O SOL O Sol é uma estrela de tipo bastante comuml, uma das mais de 100 bilhões de estrelas na nossa galáxia. Está personificado em muitas mitologias: os Gregos chamavam-lhe Helios e os Romanos de Sol. O Sol é de longe o maior objeto no Sistema Solar. Contém mais de 99.8% da materia total do Sistema Solar (Júpiter contém praticamente o resto). Diz-se regularmente que o Sol é uma estrela "vulgar". Isso é verdade no sentido em que existem muitas outras semelhantes. Mas existem muito mais estrelas pequenas que grandes; o Sol está no top 10% por massa. A maioria das estrelas da nossa galáxia tem provavelmente menos de metade da massa do Sol. As camadas exteriores do Sol exibem rotações diferentes: no equador a superfície completa uma volta em cada 25.4 dias; perto dos polos chega até aos 36 dias. Este comportamento estranho deve-se ao fato do Sol não ser um corpo sólido como a Terra. Efeitos similares são vistos também nos planetas gasosos. Estas diferenças na sua rotação estendem-se até ao interior do Sol, embora o núcleo gire como um corpo sólido. As condições no núcleo do Sol (aproximadamente os 25% interiores do seu raio) são extremas. A temperatura é de cerca de 15.6 milhões °C e a pressão é altíssima. A superfície do Sol, chamada fotosfera, está a uma temperatura de cerca de 5500 °C. As manchas solares são regiões mais "frias", apenas a 3500 °C (aparecem escuras apenas por comparação com as regiões em volta). As manchas solares podem ser muito grandes, quase chegando aos 50,000 km em diâmetro. São causadas por interações complicadas e não muito compreendidas no campo magnético do Sol. Uma pequena região conhecida como a cromosfera situa-se acima da fotosfera. Outra região altamente rarefeita acima da cromosfera, chamada a coroa, estende-se milhões de quilômetros no espaço, mas é apenas visível durante os eclipses. As temperaturas na coroa podem exceder 1,000,000 °C. Ora acontece que a Lua e o Sol parecem do mesmo tamanho no céu quando vistos da Terra. E dado que a Lua orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano que a órbita da Terra em torno do Sol, por vezes a Lua encontra-se diretamente entre a Terra e o Sol. Isto é chamado de eclipse solar; se o alinhamento é algo imperfeito então a Lua cobre apenas parte do disco solar e o evento chama-se eclipse parcial. Quando se alinha perfeitamente a totalidade do disco solar é bloqueada e então chama-se de eclipse total do Sol. Os eclipses parciais são visíveis numa grande área da Terra, porem a região onde um eclipse total é possível de observar é muito estreita, com apenas alguns quilômetros de largura (embora tenha vários milhares de quilômetros em comprimento). Os eclipses do Sol acontecem uma ou duas vezes por ano. Se ficar em casa, é provável que observe eclipses parciais algumas vezes por década. Mas dado que o percurso da totalidade é muito pequeno, é muito improvável que atravesse o local onde vive. Por isso as pessoas regularmente viajam até ao outro lado do mundo apenas para ver um eclipse solar total. Ficar à sombra da Lua é uma experiência arrebatadora. Durante uns preciosos minutos o céu fica escuro a meio do dia. Conseguem-se ver estrelas e planetas. E pode-se observar a coroa solar. Vale bem a pena a viagem. O campo magnético do Sol é muito forte (pelos padrões terrestres) e muito complicado. A sua magnetosfera (também conhecida por heliosfera) estende-se para além de Plutão. Em adição ao calor e luz, o Sol emite também uma corrente de baixa densidade de partículas carregadas conhecida como vento solar que se propaga pelo Sistema Solar a 450 km/s. O vento solar liberado por explosões solares podem ter efeitos dramáticos na Terra, variando entre quebras de eletricidade a interferências de rádio ou até às espetaculares auroras. Estudos mais aprofundados do vento solar foram feitos pela sonda Wind, lançada em 1994, pela ACE e pela SOHO, no ponto de vantagem situado entre a Terra e o Sol a cerca de 1.6 milhões de km da Terra. O vento solar tem grandes efeitos nas caudas dos cometas e também nas trajetórias das sondas. Uma missão de recolha de amostras, Genesis, foi desenhada para permitir aos astrônomos medir diretamente a composição do material solar. Regressou à Terra em 2004 mas sofreu danos quando o seu paraquedas não abriu ao entrar na atmosfera da Terra. Espetaculares "loops" e proeminências são regularmente visíveis no limbo solar. A libertação de material do Sol não é sempre constante. Nem a quantidade da atividade solar. Houve um período de baixa atividade de manchas solares na segunda metade do século XVII chamada "Maunder Minimum". Coincide com um período anormalmente frio no norte da Europa às vezes conhecido como Pequena Idade do Gelo. Desde a formação do Sistema Solar que o material libertado pelo Sol aumentou em 40%. O Sol tem cerca de 4.5 bilhões de anos. Desde o seu nascimento usou cerca de metade do seu combustível nuclear. Irá assim continuar "pacificamente" por outros 5 bilhões de anos. Mas eventualmente irá ficar sem combustível para gastar. Irá ser forçado a fazer mudanças radicais, embora comuns pelos padrões estelares, o que resultará na total destruição da Terra (e provavelmente na criação de uma nebulosa planetária). Existem oito planetas principais e um grande número de objetos menores orbitando o Sol (exatamente quais os corpos que deveriam ser classificados como planetas e quais como "objetos menores" tem sido fonte de alguma controvérsia, mas no fundo é tudo uma questão de definição). DATAS IMPORTANTES 585 AC Primeiro eclipse solar previsto com êxito. 1610 Galileu observa manchas com o seu telescópio. 1650-1715 Descoberto o mínimo solar. 1854 Feita a primeira ligação entre a atividade solar e a atividade geomagnética. 1868 Observadas pela primeira vez linhas de hélio no espectro solar. 1942 Pela primeira vez, observadas as emissões de rádio do Sol. 1946 Descoberta a temperatura da coroa (1,000,000 K). 1959 Primeiras observações diretas do vento solar pela Mariner 2. 1973-74 A Skylab observa o Sol, descobrindo os buracos coronais. 1982 Primeiras observações de nêutrons de uma protuberância solar pela Solar Maximum Mission(SMM). 1991 O satélite japonês Yokhoh estuda os raios-X e raios-gama do Sol. 1994-2000 A missão Ulisses da NASA/ESA estuda as regiões polares do Sol. 1995-2012 A Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) da ESA/NASA estuda o interior, atmosfera e vento do Sol. 1998 O satélite da NASA Transition Region and Coronal Explorer observa a fotosfera, a região de transição e a coroa. 2006 Lançamento da missão gémea STEREO, com o objetivo de estudar os fenómenos solares. 2010 A missão SDO (Solar Dynamics Observatory) começa a estudar o Sol.