de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Relato de caso: Paciente sem comorbidades, admitido em nosso serviço aos seis anos de idade. Aos 2 anos, iniciou quadro de hipertensão intracraniana e síndrome epiléptica de difícil controle, tendo sido submetido em outro serviço a CT de crânio, que mostrou múltiplas lesões císticas leptomeníngeas, com moderada captação periférica de contraste e hidrocefalia. Foi então submetido à derivação ventrículo-peritoneal e a tratamento empírico para neurocisticercose, com melhora parcial dos sintomas. Desde então, apresentava períodos de melhora e piora neurológica, realizando vários ciclos de tratamento antiparasitário. Aos seis anos, iniciou declínio cognitivo, cifoescoliose, ataxia cerebelar e monoparesia braquial. Foi então encaminhado ao nosso serviço para investigação. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Ao exame inicial a criança apresentava comprometimento cognitivo, caracterizado principalmente por déficit de memória, monoparesia grau III, síndrome cerebelar global e cifoescoliose. À RNM viu-se inúmeras lesões císticas, com disseminação leptomeníngea em todo o neuro-eixo e uma lesão de maiores dimensões, de aspecto cístico, em hemisfério cerebelar. Foi optado, então, pela remoção cirúrgica da lesão, para fins de descompressão da fossa posterior e elucidação diagnóstica. O estudo anatomopatológico mostrou tratar-se de astrocitoma pilocítico. Os autores então discutem a apresentação peculiar da doença, sua raridade e agressividade, que tornam este caso singular na literatura. Discutem também as formas de tratamento, baseando-se em dados de literatura. Análise imuno-histoquímica da expressão do receptor de TGF-β e do CD 34 em oligodendrogliomas Netto GC, Barbosa-Coutinho LM, Bleil CB, Toscani N, Hilbig A Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação em Patologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS) Objetivos: A angiogênese em tumores sólidos, influenciado pela família dos fatores de crescimento VEGF, bFGF, TGF-α α e TGF-β e dos receptores endoteliais vasculares, parece ser um fator determinante do crescimento em muitas neoplasias e trazem, portanto, um potencial de determinação prognóstica e de terapêutica antiangiogênicas nessas neoplasias. O papel dos fatores de crescimento em oligo-dendrogliomas (OL) ainda não foi completamente esclarecido. O objetivo do presente estudo é determinar a expressão e a localização do receptor do TGF-β (endoglina-CD105) e do marcador pan-endotelial CD34 em OL e OL anaplásico. Métodos: Foram selecionados, ao acaso, dez espécimes tumorais obtidas dos arquivos do Departamento de Patologia da FFFCMPA com diagnóstico de oligodendroglioma grau II (n = 5) e oligo-dendroglioma grau III/anaplásico (n = 5), utilizando critérios da OMS. Após confirmação diagnóstica, foi realizada a técnica imuno-histoquímica com os anticorpos antiCD105 e CD34. A análise da expressão, localização e estimativa dos vasos foram realizadas em microscópio óptico com aumento de 200 x. Resultados: Todos os espécimes tumorais apresentaram expressão dos receptores CD105 e CD34. Foram encontrados imunoexpressão nas células endoteliais vasculares com ambos marcadores, porém, com maior densidade vascular (DMV) naqueles com CD34. Houve expressão do CD105 em células tumorais em um caso de OL anaplásico e expressão em neurônios remanescentes. Conclusões: Os OL são tumores com rede microvascular delicada e característica demonstrada pela expressão de CD34. O receptor do TGF-β (CD105) esteve presente em todas as amostras tumorais estudadas, porém, em apenas parte dos vasos presentes no tumor, demonstrando um potencial de envolvimento do TGF-β na angiogênese dos OL, que deve estar associada também a outros fatores. Hematoma extradural gigante – diagnóstico e tratamento: relato de caso Netto HLD, Pinto F, Bassi TG, Souza Filho AM, Fernandes YB Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Objetivos: Descrever um caso de hematoma extradural gigante com boa evolução pós-cirúrgica. Metodos: Paciente etilista, 35 anos, deu entrada em pronto socorro de nosso serviço por atropelamento em Glasgow 6, midriático à direita e em hemiplegia direita caracterizando sinal de Kernohan. A tomografia computadorizada evidenciou hematoma extradural frontotemporoparietal direito com volume de 150 mL, medido através de cálculo tomográfico e desvio de linha média 20 mm. Foi levado à cirurgia de urgência para drenagem tendo evoluído com sucesso em pós-operatório, com alta hospitalar em 12 dias, apresentando seqüela hemiparética esquerda grau quatro em regressão. Resultados: Pacientes evoluiu com escala de Glasgow de 4, com hemiparesia grau IV esquerda. Conclusão: Embora referências literárias apontem pior prognóstico em hematomas extradurais com grande volume (maiores que 30 mL), Glasgow de entrada abaixo de 8 e localização específica e taxa de mortalidade com desvio maior que 10 mm e volume de 150 mL seja relevante o diagnóstico tomográfico preciso e a rápida intervenção cirúrgica foram primordiais à boa recuperação do paciente Identification of novel differentially expressed genes in human astrocytomas by subtractive hybridization Oba-Shinjo SM, Bengtson MH, Winnischofer SMB, Colin C, Aguiar PH, Vedoy CG, Mendonça Z, Sogayar MC, Marie SKN Laboratório de Biologia Molecular (LIM 15) do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina e Instituto de Química da Universidade de São Paulo (SP) Objective: to search for differentially expressed genes in anaplastic astrocytoma and normal CNS tissue, once a number of as yet unknown genes may be involved in diffuse infiltrating gliomas. Methods: we applied a PCR-based subtractive hybridization approach, namely Representational Difference Analysis (RDA), to search for genes that are differentially expressed between anaplastic astrocytoma and nontumoral CNS tissue. The subtracted cDNAs were cloned and sequenced. Virtual Northern blot and quantitative Real Time PCR was performed to confirm and to validate the sequencing results, respectively. Results: The results of DNA sequencing of a sample (96 cDNA clones) from the subtracted library allowed the identification of 18 different genes, some of which were represented by several cDNA clones, coding for the Np95, Gp39, LMO1, FCGBP, DSCAM, and taxilin proteins. The differential expression of Np95, taxilin, and LMO1 coding genes were confirmed by virtual Northern blot. Quantitative real-time PCR analysis for five of these genes (Np95, LMO1, FCGBP, DSCAM, and taxilin) was performed using samples of different grade astrocytic tumors, confirming their higher expression relative to non-tumoral brain tissue. Conclusions: Gliomas are paradigmatic for their deep infiltration of adjacent brain, precluding definitive surgical resection and limiting the efficacy of other local therapies. Despite progress in research on the molecular aspects of these brain tumors, the prognosis continues to be dismal. Identification of differentially expressed genes present in gliomas but not in normal CNS tissue is important not only to better understand the molecular basis of this type of cancer, upon genotype/phenotype correlations, but also as an attempt to search for alternative therapeutic targets. 129 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Craniotomia descompressiva, avaliação inicial do emprego da técnica no Hospital Universitário Alzira Velano Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG) Este estudo prospectivo, iniciado em novembro de 2004 até agosto de 2005, com nove pacientes onde empregamos a técnica de craniotomia descompressiva como tratamento do TCE grave e do acidente vascular encefálico de artéria cerebral média (AVC maligno). Comparamos os resultados – escala de coma de glasgow de entrada do paciente e terceiro dia pós-operatório, morbimortalidade – com os encontrados na literatura e nos pacientes com a as mesmas patologias tratados conservadoramente em nosso serviço. Dificuldade do diagnóstico dos tumores da coluna cervical e sua influência no prognóstico dos pacientes Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Hospital Universitário Alzira Velano, Cruz Preta Alfenas (MG) Este trabalho coloca os pacientes atendidos no ambulatório do HUAV, em Alfenas, no período de outubro 2002 a maio de 2005, encaminhados de várias cidades da região com os diagnósticos mais diversos, sendo que o mais comum era o de fibromialgia. Foram pacientes com as mesmas características, evoluídos e tratados cirurgicamente, neste hospital, nos quais demonstramos que o exame neurológico, bem feito, substitui exames complementares solicitados sem critério. Avaliamos o tratamento empregado correlacionando com a literatura mais recente. Estabilização dinâmica da coluna lombar como opção de tratamento das patologias do disco degenerado Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES, Murta A Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG) Este trabalho mostra os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico em estudo multicêntrico realizado no HUAV e Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram 198 pacientes, de dezembro de 2003 a agosto de 2005, com as mais diversas patologias de degeneração do disco. O dispositivo dinâmico interespinhoso empregado mostrou excelentes resultados cem mais de 90% dos pacientes cuja a idade variou de 23 a 84 anos. Este trabalho prospectivo avalia os seu resultados correlacionando com a bibliografia existente. 130 Lesões traumáticas da coluna vertebral Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG) O objetivo do trabalho foi avaliar, de forma seriada, a função neurológica de pacientes com traumatismo de coluna vertebral e medula espinhal, correlacionando-a à reabilitação neurológica durante a internação e a terapêutica estabelecida. Foram estudados, de forma retrospectiva, 27 pacientes portadores de traumatismo de coluna vertebral, durante o período de maio de 2002 a agosto de 2005. As informações analisadas incluíram: classificação do déficit neurológico nas escalas ASIA (American Spinal Injury Association) e de Frankel, na admissão e alta, tratamento adotado, resultados obtidos e a evolução neurológica. Foram avaliados dados com idade, mecanismo de trauma, gênero, média de idade, vértebras acometidas e custos de hospitalização. Plasmocitoma de coluna torácica Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG) Introdução: Na distribuição das causas de lombalgias verifica-se que as patologias degenerativas são responsáveis por cerca de 45% do total, sendo as causas neoplásicas presentes em menos de 1% desse valor. Quanto à apresentação clínica, as algias vertebrais, de causas neoplásicas, podem apresentar-se de forma localizada ou disseminada. Resultado: Paciente MAS, 38 anos, sexo feminino, branca, natural de Campestre (MG), doméstica, foi admitida no HUAV no dia 7 de março de 2004. Relatava lombalgia intensa e progressiva associada à claudicação importante, há dois anos. Ao exame clínico-neurológico, apresentava ataxia de marcha, nível sensitivo tátil em T12 com sensibilidade dolorosa preservada, propriocepção consciente preservada, reflexos miotáticos patelar e aquileu vivos, força muscular preservada em membros inferiores e ausência de Lasege. A série de raios-X realizados neste período não apresentava alterações. A tomografia de coluna toracolombar revelava degeneração osteoclástica de corpo vertebral de T12. A ressonância magnética de coluna toracolombar demonstrou processo expansivo em corpo de T12 e massa extradural posterior no mesmo nível. Foi submetida à laminectomia de T12 e à artrodese de coluna toracolombar, via posterior, com instrumentação no dia 9 de março de 2004. No dia 16, foi submetida à artrodese de coluna toracolombar, via anterior, com instrumentação. Paciente recebeu alta hospitalar no dia 23. A análise anatomopatológica revelou proliferação linfoplasmocitária, sendo solicitada análise imunohistoquímica do material, com confirmação diagnóstica de plasmocitoma. Discussão: O plasmocitoma representa uma subdivisão das discrasias de células de linhagem linfocítica tipo B. Os exames de radiografia e tomografia revelam lesões líticas podendo apresentar componente cístico em sua constituição. Na eletro-imunoforese de urina evidencia-se aumento de paraproteína. O tratamento na maioria dos casos é a radioterapia com sobrevida de cinco a dez anos. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Indica-se tratamento cirúrgico em casos de compressão medular ou instabilidade vertebral decorrente da lesão osteolítica, sendo a abordagem por vias anterior e posterior. Relato de caso – meningioma cervical Oliveira CA, Fuziki EJ, HildbrandD, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante,TP, Dias JES Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG) Paciente de 43 anos de idade cursando com cervicalgia e tetraparesia de evolução de três anos, sendo diagnosticado fibromialgia. Ao exame apresentava déficit motor mais acentuado em membros superiores, hiperreflexia em membros superiores. Raio-X simples de coluna cervical sem alterações. Tomografia computadorizada de coluna cervical sem alterações que justificassem o quadro neurológico. Então solicitado exame de ressonância magnética de medula cervical que evidenciou lesão expansiva intramedular, isointensa em T2, intensamente captante do meio de contraste em T1, compatível com um meningioma, nos níveis entre C2 e C4. Realizado tratamento cirúrgico com retirada da lesão, por via posterior, com laminectomia de C2, C3 e C4 e fixação de vértebras com hastes de titânio. Paciente evoluindo com melhora do quadro clínico e com retomada de atividades laborativas em quatro semanas após cirurgia. Exame anatomopatológico evidenciando presença de fibroblastos, com núcleo alongado ou arredondado e cromatina frouxa. Poucas mitoses ou necrose (indicando benignidade). Presença de células em “bulbos de cebola” (corpos psamomatosos) Com laudo de meningioma. excluída a história de trauma e pesquisadas outras alterações congênitas (dura anterior duplicada, cistos perineurais múltiplos, lâminas anormais e cavidades nos corpos vertebrais). Os sintomas se manifestam principalmente em adultos jovens devido à compressão progressiva da medula. Nos defeitos da linha média, o quadro consiste de apresenta com paraparesia e discretos sintomas sensoriais, enquanto em defeitos mais laterais, o comprometimento sensorial é maior. A síndrome mais descrita é a de Brown-Séquard. O tratamento consiste na correção do defeito dural e, na maioria dos casos, os sintomas apresentam melhora significativa após a cirurgia. Cisto aracnóideo intracraniano – relato de caso Oliveira YSA, Castro GCB, Bonfá AES, Oliveira CTP, Osório DNRM, Fonseca FO, Fisher AL, Szylewicz S Hospital Universitário São Francisco de Assis, Bragança Paulista (SP) O cisto aracnóideo é uma expansão meníngea em forma de bolsa, preenchida de líquido com características idênticas ao liquor. Pode ser congênito ou adquirido. As principais manifestações clínicas são a cefaléia, crises convulsivas e sinais de hipertensão intracraniana. O tratamento é controverso, podendo ser realizada a derivação cisto-peritoneal, craniotomia com membranectomia ou fenestração endoscópica do cisto. Os autores apresentam o relato de um caso de um paciente com cisto de aracnóide de fissura sylviana tipo III, que foi tratado através de derivação cistoperitoneal, com regressão completa do cisto, raramente descrita na literatura. Relato de caso – herniação medular idiopática Meningioma de goteira olfatória – relação entre características clínico-radiológicas MIB-1 E VEGF Oliveira THF, Aguiar L, Puppi R Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Paiva Neto MA, Loduca RDS, Gomes FL, Guimarães Filho FAV, Guimarães MD, Tella Jr OI Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP) Objetivos: Apresentar um caso de herniação medular idiopática, uma entidade rara, caracterizada por prolapso da medula torácica por um defeito dural anterior. Métodos: Apresentação clínica: paciente feminina, 33 anos de idade, previamente hígida, com quadro súbito de dor toracolombar, sem irradiação após exercício físico, evoluindo com déficit sensitivo e motor, com hiper-reflexia em cintura pélvica e membros inferiores, retenção urinária e obstipação. Associado, refere quadro de diplopia durante quatro dias, com resolução espontânea. Procedimento cirúrgico: Realizada laminectomia T2-T6, com identificação de defeito dural anterior e herniação medular T4-T5. Realizada descompressão medular, não foi possível correção completa do defeito dural, que foi reparado parcialmente com prolene. Resultados: A paciente apresentou melhora completa do déficit sensitivo e motor. Conclusão: As herniações medulares ocorrem na maioria das vezes na região torácica, por um defeito anterior ou antero-lateral na dura-máter. Acredita-se que a porção dural envolvida seja anormalmente enfraquecida, levando à piora progressiva do quadro durante a vida (pulsações cardíacas e respiratórias levando à movimentação antero-posterior da medula e conseqüente herniação da aracnóide e da medula). Este defeito pode ser congênito ou estar relacionado a trauma ou à ruptura de um prolapso discal calcificado. Para ser caracterizada como idiopática, deve ser Objetivo: Relacionar achados demográficos como sexo e idade; achados radiológicos (volume tumoral, volume de edema e alterações do assoalho de fossa craniana anterior) e expressão imuno-histoquímica do índice proliferativo através do MIB-1 e expressão do fator de crescimento endotelial vascular. Métodos: Foram analisados aspectos demográficos e radiológicos de 22 pacientes com meningioma de goteira olfatória. Destes, 15 tecidos conservados em parafina foram estudados quanto ao índice proliferativo e expressão de fator de crescimento endotelial vascular através de métodos imuno-histoquímicos. Utilizando métodos estatísticos foram relacionados aspectos demográficos, radiológicos, índice proliferativo e fator de crescimento endotelial vascular. Resultados: Foi observada relação positiva entre volume tumoral e de edema. O volume tumoral e o de edema foram significativamente maiores no sexo masculino em relação ao sexo feminino. Não houve relação entre o índice proliferativo obtido através do MIB-1, volume tumoral, volume de edema e presença de alterações da base do frontal. Os volumes tumoral e de edema foram significativamente maiores nos pacientes com expressão positiva do fator de crescimento endotelial vascular. Dois casos de recidiva tumoral apresentaram índices proliferativos maiores que a média e hiperosteose do assoalho da fossa anterior. Conclusões: Os tumores maiores são mais susceptíveis ao J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 131 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO desenvolvimento de edema peritumoral, fato também observado nos casos dos pacientes masculinos. O MIB-1 não tem tendência à associação positiva com volume tumoral, volume de edema e invasão da base, mas pode estar relacionado à recidiva tumoral, principalmente em pacientes submetidos a ressecções subtotais. A expressão do fator de crescimento endotelial vascular parece ser fator determinante na presença de edema, assim como crescimento destes tumores. Laminoplastia cervical – o uso de fragmentos de processo espinhoso cervical e torácico como enxerto autólogo Pena M, Taricco M, Pimenta M, Nakagawa G, Poetcher A Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Objetivos: A laminoplastia cervical como tratamento cirúrgico para mielopatia degenerativa cervical multinível é consagrada, principalmente pelos autores japoneses, entre eles Hyrabayashi (1977) e Kurokawa (1982). Propomos, sem modificar os princípios básicos preestabelecidos, mudança técnica na interposição dos enxertos entre lâminas e massa lateral (Hyrabayashi) e processos espinhosos (Kurokawa), com retirada dos processos espinhosos de C7, T1 e T2. Métodos: Durante três anos, foram estudados 28 pacientes, com quadro de mielopatia degenerativa cervical multinível (três ou mais níveis), com idade entre 45 e 82 anos, sendo 18 do sexo masculino e dez do feminino. Para todos os pacientes solicitaram-se exames de radiografias dinâmicas e ressonância magnética da coluna cervical, tanto no pré quanto no póscirúrgico. A técnica de Hyrabayashi (“porta aberta”) foi utilizada em 12 casos e a Kurokawa (“janela francesa”) em 16 casos. Os enxertos ósseos, interpostos, foram retirados dos processos espinhosos de C7 e T1, e quando necessário, de T2, medindo aproximadamente 15 mm. A seguir foi praticada perfuração e confecção do encaixe nas extremidades dos enxertos, utilizando broca de alta rotação (drill). drill). Foi feita drill perfuração da massa lateral ou dos processos espinhosos, dependendo da técnica cirúrgica praticada, e sua fixação através de fios de nylon zero. Resultados: A evolução pós-cirúrgica dos pacientes submetidos à laminoplastia cervical com esta mudança técnica foi semelhante ao tratamento convencional (enxerto retirado da crista ilíaca). Conclusões: A alteração técnica descrita tem como pontos positivos: (1) possibilidade de em uma única incisão cirúrgica retirar enxerto autólogo, o que diminuiu a agressão e o tempo cirúrgico; (2) evitar a dor do sítio doador de enxerto; (3) no acompanhamento clínico e radiológico póscirúrgico, durante estes três anos, não foram detectadas alterações biomecânicas importantes. Abscessos cerebrais múltiplos – considerações sobre seis casos Pereira CU, Queiroz MAM, Gomes PA, Silva EAS, Oliveira Jr CL Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Objetivos: Demonstrar nossa experiência em seis casos de abscessos cerebrais múltiplos. Métodos: Foram estudados, retrospectivamente, seis pacientes portadores de abscessos cerebrais múltiplos, durante o período 132 de janeiro de 1994 e dezembro de 2004. Resultados: Durante o período de dez anos, a ocorrência de abscessos cerebrais múltiplos correpondeu a 9,2% dos casos. O gênero masculino foi o mais acometido com quatro casos e feminino dois. As idades variaram entre 6 meses e 33 anos de idade, com uma média de 16 anos. As fontes de infecções primária foram cardiopatias congênita cianótica, dois casos, sinusite dois e otite média dois. O escore na ECG na admissão variou entre 9 e 14. A localização intracraniana foram parietal dois, frontal dois, parieto-occipital dois. Microorganismos foram isolados em dois pacientes. Febre, cefaléia, vômitos e crises convulsivas foram os principais achados clínicos e fontanela tensa em um caso. A TC de crânio foi realizada em todos os casos e RM em um. O tratamento cirúrgico foi instituído em todos os pacientes, sendo a punção seguida de drenagem, repetida em quatro casos, punção e drenagem única em dois casos nos abscessos maiores de fácil acesso cirúrgico, em um caso houve necessidade de excisão total. Óbito ocorreu com um paciente. Dois pacientes apresentaram crises convulsivas, dois hemiparesia e alterações cognitivas em um. Conclusões: Os abscessos cerebrais múltiplos têm sido cada vez mais freqüente, seu diagnóstico precoce e tratamento adequado tem proporcionado bons resultados. Carcinomatose meningéia por cancer de mama – relato de caso Pereira CU, Silva EAS, Oliveira Jr CL Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Objetivo: Apresentar um caso de carcinomatose meníngea decorrente de câncer primário de mama. E chamar atenção para seu tratamento e prognóstico. Métodos: Relatam um caso de carcinoma ductal infiltrante de mama, que desenvolveu metástase múltiplas nas meninges. Resultados: A paciente foi submetida a tratamento químio e radioterápicos com evolução para óbito em um mês. Conclusão: Pacientes portadoras de câncer de mama geralmente desenvolvem metástase cerebral e tem associado carcinomatose meníngea, tornando-se um prognóstico grave, apesar do tratamento instituído. Complicações intracranianas decorrentes de infecções otorrinolaringológicas Pereira CU, Góis CRT, Camelo RM Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Objetivos: Identificar e quantificar as complicações intracranianas decorrentes de infecções nasossinusais e otológicas, no serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho (Aracaju - SE). Métodos: Estudo retrospectivo com 30 pacientes portadores de complicações intracranianas associadas a infecções ORL. Resultados: Foram estudados 30 pacientes, sendo 57% do gênero masculino e 43% do feminino. Quanto à idade, houve um predomínio na primeira e segunda décadas da vida. Quanto ao foco infeccioso primário, 70% dos pacientes apresentaram infecções nasossinusais e 30% afecções da orelha média. A complicação intracraniana mais freqüente foi o abscesso intracraniano, com 53% dos casos, seguido de empiema subdural com 40% e abscesso extradural com 7%. O sintoma mais comum foi cefaléia, que ocorreu em 86,7% dos pacientes, seguida de alterações em nível J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO de consciência em 80%, febre e vômito em 76,7% dos casos. Quanto à localização das lesões, 66,7% dos abscessos intracranianos de origem nasossinusal ocorreram na região frontal, enquanto 57,1% daqueles de origem otológica localizaram-se no cerebelo. Os empiemas subdurais localizaram-se na convexidade cerebral em 58,3% dos casos e abscessos extradurais, um na região frontal e outro na região parieto-occipital. O tratamento cirúrgico foi realizado em 23 pacientes e sete foram tratados clinicamente. Sobrevivência ocorreu em 70% dos pacientes e destes, 52,4% apresentaram seqüelas, sendo a hemiparesia a mais freqüente, ocorrendo em 63,6% dos casos. Conclusões: Conclui-se que as complicações intracranianas originadas de infecções otorrinolaringológicas são bastante graves, com alta taxa de morbimortalidade. Fatores prognósticos na hemorragia talâmica Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Objetivos: Estudar descritivamente 35 casos de hematoma talâmico e analisar o volume do hematoma em relação à sua localização, à idade do paciente e presença de sinais clínicos associados. Metodologia: Foram estudados 35 casos de hematoma talâmico por tomografia computadorizada atendidos no Hospital Governador João Alves Filho (Aracaju - SE), entre agosto de 2004 e julho de 2005. Para análise estatística, foram utilizados testes t-student, ANOVA com pós-teste de Tukey e curva de regressão linear. Os resultados foram significativos quando p < 0,05. Resultados: Em 18% dos casos, os pacientes tinham entre 40 e 50 anos, 21% tinham entre 50 e 60 e 51% tinham acima de 60 anos de idade. A relação feminino/masculino foi de 1,3:1. Na curva de regressão linear, observou-se significância relacionada à propensão do aparecimento, em idades mais avançadas, de maiores volumes e sinais clínicos mais evidentes. Os hematomas posterolaterais foram aqueles que apresentaram maior freqüência e pode-se relacionar significativamente a território vascular lesado com o seu volume, observando-se como fato notório à predominância de maiores volumes dos hematomas globais em relação aos anteriores e dorsais, e dos dorsais em relação aos anteriores. Conclusões: concluiu-se que: (1) A incidência de hematoma talâmico foi maior em idosos do gênero feminino; (2) há relação entre o volume do hematoma e a idade do paciente, sendo o maior volume observado em pacientes idosos; (3) há relação entre idade e sinais clínicos, observando-se sintomatologia mais evidente em idades mais avançadas; (4) há relação entre o volume e os sinais clínicos, notandose agravamento dos sintomas nos hematomas de maior volume; (5) há relação entre o volume do hematoma e sua localização, observando-se maiores volumes nos hematomas globais em relação aos anteriores e dorsais, e dos dorsais em relação aos anteriores. Hematoma extradural da fossa posterior na infância pectivamente 15 pacientes portadores de hematoma extradural de fossa posterior na infância, admitidos no Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho (Aracaju - SE), durante o período de março de 1996 e julho de 2004. Resultados: A idade dos pacientes variou de 5 a 15 anos com média de 9,5 anos. Dez pacientes eram do sexo masculino e cinco do sexo feminino. As causas foram: acidente automobilístico (8), queda de altura (5), agressão física (1) e queda de bicicleta (1). O escore na escala de coma de Glasgow variou entre 8 a 13. Dez pacientes foram classificados como hematoma extradural agudo, quatro como subagudos e um como crônico. Fratura occipital esteve presente em 11 casos. Tomografia computadorizada foi realizada em todos os casos demonstrando lesão hiperdensa e biconvexa na fossa posterior. Treze pacientes foram submetidos à drenagem cirúrgica e dois a tratamento conservador. Onze pacientes apresentaram bom prognóstico, dois apresentaram seqüelas leves e dois foram a óbito. Conclusões: Conclui-se que o prognóstico dos hematomas extradurais de fossa posterior na infância tem sido relacionado com a falha precoce no diagnóstico, nível de consciência antes da cirurgia e da existência de lesões intracranianas associadas. Infecções em dispositivos neurológicos implantáveis em crianças e adolescentes Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Pereira CU, Lima MMM Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Objetivos: Determinar a freqüência de infecção após a implantação de dispositivos neurológicos em crianças e adolescentes. Métodos: Estudo prospectivo, observacional, não controlado de 50 pacientes de 0 a 17 anos, com problemas neurológicos. Foram estudados a determinação do risco cirúrgico, avaliação e acompanhamento dos pacientes, avaliação ambulatorial e avaliação diagnóstica por imagem. Análise dos dados foram realizados através do método do qui-quadrado corrigido de Yates em tabelas de contigências e teste exato de Fischer. Resultados: As indicações de DVP foram por hipertensão intracraniana em hidrocefalia e a taxa de infecção por procedimento (27,6%) e as taxas de infecção de acordo com o índice de risco cirúrgico zero (25,7%) e índice de risco cirúrgico 1 e 2 (30,4%), (metodologia NNISS-CDC) foram elevadas. A infecção do sitio cirúrgico foi a principal complicação infecciosa (87,5%), com precocidade na sua manifestação (média de 27,6 dias). A manifestação clínica mais freqüente foi a febre, com 81,3%. A taxa de mortalidade por infecção em DVP foi de 10%. No entanto, não houve significância estatística com relação à etiologia da hidrocefalia, ao tipo de procedimento, idade do paciente, tempo de internação pré-operatória, duração da cirurgia, uso de antibioticoprofilaxia, uso de cateter SNC prévio e índice de risco cirúrgico. Conclusões: Este trabalho serviu para caracterizar a infecção após implantação de sistema de DVP no serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho (Aracaju - SE), apontar problemas a serem discutidos através de uma política de prevenção e intervenção precoces. Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) Tumores do SNC em crianças abaixo de dois anos de idade Objetivos: Estudar descritivamente 15 casos de hematoma extradural de fossa posterior na infância. Metodologia: Foram estudados retros- Pereira CU, Camelo RM, Cunha WS Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 133 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivos: Estudar retrospectivamente 26 casos de tumores do SNC em crianças com idades abaixo de 2 anos. Métodos: Foram estudados, retrospectivamente, 26 pacientes com tumores do SNC, no período entre março de 1999 a abril de 2005, no serviço de Neurocirurgia do HJAF (Aracaju - SE) e Hospital Prof. Alberto Antunes (Maceió - AL). As idades variaram entre 22 dias a 2 anos de idade, com média de 9 meses. Doze eram do sexo masculino e sete feminino. O quadro clínico se apresentou com alterações do nível de consciência, convulsões, déficit motor, macrocefalia, alterações oculomotoras, cefaléia, vômitos e irritabilidade. Todos os pacientes foram submetidos a exame de TC e 11 a exame de RM. Os exames anatomopatológicos evidenciaram seis papilomas plexo coróide, três craniofaringiomas, três ependimomas, dois astrocitomas pilocíticos, dois gangliogliomas desmoplásicos, dois meduloblastomas, um astrocitoma cistico cerebelar, um teratoma teratóide/rabdóide, um meningioma, um neuroblastoma, um germinoma e um PNETs. Quanto à localização anatômica foram: 12 hemisférios cerebrais, seis fossa posterior, seis intraventriculares e dois intra-selares. Resultados: Todos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, sendo 23 cirúrgicos e duas biópsias estereotáxicas. Nove pacientes foram submetidos a tratamento complementar com radioterapia e oito à quimioterapia. Houve recidiva em oito casos e óbitos em 11 casos. Conclusões: De acordo com a literatura, o prognóstico de tumores cerebrais em crianças menores de dois anos de idade é sombrio. A ressecção radical quando possível está indicada, radioterapia e reoperação em casos de recidiva, permanece alta a taxa de morbimortalidade e o tratamento multidisciplinar deve ser realizado para melhores resultados nestes pacientes Cisto dermóide intracavernoso: relato de caso Petitto CE, Bianchi ET, Valiengo LCL, Gomes MQT, Santana PA Liga de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) Introdução: Cisto dermóide é uma lesão congênita rara, decorrente da inclusão ectópica de células da ectoderme, durante fechamento do tubo neural, formação dos ossos cranianos e fechamento das suturas. São geralmente benignos, embora causem sintomatologia como cefaléia, déficit visual, convulsão, febre e sinais de hipertensão intracraniana. As principais regiões intracranianas acometidas são parasselar e têmporo-silviana, sendo atípico o acometimento intracavernoso. Relato de caso: Paciente 14 anos, previamente saudável, foi hospitalizado com histórico de cefaléia progressiva hemisférica esquerda há um ano associada à náusea, tontura e escotoma. Exame clínico normal e ao exame neurológico apresentava paresia IV par craniano, hipoestesia de raízes V1 e V2 V par craniano e abolição do reflexo córneo-palpebral esquerdo. Apresentou à CT-Scan lesão delineada em topografia de seio cavernoso esquerdo, hipoatenuante e heterogênea e à RNM lesão com características centrais de hipersinal e margem de hipossinal em aquisição pesada T2 e imagem marginal de hipersinal em aquisição pesada T1. Não apresentou realce após administração de meio de contraste iodado ou gadolíneo. Realizou-se craniotomia frontotemporo-orbitozigomática esquerda e completa ressecção, através de exposição extradural lateral (peeling de fossa média). À inspeção cirúrgica verificou-se compressão (peeling de terceiro, quarto e quinto nervos cranianos. À macroscopia constatou-se conteúdo escamoso-gorduroso, áreas calcificadas, pêlos e fluído semelhante a óleo. Estudo anatomopatológico confirmou diagnóstico cisto dermóide. 134 RNM pós-operatória demonstrou resultado cirúrgico satisfatório evoluindo com melhora pós-operatória gradual dos déficits neurológicos. Discussão: Apesar característica benigna cistos dermóides são tumores de inevitável crescimento, para os quais a remoção é aconselhável. Entretanto, frente à complexa anatomia, tais casos tornam-se verdadeiros desafios técnicos. A inoperabilidade intrínseca desta área foi incisivamente questionada por Parkinson e Ramsay e sua abordagem regrada descrita por Dolenc, em 1987. Assim, apesar de raro, faz-se necessário aventar tais hipóteses sendo imprescindível a compreensão tridimensional desta complexa anatomia durante a abordagem cirúrgica. Solução hipertônica e traumatismo craniencefálico – revisão da literatura Petitto CE, Tanaka T, Zaparoli ELC, Burato MV, Hanoaka MM, Pinto FCG, Fontes RBV Liga de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Objetivos: A necessidade de intervenção imediata dos traumatismos craniencefálicos (TCE) impulsionou a busca de medidas inicias que possam aumentar o intervalo de ação do neurocirurgião. Embora amplamente pesquisado, o uso de solução hipertônica no TCE é ainda hoje uma entidade controversa. Revisão: Em 1919, Weed e McKibben descreveram a primeira evidência de redução da hipertensão intracraniana (HIC) através do uso de solução hipertônica salina (HTS). Houve drástica redução do volume cerebral de gatos após infusão de agentes hiperosmóticos. No mesmo ano, Haden demonstrou melhora clínica de pacientes com TCE, após administração de solução hiperosmolar. Em 1927, soluções hipertônicas de uréia foram utilizadas em animais verificando redução da pressão intracraniana (PIC) sendo introduzidas na prática clínica em 1950. Tiveram uso restrito devido aos efeitos colaterais. O manitol foi introduzido em 1962, sendo considerado seguro e igualmente efetivo à uréia. A seguir, diversos autores demonstraram melhora da PIC em animais recebendo HTS. Bacher, em coelhos, demonstrou redução do conteúdo líquido encefálico na RNM com NaCl 7,5%. Battison, em estudo controlado randomizado, demonstrou redução superior da PIC de pacientes que receberam 100 mL de HTS/dextran comparado a volume equimolar de manitol. Suarez descreve também redução rápida da PIC e melhora da pressão de perfusão cerebral quando da administração de HTS 23,4% em pacientes com HIC refratária. Conclusão: Atualmente verifica-se grande divergência quanto ao uso e parâmetros de manitol ou HTS no tratamento inicial do TCE. Sabe-se, entretanto, que um episódio de hipotensão com pressão sistólica inferior a 90 mmHg caracteriza aumento de 100% de mortalidade em pacientes com TCE, deixando claro a importância da manutenção pressórica. Neste contexto, Cooper e The Brain Trauma Foundation caracterizam o uso de HTS como reposição volêmica inicial, embora ainda não exista estudo definitivo. Via de regra, o determinante da escolha é a experiência do serviço. Cirurgia minimamente invasiva para retirada de corpo estranho intracraniano: Relato de caso e revisão da literatura. De Pieri JCB, Santos PA, Pinto F, Graciatto FS, Piza ET Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivo: Os autores relatam o caso de um paciente de 55 anos, com antecedente de doença psiquiátrica, com ferimento penetrante intracraniano por prego, em região supra-orbitária frontal direita, causado pelo próprio paciente. Admitido após crise convulsiva com queixa de cefaléia e rebaixamento do nível de consciência. Método: Foi submetido à cirurgia para retirada simples do corpo estranho sob anestesia geral, sem necessidade de craniotomia. Resultado: Evoluiu satisfatoriamente, sem déficit focal e sem complicações pós-operatórias. Conclusão: Os autores concluem que lesões penetrantes pequenas, sem relação topográfica com grandes vasos e seios durais podem ser tratadas sem a necessidade de craniotomia, com evolução satisfatória e sem complicações, como fístula liquórica, infecção ou sangramento. Revisão da literatura pertinente é discutida. Hemangioblastoma cerebelar – relato de dois casos e revisão bibliográfica Pinto F, Bassi TG, Netto HLD, Lira AMP, Fernandes YB Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP) Objetivos: Relatar dois casos de hemangioblastoma cerebelar e fazer revisão bibliográfica sobre diagnóstico e síndromes correlacionadas (von Hippel-Lindau). Método: Dois pacientes adultos que deram entrada ao pronto socorro, entre junho e julho de 2005, com cefaléia progressiva e síndromes cerebelares. Tomografia de crânio de ambos revelavam lesões hipodensas císticas cerebelares com captação mural de contraste, ambos foram submetidos à craniotomia occipital e ressecção tumoral. Resultados: Ambos os pacientes apresentavam melhora neurológica pós-operatória e anatomopatológico confirmou nos dois casos hemangioblastoma. Conclusão: A hipótese de hemangioblastoma associados ou não à síndrome de von Hippel-Lindau deve sempre ser considerada em pacientes com tumoreações císticas de fossa posterior. Freqüência dos gliomas em um serviço de neuropatologia de Porto Alegre Ribeiro MC, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Viola F Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação em Patologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS) Objetivos: Classificar os tumores gliais no nosso meio utilizando critérios propostos pela OMS e imuno-histoquímica quando necessário. Material e métodos: Revisamos 3. 086 laudos anatomopatológicos, correspondentes a tumores intracranianos, entre março de 1968 a março de 2005. Destes, os tumores gliais foram isolados. Quando necessário os tumores foram submetidos à imuno-histoquímica. Os dados foram trabalhados em Excel. Resultados: Dos 3. 086 tumores intracranianos, 1. 532 (49, 64%) eram primitivos do parênquima encefálico ou seus anexos. Destes, 1. 008 (65, 8%) eram astrocíticos: 72 (7, 14%) eram astrocitomas pilocíticos (grau I); 412 (40, 87%) eram astrocitomas (grau II); 60 (5, 95% ) eram astrocitomas anaplásicos (grau III); 439 (43, 55%) eram glioblastomas; 11 (1, 09%) eram astrocitomas subependimários de células gigantes; seis (0, 59%) xantoastrocitomas pleomórficos e em oito casos (0, 79%) foi diagnosticado gliomatosis J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 cerebri. Cento e vinte cinco (8, 16%) eram oligodendrogliomas; 134 (8, 74%) eram tumores ependimários e anexos encefálicos. Os tumores embrionários totalizaram 184 casos (12%) e os tumores neuronais e mistos neuronais e gliais ocorreram em 81 casos (5, 28%). Foram calculados média e desvio padrão para idade em todos os grupos de tumores, além da freqüência nos gêneros feminino e masculino. Conclusão: Podemos verificar que a epidemiologia dos tumores gliais no nosso meio não difere da literatura norte-americana ou européia. Além disso, o uso da imuno-histoquímica permitiu classificar estes tumores de acordo com sua citogênese. Lesões traumáticas do nervo ciático Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC, Penque GMCA Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de Janeiro Objetivos: Este é um estudo retrospectivo, cujo objetivo é mostrar a nossa experiência, avaliar as condutas e os resultados em uma série de 21 pacientes com lesões traumáticas do nervo ciático e revisar a literatura. Método: Estudo retrospectivo realizado em uma série de 21 pacientes que sofreram lesões traumáticas do nervo ciático ou de seus ramos. O tratamento cirúrgico foi realizado por meio de neurólise externa, neurólise interna e colocação de enxerto de nervo sural. Resultados: Foram obtidos diferentes graus de recuperação de força e sensibilidade, que variaram de acordo com a lesão e o tipo de tratamento cirúrgico realizado. Conclusões: A conduta terapêutica varia de acordo com o tipo de lesões. Em lesões parciais ou totais, após preparação dos cotos, é realizada a sutura interfascicular com ou sem interposição de enxerto autólogo. Nos neuromas traumáticos de continuidade preservada, faz-se neurólise interna e nos casos de fibrose com compressão por estruturas adjacentes ao nervo, a neurólise externa está indicada. Síndrome pós-laminectomia – série de casos e etiologia Rodrigues FF, Dozza DC, de Oliveira CR, de Castro RG Instituto de Neurologia Deolindo Couto – Rio de Janeiro (RJ) Objetivo: Relatar nossa série de casos e comparar com a literatura os principais resultados. Métodos: Estudo retrospectivo baseado na análise de uma série de pacientes operados e acompanhados em nosso serviço. Também foi realizada uma revisão da literatura e os resultados foram comparados. Foram revisados retrospectivamente 127 prontuários que continham pacientes que sofreram laminectomia, hemilaminectomia combinadas com discectomia e/ou foraminotomia de janeiro de 1997 a outubro de 2004, destes seis foram excluídos por apresentarem dados insuficientes. A média de idade foi de 46,3 anos. O critério de inclusão foi a não melhora ou o retorno dos sintomas após a cirurgia e com um número mínimo de seguimentos com investigação adequada para o diagnóstico, foram excluídos aqueles que apresentaram lombalgia ocasional e sem um número suficiente de acompanhamentos. Os pacientes foram divididos em três diagnósticos principais: hérnia de disco, estenose lombar e a associação destes. O diagnóstico foi baseado na história clínica, exame físico e exames complementares. Resultados: Dos 121 pacientes que sofreram intervenção cirúrgica, 47 (38,8%) apresentaram critérios para a SPL. Dos 26 135 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO pacientes que apresentaram diagnóstico pré-operatório de estenose lombar, oito (30,7%) apresentaram SPL; dos 83 com hérnia de disco, 31 (37,3%) tiveram a síndrome; e dos 12 pacientes com estenose lombar associada com hérnia de disco, sete (58,3%) tiveram a SPL. Os diagnósticos mais freqüentes foram hérnia de disco recorrente ou residual, estenose de canal, fibrose e discopatia. Nos pacientes com mais de uma cirurgia, a cada nova intervenção houve geralmente um novo diagnóstico, no qual hérnia de disco recorrente/residual foi o mais freqüente seguido por fibrose, estenose e aracnoidite. Conclusão: A síndrome pós-laminectomia permanece um desafio para os cirurgiões. Há busca incessante pelas causas e os mecanismos de ação desta síndrome e o melhor método de tratamento. petroclival. Foi submetido à ressecção parcial da lesão, sem a adição de novos déficits e acompanhado com equipe multidisciplinar no pósoperatório. Conclusão: Os plasmocitomas são tumores intracranianos de ocorrência rara, sendo que na base do crânio apenas alguns poucos casos foram relatados na literatura. Compreende um espectro patológico complexo, que inclui desde a forma benigna e solitária, o plasmocitoma, até a forma extremamente maligna, o mieloma múltiplo. As lesões da base do crânio tendem a ser múltipla, entretanto, no nosso caso a lesão era única. O tratamento é multidisciplinar, sendo a radioterapia tratamento complementar de escolha. Nos casos de ressecção incompleta a recrudescência tumoral não é incomum. Tumor fosfatúrico mesenquimal A imunoexpressão de endoglina em metástases cerebrais de melanoma maligno Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ) Objetivos: Este é um relato de caso cujo objetivo é mostrar uma doença rara pouco diagnosticada e conhecida no nosso meio. Método: Estudo de um caso de paciente portador de tumor fosfatúrico mesenquimal. O tratamento cirúrgico foi realizado por meio de craniectomia suboccipital com descompressão dos hemisférios cerebelares. Resultados: foi obtida redução importante da massa tumoral com melhora clínica e estética. Conclusões: Tumor fosfatúrico mesenquimal pode origina-se do osso e fazer o diagnóstico diferencial com osteoblastoma-like, fibroma-like. Em um extenso grupo de casos o tumor consiste de tecido conectivo misto. Esta forma é composta de célula mesenquimal com diferenciação fibroblástica. Estes tumores mostram variedade proeminente de vascularização com remanescentes venosos como é visto nos hemangiopericitomas. A remoção tumoral geralmente se dá após longo tempo de persistência dos sinais e sintomas, e resulta em melhora das anormalidades clínicas e biomecânicas. Plasmocitoma solitário da base de crânio Romero FR, Haikel Jr LF, Campos AW, Fernandes SM, Maruyama RO, Bortman A, CAB Pereira Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis, São Paulo (SP) Objetivo: Mieloma de células plasmáticas localizado na base do crânio é raramente encontrado na prática neurocirúrgica. Este trabalho tem por objetivo relatar o caso de um paciente com plasmocitoma intracraniano e discutir seus aspectos clínicos e imagenológicos. Métodos: Paciente masculino de 50 anos, procedente de São Paulo (SP), apresentavase assintomático até seis meses antes da internação, quando então iniciou com dor occipitocervical e zumbido à esquerda, evoluindo com dificuldade de deglutição progressiva. Ao exame neurológico, apresentava-se vigil, contactuante, sem déficit motor axial, com déficit de VIII, IX, X, XI, XII nervos cranianos à esquerda. A RM mostrou processo expansivo isointenso em T1, heterogêneo em T2, com captação homogênea de contraste, na fossa posterior, estendendo-se desde o forame jugular até 1 cm acima do meato acústico interno. Resultado: O anatomopatológico revelou plasmocitoma produtor de cadeia leve Kappa de imunoglobulina localizado na base do crânio, na porção 136 Salgado KB, Toscani NV, Silva LLM, Hilbig A, Barbosa-Coutinho LM Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-Graduação da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS) Objetivos: Avaliar a angiogênese de amostras de metástases cerebrais de melanoma maligno e a imunoexpressão de endoglina nos vasos tumorais. Métodos: Foram estudadas 24 amostras de metástases cerebrais de melanoma fixadas em formol a 10%, e incluídas em parafina, das quais foram obtidos cortes histológicos de 4 µm de espessura. Os cortes foram submetidos à técnica de imuno-histoquímica com o anticorpo CD 105. A avaliação da densidade microvascular foi realizada utilizando-se a técnica de Weidner, com identificação subjetiva das áreas de maior vascularização, fotomicroscopia destas áreas e posterior contagem dos microvasos em três campos de 200x, por dois patologistas experientes. Além disso, foi analisado o padrão de distribuição vascular. Resultados: O número de vasos identificados por reação imuno-histoquímica variou de 1 a 37 por campo de 200x, com um valor médio de 9, 97 ± 9, 87 e uma mediana de 6 por campo de 200x. Foi observado um padrão predominantemente difuso, em alguns casos. Cabe salientar que em algumas amostras foi identificada maior densidade vascular na periferia do tumor, porém, como muitas são provenientes de biópsias, estas não puderam ser avaliadas. Conclusões: O melanoma maligno é um dos tumores que mais metastatiza para o SNC. Para que as células tumorais se implantem à distância e para que obtenham sucesso como lesão metastática, supõese que seria necessário o desenvolvimento de um suprimento vascular tumoral significativo. Todavia, os resultados observados neste estudo não corroboram esta hipótese, tendo sido verificado que em vários casos a densidade microvascular tumoral é muito reduzida. Anatomia cirúrgica da coluna cervical baixa – via anterior Sangoi C, Jobim FC, Lopes JS, Sangoi CB, Haten MA, Oliveira CF Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria (RS) Justificativa: O reconhecimento das peculiaridades anatômicas do nervo laríngeo recorrente é indispensável para o cirurgião que intervem na região cervical via anterior, principalmente nos níveis inferiores. Objetivos: Definir os trajetos dos nervos laríngeos recorrentes do lado direito e do lado esquerdo, evitando o seu trauma durante o proJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO cedimento cirúrgico. Metodologia: Dissecções de regiões cervicais cadavéricas, do acervo anatômico do Departamento de Morfologia da UFSM, qualificando o trajeto do nervo laríngeo recorrente direito, desde a sua origem no nervo vago até seu posicionamento em relação à traquéia e ao esôfago. Resultados: Nervo laríngeo recorrente direito na sua origem contorna a primeira porção da artéria subclávia, atravessando obliquamente o corpo da primeira vértebra torácica, em direção à traquéia e ao esôfago. do lado esquerdo este trajeto se faz no nível da quarta vértebra torácica contornado o arco aórtico. Conclusão: Estes conceitos anatômicos deverão alertar os cirurgiões da coluna cervical para evitarem os acessos cirúrgicos pelo lado direito em C6, C7 e T1, pois o risco de morbidade será elevado. principal em 82% dos pacientes. Cerca de 38% dos pacientes foram classificados como HH II, 31% como HH I, 24% como HH III e 7% como HH IV. As principais localizações foram 47% Paica, 41% em topo de basilar, 12% em cerebral posterior. Não foram encontrados aneurismas em Aica e cerebelar superior. Houve 23% de óbitos (sendo um no pré-cirúrgico e três no pós). Cerca de 35% de complicações, as principais foram lesão em nervo craniano e hidrocefalia, 41% dos pacientes não apresentaram complicações. Conclusões: A média de idade foi de 46, 5 anos, o sexo feminino foi mais acometido, a cefaléia foi a principal queixa, a maioria dos pacientes se apresentou em HH II, a principal localização foi em Paica, a maioria dos pacientes não apresentou complicações. Craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada para ressecção de condrossarcoma mixóide de fossa média do crânio; relato de caso e revisão de literatura Hematoma extradural intracraniano: correlação entre o volume do hematoma com a localização e idade do paciente Santos PA, De Pieri JCB, Lira AMP, Graciatto FS, Fernandes YB Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP) Objetivo: Os autores relatam um caso de condrossarcoma mixóide de fossa média craniana, na junção petroesfenoclival, em paciente de 23 anos com paresia do III, IV, VI nervos cranianos e dor facial por comprometimento do V nervo. Método: Paciente submetido à microressecção cirúrgica por craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada descrita por Balasingam e colaboradores. Resultado: Evoluiu com melhora da sintomatologia, com ressecção parcial da lesão, sem necessidade de terapias complementares. Conclusão: A craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada mostrou-se excelente opção para ressecção de lesões de fossa média craniana, tendo em vista redução do tempo cirúrgico e boa exposição intraoperatória com visualização completa da lesão. Os aspectos de imagem, vias de acesso e revisão da patologia são discutidos. Aneurismas de circulação posterior: considerações sobre 17 casos Serra MVFBVF, Cavalcante SP, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo (SP) Objetivos: Estudar descritivamente aneurismas da circulação posterior internados no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, entre o período de 2000 a 2004. Material e métodos: Foram estudados, retrospectivamente, 17 casos de aneurismas da circulação posterior entre janeiro de 2000 a dezembro de 2004. Foram colhidos dados dos arquivos do serviço de neurocirurgia do Conjunto Hospitalar do Mandaqui. Os dados analisados foram idade, sexo, queixa principal, apresentação clínica (Hunt e Hess [HH]), localização do aneurisma, complicações e óbitos. Resultados: Entre o período estudado, foram diagnosticados 144 aneurismas, dos quais 17 (11, 8%) foram de circulação posterior. A idade de apresentação variou de 17 a 66 anos (média de 46, 5 anos). Foram 13 (76%) pacientes do sexo feminino e quatro (24%) do sexo masculino. Dentre os sintomas principais, a cefaléia súbita foi a queixa J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 Silva EAS, Pereira CU, Dias LAA Hospital João Alves Filho e Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP) Objetivos: Estudar descritivamente 162 casos de hematoma extradural e analisar o volume do hematoma em relação à sua localização, à idade do paciente e à presença de lesões intracranianas associadas. Métodos: Foram estudados 162 casos de hematoma extradural traumáticos por TC atendidos no Hospital João Alves Filho e Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto. Para análise estatística, foram utilizados testes t-student, ANOVA com pós-teste de Tukey e curva de regressão linear. Os resultados foram significativos quando p = 0,05. Resultados: Vinte e nove vírgula seis por cento dos pacientes tinham menos de 20 anos de idade, 67,3% tinham entre 20 e 59 anos e 3,1% tinham acima de 60 anos de idade. A relação masculino-feminino foi de 5,48:1. Na curva de regressão linear, não houve significância entre o volume do hematoma extradural e a idade de pacientes com 15 anos ou mais. Não houve diferença entre o volume do hematoma em pacientes com e sem lesão intracraniana associada. O volume do hematoma foi significativamente menor na região temporal em comparação às regiões fronto-temporoparietal e temporoparietal, assim como na região frontal em relação à temporoparietal. Conclusões: (1) A incidência de hematoma extradural foi maior em adultos jovens do sexo masculino; (2) Não há relação entre o volume do hematoma e a idade do paciente; (3) O volume do hematoma independe da presença de lesão intracraniana associada; (4) Há relação entre o volume do hematoma e sua localização, sendo o menor volume em região temporal Cirurgia de epilepsia em criança com esclerose tuberosa: relato de caso. Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK, Arruda D, Miccelli JP Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) 137 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Objetivo: Avaliar a eficácia da cirurgia de epilepsia em paciente com esclerose tuberosa e crises epiléticas refratárias ao tratamento clínico após avaliação em centro de cirurgia de epilepsia. Metodologia: Relato de caso de uma paciente de 14 anos, portadora de ET, com déficit cognitivo global severo e estigmas cutâneos em face (adenoma sebáceo). Apresenta crises caracterizadas por espasmos infantis iniciados com três meses de idade, sendo iniciado uso de drogas antiepiléticas sem controle adequado. Paciente apresentou piora progressiva em freqüência e intensidade, apresentando aos 6 anos de idade média de 20 a 25 episódios por dia. A paciente foi submetida à avaliação multidisciplinar pelo Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio Preto, sendo indicada a ressecção do túber subcortical frontal esquerdo para adequado controle das crises. Resultados: Após lesionectomia do túber frontal esquerdo a paciente evolui no pós-operatório recente com adequado controle das crises apresentando três a quatro crises por dia de curta duração, fraca intensidade e predominantes durante o sono, sem acréscimo de déficits neurológicos, recebendo então alta hospitalar e seguimento ambulatorial. Conclusão: Os pacientes com esclerose tuberosa e crises epiléticas refratárias podem ter benefícios com a cirurgia de epilepsia desde que sejam avaliados em centros de cirurgia de epilepsia, visto que os resultados dependem da correta correlação entre a lesão hamartomatosa e a área epileptogênica. Displasia cortical e esclerose mesial hipocampal em epilepsia do lobo temporal: relato de caso Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio Preto. Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) Objetivo: Analisar os aspectos clínico-patológicos de paciente com displasia cortical associado à esclerose mesial hipocampal submetido à cirurgia para epilepsia refratária. Metodologia: Paciente de 37 anos, sexo masculino com crises epilépticas com semiologia de lobo temporal há 20 anos, evoluindo com piora da freqüência das crises nos últimos três anos (duas a três crises por semana). Em uso de oxcarbamazepina 1.200 mg ao dia e fenitoína 200 mg ao dia. Submetido à avaliação neurofisiológica com vídeo-EEG, spect basal e ictal, RM e avaliação neuropsicológica, sendo indicado tratamento cirúrgico. Resultados: Paciente submetido à lobectomia temporal anterior esquerda associado à amígdalo-hipocampectomia, sendo enviado lesão em lobo temporal esquerdo para exame anatomopatológico que mostrou ser displasia cortical não-Taylor associada à esclerose mesial hipocampal. Apresenta-se sem crises no sexto mês pós-cirurgia. Discussão: A esclerose mesial temporal é encontrada em 60% dos lobos temporais retirados para tratamento cirúrgico de epilepsia refratária e caracteriza-se por perda seletiva de neurônios piramidais e hilares nos subcampos CA1 e CA3 de Sommer, com maior preservação dos neurônios piramidais e granulares de CA2. Pode ocorrer associação entre esclerose mesial hipocampal e outra lesão extra-hipocampal (patologia dupla) de 5% a 30% dos casos. As lesões associadas mais freqüentes são displasias corticais e lesões glióticas e císticas. Alguns 138 autores acreditam que a esclerose é resultado da atividade epiléptica crônica da lesão associada; outros acham que se trata de eventos independentes. Conclusão: O tratamento cirúrgico das epilepsias do lobo temporal, causadas por patologias duplas, tem ótimos resultados no controle das crises, mesmo com o conhecimento incompleto da história natural das duas patologias. Tumor desembrioplástico neuroepitelial e epilepsia refratária – relato de caso Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio Preto. Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) Objetivo: Analisar os aspectos clínico-patológicos de paciente com tumor desembrioplástico neuroepitelial submetido à cirurgia para epilepsia refratária. Metodologia: Paciente de 11 anos, sexo feminino, com crises epilépticas há quatro anos, evoluindo com piora da freqüência das crises nos últimos dois anos (cinco crises ao dia). Em uso de oxcarbamazepina 600 mg ao dia e clonazepam 4 mg ao dia. Submetido à avaliação neurofisiológica com vídeo-EEG, spect basal e ictal, RM e avaliação neuropsicológica, sendo indicado tratamento cirúrgico para lesão epileptogênica parietal posterior D. Resultados: Paciente submetido à lesionectomia parietal D, sendo enviado para exame anatomopatológico mostrando tumor desembrioplástico neuroepitelial. Apresentou hemiparesia E predomínio braquifacial no quarto PO que melhorou em uma semana com corticóides e fisioterapia. Apresenta-se sem crises no sexto mês pós cirurgia. Discussão: O tumor desembrioplástico neuroepitelial foi descrito nos anos 1980, por Daumas-Duport et al. e parece não se tratar de neoplasia verdadeira e sim de processo cortical. Aparentemente. displásico. Tem aparência típica na RM sendo mais freqüente nos lobos temporal e frontal e sua ressecção cirúrgica total está relacionada a controle das crises epilépticas. Conclusão: A lesionectomia total constitui a melhor terapêutica para epilepsia refratária secundária a tumor desembrioplástico neuroepitelial. Endoscopic endonasal approach of cerebrospinal fluid fistulae Silva LRF, Santos RP, Zymberg ST Neurocirurgia of the Federal University of Sao Paulo (SP) Objectives: Demonstrate the experience on the endoscopic endonasal approach of cerebrospinal fluid fistulae. Different techniques have been proposed to repair cerebrospinal fluid rhinorrhea. Advances in nasal surgery lead to a high success rate and low morbidity of endonasal approach. It has become the favorite route for treating cerebrospinal fluid leak of the anterior skull base. Better results have been obtained with the improvement of rigid endoscopes and intrathecal sodium fluorescein. Methods: In a prospective study, twenty-four patients with cerebrospinal fluid rhinorrhea were evaluated and treated with endoscopes endonasal surgery. In all cases intrathecal sodium fluoJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO rescein allowed a precise localization of bone defect. Results: The most common causes of CSF rhinorrhea were traumatic (8 cases, 33%), spontaneous (6 cases, 25%), and iatrogenic (5 cases, 20. 8%). Preoperative radiological evaluations (plane CT, CT cisternogram and MRI) showed the exact site and size of the defect in all patients. The most common site of leakage was the ethmoidal roof-cribriform plate. Primary closure was achieved in all patients. There were no major operative or postoperative complications. Conclusions: Endoscopic endonasal approach can be considered the first choice in the treatment of cerebrospinal fluid rhino rhea. Relato de caso de cisto medular de cone medular Souza Filho AM, Pinto F, Netto HLD, Santos PA, Rached JH Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP) Objetivo: Relatar caso de paciente com quadro de síndrome mielorradiculcar por cisto ependimário de cone medular. Método: G S, 42 anos, procurou PS com quadro progressivo iniciado há um ano de dor lombar irradiada para membro inferior direito, associado de paresia do mesmo e incontinência urinária, sem outras alterações. Ressonância nuclear magnética (RNM) de coluna evidenciou lesão intradural expansiva C hipersinal em T2, com características císticas em região de cone medular. Paciente submetido a laminectomia de T12 – L2, com abertura de duramáter e ressecção da lesão. Resultado: Paciente recuperação neurológica parcial. Anatomopatológico revelou cisto transependimário benigno de cone medular. Conclusão: Relatando o caso pretendemos realizar uma revisão bibliográfica de tumores císticos intramedulares. Wavelet transform and cross-correlation as tools for seizure prediction Suárez CCB, Ballester G, Róz LM, Pereira Jr JF, Fonoff ET, RamírezFernández FJ Laboratory of Microelectronics, Polytechnics School, University of Sao Paulo. Laboratory of Functional Neurosurgery, School of Medicine, University of Sao Paulo Objective: The underlying theory of EEG signals generation is far from being elucidated. However, there are a variety of methods that can be used to quantify those signals and their changes. We describe here the detection of pre-ictal bursting activity by mean of the Wavelet Transform together with the Cross-Correlation analysis. Method: The Wavelet Transform is applied in data reduction and preprocessing of signals. This feature extract technique provides the simplified signals to process by mean of the Cross-Correlation. The algorithm has been tested with a set of pre-ictal data, inter-ictal data and spontaneous crises, to determinate its sensitivity and specificity. The EEG data was obtained from adult Wistar rats with eight bipolar Ni-Cr electrodes implanted over the frontal and parietal lobes. The rats were submitted to status epilepticus after injection of Pilocarpine, following the well know animal model of chronic epilepsy. The seizure occurrence period and the seizure prediction horizon were additionally calculated. Results: The Wavelet coefficients allowed a faster analysis and represented a support to confirm more certainly events that some times are not clearly identified in the raw data (identification of epileptic seizure). Synchrony and greater amplitude was J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 always detected with this technique. To anticipate epileptic seizures, the cross-correlation processing was then necessary. When the correlation analysis is done between the coefficients of all channels, in every frequency band, a synchrony value was obtained from standard deviation. Greater synchrony values are obtained in pos-ictal period, anticipated by a maximum positive inclination during the crisis. Minimum values, lower than a limit obtained case-by-case in the pre-ictal period, could activate an alarm indicating that a seizure is close to happen. Conclusion: The merits of the algorithm are high sensitivity and simplicity of implementation. Such effectiveness may stimulate research lines to the development of implantable detection devices. Meningite aguda por Staphilococcus aureus associada a abscessos de músculo psoas – relato de caso Szylewicz S, Oliveira CTP, Osório DNM, Bonfá AS, Oliveira YSA, Fonseca FO, Castro GCB Departamento de Neurocirurgia do Hospital Universitário São Francisco – Bragança Paulista (SP) Relata-se o caso de uma criança do sexo feminino, 12 anos de idade, com história de, uma semana após trauma lombar, apresentar meningite aguda por Staphilococcus aureus com observação tomográfica, após 14 dias de internação hospitalar, de múltiplos abscessos de músculo psoas à direita e em musculatura lombar posterior na altura de L3-L4. Recebeu tratamento antibioticoterápico, apresentando boa evolução clínica e resolução imagenológica em tomografia de controle após cinco meses. Síndrome de Cobb Taricco MA, Guirado VMP, Meluzzi AM, Pena Dias MR, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo Objetivos: a síndrome de Cobb é uma rara doença, de caráter não-hereditário, que envolve associação entre um angioma ou malformação arteriovenosa da medula e lesões vasculares cutâneas no mesmo dermátomo. Neste relato, mostramos um caso envolvendo a síndrome. Métodos: Análise retrospectiva do prontuário do atendimento da paciente GSR, submetida a tratamento cirúrgico no Hospital das Clínicas da USP em setembro de 2004. Resultados: A paciente de 16 anos de idade apresentou quadro súbito de perde de força muscular em membros inferiores, cerca de três anos antes da cirurgia, acompanhado de dor em região torácica dorsal e sem radiculopatia. A investigação inicial evidenciou sangramento intramedular. Foi acompanhada em outro serviço, tendo evoluído com paraparesia e espasticidade nos membros inferiores e perda do controle esfincteriano, tendo discreta melhora da força ao longo do tempo. Foi encaminhada para seguimento no ambulatório de coluna do Hospital das Clínicas da USP, onde se apresentou com paraparesia grau II, espasticidade em membros inferiores, nível sensitivo T7. Apresentava uma lesão angiomatosa cutânea em região de dermátomo T7, desde a infância. Foi investigada com exame de RNM da coluna torácica, que evidenciou lesão intramedular compatível com 139 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO hemangioma. Em setembro de 2004, foi submetida a tratamento cirúrgico, laminectomia T6 a T8 e exérese completa de hemangioma intramedular. Após a cirurgia evolui com melhora lenta e discreta da sensibilidade e hoje deambula sem apoio. Sem controle de esfíncter satisfatório. Conclusão: A síndrome de Cobb é uma rara doença, tendo havido relatos de 28 casos na literatura mundial e deve ser investigada em casos de angiomatose cutânea. Estudo retrospectivo dos pacientes portadores de malformação de Chiari submetidos a tratamento cirúrgico Taricco MA, Santiago Melo LR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Pena Dias MR, Pimenta de Araújo, MM Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo Objetivos: A malformação de Chiari é o deslocamento, variável, da amídala cerebelar para o canal cervical. Apresentamos um estudo retrospectivo de pacientes tratados com cirurgia. Métodos: Análise retrospectiva do prontuário do atendimento de pacientes do ano de 1990 a 2003, totalizando 29 pacientes, com idades entre 15 e 65 anos. Resultados: Observou-se a ocorrência da malformação em 15 pacientes do sexo masculino e 14 do sexo feminino. Observouse a ocorrência isolada da patologia em sete casos, associado à siringomielia em 12 casos, associado à impressão basilar em três e em sete seringomielia e impressão basilar concomitante. Em todos os casos, foi realizado descompressão da fossa posterior e plástica da dura-máter e em sete casos foi associada à colocação de cateter entre o quarto ventrículo e o espaço subaracnóideo, e em cinco casos à amidalectomia. Houve melhora da sintomatologia em 21 pacientes, em um não houve alteração, um caso houve piora, em quatro houve perda do seguimento e em dois houve óbito. Conclusão: A boa evolução da malformação de Chiari está relacionada com a descompressão efetiva da fossa posterior. As associações com outras patologias determinam variações de técnica, melhor entendidas em estudos prospectivos. Malformações vasculares da medula espinhal Taricco MA, Pena Dias MR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo Objetivos: Nesta apresentação expomos a casuística do grupo em relação ao tratamento de um grupo de doenças muito heterogêneo, de ocorrência pouco freqüente, de complexidade estrutural muito importante e implicado em morbidade alta, porém passível de tratamento cirúrgico com sucesso. Métodos: A análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos a tratamento de malformações vasculares da medula espinhal, no Hospital das Clínicas da USP, no período de janeiro de 1994 a janeiro de 2005. A avaliação da marcha e da micção foi baseada na escala funcional de Aminoff-Logue. Foram contabilizados 14 casos no total. Resultados: Não há variação significativa da ocorrência quanto ao sexo (57% masculino e 43% feminino), a idade 140 na época do diagnóstico variou entre 16 e 65 anos(média de 34 anos, mediana 39 anos). Em 78,6% das vezes, o quadro clínico apresentou-se de forma insidiosa com sinais de mielopatia progressiva e em 21,4% das vezes, sendo que todos os pacientes apresentaram sintomatologia motora, sensitiva e esfincteriana durante a evolução. Em 23% dos casos não houve dor, sendo que estes foram casos de fístulas arteriovenosas. Não houve, em nenhum caso, sintoma de radiculopatia. Em 21,4% dos casos, havia patologias associadas como hipertensão arterial ou diabetes, sendo a maioria dos pacientes previamente hígida. Quanto ao diagnóstico, foram anotados seis lesões neoplásicas, entre as quais quatro eram cavernomas e um angiolipoma, cinco fístulas arteriovenosas e três malformações arteriovenosas. Todos os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, sendo um paciente com fístula submetido à embolização pré-operatória. Quanto aos resultados, foi observado melhora do quadro clínico após tratamento cirúrgico nos casos de fístula e estabilização do quadro nos casos de malformações e lesões neoplásicas. Conclusões: O grupo conclui que as malformações vasculares da medula são passíveis de tratamento cirúrgico com resultados encorajadores. Postulación de grupos pronóstico en gliomas cerebrales de alto grado Torrico A, Torrealba G, Villanueva P, Lorenzoni J, Lovo E, Gejman R, Tagle P Hospital Clínico DA Pontificia Universidad Católica, Santiago (Chile) Objetivo: Evaluar la sobrevida y proponer un sistema de estratificación en pacientes con gliomas cerebrales de alto grado. Material-métodos: Revisión retrospectiva de sobrevida, entre 1990-1998 en nuestra institución. Análisis de sobrevida según histología, edad y estado funcional (Karnofsky-KPS). Se proponen un sistema de estratificación en gliomas: en base Histología-Edad-KPS conformando 4 grupos de pronóstico estratificado (GPE: 0 - 1 - 2 y 3 ); y 3 grupos estratificados en glioblastomas (GeG:01y2) en base a Edad-KPS. Resultados: Se incluyen 103 pacientes. La sobrevida mediana total fue 12meses (10- 20- 19, para glioblastoma - astrocitoma anaplásico -oligodendroglioma). La sobrevida fue 20 y 8,5 meses en pacientes con KPS mayor y menor de 80; y de 19 y 9 meses en pacientes menores y mayores de 50 años, respectivamente. La sobrevida de GPE: 0, 1, 2 y 3 fue 3,5 - 9 - 20,5 y 57 meses respectivamente (p < 0,0001) y de GeG: 0, 1 y 2 fue 3,5 - 10,5 y 22 meses respectivamente (p < 0,0221). Incluye porcentajes de sobrevida-5 años, curvas-actuariales y tablas comparativas con publicaciones similares. Conclusión: La edad-estado funcional y los grupos propuestos son factores asociados a sobrevida, estadísticamente significativos, en pacientes con gliomas de alto grado. La sobrevida en nuestra institución no es significativamente inferior a otras publicadas a pesar de carecer de sistemas sofisticados que faciliten la resección completa. Detection of somatic TP53 splice site mutations in diffuse astrocytomas Uno M, Oba-Shinjo SM, Aguiar PH, Leite CC, Rosemberg S, Miura F, Wakamatsu A, Marino Jr R, Scaff M, Marie SKN Department of Neurology of the School of Medicine, University of Sao Paulo (SP) J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Alterations in the tumor suppressor gene, TP53, are associated to a large number of human cancers, including several types of central nervous system (CNS) tumors. Diffuse astrocytomas are the most frequent intracranial neoplasias and account for approximately 60% of all primary CNS tumors. TP53 mutations are observed in approximately 30-40% of all three grades of diffuse astrocytomas, suggesting that inactivation of TP53 has an important role in the progression of low-grade astrocytomas. Most of studies analyzing TP53 for mutations has not included all the splice junctions, mutations in those regions are rarely described. Objective: Analyze all splice junctions and entire coding exons of TP53 for mutations across different grades of diffuse astrocytomas in Brazilian patients. Methods: DNA was extracted from tumor tissues and peripheral leukocytes of 45 cases of adult human diffuse astrocytomas: 7 low grade astrocytomas (grade II), 11 anaplastic astrocytomas (grade III) and 27 glioblastomas multiforme (grade IV). PCR-SSCP (polymerase chain reaction, single strand conformation polymorphism), and DNA sequence analysis of samples with different patterns of eletrophoretic mobility shifts were used for detection of mutations in exons 2 to 11 and all intron-exon boundaries of the TP53. Results: We found TP53 mutations in 17. 8% (8 out of 45) of tumors tested: 3 missense, 3 splicing and 2 silent mutations. Conclusion: We have shown that splice site mutations of TP53 are more frequent than previously reported. These findings emphasize the importance of screening all splice junctions as well as all coding exons and untranslated regions, on analyzing TP53 mutations in diffuse astrocytomas. Thorough screening of the TP53 will prove more useful in allowing better correlation between genotype and phenotype in gliomas. Aneurisma venoso frontal superficial Wainer F, Santiago MeloL R, Meluzzi A Clínica de Neurologia e Neurocirurgia Dr. Felipe Wainer. Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP) Objetivos: A presença de aneurisma venoso associado à malformação arteriovenosa encefálica é descrito na literatura, sendo de ocorrência muito rara e com alto potencial de sangramento. A presença de aneurisma venoso, sem esta associação, é ainda mais rara e de questionável potencial de sangramento. Métodos: Relato do caso do paciente LFLS, de 14 anos de idade, submetido à investigação diagnóstica e tratamento cirúrgico em julho de 2005, de lesão cortical frontal. Resultados: O paciente apresentou-se com quadro de cefaléia frontal à direita pulsátil, moderada a forte intensidade e retardo do desenvolvimento neuromotor. Ao exame apresentava baixo peso e baixa estatura, hipotrofia muscular generalizada e rebaixamento intelectual discreto. O exame de RNM encefálico evidenciou lesão frontal polar à direita, com comprometimento da dura-máter e com reabsorção óssea suprajacente, captação de contraste intensa e regular. A hipótese diagnóstica era de angioma cavernoso e meningeoma atípico, tendo assim, submetido o paciente à craniotomia frontal e exérese completa da lesão. A mesma apresentava-se como uma dilatação venosa com cerca de 1,5 cm de diâmetro, pulsátil, com aferente e eferente identificáveis. O exame de angiografia digital evidenciou-se normal, sem a presença de malformações arteriovenosas. O diagnóstico anatomopatológico foi de aneurisma venoso. Houve melhora da cefaléia após a J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 cirurgia. Conclusões: O diagnóstico de aneurisma venoso encefálico é presuntivo quando associado à malformação arteriovenosa, sendo muito pouco provável em outra situação. O papel da discografia no momento atual Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL Fundação Educacional Serra dos Órgãos da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ) Objetivo: A discografia é um procedimento de investigação diagnóstica realizado há mais de 40 anos, que continua tendo sua importância, apesar do avanço tecnológico nos diagnósticos por imagens. A ressonância magnética, com todos os seus recursos, não é, em muitas situações, capaz de permitir uma conclusão diagnóstica precisa e uma terapêutica eficaz. O objetivo deste trabalho é de atualizar as indicações, técnicas e interpretações deste método diagnóstico. Resultados: Oitenta e quatro pacientes foram submetidos à discografia provocativa, em total de 190 discos estudados, no período de 2000 a 2004, sendo 48 mulheres e 36 homens. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo com avaliação dos prontuários e arquivo de imagens digitais com as indicações do método utilizado com follow up de oito meses a quatro anos. Conclusão: A discografia é um método diagnóstico complementar ao raio-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, e mielografia, podendo trazer informações valiosas no diagnóstico e nas indicações terapêuticas. Espondilodiscite por Candida parapsilosis Valiengo LCL, Sawada JR, Petitto CE, Fontes RBV, Taricco, MA Liga de Neurocirurgia e Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São raras as espondilodiscites fúngicas decorrentes de espécies do gênero Candida, sendo que até 2004 foram descritos menos de 75 casos. Relato de caso: Homem, 42 anos, com história de etilismo por 35 anos, foi admitido com quadro de dor em quadril com irradiação para membros inferiores e fraqueza dos mesmos nos últimos três meses. Os achados do exame físico foram: atrofia muscular em região glútea, dor à mobilização da articulação coxo-femoral, lombalgia em níveis L4 e L5 e força muscular grau II de parte distal de membros inferiores. O paciente foi internado e introduziu-se empiracamente clindamicina e ciprofloxacina por suspeita de espondilodiscite, confirmada por meio do exame de ressonância magnética (RM). Após duas semanas, o paciente começou a apresentar quadro de dor à inspiração. A radiografia e a tomografia de tórax mostraram quadro difuso multinodular em pulmão, sugestivo de infecção fúngica ou tuberculose de apresentação atípica. A biópsia demonstrou granuloma com necrose central e a cultura Candida albicans. Após um mês de antibioticoterapia houve melhora da dor em quadril e membros inferiores, porém, sem melhora radiológica. Foi então realizada punção aspirativa da massa lombar com cultura positiva para Candida parapsilosis. Introduzindo-se anfotericina B. Cinco meses após uso contínuo desta droga houve melhora radiológica pulmonar e da coluna lombar, com remissão dos sintomas. Discussão: O uso abusivo de álcool constitui fator de risco para o desenvolvimento de espondilodiscite, por espécies do gênero Candida, visto que teoricamente predispõem à ocorrência de infecções 141 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO sistêmicas por organismos normalmente de baixa virulência. Conclusão: A espondilodiscite causada por Candida é um evento raro, mas deve ser suspeitada em pacientes com algum tipo de imunossupressão, como o etilismo grave. A influência da hiperglicemia e da hipertensão no prognóstico neurológico de pacientes com hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo Vasconcellos LP, Veiga JCE, Castro JAF, Mattar BN Disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (SP) Objetivo: O hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo desencadeia resposta metabólica estressante com hiperglicemia e hipertensão, que por sua vez tem relação inversa com o prognóstico neurológico. Para melhor examinar a relação entre a hiperglicemia e a hipertensão com o prognóstico neurológico após tais lesões encefálicas, estudamos a evolução clínica de 100 pacientes com hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo submetidos a tratamento cirúrgico pela Disciplina de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo, entre janeiro de 2000 a dezembro de 2004. Método: Retrospectivamente estudamos os prontuários de 100 pacientes tratados cirurgicamente para drenagem de hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo para determinar a relação entre os níveis glicêmicos e pressóricos com o prognóstico neurológico, dividindo os pacientes em um grupo de evolução favorável (escala de prognóstico neurológico 4 e 5) e outro desfavorável (escala de prognóstico neurológico 1, 2 e 3). Resultados: Os pacientes com evolução neurológica desfavorável apresentaram níveis significativamente maiores de glicemia e de pressão arterial, tanto na admissão quanto na evolução pós-operatória. Os pacientes com prognóstico neurológico favorável são significativamente mais jovens, admitidos com a escala de coma de Glasgow significativamente maior e em média acima de 12 e possuem um período de internação maior. Conclusão: A hiperglicemia e a hipertensão são componentes freqüentes das lesões neurológicas, são indicadores significativos de gravidade e confiáveis para a avaliação do prognóstico neurológico. Fístula liquórica nasal espontânea – tratamento combinado com correção endoscópica transnasal e derivação lombo-peritoneal Vellutini EAS, Gomes MQT, Stamm A, Baraúna I, Lúcio JEDC Grupo DFVneuro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo (SP) Objetivos: Fístula liquórica nasal espontânea é uma patologia pouco freqüente, mais comum em mulheres obesas, em torno dos 50 anos de idade. É relatado alto índice de recorrência, após o tratamento, quando comparada às fístulas pós-traumáticas. Demonstramos nossa experiência no tratamento da fístula liquórica nasal espontânea usando a combinação da correção endoscópica transnasal e derivação lomboperitoneal. Métodos: Análise prospectiva de 15 pacientes com diagnóstico de fístula liquórica nasal espontânea tratados nos últimos oito 142 anos. Na correção endoscópica foi usado retalho de fáscia lata e/ou mucoperiósteo associado com cola de fibrina. Fluoresceína 5% diluída em água destilada era usada para melhor visualização da fístula. As derivações lombo-peritoneais eram realizadas com sistema valvulado Integra® , exceto em dois pacientes. Resultados: A idade média foi 51 anos; 14 eram mulheres e um homem. A localização da fístula foi lâmina cribiforme: sete (46%), fóvea etmoidal: dois (13,3%), esfenóide central (clivus): quatro (26%) e esfenóide lateral: dois (13,3%). Oito lesões eram à direita, três à esquerda e autro centrais. A correção endoscópica e derivação no mesmo tempo cirúrgico foram realizadas em dez pacientes. Em três pacientes, idade acima de 65 anos, não foi realizada a derivação devido ao risco do procedimento nesta faixa etária. Duas mulheres tinham recorrência da fístula após derivação, realizada seis a três anos anteriormente. Nestas pacientes, após a avaliação do funcionamento do sistema, realizou-se apenas a correção endoscópica. As complicações pós-operatórias foram cefaléia (4), dor abdominal (2) e dor radicular (1). Um paciente tratou meningite. Houve necessidade de revisão de um sistema de derivação sem válvula por deslocamento do cateter. Não houve recorrência da fístula. Conclusões: A associação da correção endoscópica transnasal com derivação lombo-peritoneal foi uma alternativa de tratamento eficaz e de baixa morbidade no tratamento dos pacientes com diagnóstico de fístula liquórica nasal espontânea. Tratamento cirúrgico do neurinoma de acústico Vellutini EAS, Pahl FH, Gomes MQT, Cardoso ACC, Lúcio JEDC, Brock RS Grupo DFVneuro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo. Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo (SP) Objetivos: Os avanços no tratamento dos neurinomas de acústico reduziram os índices de morbidade e mortalidade pós-operatória. A preservação da função do nervo facial é um aspecto essencial no tratamento cirúrgico dos neurinomas de acústico. Avaliar a eficácia do tratamento cirúrgico (ressecção, preservação da função do facial e complicações) é o objetivo deste trabalho. Métodos: Análise retrospectiva de 82 pacientes com diagnóstico de neurinoma de acústico, submetidos ao tratamento cirúrgico, no período de fevereiro de 2000 a agosto de 2005. Avaliou-se a via de acesso cirúrgico, a presença de monitorização eletrofisiológica do nervo facial no intra-operatório, complicações e morbidade pós-operatória e evolução. Usou-se a escala de House-Brackmann para avaliação da função do nervo facial no pósoperatório e seguimento. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 45 anos. Predominaram os pacientes do sexo feminino com 52,5%, e 47,5% do sexo masculino. A via de acesso cirúrgica para a ressecção do tumor foi por craniotomia retromastóidea em 89% dos pacientes e por via translabiríntica em 11%, com auxílio de cirurgião otorrinolaringológico. A monitorização eletrofisiológica do nervo facial foi realizada em 72% dos pacientes. Houve ressecção macroscópica total do tumor em todos os pacientes. O índice de complicações pós-operatórias foi pequeno. No seguimento pós-operatório, a função do nervo facial foi preservada em mais de 90% dos pacientes. Conclusões: O uso de técnicas microcirúrgicas associada à monitorização eletrofisiológica do nervo facial mostrou-se eficaz e de baixa morbidade para tratamento cirúrgico do neurinoma de acústico. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA 2005 – CAMPOS DO JORDÃO Detecção da expressão de PDGFR em tumores astrocíticos Acesso extremo lateral no tratamento cirúrgico da hérnia de disco foraminal Viola F, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Ribeiro MC, Paglioli-Neto E, de Morais AG Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação em Patologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS) Yunes RM, Onishi FJ, Adorno JOA Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo Objetivos: Determinar, através da técnica de imuno-histoquímica, a expressão da proteína PDGFR α e β em tumores astrocíticos. Materiais e métodos: Foram analisados 130 casos de tumores astrocíticos: 57 astrocitomas de baixo grau de malignidade, 13 astrocitomas anaplásicos e 60 glioblastomas. Os casos foram submetidos à técnica de imuno-histoquímica pelo método strepto-avidina biotina peroxidase e os anticorpos primários, anti-PDGFR α e β, utilizados na diluição de 1:200. Os casos foram classificados como positivos ou negativos por dois observadores. Resultados: Entre os astrocitomas de baixo grau, 14% tiveram expressão de PDGFR α em células neoplásicas e 1, 57% em vasos e a expressão de PDGFR β foi de 22, 8% em células e de 36, 8%. em vasos. Nos astrocitomas anaplásicos, PDGFR α foi positivo, nas células tumorais em 23% dos casos e o receptor β positivo em vasos em 61, 5% dos casos. Nos glioblastomas, o PDGFR α foi positivo em células em 15% e em vasos em 5% e o PDGFR β foi positivo em 50% dos casos nas células e em 65% nos vasos. Conclusões: Os resultados mostram que nos tumores de maior grau de malignidade há uma maior expressão de PDGFR β em vasos tumorais, mostrando a extensa angiogênese estimulada por este fator de crescimento. A presença do mesmo nas neoplasias de baixo grau de malignidade poderá representar uma possível evolução desses tumores para graus mais avançados de malignidade. Objetivos: Demonstração da técnica do acesso extremo lateral (lateral a articulação facetária) para o tratamento cirúrgico da hérnia de disco foraminal, mantendo-se a integridade e a estabilidade das estruturas ósseas que compõem o forame intervertebral. Métodos: Dissecação cadavérica do acesso extremo lateral de cinco peças anatômicas, bilateralmente, para abordagem do forame intervertebral lombar. Inicia-se a dissecação romba entre os músculos quadrado lombar e iliocostal até os processos transversos superior e inferior do forame em questão. Prossegue-se com a microdissecação identificando-se a faceta inferior, tendo como referência óssea o processo transverso inferior. Mantendo-se a dissecação posteriormente ao ligamento intertransverso, identifica-se o disco intervertebral na porção inferior do forame e o gânglio espinhal dorsal na porção súpero-anterior, estando o mesmo protegido pelo ligamento intertransverso. Resultados: Descrição microcirúrgica da técnica do acesso extremo lateral ao forame intervertebral lombar, preservando-se a articulação zigo-apofisária com ampla abordagem e exposição do disco intervertebral. Conclusões: Trata-se de uma técnica simples ao forame intervertebral lombar com fácil acesso intermuscular, que preserva a estabilidade e a integridade articular da coluna, no tratamento das hérnias discais foraminais. Hemisferectomia funcional no tratamento de crises convulsivas refratárias em portadores de hemimegalencefalia: relato de dois casos Procedimentos percutaneos para a coluna Zaban J, Macedo M, Campos R, Lima B Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF) Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL Fundação Educacional Serra dos Órgãos da Faculdade de Medicina de Teresópolis (RJ) Material e método: Resumo e avaliação de dois casos tratados em nosso serviço. Caso 1: LAO, sexo masculino, 15 meses, apresentava crises convulsivas que se iniciavam na mão direita e progrediam para crises tônico-clônicas. Fez uso de várias áárias medicações sem melhora do quadro. TC de crânio: âânio: lesões es em hemisf hemisfério esquerdo compatíveis com megalencefalia (lisencefalia, paquigiria). Submetido à hemisferectomia esquerda funcional evoluindo com melhora importante na freq freqüência de crises embora ainda apresente crises parciais em dimídio direito. Atualmente, faz uso regular de ácido valpróico e clonazepam. Caso 2: PFAL, sexo masculino, dois meses, apresentando crises convulsivas de dif difícil controle desde o nascimento, com freq freqüência maior a 20 crises por dia. Exame ffísico: várias á árias máculas hipocrômicas em face e tronco. RNM de crânio âânio apresentava, além da hemimegalencefalia esquerda, sinais sugestivos de esclerose tuberosa. Hemisferectomia esquerda em 3 de março de 2005. Ainda em uso de fenobarbital, não vem apresentando crises, deambula com apoio, vocaliza poucas palavras, hemiparesia direita. Discussão: Nos dois casos relatados houve melhora sensível vel na freq freqüência das crises convulsivas, sendo mais bem evidente na criança operada aos dois meses de idade que naquela operada com mais de um ano de vida. A hemisferectomia funcional promove bom controle das convulsões, apesar de persistirem alterações eletroencefalográficas do lado malformado. Conclusão: A realização precoce da hemisferectomia promove resultados ótimos no controle das crises convulsivas, gerando menor deterioração neurológica ao longo dos anos e proporcionando melhor qualidade de vida para a criança. Objetivo: Os procedimentos minimamente invasivos devem fazer parte do arsenal do neurocirurgião. Estes podem ser utilizados com finalidade diagnóstica ou terapêutica. Múltiplas patologias podem se abordadas como as dores discogênicas, facetarias e radiculares, tumores ósseos, fraturas osteoporóticas, infecção e instabilidade seguimentar. Várias técnicas são utilizadas com propósitos bem definidos e otimização do uso do intensificador de imagens: nucleoplastia, IDET, bloqueios facetarios e radiculares, denervação facetarias por radiofreqüência, biopsias por agulha em tumores e suspeitas de infecção, vertebroplastias e fixação pedicular percutanea. Resultados: Cento e quatro pacientes foram tratados ou investigados por via percutânea em diversas patologias da coluna, no período de 2000 a 2004, com idade entre 28 e 86 anos, sendo 54 mulheres e 50 homens. Matérias e Métodos: Estudo retrospectivo com avaliação de prontuários e arquivo de exames de imagens digitais com as indicações terapêuticas, técnicas utilizadas e resultados com follow up de oito meses a quatro anos. Conclusão: Os procedimentos percutaneos podem ser utilizados de forma diagnosticas ou terapêutica, otimizando e minimizando o tratamento de diversas patologias da coluna. J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005 143 EVENTOS CIENTÍFICOS 59th Annual Meeting – Congress of Neurological Surgeons 08/10 – 13/10/2005 Convention Center Boston, EUA End. eletrônico: [email protected] 7° Simbidor – Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor 19.10 – 22.10.2005 Centro de Convenções Rebouças São Paulo, SP Fone: (0xx) 11 3284-1787 / Fax: (0xx) 11 3284-1678 End. eletrônico: www.simbidor.com.br VI Congresso da Sociedade Pernambucana de Neurocirurgia IV Encontro de Enfermagem em Neurocirurgia de Pernambuco 12/11 – 15/11/2005 Best Western Manibu Recife Recife, PE Tel: (0xx) 81 3423-1300 End. eletrônico: [email protected] XLVIII Congresso Anual da Sociedade de Neurocirurgia do Chile 23.11 – 26.11.2005 Viña del Mar, Chile End. eletrônico: www.sonepsyn.cl AANS/CNS Section on Pediatric Neurological Surgery 34th Annual Meeting 29.11 – 02.12.2005 The Omni Orlando Resort at ChampionsGate, just South of Walt Disney World Orlando, Flórida, EUA North American Skull Base Society – 17th Annual Meeting 16/02 – 19/02/2006 Phoenix, Arizona, EUA End. eletrônico: www.nasbs.org AANS / CNS Cerebrovascular Section and American Society of Interventional& Therapeutic Neuroradiology – 20th Annual Meeting 17/02 – 20/02/2006 Caribe Royale All Suites Resort Orlando, Florida, EUA End. eletrônico: www.aans.org AANS / CNS Section on Disorders of the Spine and Peripheral Nerves – 22nd Annual Meeting 15/03 – 18/03/2006 Wyndham Palace Resort & Spa Orlando, Florida, EUA End. eletrônico: www.aans.org Simpósio Internacional de Doenças Cérebro-Vasculares Sociedade de Neurocirurgia do Cone Sul 17/03 – 18/03/2006 Hospital Mãe de Deus Porto Alegre, RS End. eletrônico: [email protected] II SONESP – Encontro de Neurocirurgiões Jovens do Estado de São Paulo 24.03 – 26.03.2006 Hospital Alemão Oswaldo Cruz São Paulo, SP Fone: (0xx) 11 3812-4845 / Fax: (0xx) 11 3813-8136 End. eletrônico: [email protected] Latin American Course in Pediatric Neurosurgery 27/03 – 31/03/2006 Portobello Hotel & Resort Mangaratiba, RJ End. eletrônico: fsalomã[email protected] [email protected] Eventos científicos American Association of Neurological Surgeons – 74th Annual Meeting 22/04 – 27/04/2006 San Francisco Convention Center San Francisco, California, EUA End. eletrônico: www.aans.org I Encontro Internacional de Educação Continuada da SONESP 28.04 – 30.04.2006 Hospital Sírio Libanês São Paulo, SP End. eletrônico: www.sonesp.com.br IV Congreso Centroamericano de Neurocirugia Curso de Educação Continuada da WFNS 7/5 – 13/05/2006 Centro de Convenciones Casa Santo Domingo Antigua, Guatemala Tel. (00xx) (502) 22540930 / 55092504 End. eletrônico: [email protected] [email protected] IX Congresso da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro 01.06 – 04.06.2006 Rio Othon Palace Hotel Rio de Janeiro, RJ Fone/Fax: (0xx) 21 22356967 End. eletrônico: www.sncrj.com.br Atualização no Diagnóstico e tratamento das Lesões Cirúrgicas do Plexo Braquial 13.07 – 15.07.2006 Hotel Renaissance São Paulo, SP Fone: (0xx) 11 5904-3643 End. eletrônico: [email protected] 1° Simposio Latinoamericano de Neuroendoscopia 06/09 – 08/09/2006 Varadero, Cuba End. Eletrônico: www.neurocirugia.sld.cu [email protected] [email protected] XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia 14/09 – 19/09/2006 Centro de Convenções Centro Sul, Florianópolis, SC Tel. (0xx) 47 3261313 / Fax: (0xx) 47 3264159 End. eletrônico: [email protected] 56th Annual Meeting – Congress of Neurological Surgeons 07/10 – 12/10/2006 Convention Center Chicago, Illinois, EUA End. eletrônico: [email protected] XXXII Congresso Latino-Americano de Neurocirurgia 21.10 – 26.10.2006 Sheraton Buenos Aires Hotel – Centro de Convenções Buenos Aires, Argentina Fone: (00xx) 54 11 4382-5772 / Fax: (00xx) 54 11 4382-5730 End. eletrônico: www.clan2006.com.ar [email protected] XII Congresso da Academia Brasileira de Neurocirurgia 14.11 – 18.11.2007 Brasília, DF End. eletrônico: www.abnc.org.br www.novaa.com.br J Bras Neurocirurg 16(3),144, 2005