Andressa Raquel Irgang dos Santos

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
GRADUAÇÃO
Andressa Raquel Irgang dos Santos
Ijuí, RS, Brasil
2016
2
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
Andressa Raquel Irgang dos Santos
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária, Área de Bovinocultura de Leite, da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como
requisito parcial para obtenção do grau de
Médica Veterinária.
Orientador: Profº. Med. Vet. Dr. Felipe Libardoni
Supervisor: Med. Vet. Jorge Luis Schifer
Ijuí, RS, Brasil
2016
3
Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul
Departamento de Estudos Agrários
Curso de Medicina Veterinária
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o
Relatório de Estágio da Graduação
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM
MEDICINA VETERINÁRIA
elaborada por
Andressa Raquel Irgang dos Santos
como requisito parcial para obtenção do grau de
Médica Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________
Felipe Libardoni, Dr. (UNIJUÍ)
(Orientador)
______________________________________
Roberta da Fontoura Pereira, Dra. (UNIJUÍ)
(Banca)
Ijuí, 02 de Julho de 2016.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho á minha família,
que sempre foi e será meu esteio,
minha fortaleza,
minha fé e meus maiores idealizadores.
Aqueles que sempre
estiveram ao meu lado
me apoiando e me incentivando
a lutar pelos meus sonhos.
Mas principalmente a ele que
não me deixou desistir nos momentos
mais difíceis da minha graduação:
meu amor, William.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente á Deus por ter me concedido a graça da vida e por me
acompanhar em todos os momentos de minha trajetória. Em segundo lugar, agradeço á
minha família, que significam tudo pra mim. Pai e mãe tenho orgulho de ser filha de vocês,
por ser quem são e por me dar sempre o melhor de vocês. À minha família, por sua
capacidade de acreditar е investir em meus sonhos. Seus cuidados е dedicação fоі o que
deram еm alguns momentos, а esperança pаrа seguir e a certeza dе qυе não estou sozinha
nessa caminhada.
Aos meus irmãos, Luís Fernando e Vanessa, por serem meus fiéis companheiros,
amigos e confidentes, sabem que sem os conselhos de vocês eu não chegaria até aqui. Muito
obrigada! Á minha cunhada Josiane, pela paciência, amizade e compreensão.
Ao meu namorado, William, não caberia todas as palavras aqui pra descrever o quanto
você foi e é importante nesse momento. Teu apoio e teu entendimento são únicos! Obrigada
pelo teu carinho e pelo teu amor nesse momento!
Ás minhas amigas irmãs do coração, Jéssica Tomio. e Loana Tamiosso. Agradeço
todos os dias por Deus ter colocado vocês em minha vida, com certeza ela se tornou mais
colorida e engraçada com a presença de vocês, por isso dedico esta conquista á vocês.
As meus amigos João P. Galvão, Antônio Z., Rafael Dala Rosa, Simoní M., Paula,
Gustavo, Tábata, Cindi e Débora, agradeço pelo ombro amigo de sempre, pelas risadas largas
e noites longas de estudo. Muito obrigada pelos ensinamentos. Aos demais amigos agradeço
pelo carinho e companheirismo ao longo de minha formação.
Agradeço ao efetivo do 7º RPMon, que me ensinaram que o certo é sempre o certo e
que o errado é o errado e não deves ser feito. Vocês foram essenciais nesse momento! Mais
que homens e mulheres da justiça, tornaram-se meus amigos os quais admiro demais pelo
trabalho desenvolvido em prol da comunidade.
Agradeço ao Dr. Jorge S. e sua amada esposa Fátima, que além dos conhecimentos
profissionais me ensinaram a ser alguém melhor, pois suas condutas e éticas são um exemplo
á ser seguido por todos! Levarei todos os seus ensinamentos pra vida.
Ao meu orientador Felipe Libardoni que só tenho á agradecer pelo incentivo, apoio e
principalmente por acreditar que eu era capaz.
Em especial aos professores, Roberta P., Gabrieli S., Maria A., Magda M. e Dagmar
C., obrigado por me ensinar que ser professor e ser amigo é algo ímpar. Com certeza seus
ensinamentos foram e serão pra sempre lembrados, fica aqui minha admiração e respeito por
vocês. Aos outros professores, agradeço pelos conhecimentos á mim repassados.
6
Á minha querida amiga e segunda mãe, Lenecir Burtet, obrigado pelo amor, carinho
incondicional e pelos ensinamentos da vida rural! E por fim, não menos importante, ao meu
querido avô Arnaldo Valmor Irgang que com certeza está lá no céu olhando por mim e
festejando pela realização do nosso sonho!
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RESUMO
Relatório de Graduação
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA
VETERINÁRIA – ÁREA CLÍNICA, CIRURGICA E REPRODUTIVA DE GRANDES
ANIMAIS
AUTORA: ANDRESSA RAQUEL IRGANG DOS SANTOS
ORIENTADOR: FELIPE LIBARDONI
Data e Local da Defesa: Ijuí, 02 de Julho de 2016.
O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de
Clínica, Cirurgia e Reprodução de Grandes Animais, na Agropecuária Farma Campo, que está
localizada na Rua das Chácaras, nº391, na cidade de Ijuí– Rio Grande do Sul, durante o
período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016, contabilizando um total de 150 horas. O estágio
ocorreu sob supervisão do Médico Veterinário Jorge Luís de Lima Schifer , sob orientação do
professor Doutor em Medicina Veterinária Felipe Libardoni. A realização do estágio teve
como principal objetivo aplicar os conhecimentos teóricos obtidos durante a graduação,
proporcionando uma abordagem ampla sobre a rotina clínica, reprodutiva e cirúrgica realizada
a campo na área de grandes animais, sobre os recursos disponíveis nestas condições. As
atividades que foram acompanhadas estão expressas em forma de tabelas onde estão
especificados os casos clínicos, cirúrgicos e solicitação de exames complementares que foram
acompanhados. Serão relatados dois casos clínicos, o primeiro refere-se á uma Intoxicação
por Solanum fastigiatum e o outro sobre Rinotraqueite infecciosa bovina (IBR), ambos
ocorridos em bovinos. O estágio curricular supervisionado proporciona a concretização da
teoria aplicada na graduação associada com a realidade deparada no campo profissional,
permitindo uma troca de conhecimentos entre acadêmico e supervisor resultando na
descoberta de outras técnicas, ampliando assim, o horizonte de conhecimentos, tanto
profissional quanto pessoal, instigando a prática do raciocínio e o desenvolvendo da
independência em relação á tomada de atitudes frente às dificuldades encontradas na clínica,
neste sentido se torna indispensável esta vivência para a formação de um profissional ético e
responsável.
Palavras-chave: Bovino. Propriedades Rurais. Aprendizado.
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................ 12
3. RELATO DE CASO 1 .................................................................................. 16
3.1. INTOXICAÇÃO POR Solanum fastigiatum (SOLANACEAE) EM UM
BOVINO¹..............................................................................................................................16
Resumo ................................................................................................................................. 16
Introdução ............................................................................................................................. 16
Metodologia .......................................................................................................................... 18
Resultados e discussões ........................................................................................................ 18
Conclusão.............................................................................................................................. 22
Referências Bibliográficas .................................................................................................... 22
4 RELATO DE CASO 2 ................................................................................... 24
4.1. INFECÇÃO PELO HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 1 (BoHV-1) EM UMA
VACA HOLANDESA¹ ....................................................................................................... 24
Resumo ................................................................................................................................. 24
Introdução ............................................................................................................................. 24
Metodologia .......................................................................................................................... 26
Resultados e Discussão ......................................................................................................... 27
Conclusão.............................................................................................................................. 31
Referências Bibliográficas .................................................................................................... 31
5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 34
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 35
7. ANEXOS ........................................................................................................ 39
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Exames Reprodutivos realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em
Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais
na Farma Campo- Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016
.......................................................................................................................................12
Tabela 2 -
Manejo sanitário do rebanho leiteiro em propriedades rurais realizados durante o
Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica,
Reprodução e Cirurgia de Grandes Animais na Farma Campo- Ijuí, no período de 05
de Abril a 13 de maio de 2016 .....................................................................................12
Tabela 3 -
Problemas reprodutivos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de Grandes
Animais na Farma Campo- Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016
.......................................................................................................................................13
Tabela 4 -
Ocorrências Clínicas no período do puerpério acompanhadas durante o Estágio
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e
Cirurgia de Grandes Animais na Farma Campo- Ijuí, no período de 05 de Abril a 13
de
maio
de
2016...............................................................................................................................13
Tabela 5 -
Atendimentos clínicos e procedimentos acompanhados durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de
Grandes Animais na Farma Campo- Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de
2016 ..............................................................................................................................14
Tabela 6 -
Atendimentos cirúrgicos e necropsias acompanhadas durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Reprodução e Cirurgia de
Grandes Animais na Farma Campo- Ijuí, no período 05 de Abril a 13 de maio de
2016...............................................................................................................................14
Tabela 7 -
Exames complementares solicitados acompanhados durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na Clínica, Reprodução e Cirurgia de
Grandes Animais na Farma Campo- Ijuí, no período 05 de Abril a 13 de maio de
2016...............................................................................................................................15
Tabela 8 -
Terapêuticas acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em
Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na Farma
Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016...................................15
10
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A - Laudo Histopatológico de Bovino...................................................................40
ANEXO B - Resultado do Exame por Soroneutralização em Bovino (IBR)........................41
11
1. INTRODUÇÃO
O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária é o momento onde o
aluno de graduação tem a ocasião de vivenciar o cotidiano do profissional da área podendo
desempenhar o papel de Médico Veterinário aprendendo e realizando, desde pequenos
procedimentos até situações complexas, que determinam um caso clínico.
Este estágio foi realizado na área de clínica, reprodução e cirurgia de grandes animais,
com ênfase em bovinos leiteiros. A execução ocorreu na Agropecuária Farma Campo, do dia
05 de Abril a 13 de maio de 2016, totalizando 150 horas. A supervisão interna foi feita pelo
Médico Veterinário Jorge Luis de Lima Schiffer e a orientação pelo professor Doutor em
Medicina Veterinária Felipe Libardoni.
A agropecuária Farma Campo é uma empresa familiar fundada dia 05 de Março de
2015. O proprietário Jeferson Porazzi, com experiência no ramo do agronegócio, teve a visão
deste mercado em ascendência e resolveu estabelecer um novo conceito na cidade de Ijuí. O
objetivo da empresa é atender Ijuí e região, tendo a perspectiva em cidades de Augusto
Pestana, Jóia, Catuípe, Coronel Barros, Ajuricaba, Bozano, dentre outras. Atualmente o
atendimento oferecido na empresa destina-se à agricultores e produtores de animais.
Conta com atendimento de médico veterinário, técnicos em agropecuária e parceria
com fabricantes e suas devidas assistências técnicas específicas, a fim de cumprir a ideologia
da empresa em oferecer os melhores produtos aliados aos melhores técnicos para obter os
melhores resultados no ramo agropecuário aumentando a eficiência econômica das
propriedades. Por ser uma empresa nova e com ideias condizentes com os princípios que
desejo seguir, voltada ao agronegócio e a prestação de serviço especializada na região onde
pretendo atuar, escolhi desenvolver o meu estágio neste local, visando à aproximação com os
produtores rurais que são assistidos pelo Médico Veterinário com anos de experiência nessa
área.
12
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária na Farma Campo – Ijuí serão apresentadas a seguir divididas nas
seguintes áreas: exames reprodutivos, manejo sanitário do rebanho leiteiro, problemas
reprodutivos, problemas no pós-parto, atendimentos clínicos gerais e atendimentos cirúrgicos,
além da solicitação de exames complementares.
Tabela 1. Exames reprodutivos realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em
Medicina Veterinária na área de Clínica, Cirurgia e Reprodução de Grandes Animais na
Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Palpação retal
Bovina
38
9,5
Exame vaginal
Bovina
1
0,25
Ultrassonografia via transretal
Bovina
361
90,25
400
100
Total
Tabela 2. Manejos sanitários do rebanho leiteiro em propriedades rurais realizados durante o
Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica, Cirurgia e
Reprodução de Grandes Animais na Farma Campo –Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de
maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Vacinação para Brucelose
Bovina
7
3,867
Vacinação para Clostridiose
Bovina
87
48,066
Bovina
87
48,066
181
100
Vacinação para IBR,BVD
e Leptospirose
Total
13
Tabela 3. Problemas reprodutivos acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária na área de Clínica, Cirurgia e Reprodução de Grandes Animais na
Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Retenção de placenta
Bovina
7
5,65
Cisto folicular Ovariano
Bovina
6
4,84
Bovina
4
3,23
Bovina
107
86,29
124
100
Endometrite pós-puerperal
catarral crônica de grau I
Endometrite pós-puerperal
catarral crônica de grau II
Total
Tabela 4. Ocorrências clínicas no período do puerpério acompanhadas durante o Estágio
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes
Animais na Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Deslocamento de abomaso à esquerda
Bovina
1
16,67
Deslocamento de abomaso à direita
Bovina
1
16,67
Distúrbio digestivo
Bovina
2
33,33
Mastite clínica
Bovina
1
16,67
Mastite Subclínica
Bovina
1
16,67
6
100
Total
Tabela 5. Atendimentos clínicos e procedimentos acompanhados durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na
Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
14
Procedimento
Espécie
Total
%
Casqueamento corretivo
Bovina
1
7,69
Intoxicação por Solanum fastigiatum
Bovina
1
7,69
Suspeita de Intoxicação por
Bovina
1
7,69
Suspeita de Tristeza Parasitária
Bovina
1
7,69
Suspeita de Leptospirose
Bovina
1
7,69
Suspeita de Urolitíase
Bovina
1
7,69
Trauma por queda na região do carpo
Bovina
1
7,69
Suspeita de Artrite Séptica (articulação
Bovina
1
7,69
Distúrbio digestivo
Bovina
3
23,08
Suspeita de Coccidiose
Bovina
1
7,69
Rinotraqueíte Viral Bovina
Bovina
1
7,69
13
100
Solanum fastigiatum
metatarso-falangeana)
Total
Tabela 6. Atendimentos cirúrgicos e necropsias acompanhadas durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na
Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Amochamento térmico
Bovina
7
21,88
Descorna por fio serra
Bovina
6
18,75
Identificação com ferro quente
Bovina
7
21,88
Cesariana
Bovina
1
3,13
Abomasopexia
Bovina
1
3,13
Necropsia
Bovina
1
3,13
Orquiectomia
Bovina
7
21,88
15
Exérese de 3ª pálpebra
Bovina
1
3,13
Extirpação de globo ocular
Bovina
1
3,13
32
100
Total
Tabela 7. Exames complementares solicitados acompanhados durante o Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na
Farma Campo – Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Histopatológico
Bovina
1
5,26
Sorologia IBR
Bovina
6
31,58
Sorologia BVD
Bovina
6
31,58
Sorologia Leptospirose
Bovina
6
31,58
19
100
Total
Tabela 8. Terapêuticas acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em
Medicina Veterinária na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na Farma Campo –
Ijuí, no período de 05 de Abril a 13 de maio de 2016.
Procedimento
Espécie
Total
%
Fisioterapia
Bovina
1
33,33
Papilomavírus
Bovina
2
66,67
3
100
Total
16
3. RELATO DE CASO 1
3.1. INTOXICAÇÃO POR Solanum fastigiatum (SOLANACEAE) EM UM BOVINO ¹
Andressa Raquel Irgang dos Santos², Felipe Libardoni³, Jorge Luís Lima Schifer4
Resumo
A intoxicação por Solanum fastigiatum é uma patologia que vem surgindo com maior
frequência nas propriedades produtoras de leite. Causam grandes prejuízos econômicos
devido aos transtornos gerados no espaço físico da propriedade. Está relacionado diretamente
com o manejo alimentar dos bovinos, onde a presença desta planta, ou ausência de alimentos
em períodos de seca, levam os animais a ingerir esta invasora a fim de suprir suas
necessidades alimentares. Os sinais clínicos caracterizam-se por mudança no comportamento
do animal, incoordenações motoras, rigidez muscular, opistótono, nistagmo, podendo ocorrer
crises de epilepsia que duram segundos ou minutos. A diminuição da produção de leite
também pode ser um indicativo de alteração comportamental. Os parâmetros fisiológicos em
situações mais avançadas são impossíveis de aferir, dificultando até mesmo a aproximação do
médico veterinário para a estipulação do diagnóstico. O tratamento é inexistente nestes casos,
devido às lesões irreversíveis no sistema nervoso. Neste relato, uma vaca de 4 anos e 5 meses
de idade apresentou mudança no seu comportamento de rotina, incoordenação motora, rigidez
muscular e andar em forma de marcha e indícios de cegueira, mostrando sinais condizentes
com patologias a nível de sistema nervoso central. O animal veio a óbito devido ao trauma
sofrido na contenção, podendo concluir-se que esta patologia é característica de animais que
ingerem a planta S. fastigiatum há bastante tempo, e que com a ausência de tratamentos o
quadro clínico se agrava, podendo ocasionar a morte por traumas secundários às lesões
primárias, sendo a retirada da planta a melhor forma de controle a ser indicada para a não
ocorrência desta problemática.
Palavras-chave: Bovinocultura de leite. Plantas Tóxicas. Doenças neurológicas.
Introdução
A intoxicação por plantas nos animais de produção é uma casuística que vem surgindo
desde os tempos da colonização portuguesa no Brasil. No Rio Grande do sul, a mortalidade
anual de bovinos é estimada em 5% de todo o rebanho, totalizando uma média de 650.000
17
cabeças de gado mortas anualmente (RIET-CORREA e MEDEIROS, 2001). Dentre as plantas
de maior interesse econômico pode-se citar a Solanum fastigiatum, encontrada nas regiões Sul
e Sudeste do Brasil (GÓRNIAK, 2008).
Solanum fastigiatum, popular “Jurubeba” ou “Joá- preto” (RECH et al, 2006), é
considerada uma planta tóxica, por possuir a propriedade de ocasionar prejuízos ao
desenvolvimento do animal ou causar a sua morte quando ingerida de forma natural e
espontânea (Riet-Correa e Schild, 1993). Este arbusto é considerado uma invasora de
pastagens ou de terrenos desabrigados podendo atingir até 1m de altura, com folhas largas e
flores brancas. Para que ocorra a intoxicação, o bovino necessita ingerir grandes quantidades
da planta, porém essa ingestão não está associada ao fator fome (RECH et al, 2006).
O principio ativo tóxico da S. fastigiatum ainda não é conhecido, especula-se que seja
uma
substância
que
inibe
as
enzimas
α
–manosidase
lissosomal,
acumulando
oligossacarídeos não-metabolizados dentro dos lisossomos, semelhantes ao encontrado na
Ipomoea carnea, promovendo a formação de vacúolos nas células do sistema nervoso central,
ocasionando a perda da função ou até a morte das células (GÓRNIAK, 2008). Esses vacúolos
são observados nos neurônios de Purkinje ocasionanando no aparecimento dos sinais
neurológicos característicos nesta intoxicação (RIET-CORREA et al., 1983).
A evolução desta intoxicação estende-se por vários meses e caracteriza-se por
convulsões epileptiformes recorrentes. Quando os animais sofrem perturbações exibem
nistagmo, opistótono, tremores, extensão dos membros anteriores, desequilíbrio e quedas
laterais ou posteriores, recuperando-se em segundos ou minutos. No intervalo das crises não
demonstram sinais clínicos expressivos. Os animais mais acometidos demonstram andar em
marcha, manifestação de hipermetria, perda de peso, podendo permanecer por um tempo
maior na posição de decúbito. Para verificar problemas no sistema nervoso, é aplicado o teste
conhecido como head raising test, que incide em elevar a cabeça do animal durante um
minuto e soltá-la logo após, se houver convulsão, o teste é considerado positivo (PIENAAR et
al. 1976).
Em bovinos a mortalidade é considerada baixa (3,4%) (RECH et al, 2006), já que
normalmente os produtores eliminam os animais afetados após a observação dos primeiros
sinais clínicos (RIET-CORREA et al, 2001 ). As intoxicações por S. fastigiatum não possuem
tratamento, por isso, o que se preconiza, é a profilaxia, que consistente em impedir que o
bovino tenha acesso às pastagens que possui alta concentração da planta. (GÓRNIAK, 2008;
RIET-CORREA et al. 2001). Devido à importância das intoxicações em bovinos, este
trabalho objetivou relatar um caso de intoxicação por S. fastigiatum em bovino.
18
Metodologia
Em março de 2016 foi atendido no interior de Coronel Barros, Rio Grande do Sul, um
bovino, fêmea, de 4 anos e 5 meses de idade, pesando 560Kg de peso vivo, da raça holandesa
com histórico de incoordenação motora, rigidez muscular, hipermetria e cegueira. Durante a
anamnese o proprietário relatou que o animal estava se alimentando normalmente, mas que
vinha perdendo peso, diminuindo a produção de leite nos últimos dois dias e demonstrando
sinais de inquietude. Ainda, o proprietário relatou que a mesma fora tratada por outro médico
veterinário para timpanismo na mesma semana, porém não havia demonstrado sinais de
melhora clínica.
Na tentativa de realizar o exame clínico para a determinação do diagnóstico, houve a
contenção da paciente, porém, o bovino acabou sofrendo uma queda ocasionando o seu óbito
por edema de glote. Em seguida, houve a realização da necropsia da paciente.
Coletou-se material para análise histopatológica dos rins, fígado, pulmão, baço,
placenta e feto, coração, encéfalo e o cerebelo fixado em formalina á 10%. Estas amostras
foram encaminhadas ao laboratório de patologias, em recipiente plástico asséptico,
armazenado a fresco, transportado em local apropriado e insípido em menos de 40 minutos
após coleta.
Para o estudo morfométrico do cerebelo, foi selecionada uma fatia longitudinal
cerebelo do bovino. Os neurônios de Purkinje foram contados em 20 campos microscópicos
com objetiva 10. Em cada campo foram contados todos os neurônios de Purkinje de uma
folha cerebelar e após, foi realizada a contagem média do número de neurônios de Purkinje. A
avaliação da espessura da camada molecular, foi realizada em 3 medidas/folha (faces laterais
e ápice da folha) nas mesmas folhas cerebelares em que foram contados os neurônios de
Purkinje, utilizando ocular micrométrica.
Resultados e discussões
Após causar prejuízos econômicos na propriedade, uma vaca holandesa de alta
produção, apresentou distúrbios neurológicos. O produtor rural solicitou atendimento médico
veterinário ao perceber que o animal não se encontrava com um comportamento adequado à
rotina de manejo seguida pela propriedade. Este animal havia parado de se alimentar e
confrontava tudo o que estava ao seu redor. Durante a avaliação clínica do bovino, houve a
suspeita de uma patologia envolvendo o sistema nervoso, pois o animal apresentava sinais de
19
nistagmo, rigidez muscular, incoordenação motora, hipermetria e andar semelhante à marcha
dos equinos e indícios de cegueira, sendo observações compatíveis com lesões neurológicas, a
qual impossibilitava a aproximação de qualquer pessoa, prejudicando a análise dos
parâmetros fisiológicos para o estabelecimento de um diagnóstico mais preciso. Ao tentar
conter o animal com cordas, a mesma entrou em conflito e sofreu uma queda levando-a a
óbito por fechamento da glote.
Segundo Sanches et al, (2000) as doenças que acometem o sistema nervoso central
(SNC) são causadas por alterações congênitas, degenerativas, neoplásicas, circulatórias ou
pela presença de agentes virais e bacterianos, que cursam com sinais de incoordenação
motora, rigidez muscular, hipermetria e nistagmo. Em bovinos, os distúrbios do sistema
nervoso central (SNC) envolvem um grupo de enfermidades consideradas importantes
(BARBOSA et al, 2005). Nos casos de intoxicação por S. fastigiatum há o aparecimento de
sinais clínicos característicos de disfunção cerebelar, devendo ser considerada diagnóstico
diferencial para outras doenças do sistema nervoso central em ruminantes adultos, como a
raiva, a encefalopatia hepática decorrente de insuficiência hepática por ingestão de Senecio
spp., a meningoencefalite por herpesvírus bovino, a babesiose cerebral, a febre catarral
maligna e a polioencefalomalacia, ambas principais doenças encontradas no Rio Grande do
Sul (RISSI et al, 2010; RECH et al, 2006). A diferença entre elas são descritas no exame de
histopatologia, onde a intoxicação pela S. fastigiatum não evidencia lesões significativas na
macroscópia, apenas na histologia cursa com sinais característicos, tais como a vacuolização e
posterior desaparecimento das células de Purkinje do cerebelo. Os axônios destas células,
localizados na camada granular, substância branca, medula e pedúnculos cerebelares, sofrem
degeneração Walleriana. As lesões histológicas são confinadas ao cerebelo e consistem na
vacuolização com ocasionais esferóides axonais na camada de células granulares e na
substância branca cerebelar. Nos casos avançados, há acentuada perda dos neurônios de
Purkinje e proliferação dos astrócitos de Bergmann (RIET-CORREA et al, 2002 ).
De acordo com Radostis et al. (2010) a capacidade funcional do sistema nervoso é
regulada em função dos outros órgãos, dificultando a distinção de doenças secundárias ou
primárias do sistema nervoso, pois na doença primária há lesões anatômicas com
consequências sérias e amplas, já nas injúrias secundárias, ao menos nas fases iniciais, há
probabilidade das lesões encontrarem-se nas funções dos órgãos, podendo responder melhor a
tratamentos nos órgãos primários. Como a intoxicação por S. fastigiatum causa lesões
cerebelares, esta doença é caracterizada como primária, causando anormalidades no estado
mental, movimentos involuntários, anormalidades na postura e andar, paralisia, distúrbio de
20
sensação, cegueira podendo ocorrer anormalidades no sistema nervoso autônomo, referindo
então, que são inúmeras as consequências que se pode ter neste quadro. Essas doenças do
sistema nervoso são consideradas graves por cursar com prognósticos reservados, decorrendo
com situações de tratamento antieconômicas aos produtores por um período indefinido, as
quais, muitas vezes são doenças incuráveis, principalmente em animais adultos.
As doenças neurológicas apresentam dificuldades na determinação dos diagnósticos,
exigindo do clínico a obrigação de tentar chegar ao melhor diagnóstico possível, utilizando
todos os meios de auxílio disponíveis ao seu alcance. Segundo o proprietário, o bovino
atendido nesse relato de caso mantinha um comportamento normal até então. A propriedade
apresentava rotina de vacinações periódicas contra leptospirose, carbúnculo sintomático e
raiva, porém havia falhas nutricionais e de manejo, principalmente em relação ao controle de
ectoparasitas e plantas invasoras. No referido caso relatado, as ferramentas utilizadas pelo
médico veterinário para a determinação da suspeita clínica, foram à verificação da presença
da planta nos locais de acesso dos animais, a ingestão da mesma, observações dos sinais
clínicos e a realização da necropsia, encaminhando os órgãos para a análise histopatológica,
para a confirmação das suspeitas de uma doença degenerativa.
Na necropsia, priorizou-se a retirada de fragmentos dos principais órgãos do tórax,
abdômen e crânio. Abriu-se a cavidade torácica, localizando os pulmões e coração, seguindo
para a região abdominal verificando rúmen, intestino delgado, fígado, rins, baço, placenta,
feto e por cerebelo na caixa cranial. Coletou-se material de vários pontos e observou-se
significativa quantidade de hemorragia no cerebelo. O coração também foi explorado, mas
apenas lesões petequeais foram localizadas e o aumento do órgão por morte agonizante foi
verificado. No laudo da biopsia observaram-se alterações no cerebelo com leve vacuolização
do citoplasma, ausência de neurônios de Purkinje e proliferação leve de células de Bergman,
com autólise e congestão multifocais leves. Pulmão com inflamação mista multifocal
moderada na parede alveolar, na luz de bronquíolos e lesões de morte agônica nos lóbulos
pulmonares, porém, não condizentes com a hipótese de intoxicação No coração houve a
presença de Sarcocystis sp., entretanto, esse achado microscópico é considerado acidental e
irrelevante neste caso. Com o laudo da biópsia obteve-se o diagnóstico de intoxicação por
ingestão de Solanum fastigiatum, em processo inicial. (ANEXO A)
Na descrição microscópica houve o aparecimento de leve vacuolização do citoplasma
com ausência dos neurônios de Purkinje, leve proliferação das células de Bergman com
autólise e congestão multifocais leves no cerebelo, o que é descrito por Mendez e Riet-Correa
(2008) como característico de lesões presentes em intoxicação por Solanum fastigiatum. Riet-
21
Correa et al. (2001) ainda cita que as células de Purkinje podem se encontrar aumentadas de
tamanho, com coloração rosa-clara, com perda dos grânulos de Nissl e presença de vacúolos
pequenos e numerosos dando um aspecto esponjoso à célula. Em seguida, esse tipo de célula
acaba sendo substituída por células da glia. Houve observação de numerosos esferóides
axonais na porção granular e na substância branca do cerebelo e nos pedúnculos cerebelares,
juntamente com microcavitação com aparecimento de macrófagos, acúmulo perivascular e
gliose, que evidenciam um processo de degeneração Walleriana, nestes casos a microscopia
eletrônica como diagnóstico complementar pode determinar que essas inclusões sejam
sucedidas pelas alterações do retículo endoplasmático liso, parecendo ser o resultado de uma
interação entre o princípio ativo da planta e lipídios das células afetadas com a formação de
complexos que são menos sensíveis à degradação que os lipídios normais.
As lesões demonstradas neste caso de intoxicação por Solanum fastigiatum teve como
reflexo a perda de precisão na movimentação da musculatura corporal. Desta forma, os sinais
de incoordenação motora são resultados da ausência das informações transportadas para os
neurônios de Purkinje sugerindo deficiência na resposta correta dos movimentos da
musculatura corporal da paciente. Colville e Bassert (2010) descrevem que o cerebelo é
responsável pela movimentação ordenada mantendo o equilíbrio, postura e reflexos
complexos nos animais. Basicamente, ele projeta o movimento que o corpo pretende fazer
posicionando de forma adequada a musculatura e as articulações, para que as intenções do
córtex cerebral sejam realmente executadas de forma correta. Danos ou doenças que
abrangem o cerebelo resultam na condição de hipermetria, tornando os movimentos
voluntários bruscos e exagerados. Na composição do cerebelo, têm-se as células de Purkinje,
classificadas como neurônios altamente diferenciados como moduladoras das informações
aferentes que chegam ao córtex cerebelar, fazendo a integração neuronal de todas as
informações recebidas pelo corpo controlando os movimentos musculares corporais
(BAUER-MOFFETT E ALTMAN, 1976).
Como método de controle pode-se evidenciar o manejo das pastagens como um fator
de grande redução da incidência da intoxicação por S. fastigiatum, considerando os seguintes
princípios: ofertando uma dieta apropriada às necessidades fisiológicas dos ruminantes e
eliminando a presença da planta nos lugares de acesso dos animais. (GÓRNIAK, 2008;
MÉNDEZ e RIET-CORREA, 2008). Rech et al. (2006) menciona ainda que quando há a
retirada dos animais levemente afetados logo após o aparecimentos dos sinais clínicos pode
instigar na recuperação das lesões, porém, não há descrição concreta desta medida devido à
rara irreversibilidade das lesões cerebelares.
22
Conclusão
Baseando-se nos sinais clínicos, dados epidemiológicos, nos resultados dos exames
complementares, e nos dados da literatura, conclui-se que a morte desse bovino decorreu em
virtude de intoxicação por Solanum fastigiatum.
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24
4 RELATO DE CASO 2
4.1. INFECÇÃO PELO HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 1 (BoHV-1) EM UMA VACA
HOLANDESA¹
Andressa Raquel Irgang dos Santos², Felipe Libardoni³, Jorge Luís Lima Schifer4
Resumo
O Herpesvírus bovino tipo 1 é um vírus comumente encontrado nas propriedades produtoras
de leite. Causam grandes prejuízos econômicos devido aos gastos com o uso de tratamentos
sintomático, profilaxia por vacinações, queda na produção leiteira e tentativa de
inseminações. Essa condição está relacionada com a infecção viral e a resposta da imunidade
do animal a fatores de estresse. Os sinais clínicos caracterizam-se por doenças respiratórias,
vulvovaginite pustular infecciosa, balanopostite pustular infecciosa, conjuntivite, abortos á
partir dos 4 meses de gestação e infertilidade. Não existe tratamento específico para o agente
infeccioso, pois o mesmo adota mecanismos de latentência nos animais infectados. A melhor
forma de controlar esta infecção se dá pela implantação de medidas de prevenção através da
detecção de animais positivos, cuidados com manipulação das secreções dos mesmos e a
utilização de vacinações preventivas em todo o rebanho. Neste relato uma vaca após
protagonizar um abordo no terço final da gestação, apresentou cios recorrentes e dificuldades
fecundativas, sendo avaliada e diagnosticada via exames sorológicos com herpesvírus tipo 1.
O tratamento
recomendado foi a aplicação de vacinas semestrais
posterior e
acompanhamentos gestacionais á nível de rebanho. Concluiu-se que a patologia é
característica de animais infectados com o vírus sendo esse excretado e transmitido pelas
secreções respiratórias, oculares, genitais, seminais, por contato direto com aerossóis, monta
natural, inseminação artificial ou por contato indireto através de fômites, sendo a vacinação
um meio eficaz de controle e prevenção.
Palavras-chave: Vaca de leite. Doença Viral. Manejo Vacinal.
Introdução
O Herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) é um vírus pertencete á família Herpesviridae,
subfamília Alphaherpesvirinae e gênero Varicellovirus (ALMEIDA, 2015). Acredita-se que
seu desenvolvimento em mamíferos ocorre á quase um bilhão de anos, sofrendo adaptações á
cada transferência de hospedeiro, tornando-se cada vez mais evoluído e especializado
25
(FRANCO e ROEHE, 2007). Recentemente, pesquisas revelaram que existem pelo menos
cinco principais biótipos, o que resulta nas diferentes condições clínicas dessa infecção viral
(PRINGLE, 2000).
O BoHV-1 está diretamente relacionado á perdas econômicas na bovinocultura de leite
e de corte, uma vez que diminui os índices indicativos de eficiência reprodutiva do rebanho,
comprometendo o intervalo entre partos, as frequências de endometrites, a taxa de concepção,
taxa de mortalidade embrionária precoce ou tardia, porcentagem de abortos, natimortos,
mortalidade neonatal, peso ao nascer, aumento de custos quanto ao número de doses de sêmen
e serviços especializados (ENGELS e ACHERMANN, 1996; JUNQUEIRA E ALIFIERI,
2006). Este patógeno está relacionado ao aparecimento de diferentes de manifestações
clínicas, tais como: doença respiratória (rinotraqueíte infecciosa bovina, IBR), conjuntivite,
vulvovaginite (vulvovaginite pustular infecciosa, IPV), balanopostite (balanopostite pustular
infecciosa, IPB), infertilidade, abortos e infecção multissistêmica fatal de neonatos (Kahrs
1977).
Uma infecção latente é estabelecida nos neurônios dos gânglios sensoriais e
autonômicos quando ocorre a sobrevivência dos animais infectados. Em situações de estresse
ou de administração de corticosteroides nesses animais permanentemente infectados, ocorre a
reativação viral levando á replicação no sítio da infecção primária, o aparecimento dos sinais
clínicos mais brandos e a excreção do vírus, tornando este animal o responsável pela
manutenção do BoHV-1 dentro do rebanho (FRANCO e ROEHE, 2007; MUYKELS et al,
2007).
A excreção e a transmissão do BoHV-1 são realizadas através das secreções
respiratórias, oculares, genitais e sêmen de bovinos infectados, via contato direto por
aerossóis, monta natural, inseminação artificial ou por contato indireto através de fômites
(FRANCO e ROEHE, 2007; PRINGLE, 2000). Suas manifestações clínicas incluem os
sistemas respiratórios, genital, reprodutivo e nervoso, dificultando a conclusão do diagnóstico
clínico por apresentar sinais compatíveis com patologias infecciosas e parasitárias rotineiras
(TAKIUCHI, ALFIERI e ALFIERI, 2004).
A infecção pelo BoHV-1 é difundida globalmente em rebanhos bovinos e é
considerada uma das restrições previstas no Código Internacional de Saúde para o comércio
internacional de animais vivos ou pelos seus subprodutos como sêmen, embriões e produtos
de biotecnologia animal, por ser considerada uma enfermidade de relevância socioeconômica
dentro das fronteiras dos países (OIE,2001). Apenas alguns países da Europa como a Áustria,
Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega são consideras zonas livres através da erradicação da
26
infecção por meio da identificação sorológica, eliminação de animais soropositivos dos
rebanhos e inserção de programas de erradicação do vírus (ACKERMANN e ENGELS, 2006;
MUYLKENS et al, 2007; VAN DRUNEN LITTEL-VAN DEN HURK, 2006).
No Brasil, estima-se que a prevalência dos rebanhos infectados está na média de 30 á
70% de um total aproximado de 190 milhões cabeças de gado (FRANCO e ROEHE, 2007).
Já no Rio Grande do Sul são descritas taxas de soropositividade de 71,3% dos rebanhos da
região sul do Estado (VIDOR et al., 1995).
Para a determinação do diagnóstico é necessário o uso técnicas que identificam a
presença do BHV-1 diretamente em amostras clínicas (TAKIUCHI, ALFIERI E ALFIERI,
2001). Dentre as técnicas mais utilizadas estão às inoculações de cultivos celulares,
imunofluorescência (IFA), detecção do DNA viral pela análise Reação da Polimerase em
cadeia (PCR), ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e a soroneutralização (SN). Em rebanhos
que possuem histórico comprovado da infecção, com sorologia alta e com sistemas de cria e
recria de animais sem procedência, recomenda-se a implementação de vacinação contínua e
regular para a redução da circulação do vírus (FRANCO e ROEHE, 2007). Diante da grande
casuística desta patologia viral nos rebanhos bovinos brasileiros, este trabalho objetivou
relatar um caso de Herpesvírus Bovino Tipo I em uma vaca leiteira na cidade de Ijuí.
Metodologia
Foi realizado um atendimento no interior do município de Ijuí/RS/Brasil, em uma vaca
holandesa multípara de 5 anos, com escore corporal 3, adquirida á cerca de meio ano, á qual
apresentava histórico de problemas reprodutivos. Na anamnese, o proprietário relatou que no
ato da compra do animal, a mesma apresentava-se em uma gestação de aproximadamente 5
meses, não sabendo informar se o produto gerado era gestado á partir de uma inseminação
artificial ou advindo de uma monta natural. Já acomodada nas novas instalações, a fêmea, ao
chegar ao terço final da gestação protagonizou um aborto de uma bezerra e a partir deste
acontecimento, não houve a concepção de uma nova gestação, apresentando sinais de cio
recorrente.
Ao exame clínico de inspeção das mucosas voltadas a área reprodutiva, verificou-se
que a vulva estava edemaciada (inchada) com presença de muco cristalino e transparente. Em
seguida prosseguiu-se com a realização do exame interno por via retal, não havendo
constatação de feto ou alterações anátomo-fisiológicas, no trato reprodutivo da paciente.
27
Na avaliação ultrassonográfica pela via endoretal, o útero apresentou-se túrgido,
assimétrico com ovário direito em formato oval e com folículos pré-ovulatórios e ovário
esquerdo com presença de pequeno corpo lúteo (CL) em regresso, sugerindo que esta matriz
estaria na fase do proesto a estro. Ao exame vaginal com o auxílio do espéculo observou-se
mucosa vaginal hiperêmica (avermelhada).
Após a efetivação dos exames do trato reprodutivo, pensou-se na afecção por doenças
reprodutivas infecciosas, desta forma, optou-se pela coleta de sangue da vaca para posterior
realização de exames específicos laboratoriais. Com a cauda jogada diretamente sobre o
costado da paciente localizou-se a veia coccígea (caudal) entre 6ª e a 7ª vértebra ao final da
prega caudal. Preconizou-se a limpeza da região com o uso de água e detergente e posterior
secagem com papel toalha. Em seguida, fez-se venopunção com agulha canhão com rosca
descartável com adaptador de calibre 25x0,7, com 3,8 cm de comprimento acoplado ao tubo
contendo vácuo sem anticoagulante.
A colheita foi diretamente em ângulo reto a pele e o osso, retirando o sangue
gradualmente enquanto o vácuo era aplicado a seringa, até a chegada de 6ml. O material da
paciente foi encaminhado juntamente com mais duas coletas sanguíneas de animais controles
da propriedade para os laboratórios de virologia e microbiologia da Universidade Federal de
Santa Maria – UFSM, para os testes de soroneutralização (SN) para Rinotraqueíte Infecciosa
Bovina (IBR), Diarréia Viral Bovina (BVD) e soroaglutinação para Leptospirose. Foi
informado ao produtor a possibilidade de sinais de cio pela matriz nos próximos dias,
devendo evitar o uso da inseminação artificial (IA) antes dos resultados sorológicos. Ainda
sim, se recomendou a separação do lote de vacas prenhez e imunocomprometidas e se caso
houvesse algum sinal de alteração na fisiologia da paciente, esta deverá ser informada
imediatamente ao veterinário.
Resultados e Discussão
Após a ocorrência de aborto no terço final da gestação, uma vaca holandesa multípara
de alta produção, apresentou distúrbios reprodutivos. Ao exame reprodutivo via retal por
palpação e com o auxílio do ultrassom, houve a constatação da ausência de alterações
fisiológicas. Diante dos resultados obtidos pelos exames, suspeitou-se da presença de doenças
infectocontagiosas, sendo determinada a realização da colheita sanguínea da paciente para
posterior pesquisa de doenças infectocontagiosas que acometem o aparelho reprodutivo
através do método de soroneutralização e soroaglutinação. Segundo o proprietário, a vaca
28
havia sido adquirida á cerca de meio ano na condição de prenhez com aproximadamente 5
meses, sendo que, já instalada e adaptada ao novo habitat, ao chegar ao sexto mês gestacional
protagonizou um aborto e a partir deste acontecimento não houve nova concepção. No
momento do atendimento, houve a instrução de separação deste animal do lote de vacas
prenhez e imunossuprimidas e que não houvesse tentativas de inseminação, a fim de esperar
os resultados obtidos do laboratório para que se soubesse a origem desta disfunção. Caso
houvesse algum sinal clínico de possíveis alterações fisiológicas com este animal, a
solicitação de uma nova reavaliação pelo médico veterinário se tornaria imprescindível.
De acordo com Fernandes (2006) a ocorrência de abortos são comuns em bovinos e
resultam em baixos índices de prenhez e nascimentos. O diagnóstico etiológico é complexo,
pois as causas são múltiplas. Segundo Juffo (2010) as causas de abortos em bovinos podem
ser classificadas em quatro grupos amplos: abortos causados por bactérias, fungos,
protozoários e vírus. Dentro desses grupos existem os agentes com maiores índices de
prevalência, como a Brucella abortus, Campylobacter spp., Leptospira spp., Aspergillus sp.,
Neospora caninum, Diarréia viral bovina (BVDV) e Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR)/
Vulvovaginite pustular infecciosa (IPV). Frente á essa problemática, o diagnóstico deve ser
realizado com total critério o qual envolve o histórico reprodutivo e as avaliações sorológicas
da mãe e do feto. Já nível de rebanho deve-se obter o histórico de introdução de novos
animais, taxa de incidência de abortos, índices de prenhez, repetições de cios, tipos de
inseminações utilizadas e manejos nutricionais e sanitários (FERNANDES, 2006).
No referido caso, a matriz já tinha protagonizado o aborto á mais de 4 meses na
propriedade, com repetições sucessivas de cio, porém não houve acesso ao natimorto e restos
fetais para a realização de exames complementares. Segundo Franco e Rohede (2007) para a
obtenção do diagnóstico presuntivo da infecção por herpesvírus bovinos deve-se utilizar os
dados do histórico da propriedade, sendo estes os sinais clínicos e lesões observadas ao exame
clínico. Os exames complementares mais utilizados nessa situação consistem em amostras de
tecidos e coletas de sangue. Neste caso para a obtenção do diagnóstico definitivo a análise de
eleição foi pela determinação sanguínea de anticorpos através do exame de soroneutralização.
A solicitação dos examse por soroneutralização e soroaglutinação para obtenção do
diagnóstico preciso foi realizada, focando na pesquisa por doenças mais encontradas na
região, como IBR, BVD e Leptospirose, pois segundo Ferreira (2009) e Caron, (2001) o teste
de SN é recomendado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), o qual detecta os
anticorpos que possuem a habilidade de neutralizar a infectividade do vírus (anticorpos
neutralizantes) considerado positivo toda a neutralização que determina um título igual ou
29
superior a 1 (seguindo a convenção da diluição inicial). Esta prova apresenta uma
sensibilidade de 89.2% e especificidade próxima a 100%. Após 30 dias da realização do
exame, foi constatado o resultado de infecção pelo BoHV-1 associado á Rinotraquíte
Infecciosa Bovina confirmando o diagnóstico infeccioso (ANEXO B). Somado á isso, os
testes diagnóstico solicitados para BVDV e Leptospirose apresentaram resultado negativo,
corroborando com o resultado de positivo para BoHV-1.
Entretanto, Franco e Rohede (2007) afirmam que a técnica sorológica de SN indica
nestes casos apenas que o bovino entrou em contato prévio com o agente, seja por infecção
natural ou por vacinação, portanto esta técnica não é considerada eficiente para diagnosticar
um evento de doença clínica. Desta forma, quando se deseja obter um diagnóstico mais
preciso, deve-se coletar soro do animal na fase aguda (sinais clínicos evidentes) e após quatro
semanas, um aumento de quatro vezes na titulação dos anticorpos entre as duas coletas é
indicativo de confirmação da infecção. Portanto nesta condição, uma nova colheita de sangue
e posterior avaliação laboratorial por SN poderia confirmar precisamente o diagnóstico de
BoHV-1.
Em relação a causa do BoHV-1 neste animal, pode-se suspeitar que o transporte desse
animal para seu novo habitat tenha desencadeado um quadro de estresse o qual levou á
reativação da infecção até então latente, iniciando a replicação de partículas virais nas células
nervosas sendo estas transportadas ao sítio primário (gânglios regionais), ocasionando uma
viremia provavelmente associada ao envolvimento dos monócitos e linfócitos ultrapassando a
barreira materno-fetal e produzindo a infecção letal no feto (aborto). Os mecanismos que
envolvem o estabelecimento, a manutenção e reativação das infecções latentes têm sido
frequentemente estudados, porém muitos detalhes moleculares ainda são desconhecidos. Com
base em achados de pesquisas acredita-se que as replicações virais nas células infectadas
geram a morte das mesmas por causar severas alterações estruturais e bioquímicas
ocasionando nos episódios de recrudescência que se caracteriza pelo aparecimento dos sinais
clínicos nos animais, podendo ser estes respiratórios, como na IBR cursando com abortos
entre o quinto e o oitavo mês e a Vulvovaginite pustular em fêmeas, que acarreta no
aparecimento de vesículas distribuídas na mucosa evoluindo para pústulas e úlceras cobertas
por material fibrinoso de coloração branco-amarelada, sendo esta a característica viral mais
branda (FRANCO e ROEHE, 2007). Neste caso, o aborto ao terço final da gestação condiz
com as descrições dos referidos autores sobre a infecção pelo agente da IBR.
É possível adotar medidas de controle para manter a propriedade livre, desde que
sejam empregadas medidas de profilaxia, tais como a utilização de sêmen livre de BoHV-1,
30
determinação da quarentena aos bovinos recentemente adquiridos
na propriedade e a
utilização de exames sorológicos anuais, visando impedir a reintrodução do BHV-1 no
rebanho (Del Fava et al, 1998). Franco e Roehe (2007) recomendam a utilização de contínuas
vacinações para o combate do vírus, as quais reduzem à circulação viral e a ocorrência da
doença clínica, reduzindo desta forma as perdas econômicas em rebanhos com históricos da
doença. Já em zonas livres a indicação é a adoção de medidas de biossegurança para evitar a
entrada do agente. Tais como exames no ato da compra para descarte de positivos, teste dos
reprodutores (sêmen e embriões) antes da sua introdução no rebanho.
Segundo Fulton (2001), há mais de 165 tipos de vacinas contra o vírus da
Rinotraqueíte Bovina Infecciosa (RBI) e Herpesvírus Bovino tipo 1 (VRBI). Estas vacinas
têm classificações conforme sua via de administração e o estado viral na sua composição, tais
como: vacina para administração parenteral com vírus vivo modificado (VVM), intranasal
(VVM), vacina com vírus vivo termossensível quimicamente modificado para uso parenteral,
vacinas inativadas e uma combinação recentemente lançada contendo o vírus inativado para
uso parenteral. Em relação a sua composição, as formulações podem conter um único
componente ou diferentes combinações. O uso das vacinas apresenta relativo sucesso na
prevenção da doença clínica e contribui para a diminuição da circulação viral, porém, não é
eficaz na erradicação (FRANCO e ROEHE, 2007). Em relação ao descarte, Del Fava et al.
(1998) apresenta melhores resultados com o do descarte das matrizes sororeagentes
comcomitando com a reposição de novilhas não reagentes. Com base nestes estudos houve a
indicação de um calendário de vacinações reprodutivas na propriedade e a avaliação da
possibilidade de descarte desta matriz.
Nos resultados apontados em estudos realizados por Schuch (2001), houve a
constatação que a utilização de vacinas contra o vírus BHV-1 não impossibilita a infecção
vital, mas pode reduzir consideravelmente a incidência e consequentemente diminui as perdas
econômicas. As vacinas mais encontradas na rotina veterinária possuem formulações com
vários antígenos (IBR, BDV, Leptospirose, Parainfluenza tipo 3, vírus Respiratório Sincicial
Bovino). O uso destas vacinas reprodutivas não é obrigatório pelos Órgãos de Defesa Animal,
ficando á critério do médico veterinário e dos produtores. Em relação á esquematização
vacinal principalmente das vacinas inativadas propõe-se a aplicação na primeira incidência de
rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR). A dose da vacina em bezerros é indicada no segundo
mês de vida seguindo com reforços de 21 a 28 dias e após a revacinação é anual já nas fêmeas
a indicação vacinal é preventiva, aplicando-se duas doses antes do serviço com um intervalo
31
de quatro semanas (HALFEN E VIDOR, 2001). Desta forma a instituição do calendário foi
proposta e aceita pelo produtor sempre seguindo a indicação dos fabricantes das vacinas.
Conclusão
Os fatores determinantes para a ingressão do Herpesvírus Tipo 1 estão inteiramente
relacionados a relocação de animais infectados no rebanho, devendo adotar medidas
preventivas destes animais, visando evitar a introdução de doenças infectocontagiosas, como a
IBR, nos animais já existentes no local. Nas medidas de cautela inclui a determinação de um
calendário de vacinação adequado, realização de exames ginecológicos e andrológicos
minuciosos nas fêmeas e machos do plantel e identificação sorológica dos animais positivos.
Outro fator determinante para o não aparecimento dessa patologia refere-se á adoção de
medidas de bem estar animal, a fim de amenizar o estresse dos animais diminuindo o fator de
reativação de infecções latentes.
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34
5. CONCLUSÃO
O estágio curricular supervisionado em medicina veterinária é o momento muito
importante na vida acadêmica de todo o estudante, pois ele consegue proporcionar a
possibilidade praticar o conhecimento adquirido em toda a sua graduação. Esta experiência
também permite o contato com os produtores rurais, desta forma, há troca de conhecimento da
rotina aliado às metodologias aprendidas em sala de aula, unem-se, formando um
conhecimento inovador, tanto para a questão profissional quanto para a questão pessoal.
Em relação às atividades desenvolvidas, todas foram importantes para a minha
formação profissional e pessoal, pois os conhecimentos novos perante as situações de rotina
vivenciadas me tornaram uma profissional mais responsável perante minhas atitudes. A
tomada de decisões diante dos atendimentos clínicos, cirúrgicos ou reprodutivos aliados á
conversações é um momento único e satisfatório a todo acadêmico, pois implica no
envolvimento e desenvolvimento dos conhecimentos obtidos, diante de tal fato, posso dizer
que não me arrependo da escolha que fiz, pois sei que me faz muito feliz e tenho certeza que
és a certa para minha vida profissional e pessoal.
35
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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