texto completo do fascículo - Academia Brasileira de Neurocirurgia

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ISSN 0103-5118
Brazilian Journal of Neurosurgery
Órgão Oficial da
Academia Brasileira de Neurocirurgia
Volume 16
Número 3
Setembro/Dezembro de 2005
EDITOR
Ápio Cláudio Martins Antunes
Porto Alegre / RS
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Curitiba / PR
Paulo Henrique Iris de Aguiar
São Paulo / SP
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( o Paulo / SP)
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Recife / PE)
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Porto Alegre / RS)
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o Paulo / SP)
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Goi nia / GO)
Goiâ
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São Paulo / SP)
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Rio de Janeiro / RJ)
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(Tubing
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Evandro Pinto da Luz Oliveira – São Paulo
Feliciano Pinto – Rio de Janeiro
Flávio Belmino Barbosa Evangelista – Fortaleza
Gervásio Brito de Mello Filho – Belém
Hildo Rocha Cirne de Azevedo Filho – Recife
Hélio Ferreira Lopes – Rio de Janeiro
João Mairton Pereira de Lucena – Fortaleza
Luiz Fernando Pinheiro Franco – São Paulo
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Expediente
J Bras Neurocirurg 15(3), 2004
ÍNDICE
Índice
APRESENTAÇÕES EM PÔSTERES
Tratamento cirúrgico de cisto aracnóide extradural tóraco-lombar –
relato de caso e revisão da literatura ............................................................................................................... 93
Adorno JOA, Yunes RM, Paiva Neto MA, Onishi FJ
Abordagem pterional unilateral para aneurismas da circulação anterior bilaterais ................................. 93
Aguiar LR, Lobão CAF, Carrer ACC, Dalmaso-Neto C, Ferreira IM, Silva JMJD
Indicações da descompressão cirúrgica no tratamento de isquemia cerebral
no território da artéria cerebral média ........................................................................................................... 93
Aguiar
guiar PHP, Fontes RBV, Simm R, Montenegro MC, Petitto CE, Roz L, Mattei TA
Meningiomas atípicos e anaplásicos: correlação com variáveis fenotípicas, radiológicas,
cirúrgicas e de prognóstico ............................................................................................................................... 94
Aguiar PHP, Santana PA, Petitto CE, Marie SKN
Tratamento das malformações arteriovenosas na urgência.......................................................................... 94
Aguiar PH, Valiengo LCL, Da Roz LM, Petitto CE, Caldas JG, Simm R, Maldaum M, Fontes RBV
Utilização de Doppler transcraniano contínuo na urgência – relato de caso –
cirurgia de aneurisma gigante ......................................................................................................................... 94
Aguiar PH, Petitto CE, Valiengo LCL, Ziorelli C, Hischer R, Fontes RBV
Malformação de Dandy-Walker e siringomielia: relato de caso................................................................... 95
Albuquerque RO, Fonseca AAB, Zymberg ST, Cavalheiro S
Análise da sobrevida de pacientes com glioblastomas multiformes operados e apenas biopsiados .......... 95
Almeida JJRW, Clara CA, Atique SC
Mapeamento cortical intra-operatório em cirurgia para ressecção de lesões
cerebrais adjacentes a áreas eloqüentes .......................................................................................................... 95
Amorim RLOA, Almeida AN, Fonoff ET, Paiva WS, Teixeira MJ
Intracerebral bullet embolism: a rare cause of ischemic stroke ................................................................... 96
Andrade AF, Amorim RLO, Paiva WS, Almeida NA, Marino Jr R
Aneurisma gigante parcialmente trombosado da artéria vertebral submetido
ao tratamento combinado endovascular e cirúrgico...................................................................................... 96
de Andrade GC, Freitas JMM, Phal F
Determinação dos aspectos anatômicos dos aneurismas cerebrais por angiografia
por subtração digital tridimensional para definição da abordagem terapêutica ........................................ 96
de Andrade GC, Freitas JMM
Fístula arteriovenosa dural do seio transverso submetida ao tratamento endovascular
por punção direta através de craniectomia – tratamento combinado ......................................................... 97
de Andrade, GC; Freitas, JMM; Velasco, O.
Síndrome de Klippel-Trenaunay e fístula arteriovenosa dural lombar – tratamento endovascular ........ 97
De Andrade, GC; Freitas, JMM.
Avanços no tratamento dos cistos de aracnóide intracranianos ................................................................... 97
Aquino HB, Britto Filho CA, Nascimento RX, Silva CRA, Britto WL, Tolomelli A, Barros Filho MF, De Araújo JN
Análise do poder discriminatório da perfusão e da espectroscopia de prótons multivoxel
comparadas à ressonância magnética para avaliação de tumores cerebrais............................................... 97
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Araújo N, Martins I, Chiappeta C, Souza CH, Chaves JR,
Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Tavares F, Carneiro GS, Azevedo-Filho H
Lesões brilhantes na difusão: um diagnóstico diferencial sob a forma de ensaio pictorial ....................... 98
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Mendonça R, Mourão ML, Costa I, Silva JL, Lagos G, Serra S,
Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H
Neuroesquistossomose- aspectos neurorradiológicos .................................................................................... 98
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Carvalho AR, Souza B, Lagos G, Costa I, Oliveira Jr. VA,
Moreira AJP, Serra S, Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H, Silva JL
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Vantagem na associação da ressonância magnética por imagem as técnicas da perfusão
e espectroscopia de prótons no diagnóstico das neoplasias cerebrais primárias ........................................ 98
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Tavares F, Araújo N, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, S
erra S, Carneiro GS, Brandão R, Chaves JR, Azevedo-Filho H
Avaliação da eficácia do tratamento microcirúrgico de 45 casos de cistos meníngeos
intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov) ................................................................................................... 98
Arantes A, Maitrot D, Gusmão S, Machado GM, Silveira RL
Demência pós-radioterapia, confusão com infiltração tumoral – relato de caso ........................................ 99
Atique SC, Almeida Jr W, Clara CA
Granuloma intraorbitário por sarcoidose – relato de caso ........................................................................... 99
Atique SC, Almeida JR, Clara CA, Demarchi LMMF
Malformação arteriovenosa cerebral angiograficamente oculta em criança – relato de caso ................... 99
Azevedo-Filho H, Brainer-Lima PT, Bozzetto-Ambrosi P, Magalhães N, Faquini I, Silva JL,
Mendes JA, Chaves J
Teratoma de fossa posterior: relato de caso e revisão de literatura ........................................................... 100
Azevedo-Filho H, Tavares F, Bozzetto-Ambrosi P, Agra T, Aragão MFV, Cartaxo G, Silva JL, Costa e Silva I,
Leão C, Griz F, Serra S, Brandão R, Tenório J, Lobo B, Lopes E
Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo – a importância
da escala de Glasgow na admissão ................................................................................................................ 100
Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV
Traumatismo craniencefálico por projétil de arma de fogo –
necessidade da retirada de fragmentos ......................................................................................................... 100
Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT, Magalhães N, Faquini IV
Intra-operative electric stimulation and deep field recording of hypothalamic
hamartoma and its changes in epileptiform activity on scalp EEG ........................................................... 100
Ballester G, Fonoff ET, Almeida A, Teixeira MJ, Marino Jr R
Derivação ventrículo-peritoneal vídeo-assistida .......................................................................................... 101
Barros CEM, Siqueira CMP, Newton J, Tinoco LA, Santos IP, Ávila, CA
Hemangioma vertebral em criança diagnosticado secundário compressão medular
– relato de caso ................................................................................................................................................ 101
Bassi TG, Santos PA, Stringetti FG, Pinto F, Fernanades BY
Hernia toracica T8-T9 em paciente jovem ................................................................................................... 101
Bassi TG, Lira AMP, Netto HLD, De Pieri JCB, FernandesYF
Teste de sensibilidade ao contraste de luminância em paciente em pós-operatório de
micro-neurocirurgia vascular intracraniana de aneurisma cerebral roto do sistema
carotídeo localizado na artéria comunicante anterior com acuidade visual normal
avaliada pela tabela de Snellen ...................................................................................................................... 101
Bastos AB, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, MelloFilho GB, Côrtes MIT, Rodrigues AR,
Castro AJO, Silveira LCL
Abordagem supra-superciliar subfrontal para abordagem dos aneurismas
do sistema carotídeo: vantagens e desvantagens da técnica........................................................................ 102
Bastos AM, Bastos AM, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Doenças priônicas: suas causas, bases moleculares e riscos neurocirúrgicos ............................................ 102
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Intercorrências neurocirúrgicas da lagoquilascaríase................................................................................. 102
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB, Neto HF, Leão RNQ
Uso de anticonvulsivantes durante a gestação em pacientes neurocirurgicas........................................... 103
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Prevalência dos distúrbios do sódio em pacientes com traumatismo cranioencefálico
atendidos em um pronto socorro brasileiro referência em neurotrauma .................................................. 103
Bezerra DAF, Amorim RLOA, Paiva WS, Andrade AF
Exame clínico neurológico na indicação para tratamento percutâneo
com radiofreqüência intradiscal na dor discogênica lombar ...................................................................... 103
Brainer-Lima PT, Brainer-Lima AM, Azevedo HR
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Avaliação sobre a eficácia do uso de Durasis® como substituto de dura-máter
em pacientes neurocirúrgicos......................................................................................................................... 103
Brock RS, Plese JPP
Nasoangiofibroma juvenil – acesso craniofacial........................................................................................... 104
Brock RS, Gomes MT, Sennes LU
Tratamento cirúrgico de malformação arteriovenosa cerebral guiada por estereotaxia –
relato de caso ................................................................................................................................................... 104
Brock RS, Ciquini Jr O, Amorim RLOA, Paiva WS, Bezerra DAF, Alho E, Fonoff E, Branco LC
Aneurisma intra-selar da carótida interna coexistindo com um adenoma secretor
de GH em um paciente acromegálico ............................................................................................................ 104
Burattini JÁ, Cukiert A, Zach PL, Silva FFA, Saleh A, Nogueira KC, Huayllas MKP, Silva MER,
Jacob RS, Liberman B, Santos PPML, Seda JR LF, Câmara RLB, Lopes LFPG
Efeitos da retirada da octreotida lar em pacientes acromegálicos tratados
por radioterapia primária ou secundária ..................................................................................................... 105
Burattini JA, Cukiert A, Saldanha MDD, Tavares LB, Silva MSN, Michelin SC, Lido ACV,
Nogueira KC, Liberman B, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Lopes LFPG
Tumores orbitários pediátricos – revisão de 23 casos .................................................................................. 105
Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO
Tumores orbitários – revisão de 36 casos ...................................................................................................... 105
Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO
Associação entre aneurisma cerebral e tumor de hipófise .......................................................................... 106
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP
Indicações do uso de stent intracraniano ...................................................................................................... 106
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, da Silva CP, Barbosa MMT
Remodelagem da artéria carótida interna cervical com uso de stent em displasia fibromuscular.......... 106
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão GP, Silva CP, Barbosa MMT
Hiponatremia após cirurgia de adenoma hipofisário .................................................................................. 106
Câmara RLB, Cukiert A, Zach PL, Nogueira KC, Silva MER, Liberman B; Burattini JA,
Santos PPML, Seda Jr LF, Lopes LFPG
Linfoma primário do sistema nervoso central em pacientes imunocompetentes –
diagnóstico diferencial a ser questionado ..................................................................................................... 107
Campos AW, Rodrigues Jr, Nicácio JM, Fernandes SM, Silva MN, Amaral SH, Pereira CAB
Estudo retrospectivo das infecções de sítio neurocirúrgico tratadas com debridamento
no Hospital de Base do Distrito Federal no ano de 2004 ............................................................................. 107
Campos RS, Macedo ML, Machado ALO
Análise de campo visual em pacientes com esclerose mesial temporal submetidos
à lobectomia temporal anterior com neocorticectomia e amigdalo-hipocampectomia ............................ 107
Cardeal DD, Petitto CE, Wen HT
Empiema subdural por Streptococus sanguini – relato de caso .................................................................. 108
Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED Andrade AF, Marino JR R
Hematoma subdural crônico com herniação uncal ..................................................................................... 108
Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED Andrade AF, Marino JR R
Síndrome de Moya-Moya – relato de caso .................................................................................................... 108
Carneiro RCCP, Carneiro JKR, Mont’Alverne FJA, Cristino-F G, Ribeiro EML, Nunes FA,
Vasconcelos FLB, Bastos LC, Neto GA, Ponte KF
Analysis of epidermal growth factor receptor gene expression in astrocytomas ...................................... 109
Carvalho PO, Uno M, Oba-Shinjo SM, Scrideli CA, Carlotti CG, Tone LG, Neder L, Rosemberg S,
Aguiar PH, Miura F, Marie SKN
Angiopatia proliferativa de sistema nervoso central – relato de caso ........................................................ 109
Cavalcante SP, Serra MVFBVF, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF
Avaliação clínico-radiológica dos resultados da cirurgia para Chiari I e siringomielia .......................... 109
Cesare FA, Daniel JW, Haddad L, Silva EU, Veiga JCE
Metástases cerebrais de melanomas .............................................................................................................. 110
Cesare FA, Lancellotti CLP, Müller H, Fonseca ACO, Veiga JCE
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Linfoma anaplásico de células grandes primário do sistema nervoso central – relato de caso ............... 110
Chaddad Neto FEA, Oliveira E, Paschoal EHA, Machado Filho MAS, Lobo B
Aneurisma gigante intracavernoso em paciente com doença renal policística tratado
por via endovascular – relato de caso............................................................................................................ 110
Cristino-Filho G, Mont’Alverne FJA, Ponte KF, Ribeiro EML, Josué CEP, Timbó JP, Costa EA,
Nunes FA, Vasconcelos FLB, Filho JPA, Carvalho ACSC, Carvalho LT, Pinto PVB
Laminectomia descompresiva em paciente portador de cefaléia occipital secundária
à síndrome de Arnold-Chiari – relato de caso ...............................................................................................111
Cristino FG, Ribeiro EML, Carvalho ACSC, Josué CEP, Vasconcelos FLB, Costa EC, Nunes FA,
Ponte KF, Vieira JP, Timbó JPO, Filho JPA, Carvalho LT, Pinto PVB
Estereotaxia guiada por imagem nas lesões do sistema nervoso central: existe vantagem? .....................111
Crusius PS, Seibert CA, Mallmann AB, Forcelini CM, Carazzo CA, Crusius CU, Goellner E, Ragnini J, Crusius MU
Laminectomia e fixação posterior com parafusos pediculares no tratamento
cirúrgico da espondilolistese lombar .............................................................................................................. 111
Delgado R, Pena M
Tratamento cirúrgico da estenose de canal lombar por descompressão e fixação pedicular –
análise de dois anos de evolução .................................................................................................................... 112
Delgado R, Pena M
Cistos de aracnóide hemorrágicos ................................................................................................................. 112
Dias LAA, Junior LAA, Pereira CU, Donatto EE, Tanaka K, Aragão PAC, Bastos CRF, Dezena RA
Ossificação do ligamento amarelo como causa de mielopatia torácica – relato de caso ........................... 112
Dias MRP, Guirado VMP, Taricco MA, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Reporte del primer caso de neurocitoma central en Costa Rica ................................................................ 113
Escoe K, Contreras C, Palavicini V, Badilla J
Estimulação e lesão dos núcleos subtalâmicos para controle de crises epilépticas
induzidas por pilocarpina em ratos ............................................................................................................... 113
Ewerton FIS, Ballester G, Fonoff ET, Teixeira MJ
Estimulação da medula espinhal para o tratamento da dor neuropática crônica .................................... 113
Fagundes-Pereyra WJ, Dantas S, Veys B, Buisset N, Blond S
Paracoccidioidomicose no sistema nervoso central– análise de 13 casos
com pesquisa do antígeno gp43 por imunofluorescência ............................................................................. 113
Fagundes-Pereyra WJ, Carvalho GTC, Sousa AA, Góes AM, Silva FCL
Duroplastia em ‘C’ para descompressão hemisférica homogênea ............................................................. 114
Faleiro LC, Gusmão SN, Faleiro RM, Pimenta NJ, Esmeraldo AC, Cordeiro AF, Maciel CJ, Pereira LC, Vale EF
Infecções otorrinológicas e complicações neurocirúrgicas .......................................................................... 114
Fantini PR, Fantini FGMM, Pessuto J, Caggini MCR
Síndrome do canal de Guyon ......................................................................................................................... 114
Fantini PR, Fantini FGMM, Antônio LGM
Hematoma subdural espinal: relato de caso. ................................................................................................ 114
Fobe JL, Vituzzo R, Lopes LF, Christofolli D, Issamu E, Fobe LPO
Processo inflamatório grave de odontóide simulando tumor na artrite reumatóide – relato de caso ..... 115
Fobe L, Lopes LF, Christofolli D, Vituzzo R, Issamu E, Fobe JL
Sensorimotor cortex stimulation induces antinociception in normal rats ................................................. 115
Fonoff ET, Dale CS, Pagano RL, Giorgi R, Ballester G, Teixeira MJ
T
Terceiro
ventriculostomia estereotáxica computacional com cateter para tratamento
de hidrocefalia obstrutiva associada a tumor diencefálico – relato de caso .............................................. 115
Fonoff ET, Amorim RLOA, Paiva WS, Teixeira MJ
Doença de Scheuermann – relato de caso e revisão da literatura .............................................................. 116
Galles, MHL; Rodrigues, Jr. JC; Almeida, CE; Nicácio, JM; Souza, D; Campos, MF; Pereira, CAB
Gliomas de baixo grau – seguimento de 18 casos operados nos últimos quatro anos .............................. 116
Gentil AF, Marie SKN, Aguiar PHP
Localizações incomuns do neurocitoma central – revisão da literatura e relato de dois casos................ 116
Gomes FL, da Silva LRF, Cavalheiro S, Zymberg ST
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Neuroendoscopia no tratamento adjuvante dos tumores intraventriculares ............................................ 116
Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Silva LRF, Malheiros SF, Cavalheiro S, Zymberg ST
Paraganglioma da região para-selar – relato de caso e revisão da literatura ........................................... 117
Guimarães Filho FAV, Melo JGSP, Melo PMP, Guimarães MD, Stávale JN, Braga FM
Displasia fibrosa de crânio em linha média – relato de caso e revisão de literatura................................. 117
Guimarães MD, Loduca RDS, Gomes FL, Onishi FJ, Cavalheiro S
Meningioma em placa da asa esfenoidal – análise retrospectiva de 12 casos ............................................ 117
Guimarães MD, Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Paiva Neto MA, Tella Jr OI
Tumor epidermóide acometendo região órbito-pterional direita ............................................................... 117
Guimarães MD, Gomes FL, Onishi FJ, Yunes RM, Paiva Neto MA, Tella Jr OI
Angioma cavernoso da medula espinhal ....................................................................................................... 118
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Cisto de Tarlov – diagnóstico e conduta em seis casos................................................................................. 118
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Hematoma subdural agudo espinhal – relato de caso ................................................................................. 118
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Infecção espinhal – proposta de um protocolo de condutas ........................................................................ 118
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Tuberculoma espinhal intradural extramedular – relato de caso .............................................................. 119
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Esquistossomose mansônica cerebral ............................................................................................................ 119
Haikel Jr LF, Almeida CE, Romero FR, Galles MHL, Roca GR, Listik S, Pereira CAB
Avaliação de 128 casos de descompressões do nervo tibial posterior
por acesso supra-aponeurótico infra-abdutor do hálux .............................................................................. 120
Hass A, Thomé Jr BS, Sousa Jr JC, Ferreira EDZ, Aboud DAF, Souza PT, Azevedo TS, Silva Jr JA,
Guimarães RS, Cutrim ES, Oliveira GS, Almeida IM, Testi ALC
Hemangiopericitoma gigante da coluna lombar – relato de caso e revisão da literatura ........................ 120
Hortense PG, Frederique U
Abscesso de tronco encefálico: relato de caso clínico e revisão de literatura ............................................ 120
Júnior MNH, Pereira EL, Ribeiro DEC, Mello GSM, Rodrigues DCH
Desempenho de uma população de idosos de Brasília com doença de Alzheimer
na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed ......................................................... 120
Kawano MDA, Bertolucci PHF
Malformação de Chiari tipo 1 – manejo clinico e cirúrgico........................................................................ 121
Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL
Neurocisticercose intraespinhal sintomática – tratamento com albendazol.............................................. 121
Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP, Xavier MFF, Cabral Jr JL
Discectomia lombar percutânea – avaliação inicial do procedimento
em 12 pacientes com hernia discal lombar ................................................................................................... 121
Lacerda CM, Schettini JF, Rossetti AG, Mangieri PA, Urbanetto LA
Exérese endoscópica transaquedutal de cisticerco de quarto ventrículo ................................................... 122
Leite dos Santos AR, Toita MH, Figueira FA, Farhat Neto J, Reis da Silva PR, Veiga JCE
Alterações eletrocardiográficas em pacientes com trm cervical ................................................................. 122
Lima MA, Pereira CU, Santos PCF, Sousa ACS, Santos EAS
Relato de caso de aneurisma de seguimento A2 único porção proximal ................................................... 122
Lira AMP, Graciato FS, Bassi TG, Pinto F, Haddad AC, Figueredo JA
Uso de implantes metálicos em neurocirurgia.............................................................................................. 123
Lira AMP, De Pieri JCB, Souza Filho AM, Bassi TG, Prado VR, Rached JH
Aneurisma de veia de galeno em adulto – relato de caso ............................................................................ 123
Lobão CAF, Marques RM, Sassaki VS
Astrocitomas pilocítico anaplásicos ............................................................................................................... 123
Loduca RDS, Guimarães MD, Malheiros SF, Stávale JN, Ribas GC, Ferraz FP, Tella Jr OI
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Hemorragia ventricular perinatal associada à malformação vascular
do septo pelúcido – relato de caso .................................................................................................................. 123
Loduca RDS, Onishi FJ, Guimarães Filho FAV, Silva LRF, Zymberg ST, Cavalheiro S
Tratamento endoscópico do cisto colóide do III ventrículo ........................................................................ 123
Loduca RDS, Guimarães Filho FAV, Silva LF, Gomes FL, Cavalheiro SC, Zymberg ST
Implante de eletrodos subdurais para registro neurofisiológico invasivo em
pacientes com epilepsia refratária – princípios técnicos ............................................................................. 124
Lopes LFPG, Cukiert A, Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara RLB, Baldauf CM,
Baldochi MA, Forster CR, Baise-Zung C, Mello VA
Lesões raquimedulares associadas a traumatismo craniencefálico grave ou moderado ......................... 124
Lourenço LJO, Andrade AF
Uso de prótese intersomática de poli-eter-eter-cetona (Solis®) nas discectomias
cervicais anteriores ......................................................................................................................................... 124
Lúcio JEDC, Cardeal DD, Taricco MA
Quimioterapia pré-operatória no tratamento dos carcinomas de plexo coróide ...................................... 125
Macedo ML, Campos RS, Carneiro JZ, Caixeta TH, Machado ALO, Lopes PMAA, Lima BO
Neuroendoscopia – neurocirurgia endoscópica ............................................................................................ 125
Maddalozzo LO, Maddalozzo LE, Teixeira M, Fontoura J, Morais RL
Hematoma epidural agudo toracolombar espontâneo – relato de caso ..................................................... 125
Marques EL, Marques NMH, Braga JV, Carlos DL
Tratamento cirúrgico de tumores mesenquimais na coluna vertebral ...................................................... 125
Masini M, Paiva WS, Amorim RLOA
Hérnias discais................................................................................................................................................. 125
Mello Filho GB, Bastos AM
Mixoma cerebral: relato de um caso ............................................................................................................. 126
Mello Filho GB
Tumor gigante da coluna ................................................................................................................................ 126
Mello Filho GB, Bastos AM
Fratura de côndilo occipital ........................................................................................................................... 126
Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP
Importância da ressonância magnética dinâmcia na mielopatia cervical
espondilótica – relato de caso ......................................................................................................................... 126
Melo LRS, Taricco MA, Pena Dias MR, Pimenta Araújo MM, Meluzzi A, Guirado VMP
Pacientes portadores de siringomielia submetidos a tratamento cirúrgico ............................................... 126
Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP
Cavernoma gigante supratentorial – relato de caso e revisão da literatura .............................................. 127
Melo PMP, Melo JGSP, Oliveira PET, Guimarães FV, Suriano IC
Hematoma intratumoral em meningioma de convexidade – relato de caso
e revisão da literatura ..................................................................................................................................... 127
Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Oliveira PET, Lanzoni OP
Hematoma subdural agudo da fossa posterior – relato de caso e revisão da literatura ........................... 127
Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Guimarães FV, Lanzoni OP, Oliveira PET
Anatomia microcirúrgica do osso temporal ................................................................................................. 127
Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE
Dissecação da substância branca encefálica ................................................................................................. 127
Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE
Alterações neuropsicológicas nos pacientes portadores de meningiomas intracranianos .......................128
Miotto EC, Aguiar PH
Meningiomas da base do crânio – indicações do tratamento com radiocirurgia estereotáxica .............. 128
Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS
Tratamento dos gliomas GII (low-grade), sintomáticos, não-cirúrgicos,
com radioterapia estereotáxica e radiocirurgia ........................................................................................... 128
Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Extensa disseminação leptomeníngea de astrocitoma pilocítico em criança de seis anos
– relato de caso e revisão da literatura .......................................................................................................... 128
Muoio VMF, Pinto FCG, Rosemberg S, Plese JPP, Matushita H
Análise imuno-histoquímica da expressão do receptor de TGF-β e do CD 34
em oligo-dendrogliomas.................................................................................................................................. 129
Netto GC, Barbosa-Coutinho LM, Bleil CB, Toscani N, Hilbig A
Hematoma extradural gigante – diagnóstico e tratamento: relato de caso ............................................... 129
Netto HLD, Pinto F, Bassi TG, Souza Filho AM, Fernandes YB
Identification of novel differentially expressed genes in human astrocytomas
by subtractive hybridization .......................................................................................................................... 129
Oba-Shinjo SM, Bengtson MH, Winnischofer SMB, Colin C, Aguiar PH, Vedoy CG, Mendonça Z,
Sogayar MC, Marie SKN
Craniotomia descompressiva, avaliação inicial do emprego da técnica
no Hospital Universitário Alzira Velano ....................................................................................................... 130
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES
Dificuldade do diagnóstico dos tumores da coluna cervical e sua influência
no prognóstico dos pacientes .......................................................................................................................... 130
Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES
Estabilização dinâmica da coluna lombar como opção de tratamento
das patologias do disco degenerado ............................................................................................................... 130
Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP,
Dias JES, Murta A
Lesões traumáticas da coluna vertebral ....................................................................................................... 130
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES
Plasmocitoma de coluna torácica .................................................................................................................. 130
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES
Relato de caso – Meningioma cervical .......................................................................................................... 131
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M, Cavalcante TP, Dias JES
Relato de caso – herniação medular idiopática ............................................................................................ 131
Oliveira THF, Aguiar L, Puppi R
Cisto aracnóideo intracraniano – relato de caso .......................................................................................... 131
Oliveira YSA, Castro GCB, Bonfá AES, Oliveira CTP, Osório DNRM, Fonseca FO,
Fisher AL, Szylewicz S
Meningioma de goteira olfatória –relação entre características
clínico-radiológicas MIB-1 E VEGF.............................................................................................................. 131
Paiva Neto MA, Loduca RDS, Gomes FL, Guimarães Filho FAV, Guimarães MD, Tella Jr OI
Laminoplastia cervical – o uso de fragmentos de processo espinhoso cervical
e torácico como enxerto autólogo .................................................................................................................. 132
Pena M, Taricco M, Pimenta M, Nakagawa G, Poetcher A
Abscessos cerebrais múltiplos – considerações sobre seis casos ................................................................. 132
Pereira CU, Queiroz MAM, Gomes PA, Silva EAS, Oliveira Jr CL
Carcinomatose meningéia por cancer de mama – relato de caso ............................................................... 132
Pereira CU, Silva EAS, Oliveira Jr CL
Complicações intracranianas decorrentes de infecções otorrinolaringológicas........................................ 132
Pereira CU, Góis CRT, Camelo RM
Fatores prognósticos na hemorragia talâmica ............................................................................................. 133
Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA
Hematoma extradural da fossa posterior na infância ................................................................................. 133
Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA
Infecções em dispositivos neurológicos implantáveis em crianças e adolescentes .................................... 133
Pereira CU, Lima MMM
Tumores do SNC em crianças abaixo de dois anos de idade ....................................................................... 133
Pereira CU, Camelo RM, Cunha WS
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Cisto dermóide intracavernoso – relato de caso........................................................................................... 134
Petitto CE, Bianchi ET, Valiengo LCL, Gomes MQT, Santana PA
Solução hipertônica e traumatismo craniencefálico – revisão da literatura ............................................. 134
Petitto CE, Tanaka T, Zaparoli ELC, Burato MV, Hanoaka MM, Pinto FCG, Fontes RBV
Cirurgia minimamente invasiva para retirada de corpo estranho intracraniano
– relato de caso e revisão da literatura .......................................................................................................... 134
De Pieri JCB, Santos PA, Pinto F, Graciatto FS, Piza ET
Hemangioblastoma cerebelar: relato de dois casos e revisão bibliográfica ............................................... 135
Pinto F, Bassi TG, Netto HLD, Lira AMP, Fernandes YB
Freqüência dos gliomas em um serviço de neuropatologia de Porto Alegre ............................................. 135
Ribeiro MC, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Viola F
Lesões traumáticas do nervo ciático .............................................................................................................. 135
Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC, Penque GMCA
Síndrome pós-laminectomia: série de casos e etiologia ............................................................................... 135
Rodrigues FF, Dozza DC, de Oliveira CR, de Castro RG
Tumor Fosfatúrico Mesenquimal .................................................................................................................. 136
Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC
Plasmocitoma solitário da base de crânio ..................................................................................................... 136
Romero FR, Haikel Jr LF, Campos AW, Fernandes SM, Maruyama RO, Bortman A, CAB Pereira
A imunoexpressão de endoglina em metástases cerebrais de melanoma maligno .................................... 136
Salgado KB, Toscani NV, Silva LLM, Hilbig A, Barbosa-Coutinho LM
Anatomia cirúrgica da coluna cervical baixa, via anterior ......................................................................... 136
Sangoi C, Jobim FC, Lopes JS, Sangoi CB, Haten MA, Oliveira CF
Craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada para ressecção
de condrossarcoma mixóide de fossa média do crânio; relato de caso e revisão de literatura ................ 137
Santos PA, De Pieri JCB, Lira AMP, Graciatto FS, Fernandes YB
Aneurismas de circulação posterior: considerações sobre 17 casos ........................................................... 137
Serra MVFBVF, Cavalcante SP, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF
Hematoma extradural intracraniano: correlação entre o volume do hematoma
com a localização e idade do paciente ........................................................................................................... 137
Silva EAS, Pereira CU, Dias LAA
Cirurgia de epilepsia em criança com esclerose tuberosa – relato de caso ................................................ 137
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM,
Borges KK, Arruda D, Miccelli JP
Displasia cortical e esclerose mesial hipocampal em epilepsia do lobo temporal –
relato de caso ................................................................................................................................................... 138
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK
Tumor desembrioplástico neuroepitelial e epilepsia refratária – relato de caso ....................................... 138
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH, Laurenti M, Lins MM, Borges KK
Endoscopic endonasal approach of cerebrospinal fluid fistulae ................................................................. 138
Silva LRF, Santos RP, Zymberg ST
Relato de caso de cisto medular de cone medular ........................................................................................ 139
Souza Filho AM, Pinto F, Netto HLD, Santos PA, Rached JH
Wavelet transform and cross-correlation as tools for seizure prediction .................................................. 139
Suárez CCB, Ballester G, Róz LM, Pereira Jr JF, Fonoff ET, Ramírez-Fernández FJ
Meningite aguda por Staphilococcus aureus associada a abscessos de músculo psoas –
relato de caso ................................................................................................................................................... 139
Szylewicz S, Oliveira CTP, Osório DNM, Bonfá AS, Oliveira YSA, Fonseca FO, Castro GCB
Síndrome de Cobb........................................................................................................................................... 139
Taricco MA, Guirado VMP, Meluzzi AM, Pena Dias MR, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM
Estudo retrospectivo dos pacientes portadores de malformação
de Chiari submetidos a tratamento cirúrgico .............................................................................................. 140
Taricco MA, Santiago Melo LR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Pena Dias MR, Pimenta de Araújo, MM
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
ÍNDICE
Malformações vasculares da medula espinhal ............................................................................................. 140
Taricco MA, Pena Dias MR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Santiago Melo LR, Pimenta de Araújo, MM
Postulación de grupos pronóstico en gliomas cerebrales de alto grado ..................................................... 140
Torrico A, Torrealba G, Villanueva P, Lorenzoni J, Lovo E, Gejman R, Tagle P
Detection of somatic TP53 splice site mutations in diffuse astrocytomas .................................................. 140
Uno M, Oba-Shinjo SM, Aguiar PH, Leite CC, Rosemberg S, Miura F, Wakamatsu A,
Marino Jr R, Scaff M, Marie SKN
Aneurisma venoso frontal superficial............................................................................................................ 141
Wainer F, Santiago MeloL R, Meluzzi A
O papel da discografia no momento atual .................................................................................................... 141
Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL
Espondilodiscite por Candida parapsilosis .................................................................................................... 141
Valiengo LCL, Sawada JR, Petitto CE, Fontes RBV, Taricco, MA
A influência da hiperglicemia e da hipertensão no prognóstico neurológico
de pacientes com hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo ............................................... 142
Vasconcellos LP, Veiga JCE, Castro JAF, Mattar BN
Fístula liquórica nasal espontânea – tratamento combinado com correção
endoscópica transnasal e derivação lombo-peritoneal ................................................................................ 142
Vellutini EAS, Gomes MQT, Stamm A, Baraúna I, Lúcio JEDC
Tratamento cirúrgico do neurinoma de acústico ......................................................................................... 142
Vellutini EAS, Pahl FH, Gomes MQT, Cardoso ACC, Lúcio JEDC, Brock RS
Detecção da expressão de pdgfr em tumores astrocíticos............................................................................ 143
Viola F, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Ribeiro MC, Paglioli-Neto E, de Morais AG
Procedimentos percutaneos para a coluna ...................................................................................................143
Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL
Acesso extremo lateral no tratamento cirúrgico da hérnia de disco foraminal .......................................143
Yunes RM, Onishi FJ, Adorno JOA
Hemisferectomia funcional no tratamento de crises convulsivas refratárias
em portadores de hemimegalencefalia – relato de dois casos ..................................................................... 143
Zaban J, Macedo M, Campos R, Lima B
Eventos científicos ......................................................................................................................... 144
Índice
J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
indexado na base de dados LILACS
Jornal Brasileiro de Neurocirurgia
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• Artigos de revista:
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que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se
“vírgula” e seguidos de “dois-pontos” após o último autor;
− nome abreviado do periódico (conforme Cumulated Index
Medicus), em negrito, seguido de “vírgula”;
− o número (em arábico) do seu volume, seguido de “dois
pontos”;
− os números das páginas inicial e final do artigo, separados por
“hífen” e seguidos de “virgula”;
− o ano de publicação do periódico, seguido de “ponto”.
Ex.: 1. BORZONE M, GENTILE S, PEREIRA C, RIVANO C, ROSA
M: Vertex espidural hematomas. Surg Neurol, 11: 277-84, 1979.
• Livros (considerados como um todo)
− sobrenome do autor, seguido pelas iniciais de seus prenomes, o
que se repete para cada co-autor, se existente(s), intercalando-se
“vírgula” e seguidos de “dois-pontos”
− nome da oba (grifado), seguido de “ponto”;
− número da edição (caso não seja a primeira), seguido de
“virgula”;
− local da publicação, seguido de “vírgula”;
− nome da editora, seguido de “virgula”;
− ano da publicação do livro, seguido de “ponto”;
Normas para publicação
Ex.: 2. VI
VINKEN PJ, BRUYN GW: Handbook of Clinical Neurology. Injuries to the Brain and Skull. Amsterdan, North Holand, 1976, Vol.24.
• Livros (considerados em parte – capítulo):
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prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s),
intercalando-se “vírgula” e seguidos de “dois-pontos” após o
último autor;
− nome do capítulo, seguido d “ponto”;
− sobrenome do autor do livro, seguido pelas iniciais de seus
prenomes, o que se repete para cada co-autor, se existente(s),
intercalando-se “vírgula” e seguidos de “ponto”, precedido de
“In:; caso seja(m) o(s) mesmo(s) autor(es) do capítulo, seu(s)
nome(s) deverá(ao) ser substituído(s) por “_____”;
− nome da obra (grifado) e com as iniciais em maiúsculas, seguido
de “ponto”;
− número da edição (caso não seja a primeira), seguido de
“virgula”;
− local da publicação, seguido de “virgula”;
− nome da editora, seguido de “virgula”;
− ano da publicação do livro, seguido de “ponto”;
− número do volume, caso existente, precedido de “Vol.”, seguido
de “ponto”;
− número do capítulo, precedido de “Cap.” E seguido de “vírgula”;
− números iniciais e finais das páginas do capítulo, precedidos
de “p”, intercalados por “hífen” e seguidos de “ponto”;
Ex.: McLAURIN RL, McLENNAN JE: Diagnosis and Treatment of
|Head Injuty in Children. In: Youmans JR: Neurological Surgery. 2nd
ed, Philadelphia, Saunders, 1982. Vol. 4. Cap. 59, p 2084-136.
Os artigos serão classificados em quatro tipos: artigos originais,
relatos de casos, artigos de revisão e notas breves.
Sugestão para elaboração do corpo de cada artigo:
• Artigos Originais
− introdução
− material e métodos
− resultados
− discussão
• Relato de Casos
− introdução
− apresentação do caso
− discussão
• Artigos de Revisão
− introdução
− apresentação do assunto
As ilustrações devem ser enviadas soltas e em envelopes à parte,
não excedendo, em sua totalidade a ¼ do espaço ocupado pelo artigo;
as fotografias, em papel brilhante e em dimensões de 12 cm x 8 cm,
devem conter, no verso e a lápis, o título do artigo, sua seqüência e
posição, acompanhadas das respectivas legendas, em folha separada;
os gráficos e as tabelas poderão ser datilografados.
Os artigos deverão ser enviados ao Editor-chefe, Dr. Ápio Antunes,
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J Bras Neurocirurg 16(3), 2005
WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE
XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Apresentações em pôsteres
Campos do Jordão, novembro de 2005
Tratamento cirúrgico de cisto aracnóide
extradural tóraco-lombar –
relato de caso e revisão da literatura
Adorno JOA, Yunes RM, Paiva Neto MA, Onishi FJ
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo (SP)
Objetivos: Relato de caso de cisto aracnóide extradural toracolombar
em paciente de 40 anos tratado cirurgicamente com sucesso. Métodos:
Paciente feminina de 40 anos de idade, queixa de dor lombar de forte
intensidade com irradiação para os membros inferiores. Perda de força
muscular progressiva de membro inferior direito, a qual piorava à deambulação. Raios-X simples evidenciaram escoliose com convexidade
voltada para direita em região torácica baixa. Tomografia computadorizada revelou lesão intracanal com densidade similar ao LCR com 5, 5 x
12 x 3, 6 cm em região posterior ao saco dural. Ressonância magnética
demonstrou imagem cística com intensidade de sinal igual ao de líquor,
com extensão de T12 a L1, situada posterior à medula espinhal e ao saco
dural com invaginação para os forames intervertebrais de T11 e T12, bilateralmente. Abordado cirurgicamente, por via posterior, por laminotomia
de T11-L1 com ressecção completa. Resultados: Resolução dos sintomas
no primeiro pós-operatório. A análise histopatológica do material revelou
a presença de células meningoteliais agrupadas, características de cisto
de aracnóide. A ressonância magnética pós-operatória revelou ressecção
completa do cisto e descompressão total do canal medular e das raízes
nervosas. Conclusões: Cistos aracnóides extradurais são infreqüentes,
quando presentes e sintomáticos, devem ser tratados cirurgicamente buscando o pedículo de comunicação do mesmo com o espaço subaracnóide
para reduzir a chance de recidiva.
Abordagem pterional unilateral para
aneurismas da circulação anterior bilaterais
Aguiar LR, Lobão CAF, Carrer ACC, Dalmaso-Neto C, Ferreira IM, Silva JMJD
Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC-PR)
Objetivos: Avaliar o acesso pterional unilateral para tratamento simultâneo de aneurismas bilaterais da circulação anterior. Considerar a
apresentação clínica, aspectos tomográficos, angiográficos, avaliação por
Doppler transcraniano e evolução de pacientes submetidos a esta técnica
cirúrgica. Casuística: São apresentados oito pacientes admitidos em
hospital universitário com quadro de hemorragia subaracnóidea cujos
exames de imagem evidenciaram aneurismas múltiplos da circulação
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
anterior. Tais aneurismas foram abordados por via pterional unilateral para
tratamento de lesões bilaterais. Resultados: Dos pacientes estudados,
87% eram do sexo masculino, a idade média foi de 50,2 anos, 62% eram
hipertensos, 62% apresentaram-se em Hunt y Hess 3. Tomografia de
crânio à admissão evidenciou 75% com Fisher 3) e nenhum com hidrocefalia. Avaliação pré-operatória por Doppler transcraniano demonstrou
vasospasmo em apenas um paciente, que não se correlacionou com vasospasmo clínico nem angiográfico. Foram estudados 20 aneurismas, no
total, sendo que a maioria foi de ACM esquerda (35%), seguido da ACM
direita (20%), artéria oftálmica direita (15%), AcoP direita (20%), ACoP
esquerda (5%), ACI esquerda (5%), ACI direita (5%) e um aneurisma,
não abordado cirurgicamente, de topo de artéria basilar (5%). Houve um
sangramento per-operatório, o GOS médio foi 4,75, não houve nenhum
óbito e um paciente necessitou clipagem adicional de colo remanescente,
via craniotomia contra-lateral. Conclusões: O acesso pterional unilateral
para abordagem de aneurismas bilaterais de circulação anterior é uma
técnica factível associada à baixa morbimortalidade. Pacientes selecionados beneficiam-se desta técnica que diminui os riscos de ruptura dos
aneurismas e a necessidade de uma segunda craniotomia.
Indicações da descompressão cirúrgica no
tratamento de isquemia cerebral no território da
artéria cerebral média
Aguiar
guiar PHP, Fontes RBV, Simm R, Montenegro MC, Petitto CE, Roz L, Mattei TA
Hospital Paulistano e Hospital Santa Paula – São Paulo (SP)
Introdução: A mortalidade após isquemia cerebral é causada por lesão
expansiva decorrente de edema cerebral maligno isquêmico, refratário a
tratamento clínico. O quadro clínico é constituído por hemiplegia, redução
padrão respiratório normal, alterações da motricidade ocular e diminuição
do nível de consciência. O paciente deve ser submetido a manobras de
contensão da hipertensão intracraniana, como elevação decúbito toracocefálico, manutenção da normotermia, utilização de manitol ou glicerol,
manutenção pressórica, sedação e coma induzido. A ineficácia destas
manobras pode indicar cranioectomia descompressiva. Rationale e timming: Edema cerebral fatal ocorre em 1% a 5% dos pacientes com infarto
supratentorial. Infartos hemisféricos e edema cerebral volumétrico apresentam prognóstico ruim e mortalidade aproximada 80%. O tratamento
cirúrgico decresce mortalidade em 34, 4%. Racionale para craniectomia
descompressiva é permitir expansão extracraniana do tecido edematoso,
evitando herniação e colapso microcirculatório cerebral. A idade inferior
a 50 anos apresenta melhor prognóstico. Acompanhamento com Doppler
93
WORLD FEDERATION OF NEUROSURGICAL SOCIETIES POST GRADUATE COURSE
XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
transcraniano é importante no diagnóstico precoce e prognóstico. Indicação: Atualmente indica-se craniectomia descompressiva precocemente,
contrário aos parâmetros anteriores. Tomografias repetidas e ressonância
magnética com estudo de difusão e perfusão permitem identificação
precoce da extensão do infarto e, associada à clínica, é suficiente para
indicação cirúrgica. Critérios clínico-radiológicos atuais para indicação
craniectomia descompressiva são: infarto do território da artéria cerebral
com média extensão maior que 50%, com sintomas e sinais clínicos agudos; evidência neurorradiológica de inchaço cerebral local obliterando
cisternas basais e apagando sulcos corticais. Craniectomia descompressiva: A craniectomia descompressiva deve ser ampla, alcançando do osso
frontal ao occipital, isto é, hemicraniectomia descompressiva. Idosos
necessitam de maior número de trepanações, evitando assim laceração
dural. Utilizar preferencialmente pericrânio, fascia lata, fascia temporal
e por fim pericrânio bovino e dura-máter cadavérica liofilizada durante
duraplastia. Fechamento dural o mais hermético possível, utilizando-se
colas biológicas e substitutos sintéticos, se necessário. Entretanto, os
principais fatores para evolução residem na indicação precoce, idade
inferior 50 anos, nenhuma comorbidade e craniectomia ampla.
Meningiomas atípicos e anaplásicos – correlação
com variáveis fenotípicas, radiológicas,
cirúrgicas e de prognóstico
Aguiar PHP, Santana PA, Petitto CE, Marie SKN
Grupo de Neuro-Oncologia da Divisão de Clínica Neurocirúrgica do Hospital
de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: Apesar de classicamente considerados neoplasias benignas, os meningiomas possuem evolução clínica complexa e variável,
na medida em que podem apresentar comportamento agressivo e/ou
recorrer. Em 2000, a OMS, tentando estabelecer fatores associados
ao prognóstico, propôs uma classificação baseada na histopatologia,
graduando-os em benignos (grau 1), atípicos (grau 2) e anaplásicos ou
malignos (grau 3). Objetivo: Melhor caracterizar os meningiomas graus
2 e 3 considerando-se variáveis fenotípicas, radiológicas, cirúrgicas e
de prognóstico. Metodologia: Foram selecionados todos os pacientes
com meningiomas atípicos e anaplásicos operados nos últimos cinco
anos no HC-FMUSP, correspondendo a 16, sendo 11 atípicos e cinco
malignos. Seqüencialmente, foram estudadas variáveis: (a) fenotípicas
(sexo e idade); (b) radiológicas (localização, aspecto e edema peritumoral); (c) cirúrgicas (consistência e vascularização); e (d) de prognóstico
(escala de Simpson), por meio de entrevistas com os pacientes e/ou
familiares e revisão de prontuários. Resultados: Dentre os pacientes
com meningiomas atípicos, sete eram mulheres; a idade média foi de 60,
36 anos; dois eram falcinos, três parassagitais, quatro de convexidade,
um de asa de esfenóide e um de tórcula; sete eram heterogêneos; três
apresentavam edema peritumoral grau 0, cinco grau 1 e três grau 2.
Oito eram bem endurecidos e sete sangrantes. Foi obtida ressecção a
Simpson I, II e III, respectivamente em cinco, dois e quatro pacientes.
Considerando-se os malignos, três eram mulheres, a idade média foi
de 47, 60 anos; três eram de convexidade, um de tubérculo selar e um
de tentório; apenas um homogêneo; quatro apresentavam edema grau
2 e um grau 1. Quatro apresentavam consistência fibro-elástica, sendo
94
todos sangrantes. Ressecção a Simpson I foi possível em dois casos.
Conclusões: (a) Meningiomas malignos foram mais freqüentes em indivíduos jovens; (b) A heterogeneidade, a presença de edema peritumoral
e o sangramento mais abundante foram comuns em ambos os tipos; e
(c) Meningiomas atípicos parecem ser mais endurecidos.
Tratamento das malformações
arteriovenosas na urgência
Aguiar PH, Valiengo LCL, Da Roz LM, Petitto CE, Caldas JG, Simm R,
Maldaum M, Fontes RBV
Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Santa Paula. Serviço de
Neuroradiologia Intervencionista – São Paulo (SP)
Objetivos: Demonstrar a experiência dos autores na operação em cinco
casos de urgência de MAV, procurando estabelecer normas relativas à
conduta de urgência. Métodos: Seis pacientes são descritos com MAV
em período pós-hemorrágico entre o período de 2000 a 2005, sendo
cinco tratados cirurgicamente e um conservadoramente. Resultados:
Dois pacientes apresentaram hemorragia após angiografia cerebral e
embolização. Contudo, a embolização foi satisfatória no período pósoperatório. Outros três pacientes, que tinham diagnóstico de MAV
já estabelecido, apresentaram sangramento súbito, com hematoma e
foram submetidos à cirurgia emergencial, com remoção do hematoma
e microcirurgia da MAV. Não houve mortalidade intra-operatória e o
follow up variou de seis meses a cinco anos. Conclusões: A hemorragia da MAV pode representar em emergência neurocirúrgica e o
neurocirurgião deve estar familiarizado para a remoção do hematoma
e da MAV nas primeiras horas pós-sangrante, sendo a embolização da
MAV não inócua.
Utilização de doppler transcraniano
contínuo na urgência – relato de caso –
cirurgia de aneurisma gigante
Aguiar PH, Petitto CE, Valiengo LCL, Ziorelli C, Hischer R, Fontes RBV
Liga de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula da Universidade de São
Paulo (SP)
Introdução: Monitorização do fluxo sangüíneo em cirurgia de aneurismas é ainda um desafio hoje. Relato de caso: Os autores reportam
a clipagem de um aneurisma gigante de artéria carótida interna; que
logo após o retrator do lobo frontal ser posicionado, o clipe do aneurisma rodou e pode ser detectada redução do fluxo sangüíneo pelo
Dopler transcraniano. Discussão: Entre os métodos mais populares
para monitorização do fluxo sangüíneo intra-operatório (Dopller transcraniano e microvascular e gravação de potenciais evocados) todos
têm suas vantagens e desvantagens. Nenhum dele pode medir perfeitamente o fluxo sangüíneo cerebral, detectar clipagem insuficiente de
aneurismas e prevenir estenoses. Idealmente, a monitorização intraoperatória deve ser prolongada aos estágios finais de procedimento
cirúrgico, prevenindo eventos, como isquemia pela rotação do clipe.
Conclusão: Talvez, novos métodos de monitorização superarão essas dificuldades, sendo que atualmente o método “perfeito” deve ser
escolhido em cada caso.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Malformação de Dandy-Walker e siringomielia
– relato de caso
Análise da sobrevida de pacientes com glioblastomas
multiformes operados e apenas biopsiados
Almeida JJRW, Clara CA, Atique SC
Serviço de Neurocirurgia Oncológica da Fundação Pio XII, Barretos (SP)
Objetivos: A conduta cirúrgica nos glioblastomas multiformes permanece controversa. Nosso objetivo foi o de comparar, retrospectivamente,
a sobrevida de pacientes pertencentes a três grupos com características
bem definidas, procurando descrever suas características demográficas
e traçando as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meyer. Métodos: Todos os pacientes tinham idade maior que 30 anos e menor que
70. O grupo 1 (n = 22) incluiu pacientes apenas biopsiados que tinham
performance status (PS, WHO) <= 2, tumores em áreas eloqüentes
(n = 8) e os que, operáveis, recusaram a cirurgia por motivos pessoais
(n = 14). No grupo 2, o PS era <= 2 e a ressecção deveria ter sido ampla
(n = 28) ou macroscópica total (n = 12). O grupo 3 incluiu pacientes
apenas biopsiados que tinham PS < = 3 e tumores inoperáveis (n = 19).
Foram traçadas as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan Meyer e a
significância estatística foi calculada pelo Log-Rank Test. Resultados:
sobrevida
G1
G2
G3
22
52
10 masc
12 fem
<=2
–
–
12 BML
10 BE
6m
40
57
22 masc
18 fem
<=2
12
28
–
–
8, 5
19
64
10 masc
9 fem
<=3
–
–
15 BE
4 BML
2m
BML: biopsia mão livre; BE: biópsia estereotáxica; RMT: ressecção macro total,
RP: ressecção parcial
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Survivoship: S(t)
Objetivos: Siringomielia associado com a malformação de DandyWalker (MDW) é raro e apenas foram encontrados 18 casos na nossa
revisão, muitos deles em achados de necropsias. Relatamos tal associação, discutindo os possíveis mecanismos patogenéticos e enfatizamos o
tratamento neuroendoscópico. Métodos: Uma criança, sexo feminino,
foi submetida, ao nascimento, a uma derivação ventrículo-peritoneal
para tratamento da hidrocefalia decorrente da MDW, com duas revisões
da válvula ulteriormente. Aos 7 anos, chegou ao nosso serviço com
parestesia em MMII. A ressonância magnética mostrou colabamento
do sistema ventricular supratentorial e siringomielia. Resultados: Este
caso foi tratado com neuroendoscopia abrindo-se as paredes do cisto,
verificando a presença de plexo coróide no seu interior. Houve melhora
clínica correspondida pela redução da siringomielia na imagem de
controle pós-operatório. Conclusões: A neuroendoscopia mostrou-se
eficaz neste caso, servindo para verificar de onde se produzia o líquor,
confirmar a etiologia da hidrocefalia e reduzir a siringomielia.
PS
RMT
RP
Biópsia
Survival for Different Treatment Groups
1
2
3
0,75
Albuquerque RO, Fonseca AAB, Zymberg ST, Cavalheiro S
Universidade Federal de São Paulo (SP)
n
idade
gênero
1
0,5
0,25
0
0
8,8
17,5
26,3
35
Months
Conclusões: Esse estudo sofre do mesmo problema de viés de seleção
que se encontram nos trabalhos similares. No entanto, os dois primeiros
grupos são mais parecidos que os da literatura e não apresentam diferenças estatisticamente significativas entre si. Já o terceiro grupo, que
reuniu pacientes em pior estado apenas biopsiados, mostrou diferença
significativa quando comparado com o grupo 1.
Mapeamento cortical intra-operatório em
cirurgia para ressecção de lesões cerebrais
adjacentes a áreas eloqüentes
Amorim RLOA, Almeida AN, Fonoff ET, Paiva WS, Teixeira MJ
Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP), Departamento de Neurologia da FMUSP
Objetivos: O objetivo primordial da exérese de tumores cerebrais é a ressecção máxima possível com mínimos riscos de déficits neurológicos no
pós-operatório. Nos casos de lesões que invadem os centros de linguagem
ou motores, entretanto, o procedimento cirúrgico para atingir esse objetivo
torna-se progressivamente mais difícil. O presente estudo visa demonstrar
e discutir as vantagens e as limitações do uso da técnica de mapeamento
cortical. Métodos: Esta é uma revisão retrospectiva de 21 casos em que
foi realizado monitoramento cortical intra-operatório em cirurgias para
ressecção de lesões intracranianas localizadas em áreas eloqüentes. Todos
os pacientes apresentavam linguagem preservada e déficits neurológicos
relativamente mínimos. Os testes foram realizados durante a estimulação
cortical direta e ressecção das lesões. Resultados: Dos 21 pacientes avaliados, dez eram homens e 11 eram do sexo feminino. A idade média foi
de 32 anos com variação de 12 a 61 anos. Das lesões estudadas, 15 eram
lesões neoplásicas e seis não-tumorais. A grande maioria dos pacientes
tinham crises convulsivas (85, 7%) e destes, metade apresentavam-se
como crises refratárias. Quanto ao grau de ressecção, 12 pacientes (57%)
tiveram ressecção completa. Em sete (33, 3%), foi obtida a ressecção
subtotal. Em um paciente foi feita a ressecção parcial. E em um paciente
foi feito apenas biópsia. De todos os pacientes, 66, 6% não apresentaram
déficits no pós-operatório imediato, 23% dos pacientes apresentaram piora
clínica transitória no pós-operatório e em 4, 5%, houve déficit permanente.
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Conclusões:A estimulação cortical intra-operatória permite otimizar o grau
de ressecção minimizando os déficits pós-operatórios. Esta é uma técnica
eficaz no manejo de lesões em íntimo contato com o córtex eloqüente, que
outrora, seriam designadas inoperáveis.
Intracerebral bullet embolism – a rare cause of
ischemic stroke
Andrade AF, Amorim RLO, Paiva WS, Almeida NA, Marino Jr R
Neurosurgery Unit of the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
Introduction: Bullet embolism is a well recognized on literature. Most
descriptions of this condition are case reports and associated to the vascular
system out of the central nervous system. Usually, when the embolism is
to the neurovascular system, the patient has a poor outcome. Objective:
Describe a rare case of bullet embolism to the middle cerebral artery with
a conservative management taking a good outcome. Methods: Case report. Description: This is a case of a 31-year-old man, found lying on the
street, presented in the emergency department after sustaining a 12-gauge
shotgun wound to the neck and face. His hemodinamic condition was
stable and he had multiple perforations in the neck, face and a perforation
of the right eyeball. He was comatose, 7 points in Glasgow Coma Scale,
with complete right hemiplegia. An antero-posterior radiographic view of
the skull showed multiple shotgun pallets in all over the face, mainly in
the right. A CT scan of the brain revealed hipodensity in the left temporoparietal area, shift of the midline structures and a metallic artifact in the
left sylvian fissure. A carotid arteriogram confirmed complete occlusion of
the left middle cerebral artery by the bullet. The patient remained stable in
the intensive care unit with clinical measures to reduce intracranial pressure and decompressive craniotomy was not necessary. He survived with
global aphasia and right hemiparesis. Six months after trauma was noted
severe psychological disorder caractherized by agressivity, drug abuse,
hipersexually and anti-social behavior. Conclusions: Although rare, the
management of this type of lesion must be individualized. In our case, the
patient had a good recovery with a conservative management.
Aneurisma gigante parcialmente trombosado
da artéria vertebral submetido ao tratamento
combinado endovascular e cirúrgico
de Andrade GC, Freitas JMM, Phal F
Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de
Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP)
Objetivos: Pacientes com aneurismas gigantes parcialmente trombosados
da artéria vertebral podem apresentar sintomas que são relacionados ao
efeito compressivo devido à localização anatômica e proximidade com o
tronco cerebral. Devido à localização, presença de colo largo, calcificações e trombos no interior do aneurisma, o melhor tratamento para estes
aneurismas não é muito bem definido. São descritos vários mecanismos
responsáveis pelo crescimento destes aneurismas, não havendo consenso
a respeito do assunto. A oclusão endovascular destes aneurismas com
preservação da artéria nutridora tem sido utilizada em pacientes que não
devem ser submetidos ao tratamento cirúrgico de ligação proximal da
96
artéria nutridora “método Hunteriano”. A abordagem combinada deve ser
considerada em casos nos quais não pode haver cura com o tratamento
endovascular ou cirúrgico unicamente. Métodos: Apresentamos um caso
em que o paciente apresentava aneurisma gigante parcialmente trombosado
da artéria vertebral direita que foi submetido ao tratamento endovascular
com oclusão total do aneurisma. Evoluiu com piora da sintomatologia e
enchimento retrógrado do aneurisma, sendo submetido a novo procedimento endovascular. Após nova piora sintomática no exame de controle,
observou-se recrescimento do aneurisma havendo a necessidade da
abordagem cirúrgica. Resultados: Após o tratamento endovascular e
manutenção do enchimento retrógrado do aneurisma houve a necessidade
da ressecção cirúrgica do aneurisma, retirando o efeito de massa sobre o
tronco cerebral e o paciente evoluiu com melhora sintomática. Conclusões:
Deve-se considerar a abordagem cirúrgica seguida de aneurismectomia para
alívio do fenômeno compressivo nestes casos em que há refratariedade ao
tratamento endovascular.
Determinação dos aspectos anatômicos dos
aneurismas cerebrais por angiografia por
subtração digital tridimensional para definição
da abordagem terapêutica
de Andrade GC, Freitas JMM
Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de
Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP)
Objetivos: O diagnóstico dos aneurismas intracranianos tem como
método standard a angiografia por subtração digital, assim como outros
métodos como a angiotomografia tridimensional e a angio-ressonância.
A angiografia por subtração digital tridimensional surgiu como novo
suporte tecnológico e tem sido usada principalmente para planejamento
de estratégia terapêutica. O tratamento dos aneurismas pode ser influenciado por vários fatores que incluem sua morfologia, localização,
relação com a artéria nutridora, tortuosidade das artérias e experiência
do neurocirurgião/neuroradiogista. Porém, estes aspectos anatômicos
podem não ser definidos com clareza no exame de angiografia digital por
subtração. No entanto, a reconstrução das imagens em três dimensões tem
sido usada em aparelhos de angiografia por subtração digital rotacional,
reconstruindo com clareza de dados aspectos anatômicos importantes
para a definição da abordagem terapêutica dos aneurismas. Métodos:
Durante um período de três anos foram realizados 225 exames de angiografia cerebral por subtração digital em aparelho de angiografia (Philips
Alura®), com o diagnóstico de aneurisma cerebral em um terço dos casos,
onde complementou-se o exame com a aquisição das imagens em duas
séries rotacionais de 180° transformadas pela workstation em imagens
tridimensionais. Resultados: As imagens adquiridas em três dimensões,
foram estudadas de maneira rotacional, identificando e determinando o
tamanho do saco aneurismático, assim como do colo, relação de todos
os vasos próximos ao aneurisma com o próprio aneurisma e seu colo.
Conclusões: Angiografia por subtração digital tridimensional representa
importante avanço tecnológico no diagnóstico dos aneurismas cerebrais,
assim como na terapêutica cirúrgica ou endovascular, acrescentando
informações à angiografia por subtração digital.
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Fístula arteriovenosa dural do seio transverso
submetida ao tratamento endovascular por
punção direta através de craniectomia –
tratamento combinado
de Andrade, GC; Freitas, JMM; Velasco, O
Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de
Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP)
Objetivos: Malformações arteriovenosas, do tipo fistular, com envolvimento dos seios transverso e sigmóide são lesões adquiridas que ocorrem
após trombose de seios durais. De acordo com as características da lesão
pode haver dificuldade de abordagem cirúrgica, endovascular endovenosa
ou endoarterial. A combinação da abordagem cirúrgica com exposição do
seio e do tratamento endovascular endovenoso por punção direta do seio
com oclusão da fistula e prevenção do risco de hemorragia e/ou déficit
neurológico, pode ser realizada e alguns casos. Métodos: Paciente do
sexo feminino, 53 anos, com diagnóstico de FAVD, tipo IIB, localizada
no seio transverso, no qual foi realizado tratamento combinado com
craniectomia occipital seguida de punção direta de fístula dural do seio
sigmóide e oclusão com hidrocoils. Resultados: O controle angiográfico
perioperatório e tardio apresentaram oclusão total da FAVD sem sinais de
recanalização. Conclusões: Devido ao risco de hemorragia intracraniana
e alguns tipos de FAVD`s, deve-se realizar seu tratamento com oclusão
total através de abordagem cirúrgica ou endovascular (endoarterial ou
endovenosa), porém, em alguns casos onde ocorre dificuldade do tratamento endovascular, deve-se considerar o tratamento combinado.
Síndrome de Klippel-Trenaunay e
fístula arteriovenosa dural lombar –
tratamento endovascular
De Andrade, GC; Freitas, JMM
Centro Integrado de Radiologia Intervencionista (CIRI). Serviço de
Neurocirurgia do Hospital Oswaldo Cruz, São Paulo (SP)
Objetivos: A síndrome de Klippel-Trenaunay possui etiologia ainda
obscura. Porém, a hipertensão venosa profunda secundária à obstrução
venosa profunda tem sido sugerida como causa. Alguns autores sugerem
que a síndrome possa ser causada por anormalidades mesodérmicas
durante o desenvolvimento fetal, resultando na tríade composta por
nevus cutâneo, hipertrofia do membro acometido e varizes profundas.
Este relato de caso tem como objetivo apresentar esta síndrome pouco
comum e que possui como possível causa uma fístula arteriovenosa dural
lombar. Métodos: Tratamento endovascular de fístula arteriovenosa
dural lombar e paciente do sexo feminino de 24 anos e que apresentava
síndrome de Klippel-Trenaunay. Resultados: Oclusão total do pertuito
fistular e diminuição da hipertensão venosa profunda, observado em
angiografia de controle. Conclusões: A síndrome de Klippel-Trenaunay
é enfermidade pouco comum e de etiologia pouco definida, porém, é
conveniente a hipótese do diagnóstico de fístula arteriovenosa dural
lombar em pacientes que apresentarem a tríade de nevus cutâneo, edema
de membro inferior e varizes profundas.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Avanços no tratamento dos cistos de
aracnóide intracranianos
Aquino HB, Britto Filho CA, Nascimento RX, Silva CRA, Britto WL,
Tolomelli A, Barros Filho MF, De Araújo JN
Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence da Prefeitura Municipal
de São José dos Campos (SP)
Objetivos: O trabalho tem como objetivo fazer um estudo retrospectivo
de todos os cistos de aracnóide tratados em nossa instituição nos últimos dez anos e mostrar os avanços ocorridos no tratamento. Métodos:
Estudamos, retrospectivamente, 55 pacientes com cistos de aracnóide,
estudando a localização dos cistos, o número de cirurgias realizadas e
a técnica cirúrgica empregada, além de uma revisão da literatura dos
avanços recentes no tratamento. Resultados: Dos 55 pacientes estudados, 37 procedimentos cirúrgicos foram realizados (67,8%), com as
indicações baseadas nos exames clínicos e radiológicos. O tratamento
variou desde a observação em 18 (32,72%) pacientes assintomáticos
ou casualmente diagnosticados a pacientes os sintomáticos, nos quais
os seguintes procedimentos cirúrgicos foram realizados: derivação
ventrículo-peritoneal, derivação cisto-peritoneal, fenestração microcirúrgica cisto-cisternal, fenestração microcirúrgica cisto-ventricular,
fenestração cisto-ventricular endoscópica com ou sem III ventriculostomia e drenagem de hematoma subdural. O índice de mortalidade
foi considerado baixo e em sua maioria correspondeu a infecções do
sistema de derivação ventricular ou cisto-ventricular. Conclusão:
Acreditamos que o tratamento dos cistos de aracnóide ainda desafia
a maioria dos neurocirurgiões, principalmente, quando tratados com
sistemas de shunt. A fenestração microscópica cisto-cisternal é uma
técnica segura para cistos localizados no lobo temporal, no entanto,
neurondoscopia corresponde ao avanço mais recente no tratamento
de todos os cistos, por se tratar de técnica minimamente invasiva, de
ser uma tentativa de eliminar a principal fonte de infecção (sistemas
de shunt), por fim, diminuir o tempo de permanência hospitalar e o
custo operacional.
Análise do poder discriminatório da perfusão
e da espectroscopia de prótons multivoxel
comparadas à ressonância magnética para
avaliação de tumores cerebrais
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Araújo N, Martins I, Chiappeta
C, Souza CH, Chaves JR, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Tavares F,
Carneiro GS, Azevedo-Filho H
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: Tumor, radionecrose ou alterações pós-cirúrgicas podem ser
semelhantes à RMI (ressonância magnética). A associação da perfusão
(relative cerebral blood volume [rCBV]) e espectroscopia multivoxel (HMRSI) aumentou a sensibilidade da RMI. Métodos: Foram examinados
25 pacientes com tumor cerebral, submetidos a tratamento cirúrgico no
Hospital da Restauração – Recife (PE), na Multimagem-Sabin durante
período de oito meses em aparelho Signa Infinity GE 1, 5 Tcom RMI,
H-MRSI (TE = 35) e perfusão. As imagens foram obtidas no pré-operatório (14 pacientes), no pós-operatório (dez casos) e em ambos (um
97
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caso ). Resultados: As hipóteses radiológicas pré-tratamento foram:
glioblastoma multiforme (GBM) em cinco pacientes, astrocitoma pilocítico e astrocitomas de baixo grau em dois pacientes cada; astrocitoma
de células gigantes, glioma de baixo grau, glioblastoma, hemangioma e
meningioma todos um casos cada. Nos pacientes de pós-operatório, as hipóteses radiológicas dos dez casos foram categorizadas em pós-operatório
imediato (até dez dias) e tardio. Nos pacientes pós-operatório imediato,
houve resíduo tumoral de GBM em três e astrocitoma grau II em um.
Um caso, radiologicamente livre de tumor, foi classificado como falso
negativo por não ter margens livres de tumor. Nos cinco casos tardios, as
hipóteses radiológicas foram recidiva de tumor de alto grau em dois pósradioterapia, possível recidiva/gliose em dois e um meningioma residual
recidivante. Conclusão: As técnicas funcionais da espectroscopia e de
perfusão aumentaram o poder discriminatório da RMI no diagnóstico
dos tumores e na diferenciação recidiva/radionecrose.
Lesões brilhantes na difusão: um diagnóstico
diferencial sob a forma de ensaio pictorial
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Mendonça R, Mourão ML, Costa I, Silva
JL, Lagos G, Serra S, Tavares F, Faquini I, Azevedo-Filho H
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: A difusão tem demonstrado elevada sensibilidade e especificidade para infarto cerebral agudo. Entretanto, outras etiologias
podem causar essas anormalidades na difusão. Esta exibição cientifica
mostra patologias do SNC que podem se apresentar com hiperintensidade de sinal na difusão. Métodos: Casos ilustrativos que mostraram
hiperintensidade na difusão foram coletados para serem incluídos
nesse trabalho. Resultados: Serão apresentados casos com diversas
etiologias, como infartos agudos, linfoma, trauma, abscesso, doença
desmielinizante, cisto epidermóide, doença de Creutzfeldt-Jakob que
são hiperintensos (brilham) na difusão. Conclusão: Embora a difusão
seja altamente sensível e específica para infarto cerebral agudo, outras
etiologias devem ser consideradas, quando estamos diante de uma
lesão hiperintensa na difusão.
Neuroesquistossomose –
aspectos neurorradiológicos
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Carvalho AR, Souza B, Lagos G, Costa
I, Oliveira Jr. VA, Moreira AJP, Serra S, Tavares F, Faquini I, AzevedoFilho H, Silva JL
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: A Organização Mundial da Saúde indica 200 milhões de
pessoas infectadas pelo Schistossoma mansoni e outras espécies. A
proposta desta exibição científica é uma revisão do ciclo biológico
do S mansoni, suas formas clínicas e acometimento do sistema
nervoso central. Métodos: Foram coletados casos de neuroesquistossomose (mielite) submetidos à ressonância nuclear magnética
(RMN). Resultados: No caramujo, as larvas se desenvolvem para
cercaria, que infecta o homem. A maturidade ocorre no plexo venoso porto-mesentério onde ocorre a ovulação. Ovos podem ser
eliminados nas fezes, permanecer no intestino ou migrar para outros
98
órgãos. As formas clínicas intestinal, hepática e hepatoesplênica
são as mais freqüentes, podendo ocorrer formas anômalas tendo o
SNC como o local mais freqüente (20 a 30% dos portadores de S.
mansoni). O segmento lombossacro da medula espinhal e o mais
acometido. Na mielite, a RMN mostra um alargamento inespecífico
da medula espinhal torácica inferior e cone medular com lesões
hiperintensas no T2, às vezes impregnando contraste. Conclusão:
Neuroesquistossomose constitui sério problema de saúde pública
nas regiões endêmicas. Devido à falta de especificidade da RMN,
a epidemiologia auxilia na elucidação diagnóstica.
Vantagem na associação da ressonância
magnética por imagem as técnicas da perfusão
e espectroscopia de prótons no diagnóstico das
neoplasias cerebrais primárias
Aragão MFV, Bozzetto-Ambrosi P, Silva JL, Tavares F, Araújo N,
Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Carneiro GS, Brandão R,
Chaves JR, Azevedo-Filho H
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: Técnicas funcionais não-invasivas de RMI (ressonância
magnética) que medem parâmetros fisiológicos da hemodinâmica
microvascular (perfusão – rCBV) e da bioquímica (espectroscopia de
prótons [H-MRSI]) tem contribuído para aumentar a especificidade da
RMI na investigação das patologias cerebrais. Avaliar se associação
da RMI às técnicas funcionais de rCBV e H-MRSI traz vantagem no
diagnóstico das neoplasias cerebrais primárias. Métodos: Avaliamos
16 pacientes com neoplasia cerebral primária no Multimagem Sabin,
em um período de 22 meses em aparelho Signa Infinity GE 1, 5 T
com RMI, perfusão (rCBV) e H-MRSI (TE = 35). Resultados: Os
astrocitomas difusos de baixo grau (grau II/OMS) apresentam diminuição do rCBV e espectroscopia com discreto aumento da colina e
do mioinositol, além de redução da colina, redução do NAA e pico de
lipídios e lactato. Um caso de meningioma e dois astrocitomas pilocíticos apresentaram padrão espectroscópico e de perfusão compatíveis
com tumor de baixo grau. Um astrocitoma de células gigantes e um
hemangioblastoma apresentaram perfusão elevada e na (H-MRSI),
moderado aumento da colina, discreta redução do NAA e aparecimento
do lipídios e lactato. Conclusão: A análise conjunta das técnicas de
RMI, perfusão e espectroscopia multivoxel foi útil na discriminação dos
astrocitomas difusos e pilocítico para diferenciação entre tumores de
alto e baixo grau. A impressão diagnóstica radiológica no astrocitoma
de células gigantes e no hemangioblastoma baseia-se principalmente
na RMI e dados clínicos.
Avaliação da eficácia do tratamento
microcirúrgico de 45 casos de cistos meníngeos
intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov)
Arantes A, Maitrot D, Gusmão S, Machado GM, Silveira RL
Hospital Hautepierre – Strasbourg, França, Hospitais das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais, Madre Teresa e Luxemburgo – Belo
Horizonte (MG)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Objetivo: Cistos meníngeos intra-sacrais perineurais (Cistos de Tarlov
[CT]) são lesões intrigantes. Desde sua descrição, encontramos controvérsias concernentes sua origem, importância clínica, fisiopatologia e
tratamento. Nós constatamos na literatura a inexistência de séries com
mais de 13 casos, o que certamente contribui para a inconsistência
dos dados referentes ao resultado funcional, eficácia e complicações
dos diferentes métodos de tratamento cirúrgico. Apesar do consenso
de que os CT assintomáticos devam ser acompanhados sem cirurgia,
permanece em discussão quando e como indicar o tratamento cirúrgico. Casuística/Método: Nós avaliamos 45 casos de CT tratados
por microcirurgia, operados no período de 1990 a 2002, portanto,
com acompanhamento mínimo de um ano e máximo de 13 anos. Em
25 casos, a microcirurgia foi assistida por endoscopia. Resultado:
Idade média de 47 anos, 66% de mulheres e 34% de homens. Os
resultados pós-operatórios foram avaliados em curto, médio e longo
prazo. Destacamos como complicação o aparecimento de meningocele
pós-cirúrgica sintomática em dois casos e em três, evolução desfavorável levando a indicação de derivação cistoperitoneal. Conclusões:
Globalmente os resultados foram bons e devem ser avaliados com
prudência. Nós discutimos as limitações das técnicas, dados da literatura, teoria da origem dos cistos e apresentamos sugestões a propósito
da causa, patogenia e tratamento cirúrgico. Nenhum fator preditivo
da evolução cirúrgica foi encontrado.
Demência pós-radioterapia, confusão com
infiltração tumoral – relato de caso
Atique SC, Almeida Jr W, Clara CA
Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Câncer da Fundação Pio XII,
Barretos (SP)
Objetivo: Relatar o caso de um homem de 55 anos, portador de glioma
de baixo grau tratado com cirurgia mais radioterapia em outro serviço.
Após crise convulsiva, dois meses após o término da radioterapia, foi
realizada ressonância nuclear magnética de encéfalo, cujo laudo foi de
recidiva tumoral, tendo sido proposta quimioterapia com temozolamida.
Encaminhado para nosso hospital, constatamos um quadro demencial
grave e uma intensa atrofia do parênquima cerebral, acompanhada por
uma imagem difusa de desmielinização que fora interpretada pelo radiologista como infiltração tumoral extensa, bi-frontotemporal. Aventada
a hipótese de ser uma atrofia pós-radioterapia foi proposta uma biopsia
estereotáxica, que foi feita nos dois lobos frontais e demonstrou apenas
uma intensa gliose por processo degenerativo. O paciente vem sendo
seguido e, além da demência não apresenta sinais clínicos nem de RMN
que sugiram crescimento tumoral. Métodos: Revisão bibliográfica,
via Bireme, com banco de dados PubMed, até 2005, sobre gliomatose
cerebral e radionecrose no sistema nervoso central, além da revisão do
prontuário e exames de imagem do paciente em questão. Conclusão:
O caso ressalta a importância da avaliação detalhada dos casos, nos
quais há suspeita radiológica de tumor infiltrativo após a radioterapia.
Entre os efeitos nocivos tardios da radioterapia, a demência e a radionecrose se apresentam de maneiras distintas. Enquanto a radionecrose
se confunde com o tumor ativo, a demência se apresenta como extensa
atrofia difusa. No presente caso, a interpretação equivocada das imagens
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
e do quadro clínico quase levou o paciente a receber um tratamento
agressivo e desnecessário.
Granuloma intraorbitário por sarcoidose
– relato de caso
Atique SC, Almeida JR, Clara CA, Demarchi LMMF
Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Câncer da Fundação Pio XII,
Barretos (SP)
Objetivo: Relatar o caso de LBAM, 41anos, masculino, com história
de proptose ocular esquerda, em acompanhamento no serviço de oftalmologia há um ano, sem melhora e com progressão da exoftalmia.
O paciente foi operado e o anatomopatológico deu um diagnóstico
raro de granuloma não caseoso sugestivo de sarcoidose intraorbitário.
Métodos: Utilizamos revisão bibliográfica, via Bireme, com banco de
dados PubMed, até 2005, livros texto em neuropatologia, prontuário
do paciente e seus exames de imagem, além da revisão das lâminas
pela patologista. Resultados: O paciente foi submetido a craniotomia
fronto-orbitária esquerda, com ressecção completa da lesão e preservação anatômica de todas as estruturas da órbita. No pós-operatório
imediato apresentou ptose palpebral transiente, sem outro distúrbio
do terceiro par. Dentre os casos de lesões inflamatórias intraorbitárias
descritos na literatura encontramos pouquíssimos casos de granulomas
por sarcoidose. Conclusões: Esse caso demonstra que o granuloma
por sarcoidose deve ser incluso no diagnóstico diferencial dos tumores
orbitários. Mesmo em pacientes mais jovens, que não é faixa etária
mais comum da sarcoidose, este deve ser pensado.
Malformação arteriovenosa cerebral
angiograficamente oculta em criança –
relato de caso
Azevedo-Filho H, Brainer-Lima PT, Bozzetto-Ambrosi P, Magalhães N,
Faquini I, Silva JL, Mendes JÁ, Chaves J
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: Avaliar os aspectos clínicos, radiológicos e terapêuticos de
hematoma intracerebral operado em criança com primeira angiografia
normal. Métodos: Criança, 7 anos de idade, admitida após cefaléia intensa e síncope, com 9 pontos na escala de coma de Glasgow, hemiparesia
esquerda, pupilas simétricas e fotorreagentes, submetida à tomografia computadorizada do crânio. Resultados: Identificado hematoma intraparenquimatoso temporoparietal à direita, com volume de 24, 6 mL. Submetida
à cirurgia de urgência para drenagem do hematoma. Após 24 horas, novo
sangramento seguido de cirurgia para alívio da pressão intracraniana. A
angiografia cerebral digital, realizada dez dias após a admissão, foi normal.
A evolução na unidade de terapia intensiva mostrou 15 pontos na escala
de coma de Glasgow com hemiparesia esquerda e hemianopsia ipsilateral.
Após 40 dias da alta hospitalar, uma nova angiografia mostrou malformação
arteriovenosa insular à direita. Operada sem intercorrências, recebendo alta
hospitalar sem novos déficits. Conclusões: Uma angiografia normal na
investigação para hematoma intracerebral não exclui a presença de malformações arteriovenosas, como etiologia do sangramento em crianças.
99
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Teratoma de fossa posterior – relato de caso e
revisão de literatura
Traumatismo craniencefálico por projétil de arma
de fogo: necessidade da retirada de fragmentos
Azevedo-Filho H, Tavares F, Bozzetto-Ambrosi P, Agra T, Aragão MFV,
Cartaxo G, Silva JL, Costa e Silva I, Leão C, Griz F, Serra S, Brandão R,
Tenório J, Lobo B, Lopes E
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT,
Magalhães N, Faquini IV
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: Os teratomas, segundo a classificação da OMS, estão entre os
tumores de células germinativas e apresentam as mesmas características
histológicas independente do local de origem. São subdivididos, segundo
o grau de maturação, em maduros, imaturos e mistos. A localização intracraniana é rara, mais comumente na linha média, supra-selar e região da
pineal. Métodos: Relatamos o caso de uma paciente jovem, de 24 anos,
com quadro de cefaléia crônica em região occipitocervical e ataxia axial
ao exame neurológico. A investigação radiológica de crânio e de junção
crânio cervical evidenciou processo expansivo sólido-cístico, extra-axial,
em linha média posterior ao cerebelo, estendendo-se do tentório até canal
raquiano alto (C1-C2). O componente sólido apresentava calcificações e
o cístico de conteúdo cálcico e hemorrágico. Foi submetida a tratamento cirúrgico, os achados cirúrgicos e histopatológicos confirmaram a
hipótese de teratoma maduro. Resultados e conclusão: No seguimento
pós-operatório, a paciente evolui completamente assintomática e imagem
radiológica de controle evidencia completa ressecção do tumor.
Traumatismo craniencefálico por projétil
de arma de fogo: a importância da escala de
Glasgow na admissão
Azevedo-Filho H, Bozzetto-Ambrosi P, Brainer-Lima PT,
Magalhães N, Faquini IV
Hospital da Restauração – Recife (PE)
Objetivos: A mortalidade por traumatismo craniencefálico por projétil
de arma de fogo (TCE-PAF) é descrita em diferentes séries na literatura,
apresentando grandes variações. A mortalidade está relacionada com diferentes variáveis. O objetivo deste trabalho é determinar a importância
do exame neurológico na admissão feita pela escala de Glasgow (ECG)
na determinação da mortalidade. Métodos: Os autores procederam a
estudo retrospectivo analisando 110 pacientes tratados cirurgicamente
no respectivo departamento, durante período de janeiro de 2002 ate
abril de 2005. Resultados: A faixa de Glasgow na admissão variou na
admissão de 3 a 5 (seis pacientes 6, 5%), 6 a 8 (23 pacientes 25%), 9 a
11 (seis pacientes 6, 5%), 12 a 15 (57 pacientes 62%). Na cirurgia, 3 a 5
(quatro pacientes 12, 1%), 6 a 8 (seis pacientes 18, 2%), 9 a 11 (quatro
pacientes 12, 1%), 12 a 15 (19 pacientes 57, 6%) e na alta. A mortalidade
foi de 27 pacientes (24, 5%), sobreviveram 83 pacientes (75, 5%). A
análise da ECG na admissão, cirurgia e na alta apresentou coeficiente
de variação de 32, 23 na admissão, 37, 6 no momento da cirurgia e de 3,
05 na alta, dos respectivos 92, 34 e 39 pacientes avaliados. Conclusões:
Conclui-se que no exame de admissão (a escala de Glasgow) entre os
pacientes que sobreviveram foram significativamente maior do que
os óbitos. E é também é um instrumento na decisão cirúrgica entre os
pacientes com TCE-PAF.
100
Objetivos: Em diversos aspectos relacionados a tratamentos cirúrgicos no TCE-PAF, ainda persiste grande controvérsia; principalmente
no se refere à retirada ou não de fragmentos ósseos e metálicos.
Métodos: Os autores procederam a estudo retrospectivo analisando
110 pacientes tratados cirurgicamente no respectivo departamento
durante período de janeiro de 2002 até abril de 2005. Resultados: Dos
110 pacientes avaliados, em 31 pacientes foi avaliada a presença ou
não de fragmento; sendo que foi realizada a retirada dos fragmentos
ósseos e metálicos em 23 casos. Foi analisada a presença de abscesso
cerebral e epilepsia: as principais complicações relacionadas com
os fragmentos ósseos e metálicos sendo respectivamente sete casos
(18, 4%) e dez casos (10%), bem como a presença de fistula de LCR
(líquido cefalorraquidiano) e meningite: 15 casos (14, 6%) e 11 casos
(10, 7%), respectivamente. Conclusões: Nos pacientes estudados,
a presença de fragmentos ósseos e metálicos, aparentemente, não
provocou aumento da incidência de abscesso e epilepsia, bem como
outras complicações: fistula de LCR e meningite.
Intra-operative electric stimulation and deep field
recording of hypothalamic hamartoma and its
changes in epileptiform activity on scalp EEG
Ballester G, Fonoff ET, Almeida A, Teixeira MJ, Marino Jr R
Functional Neurosurgery Division, School of Medicine, University of Sao Paulo
Background: The authors report the recording of electrical activity of a hypothalamic hamartoma (HH) and the effects of bipolar
stimulation of the lesion on scalp EEG. Methods: An 18 year-old
old male presented gelastic and tonic clonic seizures since 6 month
of age, evolving with mental retardation, aggressiveness and refractory epilepsy. Investigation diagnosed a HH located in the posterior
hypothalamus. After 3D images processing the target pint was placed
in the centre of the lesion. Scalp electrodes were placed over both
fronto-temporal sides; a 500 μm bipolar electrode was introduced
inside the tumor and stimulation was performed (10 mA and pulse
size of 500 μs) at 5, 10, 50 and 100 Hz. EEG were visual and
mathematically analyzed. After stimulations, biopsy and thermocoagulation were performed. Results: Before stimulation scalp EEG
showed synchronized pattern with predominance of bursts near 14
Hz, with little presence of slow waves (near 1 Hz); the activity of
the tumor was desynchronized, with irregular spikes of different
voltages, mostly concentrated before the scalp bursts. Stimulation
at 5 Hz increased the bursts, and slow waves became common (2-3
Hz). Stimulation at 10 Hz was followed by coalescence of the 14 Hz
potentials and predominance of slow waves near 5 Hz. Stimulation
at 50 Hz almost totally inhibited the spectra near 14 Hz and slow
waves became predominant. Stimulation at 100 Hz was followed
by reappearance of high frequency bursts reaching 30% of the
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
potency, but slow oscillations (2-3 Hz) continued to prevail. After
three months, the patient became less aggressive and the seizure
frequency became reduced from several fits per day to approximately
two per month. Conclusion: Electrical stimulation has obviously
changed EEG characteristics, rather the patterns of synchronization,
what, in the context of generalized epilepsy, strongly suggests the
possibility of new therapeutic approaches.
nectomia bilateral e fixação com parafusos transpedicular e colocado
enxerto de crista ilíaca. Conclusão: O hemangioma vertebral, embora
seja uma patologia rara em crianças, deve sempre entrar no diagnóstico
diferencial com outras lesões tumorais primárias vertebrais.
Derivação ventrículo-peritoneal vídeo-assistida
Objetivos: Descrever caso de herniação discal torácica T8-T9 e discutir os acessos cirúrgicos alternativos. Material e métodos: Paciente
com 40 anos, sem história de doenças pregressas vem com história de
diminuição de sensibilidade progressiva há quatro meses, com início
em dedos dos pés ascendendo lentamente em dois meses até o nível de
oitava vértebra torácica. Ao exame físico apresentava hipoestesia com
nível torácico, hipopalestesia e paraperesia grau IV com hiper-reflexia
e liberação piramidal, sem alterações esfincterianas. Ressonância toracolombar evidenciando hernia discal posterolateral direito. Realizada
facectomia e dissectomia com visualização e retirada de herniação discal. Resultado: Evoluiu com melhora da sensibilidade em membros
inferiores e da dor torácica. Conclusão: O acesso posterolateral possibilitou a visualização do fragmento discal herniado, do saco dural,
raiz torácica de T8 sem manipulação da medula torácica.
Barros CEM, Siqueira CMP, Newton J, Tinoco LA, Santos IP, Ávila, CA
Hospital São José do Avaí – Itaperuna (RJ)
Objetivo: Avaliar a aplicabilidade da assistência por vídeo-laparoscopia em neurocirurgia, considerando: dificuldades de implementação do método, tempo de cirurgia, posicionamento do cateter
peritoneal. Métodos: Utilizadas técnicas padrão de trepanação e
introdução do cateter ventricular e também para realização de pneumoperitôneo e posicionamento de mais duas pinças (três incisões).
Ópticas de 10 mm para adultos e 5 mm para pacientes pediátricos.
Oxacilina foi usado como profilaxia antibiótica em todos os casos.
Resultados: Um total de 48 pacientes foi submetido à derivação
ventrículo-peritoneal vídeo-assistida. Há um predomínio de adultos
e também do sexo masculino. Não foram registradas intercorrências
nos procedimentos e também não houve grande variação nos tempos
de execução, mesmo nos casos em que curiosidades foram encontradas na laparoscopia. Conclusão: A técnica nos parece segura e
eficiente, e embora se verifique maior número de participantes nas
cirurgias, tal fato não determinou – até o presente momento –maior
índice de infecções. Também o posicionamento do cateter peritoneal,
embora seja o ótimo, não determinou mudança clínica no grupo
avaliado. Além disso, parece-nos um bom meio de treinar jovens
cirurgiões no controle dos instrumentais de laparoscopia.
Hemangioma vertebral em criança
diagnosticado secundário compressão medular
– relato de caso
Bassi TG, Santos PA, Stringetti FG, Pinto F, Fernanades BY
Objetivo: Descrever um caso de compressão medular em criança em
virtude de fratura patológica em vértebra torácica com acometimento
de toda extensão da vértebra. Método: Paciente, KMC, 8 anos, com
história de queda, há dez dias, de um metro de altura, evoluindo para
dor em região torácica e dificuldade para deambular. No exame físico,
apresentava bom estado geral, corado, com paraparesia grau IV em
membros inferiores, marcha parética, hipoestesia com nível T8, sem
alterações esfincterianas e reflexos osteotendineos vivos, além Babinski
bilateral. Raios X de coluna lombar com perda do sinal do pedículo e
desabamento do corpo vértebra, com perda da altura de mais de 50%,
tomografia de coluna áreas de esclerose óssea em corpo vertebral com
hiperostose região paravertebral, acometendo toda a extensão da vértebra, incluindo corpo, lâminas e processos transversos e espinhoso
invadindo canal medular. Ressonância nuclear magnética com sinais de
sofrimento medular. Realizado descompressão medular através de lamiJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Hernia toracica T8-T9 em paciente jovem
Bassi TG, Lira AMP, Netto HLD, De Pieri JCB, FernandesYF
Teste de sensibilidade ao contraste de
luminância em paciente em pós-operatório
de micro-neurocirurgia vascular intracraniana
de aneurisma cerebral roto do sistema
carotídeo localizado na artéria comunicante
anterior com acuidade visual normal avaliada
pela tabela de Snellen
Bastos AB, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, MelloFilho GB, Côrtes MIT,
Rodrigues AR, Castro AJO, Silveira LCL
Disciplina de Visão Espacial e Disciplina de Neurologia da Universidade
Federal do Pará. Hospital da Ordem Terceira – Belém (PA)
Numerosos aspectos da performance visual podem ser mensurados, além
da simples medida da acuidade visual pela tabela de Snellen, que embora
se apresente normal, deixa passar alterações da sensibilidade ao contraste
de luminância, a qual permite diagnósticos mais precoces e entendimento da natureza do déficit visual. Objetivo: O objetivo deste trabalho
e mostrar a existência de alteração do teste de sensibilidade ao contraste
de luminância (TSCL) em pacientes com acuidade visual normal pela
tabela de Snellen pelo motivo de não havermos encontrado nenhum relato
similar na literatura revista. A hemorragia meníngea aguda secundária
áária ao
sangramento de aneurismas cerebrais ocorre com maior incidência entre
40 e 50 anos de idade. Três por cento da população apresenta aneurisma
intracraniano em achados de necropsia. O rompimento aneurismático
á
ático
ocasiona acidente vascular cerebral hemorrágico, sendo responsável
áável por
90% dos casos de hemorragia subaracnóide espontânea
âânea com 30% de mortalidade no primeiro sangramento. Apenas 48% retornam à vida normal e
ou apresentam seq
seqüelas variadas dentre elas transtornos visuais diversos,
mesmo em pacientes com acuidade visual normal, os quais precisam ser
101
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
mais bem investigados para se conhecer os efeitos desta patologia e dos
resultados do tratamento cir
cirúúrgico.
úrgico. A metodologia de avaliação da acuidade
visual usada no dia-a-dia não contém todas as informações necessárias para
avaliar corretamente a visão espacial, uma vez que avaliam tão somente
a capacidade de visão do menor objeto com o máximo contrate, fazendo
uma medida unidimensional, enquanto se devesse fazer uma avaliação
bidimensional de tamanho e contraste. Nas patologias retro-orbitárias e
de vias visuais anteriores o TSCL é um índice sensitivo para diagnóstico
e follow-up das lesões compressivas e patologias das vias óticas anteriores
no nervo ótico e quiasma no estágio em que a acuidade visual, visão de
cores e perimetria estão intactos ou pouco alterados, muito embora pouco
se saiba além deste ensaio com relação ao que realmente ocorre após
sangramento aneurismático cerebral e ou efeitos pós-cirúrgicos relacionados a danos visuais. Os pacientes sem queixa visual, e visão normal
após correção, mostraram perda de sensibilidade ao contraste espacial de
luminância, conforme o gráfico do TSCL, principalmente, nas freqüências
médias a partir de 2 cpg e altas freqüências espaciais A causa do déficit
está relacionada com o fato de que o sangramento aneurismático ocorrer
próximo ao nervo e quiasma ótico, sendo, freqüentemente, durante o ato
cirúrgico, encontrado hematoma ou o próprio aneurisma comprimindo
estas estruturas e vasos que nutrem a região ótico-quiasmática, hemossiderina, impregnando a bainha das estruturas óticas e variado o grau de
reação inflamatória nas estruturas óticas, cisternais e aracnóide, o que
pode danificar estruturas nervosas definitivamente. Estes danos podem
ser agravados ou minimizados pela intervenção cirúrgica, com relação
a danos visuais mínimos é o que ainda não se sabe. Conclusões: TSCL
fornece mais informações sobre a visão espacial que a medida da acuidade
visual. Testa propriedade ótica e neural do sistema visual que a acuidade
visual não testa. Pode documentar e quantificar perda a visual mais bem do
que outros testes de medida visual. Paciente testado apresentou perda de
sensibilidade ao contraste espacial de luminância em freqüências espaciais
médias a partir de 2 cpg e freqüências espaciais altas em ambos os olhos.
Há necessidade de se aprofundar o presente estudo e aumentar a casuística
para conclusões definitivas.
Abordagem supra-superciliar subfrontal para
abordagem dos aneurismas do sistema carotídeo
– vantagens e desvantagens da técnica
Bastos AM, Bastos AM, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da
Universidade do Estado do Pará – Belém (PA)
Objetivos: Descrever a técnica de abordagem supra-superciliar subfrontal
(SSS) para abordagem dos aneurismas do sistema carotídeo e compará-la
com a técnica de acesso pterional clássico (PC). Método: Análise dos casos
de pacientes operados no Serviço de Neurocirurgia do Hospital da Ordem
Terceira de Belém (PA). Resultados: Existem vantagens e desvantagens do
acesso SSS em relação ao PC que são relatadas. O acesso SSS só deve ser
utilizado por neurocirurgião experiente, em virtude da dificuldade de espaço
decorrente do pequeno acesso, que permite abordagem de aneurismas
múltiplos, inclusive no sistema carotídeo contra-lateral, através de procedimento minimamente invasivo que beneficia o paciente. Conclusões:
102
Recomenda prudência e bom senso na indicação do método levando em
conta, principalmente, à segurança do enfermo.
Doenças priônicas – suas causas, bases
moleculares e riscos neurocirúrgicos
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da
Universidade do Estado do Pará – Belém (PA)
Grupo de condições neurodegenerativas que incluem a ancefalopatia
espongiforme subaguda (EES) conhecidas como doença por vírus lento
(DVL), demência transmissível e, recentemente, doenças priônicas (DP).
A ameaça à saúde pública trouxe interesse para o estudo da DP e rendeu o
Prêmio Nobel de Medicina, em 1997, a Stanley Prusiner (Delineamento da
estrutura dos príons). Objetivo: É apresentar o histórico, epidemiologia,
classificação, fisiopatologia, diagnóstico, profilaxia e perspectivas futuras,
analisando os dogmas da biologia molecular contrariados pelas doenças
priônicas. Método: Revisão da bibliografia sobre doenças. Resultados:
Organismo protéico e infectante deu origem ao termo príon. As DP,
diferente de outras doenças, são transmissíveis e hereditárias. Diferem de
qualquer vírus conhecido, pois, sua molécula não inclui ácido nucléico
detectável, é resistente ao calor, RUV e radiações ionizantes, senso suscetível a tratamentos que desnaturam proteínas (sódio dodecil sulfato e
fenol). Diagnóstico: Eletroforese gel bidimencional e RIE: duas proteínas
anormais equivalentes a 14-3-3 proteína neuronal; TC mostra atrofia cerebral, rapidamente progressiva e hipersinal em T2 no córtex e núcleos da
base na RM. A profilaxia com cuidado de contaminação em neurocirurgia,
laboratório de patologia, preparo de produtos, biológicos de cérebro, contato
com feridas abertas, contato da conjuntiva, exposição acidental a LCR,
sangue e tecidos e carne bovina contaminada. Conclusão: É importante o
estudo destas doenças para estabelecimento de correlação entre demências
e doenças degenerativas do SN de etiologia ainda não esclarecida. Sem
possibilidade de tratamento até o presente, embora pouco freqüentes, devem
ser diagnosticadas face ao problema de saúde pública.
Intercorrências neurocirúrgicas da
lagoquilascaríase
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB,
Neto HF, Leão RNQ
Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Pará
(UEPA), Instituto Evandro Chagas e Hospital da Ordem Terceira, Belém (PA)
Os autores apresentam revisão da literatura e abordam as implicações
neurocirúrgicas desta parasitose tropical rara, com maior números de caso
no Brasil, no Estado do Pará, que compromete sistema nervoso central
provocando abscessos cerebrais, granulomas parasitários encefálicos,
empiemas cranianos, meningoencefalite, síndrome convulsiva, paralisia de
nervos cranianos, principalmente os pontinos e os bulbares, entre outras.
São mostrados três casos de lagoquilascaríase em pacientes cadastrados
no Instituto Evandro Chagas, sendo um caso de empiema extradural e
dois casos de granuloma, um cerebelar e outro frontoparietal tratados com
sucesso. Os autores concluem que esta patologia rara deve ser do conhecimento dos neurocirurgiões, porque ocasiona manifestações neurológicas e
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
complicações de implicações cirúrgicas, possibilitando chamar a atenção
para o diagnóstico diferencial com outras patologias, visando o diagnóstico
etiológico correto para o tratamento específico desta helmintíase.
Uso de anticonvulsivantes durante a gestação em
pacientes neurocirurgicas
Bastos AM, Bastos AA, Neves DO, Neves ACA, Pinheiro NS, Mello Filho GB
Hospital da Ordem Terceira da Universidade Federal do Pará e da
Universidade do Estado do Pará – Belém (PA)
A condução do tratamento de mulheres epilépticas, com ou em decorrência
de patologias neurocirúrgicas, deve ser realizada com clareza, salientando
que mais de 90% têm filhos saudáveis. É o distúrbio neurológico mais
freqüente na obstetrícia ocorrendo em 0,3 a 0,6% das gestações. Método:
Revisão bibliográfica. Objetivo: Orientar o uso de drogas antiepilépticas
na gestação para controle total das crises, minimizando os efeitos adversos
dos medicamentos e das crises sobre a mãe e o feto. Comentar o uso de
DAE durante a lactação. Resultados: As gestações são classificadas como
alto risco, maior probabilidade de complicações, maior freqüência de sangramento vaginal em 15% a 25% e descolamento prematuro de placenta em
gestantes epilépticas. Diminuição na contratilidade uterina e deficiência de
vitamina K. A indução do parto é mais freqüente e realizada em 4,3 vezes,
cesarianas em até duas vezes comparadas com controles, risco de descolamento prematuro de placenta de 15% a 25%, risco de sangramento vaginal
7%, risco de hemorragia neonatal sem reposição de vitamina K 10%, risco
de dismorfismo facial 4% a 6%, risco de malformações maiores 1% a 2%,
risco de espinha bífida com valproato 0,5% a 1%, risco de espinha bífida
com carbamazepina. Conclusões: Deve-se repor rotineiramente ácido
fólico, evitar associações de DAE e administrá-las em doses fracionadas.
Carbamazepina e ácido valpróico aparentam ser as drogas mais seguras
na gestação. Capacitação profissional e conhecimento da patologia são a
chave. O risco de complicações pode chegar a 25% a 33% e o aumento
na freqüência de crises chega a duas a três vezes.
Prevalência dos distúrbios do sódio em
pacientes com traumatismo cranincefálico
atendidos em um pronto socorro brasileiro
referência em neurotrauma
Bezerra DAF, Amorim RLOA, Paiva WS, Andrade AF
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Objetivos: Os distúrbios do sódio são as mais freqüentes complicações
eletrolíticas em pacientes neurológicos graves. A maioria dos estudos
concentra-se nos mecanismos neuro-endócrinos produtores e/ou na
terapêutica. Poucos estudos analisam a prevalência, fatores de risco ou
as associações com os resultados nos diferentes tipos de doença cerebral.
Com isso, objetivamos estimar a prevalência de distúrbios do sódio entre
pacientes com TCE atendidos no pronto socorro de um hospital brasileiro
e descrever suas características demográficas, clínicas e radiológicas,
analisando possíveis associações entre estas características e os distúrbios do sódio. Métodos: Foram analisados aleatoriamente 80 pacientes
no período de 1 de julho de 2003 e 1 de julho de 2004. Foi considerado
distúrbio do sódio pelo menos uma detecção de sódio plasmático < 135
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
mEq/l ou > 145 mEq/l no período de 30 dias pós-TCE. Foi utilizado o
teste de qui-quadrado de Pearson (para variáveis nominais e ordinais) e
teste t-student (para idade). Resultados: 81,3% dos pacientes eram do
sexo masculino e 18,8% do sexo feminino. A idade média foi de 35,8
anos (3 a 87), 45% (IC 34-56%) dos pacientes apresentavam distúrbio
do sódio. Do total dos pacientes, 37 tinham TCE grave, 24 moderado e
19 leve, 39% apresentaram ambos distúrbios na evolução. As principais
lesões encontradas relacionadas com distúrbio do sódio foram hemorragia meníngea traumática (53,7%), hematoma subdural agudo (31,2%)
e hematoma extradural (22,5%). Não foram encontradas associações estatísticas significativas entre as características descritas e os distúrbios de
sódio. Conclusões: A prevalência de distúrbios do sódio foi alta. A grande
proporção de detecção na admissão sugere correção hidroeletrolítica
inadequada no atendimento inicial. O encontro de distúrbios graves na
evolução sugere possível ocorrência de quadros neuroendócrinos.
Exame clínico neurológico na indicação para
tratamento percutâneo com radiofreqüência
intradiscal na dor discogênica lombar
Brainer-Lima PT, Brainer-Lima AM, Azevedo HR
Programa de Residência Medica em Neurocirurgia (SUS) do Hospital
da Restauração e Departamento de Neurocirurgia da Universidade de
Pernambuco. Hospital Memorial São José (PE)
Objetivo: Avaliar retrospectivamente pacientes com dor lombar crônica
causada por doença no disco intervertebral submetidos ao método de tratamento intradiscal com radiofreqüência. Método: Setenta e quatro pacientes
com lombalgia há pelo menos seis semanas e doença no disco intervertebral
lombar foram avaliados com a escala visual analógica (EVA), o questionário
simplificado de incapacidade de Wisconsin. Os pacientes foram agrupados
de acordo com avaliação clínica, caracterizando dois grupos com e sem
sinais neurológicos de sofrimento radicular. Resultados: O seguimento
médio foi de 24 meses, variando de seis a 30 meses. A EVA foi significativamente menor (p = 0, 02), diminuindo 3, 7 pontos entre a avaliação inicial
e final e a escala de avaliação funcional mostrou melhora significativa (p =
0, 02) entre os pacientes sem sofrimento radicular tratados com a técnica
percutânea simples de radiofreqüência intradiscal, sem ablação (TPIR).
Dois pacientes apresentaram radiculalgia por quatro e sete meses depois
do procedimento, sem déficit motor ou sensitivo objetivos. Conclusão: A
TPIR pode ser útil em pacientes com dor lombar não-radicular associada
à doença discogênica não-compressiva.
Avaliação sobre a eficácia do uso de
Durasis® como substituto de dura-máter em
pacientes neurocirúrgicos
Brock RS, Plese JPP
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: A ocorrência de fístula liquórica incisional em procedimentos neurocirúrgicos é complicação indesejável, porém real, variando a
entre 1, 8% e 12%, resultando em aumento de morbidade e infecção
em até 5%. A submucosa de intestino delgado porcino (Durasis®) é
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
uma matriz extracelular natural de colágeno, proporcionando base para
a formação de neo-vasculatura e crescimento com remodelamento do
tecido hospedeiro e integração do retalho ao tecido. Objetivamos neste
trabalho testar a eficácia do Durasis® no fechamento de craniotomias,
nas quais o fechamento primário não foi possível. Métodos: Foram
avaliados 16 pacientes submetidos à abordagem neurocirúrgica craniana
que necessitaram de enxertia dural, utilizando-se de Durasis®, como
substituto dural, com sutura hermética aos bordos durais do paciente.
Os pacientes tiveram segmento clínico e radiológico para avaliação de
coleções e fístulas durais no pós-operatório imediato e tardio (dez dias,
um, três e seis meses e pós-operatório), assim como segmento quanto à
infecção de ferida cirúrgica e reações adversas ao material. Resultados:
Os 16 pacientes foram submetidos a fechamento dural com Durasis®,
por diversos cirurgiões habilitados, com boa aceitação devido a seu fácil
manuseio e resistência. Dez pacientes foram submetidos a craniotomias
para ressecção de tumores, dois craniotomias para clipagem de aneurismas, dois craniotomias subocciptais para tratamento de mal-formação
de Chiari, dois correções de fístula liquórica incisional. Destes pacientes, dois (12, 5%) apresentaram coleções subgaleal no pós-operatório
imediato, sem repercuções clínicas e que se resolveram em segmento
tardio. Dois pacientes (12, 5%) apresentaram fístula liquórica, tendo
um evoluído com infecção sistêmica e de ferida cirúrgica (6, 25%). O
segmento tardio ambulatorial revelou aumento de morbidade em apenas
um paciente (6, 25%). Conclusões: O uso de Durasis®, como substituto
dural, demonstrou ser de boa aceitação entre os cirurgiões, com índices
de sucesso semelhantes aos demais materiais disponíveis no mercado.
Nasoangiofibroma juvenil – acesso craniofacial
Brock RS, Gomes MT, Sennes LU
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Nasoangiofibroma juvenil é uma entidade rara correspondendo a apenas 0, 05% dos tumores de cabeça e pescoço. Originados
primariamente na nasofaringe podem invadir a cavidade intracraniana
em até 20% dos pacientes, estando associado a aumento de sangramento
e recidiva. Nosso trabalho visa avaliar a eficácia do acesso craniofacial
para o tratamento de nasoangiofibroma juvenil com invasão intracraniana. Métodos: Análise retrospectiva de dez pacientes (12 cirurgias)
submetidos à ressecção de nasoangiofibroma juvenil (grau III e IV de
Fish), por acesso craniofacial pelo grupo de Cirurgia de Base de Crânio
da Divisão de Neurocirurgia, em conjunto com o Serviço de Cirurgia de
Cabeça e Pescoço do HC-FMUSP, no período de 1999 a 2005. Todo os
pacientes foram submetidos à embolização pré-operatória das lesões. Os
pacientes foram então avaliados quanto a complicações intra-operatórias,
grau de ressecção, evolução clínica e recidiva pós-operatória. Resultados:
Todos os pacientes foram submetidos à ressecção macroscópica total das
lesões. Mesmo com a realização de embolização pré-operatória, dois
pacientes evoluíram com complicações intra-operatórias secundárias a
sangramento excessivo e necessidade de politransfusão, com conseqüente
interrupção do procedimento e ressecção da lesão em dois tempos, um
dos quais evoluindo para óbito, devido a sangramento incoercível. Os
demais pacientes não apresentaram complicações intra-operatórias sendo
fistula liquórica e infecção a principal complicação pós operatória. Os
104
nove pacientes foram seguidos ambultorialmente, por período de três
meses a cinco anos, não se evidenciando recidiva das lesões. Conclusões: O acesso combinado craniofacial se faz necessário em pacientes
com nasoangiofibroma juvenil, com invasão às fossas média e anterior,
proporcionando maior grau de ressecção e menor índice de recidiva.
Tratamento cirúrgico de malformação
arteriovenosa cerebral guiada por estereotaxia
– relato de caso
Brock RS, Ciquini Jr O, Amorim RLOA, Paiva WS, Bezerra DAF, Alho E,
Fonoff E, Branco LC
Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: Apesar dos avanços com a técnica endovascular e com a
radiocirurgia, a ressecção cirúrgica é o tratamento mais efetivo para a
maioria das malformações arteriovenosas (MAVs). Certas MAVs podem
ser de difícil localização no intra-operatório, o que pode aumentar a
morbidade. Portanto, técnicas alternativas que auxiliem na localização
exata da MAV podem determinar um melhor prognóstico. Objetivo:
Demonstrar uma emergente alternativa terapêutica para ressecção de
MAVs pequenas e profundas. Metodologia: Descrição de caso clínico.
Caso clínico: ANJ, feminino, 16 anos, estudante, com história de MAV
têmporo-occipital esquerda, achado incidental, em seguimento ambulatorial há cinco anos da internação, apresentou-se em nossa unidade de
urgência com queixa de cefaléia súbita, náuseas e vômitos com exame
neurológico evidenciando desorientação têmporo-espacial, sonolência
e rigidez de nuca. Trazia angiografia digital realizada há um ano, que
mostrava enovelado vascular tortuoso de cerca de 5 mm relacionando-se
com a parede medial do átrio ventricular esquerdo e giro parahipocampal. MAV nutrida por ramos diretos da a. cerebral posterior esquerda
(segmento P3/P4). Drenagem venosa para veia de Galeno. Rapidamente
foi realizado TC de crânio que revelou hemoventrículo extenso, com
maior componente à esquerda associado à hidrocefalia moderada. Não
houve piora do nível de consciência, não sendo necessária drenagem
ventricular externa. Repetiu angiografia que se mostrava inalterada em
relação a anterior. Evolui com melhora progressiva do nível de consciência sendo optado por abordagem da lesão guiada por estereotaxia.
Angiografia de controle evidenciou ressecção completa da MAV. A
paciente recebeu alta hospitalar no quinto pós-operatório plenamente
consciente, orientada e sem déficits neurológicos. Conclusão: O uso
da estereotaxia pode ajudar a otimizar o planejamento da craniotomia,
assim como determinar de forma mais exata a localização da lesão,
particularmente em MAVs pequenas e profundas.
Aneurisma intra-selar da carótida interna
coexistindo com um adenoma secretor de GH
em um paciente acromegálico
Burattini JÁ, Cukiert A, Zach PL, Silva FFA, Saleh A, Nogueira KC,
Huayllas MKP, Silva MER, Jacob RS, Liberman B, Santos PPML,
Seda JR LF, Câmara RLB, Lopes LFPG
Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Objetivos: A coexistência de adenoma pituitário e aneurisma cerebral
é rara, embora sua prevalência seja mais elevada que a esperada na
população geral. É relatado o caso de um paciente acromegálico, no
qual um adenoma secretante de GH coexistia com um aneurisma
intra-selar da artéria carótida interna (ACI). Métodos/ resultados:
Uma mulher, 58 anos de idade, apresentava cefaléia crônica e fenótipo
acromegálico. Ela apresentava hipertensão há dez anos e galactorréia
há três anos. Os níveis de GH plasmáticos variavam de 5.7 a 11.4
ng/mL e a média dos níveis de IgF1 era de 703 ng/mL. A função
pituitária, por outro lado, estava intacta. Imagens por ressonância
nuclear magnética (RM) da região selar revelaram um aneurisma da
ACI de 1,2 cm ocupando a hemissela esquerda e um adenoma hipofisário de 0,7 cm imediatamente abaixo dele. Angiografia cerebral
evidenciou um aneurisma da ACI esquerda posterior à emergência
da artéria oftálmica. A paciente tolerou bem um teste de oclusão com
balão e foi submetida à exclusão do aneurisma através da oclusão
da ACI no pescoço e clipagem da ACI supraclinóide imediatamente
abaixo da saída da artéria oftálmica. Um mês após, ela foi submetida
à remoção do adenoma através de um acesso transesfenoidal. O aneurisma excluído foi facilmente visualizado ocupando a hemissela
esquerda inteira. Exame imuno-histoquímico confirmou a presença
de adenoma secretor de GH. Os níveis pós-operatórios de GH e
IgF1 foram, respectivamente, de 1,7 e 227 ng/mL. Conclusões: A
prevalência de aneurisma da região selar entre outros é de 1% a 2%.
A prevalência da coexistência de adenomas hipofisários e aneurisma
cerebral é mais elevada que em outros tipos de tumores cerebrais
benignos e em relação à população geral. Aproximadamente 50%
desses pacientes têm acromegalia, sugerindo que altos níveis de GH
e IgF1 ou seus efeitos biológicos possam estar implicados na gênese
do aneurisma. IgF1 elevado, induzindo dilatação arterial, mudanças
ateroscleróticas e degenerativas da parede arterial, invasão tumoral,
neovascularização direcionada ao tumor, hipertensão e diabetes,
estão muito provavelmente envolvidos no processo. Embora o tratamento desses pacientes possa ser desafiador, o acesso à lesão vascular
primeiro é geralmente a melhor escolha.
Efeitos da retirada da octreotida lar em
pacientes acromegálicos tratados por
radioterapia primária ou secundária
Burattini JA, Cukiert A, Saldanha MDD, Tavares LB, Silva MSN,
Michelin SC, Lido ACV, Nogueira KC, Liberman B, Santos PPML,
Seda Jr LF, Câmara RLB, Lopes LFPG
Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP)
Objetivos: A octreotida lar é capaz de normalizar os níveis de GH e
IgF1 em 50% a 70% dos pacientes com acromegalia. Pouco se conhece sobre os efeitos em longo prazo da SLAR® e por quanto tempo
a medicação deve ser administrada para cada paciente. Este trabalho
relata os resultados da retirada da SLAR® em pacientes submetidos à
cirurgia e radioterapia (radioterapia secundária) ou radioterapia isolada
(radioterapia primária) antes de receberem a SLAR®. Métodos: Dez
pacientes acromegálicos foram estudados. Nove foram submetidos à
cirurgia e radioterapia e um, à radioterapia primária, como tratamento
antes de receberem a SLAR®. Todos os pacientes receberam SLAR®
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
como tratamento secundário ou terciário por uma média de 28,2 meses.
Os níveis médios de GH e IgF1 antes de qualquer tratamento foram,
respectivamente, 54,2 e 895,6 ng/mL. Os níveis médios de GH e IgF1
antes do início da SLAR® foram, respectivamente, 7,7 e 771 ng/mL. A
média de tempo após a radioterapia até o da retirada da SLAR® foi de
21,9 meses. SLAR® foi retirada por pelo menos quatro meses em cada
paciente e os níveis de GH e IgF1 foram avaliados seqüencialmente.
Resultados: As médias dos níveis de GH e IgF1 foram 0,7 (0,05-2,2)
e 203,7 (41,1-337) ng/mL em pacientes recebendo SLAR®. Depois
de quatro meses da retirada da SLAR®, as médias dos níveis de GH e
IgF1 foram, respectivamente, 3,3 e 623,2 ng/mL. Os níveis de GH ou
IgF1 aumentaram após a retirada da SLAR® em oito dos dez pacientes.
Em seis pacientes (75%), tanto o nível de GH como de IgF1 aumentaram após a retirada da SLAR®. Os níveis de GH e IgF1 aumentaram
em uma média de 2,4 meses após a retirada da droga. Conclusões:
Normalização dos níveis de GH e IgF1 foram obtidos em todos pacientes usando SLAR® nesta série. Por outro lado, 80% dos pacientes
mostraram aumento bem definido dos níveis de GH e/ou IgF1 para
um platô anormal após quatro meses da retirada da droga, sugerindo
que os resultados laboratoriais prévios estivessem relacionados com
a efetividade da SLAR® e não com os efeitos da radioterapia. Esses
pacientes provavelmente necessitariam de tratamento com SLAR® por
não menos que três anos.
Tumores orbitários pediátricos: revisão de 23 casos
Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO
Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF)
Objetivo: Estudo da prevalência e da apresentação clínica de lesões
tumorais orbitárias na população pediátrica em uma instituição pública
do Distrito Federal. Material e método: Estudo retrospectivo de 23 casos
de tumores orbitários operados no período de 1984 a 2004. Resultados:
No período de 20 anos foram operadas 23 crianças, com predomínio do
sexo feminino (69,56%) sobre masculino (30,43%), faixa etária variando
de dois meses a 15 anos, média de idade de cinco anos. Sinais e sintomas
de apresentação mais comum foram o exoftalmo em 75% casos, seguido
pelo edema peri-palpebral (35% casos), baixa da acuidade visual e quemose (respectivamente 25% cada). Curiosamente, houve predomínio da
órbita esquerda (em 70% das lesões). Os tumores mais freqüentemente
encontrados foram o rabdomiosarcoma (26,08% casos) e o hemangioma
capilar (17,39% das lesões). Hemangioma cavernoso e displasia fibrosa
representaram 8,69% dos achados. Neurofibroma, hemangioendotelioma,
tumor dermóide, granuloma eosinofilíco, dentre outros perfizeram 4,34%
das lesões cada. A craniotomia fronto-orbitária foi realizada em 75% das
ocasiões. Conclusão: Trata-se de doença rara em nosso meio. Os dados
de prevalência do tipo histológico, faixa etária e quadro clínico foram
concordantes com os trabalhos anteriormente publicados.
Tumores orbitários – revisão de 36 casos
Caixeta TH, Macedo LM, Reis JA, Machado ALO, Lima BO
Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF)
Objetivo: Relato da prevalência histológica e da apresentação clínica
de lesões orbitárias em instituição pública do Distrito Federal. Mate-
105
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
rial e método: Estudo prospectivo de série de 36 casos operados nesta
instituição no período de 1980 a 2002. Resultados: Trinta e seis pacientes operados no período de 22 anos, totalizando 43 procedimentos
cirúrgicos. Predomínio do sexo feminino (75% casos em relação ao
masculino, 25% dos doentes). Faixa etária de 19 a 79 anos, média
de idade de 53 anos. Sintomas e sinais clínicos de apresentação mais
freqüente foram o exoftalmo (82% casos) seguidos pela baixa da acuidade visual progressiva (45%), quemose e edema peri-orbitário (40%
cada). Houve predomínio dos meningiomas primários da órbita (22%)
seguidos por displasia fibrosa, neurinoma e hemangioma cavernoso
(8% cada). Cisto epitelial da glândula lagrimal e pseudotumor orbitário
representaram 5,5% dos achados, cada. Lipoma, osteoma, carcinoma
adenóide pleomórfico, adenoma pleomórfico lacrimal, dentre outros
representaram cada 2% das lesões. Conclusões: Trata-se de doença
rara em nosso meio e os dados relativos às prevalências histológica,
epidemiológica e quadro clínico são concordantes com trabalhos anteriormente publicados.
radiologia intervencionista. Novos modelos de stents, auto-expansíveis,
navegáveis na circulação intracraniana e com fenestrações mais amplas estão possibilitando o uso do mesmo para tratar, ou então como
coadjuvante, lesões vasculares intracranianas de difícil tratamento
cirúrgico ou endovascular convencional. Resultados: Enquanto que há
alguns anos era necessário improvisar com o uso de stent coronarianos
e periféricos atualmente existem dois tipos de stent desenvolvidos para
o uso intracraniano. Esse uso não se restringe apenas para a ajuda no
tratamento de aneurismas saculares de colo largo, mas também para
estenoses intracranianas de circulação anterior ou posterior, aneurismas
dissecantes, fistulas carótido-cavernosas. Conclusão: A disseminação
do uso de stent intracraniano vem ajudar no tratamento de patologias
vasculares cerebrais de difícil tratamento.
Associação entre aneurisma cerebral e
tumor de hipófise
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT,
Abrão GP, Silva CP, Barbosa MMT
Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo (SP)
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT,
Abrão GP, da Silva CP
Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo
Introdução: Relatar o tratamento endovascular, com uso de stent, na
displasia fibromuscular severa da artéria carótida interna cervical com
remodelagem da mesma. Método: Três mulheres, com diagnóstico
de ataque isquêmico transitório, com ecodoppler e angioressonância
da região cervical, demonstrando imagens de estenoses e dilatações
severas da carótida interna cervical, foram submetidas à angioplastia
da artéria carótida interna cervical com uso de stents auto-expansíveis,
dois pacientes (Wallstent – Boston®) e um pacientes (Precise – Cordis®),
em uso de clopidogrel 75 mg ao dia e ácido acetilsalicílico 300 mg
ao dia. No segmento, as pacientes estão assintomáticas e no controle
angiográfico evidenciamos remodelagem da artéria. Resultados: A displasia fibromuscular da artéria carótida é incomum, mas não rara, afeta
ramos intermediários da aorta. O acometimento da artéria carótida pode
se manifestar por sintomas neurológicos (TIAs) devido à embolização
por formação de trombos. Utilizamos a angioplastia com stent autoexpansível para tratar estas três pacientes com displasia fibromuscular
da artéria carótida interna cervical. No segmento, não foi observado
mais sinais neurológicos de TIAs e o controle angiográfico demonstra
remodelagem da artéria, não sendo mais possível observar as estenoses
e dilatações pré-tratamento, assumindo uma conformação tubular. Conclusão: A angioplastia percutânea tem surgido como o tratamento de
preferência em pacientes com displasia fibromuscular da região cervical
com sintomas cerebrovascular. Estes casos relatados demonstram que
a angioplastia com stent utilizada em casos com grandes dilatações e
estenoses, pode levar a remodelagem do vaso.
Introdução: Relatar o caso de paciente com hemorragia subaracnóide
devido á aneurisma da artéria cerebral anterior, portadora de tumor de
hipófise e fazer resumo da literatura. Método: Paciente de 37 anos,
apresentou quadro súbito de forte cefaléia, HHI, GCS 15. Tomografia
demonstrou hemorragia subaracnóidea e presença de tumor em região
selar, confirmado por RM. A paciente já tinha sido operada deste
tumor há cerca de dois anos, por via trans-esfenoidal e encontravase assintomática em relação ao tumor. Resultado: Cinco dias após
a hemorragia subaracnóidea foi realizada arteriografia cerebral, que
evidenciou aneurisma da artéria cerebral anterior na transição A1-A2,
sendo realizada embolização por coils. Paciente será submetida a novo
tratamento da lesão tumoral a ser programada. Conclusão: A presença
de aneurisma cerebral em pacientes que apresentam tumor de hipófise
não é muito infreqüente. Autores relatam a incidência de até 7,4%,
sendo maior que a encontrada em pacientes com tumor cerebral de
outra origem. O tratamento do aneurisma pode ser cirúrgico ou endovascular. Devido à paciente encontrar-se assintomática em relação ao
tumor e a proposição de tratamento trans-esfenoidal do mesmo, além
das dificuldades anatômicas do aneurisma em relação ao tumor, optamos
pelo tratamento endovascular e posterior tratamento cirúrgico.
Indicações do uso de stent intracraniano
Caldas JGMP, Frudit ME, Puglia Jr P, Barbosa LA, Jory M, Sá Jr AT, Abrão
GP, da Silva CP, Barbosa MMT
Instituto de Radiologia da Universidade de São Paulo
Objetivo: Definir as indicações do uso do stent intracraniano. Método: Devido às dificuldades técnicas e anatômicas do tratamento
endovascular de algumas lesões intracranianas, principalmente de
aneurismas de colo largo, tem aumentado ao uso de stent em neuror-
106
Remodelagem da artéria carótida interna cervical
com uso de stent em displasia fibromuscular
Hiponatremia após cirurgia de
adenoma hipofisário
Câmara RLB, Cukiert A, Zach PL, Nogueira KC, Silva MER, Liberman B;
Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Lopes LFPG
Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica Neuroendócrina de São Paulo (SP)
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Objetivos: A prevalência da hiponatremia (HN) após procedimentos
transesfenoidais (TS) para adenoma hipofisário (AH) pode variar de 1,
8 a 9, 1%. As principais causas são: síndrome da secreção inapropriada
de hormônio antidiurético (SPIHAD), síndrome perdedora de sal central
(SPSC) ou insuficiência adrenal. Este trabalho relata a ocorrência de
hiponatremia no período pós-operatório precoce dos procedimentos
transesfenoidais para adenoma hipofisário. Métodos: Trinta e três
pacientes submetidos à TS para AH foram estudados. Doze possuíam
acromegalia, oito doença de Cushing (não curada pela cirurgia), dois
prolactinoma e 11 adenoma não-secretor. Todos os pacientes foram
mantidos internados pelo menos por uma semana no pós-operatório e
os níveis de sódio sérico foram obtidos pelo menos duas vezes ao dia.
Pacientes com doença de Cushing curados pela cirurgia e que tiveram
insuficiência adrenal pós-operatória não foram incluídos. Todos os
pacientes com níveis de sódio plasmático abaixo de 130 mEq/l foram
considerados como tendo hiponatremia. Resultados: Sete pacientes
desenvolveram hiponatremia (116-128 mEq/l). Hiponatremia foi assintomática em 43% deles. Cinco dos sete pacientes que apresentaram
hiponatremia só o fizeram do sexto ao oitavo dia pós-operatório. A
média de duração da hiponatremia foi de 3, 8 dias (dois a sete dias).
Todos os pacientes foram tratados com restrição de volume de fluidos,
três receberam infusão salina a 3% e dois receberam diuréticos. A média de tempo de seguimento pós-operatório foi de 9, 3 dias. Nenhum
paciente apresentou poliúria ou elevação da uréia plasmática que fosse
sugestiva de hipovolemia e SPSC. Nenhum paciente apresentou insuficiência adrenal. Conclusões: Pacientes que recebem alta hospitalar
antes do sexto dia pós-operatório deverão ser acompanhados externamente quanto ao desenvolvimento de hiponatremia até o décimo dia
pós-operatório. Eles deverão ser avisados a procurar assistência médica
caso sintomas sugestivos de hiponatremia se desenvolvam.
Linfoma primário do sistema nervoso central
em pacientes imunocompetentes: diagnóstico
diferencial a ser questionado
Campos AW, Rodrigues Jr, Nicácio JM, Fernandes SM, Silva MN,
Amaral SH, Pereira CAB
Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis – São Paulo (SP)
Introdução: Linfoma primário do sistema nervoso central é uma
doença rara e geralmente diagnosticada em pacientes imunocomprometidos. Em pacientes imunocompetentes compõem 0,5% a
1,5% dos tumores intracranianos e na grande maioria dos casos é
do tipo não-Hodgkin. As características de imagem do linfoma nãoHodgkin podem ser confundidas com outras doenças mais freqüentes,
acarretando erro de diagnóstico e de conduta. Método: No período
de dezembro de 2002 a novembro de 2003, em nosso serviço foram
atendidos três pacientes com comprometimento neurológico variando
de alteração do conteúdo de consciência a sinais focais como hemiparesia. O diagnóstico de linfoma não-Hodgkin foi confirmado por
imuno-histoquímica. Resultado: Todos os casos do nosso serviço
tiveram o diagnóstico imuno-histoquímico de linfoma não-Hodgkin
de grandes células do tipo B, conforme orienta a literatura. Conclusão: Diferente dos casos de linfoma não-Hodgkin sistêmico, no
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
sistema nervoso central não há comprovação unânime da influência
do vírus Epstein-Baar na patogênese da doença. Não existe um padrão
homogêneo de imagem desses linfomas, podendo variar desde lesões
homogêneas com captação regular de contraste até lesões heterogêneas de limites mal definidos com captação irregular de contraste, tanto
na tomografia computadorizada quanto na ressonância magnética.
Tal comportamento radiológico pode levar a erros diagnósticos e
cirurgias desnecessárias pelo diagnóstico equivocado de glioma ou
meningioma. Pensando-se em linfoma do sistema nervoso central, o
diagnóstico pode ser realizado por meio de biópsia estereotáxica e o
tratamento consiste no uso de metotrexate intratecal.
Estudo retrospectivo das infecções de
sítio neurocirúrgico tratadas com
debridamento no Hospital de Base do
Distrito Federal no ano de 2004
Campos RS, Macedo ML, Machado ALO
Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF)
Objetivo: Analisar os vários aspectos dos pacientes neurocirúrgicos
com diagnóstico de infecção de sítio cirúrgico tratados com debridamento cirúrgico, correlacionando com os dados existentes na literatura
e diagnosticar possíveis características peculiares da amostra estudada.
Metodologia: Análise dos registros clínicos dos pacientes tratados cirurgicamente para infecção de sítio cirúrgico da Unidade de Neurocirurgia do
Hospital de Base do Distrito Federal, no ano de 2004, avaliando aspectos
epidemiológicos, clínicos e operacionais. Resultados: Foram admitidos no
protocolo 15 pacientes sendo 12 (80,0%) do sexo masculino, a média de
idade foi de 43,45 anos, o traumatismo craniano fechado foi o de maior
freqüência – 40% (6 casos), os eventos foram mais freqüentes durante
dias úteis (nove casos – 60%), no primeiro semestre (oito casos – 53,3%)
e no período diurno (13 casos – 86,6%). O tempo médio para instalação
da doença foi de 32,7 dias e o tempo entre o diagnóstico da infecção
e o debridamento cirúrgico foi de 6,6 dias. A antibioticoterapia durou
em média 19,36 dias. Todos os casos foram considerados curados até
fevereiro de 2005. Conclusão: Os dados obtidos são congruentes com a
literatura atual e os resultados encontrados (como os tempos-médios entre
o diagnóstico e o debridamento cirúrgico e da antibioticoterapia) revelam
a necessidade de resolução de entraves estruturais para diminuir custos e
morbimortalidade das infecções hospitalares de sítio neurocirúrgico.
Análise de campo visual em pacientes
com esclerose mesial temporal submetidos
à lobectomia temporal anterior com
neocorticectomia e amigdalo-hipocampectomia
Cardeal DD, Petitto CE, Wen HT
Disciplina de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
Objetivo: Obter a freqüência e severidade da alteração de campo
visual após a lobectomia temporal de 3 cm e estudar suas conseqüências funcionais. Métodos: Estudamos 35 pacientes com diagnóstico
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
de esclerose mesial temporal com epilepsia refratária que foram
submetidos à lobectomia temporal associada à neocorticectomia com
amigdalo-hipocampectomia pelo mesmo neurocirurgião. Em todos
os pacientes foi realizado estudo de campimetria computadorizada.
Todos foram entrevistados quanto ao déficit visual, qualidade de
vida, controle de crises e conseqüências funcionais após a cirurgia.
Resultados: Sessenta e dois por cento dos pacientes apresentaram
campimetria normal, 29% apresentaram quadrantopsia temporal
parcial e 2% apresentaram quadrantopsia temporal total. Resultados
incongruentes foram encontrados em 8% dos pacientes. Nenhum
paciente queixou-se de alterações visuais ou apresentou prejuízo
funcional após a cirurgia. Conclusão: Há menor alteração de campo
visual após lobectomia temporal de 3 cm para tratamento cirúrgico
de epilepsia por esclerose mesial temporal. Além disso, essas alterações não geram prejuízo funcional e o controle das crises gera
melhor qualidade de vida ao paciente.
Empiema subdural por Streptococus sanguini
– relato de caso
Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED,
Andrade AF, Marino JR R
Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: É causa de menos de 10% das infecções intracranianas. Era uma condição fatal antes da era dos antibióticos. Hoje
a mortalidade ainda é menor do que 10%, pela literatura mais
recente. O seio frontal é o mais comum seio associado à infecção
intracraniana, seguida do seio etmóide, esfenóide e maxilares.
Postula-se que existe um pico de vascularidade do sistema diplóico
e do desenvolvimento do seio frontal entre 7 e 20 anos. Metodologia: Descrição de caso clínico. Caso clínico: AM, masculino, 27
anos, estudante há dois dias com cefaléia frontal latejante, náuseas,
vômitos e sonolência. Procurou nosso serviço apresentando-se
prostrado, febril, com rinoscopia, evidenciando secreção hialina
e hiperemia. Ao exame neurológico, encontrava-se desorientado
e sonolento, com força muscular grau 4 em membro superior E.
TC de seios da face seios maxilares e frontais opacificados com
conteúdo de densidade óssea em ambos seios maxilares. TC de
crânio revelou coleção subdural fronto-temporoparietal à direita,
com desvio das estruturas da linha média. Realizada craniotomia
e drenagem da coleção subdural mais sinusectomia frontal anterior
bilateral e exploração maxilar. Cultura do conteúdo intracraniano
evidenciou Streptococcus sanguini sensível à clindamicina. No
primeiro dia pós-operatório, o paciente encontrava-se em ótimo
estado geral, evoluindo com melhora da curva febril e do déficit,
apresentando recuperação completa após o término da antibioticoterapia. Conclusões: Trata-se de um caso de empiema subdural,
abordado conjuntamente com otorrinolaringologia, conduta que
entendemos como ideal, com drenagem do empiema e do foco
primário. Outro destaque é o Streptococcus sanguinis como agente.
Esta espécie em particular é extremamente rara.
108
Hematoma subdural crônico com herniação uncal
Cardeal DD, Alho EJL, Paiva WS, Amorim RL, Lucio JED,
Andrade AF, Marino JR R
Unidade de Neurocirurgia de Emergência da Clínica Neurocirúrgica do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (SP)
Introdução: Hematomas subdurais crônicos são afecções freqüentes
em unidades de neurocirurgia, predominando na faixa etária de 56 a
63 anos, ocorrendo na incidência de 1,72 casos por milhão de habitantes. O quadro clínico é caracterizado por cefaléia, desorientação
e déficits focais. Diminuição de nível de consciência é observado
de 28% a 100% dos casos, contudo, em raros casos são observados
pacientes comatosos. Descrevemos um caso de paciente apresentando clínica de herniação transtentorial decorrente de hematoma
subdural crônico. Material e métodos: Descrição na forma de relato
de caso. Relato de caso: Paciente previamente com diagnóstico
de CA de mama e glaucoma. Há um dia apresentou cefaléia súbita
seguida de rebaixamento do nível de consciência. Levada a outro
serviço, deu entrada à 1 hora em GS = 13, pupilas isocóricas. Às
7 horas, apresentou novo rebaixamento para GS = 7, com pupilas
anisocóricas E > D, sendo transferida para nossa unidade foi prontamente submetida a tratamento por trepanação única com drenagem
de hematoma subdural hipertensivo. Evoluiu no pós-operatório
imediato com recuperação do nível de consciência, apresentando-se
após seis horas já em G = 15 sem déficits. Conclusão: Apesar de
evolução geralmente progressiva, hematomas subdurais crônicos
podem apresentar evolução com herniação, caracterizando um
emergência neurocirúrgica.
Síndrome de Moya-Moya – relato de caso
Carneiro RCCP, Carneiro JKR, Mont’Alverne FJA, Cristino-FG,
Ribeiro EML, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Bastos LC, Neto GA, Ponte KF
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral
Objetivos: Enfocar a importância da arteriografia cerebral no diagnóstico
da síndrome de Moya-Moya. Métodos: Relata-se o caso de um paciente
de 7 anos, masculino, natural e procedente de Sobral (CE), admitido na
Santa Casa de Sobral, em junho de 2003 com quadro súbito de afasia
e paresia em membro inferior direito que progrediu, em dois dias, para
paresia em hemicorpo direito. Durante a internação foi realizada tomografia computadorizada craniana que evidenciou múltiplas lesões nos
hemisférios cerebrais em planos corticais. Após cerca de dois meses, o
paciente recuperou a deambulação e a fala com o auxílio de fisioterapia
e fonoterapia. Em maio de 2004, apresentou novo quadro de hemiparesia
direita e afasia. A criança ainda apresentou três episódios semelhantes
a este durante o mesmo mês, evoluindo com recuperação parcial. Realizou, então, ressonância magnética do crânio que evidenciou alterações
vasculares, tipo estenose, e áreas de circulação colateral, além de áreas
de infarto cerebral. Em 2005, foi realizada arteriografia, sendo observado
arteriopatia estenosante dos seguimentos proximais (A1, M1 e P1) dos
ramos intracranianos, padrão característico da síndrome de Moya-Moya.
Aguarda tratamento cirúrgico de revascularização cerebral, a fim de
minimizar o risco de novos AVCs isquêmicos e hemorrágicos. Resultados: O paciente, em junho de 2005, apresentava-se orientado, pouco
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cooperativo ao exame, com diminuição de força em hemicorpo direito,
hiper-reflexia à direita e afasia. Aguardava cirurgia de revascularização
cerebral. Conclusões: Moya-Moya é uma vasculopatia não-inflamatória,
não-aterosclerótica, sem exclusividade de acometimento da circulação
cerebral, que resulta em obliteração das principais artérias do polígono
de Willis e substituição por um emaranhado de vasos colaterais. O
diagnóstico da síndrome é efetuado pela angiografia. A diversidade
da apresentação clínica e a baixa incidência/prevalência tornam difícil
determinar a eficácia da terapêutica usada.
Analysis of epidermal growth factor receptor
gene expression in astrocytomas
Carvalho PO, Uno M, Oba-Shinjo SM, Scrideli CA, Carlotti CG, Tone LG,
Neder L, Rosemberg S, Aguiar PH, Miura F, Marie SKN
Departamentos de Neurologia e Patologia da Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo. Departamentos de Patologia, Cirurgia e Pediatria
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (SP)
Objective: The aim of this study is to analyze epidermal growth factor
receptor (EGFR) expression in astrocytomas. EGFR is a transmembrane protein consisting of an extra cellular EGF-binding domain and
an intracellular domain with ligand-activated tyrosine kinase activity,
frequently amplified and over expressed in glioblastomas. Methods: In
the present study total RNA was extracted from 90 surgical specimens:
25 pilocytic astrocytomas; 5 low-grade astrocytomas; 9 high-grade
astrocytomas; and 51 glioblastomas. Messenger RNA was reverse
transcribed into cDNAs and quantification of relative gene expression
of EGFR using SYBR Green primers and probes was performed by real
time quantitative polymerase chain reaction (rt-PCR). The housekeeping beta-glucuronidase (GUS-β) was used as an endogenous control.
The relative expression of EGFR was calculated and compared in
diffuse astrocytomas against non-neoplastic cerebral tissue. Results:
The result of rt-PCR demonstrated increased relative gene expression
of EGFR in 53% of glioblastomas, 8% of pilocytic astrocytomas, in
addition to all low- and high-grade astrocytomas samples. Conclusion:
Our findings of EGFR overexpression may be useful to select those
patients elegible for a forthcoming immunogenic theurapeutical trial
with the specific antibody against that receptor.
Angiopatia proliferativa de sistema nervoso
central – relato de caso
Cavalcante SP, Serra MVFBVF, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF
Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo (SP)
Objetivos: Relatar um caso de angiopatia proliferativa em sistema
nervoso central. Material e métodos: Paciente, CBO, 26 anos, sexo
masculino, empregado como porteiro de condomínio, sem vícios, sem
co-morbidades associadas. Deu entrada no pronto socorro do Conjunto
Hospitalar do Mandaqui no dia 7 de julho de 2005, com queixa de cefaléia súbita holocraniana, escala de coma de Glasgow (ECG) 14, com
hemiparesia completa e proporcionada à direita. Evoluiu rapidamente
com rebaixamento do nível de consciência sendo realizada intubação
orotraqueal e ventilação mecânica em ECG 4, pupilas médias e pouco
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
reativas. Tomografia computadorizada do crânio sem contraste evidenciou lesão hiperdensa em cápsula interna, tálamo e mesencéfalo à
esquerda, sugestivo de acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh)
associado à hidrocefalia. Apresentou melhora neurológica progressiva,
sendo admitido na enfermaria com hemiplegia à direita, associado
com afasia de expressão e síndrome de Parinaud. Ressonância nuclear
magnética (8 de agosto de 2005): seqüela de AVEh em tálamo esquerdo
com dilatação compensatória do corno posterior do ventrículo ipsilateral.
Angiografia cerebral (8 de agosto de 2005): hipertrofia de vasos capilares
na face posterolateral de ambos os tálamos com maior extensão à esquerda com drenagem venosa precoce para as veias talâmicas superiores
e coroidéias, em direção à veia de Galeno e basal de Rosenthal; não
foi visualizado nidus. Caso discutido em reunião clínico-radiológica,
quando foi afastada a possibilidade de qualquer procedimento cirúrgico
e/ou endovascular. Diagnóstico: Angiopatia proliferativa de sistema
nervoso central. Conclusões: A angiopatia proliferativa é caracterizada
por hipertrofia capilar, ausência de nidus e drenagem venosa precoce.
Trata-se de entidade rara, cuja importância é o diagnóstico diferencial
com mal-formação arteriovenosa e doença de Moya-Moya.
Avaliação clínico-radiológica dos resultados da
cirurgia para Chiari I e siringomielia
Cesare FA, Daniel JW, Haddad L, Silva EU, Veiga JCE
Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo
Objetivo: Correlacionar o quadro clínico e a imagem radiológica no
pré e pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia para siringomielia. Método: Selecionamos os pacientes operados por malformação
de Chiari I e siringomielia, no período de fevereiro de 1995 a janeiro
de 2005. Foram realizadas avaliação neurológica clínica e radiológica
atual, através do prontuário médico obtido o exame neurológico e
laudo das imagens no período pré-operatório. Resultados: No período indicado, foram submetidos ao tratamento cirúrgico 34 pacientes.
Destes, três faleceram durante o acompanhamento, três se mudaram
do Estado de São Paulo e com 17 não foi possível contato telefônico
ou por correspondência. Dessa maneira, foram incluídos 11 pacientes;
seis do sexo masculino e cinco do sexo feminino, com idade entre 29
e 44 anos. Todos apresentavam à ressonância magnética siringomielia
associada à malformação de Chiari ou alteração óssea da transição
crânio-cervical. Ao exame neurológico, nove pacientes apresentavam
síndrome medular central e três síndrome bulbar associada; dois doentes
mostravam-se com síndrome de hipertensão intracraniana paroxística,
sendo que em um deles, a síndrome bulbar associava-se ao quadro. A
duração dos sinais e sintomas variou de sete meses a dez anos, com
média de 5,3 anos. A cirurgia proposta a todos foi a craniectomia
suboccipital, com retirada do arco posterior de C1 e duroplastia com
enxerto autólogo. Em quatro pacientes as tonsilas cerebelares foram
coaguladas e em dois foi realizada a abertura do forame de Magendie.
O tempo de acompanhamento pós-operatório foi de 5,3 anos em média,
porém, não se observou melhora clínica nem redução da extensão da
siringomielia em nenhum dos pacientes e um deles evoluiu com piora
do déficit motor. Conclusão: A cirurgia proposta para o tratamento
da siringomielia não proporciona melhora radiológica, mas garante a
estabilização do quadro neurológico por período variável.
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Metástases cerebrais de melanomas
Cesare FA, Lancellotti CLP, Müller H, Fonseca ACO, Veiga JCE
Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo (SP)
Objetivo: Metástases cerebrais são as principais causas de tumor
cerebral em adultos. O objetivo do presente estudo é correlacionar os
achados morfológicos com os dados clínico-radiológicos em pacientes
com metástase cerebral de melanoma cutâneo. Serão consideradas também a evolução e sobrevida, comparando-as com a literatura. Método:
Análise dos prontuários médicos dos doentes com metástases cerebrais
de melanoma operadas no período de janeiro de 1996 a janeiro de 2005.
Foi utilizado protocolo de pesquisa para avaliar os seguintes dados
de prontuário: primeiro diagnóstico anatomopatológico (metástase
ou tumor primário), local do tumor primário, tempo de aparecimento
da metástase cerebral, conhecimento do sítio primário, realização de
terapia coadjuvante e de cirurgia do tumor primário, acometimento de
outros órgãos, tempo decorrido entre o diagnóstico anatomopatológico
de metástase cerebral e o óbito. Resultados: Obtivemos 87 metástases
cerebrais tratadas cirurgicamente, sendo sete de melanoma, seis casos
com sítio primário definido. O tumor primário foi ressecado em cinco
pacientes. Terapia coadjuvante foi realizada em dois pacientes, não
sendo observado aumento na sobrevida. Os sítios primários foram:
dorso (4), fossa poplítea (1), face (1) e coróide (1). As metástases
eram múltiplas em dois pacientes e únicas em cinco. Metástases extracerebrais foram encontradas em todos os casos: pulmão (3), fígado
(2), linfonodos (1), supra-renal (1), mama (1) e coluna vertebral (1). A
sobrevida média, após o diagnóstico da metástase cerebral, foi de oito
meses. De acordo com a literatura, a localização do tumor primário
e o estágio da doença no momento do diagnóstico são importantes
fatores prognósticos. Lesão metastática única no SNC e ausência de
metástase pulmonar ou visceral tem melhor prognóstico. Conclusão:
A sobrevida de pacientes com melanoma metastático cerebral no grupo
de pacientes estudado foi semelhante àquela encontrada na literatura.
Diferentemente, em nosso estudo não houve diferença na sobrevida
dos pacientes com lesão metastática única ou múltipla.
Linfoma anaplásico de células grandes primário
do sistema nervoso central: relato de caso
Chaddad Neto FEA, Oliveira E, Paschoal EHA, Machado Filho MAS, Lobo B
Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo
Objetivos: Os linfomas primários do sistema nervoso central são
tumores raros, principalmente, representados pelos difusos de células
grandes. São caracterizados pelo curso clínico agressivo. O trabalho
ressalta a importância do diagnóstico precoce na condução multidisciplinar do caso, contribuindo, com isso, para sobrevida maior. Métodos:
Observação do relato do caso. Resultados: Homem de 30 anos de idade
com quadro de cefaléia progressiva de forte intensidade associada a
náuseas e vômitos, evoluindo há três semanas com alteração da marcha
e da coordenação motora no membro superior direito. Apresentava-se
consciente e com ataxia de marcha com tendência à queda para direita,
com síndrome cerebelar dimidiada à direita. A ressonância magnética
(RNM) de encéfalo demonstrava presença de lesão expansiva homogênea com issointensa em T1 e hiper-intensa em T2 e FLAIR, com
110
reforço homogêneo ao gadolíneo, localizada na linha média na fossa
posterior comprimindo o quarto ventrículo, comprimindo o pedúnculo
cerebelar superior à direita. Além disso, a RNM da coluna mostrava
achados de outros focos com lesão. Paciente não-soropositivo para o
HIV. Foi submetido à craniotomia subocciptal mediana e derivação
ventricular externa para ressecção da lesão. A RNM de controle mostrou
ressecção completa da lesão, com resultado anatomopatológico compatível com linfoma anaplásico de células grandes primário (LACGP)
do sistema nervoso central. Realizadas radioterapia e quimioterapia.
Persistiu com o quadro neurológico no pós-operatório. Após o segundo
mês pós-operatório evoluiu a óbito, em decorrência de complicações
pulmonares. Conclusões: Os casos de LACGP do sistema nervoso central possuem um largo espectro no diagnóstico diferencial. Apresentamse com evolução rápida, sendo comum em pacientes imunodeprimidos
e pouco habituais naqueles soronegativos.
Aneurisma gigante intracavernoso em paciente
com doença renal policística tratado por via
endovascular – relato de caso
Cristino-Filho G, Mont’Alverne FJA, Ponte KF, Ribeiro EML,
Josué CEP, Timbó JP, Costa EA, Nunes FA, Vasconcelos FLB, Filho JPA,
Carvalho ACSC, Carvalho LT, Pinto PVB
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral
Objetivos: Ressaltar a elevada prevalência de aneurismas intracranianos em pacientes com doença renal policística autossômica dominante
(DRPAD) e discutir o tratamento de aneurismas do segmento intracavernoso da artéria carótida interna (ACI) através do relato do caso de
uma paciente proveniente do interior do Ceará. Métodos: Relata-se o
caso de uma paciente de 60 anos, hipertensa, que foi admitida na Santa
Casa de Sobral (CE), com uma história progressiva de cefaléia frontoorbital, estrabismo divergente, diplopia, ptose palpebral e hipoestesia
em região frontal, unilaterais à direita. Quatro anos anteriormente,
tivera diagnosticada DRPAD, iniciando tratamento dialítico um ano
depois devido à conseqüente insuficiência renal crônica. Resultados:
Ao exame neurológico, constataram-se ptose palpebral, oftalmoplegia
completa e midríase à direita. Na TC craniana, evidenciou-se uma lesão
parasselar à direita captante de contraste. Estudo angiográfico posterior
revelou tratar-se de um volumoso aneurisma do segmento intracavernoso
da ACI direita, de colo bastante largo. Após teste de oclusão por balão,
procedeu-se ao tratamento oclusivo endovascular da ACI direita e a
paciente evoluiu com melhora dos sintomas. Conclusões: Cerca de 2%
da população geral apresenta aneurisma intracraniano. Essa prevalência
em pacientes com DPRAD aproxima-se de 10%. Os aneurismas da ACI
intracavernosa representam de 3% a 5% dos aneurismas intracranianos.
Aproximadamente um terço dos pacientes com estes aneurismas são
assintomáticos ao diagnóstico, um terço tem cefaléia e metade tem
alguma anormalidade de nervo craniano (III, IV, V1, V2, e VI). Angiografia cerebral permanece sendo o padrão-ouro para diagnosticar e
determinar detalhes anatômicos necessários para planejar a terapia. Dado
o curso relativamente benigno desses aneurismas e o pequeno risco de
sangramento, a maioria não requer tratamento. O tratamento cirúrgico
dos aneurismas da ACI intracavernosa é difícil devido ao seio cavernoso
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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circundante. Nos casos em que está indicado, a oclusão endovascular é
o tratamento de escolha atual.
Laminectomia descompresiva em paciente
portador de cefaléia occipital secundária à
síndrome de Arnold-Chiari: relato de caso
Cristino FG, Ribeiro EML, Carvalho ACSC, Josué CEP, Vasconcelos FLB,
Costa EC, Nunes FA, Ponte KF, Vieira JP, Timbó JPO, Filho JPA,
Carvalho LT, Pinto PVB
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – Unidade Sobral
Objetivo: Ressaltar a existência de uma síndrome rara, que se trata de
uma afecção na qual é anormal o desenvolvimento do cérebro posterior, base do crânio e canal cervical superior, como causa de cefaléia,
havendo indicação de tratamento cirúrgico. Método: Relata-se o caso
de um paciente de 35 anos, do interior do Ceará, que iniciou, pós-coito,
quadro súbito de cefaléia occipital, de forte intensidade, que cedia ao
decúbito dorsal, sem melhorar com analgésicos simples. A cefaléia
era constante, acompanhada, por vezes, por episódios de vertigem
giratória. Paciente já apresentava episódios freqüentes de cefaléia tipo
tensão e relatou que um bisavô apresentava uma cefaléia occipital
semelhante, inexplicada. Resultados: Não se evidenciou alterações
ao exame neurológico. Os exames complementares realizados (TC
e RMN) foram compatíveis com malformação de Arnold-Chiari.
Paciente foi submetido à laminectomia descompressiva, evoluindo
satisfatoriamente, com desaparecimento da cefaléia occipital e redução dos episódios de cefaléia tipo tensão. Conclusão: A síndrome de
Arnold-Chiari tem etiologia desconhecida. A malformação consiste
na extensão do vérmix do cerebelo ao canal cervical superior juntamente com o bulbo e o quarto ventrículo. Costuma haver associação
de mielomeningocele e hidrocefalia. O quadro clínico geralmente se
apresenta no primeiro ano de vida. Crianças de mais idade e adultos
podem permanecer assintomáticos e apresentarem, tardiamente, dor na
área suboccipital, pescoço e extremidades superiores, agravada pelo
movimento da cabeça e esforços físicos. O envolvimento do cerebelo
produz ataxia, do tronco encefálico produz nistagmo, diminuição da
força muscular e atrofia dos músculos da língua, do esternocleidomastóideo e do trapézio. A RNM é o exame de escolha para demonstrar
a malformação. O tratamento consta de descompressão suboccipital,
acompanhada de laminectomia das três primeiras vértebras cervicais.
Portanto, alertam-se os profissionais de saúde para que cogitem a síndrome de Arnold-Chiari como hipótese diagnóstica em pacientes com
cefaléia, ressaltando sua resolução cirúrgica.
Estereotaxia guiada por imagem nas lesões do
sistema nervoso central: existe vantagem?
Crusius PS, Seibert CA, Mallmann AB, Forcelini CM, Carazzo CA,
Crusius CU, Goellner E, Ragnini J, Crusius MU
Hospital Universitário São Vicente de Paulo, Instituto de Neurologia e
Neurocirurgia, Passo Fundo (RS)
Objetivo: Analisar, retrospectivamente, uma série de pacientes submetidos
a procedimentos neurocirúrgicos auxiliados pelo método de estereotaxia
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
de 2001 a 2005. Métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva dos
prontuários dos pacientes submetidos à neurocirurgia no serviço de residência médica do Hospital Universitário São Vicente de Paulo. Foram
analisados 146 arquivos verificando-se sexo, idade, indicação do método,
localização da lesão, índice de acerto, complicações e follow-up hospitalar.
Resultados: Dos 146 pacientes operados, a idade média foi de 56 anos, com
predomínio no sexo masculino de 59,6%. O procedimento que apresentou
maior indicação foi a craniotomia aberta guiada por estereotaxia para
tumor cerebral em 61,6% dos casos. As biópsias estereotáxicas somaram
21,9% dos casos, seguido por cirurgia funcional em 7,5%. A drenagem de
hematoma intracerebral e abscesso cerebral ocorreram em 3,4% dos casos
cada um. Somente um paciente (0,7%) foi submetido ao procedimento para
auxílio na colocação de cateter intraventricular. Quanto à localização, a
maioria das lesões localizava-se na região supra-tentorial (95,8%), e no
que se refere ao número, 83,1%, tratavam-se de lesões únicas. Dos 117
pacientes com anatomopatológico, o mais prevalente, com 32 casos (22,2
%), foi glioblastoma multiforme, seguido por metástase em 18,8% dos
pacientes. A cirurgia apresentou sucesso em 96,6% dos procedimentos.
Dentre as complicações, hemorragia e meningite ocorreram em um caso,
cada (0,7%). O óbito intra-hospitalar foi de 11,6%, sendo que relacionado
diretamente ao procedimento foi de 0,7%. Conclusão: Com os resultados
apresentados, concluímos que os procedimentos neurocirúrgicos, auxiliados pela estereotaxia são de importante auxílio, tanto para o diagnóstico,
como para a ressecção das lesões do sistema nervoso, provoca mínima
lesão ao cérebro normal e preserva estruturas anatômicas, permitindo,
dessa maneira, segurança e qualidade aos procedimentos neurocirúrgicos,
beneficiando amplamente os pacientes.
Laminectomia e fixação posterior com parafusos
pediculares no tratamento cirúrgico da
espondilolistese lombar
Delgado R, Pena M
Pós-graduação em Neurocirurgia pela Universidade Federal de São Paulo
Objetivos: Expor o acesso posterior à coluna lombar para descompressão
radicular ampla mediante laminectomia e discectomia, seguidas por
artrodese intersomática e intertransversária como proposta terapêutica à
espondilolistese degenerativa de baixo grau e analisar a evolução clínica
dos pacientes ao longo de três anos. Métodos: Vinte pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, entre novembro de 2001 e agosto de 2002.
Três eram do sexo masculino e 17 do feminino e todos apresentavam queixa
de lombociatalgia persistente entre seis meses e cinco anos de evolução. A
avaliação clínica pré-operatória consistiu no exame neurológico e aplicação
do questionário de Oswestry. Investigação radiológica realizada por radiografias em AP, perfil e perfil dinâmico, além de ressonância magnética da
coluna lombar. Os pacientes foram internados no dia da cirurgia e deixaram
o hospital em média no quarto dia pós-operatório. Reavaliação clínica foi
realizada com um, três, seis, 12, 24 e 36 meses, e radiológica com seis e
12 meses. Resultados: Todos os pacientes apresentavam lombociatalgia
persistente, e oito tinham déficits sensitivos e/ou motores ao exame neurológico. Treze pacientes tinham listese de grau I e sete de grau II, sendo o
nível mais acometido L5-S1 (14 pacientes). Dois pacientes apresentaram
complicações clínicas no pós-operatório, com boa resolução. Na evolução,
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dez pacientes mantinham lombalgia depois de seis meses, três depois de
12 meses e dois aos 36 meses de evolução. Nenhum paciente apresentou
lombociatalgia após o tratamento cirúrgico. Todos retornaram às suas atividades laborativas. Conclusões: O método cirúrgico proposto demonstrouse satisfatório no grupo estudado, uma vez que houve recuperação clínica
e constatou-se adequada descompressão radicular, redução ou correção da
listese e estabilização do segmento lombar acometido.
Tratamento cirúrgico da estenose de canal
lombar por descompressão e fixação pedicular:
análise de dois anos de evolução
Delgado R, Pena M
Pós-graduação em Neurocirurgia pela Universidade Federal de São Paulo
Objetivos: Analisar a evolução clínica da estenose de canal lombar em
um grupo de pacientes submetidos a acesso cirúrgico por via posterior,
para realização de laminectomia e fixação pedicular para artrodese intertransversária. Métodos: Foram operador 13 pacientes, nove do sexo
feminino e quatro do masculino, com idade média de 60 anos e sintomatologia superior a um ano de evolução. Avaliação clínica pré-operatória
consistiu no exame neurológico e na aplicação do questionário funcional
de Oswestry. Estudo radiológico sistemático constou de radiografias
simples em AP e perfil em ortostatismo, radiografias dinâmicas e ressonância magnética da coluna lombar. Os pacientes foram internados
no dia do procedimento e receberam alta em média no terceiro dia
pós-operatório. Reavaliação clínica foi realizada com um, três, seis,
12 e 24 meses, sendo reaplicado o questionário funcional de Oswestry
com dois anos e três meses de evolução. Resultados: A manifestação
clínica mais contundente foi a claudicação neurogênica, seguida pela
lombociatalgia, sendo que três pacientes apresentavam quadro clínico
misto. Déficits neurológicos foram encontrados em quatro pacientes.
O estudo radiológico evidenciou estenose central em quatro pacientes,
lateral em quatro e mista em cinco. Espondilolistese grau I foi encontrada em dois pacientes e escoliose degenerativa de grau leve em dois.
Diabetes melito foi constatada em três pacientes e osteopenia em um,
dois pacientes diabéticos apresentaram infecção de ferida operatória e
o outro broncopneumonia na internação. O seguimento clínico demonstrou regressão dos déficits neurológicos e não houve recorrência de
claudicação e/ou lombociatalgia. Conclusões: A abordagem cirúrgica
por descompressão e fixação posterior demonstrou-se eficiente para a
resolução da sintomatologia neste grupo de pacientes portadores de
estenose de canal lombar. As complicações relatadas estão de acordo
com a literatura, incidindo em pacientes portadores de co-morbidades
clínicas pré-operatórias, notadamente o diabetes melito, independente
da faixa etária e da extensão do segmento vertebral operado.
Cistos de aracnóide hemorrágicos
Dias LAA, Junior LAA, Pereira CU, Donatto EE, Tanaka K, Aragão PAC,
Bastos CRF, Dezena RA
Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP)
Cisto de aracnóide intracraniano é uma das entidades clínicas mais
comuns na prática neurocirúrgica diária. São considerados anomalia do
112
desenvolvimento, de evolução benigna, porém, muitas vezes tornamse graves quando sangram ou exercem efeito compressivo no sistema
nervoso central. Objetivos. Apresentar nossa casuística e dados que
sugerem possibilidade de sangramento. Discutir as indicações cirúrgicas, técnicas utilizadas e revisão da literatura. Material e métodos.
Período de análise: julho de 2000 a julho de 2005. Diagnóstico por
tomografia computadorizada e ou ressonância nuclear magnética. Doze
pacientes foram operados, nove da fissura de Sylvius, quatro hematomas
subdurais e um intracisto, um fissura inter-hemisférica com higroma
subdural, todos pós-trauma craniano leve, seis pela clinica e dimensões.
A classificação de Galassi é utilizada para cistos da fissura silviana, seis
apresentaram-se com cefaléia e vômitos, três com hemiparesia, três com
convulsões, dois da fossa posterior com ataxia, um com hiperatividade
e distúrbios comportamentais, um com demenciação e disfasia mista,
quatro com cefaléia rebelde. Técnicas: craniotomias osteoplásticas com
exérese do hematoma, higroma e ou cisto; derivação cisto-peritoneal
com válvula de baixa pressão. Seguimento clínico de dois anos. Resultados. Idade de 6 a 76 anos, nove masculinos e três femininos. O paciente
com demenciação e disfasia e aquele com hiperatividade, Gallassi II,
não melhoraram. Os hemorrágicos tiveram bons resultados. Cefaléia
rebelde, dois evoluíram com cefaléia esporádica e dois assintomáticos.
Cinco grau III foram retirados os cistos e colocada derivação peritoneal.
Sangramentos espontâneos e técnicas endoscópicas são descritas. A
fisiopatologia do sangramento na fissura silviana é por ruptura de veias
pontes aderentes, durante o movimento. Conclusões: Concomitante com
a literatura, cistos pequenos e médios assintomáticos, orientação quanto
aos riscos e seguimento. Médios sintomáticos e grandes, cirurgia.
Portanto, a terapêutica dependerá da localização, tamanho, sintomas,
presença de sangramentos ou higromas.
Ossificação do ligamento amarelo como causa de
mielopatia torácica – relato de caso
Dias MRP, Guirado VMP, Taricco MA, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: A ossificação do ligamento amarelo é uma causa rara de
estenose do canal vertebral que pode provocar compressão medular.
Objetivo: Descrever um caso de um paciente caucasiano, com mielopatia torácica devido à compressão medular por ossificação do ligamento
amarelo torácico, tratado cirurgicamente por laminectomia descompressiva. Método: Relato de um caso de paciente em seguimento no ambulatório de Coluna Vertebral da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Resultado: EAFB, 58 anos, sexo feminino, lombalgia crônica, dificuldade
progressiva a marcha, evoluindo em um mês. Admissão com paraparesia
crural, síndrome cordonal posterior e bexiga neurogênica. Tomografia e
ressonância magnética demonstrando compressão medular torácica em
nível T7 e T8, com calcificação e espessamento do ligamento amarelo
nestes níveis. Submetida à laminectomia descompressiva com melhora
dos déficits neurológicos. Atualmente em seguimento ambulatorial
com marcha com apoio. Discussão: Durante as duas últimas décadas
esta afecção nosológica foi relatada principalmente em pacientes japoneses, embora recentemente alguns casos envolvendo caucasianos
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tenham sido documentados na literatura médica. Nós apresentamos o
exemplo de um outro paciente caucasiano com o mielopatia torácica
devido à ossificação do ligamento amarelo. Nos casos desta doença,
os segmentos torácicos inferiores são mais comumente afetados. Os
pacientes sintomáticos, geralmente, desenvolvem distúrbios da marcha,
com síndrome de compressão medular. A neuropatia intercostal pode
estar presente, porém não é comum. A tomografia computadorizada
ou as imagens por ressonância magnética são utilizadas para o diagnóstico. O tratamento de escolha é cirúrgico, geralmente através da
laminectomia descompressiva, embora a laminoplastia e, recentemente,
a laminectomia parcial com foraminotomia também sejam sugeridos.
Conclusão: A ossificação do ligamento amarelo na coluna torácica deve
ser considerada no diagnóstico diferencial das causas de mielopatia
torácica, mesmo nos pacientes não japoneses.
AEE em 17,62 ± 6,85 min e SE em 31,88 ± 7,21 min. Os animais do
grupo 3 (lesão) desenvolveram AEE em 7,87 ± 4,46 min e SE em 10,81
± 6,25 min (valores próximos aos controles). Conclusão: A semelhança
dos resultados das estimulações uni e bilaterais e a ineficácia da lesão
sugerem que os núcleos subtalâmicos não são alvos específicos para o
tratamento da epilepsia. A eficiência da estimulação poderia justificar-se
não pela especificidade, mas pela sensibilidade ubíqua do sistema nervoso
a diferentes elementos sincronizadores.
Reporte del primer caso de neurocitoma central
en Costa Rica
Objetivo: A estimulação da medula espinhal (EME) tem sido considerada
eficaz no tratamento da dor neuropática crônica. O presente estudo tem
como objetivo avaliar os resultados em longo prazo da EME, em pacientes
portadores de ciatalgia neuropática crônica, considerando suas indicações,
os mecanismos de ação e as complicações. Métodos: Foram estudados
308 pacientes portadores de ciatalgia neuropática crônica rebelde ao tratamento clínico submetidos à EME, no Serviço de Neurocirurgia do Centro
Hospitalar Regional e Universitário de Lille, França, entre 1985 e 2001.
O tempo médio de seguimento foi de 7,8 anos. Resultados: A maioria dos
pacientes (95%) apresentou um alívio da dor ciática. Em 49%, o resultado
foi considerado excelente (alívio completo da dor), em 28% bom (alívio
superior a 70%), em 18,4% moderado (alívio entre 25% e 70%) e ruim em
4,6% (sem melhora da dor), de acordo com escala visual analógica. Não
foram observadas complicações graves. Conclusões: A EME é um método
útil no tratamento da ciatalgia crônica de origem neuropática, com bons
resultados em longo prazo, em pacientes resistentes a outras modalidades
terapêuticas. Trata-se de terapia não-destrutiva, ajustável e reversível.
Escoe K, Contreras C, Palavicini V, Badilla J
Servicio de Neurocirugía e Servicio de Anatomía Patológica do
Hospital San Juan de Dios (Costa Rica)
Presentamos el primer caso de neurocitoma central, en un adulto joven,
operado en nuestro país con resección parcial debido a la extensión del
tumor. Se manejó con tratamiento de radioterapia complementaria. Se
realiza una revisión de la literatura pertinente.
Estimulação e lesão dos núcleos subtalâmicos
para controle de crises epilépticas induzidas por
pilocarpina em ratos
Ewerton FIS, Ballester G, Fonoff ET, Teixeira MJ
Laboratório de Neurocirurgia Funcional da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
Objetivo: Avaliar os efeitos eletrencefalográficos e motores da estimulação elétrica bilateral e unilateral dos núcleos subtalâmicos (NST)
e da lesão bilateral do mesmo no modelo de epilepsia por pilocarpina.
Métodos: Ratos Wistar machos adultos pesando cerca de 300 g, oriundos
do Biotério Central da FMUSP, receberam implante bilateral de eletrodos no córtex frontoparietal, área CA3 do hipocampo e NST (grupos
controle e 1), o mesmo mas apenas à esquerda no NST (grupo 2) e o
mesmo mas com lesão bilateral do NST (grupo 3). Todos os animais
foram submetidos a registro eletroscilográfico e avaliação das respostas
motoras, logo após administração intraperitoneal de pilocarpina (320
mg/kg) e metilescopolamina (1 mg/kg). No grupo 1, foi feita estimulação
bilateral dos núcleos subtalâmicos (freqüência = 100Hz, pulso = 100 µs,
corrente = 800 µA). No grupo controle, tudo foi semelhante, exceto pelo
estimulador permanecer desligado. No grupo 2, a mesma estimulação foi
aplicada somente à esquerda. Os animais submetidos à lesão eletrolítica
não foram estimulados. Resultados: Os animais do grupo controle desenvolveram atividade elétrica epileptiforme (AEE) em 7,21 ± 4 min e
status epileticus (SE) em 14,7 ± 6,8 min. Os animais do grupo 1 (bilateral)
desenvolveram AEE em 16,96 ± 7,72 min e 80% acabaram por entrar em
SE em 32,95 ± 7,58. Os animais do grupo 2 (unilateral) desenvolveram
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Estimulação da medula espinhal para o
tratamento da dor neuropática crônica
Fagundes-Pereyra WJ, Dantas S, Veys B, Buisset N, Blond S
Serviço de Neurocirurgia e Centro de Avaliação e Tratamento da Dor do
Centro Hospitalar Regional e Universitário (CHRU) de Lille (França)
Paracoccidioidomicose no sistema nervoso
central– análise de 13 casos com pesquisa do
antígeno gp43 por imunofluorescência
Fagundes-Pereyra WJ, Carvalho GTC, Sousa AA, Góes AM, Silva FCL
Santa Casa de Belo Horizonte e Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais
Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma infecção granulomatosa sistêmica, causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, prevalente na América Latina, particularmente no Brasil. Acomete o sistema
nervoso central (SNC) em 10% dos casos. Métodos: Foram estudados 13
pacientes com paracoccidioidomicose no SNC, entre 1991 e 2001, com
ênfase para os aspectos clínicos, neuroradiológicos e imunológicos. O
antígeno gp43 do P. brasiliensis foi pesquisado por imunofluorescência
indireta, em materiais obtidos por biópsia cerebral, contendo o fungo.
Anticorpos antianti-P. brasiliensis foram pesquisados, no soro, plasma e no
líquor, por ensaios de Elisa e Western Blot. Resultados: Onze pacientes
eram do sexo masculino (84,6%) e dois do sexo feminino (15,4%), com
idade entre 30 e 71 anos (M = 47,1 ± 11,6 Me = 46). Os sintomas mais
freqüentes foram déficits motores (53,8%), alterações cognitivas (53,8%),
113
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
emagrecimento (46,1%), cefaléia (46,1%) e crises convulsivas (46,1%). O
diagnóstico foi confirmado pela detecção do P. brasiliensis no SNC. Seis
pacientes (46,1%) morreram e sete evoluíram satisfatoriamente. O tempo
de seguimento variou de dois a 74 meses (M = 30,9). A imunofluorescência
indireta revelou a presença do antígeno gp43 nos casos estudados. Nos
ensaios de ELISA e Western blot foram evidenciados anticorpos contra
o antígeno bruto e a fração 0 do P. brasiliensis, no soro e plasma, o que
não se observou no líquor. Conclusões: Conclui-se que as manifestações
clínicas da PCM no SNC são semelhantes às de outras lesões expansivas
intracranianas, sem características específicas que possam direcionar o
diagnóstico etiológico. A imunofluorescência indireta e os ensaios de Elisa
e Western Blot podem ser utilizados na detecção do P. brasiliensis. Novos
estudos são necessários, visando aumentar os conhecimentos sobre essa
doença, que ainda provoca um número considerável de vítimas.
necessária intervenção neurocirúrgica. Sendo quatro originados a partir de
sinusopatia e um por otite, que motivaram quatro abscessos encefálicos e
um com lesão infiltrativa da tábua óssea e meninge ((Pott’s
Pott’s puffy tumor
tumor).
).
Realizado levantamento na literatura especializada, que mostrou elevada
incidência de complicações destas vias, abordado multidisciplinar em
conjunto com a neurocirurgia, a otorrinolaringologia e a infectologia.
Resultados: Todos os casos foram submetidos à intervenção direta
neurocirúrgica em regime hospitalar e antibioticoterapia prolongada. Os
pacientes tiveram alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial, sendo
que dois evoluíram com crises convulsivas. Conclusões: Complicações
do sistema nervoso central em decorrência das infecções otorrinológicas
podem ser comum, no entanto, diversas e graves são as formas, que
necessitam de diagnóstico e abordagem neurocirúrgica o quanto precoce
devido ao risco de mortomorbidade.
Duroplastia em ‘C’ para descompressão
hemisférica homogênea
Síndrome do canal de Guyon
Faleiro LC, Gusmão SN, Faleiro RM, Pimenta NJ, Esmeraldo AC, Cordeiro
AF, Maciel CJ, Pereira LC, Vale EF
Neurocirurgia da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
Objetivos: Permitir a expansão homogênea do hemisfério cerebral em
casos de hipertensão intracraniana pós-traumática, evitando-se, dessa
forma, laceração parenquimatosa nas bordas da durotomia e outras lesões
decorrentes da herniação irregular de massa encefálica através da área
de descompressão. Métodos: Após craniectomia frontotemporoparietal
ampla, preparou-se enxerto com fáscia galeal, suturou-se uma de suas
bordas na região posterior da dura-máter (antes de sua abertura) e dividiuse o enxerto em duas partes a partir de sua borda livre (anterior) até 1 a
2 cm da borda suturada (posterior). Realizou-se, então, durotomia em
‘C’, com a concavidade voltada anteriormente e suturaram-se as duas
partes do enxerto ao longo das correspondentes aberturas durais superior
e inferior, de forma hermética. Resultados: A técnica mostrou-se eficiente
na descompressão do conteúdo intracraniano de 45 pacientes vítimas
de trauma, registrando-se apenas um caso de complicação relacionado
diretamente à duroplastia (fístula liquórica por deiscência da sutura dural).
Conclusões: O papel da craniotomia descompressiva para o tratamento
da hipertensão intracraniana está em fase de avaliação. Trabalhos recentes
evidenciam tendência favorável à sua aplicação, apesar da inexistência
de estudos classe I. A craniotomia descompressiva só é eficaz se permitir
expansão homogênea do hemisfério cerebral. Para isso, não só a retirada
óssea precisa ser ampla, mas também a duroplastia deve ser capaz de
acomodar de forma atraumática o conteúdo herniado.
Infecções otorrinológicas e complicações
neurocirúrgicas
Fantini PR, Fantini FGMM, Pessuto J, Caggini MCR
Santa Casa de Fernandópolis (SP)
Objetivos: Estudo de cinco casos de infecção otorrinolaringológica com
complicações neurocirúrgicas e revisão da literatura. Métodos: Estudo de
cinco casos com infecção otorrinolaringológica, no período de um ano,
em pacientes com idade média de 20, 2 anos, e que complicaram, sendo
114
Fantini PR, Fantini FGMM, Antônio LGM
Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis (SP)
Objetivos: Revisão literária, com apresentação de caso de neuropatia
compressiva do canal de Guyon. Métodos: A síndrome do canal de Guyon
é uma enfermidade rara, resultante da compressão do nervo cubital, clinicamente caracteriza-se por dor, parestesia, impotência funcional, garra cubital,
hipotrofia dos músculos interósseos e lumbricais. O caso relatado é de uma
mulher de 40 anos de idade, escrevente policial, que passou a apresentar
queixa dolorosa paulatina em punho palmar, diuturna, atrofia e perda da
força motora com prejuízo para adução/abdução dos dedos e garra cubital.
Submetida a tratamento cirúrgico sob anestesia plexular (inter-escalênica)
com auxílio de lupa, com incisão em Z, exposto e liberado os nervos ulnar
e mediano à direita, sendo realizado neurólise e secção parcial do músculo
pisiforme. Resultado: A paciente teve alta hospitalar no mesmo dia, com
período de internação inferior a dez horas, retornando no décimo dia para
retirada de pontos, sem queixa dolorosa, porém, sendo necessário trabalho fisioterápico para reabilitação da mão, resgatando funcionabilidade e
retornando para o trabalho. Conclusão: A síndrome do canal de Guyon
é uma neuropatia compressiva rara e pouco encontrada na literatura. Não
respondeu ao tratamento conservador com imobilização, repouso, antiinflamatório hormonal e não-hormonal e fisioterapia.
Hematoma subdural espinal – relato de caso.
Fobe JL, Vituzzo R, Lopes LF, Christofolli D, Issamu E, Fobe LPO.
Hospital São Luiz, São Paulo (SP)
A etiopatogenia dos hematomas subdurais epinais (HSE) é desconhecida, as veias pontes que são encontradas na região supratentorial não
existem nesta região. Até o ano de 2005, foram descritos 69 casos na
literatura médica. As coagulopatias são consideradas como causa dos
HSE em 44,9%, traumatismo em 15,9%, enquanto os idiopáticos correspondem a 17,3%. A cirurgia é o tratamento de escolha. Os autores
apresentam o caso de um paciente de 53 anos, sem história pregressa de
traumatismo craniano ou uso de medicação anticoagulante com sintomas iniciais de dor L5-S1 bilateral aguda e incapacitante. A ressonância
magnética de coluna lombossacra demonstrou a presença de hematoma
subdural que se estendia de L1 até S1. A cirurgia com drenagem medianJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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te laminectomia L4-L5 e abertura da dura com saída de grande volume
sero hemático transcorreu sem intercorrências, tornando-se o paciente
assintomático. Uma semana após a intervenção cirúrgica o paciente
iniciou cefaléia aguda, de forte intensidade, sendo diagnosticado hematoma subdural cerebral bilateral, que motivou drenagem cirúrgica, com
pronto restabelecimento. A presença de hematoma subdural craniano
associado vai de encontro à teoria de que os HSE seriam a continuação
ou por contigüidade de hematomas subdurais cerebrais. Após três anos
de seguimento o paciente se mantém assintomático.
Processo inflamatório grave de odontóide
simulando tumor na artrite reumatóide –
relato de caso
Fobe L, Lopes LF, Christofolli D, Vituzzo R, Issamu E, Fobe JL
Hospital São Luiz, São Paulo (SP)
O acometimento do odontóide pela artrite reumatóide (AR) ou poliartrite
crônica evolutiva e muito raro podendo causar na sua fase aguda manifestações locais dor e edema local simulando um tumor da região. A AR
é uma sinovite proliferativa e destrutiva, evoluindo em surtos seguidos de
remissão, permanecendo mais freqüentemente o paciente em atividade: o
prognóstico desta entidade permanece grave. Caracteriza-se pelo acometimento poliartrítico e pela tendência de deformações, destruição e anquilose
das articulações. Os autores apresentam uma paciente do sexo feminino,
com 65 anos, com diagnóstico de AR em fase de remissão, em que ocorreu
manifestação clínica inicial de disfagia e dor esponea em orofaringe. Os
exames radiológicos, tomografia computadorizada e ressonância magnética
demonstraram a presença de processo inflamatório do odontóide simulando
um tumor da região. Os exames inflamatórios (VHS, FAN) estavam alterados demonstrando uma crise aguda de AR, não manifestada clinicamente
por não estar em curso acometimento de outras articulações. O tratamento
medicamentoso foi realizado com corticosteróide com regressão dos
Sensorimotor cortex stimulation induces
antinociception in normal rats
Fonoff ET, Dale CS, Pagano RL, Giorgi R, Ballester G, Teixeira MJ
Division of Functional Neurosurgery, School pf Medicine, University of Sao
Paulo. Laboratory of Pathophysiology, Butantan Institute, Sao Paulo
Objective: Neurostimulation has been used for conditions like neuropathic pain. Recent clinical data reveals that chronic motor cortex stimulation (MCS) is effective in many neuropathic pain syndromes, suggesting
that MC play a role in the modulation of pain perception, activating the
antinociceptive system. The mechanisms of MCS are uncertain and it
has only been tested under the bias of neuropathic conditions. This study
was designed to investigate the effect of sensorimotor cortex electrical
stimulation on behavioral responses to nociceptive stimuli in normal
rats. Methods: Chronic implantation of stainless steel electrodes over
the sensorimotor cortex were made in 16 animals. Electrical stimulation
was performed a week later (1,0V; 60Hz; 210 μs) during 15 minutes.
Towards the end of the stimulation period, paw pressure and tail flick
tests were accessed to evaluate pain threshold. Scores were compared to
the scores before stimulation and to non-operated controls. Open field
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
testing was also performed to rule out changes in spontaneous behavior
or motor impairment. Results: Electrical stimulation increased the pain
threshold of animals in both testing methods. The paw pressure test
revealed an increasing of pain threshold on the contralateral side of cortical stimulation (P < 0,05); however, the pain threshold in ipsilateral paw
remained unchanged. No behavioral or motor impairment was observed
in the stimulated rats in open field (P < 0,05). Conclusions: These results
reveal a clear antinociceptive effect of sensorimotor cortex stimulation
in normal animals without behavioral changes. It is remarkable that both
cortical mediated (paw pressure) and spinal reflex dependent (tail flick)
tests revealed increased thresholds. This antinociceptive effect not only
may proof the endogenous antinociceptive system activation, but also
the influence of the stimulation in the activity of different sites of the
central nervous systems. This model makes possible further investigation
of underlying mechanisms of MCS in rats.
T
Terceiro
ventriculostomia estereotáxica
computacional com cateter para tratamento
de hidrocefalia obstrutiva associada a tumor
diencefálico – relato de caso
Fonoff ET, Amorim RLOA, Paiva WS, Teixeira MJ
Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP), Departamento de Neurologia da FMUSP
Introdução: A terceiro ventriculostomia é método de escolha para
tratamento de hidrocefalia obstrutiva. No entanto, a presença de lesão
neoplásica diencefálica pode ser um fator de insucesso da manutenção
da fenestração por ulterior obliteração, associada ao aumento da massa
tumoral. Nestes casos, a derivação ventrículo peritoneal é a opção mais
freqüentemente utilizada, mesmo que o paciente seja exposto a maior
risco de complicações. Apresentamos, neste relato, uma estratégia terapêutica que congrega o benefício da terceira ventriculostomia à colocação
de cateter ventricular que afasta a possibilidade obliteração da fanestração
ventrículo-cisternal. Objetivo: Demonstrar como o método estereotáxico
guiado por reconstrução CT/RNM em três planos pode proporcionar
um procedimento seguro, evitando estruturas vasculares; descrever esta
técnica aplicada à uma terceira ventriculostomia com manutenção de cateter interventrículo-cisternal para tratamento de hidrocefalia obstrutiva.
Relato de caso: VCS, feminino, 20 anos, previamente hígida, iniciou, há
três meses da internação, quadro de cefaléia holocraniana progressiva,
matutina sem outros sintomas. Após dois meses, houve piora da cefaléia
associada a náuseas. Negava alterações do apetite, distúrbios de comportamento ou alterações urinárias. Ao exame neurológico, tinha como única
alteração papiledema bilateral. A investigação por imagem evidenciou
hidrocefalia não-comunicante de caráter hipertensivo e processo expansivo em região posterior do terceiro ventrículo. A biópsia estereotáxica
da lesão foi realizada conforme método de rotina em nosso serviço com
fusão de imagens estereotomográficas com ressonância magnética. No
mesmo procedimento, foi realizada terceira ventriculostomia com manutenção do cateter, comunicando os ventrículos laterais, III ventrículo e
cisterna pré-pontina. O resultado do anatomopatológico foi de astrocitoma
grau II. A paciente evoluiu sem complicações no pós-operatório e não
115
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
apresentou recidiva da hidrocefalia em seis meses de seguimento. Conclusão: O método estereotáxico computadorizado proporciona segurança
na realização de terceira ventriculostomia, podendo-se combinar com
procedimentos de biópsia sem risco adicional.
Doença de Scheuermann – relato de caso e
revisão da literatura
Galles, MHL; Rodrigues, Jr. JC; Almeida, CE; Nicácio, JM; Souza, D;
Campos, MF; Pereira, CAB
Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis – São Paulo (SP)
Objetivo: Relatar caso de paciente com Doença de Scheurmann, sintomático, ressaltar a importância de seu diagnóstico precoce, além de avaliar
seus aspectos clínico-epidemiológicos com base na revisão da literatura.
Método: Paciente ESM, 24 anos, natural e procedente de Santo André (SP),
com queixa de dor nas costas há um ano. Dor de localização lombar, tipo
pontada, constante, com piora aos esforços com períodos de remissão ou
exacerbação. Não possui antecedentes pessoais relevantes. Apresentava
exame físico geral e neurológico normais. Resultados: Descrita inicialmente em 1920, por Holger Werfel Scheuermann, como uma cifose rígida
da coluna lombar e/ou torácica no adolescente, com formação em cunha
dos corpos vertebrais, definida por Sorrison como angulação anterior
maior que 5º, em três corpos vertebrais adjacentes. Possui incidência de
1% a 8% da população geral, com maior comprometimento em pacientes
de 11 a 17 anos de idade, sexo predominante masculino (58%). Etiologia
postulada como necrose avascular da epífise com parada do crescimento da
vértebra, porém, esta necrose jamais foi demonstrada. Clinicamente vista
como cifose torácica ou toracolombar, apresentando dor e hiperlordose
lombar e cervical compensatórias. Associadamente pode apresentar escoliose, espondilose, espondilolistese, compressão medular com paraparesia
crural. Os exames de imagem mostram a cifose, nódulos de Schmorl, o
acunhamento ventral e estreitamento do espaço intervertebral. A história
natural da doença mostra ser inicialmente assintomática, evoluindo com
dor torácica quando acima de 75º e restrição pulmonar quando acima de
100º. O tratamento, embora controverso, depende da gravidade da cifose,
da sintomatologia e da idade do paciente. Conclusões: Concluímos que,
embora a doença de Scheuermann apresente alta prevalência na população
geral, é pouco diagnosticada por ser assintomática na maioria dos pacientes. Consideramos também que a patologia deve ser sempre incluída no
diagnóstico diferencial das cifoses toracolombares.
Gliomas de baixo grau – seguimento de 18 casos
operados nos últimos quatro anos
56), a distribuição entre os sexos foi igual, 89% dos pacientes eram da
raça branca e os 11% restantes mulatos, 28% apresentava algum tipo de
antecedente familiar de neoplasia, 56% dos pacientes eram ou já foram
tabagistas. Os sintomas iniciais mais freqüentes foram crise epiléptica
generalizada (43%), cefaléia (28%), crise epiléptica parcial (17%) e déficit cognitivo (6%). A maioria dos tumores localizava-se no lobo frontal
(44%), seguido pelo parietal ou temporal (ambos 21%) e por tumores
que acometiam a região fronto-parietal ou fronto-insular (ambos com
7%). Um caso foi operado com eletrocorticografia e estimulação cortical
intra-operatória para mapeamento da área da fala. O grau de ressecção
foi subtotal agressiva em seis casos, subtotal em seis, parcial em quatro
e biópsia em dois. Metade dos pacientes foi submetida à radioterapia
de crânio total pós-operatória, com média de 5460 cGy. Três pacientes
foram submetidos à quimioterapia com BCNU. O seguimento médio
ambulatorial foi de 29,9 meses (mínimo de nove e máximo de 52 meses).
A maioria dos pacientes apresentou boa evolução clínica, sendo que 12
deles apresentavam KPS de 100 na última observação ambulatorial.
Houve recidiva ou progressão clínica em quatro pacientes. Dois pacientes
faleceram durante o seguimento clínico, com 13 e 24 meses de sobrevida
pós-operatória. Conclusão: Os resultados obtidos pelo grupo, seguindo
essas recomendações, foram satisfatórios.
Localizações incomuns do neurocitoma central
– revisão da literatura e relato de dois casos
Gomes FL, da Silva LRF, Cavalheiro S, Zymberg ST
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo
Objetivo: Os neurocitomas são tumores neuronais que se localizam
nos ventrículos laterais (77%) ou no III ventrículo (21%). A ocorrência
extraventricular é rara. No presente trabalho, relatamos dois pacientes
com neurocitoma central, um localizado na região da pineal e outro
localizado no teto do mesencéfalo. Método: Ambos os pacientes apresentavam sinais de hipertensão intracraniana Foram realizadas TC e RM
de crânio que mostraram, em ambos os pacientes, lesões expansivas nas
referidas topografias. Feito biópsia por neuroendoscopia. No paciente
com neurocitoma na região da pineal, foi feito terceiroventriculostomia.
Resultado: A análise histopatológica confirmou o diagnóstico de neurocitoma. Ambos os pacientes estão em acompanhamento ambulatorial
e apresentam boa evolução. Conclusão: Os neurocitomas são tumores
primários do sistema nervoso central que devem ser considerados no
diagnóstico diferencial dos tumores da região da pineal e dos tumores do
teto do mesencéfalo. Embora a localização mais freqüente seja no sistema ventricular, a localização extraventricular deve ser considerada.
Gentil AF, Marie SKN, Aguiar PHP
Disciplina de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
Neuroendoscopia no tratamento adjuvante dos
tumores intraventriculares
Objetivos: Determinar se as condutas seguidas pelo grupo de tumores
no tratamento desse tipo de tumor nos últimos quatro anos foram satisfatórias. Métodos: Levantamento através do prontuário eletrônico do
Projeto Genoma dos dados relevantes dos pacientes com diagnóstico de
glioma de baixo grau operados nos últimos quatro anos. Resultados: A
idade média dos pacientes foi de 34 anos (mínima de 23 e máxima de
Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Silva LRF, Malheiros SF,
Cavalheiro S, Zymberg ST
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo
116
Objetivo: Determinar a eficácia da neuroendoscopia no tratamento
de pacientes com neoplasias intraventriculares. Método: No período
de março de 1996 a agosto de 2005, 45 pacientes consecutivos foram
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submetidos a procedimentos neuroendoscópicos puros para biópsia
e/ou ressecção das lesões. Resultado: A faixa etária variou de 1 a
63 anos, sendo 30 pacientes do gênero masculino e 15 do gênero
feminino. A etiologia das neoplasias foi majoritariamente composta por
astrocitomas, germinomas, craniofaringeomas e tumores epidermóides.
Dez pacientes foram submetidos, posteriormente, à craniotomia para
ressecção microcirúrgica de resíduos tumorais. A taxa de complicações
foi extremamente baixa, não se observando seqüelas decorrentes do
procedimento. Conclusão: A utilização da neuroendoscopia mostrou-se
útil e segura. Foram realizadas biópsias e ressecções tumorais, além do
tratamento da hidrocefalia quando presente.
Paraganglioma da região para-selar: relato de
caso e revisão da literatura
Guimarães Filho FAV, Melo JGSP, Melo PMP, Guimarães MD,
Stávale JN, Braga FM
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo
Objetivos: Os paragangliomas são tumores neuroectodérmicos, usualmente bem diferenciados, cujo acometimento primário do sistema
nervoso central é raro. O comprometimento encefálico faz-se na imensa
maioria das vezes pela extensão intracraniana de tumores do glomus
jugular. No entanto, paragangliomas puramente intracranianos têm sido
descritos ao longo dos anos em locais onde não se espera encontrar
tecido paragangliônico, como a glândula pineal e a região para-selar.
Métodos: Relataremos o caso de uma paciente do sexo feminino, 38
anos de idade, com diagnóstico de tumor na região para-selar, submetida a tratamento microcirúrgico, cujo diagnóstico histopatológico
e imuno-histoquímico foi compatível com paraganglioma. A revisão
da literatura foi proferida através de pesquisa no banco de dados da
MedLine e do PubMed. Resultados: Os aspectos pré, intra e pósoperatórios observados, neste caso, foram bastante semelhantes aos
de outros casos descritos na literatura, com ênfase à difícil hemostasia
intra-operatória e às nuances envolvidas no diagnóstico histopatológico. Conclusões: Com os enormes avanços obtidos recentemente
no campo da imuno-histoquímica, o diagnóstico de paragangliomas
para-selares deve ser considerado, principalmente, naqueles casos em
que o aspecto de imagem radiológica é sugestivo de macro-adenoma
hipofisário ou meningioma.
Displasia fibrosa de crânio em linha média:
relato de caso e revisão de literatura
Guimarães MD, Loduca RDS, Gomes FL, Onishi FJ, Cavalheiro S
Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo
Objetivo: Relatar o caso de uma criança, do gênero feminino, tratada
neste serviço e proceder à revisão da literatura. Método: Paciente com
abaulamento na linha média do crânio que se estendia da glabela até a
região interparietal. Os exames de imagem evidenciaram acometimento
da tábua óssea externa e da díploe, sem extensão intracraniana. Foi submetida a tratamento cirúrgico com incisão bi-coronal, exposição de toda
a lesão e exérese subtotal, preservando-se a tábua interna. Resultado:
Foi obtido bom resultado estético, restando pequeno abaulamento na
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
região do osso nasal. Conclusão: A displasia fibrosa caracteriza-se por
proliferação intra-óssea de tecido conectivo, com aumento da espessura
do osso. Nas formas mais freqüentes acomete a base do crânio, e em
alguns casos (35%) pode acometer a região frontal. Nesta paciente, ao
se realizar o tratamento cirúrgico, pôde-se atingir resultado estético
satisfatório com melhora da auto-estima.
Meningioma em placa da asa esfenoidal: análise
retrospectiva de 12 casos
Guimarães MD, Guimarães Filho FAV, Loduca RDS, Paiva Neto MA, Tella Jr OI
Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo
Objetivo: Relatar experiência no tratamento cirúrgico de 12 pacientes
portadores de meningioma em placa da asa do esfenóide. Método: Estudo retrospectivo de 12 casos submetidos à craniotomia frontotemporal,
ressecção do tumor, de todo osso hiperostótico e dura-máter infiltrada,
excetuando tumor invadindo seio cavernoso ou fissura orbitária superior
seguindo-se de plástica dural e cranioplastia, no período de janeiro de
1995 a dezembro de 2004. Resultado: Dez casos pertencentes ao gênero
feminino e dois ao gênero masculino. Todos os pacientes apresentaram
proptose indolor como manifestação inicial. A ressecção foi considerada
grau I de Simpson em nove casos e em três casos grau IV devido à invasão do seio cavernoso. Quatro pacientes apresentaram fístula liquórica
que melhorou após tratamento com dreno lombar. Um paciente evoluiu
para óbito no pós-operatório por tromboembolismo pulmonar. Todos
os pacientes apresentaram melhora da proptose. Houve dois casos que
evoluíram com recidiva no seguimento que durou de seis meses a dez
anos, os quais foram submetidos à nova abordagem cirúrgica. Conclusão:
O tratamento precoce deve sempre ser considerado neste tipo de patologia, pois pode permitir ressecção de todo o osso envolvido prevenindo
recidiva. Quando houver envolvimento da fissura orbitária superior ou
do seio cavernoso pelo tumor a ressecção subtotal com descompressão
dos forames da base do crânio deve ser a meta objetivada.
Tumor epidermoide acometendo região
órbito-pterional direita
Guimarães MD, Gomes FL, Onishi FJ, Yunes RM, Paiva Neto MA, Tella Jr OI
Neurocirurgia Universidade Federal de São Paulo
Objetivo: Relatar caso de uma paciente do gênero feminino com tumor
epidermóide órbito-pterional à direita, tratada neste serviço, proceder à
revisão literária e discutir diagnósticos diferenciais. Método: Paciente com
abaulamento progressivo temporo-orbital à direita, epífora, sem alterações
de nervos cranianos, exames de imagem evidenciaram lesão osteolítica
acometendo parede lateral e teto da órbita direita, estendendo-se para
fossas anterior e média, com realce heterogêneo com meio de contraste.
Foi submetida à exérese total da lesão e cranioplastia, na qual observou-se
lesão de aspecto perláceo, disposta em camadas, sem infiltração de tecidos
adjacentes e com nítido plano de clivagem. Resultado: Exame anatomopatológico evidenciou colesteatoma, a paciente evoluiu sem déficits e mantém
acompanhamento ambulatorial. Conclusão: O diagnóstico diferencial de
lesões intra-ósseas do crânio podem representar importante desafio, porém
117
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o tumor epidermóide deve ser considerado como importante hipótese e,
quando tratado adequadamente, pode ser curativo.
Angioma cavernoso da medula espinhal
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Os angiomas cavernosos do sistema nervoso central são malformações
vasculares incomuns e, particularmente os de localização medular, são
extremamente raros. Sete casos consecutivos de angiomas cavernosos
medulares são apresentados, onde cinco foram tratados cirurgicamente.
Nossa série consiste de cinco mulheres e dois homens com cavernomas
intramedulares localizados nas seguintes regiões: três cervicais e quatro
torácicos. Todos os sete pacientes foram sintomáticos e com sinais de
mielopatia, incluindo déficit sensitivo-motor, correspondendo com o
nível da lesão. Cinco pacientes foram submetidos à cirurgia. Dois encontram-se em seguimento ambulatorial, sem indicação cirúrgica. Entre
os cinco pacientes cirúrgicos, quatro foram submetidos à laminectomia
e um paciente a uma laminoplastia cervical para acessar as lesões.
A ressecção completa foi conseguida em três casos. No seguimento
pós-operatório (média de 14 meses), a melhora dos sinais clínicos foi
demonstrada nos quatro pacientes. Um caso permaneceu com estado
clínico inalterado. Os pacientes em seguimento sem cirurgia não foram
indicados para o procedimento tendo em vista estabilidade dos sintomas,
lesões medulares cervicais pequenas e anteriores. Com isso, conclui-se
que a ressecção microcirúrgica é uma opção de tratamento para os cavernomas medulares maiores e que sejam acessíveis cirurgicamente.
Cisto de Tarlov – diagnóstico e conduta
em seis casos
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: O cisto de Tarlov ou cisto perineural é uma formação
patológica localizada no espaço entre o peri e o endoneuro na entrada
da raiz nervosa posterior. Descritos originalmente por Tarlov como
sendo uma lesão assintomática, podem causar sintomas radiculares e
disfunções esfincterianas. Objetivo: Relatar seis casos de pacientes
com cisto de Tarlov sintomáticos, apresentando síndrome de dor lombar
com boa resposta ao tratamento clínico. Método: Foram analisados
seis pacientes com diagnóstico por ressonância magnética da coluna
lombossacral de cisto de Tarlov, em seguimento no ambulatório de
Coluna Vertebral da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre 1990
e 2005. Os cinco pacientes foram convocados e reavaliados. Avaliouse sexo, idade, apresentação clínica, método diagnóstico, conduta
terapêutica e seguimento ambulatorial. Resultados: Três mulheres
e três homens, idades variando entre 48 a 71 anos, síndrome de dor
lombar, com piora da dor à manobra de Valsava. Todos os pacientes
realizaram exame de ressonância magnética. Todos foram tratados
conservadoramente. Seguimento ambulatorial por período média de 24
meses. Discussão: O desenvolvimento das técnicas de imagem como
118
a ressonância magnética tem favorecido a identificação do cisto de
Tarlov como causa de sintomas neurológicos. Há ainda considerável
controvérsia com relação ao objetivo do tratamento do cisto de Tarlov
sintomático. Os tratamentos propostos são clínicos e cirúrgicos. Os
procedimentos terapêuticos minimamente invasivos incluem: drenagem
liquórica lombar e aspiração do cisto guiada por tomografia. As técnicas
neurocirúrgicas abertas para os cistos perineurais sintomáticos incluem:
laminectomia descompressiva simples, exérese do cisto e/ou da raiz
nervosa e imbricação e fenestração microcirúrgica. Apesar de não existir
consenso definitivo para o tratamento do cisto de Tarlov sintomático, a
literatura descreve os métodos cirúrgicos abertos como apresentando
os melhores resultados. Conclusão: O tratamento clínico é uma opção
para o tratamento do cisto de Tarlov sintomático.
Hematoma subdural agudo espinhal –
relato de caso
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: Os hematomas subdurais espinhais são doenças raras,
mas com grande importância clínica pela possibilidade de compressão
medular aguda com altas taxas de morbidade e mortalidade. Objetivo:
Os autores apresentam o relato de um caso de hematoma subdural agudo
espinhal espontâneo, tratado cirurgicamente. Caso clínico: JML, 63
anos, masculino. Quadro súbito de perda de força muscular em dimídio
corporal esquerdo, associando-se cervicalgia intensa, em setembro de
1999. Evoluiu rapidamente, com perda de força muscular em dimídio
direito. Antecedente de cirurgia cardíaca para implante de válvula
mitral biológica há 16 anos, com terapia anticoagulante oral em uso de
Marcomar. Admitido consciente com síndrome piramidal – tetraparesia
assimétrica, mais intensa à esquerda, síndrome cordonal posterior e
bexiga neurogênica. Realizou tomografia computadorizada com identificação de hematoma intra-raquiano entre C4-C5-C6. Submetido à
laminectomia descompressiva, durotomia e drenagem do hematoma
subdural. Evoluiu com melhora progressiva dos déficits e atualmente
deambula sem apoio e com controle esfincteriano. Conclusões: Os
hematomas espinhais devem ser considerados no diagnóstico diferencial
de qualquer paciente com dor aguda na coluna vertebral, especialmente
naqueles com antecedentes de doenças hematológicas. O diagnóstico e
o tratamento precoce previnem as complicações neurológicas que tem
altas taxas de morbidade e mortalidade.
Infecção espinhal – proposta de um
protocolo de condutas
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: As infecções espinhais são afecções cada vez mais
freqüentes na prática do neurocirurgião, representando um importante problema clínico que requer condução terapêutica meticulosa
e pontual. Objetivo: Propor uma uniformização nos procedimentos
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diagnósticos, condutas terapêuticas e de seguimento, através da
elaboração de um protocolo para orientar a condução dos casos de
infecção espinhal. Discussão: A apresentação clínica inicial, usualmente inespecífica, deve ser lembrada no diagnóstico diferencial
das dores da coluna vertebral, mesmo quando não associada à febre
e aos estados de imunossupressão. O espectro destas infecções inclui
a osteomielite vertebral piogênica e não-piogênica, abscesso espinal
epidural, abscesso espinal subdural, abscesso intramedular, espondilodiscites e infecções espinais pós-operatórias. O diagnóstico é feito
com base na clínica, com auxílio dos exames séricos laboratoriais,
exames de imagem e através de biópsias. Os princípios do tratamento
conservador são estabelecidos no acurado diagnóstico microbiológico,
no tratamento antibioticoterápico específico, na imobilização e na
monitorização cuidadosa da instabilidade espinal e da deterioração
neurológica. Os princípios do tratamento cirúrgico são a obtenção de
múltiplas culturas intra-operatórias, a realização de debridamento do
tecido infectado e a descompressão das estruturas neurais, além da
reconstrução da estabilidade da coluna vertebral com enxerto ósseo
e instrumentação concomitante, quando necessário. As complicações
advêm do diagnóstico tardio e incluem o déficit neurológico, a deformidade espinal, a dor crônica, além de septicemia e até a morte.
Conclusão: O pronto reconhecimento e o oportuno tratamento contribuem para a boa evolução dos casos.
Tuberculoma espinhal intradural extramedular
– relato de caso
Guirado VMP, Taricco MA, Dias MRP, Araújo MMP, Meluzzi A, Melo LRS
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: O tuberculoma espinhal intradural extramedular é uma
rara manifestação patológica da tuberculose, com somente poucos
casos descritos na literatura médica. Objetivo: Os autores apresentam
o relato de um caso de tuberculoma espinhal intradural extramedular
tratado clinicamente. Caso clínico: MTL, com 48 anos, sexo masculino, internado para investigação de confusão mental e dificuldade
a marcha, há um mês. Identificada discreta fraqueza muscular nos
membros inferiores e retenção urinária. Antecedente de tratamento
de meningite tuberculosa há oito meses, com adequada resposta
clínica. Instituído costicosteróide e reiniciada terapia com tuberculostáticos, apresentando rápida melhora dos sintomas e sinais.
Ressonância magnética da coluna torácica demonstrou empiema
subdural torácico posterior, com pequeno efeito de massa sobre a
medula. Recebeu alta sem déficits neurológicos. Discussão: O tuberculoma espinhal intradural extramedular está sempre associado
com a meningite tuberculosa. As duas condições podem ocorrer
simultaneamente, entretanto, na maior parte dos casos o empiema é
precedido pela meningite tuberculosa. Estas lesões predominam na
população de adultos jovens, afetando ambos os sexos. A patogênese
é desconhecida, sendo considerada por alguns autores uma reação
paradoxal às mediações antituberculose. A doença apresenta-se de
modo insidioso, com paraparesia, hipoestesia com nível sensitivo
e disfunção vesical devido à compressão medular pelo processo
inflamatório. É comum a paraparesia permanente como seqüela. A
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
ressonância magnética é a técnica diagnóstica de escolha. A descompressão cirúrgica e o debridamento do empiema é o tratamento de
escolha. O tratamento antituberculose é também indicado, sendo
recomendando a associação com corticosteróides. Conclusão: O
tuberculoma espinhal intradural extramedular é uma complicação
rara da meningite tuberculosa, que se apresenta de modo insidioso
a despeito do tratamento antituberculose adequado. Para se evitar
a lesão neurológica permanente, o diagnóstico precoce e o pronto
tratamento clínico ou cirúrgico são essenciais.
Esquistossomose mansônica cerebral
Haikel Jr LF, Almeida CE, Romero FR, Galles MHL, Roca GR,
Listik S, Pereira CAB
Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis, São Paulo (SP)
Objetivo: A neuroesquistossomose é ume forma rara de apresentação da esquistossomose. Este trabalho tem por objetivo apresentar o
caso de um paciente com neuroesquistossomose, bem como sua sintomatologia e achados radiológicos inespecíficos. Método: Paciente
masculino, 25 anos, natural de Feira de Santana (BA), procedente
de Osasco (SP). Apresentou crise epiléptica generalizada (quatro
episódios em uma semana). Exame neurológico: vigil, orientado no
tempo e no espaço, sem alterações nas provas de força, sensibilidade,
nervos cranianos ou cerebelo. O exame de RM mostrou processo
expansivo no ramo posterior da fissura sylviana, hipodenso em
T1, heterogêneo em T2 e com captação noduliforme de contraste,
além de grande área de edema. Resultado: O anatomopatológico
demonstrou processo inflamatório granulomatoso no córtex cerebral
com a presença de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos. Alguns
ovos tinham uma espícula lateral. Diante de tais achados foi dado
o diagnóstico de Schistosoma mansoni. Além do tratamento cirúrgico, também recebeu medicação anti-helmíntica (praziquantel).
Alta no quarto pós-operatório com boa evolução e sem déficits.
Conclusão: A neuroinfecção mais comum é dada pelo Schistosoma
japonicum, entretanto, no nosso caso o anatomopatológico revelou
Schistosoma mansoni. Na infecção crônica, sinais de hipertensão intracraniana, focais ou crises epilépticas são decorrentes do
processo inflamatório. Complicações neurológicas decorrentes da
infecção cerebral é incomum, mas pode ocorrer, principalmente por
resposta inflamatória. Os sintomas neurológicos parecem ser mais
freqüentes quanto maior é a quantidade de ovos depositados no
tecido cerebral, isto é creditado pela migração anômala dos vermes
adultos para o sistema nervoso central, promovendo uma deposição
de ovos in situ. Estudos de necropsia de pacientes oriundos de área
endêmica de esquistossomose mostrou evidências histológicas do
envolvimento cerebral em um número não desprezível de pacientes,
principalmente, naqueles com a forma hepato-esplênica associada
à hipertensão pulmonar. Nestes casos, a embolização dos ovos é
facilitada provavelmente por fístulas arteriovenosas resultantes da
hipertensão portal e pulmonar.
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Avaliação de 128 casos de descompressões
do nervo tibial posterior por acesso supraaponeurótico infra-abdutor do hálux
Hass A, Thomé Jr BS, Sousa Jr JC, Ferreira EDZ, Aboud DAF,
Souza PT, Azevedo TS, Silva Jr JÁ, Guimarães RS, Cutrim ES,
Oliveira GS, Almeida IM, Testi ALC
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Presidente Dutra –
São Luís (MA)
Objetivo: Avaliação dos resultados da descompressão do nervo tibial
posterior em pacientes portadores de neuropatia hansênica e pós-hansênica,
através da técnica de abertura do túnel do tarso pelo acesso supra-aponeurótico infra-abdutor do hálux. Métodos: Estudo retrospectivo envolvendo
pesquisa de pacientes operados, de 2002 a 2004, no Hospital Universitário
Presidente Dutra em São Luís (MA), no programa de hanseníase. A coleta
de dados foi realizada através do preenchimento de uma ficha protocolo durante consulta dos prontuários liberados pela comissão de ética do hospital.
Foi criado um banco de dados no EPI INFO 2000 para análise estatística.
Foram realizadas 128 descompressões de nervo tibial posterior através do
acesso subaponeurótico infra-abdutor do hálux sendo analisados os tipos
de hanseníase, sexo, a fase do tratamento, a força motora, sensibilidade,
uso de corticóide e complicações pós-operatória. Resultados: Foram
estudadas 128 descompressões cirúrgicas do nervo tibial posterior. O pé
direito foi mais freqüente com 72 casos (56,3%). A forma de hanseníase
dimorfa foi a mais comum com 35, 9% dos casos, seguida da forma virchowiana (30,5%). O sexo predominante foi o masculino com 90 casos
(70,3%). Dos pacientes operados 114 (89%) faziam uso de corticóide.
A complicação mais identificada foi deiscência com 16 casos (12,5%).
Apenas um paciente apresentou dor crônica. Conclusões: Devido a grande
incidência de hanseníase em nosso estado e o uso de anestésico local para
as cirurgias destes pacientes, o acesso subaponeurótico infra-abdutor do
hálux mostrou-se extremamente eficaz, proporcionando melhora do déficit
neurológico, diminuição do risco de lesão do plexo venoso e melhora da
dor espontânea em 99,2% dos casos.
Hemangiopericitoma gigante da coluna lombar
– relato de caso e revisão da literatura
Hortense PG, Frederique U
Hospital Beneficência Portuguesa de Bauru (SP)
Objetivos: Apresentamos um caso raro de hemangiopericitoma (HPC)
gigante originário da raiz do forame L4-L5 direito. Discutimos o diagnóstico, classificação e critérios de tratamento, com revisão de literatura
dos últimos dez anos. Métodos: Mulher, negra, 46 anos, queixando-se
de dor lombar à direita há nove meses, tipo queimação irradiada para os
membros inferiores, ao exame massa proeminente gigante emergente
de planos profundo lombar esquerdo. Investigada com ressonância
nuclear magnética e submetida à exérese total do tumor. Resultados: A
ressecção total levou à melhora clínica da paciente, o diagnóstico com
imuno-histoquímica revelou se tratar de HPC. Conclusões: O PC é um
tumor mesenquimal maligno, reconhecidamente muito raro na coluna
espinhal, com recidiva e metástases freqüentes. A cirurgia para ressecção em bloco é o tratamento ideal. E a radioterapia permanece, ainda,
120
com melhora estatisticamente não comprovada, devendo o cirurgião
ter a consciência da recidiva ou metástase em longo prazo.
Abscesso de tronco encefálico – relato de caso
clínico e revisão de literatura
Júnior MNH, Pereira EL, Ribeiro DEC, Mello GSM, Rodrigues DCH
Hospital dos Servidores do Estado, Instituição Ophir Loyola
Objetivos: Apresentar um caso de abscesso de tronco encefálico,
através de uma revisão de literatura, pautando a apresentação clínica,
exames laboratoriais e de imagem a partir de registros em prontuário,
assim como a conduta operatória e tratamentos adotados, documentando a raridade dessa patologia. Métodos: Paciente do sexo masculino,
33 anos de idade, relatou história de queda de um pedaço de madeira
sobre o pescoço (região dorsal), sem perda de consciência. Dois meses
depois, iniciou quadro de cefaléia constante, de moderada intensidade.
Houve piora do quadro de cefaléia, acompanhada de alguns episódios
de febre. Sete meses após o trauma, evoluiu com vômito, perda da força
muscular no dimídio esquerdo e rebaixamento do nível de consciência.
No exame físico, mostrava sonolência, paralisia facial periférica direita,
hemiparesia esquerda desproporcionada incompleta, predomínio crural
e paresia do VI nervo craniano, bilateralmente. Babinski esquerdo.
Reflexo fotomotor reagente bilateralmente. A tomografia computadorizada de crânio e a ressonância nuclear magnética mostraram processo
expansivo em tronco encefálico (ponto mesencefálico). Foi realizada,
então, craniectomia suboccipital para microcirurgia e drenagem do
abscesso. No pós-operatório, foram prescritos ceftriaxona (2 g, IV,
12/12h), oxacilina (2g, IV, 4/4h) e metronidazol (500mg, IV, 8/8h)
por 34 dias. Resultados: O paciente recebeu alta hospitalar 34 dias
após o tratamento cirúrgico, apresentando melhora clínico-radiológica
significativa, com melhora do déficit motor em dimídio esquerdo, bem
como do nível de consciência, já que o paciente tornou-se mais alerta
e afebril e, radiologicamente, houve diminuição de lesão captante, que
praticamente restringia-se à cápsula em reabsorção. Conclusões: Sendo
o abscesso de tronco encefálico uma condição incomum associada a
altas taxas de mortalidade, ratifica-se o caráter extremamente raro de
tal patologia e a grande relevância acadêmica que essa enfermidade
apresenta. A incidência de abscessos intracraniais é de 0, 13 casos para
cada 100. 000 habitantes, destes, 0, 5% a 0, 6 % representam casos de
abscesso de tronco encefálico, onde a ponte é o local mais freqüente,
seguido pelo mesencéfalo. Preconizamos então a abordagem microcirúrgica e antibioticoterapia sistêmica por quatro a seis semanas, empregada com melhora significativa do quadro inicial, diminuindo assim a
morbimortalidade característica da enfermidade em questão.
Desempenho de uma população de
idosos de Brasília com doença de Alzheimer
na bateria neuropsicológica Cerad e na escala
resumida de Blessed
Kawano MDA, Bertolucci PHF
Hospital Santa Luzia, Brasília (DF). Escola Paulista de Medicina,
Universidade Federal de São Paulo (SP)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Objetivo: Trabalho prospectivo, em andamento, com o propósito de
avaliar o desempenho de idosos de Brasília com doença de Alzheimer
na bateria neuropsicológica Cerad e na escala resumida de Blessed.
Método: Incluímos 54 pacientes com diagnóstico de doença de Alzheimer, divididos pela classificação clínica para demência (CDR) em
CDR1 (34) e CDR2 (20) e distribuídos de acordo com a escolaridade
em: mais de oito anos (23), entre quatro e oito anos (18) e menos de
quatro anos (13). Submetemos todos à escala resumida de Blessed
(ERB) e à bateria Cerad modificada. Resultados: As médias de idade
e escolaridade dos pacientes CDR1 foram de 69, 85 anos e de 8, 18
anos, enquanto para os pacientes com CDR2 foram de 72, 2 e 4, 85
anos. As médias (e desvios-padrão) dos testes foram: ERB – 24, 3 (7,
31); mini-exame do estado mental – 16, 93 (4, 43); lista de palavras
– 9, 76 (3, 29); teste de nomeação de Boston 15, 91 (3, 12); evocação
de palavras – 1, 59 (1, 27); reconhecimento – 5, 15 (2, 18); fluência
verbal – 7, 8 (3, 16); praxia construtiva – 6, 87 (1, 97). Não fizemos
análises estatísticas ainda, mas podemos observar na comparação entre
CDR1 e CDR2, para todas as faixas de escolaridade, uma diferença
de performance na ERB, no MEEM e na lista de palavras. O teste de
nomeação de Boston mostrou diferença nos pacientes com mais de
oito anos de escolaridade ou com menos de quatro anos. O teste de
fluência verbal mostrou diferença apenas nos pacientes com mais de
oito anos de escolaridade. Conclusões: Estes resultados mostram uma
boa correlação do MEEM, da ERB e da lista de palavras em nos ajudar
a discriminar entre os pacientes CDR1 e CDR2, independentemente
do nível de escolaridade. Com a continuação do trabalho detalharemos
melhor o desempenho dos pacientes, nos dois subgrupos, em relação aos
níveis de escolaridade e determinaremos pontos de corte ao constituir
grupos controles com idosos sadios.
Malformação de Chiari tipo 1 –
manejo clinico e cirúrgico
Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP,
Xavier MFF, Cabral Jr JL
Assistência Neurológica de São Bernardo– São Bernardo do Campo (SP)
Objetivos: A malformação de Chiari tipo 1, é caracterizada por
multiplicidade de sinais e sintomas. O paciente desenvolve o quadro
clinico, em geral, na fase adulta e é grande o percentual de pacientes
que descompensam clinicamente e precisam de tratamento cirúrgico.
Métodos: Estudo feito pela análise de 19 pacientes, correlacionando
fatores como sexo, idade, sinais e sintomas (síndrome compressiva
de tronco, síndrome cerebelar e síndrome da medula cervical). Em 16
casos, foi feita a tonsilectomia com duroplastia. Em três casos, houve
necessidade de complementação com drenagem da seringomielia.
Resultados: Em recente publicação de literatura foi demonstrado
a malformação de Chiari como achado de imagem, sendo a grande
maioria de pacientes assintomática, alguns até com 20 anos de follow
up. Pacientes que apresentaram descompensação neurológica foram
submetidos a tratamento cirúrgico: craniectomia occipital, laminectomia C1, tonsilectomia e duroplastia. A grande maioria, 16, mostrou
melhora dos sintomas, principalmente córtico- espinhais. Apenas três,
onde a regressão dos sintomas foi parcial, tiveram de ser submetidos
à drenagem da cavidade seringomiélica. Conclusões: Os pacientes de
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
melhor resultado foram operados com menor tempo de descompensação
neurológica. A técnica seguida mostrou-se eficaz no sentido de evitar
o fenômeno da teoria do martelo d´água.
Neurocisticercose intraespinhal sintomática
– tratamento com albendazol
Kirchhoff DFB, Santos FMS, Takey MS, Kirchhoff DC, Alves LP,
Xavier MFF, Cabral Jr JL
Assistência Neurológica de São Bernardo– São Bernardo do Campo (SP)
Objetivos: A neurocisticercose é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central. É uma enfermidade que existe
particularmente em países cuja infra-estrutura e educação sanitária
são deficientes. Métodos: A nossa proposta é de relatar um caso de
neurocisticercose intracraniana e intraespinhal, cuja manifestação
clínica de Sd hipertensão intracraniana por hidrocefalia foi tratada
sintomaticamente, através de derivação ventrículo-peritoneal e o
tratamento específico com o uso de albendazol. Resultados: A contaminação do SNC pela cisticercose é feita por via hematogênica.
Podendo ser assintomática ou sintomática, na dependência de fatores
diversos como reação/hospedeiro, número de parasitas e localização,
além do que pode ter resolução espontânea. A neurocisticercose intracraniana pode levar a crises epilépticas, hipertensão intracraniana,
hidrocefalia e até distúrbios psiquiátricos, na forma intraespinhal leva
geralmente a quadro meningorradicular ou compressivo medular. O
trabalho faz uma revisão literária mostrando as técnicas diagnósticas
e de tratamento clínico, assim como sua eficácia. Conclusões: A neurocisticercose intraespinhal é entidade rara, com morbidade elevada.
O tratamento cirúrgico mostrou grande taxa de morbimortalidade e
o tratamento específico medicamentoso com albendazol, ou praziquantel, mostra resultado satisfatório, como foi visto no paciente aqui
apresentado. É certo que o tratamento medicamentoso ainda é alvo
de discussão em função de efeitos em longo prazo e de intolerâncias.
Acreditamos que o tratamento quimioterápico mostrou-se eficaz e
torna-se uma boa opção terapêutica.
Discectomia lombar percutânea: avaliação
inicial do procedimento em 12 pacientes com
hernia discal lombar
Lacerda CM, Schettini JF, Rossetti AG, Mangieri PA, Urbanetto LA
Hospital EMEC – Feira de Santana (BA) e Hospital Santa Izabel – Salvador (BA)
A hérnia discal lombar é uma das principais causas de dor lombar com
ou sem radiculopatia, sendo uma das causas principais de consulta
ao neurocirurgião. Existem vários tratamentos propostos para esta
condição clínica, dentre elas inclui-se a discectomia percutânea, que
é um procedimento minimamente invasivo. Avaliamos 12 pacientes
com hérnia discal lombar não-extrusa, com ou sem radiculopatia, no
período de outubro de 2004 a março de 2005, que foram submetidos
à discectomia percutânea com uso de Dekompressor ® em nosso
serviço, com o objetivo de avaliar o método e comparar com os tratamentos tradicionais (conservador e microdiscectomia). Utilizamos
as escalas de dor VAS no pré-operatório, pós-operatório imediato
121
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(uma semana) e após seis meses para avaliação dos pacientes, além
de exames de imagem (RNM de coluna lombar). Foram avaliados
12 pacientes, seis do sexo masculino e seis do sexo feminino, com
média de idade de 42,5 anos, com escala de dor VAS com média de
8,8 no pré-operatório; 3,1 no pós-operatório imediato e 3,5 após seis
meses da discectomia percutânea. Concluímos que a discectomia
percutânea é um procedimento útil para o tratamento da hérnia de
disco lombar contida, com melhora considerável do quadro álgico
(40% a 90%) após este procedimento, com a vantagem de ser um
procedimento minimamente invasivo, não altera a anatomia e não
dificultaria no caso de procedimento cirúrgico posterior, se necessário
(microdiscectomia).
clusões: A neuroendoscopia tem progressivamente se firmado como
método de escolha para o tratamento da neurocisticercose ventricular.
O estudo anatômico individual dos pacientes com cisticercose do
quarto ventrículo, por meio de neuroimagem associado a cuidadoso
planejamento pré-operatório, possibilita a realização de acessos minimamente invasivos, por meio de trajetórias endoscópicas key-hole,
que possibilitam acessar, mesmo com endoscópio rígido, estruturas
topograficamente distantes pelo mesmo acesso sem causar lesão das
estruturas neurais circunjacentes.
Exérese endoscópica transaquedutal de
cisticerco de quarto ventrículo
Lima MA, Pereira CU, Santos PCF, Sousa ACS, Santos EAS
Universidade Federal de Sergipe
Leite dos Santos AR, Toita MH, Figueira FA, Farhat Neto J,
Reis da Silva PR, Veiga JCE
Disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Objetivos: A neurocisticercose é a parasitose mais comum do sistema
nervoso central. Apesar do avanço no tratamento medicamentoso desta
doença, o tratamento cirúrgico tende a ser a melhor opção terapêutica
na forma ventricular da cisticercose. Relatamos caso de neurocisticercose de quarto ventrículo tratada por cirurgia endoscópica. Métodos:
Estudo retrospectivo de paciente submetida à exérese endoscópica
transaquedutal de cisticerco de quarto ventrículo. Resultados: Paciente FGS, 21 anos, sexo feminino, natural do Ceará e procedente de
São Paulo, procurou pronto socorro com queixa de cefaléia e vômitos
há três dias. Edema de papila à direita era a única alteração presente
no exame neurológico. Tomografia computadorizada de crânio sem
contraste revelou dilatação ventricular difusa. Ressonância magnética
de crânio evidenciou dilatação do aqueduto cerebral e presença de
cisticerco no quarto ventrículo, sem sinais de processo inflamatório
circunjacente significativo. Baseado no quadro de hipertensão intracraniana e hidrocefalia obstrutiva foi indicada realização de terceiroventriculocisternostomia endoscópica e retirada transaquedutal do
cisticerco. A cirurgia foi realizada em anestesia geral, por meio de
trepanação frontal direita locada de forma a oferecer a melhor trajetória possível para a realização dos dois procedimentos planejados
sem causar lesão do fórnix. Foi introduzido endoscópio rígido de 6
mm e realizada terceiro-ventriculocisternostomia segundo técnica
standard com cateter de Fogarty 4F. Em seguida, o endoscópio foi
redirecionado posteriormente e a inspeção do terceiro ventrículo
evidenciou aqueduto extremamente dilatado que possibilitava a introdução do endoscópio sem traumatizar o tecido periaquedutal. O cisticerco foi então visualizado no interior do quarto ventrículo e retirado
com pinça de biópsia. Paciente evoluiu com melhora progressiva da
sintomatologia tendo recebido alta hospitalar no sétimo dia do pósoperatório. Nenhuma medicação anti-parasitária foi instituída. Após
um follow-up de dez meses, a paciente encontrava-se assintomática,
sem alterações no exame neurológico. Ressonância magnética de
controle demonstrou resolução da hidrocefalia, permeabilidade da
terceiro-ventriculocisternostomia e ausência de cisticercos. Con-
122
Alterações eletrocardiográficas em pacientes
com TRM cervical
Objetivos: Analisar os achados eletrocardiográficos em pacientes adultos jovens, sem antecedentes de cardiopatia, vítimas de traumatismo
raquimedular cervical. Métodos: Foram analisados pacientes de ambos
sexos e idades abaixo de 40 anos, sem antecedentes de cardiopatias e
vítimas de TRM cervical, confirmados através de exame neurológico
e exames de neuroimagem. Foram submetidos a exame eletrocardiográfico, medida da pressão arterial e freqüência cardíaca, sendo
correlacionados os achados com lesões da coluna cervical. Resultados:
O sexo masculino foi o mais acometido 31 e feminino quatro. A idade
média foi de 31 anos. Em 65% dos casos, encontravam-se tetraplégicos. Houve predomínio de lesão entre C5 e C6 em 48% dos casos. Os
achados eletrocardiográficos apresentaram ritmo sinusal. A freqüência
cardíaca média era de 74 bpm e o eixo elétrico de 56. Em 28,17% dos
casos, o eletrocardiograma foi normal. Os achados anormais no eletrocardiograma foram ondas T-negativas na derivação V1 em 17,18%,
bloqueio de ramdireitem 36,%, disrbios repolizaçãorecocem 36,46%
e ondas T amplas em V4 em 9% dos casos. Conclusões: A maioria
destes achados são considerados fisiológicos, não sendo considerados
como predominantes em pacientes com TRM cervical.
Relato de caso de aneurisma de seguimento A2
único porção proximal
Lira AMP, Graciato FS, Bassi TG, Pinto F, Haddad AC, Figueredo JA
Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP)
Objetivo: Relato de caso de paciente com aneurisma artéria cerebral
anterior seguimento A2 único porção proximal na origem da artéria
recorrente de Heubner. Método: Paciente com história de cefaléia
súbita de forte intensidade, inédita, a 30 dias da entrada, seguida de
confusão mental. Exame não apresentava déficit focal. Tomografia de
crânio apresentava hiperdensidade fissura interhemisférica. Angiografia
demonstrava aneurisma do complexo anterior, localizado em A2 proximal na região da artéria recorrente de Heubner à direita, com fundo
voltado para direita. A artéria recorrente de Heubner esquerda originavase da porção distal de A1 esquerda. Os achados angiográficos foram
constatados no intra-operatório. Resultado: A paciente evoluiu com
bom pós-operatório sem déficits, com melhora do quadro confusional
observada em seguimento ambulatorial. Conclusão: Artéria cerebral
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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anterior seguimento A2 único é extremamente rara, apresentado em
menos de 1% dos casos segundo a literatura. O neurocirurgião deve
estar atento às variações deste tipo, tendo um melhor resultado cirúrgico
com a visualização de todo complexo anterior.
Astrocitomas pilocítico anaplásicos
Uso de implantes metálicos em neurocirurgia
Objetivos: Astrocitoma pilocítico é uma neoplasia primária do SNC
comum da infância, tradicionalmente considerada de evolução benigna.
Mostrar dois casos de astrocitoma pilocítico anaplásico. Métodos: Apresentação de dois casos de astrocitoma pilocítico anaplásico. Um paciente
com astrocitoma pilocítico anaplásico recidivado após 14 anos de ressecção
de um astrocitoma pilocítico e uma paciente com astrocitoma pilocítico
primariamente anaplásico, sob o ponto de vista clínico-radiológicos e
anatomopatológico. Resultados: Paciente masculino, 27 anos, submetido
à ressecção de astrocitoma pilocítico cerebelar há 14 anos, sem tratamento
adjuvante, evoluindo assintomático por 14 anos e tornando-se sintomático
há 30 dias da internação. Diagnosticada e reabordada lesão em fossa posterior, tendo o estudo anatomopatológico revelado astrocitoma pilocítico
anaplásico. Paciente feminina, 29 anos, apresentou mudança das características de cefaléia prévia cinco meses antes do diagnóstico. RM mostrou
processo expansivo em região da pineal submetida à ressecção cirúrgica
com diagnóstico anatomopatológico de astrocitoma pilocítico anaplásico. A
paciente foi submetida à radioterapia externa localizada e evoluiu com disseminação leptomeníngea e recidiva local não-responsiva à quimioterapia
com temozolomida. Conclusões: Os achados mostram a necessidade de
seguimento longo dos pacientes com astrocitomas pilocíticos e de tratamento agressivo para as formas anaplásicas. Apesar de freqüentes relatos
de transformação maligna de astrocitomas pilocíticos aparentemente associada com a radioterapia prévia, ressalta-se a ausência de correlação entre
anaplasia e radioterapia prévia nos dois pacientes apresentados.
Lira AMP, De Pieri JCB, Souza Filho AM, Bassi TG, Prado VR, Rached JH
Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP)
Objetivo: Discutir o comportamento das ligas metálicas e dos íons que
as compõem e os fatores relevantes que influenciam sua biofuncionalidade e biocompatibilidade. Método: Levantamento bibliográfico sobre
as principais ligas metálicas utilizadas em implantes neurocirúrgicos,
análise do comportamento dos íons nos tecidos com possíveis efeitos
orgânicos colaterais e comparação dos tipos de ligas e suas características de resistência à corrosão, fraturas e fadigabilidade. Resultado:
O titânio demonstrou ser o metal com menor reação local e as suas
ligas, são as que apresentam melhor compatibilidade e funcionalidade.
Conclusão: As ligas metálicas de titânio e cromo-cobalto demonstraram
ter os melhores resultados para implantes neurocirúrgicos.
Aneurisma de veia de galeno em adulto –
relato de caso.
Lobão CAF, Marques RM, Sassaki VS
Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC-PR)
Objetivos: Apresentar o caso de um paciente com diagnóstico, na
idade adulta, de aneurisma de veia de Galeno. Correlacionar esses
dados com revisão sistematizada da literatura a respeito do tema,
visto que se trata de uma forma rara de apresentação da patologia.
Casuística: São apresentados os dados clínicos e exames radiológicos de um paciente do sexo masculino, 65 anos de idade, admitido
para atendimento neurocirúrgico de emergência em hospital universitário. Resultados: O paciente foi encaminhado para avaliação
devido primeiro episódio de crise convulsiva tônico-clônica generalizada e síndrome de Parinaud. Em tratamento para insuficiência
cardíaca congestiva, hipertensão arterial sistêmica e com história de
evento isquêmico cerebral prévio, há dois anos. Desenvolvimento
neuro-psicomotor adequado, sem sinais de cardiopatia, défi cits
neurológicos ou crises convulsivas durante a infância. Investigado
com TAC de crânio que evidenciou processo expansivo calcificado
na região da glândula pineal. RNM de encéfalo sugestiva de aneurisma na veia de Galeno com trombos comprimindo o mesencéfalo.
Arteriografia cerebral confirmou o diagnóstico, não se observando
a opacificação do sistema venoso profundo pelo contraste. Descartadas as opções cirúrgicas e de embolização, o paciente segue
em acompanhamento clínico. Conclusões: Aneurismas de veia de
Galeno são malformações raras, menos de 1% das malformações
intracranianas. Apresentamos o caso de um paciente com esta patologia sem evidência clínica até a fase adulta, quando do diagnóstico.
Devido à trombose da veia de Galeno, foi excluída a possibilidade
de tratamento endovascular, bem como microcirúrgico, mantendo-se
o acompanhamento clínico.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Loduca RDS, Guimarães MD, Malheiros SF, Stávale JN, Ribas GC,
Ferraz FP, Tella Jr OI
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP)
Hemorragia ventricular perinatal associada à
malformação vascular do septo pelúcido –
relato de caso
Loduca RDS, Onishi FJ, Guimarães Filho FAV, Silva LRF,
Zymberg ST, Cavalheiro S
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: As hidrocefalias neonatais podem ser decorrentes de malformações anatômicas ou quadros hemorrágicos/ infecciosos. Método:
Apresentaremos um caso de hidrocefalia neonatal do tipo obstrutiva de
provável etiologia pós-hemorrágica. Resultados: Paciente submetido
a terceiro ventriculostomia endoscópica sem intercorrências. Conclusões: Devemos sempre considerar a possibilidade de tratamento
endoscópico nas hidrocefalias pós-hemorrágicas.
Tratamento endoscópico do cisto colóide
do III ventrículo
Loduca RDS, Guimarães Filho FAV, Silva LF, Gomes FL,
Cavalheiro SC, Zymberg ST
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Ressecção microcirúrgica e derivações ventriculares
foram, por muitos anos, as únicas alternativas para o tratamento de
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formas sintomáticas do cisto colóide do III ventrículo. Avaliação
do papel da neuroendoscopia no tratamento do cisto colóide de
III ventrículo. Métodos: No período compreendido entre abril de
1997 e fevereiro de 2005, 16 pacientes foram operados por método
endoscópico puro. Resultados: Foram realizados 18 procedimentos
em 16 pacientes. A idade variou entre 6 e 63 anos, sendo dez pacientes masculinos e sete femininos. Conclusões: A neuroendoscopia
apresenta-se como opção terapêutica válida e segura no tratamento
do cisto colóide do III ventrículo.
Implante de eletrodos subdurais para registro
neurofisiológico invasivo em pacientes com
epilepsia refratária: princípios técnicos
Lopes LFPG, Cukiert A, Burattini JÁ, Santos PPML, Seda Jr LF, Câmara
RLB, Baldauf CM, Baldochi MA, Forster CR, Baise-Zung C, Mello VA
Hospital Brigadeiro (SUS) e Clínica de Epilepsia de São Paulo (SP)
Objetivos: Apenas 10% a 15% dos pacientes com epilepsia refratária,
que são candidatos à cirurgia de epilepsia, necessitarão de monitorização neurofisiológica invasiva através de eletrodos subdurais. Eles
geralmente se apresentam com neurofisiologia de superfície não-localizatória e IRM normal. Este trabalho descreve algumas questões
técnicas relacionadas com o implante de eletrodos subdurais que são
usadas para diminuir a prevalência de morbidade cirúrgica, tais como
infecções, coleção subdural e fístulas liquóricas. Métodos: Setenta
e sete pacientes foram submetidos a implante de grades subdurais de
1996 a 2004, no Hospital Brigadeiro e Clínica de Epilepsia. Os últimos 65 pacientes foram operados levando-se em conta os seguintes
princípios intra-operatórios. (1) realizar uma extensa craniotomia para
acomodar a(s) grade(s) de eletrodos; (2) manter um campo operatório
extremamente limpo (evita infecções e coleções de sangue ou fluidos
subdurais ou abaixo da grade); (3) não permitir sobreposição de grades
(evita coleções entre as placas e efeito de massa); (4) não danificar
ou deslocar (tracionar) veias, especialmente quando implantando nas
superfícies parassagital e mesial; (5) documentar o tipo e a posição
dos eletrodos, especialmente quando o serviço usa diferentes tipos
de eletrodos em cada vez; (6) fixar a grade de eletrodos à dura com
pontos antes de fechá-la; (7) fechar a dura da forma habitual, corrigir
os defeitos durais e pontos de saída dos eletrodos com cola de fibrina;
(8) emergir os cabos dos eletrodos através de orifício de trepanação;
(9) exteriorizar os cabos dos eletrodos usando um dispositivo para
tunelização, evitando a incisão primária (para reduzir fístulas); (10)
fixar um ponto subgaleal, envolvendo os eletrodos no ponto interno de
saída do couro cabeludo; (11) deixar um dreno subgaleal sem vácuo,
se a craniotomia for extensa, inserir dois; (12) fixar firmemente os
cabos dos eletrodos ao couro cabeludo (evitar danos aos fios dentro
deles); (13) enviar um resumo claro para a neurofisiologia; (14)
evitar implante em crianças com microcefalia e sem atrofia cerebral.
Todos os pacientes receberam antibióticos profiláticos. Nenhum paciente recebeu esteróides. Resultados: Um paciente apresentou fistula
liquórica através do ponto de saída do eletrodo, tratada com sutura
adicional da pele. Um paciente teve meningite e a monitorização teve
que ser interrompida. Não houve coleções sintomáticas subdurais,
124
entre as grades ou abaixo delas, e não houve necessidade de abortar
o procedimento de registro neurofisiológico devido a algum efeito de
massa. Sessenta e dois pacientes apresentaram cefaléia responsiva à terapia médica básica. Conclusões: Algumas complicações que ocorrem
durante e/ou depois do implante de eletrodos subdurais são descritas
na literatura. Essas complicações podem ser evitadas se princípios
técnicos cuidadosos forem seguidos durante os procedimentos.
Lesões raquimedulares associadas a
traumatismo craniencefálico grave ou moderado
Lourenço LJO, Andrade AF
Divisão de Clínica Neurocirúrgica do Pronto Socorro do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Estudar os aspectos epidemiológicos relacionados à associação entre traumatismo craniencefálico (TCE) grave ou moderado
e trauma raquimedular (TRM), apontando-se fatores que influenciam
a mesma. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo de 180 pacientes
vítimas de TCE grave ou moderado. Idade, sexo, mecanismo de trauma,
escala de coma de Glasgow à admissão e lesões sistêmicas foram analisados em sua correlação à existência de TRM. Resultados: Quatorze
pacientes (7, 8%) apresentaram TRM associado. Ocorreram 12 lesões
cervicais, duas lesões torácicas e duas lesões lombares. Conclusões:
Idade, lesões sistêmicas e escala de coma de Glasgow menor que 9
estiveram relacionados à maior presença de TRM de forma estatisticamente significativa.
Uso de prótese intersomática de poli-etereter-cetona (Solis®) nas discectomias cervicais
anteriores
Lúcio JEDC, Cardeal DD, Taricco MA
Grupo de Coluna do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo. Grupo DFVneuro do Hospital
Alemão Oswaldo Cruz (SP)
Objetivos: A discectomia cervical anterior tem sofrido muitas modificações desde sua descrição por Smith e Robinson e por Cloward, em
1958. Como tratamento para radiculopatia ou mielopatia secundária à
espondilose cervical, as modificações têm direcionado para a redução das
complicações associadas com a fusão dos corpos vertebrais. Avaliamos
a eficácia do uso da prótese intersomática de poli-eter-eter-cetona (Solis®), clínica e radiologicamente, na realização de discectomia cervical
anterior no tratamento de pacientes com espondilose cervical sintomática. Métodos: Análise prospectiva de 24 pacientes com diagnóstico de
hérnia de disco cervical de um ou mais níveis, com dor radicular e/ou
quadro mielopático, submetidos a tratamento cirúrgico, no período de
fevereiro de 2004 a setembro de 2005. Realizou-se a discectomia por
via anterior seguido da colocação do Solis® no espaço intervertebral. No
pós-operatório, avaliou-se o controle radiológico e a evolução clínica.
Resultados: A idade dos pacientes variou de 33 a 77 anos (média de
55,7 anos). O quadro neurológico inicial era de radiculopatia em 58,4%
dos pacientes e de mielopatia em 41,6%. Os níveis cervicais comprometidos foram C3-C4 em 25,8% das vezes, C4-C5 em 19,3%, C5-C6
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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em 32,2% e C6-C7 em 22,6%. Discectomia de um nível com colocação
de Solis® foi realizada em 14 pacientes (58,4%), dois níveis em oito
pacientes (33,3%), três níveis em dois pacientes (8,3%). Todos os pacientes apresentaram controle radiológico adequado no pós-operatório
e seguimento ambulatorial, com melhora dos sintomas. O índice de
complicações foi pequeno. Conclusões: O uso da prótese intersomática
de poli-eter-eter-cetona (Solis®) mostrou-se eficaz no tratamento da
espondilose cervical, não houve necessidade de fixação anterior com
placa e retirada de enxerto ósseo. Os pacientes apresentaram evolução
clínica e radiológica satisfatória.
Quimioterapia pré-operatõria no tratamento dos
carcinomas de plexo coróide
Macedo ML, Campos RS, Carneiro JZ, Caixeta TH, Machado ALO,
Lopes PMAA, Lima BO
Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília (DF)
Objetivo: Os carcinomas de plexo coróide supratentoriais ocorrem em
crianças de tenra idade. O melhor tratamento é a ressecção cirúrgica total,
mas isso representa um grande desafio cirúrgico porque geralmente são
grandes tumores e extremamente sangrantes, persiste então a necessidade
de criar um novo protocolo cirúrgico no tratamento de crianças portadoras
de carcinoma de plexo coróide. Material e métodos: Nos últimos 15
anos, 17 crianças apresentaram tumores de plexo coróide, dentre estas seis
tinham carcinoma de plexo coróide, sendo as três últimas submetidas ao
protocolo de quimioterapia no pré-operatório. Os primeiros casos eram
tratados de maneira convencional, com tentativa de ressecção cirúrgica
total seguida de radioterapia. Os últimos três casos foram tratados inicialmente com biópsia, seguindo-se de quimioterapia. Resultados: O tumor
permaneceu com mesmo tamanho em dois casos, mas na reoperação
estavam mais firmes, pouco sangrantes, permitindo sua ressecção sem
grandes perdas sangüíneas. No último caso, houve redução considerável
do tamanho do tumor, sendo sua ressecção extremamente facilitada pela
quimioterapia. Conclusão: O uso de quimioterapia após confirmação
do diagnóstico é um protocolo que pode ser utilizado no tratamento de
crianças com carcinoma do plexo coróide, podendo facilitar o ato cirúrgico. Como se trata de tumor raro, maior número de casos é necessário
para determinar a validade deste protocolo de tratamento.
Neuroendoscopia – neurocirurgia endoscópica
Maddalozzo LO, Maddalozzo LE, Teixeira M, Fontoura J, Morais RL
Instituto de Cirurgia Neurológica (Incine) – Curitiba (PR). Neurochirugische
Klinik – Johannes Gutenberg Universitaet Mainz – Alemanha. Hospital de
Clínicas – Universidade Federal do Paraná
Com o desenvolvimento do espírito minimamente invasivo, chega à
neurocirurgia também a endoscopia. Sendo um instrumento e uma fonte
de visão de extrema utilidade e versatilidade, discute-se a técnica endoscópica pura (neurocirurgia endoscópica [EM]), tendo como objetivo
o melhor entendimento da utilização, possibilidades e limitações desta
técnica. Com apresentação de casos práticos e vídeos, apresentam-se
os princípios, técnicas e as principais indicações da neurocirurgia
endoscópica (hidrocefalias e processos intraventriculares).
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Hematoma epidural agudo toracolombar
espontâneo – relato de caso
Marques EL, Marques NMH, Braga JV, Carlos DL
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Regional de Rondonópolis e Hospital
Santa Casa de Rondonópolis (MT)
Hematoma epidural espontâneo agudo intra-raquiano é raro na literatura. Os autores descrevem o caso de um homem etilista, de 52 anos
de idade, que apresentou quadro de dor súbita lombar, evoluindo em
poucos minutos em paraplegia. Paciente emotivo devido a discussões
ocorridas em sua família no dia anterior, negando história de trauma
e/ou infecções prévias. Apresentava-se ao exame paraplegia com
nível sensitivo e motor em T12, com hiporreflexia. Em investigação
por imagem, identificado hematoma epidural em situação posterior ao
saco dural com compressão das estruturas nervosas de T11 a L3. Paciente submetido à laminectomia com retirada de hematoma, não sendo
identificado alterações arteriovenosas locais. Houve melhora parcial da
força muscular atingindo grau 3 em membro inferior esquerdo e grau 2
à direita. Hematoma epidural espontâneo agudo é raro, entretanto, deve
sempre ser considerado em situações de déficits motores súbitos.
Tratamento cirúrgico de tumores mesenquimais
na coluna vertebral
Masini M, Paiva WS, Amorim RLOA
Clínica Queops Neurologia, Brasília (DF)
Introdução: O diagnóstico e tratamento dos tumores mesenquimais
envolvendo estruturas da coluna vertebral evoluiu dramaticamente
nas últimas três décadas. Significativa melhora nos resultados, tanto
em curto quanto em longo prazo. Atualmente, para todos os pacientes
portadores de tumores mesenquimais da coluna, o tratamento cirúrgico
(associados às terapias adjuvantes) oferece a probabilidade de melhora
funcional e alívio da dor, bem como em alguns casos selecionados,
possibilidade de cura. Descrevemos os resultados cirúrgicos em uma
série de 63 casos de tumores derivados de tecidos mesenquimais. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo. Amostra consta de 63 pacientes
submetidos a tratamento cirúrgico. Do total da amostra, 33 eram do
sexo masculino e 30 feminino. Levantamento de dados realizado junto
aos prontuários médicos. Revistos parâmetros clínicos e resultados cirúrgicos. Resultados: Do total da amostra houve predomínio na quinta
década de vida, 11 casos de lipomas e 11 de angiomas, cinco casos de
hemangioma capsulado. Dois casos de pacientes com hemangioblastoma sem síndrome de Von hipel lindau associada. A taxa de recidiva
mais alta em casos de lipomas. Em seis casos foram evidenciados
cistos epidural sintomático. Conclusões: Tumores raquianos possuem
apresentação diversa, a depender da localização e do padrão histopatológico. A utilização de técnica diferenciada para cada tipo de tumor é
fundamental para o resultado cirúrgico. A média de idade predominante
em tumores mesenquimais é após os 40 anos.
Hérnias discais
Mello Filho GB, Bastos AM
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA)
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Objetivos: A hérnia discal é uma patologia neurocirúrgica que necessita de critérios rigorosos para indicação de tratamento cirúrgico. Os
autores fizeram o levantamento dos casos diagnosticados de hérnias
discais no período de 2000 a 2004, no Serviço de Neurocirurgia do
Hospital Guadalupe de Belém do Pará. Métodos e materiais: Os autores fazem um balanço estatístico de todos os casos diagnosticados de
hérnias discais e dos que necessitaram de intervenção cirúrgica, como
também, reincidência por sexo, idade e espaços atingidos. Resultados:
Através de TC e RNM da coluna vertebral, fez-se a estatística dos que
realmente necessitaram de cirurgia. Conclusões: A percentagem dos
que realmente necessitaram de cirurgia é praticamente três vezes menor
do total dos casos analisados.
Mixoma cerebral: relato de um caso
Mello Filho GB
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA)
Objetivos: Mixoma é um tumor no tecido conjuntivo, formado de tecido
mucoso, que tem preferência por órgãos genitais, pálpebras e estômago.
Apesar de incomum já foi encontrado na cavidade auricular esquerda,
determinando obstrução da válvula mitral. Não há descrição de casos no
sistema nervoso central, sendo este o objetivo. Métodos e materiais:
É descrita a técnica cirúrgica, a localização do tumor no cérebro e sua
raridade. Resultados: Paciente com boa sobrevida, sem déficit neurológico e o histopatológico confirma tratar-se de um mixoma cerebral.
Conclusões: Há mais de 15 anos de pesquisa, não foi encontrado na
literatura neurocirúrgica outro caso de mixoma cerebral.
Tumor gigante da coluna
Mello Filho GB, Bastos AM
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Guadalupe – Belém (PA)
Objetivos: Apresentar um caso de tumor gigante na região lombar em
uma paciente com sete meses de gestação. Métodos e materiais: Tumor
gigante na região lombar, muito raro no Brasil e que fora encontrado na
região amazônica devido às dificuldades de locomoção, levando a paciente a esperar mais de dois anos para conseguir tratamento especializado.
Resultados: A paciente teve sobrevida de dois anos, devido a se tratar
de um tumor maligno, mas a sua filha voltou para o interior do Estado
com saúde. Conclusões: Apesar do Estado do Pará ser economicamente
muito rico, financeiramente não possui condições por suas dimensões
continentais de prover serviços médicos na maioria de suas cidades
ribeirinhas, o que leva a se encontrar ainda esses tipos de patologias.
Fratura de côndilo occipital
Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP
Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos:Criar um protocolo de diagnóstico da fratura de côndilo
occipital (FCO), demonstrando a verdadeira freqüência deste tipo
de fratura. Métodos: Faremos uma tomografia computadorizada da
coluna cervical dos pacientes atendidos no Pronto Socorro, vítimas
de trauma, através de mecanismo com alta energia cinética na região
126
craniocervical. Conclusão: Acreditamos que a incidência da FCO seja
maior e que não é diagnosticado em muitos casos.
Importância da ressonância magnética
dinâmcia na mielopatia cervical espondilótica
– relato de caso
Melo LRS, Taricco MA, Pena Dias MR, Pimenta Araújo MM,
Meluzzi A, Guirado VMP
Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (SP)
Introdução: A ressonância magnética (RM) dinâmica é um exame
complementar pouco utilizado na rotina médica, apesar da literatura
demonstrar uma relevante contribuição no diagnóstico de patologias
espinhais nas últimas décadas. Objetivo: Ressaltar a importância da
RM dinâmica para decisão terapêutica em caso de paciente com clínica
de mielopatia cervical sem sinais evidentes de compressão demonstrada
na RM estática. Métodos: Relatamos o caso de uma paciente, 66 anos,
que vinha sendo acompanhada devido à lombalgia crônica e lombociatalgia inespecífica há aproximadamente dois anos, quando começou a
apresentar cervicalgia e dormência nos membros superiores. Ao exame
físico observamos exaltação de reflexos globalmente e presença de
Hoffmann bilateralmente. A RM estática e a radiografia mostraram
espôndilo-discoartrose sem comprometimento do diâmetro do canal.
A RM dinâmica evidenciou uma compressão importante anterior e,
principalmente, posterior à manobra de extensão nos níveis de C4-C6.
Sendo programado tratamento cirúrgico com descompressão do canal
via posterior. Conclusão: A RM dinâmica é um método de diagnóstico
por imagem não-invasivo, que acrescenta informações decisivas para
programação terapêutica da mielopatia cervical espondilótica.
Pacientes portadores de siringomielia
submetidos a tratamento cirúrgico
Melo LRS, Taricco MA, Meluzzi AM, Guirado VMP, Dias MRP, de Araújo MMP
Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Analisar a evolução do paciente portador de siringomielia
(SM) e tentar correlacionar com as técnicas cirúrgicas utilizadas.
Métodos: Estudo retrospectivo de dez pacientes portadores de SM
e submetidos a tratamento cirúrgico de 1990 até 2003. Resultados:
Observou-se cinco para cada sexo, com idades de 27 a 49 anos, com
déficits motor e sensitivo predominante, sete de causa idiopática e três
pós-meningite. O tratamento teve boa evolução em dois pacientes com
melhora da sintomatologia (causa idiopática, tratados com derivação
SM-peritoneal), um teve melhora seguida de três episódios de recorrência e com reoperações (idiopática, duas derivações SM-peritoneal
e a última lombo-peritoneal), dois pioraram (um idiopática e um
pós-meningite tratados com derivação lombo-peritoneal) e cinco não
tiveram acompanhamento ambulatorial. Conclusão: A melhora da
sintomatologia está relacionada com a causa e associação de patologias
e seu tratamento. A padronização de técnicas deverá aparecer com
resultados de estudos prospectivos.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Cavernoma gigante supratentorial – relato de
caso e revisão da literatura
Melo PMP, Melo JGSP, Oliveira PET, Guimarães FV, Suriano IC
Hospital Estadual de Diadema da Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente com cavernoma
gigante, em região frontal. Métodos: relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Os autores relatam o caso de uma paciente jovem,
do sexo feminino, com súbito rebaixamento do nível de consciência.
A investigação complementar revelou hematoma intracerebral frontal.
O achado cirúrgico e anatomopatológico foi de cavernoma. A revisão
da literatura revela apenas 11 outros casos. Conclusões: Cavernomas
gigantes são malformações vasculares raras e se manifestam, na maioria
das vezes, por efeito de massa ou hemorragia intracerebral.
Hematoma intratumoral em meningioma de
convexidade – relato de caso e revisão da literatura
Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Oliveira PET, Lanzoni OP
Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo da Universidade Federal de São
Paulo (SP)
Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente com história
de cefaléia holocraniana e déficit neurológico progressivos. Métodos:
Relato de caso e revisão da literatura. Resultados: Os autores relatam o
caso de uma paciente com história de cefaléia holocraniana progressiva,
hemiparesia direita e rebaixamento do nível de consciência. A tomografia de crânio revelou processo expansivo espontaneamente hiperdenso,
com efeito de massa local, com realce heterogêneo ao meio de contraste,
em região temporal posterior direita. O achado operatório foi de uma
massa encapsulada, firme, violácea, que foi ressecada em bloco. Em
seu interior havia volumoso hematoma. A análise anatomopatológica
revelou meningioma com hemorragia intratumoral. Conclusões:
Hemorragias intratumorais são raras em meningiomas, sendo mais
freqüentes as hemorragias peritumorais. A apresentação hemorrágica
de meningiomas de convexidade também é infreqüente.
Hematoma subdural agudo da fossa posterior
– relato de caso e revisão da literatura
Melo PMP, Melo JGSP, de Andrade GC, Guimarães FV,
Lanzoni OP, Oliveira PET
Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo da Universidade Federal de São
Paulo (SP)
Objetivos: Os autores relatam o caso de uma paciente, vítima de acidente motociclístico, cuja investigação subsidiária revelou hematoma
subdural agudo da fossa posterior. Métodos: Relato de caso e revisão
da literatura. Resultados: Os autores relatam o caso de uma paciente
jovem, do sexo feminino, vítima de acidente motociclístico. Admitida
no setor de emergência em Glasgow 6 (AO 1 RV 1 RM 4), desvio do
olhar conjugado para esquerda, midríase esquerda e hipertonia em
dimídio direito. A tomografia de crânio mostrou volumoso hematoma
subdural agudo em fossa posterior hemisférico direito, rechaçando o
IV ventrículo. Submetida a tratamento cirúrgico em aproximadamente
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
duas horas a partir do trauma, recebeu alta no sétimo dia do PO, com
discreta dismetria, que regrediu no 30o PO. Conclusões: Hematomas
subdurais agudos traumáticos são raros, tendo alta taxa de morbimortalidade. Quando o tratamento cirúrgico é instituído rapidamente, bons
resultados são possíveis.
Anatomia microcirúrgica do osso temporal
Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE
Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo (ICNE)
Objetivos: Este trabalho visa ressaltar a importância do conhecimento anatômico, através da dissecação em laboratório, para todos
os profissionais envolvidos com o diagnóstico e intervenções que
envolvam a fossa média, a fossa posterior, a carótida na sua porção
petrosa, a região do gânglio de Gasser e o nervo facial e os ossículos da audição, assim como a cóclea e o aparelho vestibular, o
ouvido médio. Métodos: Foram estudados, bilateralmente os blocos
removidos de 14 cadáveres, constituindo o estudo de 28 estruturas,
fixadas e mantidas em solução de formaldeído a 10%, e após receber a injeção de corante de látex vermelho através das artérias
carótidas e corante lates azul através da veia jugular. Foram ainda
utilizados dois crânios secos e dois blocos de osso temporal secos.
Resultados: Foram obtidos registros fotográficos relacionados ao
intrincado complexo vascular, nervoso, relações ósseas, músculos e
ligamentos regionais, canais semicirculares, a cóclea, canal auditivo
interno e ainda suas relações com as estruturas nervosas que serão
apresentadas em riqueza de detalhes. Conclusões: A aquisição de
conhecimento microcirúrgico aprofundado é a proposta do grupo,
uma vez que o conhecimento influi diretamente na qualidade do
trabalho profissional.
Dissecação da substância branca encefálica
Meluzzi A, de Oliveira E, Chaddad Neto FE
Instituto de Ciências Neurológicas de São Paulo (ICNE)
Objetivos: Em busca de excelência no tratamento de patologias
envolvendo, primariamente, o encéfalo, como no caso dos gliomas,
onde cada vez mais se busca a preservação funcional, o conhecimento da localização e distribuição dos tratos que compõem a
substância branca é fundamental na prática neurocirúrgica, visando
a escolha do procedimento de melhor potencial de tratamento, com
menor potencial lesivo ao encéfalo e ao paciente. Métodos: Foram
estudados, os encéfalos removidos de 14 cadáveres, constituindo o
estudo de 28 estruturas, fixadas e mantidas em solução de formaldeído a 10%, e após receber a injeção de corante de látex vermelho
através das artérias carótidas. Resultados: Foram obtidos registros
fotográficos dos espécimes em diferentes estágios e diferentes situações de dissecação, evidenciando as relações locais e globais dos
tratos de substância branca encefálicos. Conclusões: A aquisição de
conhecimento microcirúrgico aprofundado é a proposta do grupo,
uma vez que o conhecimento, sabidamente influi diretamente na
qualidade do trabalho profissional.
127
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Alterações neuropsicológicas nos pacientes
portadores de meningiomas intracranianos
Miotto EC, Aguiar PH
Liga de Neurocirurgia do Hospital Santa Paula da Universidade de São
Paulo (SP)
O avanço das técnicas de diagnóstico neuropsicológico possibilitou a
investigação sistemática da natureza e extensão de distúrbios cognitivos
decorrentes da presença de meningiomas, bem como, a monitoração de
alterações do quadro inicial após procedimentos cirúrgicos ou terapia
medicamentosa. Neste estudo, 14 pacientes com diagnóstico de meningioma incluindo 6 pacientes com meningioma bifrontal (BF), 4 frontal
esquerdo (FE) e 4 frontal direito (FD) foram submetidos à avaliação
neuropsicológica com o objetivo de investigar as funções intelectuais,
mnésticas, executivas, visuo-perceptiva, visuo-espacial, atenção, linguagem e velocidade de processamento de informação, após a ressecção do
tumor. Os resultados demonstraram presença de déficit leve a moderado
de atenção (memória imediata) e funções executivas em todos os pacientes, independentemente da localização do meningioma. Pacientes
com meningiomas BF apresentaram comprometimento cognitivo de
maior extensão englobando, além dos mencionados acima, distúrbios de
memória episódica no plano verbal e visual e de velocidade de processamento de informações. Pacientes com meningiomas FE demonstraram
comprometimento apenas em testes de atenção (memória imediata) e
funções executivas; com meningiomas FD em testes de atenção (memória
imediata), funções executivas e memória episódica visual, sendo que
neste último ocorre significativa demanda nos processos atencionais para
evocação de informações. Estes resultados corroboram os achados na
literatura sobre os prejuízos cognitivos encontrados em pacientes com
lesões na região dos lobos frontais.
Meningiomas da base do crânio – indicações do
tratamento com radiocirurgia estereotáxica
Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS
Instituição: Instituto do Radium de Campinas (SP)
Objetivos: Estudar o resultado do tratamento dos meningiomas da base
do crânio, tratados com radioterapia estereotáxica e radiocirurgia estereotáxica. Métodos: Os pacientes, em número de 66, com diagnóstico
de meningiomas da base do crânio, foram tratados com radioterapia
estereotáxica fracionada e/ou radiocirurgia estereotáxica, de acordo com
o volume da lesão. A maioria dos pacientes foi tratada anteriormente com
cirurgia e o tratamento foi realizado em volumes residuais da lesão. O
tratamento com radioterapia fracionada foi realizado com aplicação de
180 cGy ao dia, com média de 29 aplicações e radiocirurgia estereotáxica,
como tratamento único ou complementar, na forma de boost em aplicação
única, com dose que variou entre 600 cGy e 1.200 cGy. Para o planejamento estereotáxico, foram utilizados frames Radionics, tipo BRW ou
GTC, o software foi o sistema X-knife RT 3, X knife 4, da Radionics e
TPS da Intersoft. O sistema de emissão de radiação foi o Linac, da Siemens e para o acompanhamento dos pacientes, foram realizados estudos
com ressonância nuclear magnética. Resultados: O número de efeitos
colaterais e de complicações não foi significativo e a maioria dos pacientes
apresentou diminuição ou não progressão do volume tumoral no período
128
de acompanhamento, não sendo necessária nova intervenção cirúrgica
por aumento da lesão. Conclusões: O tratamento dos meningiomas da
base do crânio com radiação ionizante, com técnicas estereotáxicas, é de
grande valia, já que nem sempre o tratamento cirúrgico isolado é indicado
ou se consegue a solução definitiva da lesão.
Tratamento dos gliomas GII (low-grade),
sintomáticos, não-cirúrgicos, com radioterapia
estereotáxica e radiocirurgia
Montemor JP, Monti CR, Kawakami NS
Instituição: Instituto do Radium de Campinas (SP)
Objetivos: Analisar os resultados do tratamento dos gliomas de baixo
grau, de localização e/ou grande volume, sintomáticos, tratados com
radioterapia e radiocirurgia estereotáxica. Métodos: Os pacientes em
números de 31 foram divididos, conforme idade, sexo e selecionados
entre os pacientes com LG, que apresentavam sintomas neurológicos importantes com lesões de localização que impediam o tratamento cirúrgico
ou com grande volume onde a exérese total do mesmo não foi possível.
Estes pacientes foram tratados com radioterapia estereotáxica fracionada
com dose total de 5.400 cGy, em frações de 180 cGy ao dia, e em seguida
boost (reforço) com radiocirurgia estereotáxica, com dose que variaram de
800 a 1.200 cGy. O sistema de planejamento utilizado foi da Radionics,
para a aplicação da radiação utilizou-se acelerador linear Siemens, tipo
Linac. Para a fixação do crânio foram utilizados frame Radionics, tipo
BRW e GTC. O acompanhamento pós-tratamento foi feito com estudo
por ressonância magnética com espectroscopia. Resultados: A melhora
da sintomatologia dos pacientes deste grupo foi sensivelmente percebida
com o tratamento, assim como a sobrevida, se comparada com a literatura
sem radioterapia ou com radioterapia convencional. Conclusões: Embora
o tratamento dos LG com radioterapia pós-operatória seja questionável, os
pacientes nos quais a simples observação e acompanhamento clínico, ou
a exérese total não é possível, o tratamento proposto melhora a qualidade
de vida e a sobrevida dos pacientes.
Extensa disseminação leptomeníngea de
astrocitoma pilocítico em criança de seis anos
– relato de caso e revisão da literatura
Muoio VMF, Pinto FCG, Rosemberg S, Plese JPP, Matushita H
Divisão de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo
Relato de caso: Paciente sem comorbidades, admitido em nosso serviço
aos seis anos de idade. Aos 2 anos, iniciou quadro de hipertensão intracraniana e síndrome epiléptica de difícil controle, tendo sido submetido
em outro serviço a CT de crânio, que mostrou múltiplas lesões císticas
leptomeníngeas, com moderada captação periférica de contraste e hidrocefalia. Foi então submetido à derivação ventrículo-peritoneal e a
tratamento empírico para neurocisticercose, com melhora parcial dos sintomas. Desde então, apresentava períodos de melhora e piora neurológica,
realizando vários ciclos de tratamento antiparasitário. Aos seis anos,
iniciou declínio cognitivo, cifoescoliose, ataxia cerebelar e monoparesia
braquial. Foi então encaminhado ao nosso serviço para investigação.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Ao exame inicial a criança apresentava comprometimento cognitivo,
caracterizado principalmente por déficit de memória, monoparesia grau
III, síndrome cerebelar global e cifoescoliose. À RNM viu-se inúmeras
lesões císticas, com disseminação leptomeníngea em todo o neuro-eixo
e uma lesão de maiores dimensões, de aspecto cístico, em hemisfério
cerebelar. Foi optado, então, pela remoção cirúrgica da lesão, para fins
de descompressão da fossa posterior e elucidação diagnóstica. O estudo
anatomopatológico mostrou tratar-se de astrocitoma pilocítico. Os autores
então discutem a apresentação peculiar da doença, sua raridade e agressividade, que tornam este caso singular na literatura. Discutem também
as formas de tratamento, baseando-se em dados de literatura.
Análise imuno-histoquímica da expressão
do receptor de TGF-β e do CD 34 em oligodendrogliomas
Netto GC, Barbosa-Coutinho LM, Bleil CB, Toscani N, Hilbig A
Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação em
Patologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto
Alegre (RS)
Objetivos: A angiogênese em tumores sólidos, influenciado pela família
dos fatores de crescimento VEGF, bFGF, TGF-α
α e TGF-β e dos receptores
endoteliais vasculares, parece ser um fator determinante do crescimento
em muitas neoplasias e trazem, portanto, um potencial de determinação
prognóstica e de terapêutica antiangiogênicas nessas neoplasias. O papel
dos fatores de crescimento em oligo-dendrogliomas (OL) ainda não foi
completamente esclarecido. O objetivo do presente estudo é determinar a
expressão e a localização do receptor do TGF-β (endoglina-CD105) e do
marcador pan-endotelial CD34 em OL e OL anaplásico. Métodos: Foram
selecionados, ao acaso, dez espécimes tumorais obtidas dos arquivos
do Departamento de Patologia da FFFCMPA com diagnóstico de oligodendroglioma grau II (n = 5) e oligo-dendroglioma grau III/anaplásico
(n = 5), utilizando critérios da OMS. Após confirmação diagnóstica, foi
realizada a técnica imuno-histoquímica com os anticorpos antiCD105 e
CD34. A análise da expressão, localização e estimativa dos vasos foram
realizadas em microscópio óptico com aumento de 200 x. Resultados:
Todos os espécimes tumorais apresentaram expressão dos receptores
CD105 e CD34. Foram encontrados imunoexpressão nas células endoteliais vasculares com ambos marcadores, porém, com maior densidade
vascular (DMV) naqueles com CD34. Houve expressão do CD105 em
células tumorais em um caso de OL anaplásico e expressão em neurônios
remanescentes. Conclusões: Os OL são tumores com rede microvascular
delicada e característica demonstrada pela expressão de CD34. O receptor
do TGF-β (CD105) esteve presente em todas as amostras tumorais estudadas, porém, em apenas parte dos vasos presentes no tumor, demonstrando
um potencial de envolvimento do TGF-β na angiogênese dos OL, que
deve estar associada também a outros fatores.
Hematoma extradural gigante – diagnóstico e
tratamento: relato de caso
Netto HLD, Pinto F, Bassi TG, Souza Filho AM, Fernandes YB
Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Objetivos: Descrever um caso de hematoma extradural gigante com
boa evolução pós-cirúrgica. Metodos: Paciente etilista, 35 anos, deu
entrada em pronto socorro de nosso serviço por atropelamento em
Glasgow 6, midriático à direita e em hemiplegia direita caracterizando
sinal de Kernohan. A tomografia computadorizada evidenciou hematoma extradural frontotemporoparietal direito com volume de 150 mL,
medido através de cálculo tomográfico e desvio de linha média 20 mm.
Foi levado à cirurgia de urgência para drenagem tendo evoluído com
sucesso em pós-operatório, com alta hospitalar em 12 dias, apresentando
seqüela hemiparética esquerda grau quatro em regressão. Resultados:
Pacientes evoluiu com escala de Glasgow de 4, com hemiparesia grau
IV esquerda. Conclusão: Embora referências literárias apontem pior
prognóstico em hematomas extradurais com grande volume (maiores
que 30 mL), Glasgow de entrada abaixo de 8 e localização específica e
taxa de mortalidade com desvio maior que 10 mm e volume de 150 mL
seja relevante o diagnóstico tomográfico preciso e a rápida intervenção
cirúrgica foram primordiais à boa recuperação do paciente
Identification of novel differentially expressed
genes in human astrocytomas by subtractive
hybridization
Oba-Shinjo SM, Bengtson MH, Winnischofer SMB, Colin C, Aguiar PH,
Vedoy CG, Mendonça Z, Sogayar MC, Marie SKN
Laboratório de Biologia Molecular (LIM 15) do Departamento de
Neurologia da Faculdade de Medicina e Instituto de Química da
Universidade de São Paulo (SP)
Objective: to search for differentially expressed genes in anaplastic
astrocytoma and normal CNS tissue, once a number of as yet unknown
genes may be involved in diffuse infiltrating gliomas. Methods: we
applied a PCR-based subtractive hybridization approach, namely
Representational Difference Analysis (RDA), to search for genes that
are differentially expressed between anaplastic astrocytoma and nontumoral CNS tissue. The subtracted cDNAs were cloned and sequenced.
Virtual Northern blot and quantitative Real Time PCR was performed
to confirm and to validate the sequencing results, respectively. Results:
The results of DNA sequencing of a sample (96 cDNA clones) from
the subtracted library allowed the identification of 18 different genes,
some of which were represented by several cDNA clones, coding for
the Np95, Gp39, LMO1, FCGBP, DSCAM, and taxilin proteins. The
differential expression of Np95, taxilin, and LMO1 coding genes
were confirmed by virtual Northern blot. Quantitative real-time PCR
analysis for five of these genes (Np95, LMO1, FCGBP, DSCAM, and
taxilin) was performed using samples of different grade astrocytic
tumors, confirming their higher expression relative to non-tumoral
brain tissue. Conclusions: Gliomas are paradigmatic for their deep
infiltration of adjacent brain, precluding definitive surgical resection
and limiting the efficacy of other local therapies. Despite progress in
research on the molecular aspects of these brain tumors, the prognosis
continues to be dismal. Identification of differentially expressed genes
present in gliomas but not in normal CNS tissue is important not only
to better understand the molecular basis of this type of cancer, upon
genotype/phenotype correlations, but also as an attempt to search for
alternative therapeutic targets.
129
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Craniotomia descompressiva, avaliação inicial
do emprego da técnica no Hospital Universitário
Alzira Velano
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante TP, Dias JES
Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG)
Este estudo prospectivo, iniciado em novembro de 2004 até agosto de
2005, com nove pacientes onde empregamos a técnica de craniotomia
descompressiva como tratamento do TCE grave e do acidente vascular
encefálico de artéria cerebral média (AVC maligno). Comparamos
os resultados – escala de coma de glasgow de entrada do paciente e
terceiro dia pós-operatório, morbimortalidade – com os encontrados
na literatura e nos pacientes com a as mesmas patologias tratados
conservadoramente em nosso serviço.
Dificuldade do diagnóstico dos tumores da
coluna cervical e sua influência no prognóstico
dos pacientes
Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante TP, Dias JES
Hospital Universitário Alzira Velano, Cruz Preta Alfenas (MG)
Este trabalho coloca os pacientes atendidos no ambulatório do
HUAV, em Alfenas, no período de outubro 2002 a maio de 2005,
encaminhados de várias cidades da região com os diagnósticos mais
diversos, sendo que o mais comum era o de fibromialgia. Foram
pacientes com as mesmas características, evoluídos e tratados cirurgicamente, neste hospital, nos quais demonstramos que o exame
neurológico, bem feito, substitui exames complementares solicitados
sem critério. Avaliamos o tratamento empregado correlacionando
com a literatura mais recente.
Estabilização dinâmica da coluna lombar
como opção de tratamento das patologias do
disco degenerado
Oliveira CA, Soller X, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante TP, Dias JES, Murta A
Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG)
Este trabalho mostra os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico em estudo multicêntrico realizado no HUAV e Hospital de
Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram 198 pacientes,
de dezembro de 2003 a agosto de 2005, com as mais diversas
patologias de degeneração do disco. O dispositivo dinâmico interespinhoso empregado mostrou excelentes resultados cem mais
de 90% dos pacientes cuja a idade variou de 23 a 84 anos. Este
trabalho prospectivo avalia os seu resultados correlacionando
com a bibliografia existente.
130
Lesões traumáticas da coluna vertebral
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante TP, Dias JES
Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG)
O objetivo do trabalho foi avaliar, de forma seriada, a função neurológica de pacientes com traumatismo de coluna vertebral e medula
espinhal, correlacionando-a à reabilitação neurológica durante a
internação e a terapêutica estabelecida. Foram estudados, de forma
retrospectiva, 27 pacientes portadores de traumatismo de coluna
vertebral, durante o período de maio de 2002 a agosto de 2005. As
informações analisadas incluíram: classificação do déficit neurológico
nas escalas ASIA (American Spinal Injury Association) e de Frankel,
na admissão e alta, tratamento adotado, resultados obtidos e a evolução neurológica. Foram avaliados dados com idade, mecanismo
de trauma, gênero, média de idade, vértebras acometidas e custos
de hospitalização.
Plasmocitoma de coluna torácica
Oliveira CA, Fuziki EJ, Hildbrand D, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante TP, Dias JES
Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG)
Introdução: Na distribuição das causas de lombalgias verifica-se
que as patologias degenerativas são responsáveis por cerca de 45%
do total, sendo as causas neoplásicas presentes em menos de 1%
desse valor. Quanto à apresentação clínica, as algias vertebrais, de
causas neoplásicas, podem apresentar-se de forma localizada ou
disseminada. Resultado: Paciente MAS, 38 anos, sexo feminino,
branca, natural de Campestre (MG), doméstica, foi admitida no
HUAV no dia 7 de março de 2004. Relatava lombalgia intensa e
progressiva associada à claudicação importante, há dois anos. Ao
exame clínico-neurológico, apresentava ataxia de marcha, nível
sensitivo tátil em T12 com sensibilidade dolorosa preservada,
propriocepção consciente preservada, reflexos miotáticos patelar e
aquileu vivos, força muscular preservada em membros inferiores
e ausência de Lasege. A série de raios-X realizados neste período
não apresentava alterações. A tomografia de coluna toracolombar
revelava degeneração osteoclástica de corpo vertebral de T12. A
ressonância magnética de coluna toracolombar demonstrou processo expansivo em corpo de T12 e massa extradural posterior no
mesmo nível. Foi submetida à laminectomia de T12 e à artrodese
de coluna toracolombar, via posterior, com instrumentação no dia
9 de março de 2004. No dia 16, foi submetida à artrodese de coluna
toracolombar, via anterior, com instrumentação. Paciente recebeu
alta hospitalar no dia 23. A análise anatomopatológica revelou
proliferação linfoplasmocitária, sendo solicitada análise imunohistoquímica do material, com confirmação diagnóstica de plasmocitoma. Discussão: O plasmocitoma representa uma subdivisão das
discrasias de células de linhagem linfocítica tipo B. Os exames de
radiografia e tomografia revelam lesões líticas podendo apresentar
componente cístico em sua constituição. Na eletro-imunoforese de
urina evidencia-se aumento de paraproteína. O tratamento na maioria dos casos é a radioterapia com sobrevida de cinco a dez anos.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Indica-se tratamento cirúrgico em casos de compressão medular
ou instabilidade vertebral decorrente da lesão osteolítica, sendo a
abordagem por vias anterior e posterior.
Relato de caso – meningioma cervical
Oliveira CA, Fuziki EJ, HildbrandD, Kuehnitzsch SP, Tibola M,
Cavalcante,TP, Dias JES
Hospital Universitário Alzira Velano – Cruz Preta Alfenas (MG)
Paciente de 43 anos de idade cursando com cervicalgia e tetraparesia
de evolução de três anos, sendo diagnosticado fibromialgia. Ao exame
apresentava déficit motor mais acentuado em membros superiores, hiperreflexia em membros superiores. Raio-X simples de coluna cervical
sem alterações. Tomografia computadorizada de coluna cervical sem
alterações que justificassem o quadro neurológico. Então solicitado
exame de ressonância magnética de medula cervical que evidenciou
lesão expansiva intramedular, isointensa em T2, intensamente captante
do meio de contraste em T1, compatível com um meningioma, nos
níveis entre C2 e C4. Realizado tratamento cirúrgico com retirada da
lesão, por via posterior, com laminectomia de C2, C3 e C4 e fixação
de vértebras com hastes de titânio. Paciente evoluindo com melhora
do quadro clínico e com retomada de atividades laborativas em quatro
semanas após cirurgia. Exame anatomopatológico evidenciando presença de fibroblastos, com núcleo alongado ou arredondado e cromatina
frouxa. Poucas mitoses ou necrose (indicando benignidade). Presença
de células em “bulbos de cebola” (corpos psamomatosos) Com laudo
de meningioma.
excluída a história de trauma e pesquisadas outras alterações congênitas
(dura anterior duplicada, cistos perineurais múltiplos, lâminas anormais e cavidades nos corpos vertebrais). Os sintomas se manifestam
principalmente em adultos jovens devido à compressão progressiva da
medula. Nos defeitos da linha média, o quadro consiste de apresenta
com paraparesia e discretos sintomas sensoriais, enquanto em defeitos
mais laterais, o comprometimento sensorial é maior. A síndrome mais
descrita é a de Brown-Séquard. O tratamento consiste na correção do
defeito dural e, na maioria dos casos, os sintomas apresentam melhora
significativa após a cirurgia.
Cisto aracnóideo intracraniano – relato de caso
Oliveira YSA, Castro GCB, Bonfá AES, Oliveira CTP, Osório DNRM,
Fonseca FO, Fisher AL, Szylewicz S
Hospital Universitário São Francisco de Assis, Bragança Paulista (SP)
O cisto aracnóideo é uma expansão meníngea em forma de bolsa,
preenchida de líquido com características idênticas ao liquor. Pode
ser congênito ou adquirido. As principais manifestações clínicas são
a cefaléia, crises convulsivas e sinais de hipertensão intracraniana. O
tratamento é controverso, podendo ser realizada a derivação cisto-peritoneal, craniotomia com membranectomia ou fenestração endoscópica
do cisto. Os autores apresentam o relato de um caso de um paciente com
cisto de aracnóide de fissura sylviana tipo III, que foi tratado através de
derivação cistoperitoneal, com regressão completa do cisto, raramente
descrita na literatura.
Relato de caso – herniação medular idiopática
Meningioma de goteira olfatória – relação entre
características clínico-radiológicas MIB-1 E VEGF
Oliveira THF, Aguiar L, Puppi R
Serviço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná
Paiva Neto MA, Loduca RDS, Gomes FL, Guimarães Filho FAV, Guimarães
MD, Tella Jr OI
Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Apresentar um caso de herniação medular idiopática, uma
entidade rara, caracterizada por prolapso da medula torácica por um
defeito dural anterior. Métodos: Apresentação clínica: paciente feminina, 33 anos de idade, previamente hígida, com quadro súbito de dor
toracolombar, sem irradiação após exercício físico, evoluindo com déficit sensitivo e motor, com hiper-reflexia em cintura pélvica e membros
inferiores, retenção urinária e obstipação. Associado, refere quadro de
diplopia durante quatro dias, com resolução espontânea. Procedimento
cirúrgico: Realizada laminectomia T2-T6, com identificação de defeito
dural anterior e herniação medular T4-T5. Realizada descompressão
medular, não foi possível correção completa do defeito dural, que foi
reparado parcialmente com prolene. Resultados: A paciente apresentou
melhora completa do déficit sensitivo e motor. Conclusão: As herniações medulares ocorrem na maioria das vezes na região torácica, por
um defeito anterior ou antero-lateral na dura-máter. Acredita-se que
a porção dural envolvida seja anormalmente enfraquecida, levando
à piora progressiva do quadro durante a vida (pulsações cardíacas e
respiratórias levando à movimentação antero-posterior da medula e
conseqüente herniação da aracnóide e da medula). Este defeito pode ser
congênito ou estar relacionado a trauma ou à ruptura de um prolapso
discal calcificado. Para ser caracterizada como idiopática, deve ser
Objetivo: Relacionar achados demográficos como sexo e idade;
achados radiológicos (volume tumoral, volume de edema e alterações
do assoalho de fossa craniana anterior) e expressão imuno-histoquímica do índice proliferativo através do MIB-1 e expressão do fator de
crescimento endotelial vascular. Métodos: Foram analisados aspectos
demográficos e radiológicos de 22 pacientes com meningioma de goteira
olfatória. Destes, 15 tecidos conservados em parafina foram estudados
quanto ao índice proliferativo e expressão de fator de crescimento endotelial vascular através de métodos imuno-histoquímicos. Utilizando
métodos estatísticos foram relacionados aspectos demográficos, radiológicos, índice proliferativo e fator de crescimento endotelial vascular.
Resultados: Foi observada relação positiva entre volume tumoral e
de edema. O volume tumoral e o de edema foram significativamente
maiores no sexo masculino em relação ao sexo feminino. Não houve
relação entre o índice proliferativo obtido através do MIB-1, volume
tumoral, volume de edema e presença de alterações da base do frontal.
Os volumes tumoral e de edema foram significativamente maiores nos
pacientes com expressão positiva do fator de crescimento endotelial
vascular. Dois casos de recidiva tumoral apresentaram índices proliferativos maiores que a média e hiperosteose do assoalho da fossa
anterior. Conclusões: Os tumores maiores são mais susceptíveis ao
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131
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desenvolvimento de edema peritumoral, fato também observado nos
casos dos pacientes masculinos. O MIB-1 não tem tendência à associação positiva com volume tumoral, volume de edema e invasão da
base, mas pode estar relacionado à recidiva tumoral, principalmente
em pacientes submetidos a ressecções subtotais. A expressão do fator
de crescimento endotelial vascular parece ser fator determinante na
presença de edema, assim como crescimento destes tumores.
Laminoplastia cervical – o uso de fragmentos
de processo espinhoso cervical e torácico como
enxerto autólogo
Pena M, Taricco M, Pimenta M, Nakagawa G, Poetcher A
Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (SP)
Objetivos: A laminoplastia cervical como tratamento cirúrgico para
mielopatia degenerativa cervical multinível é consagrada, principalmente pelos autores japoneses, entre eles Hyrabayashi (1977) e Kurokawa (1982). Propomos, sem modificar os princípios básicos preestabelecidos, mudança técnica na interposição dos enxertos entre lâminas e
massa lateral (Hyrabayashi) e processos espinhosos (Kurokawa), com
retirada dos processos espinhosos de C7, T1 e T2. Métodos: Durante
três anos, foram estudados 28 pacientes, com quadro de mielopatia
degenerativa cervical multinível (três ou mais níveis), com idade entre
45 e 82 anos, sendo 18 do sexo masculino e dez do feminino. Para
todos os pacientes solicitaram-se exames de radiografias dinâmicas e
ressonância magnética da coluna cervical, tanto no pré quanto no póscirúrgico. A técnica de Hyrabayashi (“porta aberta”) foi utilizada em
12 casos e a Kurokawa (“janela francesa”) em 16 casos. Os enxertos
ósseos, interpostos, foram retirados dos processos espinhosos de C7 e
T1, e quando necessário, de T2, medindo aproximadamente 15 mm.
A seguir foi praticada perfuração e confecção do encaixe nas extremidades dos enxertos, utilizando broca de alta rotação (drill).
drill). Foi feita
drill
perfuração da massa lateral ou dos processos espinhosos, dependendo
da técnica cirúrgica praticada, e sua fixação através de fios de nylon
zero. Resultados: A evolução pós-cirúrgica dos pacientes submetidos
à laminoplastia cervical com esta mudança técnica foi semelhante ao
tratamento convencional (enxerto retirado da crista ilíaca). Conclusões:
A alteração técnica descrita tem como pontos positivos: (1) possibilidade de em uma única incisão cirúrgica retirar enxerto autólogo, o
que diminuiu a agressão e o tempo cirúrgico; (2) evitar a dor do sítio
doador de enxerto; (3) no acompanhamento clínico e radiológico póscirúrgico, durante estes três anos, não foram detectadas alterações
biomecânicas importantes.
Abscessos cerebrais múltiplos – considerações
sobre seis casos
Pereira CU, Queiroz MAM, Gomes PA, Silva EAS, Oliveira Jr CL
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Objetivos: Demonstrar nossa experiência em seis casos de abscessos
cerebrais múltiplos. Métodos: Foram estudados, retrospectivamente, seis
pacientes portadores de abscessos cerebrais múltiplos, durante o período
132
de janeiro de 1994 e dezembro de 2004. Resultados: Durante o período
de dez anos, a ocorrência de abscessos cerebrais múltiplos correpondeu
a 9,2% dos casos. O gênero masculino foi o mais acometido com quatro
casos e feminino dois. As idades variaram entre 6 meses e 33 anos de
idade, com uma média de 16 anos. As fontes de infecções primária foram
cardiopatias congênita cianótica, dois casos, sinusite dois e otite média
dois. O escore na ECG na admissão variou entre 9 e 14. A localização
intracraniana foram parietal dois, frontal dois, parieto-occipital dois.
Microorganismos foram isolados em dois pacientes. Febre, cefaléia,
vômitos e crises convulsivas foram os principais achados clínicos e fontanela tensa em um caso. A TC de crânio foi realizada em todos os casos
e RM em um. O tratamento cirúrgico foi instituído em todos os pacientes,
sendo a punção seguida de drenagem, repetida em quatro casos, punção
e drenagem única em dois casos nos abscessos maiores de fácil acesso
cirúrgico, em um caso houve necessidade de excisão total. Óbito ocorreu
com um paciente. Dois pacientes apresentaram crises convulsivas, dois
hemiparesia e alterações cognitivas em um. Conclusões: Os abscessos
cerebrais múltiplos têm sido cada vez mais freqüente, seu diagnóstico
precoce e tratamento adequado tem proporcionado bons resultados.
Carcinomatose meningéia por cancer de mama
– relato de caso
Pereira CU, Silva EAS, Oliveira Jr CL
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Objetivo: Apresentar um caso de carcinomatose meníngea decorrente
de câncer primário de mama. E chamar atenção para seu tratamento e
prognóstico. Métodos: Relatam um caso de carcinoma ductal infiltrante
de mama, que desenvolveu metástase múltiplas nas meninges. Resultados: A paciente foi submetida a tratamento químio e radioterápicos
com evolução para óbito em um mês. Conclusão: Pacientes portadoras
de câncer de mama geralmente desenvolvem metástase cerebral e tem
associado carcinomatose meníngea, tornando-se um prognóstico grave,
apesar do tratamento instituído.
Complicações intracranianas decorrentes de
infecções otorrinolaringológicas
Pereira CU, Góis CRT, Camelo RM
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Objetivos: Identificar e quantificar as complicações intracranianas
decorrentes de infecções nasossinusais e otológicas, no serviço de
Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho (Aracaju - SE). Métodos:
Estudo retrospectivo com 30 pacientes portadores de complicações
intracranianas associadas a infecções ORL. Resultados: Foram estudados 30 pacientes, sendo 57% do gênero masculino e 43% do feminino.
Quanto à idade, houve um predomínio na primeira e segunda décadas
da vida. Quanto ao foco infeccioso primário, 70% dos pacientes apresentaram infecções nasossinusais e 30% afecções da orelha média.
A complicação intracraniana mais freqüente foi o abscesso intracraniano, com 53% dos casos, seguido de empiema subdural com 40%
e abscesso extradural com 7%. O sintoma mais comum foi cefaléia,
que ocorreu em 86,7% dos pacientes, seguida de alterações em nível
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de consciência em 80%, febre e vômito em 76,7% dos casos. Quanto à
localização das lesões, 66,7% dos abscessos intracranianos de origem
nasossinusal ocorreram na região frontal, enquanto 57,1% daqueles de
origem otológica localizaram-se no cerebelo. Os empiemas subdurais
localizaram-se na convexidade cerebral em 58,3% dos casos e abscessos
extradurais, um na região frontal e outro na região parieto-occipital. O
tratamento cirúrgico foi realizado em 23 pacientes e sete foram tratados
clinicamente. Sobrevivência ocorreu em 70% dos pacientes e destes,
52,4% apresentaram seqüelas, sendo a hemiparesia a mais freqüente,
ocorrendo em 63,6% dos casos. Conclusões: Conclui-se que as complicações intracranianas originadas de infecções otorrinolaringológicas
são bastante graves, com alta taxa de morbimortalidade.
Fatores prognósticos na hemorragia talâmica
Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Objetivos: Estudar descritivamente 35 casos de hematoma talâmico e
analisar o volume do hematoma em relação à sua localização, à idade do
paciente e presença de sinais clínicos associados. Metodologia: Foram
estudados 35 casos de hematoma talâmico por tomografia computadorizada atendidos no Hospital Governador João Alves Filho (Aracaju
- SE), entre agosto de 2004 e julho de 2005. Para análise estatística,
foram utilizados testes t-student, ANOVA com pós-teste de Tukey e
curva de regressão linear. Os resultados foram significativos quando
p < 0,05. Resultados: Em 18% dos casos, os pacientes tinham entre
40 e 50 anos, 21% tinham entre 50 e 60 e 51% tinham acima de 60
anos de idade. A relação feminino/masculino foi de 1,3:1. Na curva de
regressão linear, observou-se significância relacionada à propensão do
aparecimento, em idades mais avançadas, de maiores volumes e sinais
clínicos mais evidentes. Os hematomas posterolaterais foram aqueles
que apresentaram maior freqüência e pode-se relacionar significativamente a território vascular lesado com o seu volume, observando-se
como fato notório à predominância de maiores volumes dos hematomas
globais em relação aos anteriores e dorsais, e dos dorsais em relação aos
anteriores. Conclusões: concluiu-se que: (1) A incidência de hematoma
talâmico foi maior em idosos do gênero feminino; (2) há relação entre
o volume do hematoma e a idade do paciente, sendo o maior volume
observado em pacientes idosos; (3) há relação entre idade e sinais
clínicos, observando-se sintomatologia mais evidente em idades mais
avançadas; (4) há relação entre o volume e os sinais clínicos, notandose agravamento dos sintomas nos hematomas de maior volume; (5) há
relação entre o volume do hematoma e sua localização, observando-se
maiores volumes nos hematomas globais em relação aos anteriores e
dorsais, e dos dorsais em relação aos anteriores.
Hematoma extradural da fossa
posterior na infância
pectivamente 15 pacientes portadores de hematoma extradural de fossa
posterior na infância, admitidos no Serviço de Neurocirurgia do Hospital
João Alves Filho (Aracaju - SE), durante o período de março de 1996 e
julho de 2004. Resultados: A idade dos pacientes variou de 5 a 15 anos
com média de 9,5 anos. Dez pacientes eram do sexo masculino e cinco
do sexo feminino. As causas foram: acidente automobilístico (8), queda
de altura (5), agressão física (1) e queda de bicicleta (1). O escore na
escala de coma de Glasgow variou entre 8 a 13. Dez pacientes foram
classificados como hematoma extradural agudo, quatro como subagudos
e um como crônico. Fratura occipital esteve presente em 11 casos. Tomografia computadorizada foi realizada em todos os casos demonstrando
lesão hiperdensa e biconvexa na fossa posterior. Treze pacientes foram
submetidos à drenagem cirúrgica e dois a tratamento conservador. Onze
pacientes apresentaram bom prognóstico, dois apresentaram seqüelas
leves e dois foram a óbito. Conclusões: Conclui-se que o prognóstico
dos hematomas extradurais de fossa posterior na infância tem sido relacionado com a falha precoce no diagnóstico, nível de consciência antes
da cirurgia e da existência de lesões intracranianas associadas.
Infecções em dispositivos neurológicos
implantáveis em crianças e adolescentes
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Pereira CU, Lima MMM
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Objetivos: Determinar a freqüência de infecção após a implantação de
dispositivos neurológicos em crianças e adolescentes. Métodos: Estudo
prospectivo, observacional, não controlado de 50 pacientes de 0 a 17
anos, com problemas neurológicos. Foram estudados a determinação do
risco cirúrgico, avaliação e acompanhamento dos pacientes, avaliação
ambulatorial e avaliação diagnóstica por imagem. Análise dos dados foram
realizados através do método do qui-quadrado corrigido de Yates em tabelas
de contigências e teste exato de Fischer. Resultados: As indicações de DVP
foram por hipertensão intracraniana em hidrocefalia e a taxa de infecção
por procedimento (27,6%) e as taxas de infecção de acordo com o índice
de risco cirúrgico zero (25,7%) e índice de risco cirúrgico 1 e 2 (30,4%),
(metodologia NNISS-CDC) foram elevadas. A infecção do sitio cirúrgico
foi a principal complicação infecciosa (87,5%), com precocidade na sua
manifestação (média de 27,6 dias). A manifestação clínica mais freqüente
foi a febre, com 81,3%. A taxa de mortalidade por infecção em DVP foi de
10%. No entanto, não houve significância estatística com relação à etiologia da hidrocefalia, ao tipo de procedimento, idade do paciente, tempo de
internação pré-operatória, duração da cirurgia, uso de antibioticoprofilaxia,
uso de cateter SNC prévio e índice de risco cirúrgico. Conclusões: Este
trabalho serviu para caracterizar a infecção após implantação de sistema de
DVP no serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho (Aracaju
- SE), apontar problemas a serem discutidos através de uma política de
prevenção e intervenção precoces.
Pereira CU, Monteiro JTS, Silva EAS, Dias LAA
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
Tumores do SNC em crianças abaixo de dois
anos de idade
Objetivos: Estudar descritivamente 15 casos de hematoma extradural
de fossa posterior na infância. Metodologia: Foram estudados retros-
Pereira CU, Camelo RM, Cunha WS
Serviço de Neurocirurgia do Hospital João Alves Filho, Aracaju (SE)
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Objetivos: Estudar retrospectivamente 26 casos de tumores do SNC
em crianças com idades abaixo de 2 anos. Métodos: Foram estudados,
retrospectivamente, 26 pacientes com tumores do SNC, no período entre
março de 1999 a abril de 2005, no serviço de Neurocirurgia do HJAF
(Aracaju - SE) e Hospital Prof. Alberto Antunes (Maceió - AL). As idades
variaram entre 22 dias a 2 anos de idade, com média de 9 meses. Doze
eram do sexo masculino e sete feminino. O quadro clínico se apresentou com alterações do nível de consciência, convulsões, déficit motor,
macrocefalia, alterações oculomotoras, cefaléia, vômitos e irritabilidade.
Todos os pacientes foram submetidos a exame de TC e 11 a exame de
RM. Os exames anatomopatológicos evidenciaram seis papilomas plexo
coróide, três craniofaringiomas, três ependimomas, dois astrocitomas
pilocíticos, dois gangliogliomas desmoplásicos, dois meduloblastomas,
um astrocitoma cistico cerebelar, um teratoma teratóide/rabdóide, um
meningioma, um neuroblastoma, um germinoma e um PNETs. Quanto
à localização anatômica foram: 12 hemisférios cerebrais, seis fossa posterior, seis intraventriculares e dois intra-selares. Resultados: Todos os
pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico, sendo 23 cirúrgicos
e duas biópsias estereotáxicas. Nove pacientes foram submetidos a tratamento complementar com radioterapia e oito à quimioterapia. Houve
recidiva em oito casos e óbitos em 11 casos. Conclusões: De acordo com
a literatura, o prognóstico de tumores cerebrais em crianças menores de
dois anos de idade é sombrio. A ressecção radical quando possível está
indicada, radioterapia e reoperação em casos de recidiva, permanece
alta a taxa de morbimortalidade e o tratamento multidisciplinar deve ser
realizado para melhores resultados nestes pacientes
Cisto dermóide intracavernoso: relato de caso
Petitto CE, Bianchi ET, Valiengo LCL, Gomes MQT, Santana PA
Liga de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (SP)
Introdução: Cisto dermóide é uma lesão congênita rara, decorrente da
inclusão ectópica de células da ectoderme, durante fechamento do tubo
neural, formação dos ossos cranianos e fechamento das suturas. São geralmente benignos, embora causem sintomatologia como cefaléia, déficit
visual, convulsão, febre e sinais de hipertensão intracraniana. As principais
regiões intracranianas acometidas são parasselar e têmporo-silviana, sendo
atípico o acometimento intracavernoso. Relato de caso: Paciente 14 anos,
previamente saudável, foi hospitalizado com histórico de cefaléia progressiva hemisférica esquerda há um ano associada à náusea, tontura e escotoma.
Exame clínico normal e ao exame neurológico apresentava paresia IV par
craniano, hipoestesia de raízes V1 e V2 V par craniano e abolição do reflexo
córneo-palpebral esquerdo. Apresentou à CT-Scan lesão delineada em topografia de seio cavernoso esquerdo, hipoatenuante e heterogênea e à RNM
lesão com características centrais de hipersinal e margem de hipossinal em
aquisição pesada T2 e imagem marginal de hipersinal em aquisição pesada
T1. Não apresentou realce após administração de meio de contraste iodado
ou gadolíneo. Realizou-se craniotomia frontotemporo-orbitozigomática
esquerda e completa ressecção, através de exposição extradural lateral
(peeling de fossa média). À inspeção cirúrgica verificou-se compressão
(peeling
de terceiro, quarto e quinto nervos cranianos. À macroscopia constatou-se
conteúdo escamoso-gorduroso, áreas calcificadas, pêlos e fluído semelhante
a óleo. Estudo anatomopatológico confirmou diagnóstico cisto dermóide.
134
RNM pós-operatória demonstrou resultado cirúrgico satisfatório evoluindo
com melhora pós-operatória gradual dos déficits neurológicos. Discussão:
Apesar característica benigna cistos dermóides são tumores de inevitável
crescimento, para os quais a remoção é aconselhável. Entretanto, frente
à complexa anatomia, tais casos tornam-se verdadeiros desafios técnicos.
A inoperabilidade intrínseca desta área foi incisivamente questionada por
Parkinson e Ramsay e sua abordagem regrada descrita por Dolenc, em
1987. Assim, apesar de raro, faz-se necessário aventar tais hipóteses sendo
imprescindível a compreensão tridimensional desta complexa anatomia
durante a abordagem cirúrgica.
Solução hipertônica e traumatismo
craniencefálico – revisão da literatura
Petitto CE, Tanaka T, Zaparoli ELC, Burato MV, Hanoaka MM,
Pinto FCG, Fontes RBV
Liga de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Objetivos: A necessidade de intervenção imediata dos traumatismos craniencefálicos (TCE) impulsionou a busca de medidas inicias que possam
aumentar o intervalo de ação do neurocirurgião. Embora amplamente
pesquisado, o uso de solução hipertônica no TCE é ainda hoje uma entidade
controversa. Revisão: Em 1919, Weed e McKibben descreveram a primeira
evidência de redução da hipertensão intracraniana (HIC) através do uso
de solução hipertônica salina (HTS). Houve drástica redução do volume
cerebral de gatos após infusão de agentes hiperosmóticos. No mesmo ano,
Haden demonstrou melhora clínica de pacientes com TCE, após administração de solução hiperosmolar. Em 1927, soluções hipertônicas de uréia
foram utilizadas em animais verificando redução da pressão intracraniana
(PIC) sendo introduzidas na prática clínica em 1950. Tiveram uso restrito
devido aos efeitos colaterais. O manitol foi introduzido em 1962, sendo
considerado seguro e igualmente efetivo à uréia. A seguir, diversos autores
demonstraram melhora da PIC em animais recebendo HTS. Bacher, em
coelhos, demonstrou redução do conteúdo líquido encefálico na RNM com
NaCl 7,5%. Battison, em estudo controlado randomizado, demonstrou
redução superior da PIC de pacientes que receberam 100 mL de HTS/dextran comparado a volume equimolar de manitol. Suarez descreve também
redução rápida da PIC e melhora da pressão de perfusão cerebral quando da
administração de HTS 23,4% em pacientes com HIC refratária. Conclusão:
Atualmente verifica-se grande divergência quanto ao uso e parâmetros de
manitol ou HTS no tratamento inicial do TCE. Sabe-se, entretanto, que um
episódio de hipotensão com pressão sistólica inferior a 90 mmHg caracteriza aumento de 100% de mortalidade em pacientes com TCE, deixando
claro a importância da manutenção pressórica. Neste contexto, Cooper e
The Brain Trauma Foundation caracterizam o uso de HTS como reposição
volêmica inicial, embora ainda não exista estudo definitivo. Via de regra,
o determinante da escolha é a experiência do serviço.
Cirurgia minimamente invasiva para retirada
de corpo estranho intracraniano: Relato de caso
e revisão da literatura.
De Pieri JCB, Santos PA, Pinto F, Graciatto FS, Piza ET
Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Objetivo: Os autores relatam o caso de um paciente de 55 anos,
com antecedente de doença psiquiátrica, com ferimento penetrante
intracraniano por prego, em região supra-orbitária frontal direita,
causado pelo próprio paciente. Admitido após crise convulsiva com
queixa de cefaléia e rebaixamento do nível de consciência. Método:
Foi submetido à cirurgia para retirada simples do corpo estranho sob
anestesia geral, sem necessidade de craniotomia. Resultado: Evoluiu
satisfatoriamente, sem déficit focal e sem complicações pós-operatórias.
Conclusão: Os autores concluem que lesões penetrantes pequenas,
sem relação topográfica com grandes vasos e seios durais podem ser
tratadas sem a necessidade de craniotomia, com evolução satisfatória
e sem complicações, como fístula liquórica, infecção ou sangramento.
Revisão da literatura pertinente é discutida.
Hemangioblastoma cerebelar – relato de dois
casos e revisão bibliográfica
Pinto F, Bassi TG, Netto HLD, Lira AMP, Fernandes YB
Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP)
Objetivos: Relatar dois casos de hemangioblastoma cerebelar e fazer revisão bibliográfica sobre diagnóstico e síndromes correlacionadas (von
Hippel-Lindau). Método: Dois pacientes adultos que deram entrada ao
pronto socorro, entre junho e julho de 2005, com cefaléia progressiva
e síndromes cerebelares. Tomografia de crânio de ambos revelavam
lesões hipodensas císticas cerebelares com captação mural de contraste,
ambos foram submetidos à craniotomia occipital e ressecção tumoral.
Resultados: Ambos os pacientes apresentavam melhora neurológica
pós-operatória e anatomopatológico confirmou nos dois casos hemangioblastoma. Conclusão: A hipótese de hemangioblastoma associados
ou não à síndrome de von Hippel-Lindau deve sempre ser considerada
em pacientes com tumoreações císticas de fossa posterior.
Freqüência dos gliomas em um serviço de
neuropatologia de Porto Alegre
Ribeiro MC, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Viola F
Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação
em Patologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas
de Porto Alegre (RS)
Objetivos: Classificar os tumores gliais no nosso meio utilizando critérios propostos pela OMS e imuno-histoquímica quando necessário.
Material e métodos: Revisamos 3. 086 laudos anatomopatológicos,
correspondentes a tumores intracranianos, entre março de 1968 a
março de 2005. Destes, os tumores gliais foram isolados. Quando
necessário os tumores foram submetidos à imuno-histoquímica. Os
dados foram trabalhados em Excel. Resultados: Dos 3. 086 tumores
intracranianos, 1. 532 (49, 64%) eram primitivos do parênquima encefálico ou seus anexos. Destes, 1. 008 (65, 8%) eram astrocíticos: 72 (7,
14%) eram astrocitomas pilocíticos (grau I); 412 (40, 87%) eram astrocitomas (grau II); 60 (5, 95% ) eram astrocitomas anaplásicos (grau
III); 439 (43, 55%) eram glioblastomas; 11 (1, 09%) eram astrocitomas
subependimários de células gigantes; seis (0, 59%) xantoastrocitomas
pleomórficos e em oito casos (0, 79%) foi diagnosticado gliomatosis
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cerebri. Cento e vinte cinco (8, 16%) eram oligodendrogliomas; 134
(8, 74%) eram tumores ependimários e anexos encefálicos. Os tumores
embrionários totalizaram 184 casos (12%) e os tumores neuronais e
mistos neuronais e gliais ocorreram em 81 casos (5, 28%). Foram
calculados média e desvio padrão para idade em todos os grupos
de tumores, além da freqüência nos gêneros feminino e masculino.
Conclusão: Podemos verificar que a epidemiologia dos tumores gliais
no nosso meio não difere da literatura norte-americana ou européia.
Além disso, o uso da imuno-histoquímica permitiu classificar estes
tumores de acordo com sua citogênese.
Lesões traumáticas do nervo ciático
Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC, Penque GMCA
Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal
do Rio de Janeiro
Objetivos: Este é um estudo retrospectivo, cujo objetivo é mostrar a
nossa experiência, avaliar as condutas e os resultados em uma série
de 21 pacientes com lesões traumáticas do nervo ciático e revisar a
literatura. Método: Estudo retrospectivo realizado em uma série de 21
pacientes que sofreram lesões traumáticas do nervo ciático ou de seus ramos. O tratamento cirúrgico foi realizado por meio de neurólise externa,
neurólise interna e colocação de enxerto de nervo sural. Resultados:
Foram obtidos diferentes graus de recuperação de força e sensibilidade,
que variaram de acordo com a lesão e o tipo de tratamento cirúrgico
realizado. Conclusões: A conduta terapêutica varia de acordo com o
tipo de lesões. Em lesões parciais ou totais, após preparação dos cotos,
é realizada a sutura interfascicular com ou sem interposição de enxerto
autólogo. Nos neuromas traumáticos de continuidade preservada, faz-se
neurólise interna e nos casos de fibrose com compressão por estruturas
adjacentes ao nervo, a neurólise externa está indicada.
Síndrome pós-laminectomia –
série de casos e etiologia
Rodrigues FF, Dozza DC, de Oliveira CR, de Castro RG
Instituto de Neurologia Deolindo Couto – Rio de Janeiro (RJ)
Objetivo: Relatar nossa série de casos e comparar com a literatura os
principais resultados. Métodos: Estudo retrospectivo baseado na análise
de uma série de pacientes operados e acompanhados em nosso serviço.
Também foi realizada uma revisão da literatura e os resultados foram
comparados. Foram revisados retrospectivamente 127 prontuários que
continham pacientes que sofreram laminectomia, hemilaminectomia
combinadas com discectomia e/ou foraminotomia de janeiro de 1997 a
outubro de 2004, destes seis foram excluídos por apresentarem dados
insuficientes. A média de idade foi de 46,3 anos. O critério de inclusão foi
a não melhora ou o retorno dos sintomas após a cirurgia e com um número
mínimo de seguimentos com investigação adequada para o diagnóstico,
foram excluídos aqueles que apresentaram lombalgia ocasional e sem um
número suficiente de acompanhamentos. Os pacientes foram divididos
em três diagnósticos principais: hérnia de disco, estenose lombar e a associação destes. O diagnóstico foi baseado na história clínica, exame físico
e exames complementares. Resultados: Dos 121 pacientes que sofreram
intervenção cirúrgica, 47 (38,8%) apresentaram critérios para a SPL. Dos 26
135
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
pacientes que apresentaram diagnóstico pré-operatório de estenose lombar,
oito (30,7%) apresentaram SPL; dos 83 com hérnia de disco, 31 (37,3%)
tiveram a síndrome; e dos 12 pacientes com estenose lombar associada
com hérnia de disco, sete (58,3%) tiveram a SPL. Os diagnósticos mais
freqüentes foram hérnia de disco recorrente ou residual, estenose de canal,
fibrose e discopatia. Nos pacientes com mais de uma cirurgia, a cada nova
intervenção houve geralmente um novo diagnóstico, no qual hérnia de disco
recorrente/residual foi o mais freqüente seguido por fibrose, estenose e aracnoidite. Conclusão: A síndrome pós-laminectomia permanece um desafio
para os cirurgiões. Há busca incessante pelas causas e os mecanismos de
ação desta síndrome e o melhor método de tratamento.
petroclival. Foi submetido à ressecção parcial da lesão, sem a adição
de novos déficits e acompanhado com equipe multidisciplinar no pósoperatório. Conclusão: Os plasmocitomas são tumores intracranianos
de ocorrência rara, sendo que na base do crânio apenas alguns poucos
casos foram relatados na literatura. Compreende um espectro patológico
complexo, que inclui desde a forma benigna e solitária, o plasmocitoma,
até a forma extremamente maligna, o mieloma múltiplo. As lesões da
base do crânio tendem a ser múltipla, entretanto, no nosso caso a lesão
era única. O tratamento é multidisciplinar, sendo a radioterapia tratamento complementar de escolha. Nos casos de ressecção incompleta
a recrudescência tumoral não é incomum.
Tumor fosfatúrico mesenquimal
A imunoexpressão de endoglina em metástases
cerebrais de melanoma maligno
Rodrigues FF, Oliveira CR, Castro RG, Dozza DC
Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (RJ)
Objetivos: Este é um relato de caso cujo objetivo é mostrar uma
doença rara pouco diagnosticada e conhecida no nosso meio. Método: Estudo de um caso de paciente portador de tumor fosfatúrico
mesenquimal. O tratamento cirúrgico foi realizado por meio de craniectomia suboccipital com descompressão dos hemisférios cerebelares. Resultados: foi obtida redução importante da massa tumoral
com melhora clínica e estética. Conclusões: Tumor fosfatúrico
mesenquimal pode origina-se do osso e fazer o diagnóstico diferencial com osteoblastoma-like, fibroma-like. Em um extenso grupo
de casos o tumor consiste de tecido conectivo misto. Esta forma é
composta de célula mesenquimal com diferenciação fibroblástica.
Estes tumores mostram variedade proeminente de vascularização
com remanescentes venosos como é visto nos hemangiopericitomas.
A remoção tumoral geralmente se dá após longo tempo de persistência dos sinais e sintomas, e resulta em melhora das anormalidades
clínicas e biomecânicas.
Plasmocitoma solitário da base de crânio
Romero FR, Haikel Jr LF, Campos AW, Fernandes SM, Maruyama RO,
Bortman A, CAB Pereira
Serviço de Neurocirurgia do Complexo Hospitalar Heliópolis, São Paulo (SP)
Objetivo: Mieloma de células plasmáticas localizado na base do crânio
é raramente encontrado na prática neurocirúrgica. Este trabalho tem por
objetivo relatar o caso de um paciente com plasmocitoma intracraniano
e discutir seus aspectos clínicos e imagenológicos. Métodos: Paciente
masculino de 50 anos, procedente de São Paulo (SP), apresentavase assintomático até seis meses antes da internação, quando então
iniciou com dor occipitocervical e zumbido à esquerda, evoluindo
com dificuldade de deglutição progressiva. Ao exame neurológico,
apresentava-se vigil, contactuante, sem déficit motor axial, com déficit
de VIII, IX, X, XI, XII nervos cranianos à esquerda. A RM mostrou
processo expansivo isointenso em T1, heterogêneo em T2, com captação homogênea de contraste, na fossa posterior, estendendo-se desde o
forame jugular até 1 cm acima do meato acústico interno. Resultado:
O anatomopatológico revelou plasmocitoma produtor de cadeia leve
Kappa de imunoglobulina localizado na base do crânio, na porção
136
Salgado KB, Toscani NV, Silva LLM, Hilbig A, Barbosa-Coutinho LM
Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-Graduação da
Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS)
Objetivos: Avaliar a angiogênese de amostras de metástases cerebrais
de melanoma maligno e a imunoexpressão de endoglina nos vasos tumorais. Métodos: Foram estudadas 24 amostras de metástases cerebrais
de melanoma fixadas em formol a 10%, e incluídas em parafina, das
quais foram obtidos cortes histológicos de 4 µm de espessura. Os cortes
foram submetidos à técnica de imuno-histoquímica com o anticorpo CD
105. A avaliação da densidade microvascular foi realizada utilizando-se
a técnica de Weidner, com identificação subjetiva das áreas de maior
vascularização, fotomicroscopia destas áreas e posterior contagem dos
microvasos em três campos de 200x, por dois patologistas experientes.
Além disso, foi analisado o padrão de distribuição vascular. Resultados:
O número de vasos identificados por reação imuno-histoquímica variou
de 1 a 37 por campo de 200x, com um valor médio de 9, 97 ± 9, 87 e
uma mediana de 6 por campo de 200x. Foi observado um padrão predominantemente difuso, em alguns casos. Cabe salientar que em algumas
amostras foi identificada maior densidade vascular na periferia do tumor,
porém, como muitas são provenientes de biópsias, estas não puderam
ser avaliadas. Conclusões: O melanoma maligno é um dos tumores que
mais metastatiza para o SNC. Para que as células tumorais se implantem
à distância e para que obtenham sucesso como lesão metastática, supõese que seria necessário o desenvolvimento de um suprimento vascular
tumoral significativo. Todavia, os resultados observados neste estudo não
corroboram esta hipótese, tendo sido verificado que em vários casos a
densidade microvascular tumoral é muito reduzida.
Anatomia cirúrgica da coluna cervical baixa
– via anterior
Sangoi C, Jobim FC, Lopes JS, Sangoi CB, Haten MA, Oliveira CF
Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Santa Maria (RS)
Justificativa: O reconhecimento das peculiaridades anatômicas do
nervo laríngeo recorrente é indispensável para o cirurgião que intervem
na região cervical via anterior, principalmente nos níveis inferiores.
Objetivos: Definir os trajetos dos nervos laríngeos recorrentes do
lado direito e do lado esquerdo, evitando o seu trauma durante o proJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
cedimento cirúrgico. Metodologia: Dissecções de regiões cervicais
cadavéricas, do acervo anatômico do Departamento de Morfologia
da UFSM, qualificando o trajeto do nervo laríngeo recorrente direito,
desde a sua origem no nervo vago até seu posicionamento em relação
à traquéia e ao esôfago. Resultados: Nervo laríngeo recorrente direito
na sua origem contorna a primeira porção da artéria subclávia, atravessando obliquamente o corpo da primeira vértebra torácica, em direção
à traquéia e ao esôfago. do lado esquerdo este trajeto se faz no nível da
quarta vértebra torácica contornado o arco aórtico. Conclusão: Estes
conceitos anatômicos deverão alertar os cirurgiões da coluna cervical
para evitarem os acessos cirúrgicos pelo lado direito em C6, C7 e T1,
pois o risco de morbidade será elevado.
principal em 82% dos pacientes. Cerca de 38% dos pacientes foram
classificados como HH II, 31% como HH I, 24% como HH III e 7%
como HH IV. As principais localizações foram 47% Paica, 41% em
topo de basilar, 12% em cerebral posterior. Não foram encontrados
aneurismas em Aica e cerebelar superior. Houve 23% de óbitos (sendo
um no pré-cirúrgico e três no pós). Cerca de 35% de complicações,
as principais foram lesão em nervo craniano e hidrocefalia, 41% dos
pacientes não apresentaram complicações. Conclusões: A média de
idade foi de 46, 5 anos, o sexo feminino foi mais acometido, a cefaléia
foi a principal queixa, a maioria dos pacientes se apresentou em HH
II, a principal localização foi em Paica, a maioria dos pacientes não
apresentou complicações.
Craniotomia orbitozigomática osteoplástica
modificada para ressecção de condrossarcoma
mixóide de fossa média do crânio; relato de caso
e revisão de literatura
Hematoma extradural intracraniano: correlação
entre o volume do hematoma com a localização e
idade do paciente
Santos PA, De Pieri JCB, Lira AMP, Graciatto FS, Fernandes YB
Hospital Dr. Mario Gatti – Campinas (SP)
Objetivo: Os autores relatam um caso de condrossarcoma mixóide
de fossa média craniana, na junção petroesfenoclival, em paciente de
23 anos com paresia do III, IV, VI nervos cranianos e dor facial por
comprometimento do V nervo. Método: Paciente submetido à microressecção cirúrgica por craniotomia orbitozigomática osteoplástica modificada descrita por Balasingam e colaboradores. Resultado: Evoluiu
com melhora da sintomatologia, com ressecção parcial da lesão, sem
necessidade de terapias complementares. Conclusão: A craniotomia
orbitozigomática osteoplástica modificada mostrou-se excelente opção
para ressecção de lesões de fossa média craniana, tendo em vista redução
do tempo cirúrgico e boa exposição intraoperatória com visualização
completa da lesão. Os aspectos de imagem, vias de acesso e revisão
da patologia são discutidos.
Aneurismas de circulação posterior:
considerações sobre 17 casos
Serra MVFBVF, Cavalcante SP, Oliveira DP, Santos EAS, Fontoura EAF
Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo (SP)
Objetivos: Estudar descritivamente aneurismas da circulação posterior
internados no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, entre o período de
2000 a 2004. Material e métodos: Foram estudados, retrospectivamente, 17 casos de aneurismas da circulação posterior entre janeiro
de 2000 a dezembro de 2004. Foram colhidos dados dos arquivos do
serviço de neurocirurgia do Conjunto Hospitalar do Mandaqui. Os
dados analisados foram idade, sexo, queixa principal, apresentação
clínica (Hunt e Hess [HH]), localização do aneurisma, complicações
e óbitos. Resultados: Entre o período estudado, foram diagnosticados
144 aneurismas, dos quais 17 (11, 8%) foram de circulação posterior.
A idade de apresentação variou de 17 a 66 anos (média de 46, 5 anos).
Foram 13 (76%) pacientes do sexo feminino e quatro (24%) do sexo
masculino. Dentre os sintomas principais, a cefaléia súbita foi a queixa
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
Silva EAS, Pereira CU, Dias LAA
Hospital João Alves Filho e Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Estudar descritivamente 162 casos de hematoma extradural e analisar o volume do hematoma em relação à sua localização, à
idade do paciente e à presença de lesões intracranianas associadas.
Métodos: Foram estudados 162 casos de hematoma extradural traumáticos por TC atendidos no Hospital João Alves Filho e Santa Casa
de Misericórdia de Ribeirão Preto. Para análise estatística, foram
utilizados testes t-student, ANOVA com pós-teste de Tukey e curva
de regressão linear. Os resultados foram significativos quando p =
0,05. Resultados: Vinte e nove vírgula seis por cento dos pacientes
tinham menos de 20 anos de idade, 67,3% tinham entre 20 e 59 anos e
3,1% tinham acima de 60 anos de idade. A relação masculino-feminino
foi de 5,48:1. Na curva de regressão linear, não houve significância
entre o volume do hematoma extradural e a idade de pacientes com
15 anos ou mais. Não houve diferença entre o volume do hematoma
em pacientes com e sem lesão intracraniana associada. O volume do
hematoma foi significativamente menor na região temporal em comparação às regiões fronto-temporoparietal e temporoparietal, assim
como na região frontal em relação à temporoparietal. Conclusões:
(1) A incidência de hematoma extradural foi maior em adultos jovens
do sexo masculino; (2) Não há relação entre o volume do hematoma
e a idade do paciente; (3) O volume do hematoma independe da
presença de lesão intracraniana associada; (4) Há relação entre o
volume do hematoma e sua localização, sendo o menor volume em
região temporal
Cirurgia de epilepsia em criança com esclerose
tuberosa: relato de caso.
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH,
Laurenti M, Lins MM, Borges KK, Arruda D, Miccelli JP
Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto. Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de
São José do Rio Preto (SP)
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Objetivo: Avaliar a eficácia da cirurgia de epilepsia em paciente
com esclerose tuberosa e crises epiléticas refratárias ao tratamento
clínico após avaliação em centro de cirurgia de epilepsia. Metodologia: Relato de caso de uma paciente de 14 anos, portadora de ET,
com déficit cognitivo global severo e estigmas cutâneos em face
(adenoma sebáceo). Apresenta crises caracterizadas por espasmos
infantis iniciados com três meses de idade, sendo iniciado uso de drogas antiepiléticas sem controle adequado. Paciente apresentou piora
progressiva em freqüência e intensidade, apresentando aos 6 anos de
idade média de 20 a 25 episódios por dia. A paciente foi submetida
à avaliação multidisciplinar pelo Centro de Cirurgia de Epilepsia do
Hospital de Base de São José do Rio Preto, sendo indicada a ressecção
do túber subcortical frontal esquerdo para adequado controle das
crises. Resultados: Após lesionectomia do túber frontal esquerdo
a paciente evolui no pós-operatório recente com adequado controle
das crises apresentando três a quatro crises por dia de curta duração,
fraca intensidade e predominantes durante o sono, sem acréscimo de
déficits neurológicos, recebendo então alta hospitalar e seguimento
ambulatorial. Conclusão: Os pacientes com esclerose tuberosa e
crises epiléticas refratárias podem ter benefícios com a cirurgia de
epilepsia desde que sejam avaliados em centros de cirurgia de epilepsia, visto que os resultados dependem da correta correlação entre
a lesão hamartomatosa e a área epileptogênica.
Displasia cortical e esclerose mesial hipocampal
em epilepsia do lobo temporal: relato de caso
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH,
Laurenti M, Lins MM, Borges KK
Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio
Preto. Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina
de São José do Rio Preto (SP)
Objetivo: Analisar os aspectos clínico-patológicos de paciente com
displasia cortical associado à esclerose mesial hipocampal submetido
à cirurgia para epilepsia refratária. Metodologia: Paciente de 37
anos, sexo masculino com crises epilépticas com semiologia de lobo
temporal há 20 anos, evoluindo com piora da freqüência das crises
nos últimos três anos (duas a três crises por semana). Em uso de oxcarbamazepina 1.200 mg ao dia e fenitoína 200 mg ao dia. Submetido
à avaliação neurofisiológica com vídeo-EEG, spect basal e ictal, RM
e avaliação neuropsicológica, sendo indicado tratamento cirúrgico.
Resultados: Paciente submetido à lobectomia temporal anterior
esquerda associado à amígdalo-hipocampectomia, sendo enviado
lesão em lobo temporal esquerdo para exame anatomopatológico que
mostrou ser displasia cortical não-Taylor associada à esclerose mesial
hipocampal. Apresenta-se sem crises no sexto mês pós-cirurgia. Discussão: A esclerose mesial temporal é encontrada em 60% dos lobos
temporais retirados para tratamento cirúrgico de epilepsia refratária
e caracteriza-se por perda seletiva de neurônios piramidais e hilares
nos subcampos CA1 e CA3 de Sommer, com maior preservação dos
neurônios piramidais e granulares de CA2. Pode ocorrer associação
entre esclerose mesial hipocampal e outra lesão extra-hipocampal
(patologia dupla) de 5% a 30% dos casos. As lesões associadas mais
freqüentes são displasias corticais e lesões glióticas e císticas. Alguns
138
autores acreditam que a esclerose é resultado da atividade epiléptica
crônica da lesão associada; outros acham que se trata de eventos
independentes. Conclusão: O tratamento cirúrgico das epilepsias do
lobo temporal, causadas por patologias duplas, tem ótimos resultados
no controle das crises, mesmo com o conhecimento incompleto da
história natural das duas patologias.
Tumor desembrioplástico neuroepitelial e
epilepsia refratária – relato de caso
Silva Jr SC, Rocha CED, Marques LHN, Nogueira FM, Pimenta GH,
Laurenti M, Lins MM, Borges KK
Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital de Base de São José do Rio
Preto. Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina
de São José do Rio Preto (SP)
Objetivo: Analisar os aspectos clínico-patológicos de paciente com
tumor desembrioplástico neuroepitelial submetido à cirurgia para
epilepsia refratária. Metodologia: Paciente de 11 anos, sexo feminino, com crises epilépticas há quatro anos, evoluindo com piora da
freqüência das crises nos últimos dois anos (cinco crises ao dia). Em
uso de oxcarbamazepina 600 mg ao dia e clonazepam 4 mg ao dia.
Submetido à avaliação neurofisiológica com vídeo-EEG, spect basal
e ictal, RM e avaliação neuropsicológica, sendo indicado tratamento
cirúrgico para lesão epileptogênica parietal posterior D. Resultados:
Paciente submetido à lesionectomia parietal D, sendo enviado para
exame anatomopatológico mostrando tumor desembrioplástico neuroepitelial. Apresentou hemiparesia E predomínio braquifacial no quarto
PO que melhorou em uma semana com corticóides e fisioterapia.
Apresenta-se sem crises no sexto mês pós cirurgia. Discussão: O
tumor desembrioplástico neuroepitelial foi descrito nos anos 1980, por
Daumas-Duport et al. e parece não se tratar de neoplasia verdadeira
e sim de processo cortical. Aparentemente. displásico. Tem aparência
típica na RM sendo mais freqüente nos lobos temporal e frontal e
sua ressecção cirúrgica total está relacionada a controle das crises
epilépticas. Conclusão: A lesionectomia total constitui a melhor
terapêutica para epilepsia refratária secundária a tumor desembrioplástico neuroepitelial.
Endoscopic endonasal approach of cerebrospinal
fluid fistulae
Silva LRF, Santos RP, Zymberg ST
Neurocirurgia of the Federal University of Sao Paulo (SP)
Objectives: Demonstrate the experience on the endoscopic endonasal
approach of cerebrospinal fluid fistulae. Different techniques have been
proposed to repair cerebrospinal fluid rhinorrhea. Advances in nasal
surgery lead to a high success rate and low morbidity of endonasal
approach. It has become the favorite route for treating cerebrospinal
fluid leak of the anterior skull base. Better results have been obtained
with the improvement of rigid endoscopes and intrathecal sodium
fluorescein. Methods: In a prospective study, twenty-four patients
with cerebrospinal fluid rhinorrhea were evaluated and treated with
endoscopes endonasal surgery. In all cases intrathecal sodium fluoJ Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
rescein allowed a precise localization of bone defect. Results: The
most common causes of CSF rhinorrhea were traumatic (8 cases,
33%), spontaneous (6 cases, 25%), and iatrogenic (5 cases, 20. 8%).
Preoperative radiological evaluations (plane CT, CT cisternogram and
MRI) showed the exact site and size of the defect in all patients. The
most common site of leakage was the ethmoidal roof-cribriform plate.
Primary closure was achieved in all patients. There were no major
operative or postoperative complications. Conclusions: Endoscopic
endonasal approach can be considered the first choice in the treatment
of cerebrospinal fluid rhino rhea.
Relato de caso de cisto medular de cone medular
Souza Filho AM, Pinto F, Netto HLD, Santos PA, Rached JH
Hospital Municipal Mario Gatti – Campinas (SP)
Objetivo: Relatar caso de paciente com quadro de síndrome mielorradiculcar por cisto ependimário de cone medular. Método: G S, 42 anos,
procurou PS com quadro progressivo iniciado há um ano de dor lombar
irradiada para membro inferior direito, associado de paresia do mesmo
e incontinência urinária, sem outras alterações. Ressonância nuclear
magnética (RNM) de coluna evidenciou lesão intradural expansiva C
hipersinal em T2, com características císticas em região de cone medular.
Paciente submetido a laminectomia de T12 – L2, com abertura de duramáter e ressecção da lesão. Resultado: Paciente recuperação neurológica
parcial. Anatomopatológico revelou cisto transependimário benigno de
cone medular. Conclusão: Relatando o caso pretendemos realizar uma
revisão bibliográfica de tumores císticos intramedulares.
Wavelet transform and cross-correlation as tools
for seizure prediction
Suárez CCB, Ballester G, Róz LM, Pereira Jr JF, Fonoff ET, RamírezFernández FJ
Laboratory of Microelectronics, Polytechnics School, University of Sao
Paulo. Laboratory of Functional Neurosurgery, School of Medicine,
University of Sao Paulo
Objective: The underlying theory of EEG signals generation is far from
being elucidated. However, there are a variety of methods that can be
used to quantify those signals and their changes. We describe here the
detection of pre-ictal bursting activity by mean of the Wavelet Transform
together with the Cross-Correlation analysis. Method: The Wavelet
Transform is applied in data reduction and preprocessing of signals.
This feature extract technique provides the simplified signals to process
by mean of the Cross-Correlation. The algorithm has been tested with
a set of pre-ictal data, inter-ictal data and spontaneous crises, to determinate its sensitivity and specificity. The EEG data was obtained from
adult Wistar rats with eight bipolar Ni-Cr electrodes implanted over the
frontal and parietal lobes. The rats were submitted to status epilepticus
after injection of Pilocarpine, following the well know animal model of
chronic epilepsy. The seizure occurrence period and the seizure prediction
horizon were additionally calculated. Results: The Wavelet coefficients
allowed a faster analysis and represented a support to confirm more
certainly events that some times are not clearly identified in the raw data
(identification of epileptic seizure). Synchrony and greater amplitude was
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
always detected with this technique. To anticipate epileptic seizures, the
cross-correlation processing was then necessary. When the correlation
analysis is done between the coefficients of all channels, in every frequency band, a synchrony value was obtained from standard deviation.
Greater synchrony values are obtained in pos-ictal period, anticipated
by a maximum positive inclination during the crisis. Minimum values,
lower than a limit obtained case-by-case in the pre-ictal period, could
activate an alarm indicating that a seizure is close to happen. Conclusion: The merits of the algorithm are high sensitivity and simplicity of
implementation. Such effectiveness may stimulate research lines to the
development of implantable detection devices.
Meningite aguda por Staphilococcus aureus
associada a abscessos de músculo psoas – relato
de caso
Szylewicz S, Oliveira CTP, Osório DNM, Bonfá AS, Oliveira YSA, Fonseca
FO, Castro GCB
Departamento de Neurocirurgia do Hospital Universitário São Francisco
– Bragança Paulista (SP)
Relata-se o caso de uma criança do sexo feminino, 12 anos de idade, com
história de, uma semana após trauma lombar, apresentar meningite aguda
por Staphilococcus aureus com observação tomográfica, após 14 dias de
internação hospitalar, de múltiplos abscessos de músculo psoas à direita
e em musculatura lombar posterior na altura de L3-L4. Recebeu tratamento antibioticoterápico, apresentando boa evolução clínica e resolução
imagenológica em tomografia de controle após cinco meses.
Síndrome de Cobb
Taricco MA, Guirado VMP, Meluzzi AM, Pena Dias MR, Santiago Melo LR,
Pimenta de Araújo, MM
Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo
Objetivos: a síndrome de Cobb é uma rara doença, de caráter
não-hereditário, que envolve associação entre um angioma ou
malformação arteriovenosa da medula e lesões vasculares cutâneas
no mesmo dermátomo. Neste relato, mostramos um caso envolvendo a síndrome. Métodos: Análise retrospectiva do prontuário
do atendimento da paciente GSR, submetida a tratamento cirúrgico
no Hospital das Clínicas da USP em setembro de 2004. Resultados: A paciente de 16 anos de idade apresentou quadro súbito de
perde de força muscular em membros inferiores, cerca de três anos
antes da cirurgia, acompanhado de dor em região torácica dorsal e
sem radiculopatia. A investigação inicial evidenciou sangramento
intramedular. Foi acompanhada em outro serviço, tendo evoluído
com paraparesia e espasticidade nos membros inferiores e perda do
controle esfincteriano, tendo discreta melhora da força ao longo do
tempo. Foi encaminhada para seguimento no ambulatório de coluna
do Hospital das Clínicas da USP, onde se apresentou com paraparesia
grau II, espasticidade em membros inferiores, nível sensitivo T7.
Apresentava uma lesão angiomatosa cutânea em região de dermátomo T7, desde a infância. Foi investigada com exame de RNM da
coluna torácica, que evidenciou lesão intramedular compatível com
139
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2005 – CAMPOS DO JORDÃO
hemangioma. Em setembro de 2004, foi submetida a tratamento
cirúrgico, laminectomia T6 a T8 e exérese completa de hemangioma
intramedular. Após a cirurgia evolui com melhora lenta e discreta da
sensibilidade e hoje deambula sem apoio. Sem controle de esfíncter
satisfatório. Conclusão: A síndrome de Cobb é uma rara doença,
tendo havido relatos de 28 casos na literatura mundial e deve ser
investigada em casos de angiomatose cutânea.
Estudo retrospectivo dos pacientes portadores
de malformação de Chiari submetidos a
tratamento cirúrgico
Taricco MA, Santiago Melo LR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Pena Dias MR,
Pimenta de Araújo, MM
Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo
Objetivos: A malformação de Chiari é o deslocamento, variável, da
amídala cerebelar para o canal cervical. Apresentamos um estudo
retrospectivo de pacientes tratados com cirurgia. Métodos: Análise
retrospectiva do prontuário do atendimento de pacientes do ano de
1990 a 2003, totalizando 29 pacientes, com idades entre 15 e 65
anos. Resultados: Observou-se a ocorrência da malformação em
15 pacientes do sexo masculino e 14 do sexo feminino. Observouse a ocorrência isolada da patologia em sete casos, associado à
siringomielia em 12 casos, associado à impressão basilar em três e
em sete seringomielia e impressão basilar concomitante. Em todos
os casos, foi realizado descompressão da fossa posterior e plástica
da dura-máter e em sete casos foi associada à colocação de cateter
entre o quarto ventrículo e o espaço subaracnóideo, e em cinco casos
à amidalectomia. Houve melhora da sintomatologia em 21 pacientes, em um não houve alteração, um caso houve piora, em quatro
houve perda do seguimento e em dois houve óbito. Conclusão:
A boa evolução da malformação de Chiari está relacionada com a
descompressão efetiva da fossa posterior. As associações com outras
patologias determinam variações de técnica, melhor entendidas em
estudos prospectivos.
Malformações vasculares da medula espinhal
Taricco MA, Pena Dias MR, Meluzzi AM, Guirado VMP, Santiago Melo LR,
Pimenta de Araújo, MM
Grupo de Coluna da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo
Objetivos: Nesta apresentação expomos a casuística do grupo em
relação ao tratamento de um grupo de doenças muito heterogêneo, de
ocorrência pouco freqüente, de complexidade estrutural muito importante e implicado em morbidade alta, porém passível de tratamento
cirúrgico com sucesso. Métodos: A análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos a tratamento de malformações vasculares
da medula espinhal, no Hospital das Clínicas da USP, no período de
janeiro de 1994 a janeiro de 2005. A avaliação da marcha e da micção
foi baseada na escala funcional de Aminoff-Logue. Foram contabilizados 14 casos no total. Resultados: Não há variação significativa da
ocorrência quanto ao sexo (57% masculino e 43% feminino), a idade
140
na época do diagnóstico variou entre 16 e 65 anos(média de 34 anos,
mediana 39 anos). Em 78,6% das vezes, o quadro clínico apresentou-se
de forma insidiosa com sinais de mielopatia progressiva e em 21,4%
das vezes, sendo que todos os pacientes apresentaram sintomatologia
motora, sensitiva e esfincteriana durante a evolução. Em 23% dos casos
não houve dor, sendo que estes foram casos de fístulas arteriovenosas.
Não houve, em nenhum caso, sintoma de radiculopatia. Em 21,4%
dos casos, havia patologias associadas como hipertensão arterial ou
diabetes, sendo a maioria dos pacientes previamente hígida. Quanto
ao diagnóstico, foram anotados seis lesões neoplásicas, entre as quais
quatro eram cavernomas e um angiolipoma, cinco fístulas arteriovenosas e três malformações arteriovenosas. Todos os pacientes foram
submetidos a tratamento cirúrgico, sendo um paciente com fístula
submetido à embolização pré-operatória. Quanto aos resultados, foi
observado melhora do quadro clínico após tratamento cirúrgico nos
casos de fístula e estabilização do quadro nos casos de malformações
e lesões neoplásicas. Conclusões: O grupo conclui que as malformações vasculares da medula são passíveis de tratamento cirúrgico com
resultados encorajadores.
Postulación de grupos pronóstico en gliomas
cerebrales de alto grado
Torrico A, Torrealba G, Villanueva P, Lorenzoni J, Lovo E, Gejman R, Tagle P
Hospital Clínico DA Pontificia Universidad Católica, Santiago (Chile)
Objetivo: Evaluar la sobrevida y proponer un sistema de estratificación en
pacientes con gliomas cerebrales de alto grado. Material-métodos: Revisión retrospectiva de sobrevida, entre 1990-1998 en nuestra institución.
Análisis de sobrevida según histología, edad y estado funcional (Karnofsky-KPS). Se proponen un sistema de estratificación en gliomas: en base
Histología-Edad-KPS conformando 4 grupos de pronóstico estratificado
(GPE: 0 - 1 - 2 y 3 ); y 3 grupos estratificados en glioblastomas (GeG:01y2) en base a Edad-KPS. Resultados: Se incluyen 103 pacientes. La
sobrevida mediana total fue 12meses (10- 20- 19, para glioblastoma
- astrocitoma anaplásico -oligodendroglioma). La sobrevida fue 20 y 8,5
meses en pacientes con KPS mayor y menor de 80; y de 19 y 9 meses en
pacientes menores y mayores de 50 años, respectivamente. La sobrevida
de GPE: 0, 1, 2 y 3 fue 3,5 - 9 - 20,5 y 57 meses respectivamente (p <
0,0001) y de GeG: 0, 1 y 2 fue 3,5 - 10,5 y 22 meses respectivamente (p
< 0,0221). Incluye porcentajes de sobrevida-5 años, curvas-actuariales
y tablas comparativas con publicaciones similares. Conclusión: La
edad-estado funcional y los grupos propuestos son factores asociados a
sobrevida, estadísticamente significativos, en pacientes con gliomas de
alto grado. La sobrevida en nuestra institución no es significativamente
inferior a otras publicadas a pesar de carecer de sistemas sofisticados que
faciliten la resección completa.
Detection of somatic TP53 splice site mutations
in diffuse astrocytomas
Uno M, Oba-Shinjo SM, Aguiar PH, Leite CC, Rosemberg S, Miura F,
Wakamatsu A, Marino Jr R, Scaff M, Marie SKN
Department of Neurology of the School of Medicine, University of Sao Paulo (SP)
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Alterations in the tumor suppressor gene, TP53, are associated to a
large number of human cancers, including several types of central
nervous system (CNS) tumors. Diffuse astrocytomas are the most
frequent intracranial neoplasias and account for approximately 60%
of all primary CNS tumors. TP53 mutations are observed in approximately 30-40% of all three grades of diffuse astrocytomas, suggesting
that inactivation of TP53 has an important role in the progression of
low-grade astrocytomas. Most of studies analyzing TP53 for mutations
has not included all the splice junctions, mutations in those regions are
rarely described. Objective: Analyze all splice junctions and entire
coding exons of TP53 for mutations across different grades of diffuse
astrocytomas in Brazilian patients. Methods: DNA was extracted from
tumor tissues and peripheral leukocytes of 45 cases of adult human diffuse astrocytomas: 7 low grade astrocytomas (grade II), 11 anaplastic
astrocytomas (grade III) and 27 glioblastomas multiforme (grade IV).
PCR-SSCP (polymerase chain reaction, single strand conformation
polymorphism), and DNA sequence analysis of samples with different
patterns of eletrophoretic mobility shifts were used for detection of
mutations in exons 2 to 11 and all intron-exon boundaries of the TP53.
Results: We found TP53 mutations in 17. 8% (8 out of 45) of tumors
tested: 3 missense, 3 splicing and 2 silent mutations. Conclusion:
We have shown that splice site mutations of TP53 are more frequent
than previously reported. These findings emphasize the importance of
screening all splice junctions as well as all coding exons and untranslated regions, on analyzing TP53 mutations in diffuse astrocytomas.
Thorough screening of the TP53 will prove more useful in allowing
better correlation between genotype and phenotype in gliomas.
Aneurisma venoso frontal superficial
Wainer F, Santiago MeloL R, Meluzzi A
Clínica de Neurologia e Neurocirurgia Dr. Felipe Wainer. Hospital
Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP)
Objetivos: A presença de aneurisma venoso associado à malformação
arteriovenosa encefálica é descrito na literatura, sendo de ocorrência
muito rara e com alto potencial de sangramento. A presença de aneurisma venoso, sem esta associação, é ainda mais rara e de questionável
potencial de sangramento. Métodos: Relato do caso do paciente
LFLS, de 14 anos de idade, submetido à investigação diagnóstica
e tratamento cirúrgico em julho de 2005, de lesão cortical frontal.
Resultados: O paciente apresentou-se com quadro de cefaléia frontal
à direita pulsátil, moderada a forte intensidade e retardo do desenvolvimento neuromotor. Ao exame apresentava baixo peso e baixa
estatura, hipotrofia muscular generalizada e rebaixamento intelectual
discreto. O exame de RNM encefálico evidenciou lesão frontal polar
à direita, com comprometimento da dura-máter e com reabsorção
óssea suprajacente, captação de contraste intensa e regular. A hipótese
diagnóstica era de angioma cavernoso e meningeoma atípico, tendo
assim, submetido o paciente à craniotomia frontal e exérese completa
da lesão. A mesma apresentava-se como uma dilatação venosa com
cerca de 1,5 cm de diâmetro, pulsátil, com aferente e eferente identificáveis. O exame de angiografia digital evidenciou-se normal, sem a
presença de malformações arteriovenosas. O diagnóstico anatomopatológico foi de aneurisma venoso. Houve melhora da cefaléia após a
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
cirurgia. Conclusões: O diagnóstico de aneurisma venoso encefálico
é presuntivo quando associado à malformação arteriovenosa, sendo
muito pouco provável em outra situação.
O papel da discografia no momento atual
Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL
Fundação Educacional Serra dos Órgãos da Faculdade de Medicina de
Teresópolis (RJ)
Objetivo: A discografia é um procedimento de investigação diagnóstica
realizado há mais de 40 anos, que continua tendo sua importância, apesar
do avanço tecnológico nos diagnósticos por imagens. A ressonância
magnética, com todos os seus recursos, não é, em muitas situações,
capaz de permitir uma conclusão diagnóstica precisa e uma terapêutica
eficaz. O objetivo deste trabalho é de atualizar as indicações, técnicas e
interpretações deste método diagnóstico. Resultados: Oitenta e quatro
pacientes foram submetidos à discografia provocativa, em total de 190
discos estudados, no período de 2000 a 2004, sendo 48 mulheres e 36
homens. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo com avaliação dos
prontuários e arquivo de imagens digitais com as indicações do método
utilizado com follow up de oito meses a quatro anos. Conclusão: A discografia é um método diagnóstico complementar ao raio-X, tomografia
computadorizada, ressonância magnética, e mielografia, podendo trazer
informações valiosas no diagnóstico e nas indicações terapêuticas.
Espondilodiscite por Candida parapsilosis
Valiengo LCL, Sawada JR, Petitto CE, Fontes RBV, Taricco, MA
Liga de Neurocirurgia e Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
São raras as espondilodiscites fúngicas decorrentes de espécies do gênero Candida, sendo que até 2004 foram descritos menos de 75 casos.
Relato de caso: Homem, 42 anos, com história de etilismo por 35
anos, foi admitido com quadro de dor em quadril com irradiação para
membros inferiores e fraqueza dos mesmos nos últimos três meses. Os
achados do exame físico foram: atrofia muscular em região glútea, dor
à mobilização da articulação coxo-femoral, lombalgia em níveis L4 e
L5 e força muscular grau II de parte distal de membros inferiores. O
paciente foi internado e introduziu-se empiracamente clindamicina e
ciprofloxacina por suspeita de espondilodiscite, confirmada por meio
do exame de ressonância magnética (RM). Após duas semanas, o paciente começou a apresentar quadro de dor à inspiração. A radiografia
e a tomografia de tórax mostraram quadro difuso multinodular em
pulmão, sugestivo de infecção fúngica ou tuberculose de apresentação atípica. A biópsia demonstrou granuloma com necrose central e a
cultura Candida albicans. Após um mês de antibioticoterapia houve
melhora da dor em quadril e membros inferiores, porém, sem melhora
radiológica. Foi então realizada punção aspirativa da massa lombar
com cultura positiva para Candida parapsilosis. Introduzindo-se
anfotericina B. Cinco meses após uso contínuo desta droga houve
melhora radiológica pulmonar e da coluna lombar, com remissão dos
sintomas. Discussão: O uso abusivo de álcool constitui fator de risco
para o desenvolvimento de espondilodiscite, por espécies do gênero
Candida, visto que teoricamente predispõem à ocorrência de infecções
141
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
sistêmicas por organismos normalmente de baixa virulência. Conclusão: A espondilodiscite causada por Candida é um evento raro, mas
deve ser suspeitada em pacientes com algum tipo de imunossupressão,
como o etilismo grave.
A influência da hiperglicemia e da
hipertensão no prognóstico neurológico de
pacientes com hematoma intraparenquimatoso
encefálico espontâneo
Vasconcellos LP, Veiga JCE, Castro JAF, Mattar BN
Disciplina de Neurocirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (SP)
Objetivo: O hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo
desencadeia resposta metabólica estressante com hiperglicemia e
hipertensão, que por sua vez tem relação inversa com o prognóstico
neurológico. Para melhor examinar a relação entre a hiperglicemia e a
hipertensão com o prognóstico neurológico após tais lesões encefálicas,
estudamos a evolução clínica de 100 pacientes com hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo submetidos a tratamento cirúrgico pela
Disciplina de Neurocirurgia da Santa Casa de São Paulo, entre janeiro de
2000 a dezembro de 2004. Método: Retrospectivamente estudamos os
prontuários de 100 pacientes tratados cirurgicamente para drenagem de
hematoma intraparenquimatoso encefálico espontâneo para determinar
a relação entre os níveis glicêmicos e pressóricos com o prognóstico
neurológico, dividindo os pacientes em um grupo de evolução favorável
(escala de prognóstico neurológico 4 e 5) e outro desfavorável (escala de
prognóstico neurológico 1, 2 e 3). Resultados: Os pacientes com evolução neurológica desfavorável apresentaram níveis significativamente
maiores de glicemia e de pressão arterial, tanto na admissão quanto na
evolução pós-operatória. Os pacientes com prognóstico neurológico
favorável são significativamente mais jovens, admitidos com a escala de
coma de Glasgow significativamente maior e em média acima de 12 e
possuem um período de internação maior. Conclusão: A hiperglicemia
e a hipertensão são componentes freqüentes das lesões neurológicas, são
indicadores significativos de gravidade e confiáveis para a avaliação do
prognóstico neurológico.
Fístula liquórica nasal espontânea – tratamento
combinado com correção endoscópica transnasal
e derivação lombo-peritoneal
Vellutini EAS, Gomes MQT, Stamm A, Baraúna I, Lúcio JEDC
Grupo DFVneuro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo (SP)
Objetivos: Fístula liquórica nasal espontânea é uma patologia pouco
freqüente, mais comum em mulheres obesas, em torno dos 50 anos
de idade. É relatado alto índice de recorrência, após o tratamento,
quando comparada às fístulas pós-traumáticas. Demonstramos nossa
experiência no tratamento da fístula liquórica nasal espontânea usando
a combinação da correção endoscópica transnasal e derivação lomboperitoneal. Métodos: Análise prospectiva de 15 pacientes com diagnóstico de fístula liquórica nasal espontânea tratados nos últimos oito
142
anos. Na correção endoscópica foi usado retalho de fáscia lata e/ou
mucoperiósteo associado com cola de fibrina. Fluoresceína 5% diluída
em água destilada era usada para melhor visualização da fístula. As
derivações lombo-peritoneais eram realizadas com sistema valvulado
Integra® , exceto em dois pacientes. Resultados: A idade média foi
51 anos; 14 eram mulheres e um homem. A localização da fístula foi
lâmina cribiforme: sete (46%), fóvea etmoidal: dois (13,3%), esfenóide
central (clivus): quatro (26%) e esfenóide lateral: dois (13,3%). Oito
lesões eram à direita, três à esquerda e autro centrais. A correção
endoscópica e derivação no mesmo tempo cirúrgico foram realizadas
em dez pacientes. Em três pacientes, idade acima de 65 anos, não foi
realizada a derivação devido ao risco do procedimento nesta faixa etária.
Duas mulheres tinham recorrência da fístula após derivação, realizada
seis a três anos anteriormente. Nestas pacientes, após a avaliação do
funcionamento do sistema, realizou-se apenas a correção endoscópica.
As complicações pós-operatórias foram cefaléia (4), dor abdominal (2)
e dor radicular (1). Um paciente tratou meningite. Houve necessidade
de revisão de um sistema de derivação sem válvula por deslocamento
do cateter. Não houve recorrência da fístula. Conclusões: A associação
da correção endoscópica transnasal com derivação lombo-peritoneal foi
uma alternativa de tratamento eficaz e de baixa morbidade no tratamento
dos pacientes com diagnóstico de fístula liquórica nasal espontânea.
Tratamento cirúrgico do neurinoma de acústico
Vellutini EAS, Pahl FH, Gomes MQT, Cardoso ACC, Lúcio JEDC, Brock RS
Grupo DFVneuro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo (SP)
Objetivos: Os avanços no tratamento dos neurinomas de acústico
reduziram os índices de morbidade e mortalidade pós-operatória.
A preservação da função do nervo facial é um aspecto essencial no
tratamento cirúrgico dos neurinomas de acústico. Avaliar a eficácia
do tratamento cirúrgico (ressecção, preservação da função do facial e
complicações) é o objetivo deste trabalho. Métodos: Análise retrospectiva de 82 pacientes com diagnóstico de neurinoma de acústico,
submetidos ao tratamento cirúrgico, no período de fevereiro de 2000
a agosto de 2005. Avaliou-se a via de acesso cirúrgico, a presença de
monitorização eletrofisiológica do nervo facial no intra-operatório,
complicações e morbidade pós-operatória e evolução. Usou-se a escala
de House-Brackmann para avaliação da função do nervo facial no pósoperatório e seguimento. Resultados: A idade média dos pacientes foi
de 45 anos. Predominaram os pacientes do sexo feminino com 52,5%, e
47,5% do sexo masculino. A via de acesso cirúrgica para a ressecção do
tumor foi por craniotomia retromastóidea em 89% dos pacientes e por
via translabiríntica em 11%, com auxílio de cirurgião otorrinolaringológico. A monitorização eletrofisiológica do nervo facial foi realizada
em 72% dos pacientes. Houve ressecção macroscópica total do tumor
em todos os pacientes. O índice de complicações pós-operatórias foi
pequeno. No seguimento pós-operatório, a função do nervo facial foi
preservada em mais de 90% dos pacientes. Conclusões: O uso de técnicas microcirúrgicas associada à monitorização eletrofisiológica do
nervo facial mostrou-se eficaz e de baixa morbidade para tratamento
cirúrgico do neurinoma de acústico.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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XI CONGRESSO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA
2005 – CAMPOS DO JORDÃO
Detecção da expressão de PDGFR
em tumores astrocíticos
Acesso extremo lateral no tratamento cirúrgico
da hérnia de disco foraminal
Viola F, Barbosa-Coutinho LM, Hilbig A, Ribeiro MC, Paglioli-Neto E, de Morais AG
Laboratório de Pesquisa em Patologia do Programa de Pós-graduação em Patologia
da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (RS)
Yunes RM, Onishi FJ, Adorno JOA
Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo
Objetivos: Determinar, através da técnica de imuno-histoquímica, a
expressão da proteína PDGFR α e β em tumores astrocíticos. Materiais
e métodos: Foram analisados 130 casos de tumores astrocíticos: 57
astrocitomas de baixo grau de malignidade, 13 astrocitomas anaplásicos
e 60 glioblastomas. Os casos foram submetidos à técnica de imuno-histoquímica pelo método strepto-avidina biotina peroxidase e os anticorpos
primários, anti-PDGFR α e β, utilizados na diluição de 1:200. Os casos
foram classificados como positivos ou negativos por dois observadores.
Resultados: Entre os astrocitomas de baixo grau, 14% tiveram expressão
de PDGFR α em células neoplásicas e 1, 57% em vasos e a expressão
de PDGFR β foi de 22, 8% em células e de 36, 8%. em vasos. Nos astrocitomas anaplásicos, PDGFR α foi positivo, nas células tumorais em
23% dos casos e o receptor β positivo em vasos em 61, 5% dos casos.
Nos glioblastomas, o PDGFR α foi positivo em células em 15% e em
vasos em 5% e o PDGFR β foi positivo em 50% dos casos nas células e
em 65% nos vasos. Conclusões: Os resultados mostram que nos tumores
de maior grau de malignidade há uma maior expressão de PDGFR β em
vasos tumorais, mostrando a extensa angiogênese estimulada por este
fator de crescimento. A presença do mesmo nas neoplasias de baixo grau
de malignidade poderá representar uma possível evolução desses tumores
para graus mais avançados de malignidade.
Objetivos: Demonstração da técnica do acesso extremo lateral (lateral a
articulação facetária) para o tratamento cirúrgico da hérnia de disco foraminal, mantendo-se a integridade e a estabilidade das estruturas ósseas
que compõem o forame intervertebral. Métodos: Dissecação cadavérica
do acesso extremo lateral de cinco peças anatômicas, bilateralmente, para
abordagem do forame intervertebral lombar. Inicia-se a dissecação romba
entre os músculos quadrado lombar e iliocostal até os processos transversos
superior e inferior do forame em questão. Prossegue-se com a microdissecação identificando-se a faceta inferior, tendo como referência óssea o
processo transverso inferior. Mantendo-se a dissecação posteriormente ao
ligamento intertransverso, identifica-se o disco intervertebral na porção
inferior do forame e o gânglio espinhal dorsal na porção súpero-anterior,
estando o mesmo protegido pelo ligamento intertransverso. Resultados:
Descrição microcirúrgica da técnica do acesso extremo lateral ao forame
intervertebral lombar, preservando-se a articulação zigo-apofisária com
ampla abordagem e exposição do disco intervertebral. Conclusões: Trata-se
de uma técnica simples ao forame intervertebral lombar com fácil acesso
intermuscular, que preserva a estabilidade e a integridade articular da
coluna, no tratamento das hérnias discais foraminais.
Hemisferectomia funcional no tratamento de
crises convulsivas refratárias em portadores de
hemimegalencefalia: relato de dois casos
Procedimentos percutaneos para a coluna
Zaban J, Macedo M, Campos R, Lima B
Unidade de Neurocirurgia, Hospital de Base de Brasília, Brasília (DF)
Wanderley JGPV, Scussel AB, Freitas MAL
Fundação Educacional Serra dos Órgãos da Faculdade de Medicina de
Teresópolis (RJ)
Material e método: Resumo e avaliação de dois casos tratados em nosso
serviço. Caso 1: LAO, sexo masculino, 15 meses, apresentava crises
convulsivas que se iniciavam na mão direita e progrediam para crises
tônico-clônicas. Fez uso de várias
áárias medicações sem melhora do quadro. TC
de crânio:
âânio: lesões
es em hemisf
hemisfério esquerdo compatíveis com megalencefalia
(lisencefalia, paquigiria). Submetido à hemisferectomia esquerda funcional
evoluindo com melhora importante na freq
freqüência de crises embora ainda
apresente crises parciais em dimídio direito. Atualmente, faz uso regular
de ácido valpróico e clonazepam. Caso 2: PFAL, sexo masculino, dois
meses, apresentando crises convulsivas de dif
difícil controle desde o nascimento, com freq
freqüência maior a 20 crises por dia. Exame ffísico: várias
á
árias
máculas hipocrômicas em face e tronco. RNM de crânio
âânio apresentava,
além da hemimegalencefalia esquerda, sinais sugestivos de esclerose
tuberosa. Hemisferectomia esquerda em 3 de março de 2005. Ainda em
uso de fenobarbital, não vem apresentando crises, deambula com apoio,
vocaliza poucas palavras, hemiparesia direita. Discussão: Nos dois casos
relatados houve melhora sensível
vel na freq
freqüência das crises convulsivas,
sendo mais bem evidente na criança operada aos dois meses de idade que
naquela operada com mais de um ano de vida. A hemisferectomia funcional
promove bom controle das convulsões, apesar de persistirem alterações
eletroencefalográficas do lado malformado. Conclusão: A realização
precoce da hemisferectomia promove resultados ótimos no controle das
crises convulsivas, gerando menor deterioração neurológica ao longo dos
anos e proporcionando melhor qualidade de vida para a criança.
Objetivo: Os procedimentos minimamente invasivos devem fazer parte
do arsenal do neurocirurgião. Estes podem ser utilizados com finalidade
diagnóstica ou terapêutica. Múltiplas patologias podem se abordadas
como as dores discogênicas, facetarias e radiculares, tumores ósseos,
fraturas osteoporóticas, infecção e instabilidade seguimentar. Várias
técnicas são utilizadas com propósitos bem definidos e otimização do uso
do intensificador de imagens: nucleoplastia, IDET, bloqueios facetarios
e radiculares, denervação facetarias por radiofreqüência, biopsias por
agulha em tumores e suspeitas de infecção, vertebroplastias e fixação
pedicular percutanea. Resultados: Cento e quatro pacientes foram
tratados ou investigados por via percutânea em diversas patologias da
coluna, no período de 2000 a 2004, com idade entre 28 e 86 anos, sendo 54
mulheres e 50 homens. Matérias e Métodos: Estudo retrospectivo com
avaliação de prontuários e arquivo de exames de imagens digitais com as
indicações terapêuticas, técnicas utilizadas e resultados com follow up
de oito meses a quatro anos. Conclusão: Os procedimentos percutaneos
podem ser utilizados de forma diagnosticas ou terapêutica, otimizando e
minimizando o tratamento de diversas patologias da coluna.
J Bras Neurocirurg 16(3)93-143, 2005
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EVENTOS CIENTÍFICOS

59th Annual Meeting – Congress of Neurological Surgeons
08/10 – 13/10/2005
Convention Center
Boston, EUA
End. eletrônico: [email protected]

7° Simbidor – Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor
19.10 – 22.10.2005
Centro de Convenções Rebouças
São Paulo, SP
Fone: (0xx) 11 3284-1787 / Fax: (0xx) 11 3284-1678
End. eletrônico: www.simbidor.com.br

VI Congresso da Sociedade Pernambucana de Neurocirurgia
IV Encontro de Enfermagem em Neurocirurgia de Pernambuco
12/11 – 15/11/2005
Best Western Manibu Recife
Recife, PE
Tel: (0xx) 81 3423-1300
End. eletrônico: [email protected]

XLVIII Congresso Anual da Sociedade de Neurocirurgia do Chile
23.11 – 26.11.2005
Viña del Mar, Chile
End. eletrônico: www.sonepsyn.cl

AANS/CNS Section on Pediatric Neurological Surgery
34th Annual Meeting
29.11 – 02.12.2005
The Omni Orlando Resort at ChampionsGate, just South of Walt Disney World
Orlando, Flórida, EUA

North American Skull Base Society – 17th Annual Meeting
16/02 – 19/02/2006
Phoenix, Arizona, EUA
End. eletrônico: www.nasbs.org

AANS / CNS Cerebrovascular Section and American Society of Interventional& Therapeutic Neuroradiology – 20th Annual Meeting
17/02 – 20/02/2006
Caribe Royale All Suites Resort
Orlando, Florida, EUA
End. eletrônico: www.aans.org

AANS / CNS Section on Disorders of the Spine and Peripheral Nerves
– 22nd Annual Meeting
15/03 – 18/03/2006
Wyndham Palace Resort & Spa
Orlando, Florida, EUA
End. eletrônico: www.aans.org

Simpósio Internacional de Doenças Cérebro-Vasculares
Sociedade de Neurocirurgia do Cone Sul
17/03 – 18/03/2006
Hospital Mãe de Deus
Porto Alegre, RS
End. eletrônico: [email protected]

II SONESP – Encontro de Neurocirurgiões Jovens do Estado de São Paulo
24.03 – 26.03.2006
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
São Paulo, SP
Fone: (0xx) 11 3812-4845 / Fax: (0xx) 11 3813-8136
End. eletrônico: [email protected]

Latin American Course in Pediatric Neurosurgery
27/03 – 31/03/2006
Portobello Hotel & Resort
Mangaratiba, RJ
End. eletrônico: fsalomã[email protected]
[email protected]
Eventos científicos

American Association of Neurological Surgeons – 74th Annual Meeting
22/04 – 27/04/2006
San Francisco Convention Center
San Francisco, California, EUA
End. eletrônico: www.aans.org

I Encontro Internacional de Educação Continuada da SONESP
28.04 – 30.04.2006
Hospital Sírio Libanês
São Paulo, SP
End. eletrônico: www.sonesp.com.br

IV Congreso Centroamericano de Neurocirugia
Curso de Educação Continuada da WFNS
7/5 – 13/05/2006
Centro de Convenciones Casa Santo Domingo
Antigua, Guatemala
Tel. (00xx) (502) 22540930 / 55092504
End. eletrônico: [email protected]
[email protected]

IX Congresso da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro
01.06 – 04.06.2006
Rio Othon Palace Hotel
Rio de Janeiro, RJ
Fone/Fax: (0xx) 21 22356967
End. eletrônico: www.sncrj.com.br

Atualização no Diagnóstico e tratamento das Lesões
Cirúrgicas do Plexo Braquial
13.07 – 15.07.2006
Hotel Renaissance
São Paulo, SP
Fone: (0xx) 11 5904-3643
End. eletrônico: [email protected]

1° Simposio Latinoamericano de Neuroendoscopia
06/09 – 08/09/2006
Varadero, Cuba
End. Eletrônico: www.neurocirugia.sld.cu
[email protected]
[email protected]

XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
14/09 – 19/09/2006
Centro de Convenções Centro Sul, Florianópolis, SC
Tel. (0xx) 47 3261313 / Fax: (0xx) 47 3264159
End. eletrônico: [email protected]

56th Annual Meeting – Congress of Neurological Surgeons
07/10 – 12/10/2006
Convention Center
Chicago, Illinois, EUA
End. eletrônico: [email protected]

XXXII Congresso Latino-Americano de Neurocirurgia
21.10 – 26.10.2006
Sheraton Buenos Aires Hotel – Centro de Convenções
Buenos Aires, Argentina
Fone: (00xx) 54 11 4382-5772 / Fax: (00xx) 54 11 4382-5730
End. eletrônico: www.clan2006.com.ar
[email protected]

XII Congresso da Academia Brasileira de Neurocirurgia
14.11 – 18.11.2007
Brasília, DF
End. eletrônico: www.abnc.org.br
www.novaa.com.br
J Bras Neurocirurg 16(3),144, 2005
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