UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS UFAL CECA RENAN ALMEIDA BRITO DA SILVA AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE CAPIM PANGOLÃO (Digitaria pentzii Stent) SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO RIO LARGO – ALAGOAS - BRASIL 2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO CAPIM PANGOLÃO (Digitaria pentzii Stent) SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO Renan Almeida Brito da Silva Orientador: José Teodorico de Araujo Filho Trabalho de Conclusão de Curso apresentado Agronomia, ao da Curso de Universidade Federal de Alagoas – Centro de Ciências Agrárias, como requisito para obtenção do titulo de graduado em Agronomia. RIO LARGO – ALAGOAS - BRASIL 2010 RENAN ALMEIDA BRITO DA SILVA AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO CAPIM PANGOLÃO (Digitária pentzii Stent) SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia apresentado em junho de 2010 e aprovado com média ______, pela Banca Examinadora formada pelos seguintes membros: _________________________________________________ Profº. Drº. José Teodorico Araujo Filho _________________________________________________ Profº. Drº. Eurico Eduardo Pinto de Lemos _________________________________________________ Profº. Drº. Sharlyton Harysson Barbosa da Silva RIO LARGO – ALAGOAS - BRASIL 2010 DEDICO Dedico esse TCC com todo meu AMOR e CARINHO, a meus pais Darivaldo e Gilene, que sempre, me orientaram, me ensinaram e me ensinam a lutar sempre por meus objetivos e fazendo dos meus os deles, a superar obstáculos, a ter honestidade sempre em tudo que desempenhar. Alcancei esse mérito, tenho absoluta certeza, foram eles que me colocaram aqui, principalmente meu pai, que mesmo me vendo distante dele, quis sempre me ver à frente, conquistando o melhor para minha vida!Minha mãe, quantas vezes, chorou de saudades, quantas vezes a deixei chorando, mas ela nunca deixou de me incentivar, e até tirar de si para me ver feliz!Tudo que sou e possuo hoje, devo a eles!Eles sempre fazem tudo para me ver feliz!Pai, Mãe, Muito Obrigada por tudo! Eu os AMO infinitamente... A meus irmãos de coração, namorada, Muito Obrigado por tudo! Vocês são presentes preciosos, que DEUS colocou em minha vida! iii AGRADECIMENTOS Agradeço á orientador José Teodorico de Araujo Filho. Ao Centro de Ciências Agrárias - UFAL, por ter me acolhido todos esses anos. Ao Laboratório de Análises de Solo e Tecido Vegetal do CECA-UFAL. Aos professores e colegas do Curso. À minha namorada Poliana Cássia. Ao amigo e colaborador no TCC Madyson. Aos meus familiares. Aos meus amigos (as). Muito Obrigado! iv LISTA DE TABELAS Página Tabela 1. Atributos básicos de fertilidade do solo........................................ 13 Tabela 02. Peso da matéria verde, matéria seca, cinza e proteína bruta do . capim Pangolão, avaliado em três idades de corte, em função de doses . crescentes de nitrogênio................................................................................ 20 v LISTA DE FIGURAS Página Figura 01. Casa de vegetação utilizada para condução do experimento...... 14 Figura 02. Implantação do experimento em vasos de acrílico....................... 15 Figura 03. Escolha das duas melhores plantas e corte de uniformização..... 15 Figura 04. Peso da matéria verde do capim Pangolão, idades de corte....... 17 Figura 05. Peso da matéria verde do capim Pangolão, doses de N.............. 18 Figura 06. Peso da matéria verde do capim Pangolão, Médias de Interação (idades de corte x doses de N)...................................................... 19 Figura 07. Matéria seca do capim Pangolão, idades de corte....................... 21 Figura 08. Matéria seca do capim Pangolão, doses de N............................. 22 Figura 09. Matéria seca da parte aérea do capim Pangolão, Médias de Interação (idades de corte x doses de N)...................................................... 23 Figura 10. Cinza do capim Pangolão, idades de corte.................................. 25 Figura 11. Cinza do capim Pangolão, doses de N......................................... 26 Figura 12. Cinza do capim Pangolão, Médias de Interação (idades de corte x doses de N)........................................................................................ 27 Figura 13. Proteína bruta do capim Pangolão, idades de corte..................... ...28.... vi Figura 14. Proteína bruta do capim Pangolão, doses de N........................... 29 Figura 15. Proteína bruta do capim Pangolão, Médias de Interação (idades de corte 1 x doses de N)................................................................................ 30 vii SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................................... ix ABSTRACT................................................................................................................. x I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 II. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 3 2.1. Espécie forrageira: Capim Pangolão (Digitaria pentzii Stent) ........................... 3 2.2. Nitrogênio .......................................................................................................... 4 2.2.1. Ciclagem de Nitrogênio em pastagens ....................................................... 7 2.2.2. Fontes de Nitrogênio ................................................................................. 7 2.3. Época de corte ............................................................................................... 10 III MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 13 3.1. Tratamentos e delineamento experimental .................................................... 13 3.2. Instalação e condução do experimento .......................................................... 13 3.3. Preparação das amostras a serem analisadas ............................................... 16 3.4. Determinação do peso da matéria verde, matéria seca, cinza e proteína bruta ............................................................................................................................... 16 3.5. Análise estatística .......................................................................................... 16 IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 17 4.1. Rendimento do peso da matéria verde ........................................................... 17 4.2. Rendimento da matéria seca .......................................................................... 21 4.3. Rendimento da cinza ...................................................................................... 24 4.4. Rendimento da proteína bruta......................................................................... 27 V. CONCLUSÕES .................................................................................................... 31 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 32 viii RESUMO SILVA, Renan Almeida Brito da, Universidade Federal de Alagoas, junho de 2010. Avaliação qualitativa de Capim Pangolão (Digitaria pentzii Stent) submetido a diferentes doses de nitrogênio. Orientador: José Teodorico de Araujo Filho. O objetivo deste trabalho foi avaliar o aspecto qualitativo em função de doses de nitrogênio aplicadas no capim Pangolão em diferentes idades de corte. Em casa de vegetação, conduziu-se um experimento fatorial 3 x 5 (três idades de corte X cinco níveis de adubação) perfazendo 15 tratamentos, com quatro repetições. As plantas cresceram em vasos preenchidos com amostra de um Neossolo Regolítico. O nitrogênio foi aplicado no início do ciclo do capim Pangolão. A aplicação de N aumentou o peso da matéria verde da parte aérea nas três idades de corte, com diferença significativa e ocorrendo na idade de 80 dias o maior valor. Para variável matéria seca o nitrogênio aumentou linearmente os seus valores com as idades de corte e doses de nitrogênio. A aplicação de nitrogênio favoreceu o aumento do teor de cinza do capim Pangolão, mas em relação às idades de corte houve um decréscimo linear no teor. A proteína bruta diminuiu linearmente com as idades de corte. As doses de nitrogênio aumentaram significativamente essa variável com crescimento linear, com os valores mais significativos encontrados na idade de 40 dias. Assim a aplicação de nitrogênio aumentou o peso da matéria verde, a matéria seca, a cinza e a proteína bruta da parte aérea do capim Pangolão. A idade de corte influenciou o aumento do peso verde e da matéria seca, decrescendo os valores de cinza da parte aérea da planta e proteína bruta. Palavras chave: proteína bruta, adubação nitrogenada, peso da matéria verde, matéria seca ix ABSTRACT SILVA, Renan Almeida Brito da, Universidade Federal de Alagoas, june de 2010. Qualitative assessment of Pangolão grass (Digitaria pentzii Stent) under different nitrogen levels. Adviser: José Teodorico de Araujo Filho. The aim of this study was to evaluate the qualitative aspect in terms of nitrogen levels in grass Pangolão at different cutting ages. In the greenhouse, we conducted a 3 x 5 factorial experiment (three cut X five fertilization levels) making 15 treatments in four replications with a total of 60 plots were grown in pots filled with a sample of Entisol . They were evaluated in three cut. The nitrogen was applied early in the cycle of grass Pangolão. Nitrogen application increased the weight of the fresh of shoots in the three cut, and with a significant difference occurring at the age of 80 days is the greater. For variable dry nitrogen increased linearly their values in relation to cutting ages and levels of nitrogen. The nitrogen application favored the weight of ash from grass Pangolão, but in relation to the age cutoff was a linear decrease in weight. At the ages of crude protein decreased linearly cut its values for the variable nitrogen rates responded significantly with linear growth, where the most significant values are in the age of 40 days. Thus the nitrogen application increased the weight of the fresh, dry matter, ash and crude protein of grass shoots Pangolão. For cutting ages were influenced in the increase of fresh weight and dry matter, decreasing the values of ash and crude protein. Key words: crude protein, nitrogen fertilization, weight of the fresh, dry matter x I INTRODUÇÃO No Nordeste a busca para aumentar significativamente a produtividade dos rebanhos de gado bovino, ovino e caprino é cada vez mais presente, obrigando cada vez mais o produtor a ter pastagens de alta qualidade e bem manejado, permitindo satisfazer as demandas alimentares dos rebanhos. Melhorar a disponibilidade e a qualidade das forragens é um fato amplamente reconhecido como forma de satisfazer tais exigências. A produção de matéria seca por área de uma forrageira pode expressar o seu potencial de cultivo e produtivo. Contudo devemos investigar mais as pastagens, levando em consideração uma faixa de germoplasma de capins do gênero Digitária, onde oferece muitas possibilidades no melhoramento na porção nordestina do país. Para resolver os problemas, que assim vem surgindo constantemente e que ameaçam a produtividade das pastagens. No ano de 1962 foi introduzido inicialmente no Sudeste brasileiro o capim D. pentzii Stent, comumente chamada de pangolão ou pangola A-24, sendo logo multiplicada, pois era propalada sua resistência a uma virose que estava constituindo problema nas pastagens de capim-pangola em outros países cuja presença começava a ser rejeitada no Brasil. O mau manejo acompanhado da baixa reposição da fertilidade do solo, e a grande susceptibilidade do “pangolão” à cochonilha dos capins, Antonina graminis, fizeram com que as pastagens com ele constituídas fossem dizimadas (WILLIAMS & SCHUSTER, 1970). Ao longo dos anos observamos a introdução e o aumento dos estudos sobre outras gramíneas do gênero Digitária, algumas delas com características que as fizeram substituir o pangolão, hoje pouco utilizado; mas com índices de produtividade e digestibilidade que recomendam seu estudo mais profundo e mesmo sua multiplicação e difusão. Para melhorar a disponibilidade e a qualidade das forrageiras, junto com a intensa exploração das pastagens é de suma importância a correção da fertilidade 1 do solo, com o objetivo de alcançar uma exploração mais sustentável. O nitrogênio é um dos nutrientes mais exigidos pelas gramíneas forrageiras e sua utilização influencia a produção de matéria seca e valor nutritivo da forragem, perfilhamento e crescimento vegetativo. O Nitrogênio (N) é um elemento importante para o crescimento das gramíneas forrageiras, pois acelera a formação e crescimento de novas folhas, melhora o vigor de rebrota, incrementando a sua recuperação após o corte, resultando em maior produção e capacidade de suporte das pastagens (CECATO et al., 1996). O aumento da produção de forragem de gramíneas tropicais tem sua produtividade aumentada sensivelmente com o uso de adubos nitrogenados. Entretanto essa pratica deve ser observada diante da economicidade e do impacto ambiental, dependendo assim de uma importante análise envolvendo a eficiência do uso do N do fertilizante pela planta. Em pastagens de gramíneas tropicais, a recuperação média do nitrogênio do fertilizante (medida por meio do 15N-fertilizante) na parte aérea, no sistema radicular + solo e no sistema solo-planta, é de 29, 39 e 72 %, respectivamente (MARTHA Jr. et al., 2007). A degradação das pastagens esta estreitamente correlacionada com a redução da disponibilidade do nitrogênio, resultando em queda acentuada da capacidade de suporte e do ganho de peso dos animais a cada ano de utilização da pastagem. Neste contexto, são poucas as pesquisas que correlacionam a adubação combinada do nitrogênio sobre as avaliações quantitativas do capim Pangolão. Assim, a presente pesquisa teve o objetivo de avaliar o aspecto qualitativo em função de doses de nitrogênio submetido a idades de corte aplicadas no capim Pangolão (Digitaria pentzii Stent). 2 II REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Espécie forrageira: Capim Pangolão (Digitaria pentzii Stent). As plantas forrageiras representam uma fonte de alimento de menor custo para criação dos rebanhos e, devem ser produzidas com a preservação dos recursos ambientais buscando sustentabilidade dos sistemas de produção. O Brasil tem uma área de mais de 90 milhões de hectares de pastagens cultivadas na sua região tropical. Assim, os sistemas de produção a pasto garantem o abastecimento do mercado interno com carne e leite com preços acessíveis e propiciam ao Brasil uma importante vantagem competitiva no mercado internacional desses dois produtos (ANDRADE et al., 2004). As gramíneas do gênero Digitária pertecem a família Poaceae, tribo Panicoideae: Paniceae, originário da Africa, com formas nativas encontradas em Angola, Botswana, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zimbabue e Suazilândia, podendo ocorrer em argilas férteis de seu habitat natural, mas podem se adaptar a uma ampla variedade de solos, incluindo areias, (RATTRAY, 1960). São plantas tolerantes a secas e com boa capacidade de competição com ervas daninhas, pela a sua rápida cobertura do solo. Sendo bastante usada para a formação de pastagem, produção de feno ou silagem. Ideal para cortar e transportar fornece uma boa cobertura para conservação do solo. Seu valor nutritivo é uma de suas maiores qualidade entre as gramíneas tropicais. Tal como acontece com outras gramíneas, especialmente as espécies bicelulares, o seu valor nutritivo varia com a idade do material, a fertilidade do solo e genótipo (COOK, et al.2005). O capim Pangolão é uma gramínea perene e fortemente estolonífera, produz colmos de até 120 cm de altura, simples ou ramificados na base, em linha reta ou dobrados nos nós. A produção de matéria seca varia com a fertilidade, genótipo e condições ambientais e de gestão, mas normalmente variam de cerca de 10-20 t / ha, e em condições ideais pode ser superior a 30 t / ha. É tolerante a solos pobres, mas improdutivas em condições de baixa fertilidade. Responde bem à adubação 3 nitrogenada, dando aumentos lineares até 300-350 kg / ha de N. As aplicações de N devem ser repartidas de acordo com as necessidades e as condições ambientais, ao invés de em uma única aplicação no início da temporada, observar níveis de outros nutrientes, especialmente fósforo, também deve ser monitorada (COOK, et al.2005). Dentro das características mais importantes do capim Pangolão COOK, et al (2005) citaram alguns de seus pontos fortes: • Adaptado aos solos de textura leve e solos de barro vermelho. • Persistente, produtiva. • Tolerante à seca. • Tolerantes a níveis moderados de alumínio trocável. • Tolerante no fogo. • Tolerante ao pastoreio de curta duração pesado por bovinos e ovinos. • Contém baixos níveis de oxalato solúvel. 2.2. Nitrogênio O nitrogênio é, sem dúvida, o nutriente mais requerido pelas gramíneas forrageiras, sendo que, em virtude das características morfofisiológicas, como arquitetura de planta e eficiência fotossintética, as forrageiras tropicais respondem de forma intensa a elevadas doses de nitrogênio (CANTARUTTI et al., 2002). O N faz parte de numerosos compostos imprescindíveis à vida de todas as plantas superiores, como aminoácidos, peptídeos, aminas, proteínas, ácidos nucléicos etc. (MARSCHNER, 1995). Segundo NASCIMENTO JR., (2001), apesar de muito abundante na atmosfera e existirem diversas rotas para permanente incorporação de nitrogênio nos ecossistemas, há uma constante insuficiência de N. WEDIN (1996) enumera algumas hipóteses para a permanente limitação de N: • “A fixação de N atmosférico por bactérias de vida livre ou associadas a plantas é um processo muito dispendioso energeticamente (960 kJ mol-1 4 de N fixado ou 25 a 30 mol de ATP mol-1 de N2 fixado (MARSCHNER, 1995)”; • O ciclo do N é extremamente "frouxo" (leaky) comparado com o ciclo dos outros nutrientes. Há várias rotas onde o N pode ser perdido dos ecossistemas. Perdas gasosas (N2, N2O, NH3) e por lixiviação de NO3-, além da contribuição do fogo para perda de N para a atmosfera; • Diferente dos outros nutrientes essenciais, o nitrogênio tem sua disponibilidade regulada por componentes bióticos. A quebra das ligações C-N e a mineralização do N de forma a estar disponível para a absorção pelas plantas é muito dispendiosa para os microrganismos do solo em termos de energia e enzimas. Além da composição química dos resíduos das plantas terem um papel fundamental no controle da decomposição da matéria orgânica e no balanço entre mineralização e imobilização do N. Em pastagens de países de clima temperado pelo menos 50 % da produtividade das forrageiras é função da grande utilização de fertilizantes, além de ser uma importante ferramenta de manejo utilizada pelos produtores para modular a produção (JARVIS et al., 1995). Já nos sistemas extensivos dos trópicos, a fertilização nitrogenada é, na maioria dos casos, inviável economicamente (DÖBEREINER, 1997; TOLEDO, 1985). Deste modo, a maximização da ciclagem de nutrientes visa maior eficiência produtiva, no sistema, a sustentabilidade da mesma e maior proteção do ambiente relacionado à poluição da água e da atmosfera (MONTEIRO e WERNER, 1997). A adubação nitrogenada destaca-se em relação à adubação com qualquer outro nutriente. Segundo MENGEL & KIRKBY (1987), o suprimento de N é o que resulta no maior aumento na produção das culturas. MONTEIRO (1997) observa que a aplicação do nutriente também é a responsável pela maior produtividade das gramíneas forrageiras. Mas complementa que a ocorrência do efeito benéfico do fornecimento de N depende de não haver fatores que restrinjam o desenvolvimento das plantas. De acordo com WERNER (1994), a redução da disponibilidade do nitrogênio é uma das principais causas da degradação das pastagens, o que resulta em queda 5 acentuada da capacidade de suporte e do ganho de peso dos animais a cada ano de utilização da pastagem. O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pelas plantas forrageiras. O manejo na utilização desse fertilizante pode provocar aumento na produção de massa seca ou do teor protéico da planta forrageira. É um nutriente importante para plantas forrageiras por ser um elemento essencial para a manutenção da produtividade das plantas e por ser o principal constituinte de proteínas que participam ativamente na síntese de compostos orgânicos necessários ao metabolismo vegetal e são constituintes da estrutura das plantas (CORSI, 1994). Segundo MONTEIRO et al. (1980), a adubação nitrogenada tem, muitas vezes, apresentado respostas produtivas abaixo das esperadas, em virtude de inadequados níveis de potássio, o que sugere uma relação entre a absorção e o aproveitamento desses dois macronutrientes. As gramíneas forrageiras são relativamente exigentes em potássio, o que exige a adubação com esse nutriente, principalmente em sistemas intensivos de exploração das pastagens, de modo a não limitar a resposta ao nitrogênio. O nitrogênio apresenta-se como um importante nutriente na determinação da produtividade das forrageiras. Em explorações intensivas, têm sido observadas respostas positivas ate 800 Kg.ha-¹ de N/ano, mas na maioria dos trabalhos os níveis econômicos de aplicação são bem inferiores (FERNANDES & ROSSIELLO, 1986). A eficiência no uso de N (Kg de matéria seca produzida por Kg de N utilizado) é um parâmetro muito importante, pois minimiza os custos de produção da forragem e reduz os riscos de poluição ambiental (HARKESS & FRAME, 1986). Em um experimento conduzido na Escócia por RANGELEY & NEWBOULD (1986), a eficiência da adubação nitrogenada foi influenciada pelo estádio de crescimento, época de aplicação e nível de fertilização do nitrogênio e do fósforo. De acordo com CROWDER & CHHEDA (1982), podem-se obter 50 a 60 Kg de matéria seca de forragem por Kg de N aplicado, com intervalo de corte de 45 dias e em ambiente adequado, ate o nível de 400 Kg.ha-¹ de N. Segundo SCHOLL & LLAMBIAS (1965), a aplicação isolada de N e em combinação com P e K resultou em significativo aumento na produção de matéria seca de forragem para cada taxa de N aplicada, enquanto P e K isolados não aumentaram a produção. 6 2.2.1. Ciclagem de Nitrogênio em pastagens O ciclo do nitrogênio é a forma como este elemento move-se através dos vários compartimentos ou "reservatórios" do ecossistema, sendo considerado um sistema aberto a não ser quando analisado em escala global. Está sujeito, desta forma, a constantes ganhos e perdas do nutriente. Nas pastagens, o solo, o pasto, os animais, o clima, o sistema de manejo e a quantidade e as fontes de N no ecossistema influenciam no ciclo deste nutriente e na possibilidade de perdas indesejáveis (RUSSELLE, 1997). O nitrogênio entra no sistema pastagens principalmente na forma de fertilizantes, N fixado biologicamente, através da excreta de animais que recebem alimentação suplementar e por deposição atmosférica. Por outro, lado deixam as pastagens através de rotas desejáveis, na produção de forrageira e nos produtos animais – leite, carne e lã –, de rotas indesejáveis, lixiviação de íons nitrato, perdas por erosão ou perdas gasosas, associadas principalmente as excreções dos animais. Pode ocorrer também a imobilização N do solo na biomassa microbiana que é função da qualidade dos resíduos vegetais que retornam ao solo (RUSSELLE, 1996; GILLER et al., 1994). 2.2.2. Fontes de Nitrogênio Segundo NASCIMENTO Jr., (2000) Existem fontes externas e internas de nutrientes, as externas são aquelas que os nutrientes podem ser adicionados ao sistema e as internas estão relacionadas á realimentação dos pontos importantes do sistema. Essas fontes envolvem todo o meio ambiente e o compartimento, isto é solo, planta e animal em si. Uma importante via de reciclagem de nutrientes no sistema de pastagem é a passagem dos nutrientes pelo organismo animal. A maior parte dos nutrientes minerais, incluindo nitrogênio, ingeridos pelos animais é retornada ao sistema pelas excreções. A proporção de nutrientes que é reciclada por essa via depende primariamente da quantidade de forragem utilizada pelos animais, bem como da 7 composição química das partes das plantas que são consumidas (MOTT, 1974; MAYS et al., 1980, citados por MONTEIRO e WERNER, 1998). A maior parte dos nutrientes ingeridos pelos animais é excretada na forma de fezes e urina, ficando retida no corpo animal ou sendo removida como produto animal uma porção relativamente pequena em relação ao ciclado no sistema (KAMPRATH e TILL, 1993; SPAIN e SALINAS, 1985; HAYNES e WILLIAMS, 1993). Quanto ao N, a excreção varia de 90 a 96% do total ingerido para gado de corte e de 72 a 87% para gado de leite (HUMPHREYS, 1991). A proporção de nutrientes que é reciclada por esta via depende primariamente da quantidade de forragem utilizada pelos animais, bem como da composição química das partes das plantas que são consumidas (MOTT, 1974; MAYS et al., 1980). Um dos pontos que determina em alto grau a importância da excreção animal na reciclagem de nutrientes é a sua distribuição no campo. Enquanto as excreções artificialmente coletadas podem ser uniformemente retornadas na superfície do solo, aquelas excretadas naturalmente pelos animais são, via de regra, desigualmente distribuídas no sistema (WILKINSON e LOWREY, 1973). A urina animal que consegue penetrar no solo e escapar das perdas é considerada uma fonte prontamente disponível de nutrientes (em especial N, K e B) às forrageiras (WILKINSON e LOWREY, 1973; SPAIN e SALINAS, 1985). A urina animal flui no solo através dos macroporos e a uréia nela presente sofre hidrólise mais rápida que a uréia pura adicionada ao solo (HAYNES e WILLIAMS, 1993). Dessa forma o amônio é inicialmente produzido e, pela nitrificação o N forma o nitrato. As fezes consistem de água, resíduos não digeridos da forragem, produtos do metabolismo animal e uma variada população microbiana bem como produtos do seu metabolismo. Comumente o material fibroso representa de 47 a 68% das fezes. Para que haja liberação dos nutrientes, as fezes devem sofrer degradação que pode ocorrer por: a) processo físico, através das gotas de chuva e da ação dos cascos dos animais ou b) processo biológico, a qual é promovida pela ação de fungos, bactérias, besouros e minhocas (HAYNES e WILLIAMS, 1993). 8 A forragem não consumida pelos animais apresenta-se como fonte de retorno de nutrientes para o sistema, bem como as várias associações entre raízes de forrageiras com microorganismos podem significar importantes contribuições ao sistema, particularmente em termos de fixação de N (MONTEIRO e WERNER, 1997). A taxa de mineralização da matéria orgânica é dependente de muitos fatores, como por exemplo, a textura da superfície do solo, o teor de argila, as condições de drenagem, a disponibilidade de nutrientes, a reação do solo e a resistência das diferentes frações da matéria orgânica aos processos de mineralização (SANCHEZ, 1976; GREENLAND, 1986). Um ponto muito importante a ser destacado é que a contribuição através das plantas apresenta distribuição uniforme na área da pastagem, ao contrário das excreções animais, que se distribuem de forma desuniforme na pastagem (MONTEIRO e WERNER, 1997). O uso de fertilizantes e corretivos tem efeito direto e benéfico na produção de matéria seca (MS) e na qualidade da forragem e, conseqüentemente na produção animal, sendo que o emprego de fertilizantes e corretivos aumenta a disponibilidade de nutrientes para reciclagem no sistema. As partes da planta não consumidas pelos animais, como as raízes, têm seu desenvolvimento estimulado devido a adição de nutrientes, e poderão contribuir para a reciclagem de nutrientes como resíduos vegetais (MONTEIRO e WERNER, 1997). A pesquisa nas regiões tropicais e subtropicais tem evidenciado a necessidade de suprir o sistema da pastagem com macro e micronutrientes, bem como com os corretivos de solos. A utilização de adubos nitrogenados minerais em pastagens está associada ao incremento na produtividade animal (kg leite/carne ha1ano-1) por possuir duplo efeito (MATTOS et al., 1986). A maior disponibilidade de nitrogênio para as plantas eleva a taxa fotossintética das folhas, aumenta a produção de matéria seca e vigor de rebrota, e conseqüentemente implica em maior capacidade de suporte da pastagem. O segundo efeito está relacionado à melhoria do valor nutritivo (proteína bruta e maior proporção de folhas) das forrageiras, aumento da taxa de passagem da forragem pelo animal e maior consumo (GOMIDE, 1989). Além destes aspectos, MONTEIRO e WERNER (1997) afirmam que o emprego de fertilizantes acaba por aumentar a 9 reciclagem, na medida em que as partes das plantas não consumidas pelos animais forem depositadas e decompostas. Uma importante contribuição para o conjunto dos nutrientes na pastagem pode ser obtida a partir de alimentos fornecidos para os animais e provenientes de fora do sistema. A suplementação alimentar com grãos, silagem, feno, subprodutos da agroindústria e as misturas minerais suprem nutrientes para o sistema. Esses nutrientes contribuem para manutenção e/ou aumento de produção animal por unidade de área e, através das excreções animais, resultam em aumento na quantidade e melhoria da qualidade da forrageira (MOTT, 1974). Na atmosfera há compostos de nitrogênio (NH3, NO3-, NO2- e NO, e em combinações orgânicas) e de enxofre (SO2, H2S, SO42-), e estes podem ser adicionados ao sistema da pastagem através das chuvas. Essa quantidade de nutrientes na atmosfera é influenciada pela presença de indústrias na região. A água ingerida pelos animais diariamente é outra forma dos nutrientes entrarem no sistema e a quantidade de água requerida por animal por dia depende de vários fatores, tais como: atividade do animal, estádio de desenvolvimento e produção, tipo de dieta e temperatura ambiente (MONTEIRO e WERNER, 1997). 2.3. Idade de corte Um dos maiores problemas encontrados na produção de forragens são os efeitos da estacionalidade, que por sua vez pode ser reduzido quando associado a utilização de práticas de manejo adequadas. O estádio de crescimento em que a planta é colhida afeta diretamente o rendimento, composição química, capacidade de rebrota e persistência. Em geral, cortes ou pastejos menos freqüentes fornecem maiores produções de forragem, porém, concomitantemente, ocorrem decréscimos acentuados em sua composição química (COSTA E OLIVEIRA, 1994; COSTA et al. 1997). Logo, deve-se procurar o ponto de equilíbrio entre produção e qualidade da forragem, visando assegurar os requerimentos nutricionais dos animais e garantindo, simultaneamente, a persistência e a produtividade das pastagens. 10 O estágio de desenvolvimento da planta apresenta ampla relação com a composição química e a qualidade das forrageiras. Com o crescimento das forrageiras, ocorrem aumentos nos teores de carboidratos estruturais e lignina, o que invariavelmente proporciona redução na digestibilidade; são também alteradas as estruturas das plantas com a elevação da relação caule/folha, e as plantas mais velhas apresentam maiores proporções de talos que de folhas, tendo, portanto, reduzido o seu conteúdo em nutrientes potencialmente digeríveis com a maturação (REIS & RODRIGUES, 1993). Segundo DIAS et al. (2008), as gramíneas jovens, imaturas, normalmente têm alta digestibilidade dos componentes nutritivos e o consumo de forragem é alto. À medida que a planta amadurece, o valor nutritivo decresce, devido à diluição dos nutrientes e aumento nos componentes fibrosos, que refletem negativamente no consumo dos animais. Embora, a variação do valor nutritivo entre os cultivares de uma mesma espécie e de idade semelhante seja pequena. MINSON (1981), afirmou que com o avanço da idade da planta, ocorre um incremento da fibra e um decréscimo no conteúdo de proteína e no valor da digestibilidade da matéria seca, face ao aumento na lignificação e diminuição na proporção folha/colmo, além do aumento na proporção de parede celular (VAN SOEST, 1994). A redução nos teores de proteína bruta com o avanço da maturidade das plantas, provavelmente, se deve ao efeito de diluição dessas na matéria seca (MS) produzida (GOMIDE, 1976). Por outro lado, os teores de fibra encontrados na matéria seca de gramíneas forrageiras tropicais têm sido utilizados como índice negativo de qualidade (MATOS, 1989; PALHANO & HADDAD, 1992; SOEST, 1994). PALHANO & HADDAD (1992), avaliando o valor nutritivo do Coastcross em diferentes idades de corte (20, 30, 40, 50 e 70 dias), observaram teores de fibra detergente neutro (FDN) crescentes variando de 68,70% aos 20 dias até 80,55% aos 70 dias. GOMIDE (1976), observou que com a maturidade das plantas verifica-se, comumente, queda nos teores dos minerais, provavelmente em decorrência do efeito de sua diluição na matéria seca produzida e acumulada. Além disso, com o avanço na idade das plantas, ocorrem alterações na relação colmo/folha (NORTON, 11 1982), morte de folhas senescentes (WILSON & MANNETJE, 1978), diversidade no padrão de absorção dos elementos durante o ciclo da cultura, e sua redistribuição entre os vários órgãos da planta, levando à diminuição da concentração dos minerais na planta. Por outro lado, no manejo de gramíneas forrageiras, a idade de corte afeta o rendimento da forragem colhida, resultando em incrementos significativos na produção de matéria seca (COSTA et al., 2004). Assim, SANTANA et al. (1989), trabalhando com três cultivares de capim-elefante (Cameroon, Mineiro e Napier de Goiás), submetidas a três intervalos de cortes (28; 56 e 84 dias), verificaram incrementos na produção de matéria seca quando o intervalo de corte aumentou de 28 para 84 dias. Da mesma forma, segundo OMALIKO (1980), estudos com capimelefante, submetido a seis intervalos de corte (21; 28; 35; 42; 56 e 70 dias), evidenciaram aumentos significativos na produção de forragem de 6,5 t.ha-1, aos 21 dias, para 13 t.ha-1, aos 70 dias. 12 III MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Tratamentos e delineamento experimental Os tratamentos, cada um com quatro repetições, consistiram na combinação de cinco doses de nitrogênio (0, 80, 160, 240, 320 kg.ha-¹) e três idades de corte (40, 60 e 80 dias). O delineamento experimental adotado foi o inteiramente ao acaso, em esquema fatorial (três idades de corte x cinco níveis de adubação), perfazendo 15 tratamentos, com quatro repetições, num total de 60 parcelas. A unidade experimental foi constituída de um vaso preenchido com 10 kg de solo seco. 3.2 Instalação e condução do experimento O experimento foi instalado e conduzido no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2010 em casa de vegetação (Figura 01) no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, localizado no município de Rio Largo-AL, (9° 27’ 06’’S latitude e 35° 49’ 05’’W longitude). O solo utilizado no experimento foi oriundo do município Santana do Ipanema-AL foi classificado como Neossolo Regolítico. Cuja análise de fertilidade se encontra na Tabela 1. Para o plantio foram utilizados vasos de acrílico com 29 cm de diâmetro superior e 36 cm de altura, onde foi colocado 10 kg de solo (Figura 2). Tabela 1. Atributos básicos de fertilidade do solo. pH P K Na ........mgdm-3........ 5,98 1,54 31 11 Ca + Mg Ca Mg Al H + Al S T ........................................cmolcdm-3....................................... 1,20 0,90 0,30 0,05 2,15 1,33 3,47 V % 38,22 13 O solo de cada vaso em todos os tratamentos foi colocado na capacidade de campo, em seguida, procedeu-se ao plantio de quatro mudas do capim Pangolão por vaso, cada formada por um perfilho basal sem estolões, as mudas foram oriundas do município de Major Izidoro - AL. As mudas foram visualmente padronizadas, considerando uma igualdade no tamanho das suas raízes e a quantidade de folhas e quanto ao comprimento e espessura de colmo. As plantas foram irrigadas manualmente recebendo a mesma quantidade de água (2L) e com o turno de rega a cada três dias. Figura 01: Casa de vegetação utilizada para condução do experimento. 14 Figura 02: Implantação do experimento em vasos de acrílico. Trinta dias depois do plantio, foram escolhidas apenas duas plantas, que foram cortadas a 10 cm de altura em relação ao nível do solo no vaso com o objetivo de uniformizá-las (Figura 03). Figura 03: Escolha das duas melhores plantas e corte de uniformização. 15 3.3 Preparação das amostras a serem analisadas As amostras foram convertidas em um material homogêneo, satisfatório para este procedimento, isto é, a análise. Neste processo foi envolvida a pré-secagem e a moagem segundo metodologia de SILVA & QUEIROZ (2002). 3.4 Determinação do peso da matéria verde, matéria seca, cinza e proteína bruta Para determinação do peso da matéria verde, matéria seca e cinza utilizou-se a metodologia descrita por SILVA & QUEIROZ (2002). A determinação do nitrogênio foi feita pelo método de KJELDAHL (AOAC, 1984) e a conversão para proteína bruta seguiu os métodos descritos por SILVA & QUEIROZ (2002). As analises foram conduzidas no Laboratório de Solos do Centro de Ciências Agrárias da UFAL. 3.5 Análise estatística. Os resultados do experimento foram submetidos a analise de variância (ANOVA), utilizando o programa estatístico Assistat (SILVA, 2002), as regressões foram feitas pelo programa Microsoft Office Excel. 16 IV RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Rendimento do peso da matéria verde As doses de N tiveram efeito significativo (P< 0,01), para peso da matéria verde do capim Pangolão na interação das idades de corte (40, 60 e 80 dias) e doses de N (0, 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1) observados na Tabela 02. O desdobramento dessa interação está apresentado nas Figuras 4, 5 e 6. A linha de tendência da idade de corte (40, 60 e 80 dias) definida pelas equações polinomiais ajustadas aos dados mostra um crescimento significativo (p < 01) do peso verde observado na idade de 40 para 60 dias de mais de 100%, logo após observa-se um pequeno decréscimo no valor da idade de 60 para 80 dias, ou seja, apesar do decréscimo ele não é significativo. As diferenças de efeito do N em função das idades de corte são positivas à medida que a planta chega à idade de 60 dias, mas à medida que a idade de corte aumenta chegando aos 80 dias ocorre um decréscimo nesse valor, sendo ocasionado principalmente pelo aumento da senescência das folhas (Figura 4). y = ‐0,074x2 + 10,14x ‐ 250,1 R² = 1 Peso da matéria verde (g) 120 100 91,29 a 80 86,37 a 60 40 36,84 b 20 0 0 20 40 60 80 Idades de corte (dias) Figura 04. Peso da matéria verde do capim Pangolão, idades de corte. 17 Em relação às médias das doses de N os tratamentos são quantitativos então, o teste de comparação de medias não se aplica. Nesse caso como o numero de tratamentos é maior ou igual a 4 foi feito regressão polinomial podendo ser constatado na Tabela 02. Então podemos constatar valores significativos (p < 01). Para as doses de N a linha de tendência definidas pelas equações polinomiais ajustadas as médias dos dados mostra valores bem acentuados das doses 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1, sendo bem superiores ao valor obtido no tratamento onde não se aplicou nitrogênio (N= 0 kg.ha-1) alcançando mais de 400% de aumento. Pode ser visualizado também na Figura 05 que os valores das doses 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1 se assemelham, constatando que o aumento do tamanho da planta esta relacionado à aplicação da adubação nitrogenada, ou seja, o tamanho da planta esta estreitamente interligada com o peso verde da planta. Peso da matéria verde (g) y = 1E‐05x3 ‐ 0,007x2 + 1,261x + 19,26 R² = 0,999 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 91,3 80,91 87,07 79,04 19,17 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 05. Peso da matéria verde do capim Pangolão, doses de N. Com relação às medias de interação (idades de corte x doses de N) podem ser observadas na Figura 06, que para o tratamento com 0 kg.ha-1 de nitrogênio não houve efeito significativo. Para os tratamentos: 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1 houve efeito significativo (p < 01), observa-se ainda que para todas as idades de corte o tratamento onde não se aplicou adubação nitrogenada teve valores muito baixos, podendo ser relacionada com a ausência de nitrogênio no solo. 18 Os baixos valores de peso verde do capim Pangolão na idade de 40 dias podem ser observados independentemente do tratamento utilizado, assim podemos levar em consideração que para os 40 dias a planta ainda está em fase de desenvolvimento mantendo um padrão para com todos os tratamentos. Com o aumento da idade da planta ate os 60 dias constatou-se um crescimento linear ate o tratamento com 80 Kg.ha-1 de N para ambas as idades de corte. No tratamento com 40 dias observa-se que não houve diferença significativa para os demais tratamentos com doses de N. Com 60 dias de idade o capim pangolão manteve crescente o seu peso verde, mas não havendo diferença significativa. Para a idade de 80 dias observa-se uma oscilação nos valores de peso verde para os demais tratamentos com doses de N não havendo diferença significativa. 40 y = ‐0,000x2 + 0,164x + 25,43 R² = 0,537 60 y = ‐0,001x2 + 0,879x + 24,73 R² = 0,871 Peso da matéria verde (g) 80 y = ‐0,001x2 + 0,702x + 30,40 R² = 0,805 140 120 100 80 60 40 20 0 114,95 a 105,58 a 109,71 a 89,17 a 108,73 a 118,02 a 114,71 a 91,04 a 46,1 b 0 21,98 a 21,15 a 14,39 a 80 37,54 b 160 41,18 b 38,23 b 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 06. Peso da matéria verde do capim Pangolão, Médias de Interação (idades de corte x doses de N). Apesar de os resultados deste trabalho indicar que para esta variável o capim Pangolão aumentou o peso da matéria verde em resposta a aplicação do N, isso não significa que ele ira aumentar o peso verde da parte aérea gradualmente e significativamente à medida que aumente as doses de aplicação de fertilizante nitrogenado. Isso poderia ocorrer em situações relacionadas com sua idade. Por isso, a adubação nitrogenada ainda não pode ser amplamente recomendada indiscriminadamente para esse capim se o objetivo da prática é aumentar a produção de forragem. 19 Tabela 02. Peso da matéria verde, matéria seca, cinza, fósforo, potássio, e proteína bruta do capim Pangolão, avaliado em três idades de corte, em função de doses crescentes de nitrogênio INTERAÇÃO IDADES DE CORTE X DOSES DE N Doses de N Variáveis ID 0 80 PV 40 60 80 21,15 a 46,10 b 37,54 b 38,23 b 14,39 a 105,58 a 108,73 a 109,71 a 21,98 a 91,04 a 114,95 a 89,17 a MS 40 60 80 17,14 a 21,89 a 00,00 b 17,22 b 22,05 b 32,66 a 17,86 c 22,99 b 33,58 a 14,42 c 27,36 b 40,71 a Cinza 40 60 80 10.13 a 9.28 a 0,00 b 10.20 a 6.39 b 6.80 b 11.46 a 6.43 b 6.22 b 11.45 a 10.38 a 6.29 b 4.47 b 6.08 b 5.64 b PB 40 60 80 12,12 a 7,59 b 5,29 b 13,96 a 6,64 b 5,85 b 160 20,5 a 8,41 b 5,93 b 240 21,16 a 8,17 b 6,34 b 320 Eq. Regressão 41,18 b 118,02 a 114,71 a y = -0,000x2 + 0,164x + 25,43 y = -0,001x2 + 0,702x + 30,40 y = -0,001x2 + 0,879x + 24,73 14,87 c 24,15 b 34,84 a y = -4E-05x2 + 0,002x + 17,29 y= -4E-05x2 + 0,024x + 21,24 y = 3E-06x3 - 0,002x2 + 0,516x + 0,813 y = -4E-05x2 + 0,014x + 9,866 y = -8E-07x3 + 0,000x2 - 0,060x + 9,257 y = -0,000x2 + 0,063x + 0,832 22,66 a 9,28 b 6,32 b y = -7E-05x2 + 0,058x + 11,48 y = 2E-05x2 - 0,001x + 7,337 y = -9E-06x2 + 0,006x + 5,317 R² 0,537 0,805 0,871 F CV% 05,86** 22.63 0,646 0,519 0,955 23,63** 17,06 0,664 0,996 0,805 12,88** 16.55 0,935 0,708 0,951 5,17** 16.55 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; Valor da razão de F e significância. - -, NS, * e **: -- Os tratamentos são quantitativos. O Teste F não se aplica, não-significativo, significativo a 5% de probabilidade e significativo a 1% de probabilidade, respectivamente. CV= Coeficiente de variação. Fator 1 = Idades de corte: 1= 40 dias, 2= 60 dias e 3= 80 dias; Fator 2 = Doses de nitrogênio: 1= 0, 2= 80, 3= 160, 4= 240 e 5= 320 kg.ha-¹. 20 4.2 Rendimento da matéria seca Os níveis de significância para os efeitos principais e interação detectada por meio da analise de variância dos dados relativos à matéria seca são apresentados na Tabela 02. A matéria seca variou com as idades de corte, doses de nitrogênio e interação doses de nitrogênio x idades de corte. O desdobramento dessa interação está apresentado nas Figuras 7, 8 e 9. A linha de tendência para as idades de corte (40, 60 e 80 dias) definida pelas equações polinomiais ajustadas aos dados mostra um efeito significativo (P< 0,01) da matéria seca (Tabela 02), mostra que para todas as idades de corte obtevese um aumento linear no valor da variável (Figura 7). O maior aumento foi de quase 100 %, obtido na idade de 80 dias. As diferenças do efeito do N em função das idades de corte têm crescimento linear, havendo diferença significativa em todos os tratamentos de idade de corte. y = 0,316x + 3,593 R² = 0,977 Teor da matéria seca (%) 35 30 28,36 25 23,69 20 15,7 15 10 5 0 0 20 40 60 80 Idades de corte (dias) Figura 07. Matéria seca do capim Pangolão, idades de corte. Para o Fator 2 (doses de N) os tratamentos quantitativos, o teste de comparação de medias não se aplica. Nesse caso como o numero de tratamentos é maior ou igual a 4, foi feito regressão polinomial podendo ser constatado na Tabela 02. Com a regressão constatamos valores significativos (p < 01). 21 A linha de tendência do Fator 2 definidas pelas equações polinomiais ajustadas as médias dos dados mostra valores consideráveis nas doses 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1, sendo bem inferior o valor obtido no tratamento onde não se aplicou nitrogênio (N= 0 kg.ha-1). Pode ser visualizado na Figura 08 que os valores das doses 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1 se assemelham, ocorrendo na dose de 240 kg.ha-1 o maior valor da variável, alcançando mais de 100% de aumento em relação com a dose N= 0. Para essa variável o efeito da aplicação de nitrogênio foi significativo quando relacionado à dose N= 0. Para as diferentes doses de nitrogênio não foi obtida diferenças significativas, e que a aplicação de N influencia no aumento da matéria seca (%) da planta, ainda assim, a aplicação somente do nitrogênio é fator limitante dentro das doses crescentes. y = 7E‐07x3 ‐ 0,0006x2 + 0,1595x + 13,373 R² = 0,9252 30 Teor da matéria seca (%) 27,5 25 20 15 24,62 23,81 23,98 13,01 10 5 0 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 08. Matéria seca do capim Pangolão, doses de N. Com relação às medias de interação (idades de corte x doses de N) podem ser observadas na Figura 09, que para todos os tratamentos houve efeito significativo. Para o tratamento N= 0 kg.ha-1 com idade de corte de 80 dias o valor obtido para matéria seca foi igual a zero, valor esse obtido pela falta de material para analise de tecido vegetal, ou seja, no tratamento onde não se aplicou nitrogênio no capim Pangolão na idade de 80 dias apresentou uma maior senescência de folhas e conseqüentemente uma menor quantidade de material vegetal. Os maiores valores foram obtidos na idade de corte de 80 dias onde se aplicou adubação nitrogenada independentemente das doses, sendo a dose de N= 240 Kg.ha-1 a que apresentou o 22 maior rendimento. Na idade de 40 dias os seus valores se mantiveram constantes não havendo diferenças significativas, foi nesta idade que se verificou os menores valores de matéria seca em todo experimento. Para idade de 60 dias os valores aumentaram gradualmente atingindo números mais significativos que os da idade de 40 dias, mas os valores apresentados ainda são inferiores quando comparados aos da idade de 80 dias. A tendência de aumento na produção de matéria seca com o aumento da idade de corte, verificada neste experimento, concorda com os resultados observados por ACUNHA & COELHO (1994) e COSTA et al. (1997) com capim elefante cv. Mott e por RODRIGUES et al. (2004) com capim Tanzânia. Segundo COSTA & SAIBRO (1984), os cortes das plantas em estádios mais avançados de crescimento proporcionam maiores rendimentos de forragem, como conseqüência do maior período de tempo para o acúmulo de matéria seca. Cortes freqüentes implicam, geralmente, em menores produções fotossintéticas devido à constante remoção da folhagem, menor acúmulo de reservas orgânicas e rebrotas menos vigorosas com o decorrer do tempo (ANDRADE, 1983). 40 y = ‐4E‐05x2 + 0,0103x + 14,893 R² = 0,163 60 y = ‐4E‐05x2 + 0,0241x + 21,249 R² = 0,5197 Teor da matéria seca (%) 80 y = 3E‐06x3 ‐ 0,0023x2 + 0,5181x + 0,8166 R² = 0,9553 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 40,71 a 21,89 a 27,36 b 24,15 b 22,99 a 22,05 b 14,14 a 34,84 a 33,58 a 32,66 a 17,22 b 14,87 c 14,42 c 14,86 c 0 b 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 09. Matéria seca do capim Pangolão, médias de Interação (idades de corte x doses de N). 23 Na análise de variância, foi detectada significância para a interação idade de corte x nitrogênio (p < 01). A eficiência do nitrogênio aplicado, independentemente das idades de corte, não foi proporcional às doses de nitrogênio aplicadas. Os resultados desta interação constatam o fato de que a eficiência de utilização de nitrogênio diminui com o aumento da dose aplicada e com o aumento da idade de corte tendência o aumento na produção de matéria seca. Considerações sobre a importância da matéria seca devem ser feitas, desde que a mesma é o ponto de partida da analise de alimentos. A preservação do alimento pode depender do teor de umidade presente no material, quando se compara o valor nutritivo de dois ou mais alimentos, é de suma importância os teores de matéria seca. O aumento do teor de matéria seca com o desenvolvimento das plantas forrageiras decorre das modificações estruturais dos tecidos, do metabolismo e das transformações de fotoassimilação das folhas para os frutos e outros órgãos da planta (MENDONÇA & ROCHA, 1985). Para EUCLIDES (1995), a ampliação da idade das plantas promove redução do seu conteúdo celular e aumenta a parede celular, contribuindo para o aumento do seu teor de matéria seca. De outro lado, sob pastejo, a ingestão de matéria seca é maior em pastagens com menores teores de matéria seca (SILVA et al., 2004). 4.3 Rendimento da cinza. Os níveis de significância para efeitos principais e interação detectada por meio da analise de variância dos dados relativos à cinza são apresentados na Tabela 02. A cinza variou com as idades de corte, doses de nitrogênio e interação doses de nitrogênio x idades de corte. O desdobramento dessa interação está apresentado nas Figuras 10,11 e 12. Para o Fator 1: idades de corte (40, 60 e 80 dias) a linha de tendência definida pelas equações polinomiais ajustadas aos dados mostra significância a 1% (P< 0,01) (Tabela 02), observa-se que ocorreu um decréscimo linear no valor da variável (Figura 10). O maior valor encontrado foi na idade de 80 dias, valor esse 24 que atinge mais de 50% quando comprado a idade de 60 dias e para a idade de 80 dias o valor é maior ainda chegando a mais de 100%. As diferenças de efeito do N em função das idades de corte são significativas com um decréscimo linear, havendo diferença significativa (P< 0,01) em todos os tratamentos de idade de corte, podemos observar na Figura 10 que à medida que se aumenta a idade da planta os Teor de cinza (%) valores de cinza caem consideravelmente. y = ‐0,144x + 16,06 R² = 0,939 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 18,08 a 8,02 b 0 20 40 60 5,95 c 80 Idades de corte (dias) Figura 10. Cinza do capim Pangolão, idades de corte. O teste de comparação de médias são se aplica para as doses de N por que os tratamentos são quantitativos. Nesse caso como o numero de tratamentos é maior ou igual a 4 foi feito regressão polinomial podendo ser constatado na Tabela 02. Constatando valores significativos (p < 01) com a regressão. A linha de tendência das doses de N definidas pelas equações polinomiais ajustadas as médias dos dados mostra valores consideráveis nas doses 80, 160 e 240 kg.ha-1, sendo inferior o valor obtido nos tratamento onde não se aplicou nitrogênio (N= 0 kg.ha-1) e no tratamento com N= 320 kg.ha-1. Pode ser visualizado na Figura 11 que os valores das doses 80, 160 e 240 kg.ha-1 se assemelham, ocorrendo na dose de 160 kg.ha-1 o maior valor da variável alcançando 8,04 %. Para essa variável à dose N= 0 se assemelhou a dose de N= 320 kg.ha-1, onde para essas doses não foi obtida diferenças significativas, constatando que somente a aplicação de N não influencia no aumento da cinza (%), assim a aplicação somente 25 do nitrogênio é fator limitante para um crescimento linear, observa-se ainda na analise do solo (Tabela 1) que o solo utilizado para conduzir esse experimento era muito pobre de nutrientes, ou seja, para melhores resultados da porção de cinza no capim Pangolão é preciso maior equilíbrio com os nutrientes do solo dentro das suas necessidades. y = ‐0,001x2 + 0,582x + 26,85 R² = 0,836 14 12,75 Teor de cinza (%) 12 11,89 11,61 10 8,81 8 8,33 6 4 2 0 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 11. Cinza do capim Pangolão, doses de N. Para as medias de interação (Fator 1 x Fator 2) podem ser observadas na Figura 12, que para todos tratamentos houve efeito significativo (p < 01). Para o tratamento N= 0 kg.ha-1 com idade de corte de 80 dias o valor obtido foi igual a zero, valor esse obtido pela falta de material para analise de tecido vegetal, ou seja, no tratamento onde não se aplicou nitrogênio no capim Pangolão na idade de 80 dias apresentou uma maior senescência de folhas e conseqüentemente uma menor quantidade de material vegetal. Os maiores valores foram obtidos na idade de corte de 40 dias independentemente das doses de nitrogênio aplicadas, sendo as doses de N= 160 e 240 Kg.ha-1 as que apresentaram os maiores valores, alcançando 11,46 e 11,45 % respectivamente. Nas idades de 40 e 60 dias os seus valores se mantiveram constantes não havendo diferenças significativas, com exceção da dose de N= 0 Kg.ha-1 da idade de 80 dias e a dose N= 320 Kg.ha-1 que atingiu as menores doses das duas idades com 0% e 4,47 % respectivamente. 26 40 dias y = ‐7E‐05x2 + 0,058x + 11,48 R² = 0,935 60 dias y = 2E‐05x2 ‐ 0,001x + 7,337 R² = 0,708 80 dias y = ‐9E‐06x2 + 0,006x + 5,317 R² = 0,951 Teor de cinza (%) 25 20 15 10,13 a 10,2 a 10 9,28 a 6,39 b 5 0 b 0 80 11,45 a 6,43 b 6,29 b 160 10,38 a 4,47 b 5,64 b 6,08 b 6,2 b 6,8 b 0 11,46 a 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 12. Cinza do capim Pangolão, Médias de Interação idades de corte x doses de N). Na análise de variância, foi detectada significância para a interação idade de corte x nitrogênio (p < 01). Os valores obtidos para cinza neste experimento chamam a atenção para a eficiência do nitrogênio aplicado, não sendo o único fator determinante. A análise do solo mostra aspectos de um Neossolo Regolítico, no qual é muito pobre e não fornece todos os nutrientes em quantidades satisfatórias. Os resultados desta interação constatam o fato de que a utilização de doses de nitrogênio não obteve resultados tão significativos, mas a idade de corte determinou uma diferença significativa mostrando um aumento significativo para a menor idade. 4.4 Rendimento da proteína bruta. Os níveis de significância para efeitos principais e interação detectada por meio da analise de variância dos dados relativos à proteína bruta são apresentados na Tabela 02. A proteína bruta variou com as idades de corte, doses de nitrogênio e interação doses de nitrogênio x idades de corte. O desdobramento dessa interação está apresentado nas Figuras 15, 16 e 17. 27 Para o teor de proteína bruta, verificou-se efeito para o Fator 1: idades de corte (40, 60 e 80 dias) a linha de tendência definida pelas equações polinomiais ajustadas aos dados mostra significância a 1% (P< 0,01) (Tabela 02), podemos observar a ocorrência de um notável decréscimo no valor da variável (Figura 15). À medida que se aumentou a idade de corte o valor de proteína bruta caiu significativamente, com queda de 18,08 % na idade de 40 dias para 8,02 % na idade de 60 dias, na idade de 80 dias esse valor caiu ainda mais alcançando 5,95 %. A maior média encontrada foi na idade de 40 dias, atingindo mais de 50% quando comparado a idade de 60 dias e para a idade de 80 dias o valor é maior ainda chegando a mais de 100%. As diferenças encontradas para as médias do Fator 1 (idades de corte) são significativas (P< 0,01), caracterizando que a medida que Teor de proteina bruta (%) aumenta a idade o valor de proteína bruta cai consideravelmente (Figura 15). y = ‐0,303x + 28,87 R² = 0,873 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 18,08 a 8,02 b 0 20 40 60 5,95 c 80 Idades de corte (dias) Figura 13. Proteína bruta do capim Pangolão, idades de corte. Observa-se que para a linha de tendência do Fator 2 definidas pelas equações polinomiais ajustadas as médias dos dados mostra valores consideráveis, com crescimento linear e significância a 1% (p < 01). A dose 320 kg.ha-1, foi a que obteve o maior valor para o Fator 2, caracterizando que esse tratamento foi o que teve a maior concentração de nitrogênio, os tratamentos N= 0 e 80 kg.ha-1 foram os que obtiveram as menores médias 8,33 e 8,81% respectivamente (Figura 16). Pode ser visualizado na Figura 16 que os valores das doses 160 e 240 kg.ha-1 se assemelham, assim não ocorrendo diferença significativa. Podemos observar na 28 Figura 16 que à medida que se aumenta as doses de nitrogênio os valores de proteína bruta aumentam consecutivamente. Interessante que para todos os tratamentos (0, 80, 160, 240 e 320 kg.ha-1) se apresentaram acima do ponto critico (7%) sugerido por MILFORD e MINSON (1965), como aquele valor, abaixo do que, causaria problemas de nutrição nos animais. y = 0,014x + 8,294 R² = 0,908 Teor de proteina bruta (%) 14 12,75 11,61 12 11,89 10 8 8,81 8,33 6 4 2 0 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 14. Proteína bruta da parte aérea do capim Pangolão, doses de N. Para as medias de interação (idades de corte x doses de N) podem ser observadas na Figura 17, que para todos os tratamentos houve efeito significativo (p < 01). Para interação das doses de nitrogênio x idades de corte houve diferença estatística significativa a 1% (p < 01), observa-se na Figura 17 que a idade de 40 dias independentemente da dose de nitrogênio aplicada obteve os melhores resultados, obtendo o maior valor de proteína bruta de todo experimento (22,66%). Deve-se chamar a atenção ao fato de que para a idade de 40 dias mesmo o menor valor encontrado (13,96% na dose de N= 80) é mais de 100% maior do que o valor mais significativo dos 80 dias de idade (6,32%) e para a idade de 60 dias essa diferença é de quase 50%. As idades de 60 e 80 dias não tiveram diferenças significativas, mas deve-se chamar a atenção ao fato de que mesmo não diferenciando estatisticamente observam-se na Figura 17 que na idade de 80 dias os seus valores foram todos menores do que os da idade de 60 dias. 29 Para o capim Pangolão os resultados encontrados nos tratamentos com nitrogênio concordam ao fato de todo o tratamento ter incremento no teor de proteína bruta causado pela adubação nitrogenada, mas a idade da planta é um fator importantíssimo, no qual influencia diretamente nos níveis de proteína bruta encontrada na planta. 40 dias y = ‐7E‐05x2 + 0,058x + 11,48 R² = 0,935 60 dias y = 2E‐05x2 ‐ 0,001x + 7,337 R² = 0,708 Teor de proteina bruta (%) 80 dias y = ‐9E‐06x2 + 0,006x + 5,317 R² = 0,951 25 22,66 a 20,5 a 20 21,16 a 12,12 a 15 10 5 13,96 a 7,59 b 6,64 b 8,41 b 8,17 b 5,29 b 5,85 b 5,93 b 6,34 b 9,28 b 6,32 b 0 0 80 160 240 320 Doses de N (kg.ha‐¹) Figura 15. Proteína bruta do capim Pangolão, médias de Interação (idades de corte x doses de N). Na análise de variância, foi detectada significância para a interação idade de corte x nitrogênio (p < 01). Os valores obtidos para proteína bruta neste experimento chamam a atenção para o resultado encontrado em relação com as idades de corte, onde para os esse valores o nitrogênio não é o único fator determinante. A análise do solo (Tabela 1) mostra um solo pobre em quase todos os nutrientes, o que nos leva a considerar os valores de proteína bruta encontrados bastante significativos, para as idades de 40 e 60 dias os seus valores se apresentam acima do ponto critico (7%) sugerido, como aquele valor, abaixo do que, causaria problemas de nutrição nos animais. 30 V CONCLUSÔES A aplicação de nitrogênio aumentou o peso da matéria verde, a matéria seca, a cinza e a proteína bruta da parte aérea do capim Pangolão. As idades de corte influenciaram no aumento do peso da matéria verde e da matéria seca, decrescendo os valores de cinza e proteína bruta. 31 VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACUNHA, J. B. V.; COELHO, R. W. Influência da altura e freqüência de corte no capim-elefante anão. I. Produção de matéria seca e proteína bruta. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 31., 1994, Maringá. Anais... Maringá: SBZ, 1994. p.330. ANDRADE, I. F. Manejo de pastagens para gado de leite. Belo Horizonte: EPAMIG, 1983. 34p. (EPAMIG. Boletim Técnico, 7). AOAC. 1984. Official methods of analysis (Tecn. 47.021). Association of Official Analytical Chemists, Washington. CANTARUTTI, R.B. et al. Aspectos quantitativos do processo de reciclagem de nutrientes pelas fezes de bovinos sob pastejo em pastagem de Brachiaria decumbens na Zona da Mata de Minas Gerais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.2, p.858-865, 2002. CECATO, V., GOMES, L.H., ASSIS, M.A., SANTOS, G.T. e BETT, V. 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