Economia Portuguesa 4º Trimestre 2013 Economia Portuguesa O segundo semestre foi de recuperação para a economia nacional. O Produto Interno Bruto (PIB) registou a maior subida entre os países do Euro, com um crescimento trimestral de 1.1%. No terceiro trimestre, a variação foi menor (0.2%), mas ainda assim acima da média dos 17 países membros. Para o conjunto de 2013, segundo as últimas previsões do Banco de Portugal, o PIB nacional deverá contrair 1.5%, o que compara favoravelmente com as anteriores estimativas, do Verão passado, que apontavam para uma queda de 2.0%. Ainda de acordo com o Banco de Portugal, a recuperação da actividade nos próximos dois anos será moderada, com taxas de crescimento de 0.8% e 1.3%, em 2014 e 2015, respectivamente. A confirmar-se esta inversão de tendência, 2013 poderá marcar o fim de uma contracção que, desde 2011, atingiu os 6.0% do PIB, em termos acumulados. Portugal: Crescimento do PIB e Saldo Externo de Bens e Serviços 2,00 4 4 1,00 2 0 0,00 0 -4 -1,00 -2 -8 -4 -12 -2,00 Trimestral (% trim/trim, eixo esquerdo) Anual (%, var. homóloga) -3,00 Dez-03 Dez-05 Dez-07 Dez-09 Dez-11 -6 Dez-13 -16 Set-03 Balança Corrente (% PIB) Set-05 Set-07 Set-09 Set-11 Set-13 Fonte: Bloomberg e INE. Saldo Externo de Bens e Serviços em milhões de euros (preços correntes). Gestão de Activos Paulo Monteiro [email protected] Telf.: 21 382 17 48 Banco Invest, SA Raúl Póvoa [email protected] Telf.: 21 383 56 18 Joana Fernandes [email protected] Telf.: 21 382 12 66 www.bancoinvest.pt Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1, 11º andar 1070-101 Lisboa Portugal Página 1 Economia Portuguesa 4º Trimestre 2013 As actuais projecções englobam a recuperação progressiva do Consumo Privado, que deverá crescer 0.3% e 0.7%, em 2014 e 2015, e do Investimento, que deverá subir 1.0% e 3.7%, respectivamente. O consumo público é esperado, por sua vez, continuar a cair (-2.3% e -0.5%), deprimindo, assim, a Procura Interna, que deverá aumentar apenas 0.1% e 0.9%, no próximo ano e seguinte. As Exportações deverão manter um crescimento forte nos próximos dois anos (5.5% e 5.4%, respectivamente), suportado pela recuperação da Procura Externa, embora com um ritmo inferior ao observado em 2013 (5.9%). De sublinhar o papel crucial que as exportações têm desempenhado no processo de ajustamento da economia portuguesa, num contexto de crescimento limitado da actividade económica mundial, em particular nos parceiros comerciais tradicionais. Nas projecções do Banco de Portugal, a procura externa deverá crescer 3.9% e 5.0%, em 2014 e 2015. Deste modo, a Balança de Bens e Serviços deverá atingir um saldo de 2.7% e 3.5% do PIB. A Balança Corrente e de Capital é esperada atingir um saldo de 3.8% e 4.7% do PIB. Contas Nacionais – óptica da despesa Composição PIB Procura Externa (%PIB) 120% 4% 2% 100% 0% 80% -2% 60% -4% 40% -6% -8% 20% -10% 0% Set-95 Set-98 Cons Privado Set-01 Cons Público Set-04 Set-07 Investimento Set-10 Set-13 Procura Externa -12% -14% Mar-95 Mar-98 Mar-01 Mar-04 Mar-07 Mar-10 Mar-13 Fonte: INE. A taxa de desemprego, apesar da evolução recente positiva, mantém-se historicamente elevada, nos 15.6%. A taxa de desemprego, que em Setembro último se situava nos 15.6% (abaixo do máximo de 17.7%, registados em Março), é esperada permanecer elevada, acima dos 17%, em 2014, segundo as previsões do Governo constantes no Orçamento de Estado para o próximo ano. Relativamente à taxa de inflação, o Banco de Portugal espera que a evolução dos preços se mantenha particularmente controlada. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deverá aumentar 0.8% e 1.2%, em 2014 e 2015. Em 2013, as estimativas indicam um aumento de apenas 0.5%. Página 2 Economia Portuguesa 4º Trimestre 2013 Projecções para a economia nacional: 2013-2015 Pesos 2012 (% PIB) 2013 2014 2015 Produto Interno Bruto 100,0% -1,5% 0,8% 1,3% Consumo Privado 65,7% -2,0% 0,3% 0,7% Consumo Público 18,2% -1,5% -2,3% -0,5% Formação Bruta de Capital Fixo 16,0% -8,4% 1,0% 3,7% Procura Interna 100,6% -2,7% 0,1% 0,9% Exportações 38,7% 5,9% 5,5% 5,4% Importações 39,3% 2,7% 3,9% 4,5% Balança Corrente e de Capital (% do PIB) 2,5% 3,8% 4,7% Balança de Bens e Serviços (% do PIB) 1,7% 2,7% 3,5% Fonte: Banco de Portugal. Por fim, uma referência ao ajustamento orçamental do Estado em curso. Segundo o Ministério das Finanças, o saldo global das contas públicas deverá atingir os -5.9% do PIB, em 2013, e os -4.0% do PIB, em 2014. O saldo primário, por sua vez, deverá situar-se nos -1.6% e +0.3% do PIB, este ano e no próximo, respectivamente. A Dívida Pública, em percentagem do PIB, ainda segundo as previsões do Ministério das Finanças, constantes no Orçamento de Estado para 2014, deverá situar-se nos 127.8% e 126.6%, em 2013 e 2014. 250 140% 120% Dívida Total 200 % do PIB (eixo dto.) 150 Thousands Thousands Portugal: Dívida Directa do Estado e PIB 70 3% PIB (preços correntes) 60 100% 50 80% 40 60% 30 40% 20 20% 10 Var. Trimestral (eixo dto) 2% 1% 0% 100 -1% 50 0 Set-03 Set-05 Set-07 Set-09 Set-11 0% Set-13 0 Set-03 -2% Set-05 Set-07 Set-09 Set-11 -3% Set-13 Fonte: INE, IGCP. Paulo Monteiro Redigido em 17 de Dezembro de 2013 Valores e rendibilidades até 13 de Dezembro de 2013 Página 3 Economia Portuguesa 4º Trimestre 2013 DISCLOSURES O Banco Invest SA, uma instituição registada e regulada pelo Banco de Portugal e pela Comissão de Valores Mobiliários (CMVM). Os analistas que compõem a equipa de Research do Banco Invest SA encontram-se, para todos os efeitos, devidamente registados junto da CMVM. Significado das recomendações: Compra significa uma rendibilidade esperada superior a 10%; Neutral significa uma rendibilidade esperada entre 0% e +10%; Redução significa uma rendibilidade esperada entre -10% e 0%; Venda significa uma rendibilidade esperada inferior a -10%. O Banco Invest pode ter, no presente e/ou no futuro, algum tipo de relação comercial com as empresas mencionadas neste relatório. Os membros da equipa de Research do Banco Invest não recebem qualquer tipo de compensação pelo exercício regular das suas recomendações, as quais reflectem opiniões estritamente pessoais. Histórico de recomendações (últimos 12 meses): Não existe. Disclaimer A informação contida neste documento foi elaborada pelo Departamento de Research do Banco Invest e tem carácter meramente informativo e particular, utilizando informação económica e financeira disponível ao público e considerada fidedigna. No entanto, a sua precisão não pode ser totalmente garantida e nada obsta a que aquelas fontes possam, a qualquer momento e sem aviso prévio, ser alteradas pelo Banco Invest. As opiniões expressas reflectem o ponto de vista dos autores na data da publicação, sujeitas a correcções, e podem ser diferentes ou contrárias a opiniões expressas por outras áreas do grupo, como resultado da utilização de diferentes critérios e hipóteses. Assim, qualquer alteração verificada nas condições de mercado poderá implicar alterações ao conteúdo informativo deste relatório, cuja exactidão, veracidade, validade e actualidade deverá ser sempre devidamente analisada, avaliada e atestada pelos respectivos destinatários. Não há qualquer periodicidade na emissão das presentes recomendações de investimento. 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Mais se declara inexistirem quaisquer situações de conflito de interesses tendo por objecto o título e/ou emitente a que se reporta o presente documento, por um lado, e o autor da presente recomendação ou o Banco Invest, SA, por outro.O Banco Invest, ou os seus colaboradores, poderão deter, a qualquer momento, uma posição sujeita a alterações, em qualquer título referenciado neste documento.O Banco Invest, SA encontra-se sujeito à supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Banco de Portugal. Página 4