Diversidade genética de populações de minhocuçu Rhinodrilus

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54º Congresso Brasileiro de Genética
404
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Diversidade genética de populações
de minhocuçu Rhinodrilus alatus, Righi
1971, baseada em seqüências do gene da
Subunidade I Citocromo c Oxidase COI
do DNA mitocondrial
Siqueira, FF1; Sandes, SHC1; Guimarães, AQ1; Campos, SHC1; Drumond, MA1; Martins, RP1; Carvalho, MRS1
Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais
[email protected]
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Palavras-chave: Minhocuçu, Rhinodrilus alatus, conservação, diversidade genética, COI
O minhocuçu (Rhinodrilus alatus, Righi, 1971) é uma espécie endêmica do cerrado de Minas Gerais e sua exploração
como isca de pesca tem ocorrido há cerca de 70 anos. Ele está incluído na lista oficial da fauna ameaçada do Estado
(DN Copam 041/1995) e do Brasil (IN 003/2003). Entretanto, a atividade extrativista é de extrema importância para
famílias da região, que têm como fonte de renda a extração e comercialização dos animais. Para investigar aspectos
ecológicos, biodiversidade e filogenia do minhocuçu, assim como os aspectos de ecologia humana das populações que
dele dependem foi estabelecido o Projeto Minhocuçu. O presente trabalho buscou esclarecer, baseado no sequenciamento
da citocromo oxidase subunidade I mitocondrial (COI), aspectos da diversidade genética e estrutura de populações de
minhocuçus amostrados ao longo de toda área de distribuição. Trata-se de um estudo inédito com a espécie, visando-se
obter informações que auxiliem o delineamento de programas de conservação e manejo. O mtDNA tem sido utilizado
para reconstruir modelos históricos de demografia populacional, migrações, biogeografia, especiação e, principalmente
em estudos de genética de populações. Embora o mtDNA tenha a tendência a acumular mutações mais rapidamente
do que regiões nucleares, o gene da COI é conservado entre os animais. Nesse estudo, foram estudados minhocuçus da
espécie R. alatus (n=20) e da espécie R. motucu (n=1), coletado em brejo de Goiás. O DNA destes indivíduos foi extraído
de músculo dissecado, digerido por proteinase K, seguido de precipitação salina. A região da COI foi amplificada por
PCR. O sequenciamento foi feito pela reação de terminação de cadeia por di-deoxinucleotídeos e os produtos foram
separados em sequenciador ABI3130. A qualidade das seqüências (2 a 4/por indivíduo) foi avaliada com o programa
PhredPhrap Consed, e as mesmas foram alinhadas no MEGA 4.0. As análises de populacionais foram realizadas no
DNAsp 4 e no MEGA 4.0. Foi obtido um fragmento parcial de 583 pb da COI. Um total de 182 sítios segregantes,
totalizando 228 mutações, contribuiu para a construção de 19 haplótipos. A diversidade haplotípica total obtida foi
de 0,986 e diversidade nucleotídica (Pi) de 0,071. O haplótipo 3 foi o único presente em mais de uma localidade
(Cordisburgo e Corinto). A matriz de distância entre populações mostrou que o indivíduo R. motucu de Goiás apresentou
maior distância em relação às demais populações (entre 0,253-0,284), seguindo como população mais distante a do
PERD (entre 0,106-0,263). As populações que se mostraram mais próximas foram Maravilhas e Papagaio (0,010). Em
conclusão, nos animais averiguados para este gene se observa grande diversidade genética. Nos próximos estudos vamos
averiguar se a espécie está sofrendo ou sofreu um bottleneck recente, uma vez que sua extração é intensa.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq e Conservação Internacional do Brasil.
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