Exposição ao sol desde o nascimento é maior fator de risco para

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02/12/2016
Exposição ao sol desde o nascimento é maior fator de risco para câncer de pele, o mais comum no País - Emais - Estadão
Exposição ao sol desde o nascimento é maior fator de risco para câncer de pele, o
mais comum no País - Emais - Estadão
- O Estado de S.Paulo
01/12/2016, 07:01
Foto: Reprodução/Pixabay
O câncer de pele é o tumor mais frequente na população brasileira. O principal fator causador desse tipo de câncer é o excesso de exposição
cumulativa ao sol desde o nascimento e, por isso, é recomendada atenção para a exposição ao sol fora dos horários de maior intensidade de
radiação, assim como o uso de filtro solar e proteção física.
O maior fator de risco é o envelhecimento. O câncer de pele pode surgir desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os
raios UVA, que estão cientificamente associados com o desenvolvimento do câncer de pele do tipo espinocelular e também melanoma, estão
presentes do nascer até o pôr do sol. Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10h às 16h e são responsáveis por tumores de pele,
principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão.
A recomendação é que a exposição ao sol ocorra entre 8h e 10h, exceto para grupos de risco. "Pessoas com história pessoal ou familiar de câncer
de pele, ruivos ou com muitos nevus (pintas e manchas) assim como descendentes de alemães, italianos, espanhóis e portugueses, por exemplo,
precisam redobrar os cuidados", orienta o cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Câncer de Pele do A.C.Camargo Cancer Center, João Pedreira
Duprat Neto.
Vale destacar que o sol nem sempre é um vilão. Ele é fonte de vitamina D, hormônio que ajuda na saúde dos ossos, sendo protetor, por exemplo,
contra a osteoporose. Há estudos que mostram que bons níveis de Vitamina D podem diminuir a incidência de alguns tumores, inclusive da pele, mas,
para isso, a pessoa não pode tomar mais sol que o recomendado. Duprat Neto também explica que para quem vive em uma cidade como São Paulo,
por exemplo, a exposição ao sol por dez minutos, em três dias por semana, já seriam suficientes. "Não é adequado pensar que quanto mais vitamina
D, melhor. Quando há reposição em excesso, esse hormônio pode causar efeitos colaterais como insuficiência e cálculo renal, perda de apetite e
irritabilidade", alerta.
A vitamina D é produzida com maior intensidade ao se tomar sol das 11h às 13h, período no qual justamente os danos à pele são mais intensos. Em
razão disso, tanto a exposição ao sol com o propósito de adquirir vitamina D, seja por meio do consumo de vitamínicos adquiridos em farmácia, devem
seguir a orientação de um especialista.
Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30. "O fator 15 é suficiente se a pessoa tiver o
hábito de repassar o creme de duas em duas horas, mas sabemos que isso requer uma disciplina que é incomum. Em razão disso, indicamos o fator
30, pois tem efeito mais duradouro e requer menor reposição durante o dia", explica o oncologista "Para a população com maior predisposição a
desenvolver câncer de pele, pode ser recomendado filtro com fator maior que 30, mas a proteção adicional é pequena e pode não compensar o
custo-benefício", esclarece.
A exposição sem proteção aos raios UVA e UVB tem comportamentos diferentes em relação ao desenvolvimento de câncer de pele. Os raios UVB
causam dano direto aos genes, já o UVA não é inócuo como se pensava no passado. Os raios UVA causam mais danos em longo prazo, sendo
também fator importante no desenvolvimento de carcinoma espinocelular e melanoma. "O espinocelular é uma doença mais comum em quem
trabalha a céu aberto, principalmente os trabalhadores rurais", explica Duprat Neto, enquanto que os raios UVB estão mais relacionados com o
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Exposição ao sol desde o nascimento é maior fator de risco para câncer de pele, o mais comum no País - Emais - Estadão
melanoma e carcinoma basocelular, tumores que se desenvolvem com maior frequência quando há um evento específico de alta carga de exposição
em curto prazo. "É mais frequente na pessoa que trabalha no escritório nos dias úteis e no final de semana vai à praia ou que viaja nas ferias e não
se protege do sol", acrescenta.
Dentre estes tumores, o melanoma é o mais agressivo. Isso porque o câncer de pele do tipo basolecular quase sempre fica restrito à pele e é tratado
com remoção da lesão. O espinocelular raramente sai da pele e tem risco de metástase em apenas 5% a 10% dos casos. Já o melanoma, quando
não diagnosticado precocemente, tem alto potencial de desenvolver metástase, no pulmão e fígado.
Diagnóstico. O diagnóstico precoce pode começar em casa, por meio do exame físico. Para tanto, é importante estar atento ao critério ABCDE, que
consiste em observar a Assimetria (se uma metade da pinta está semelhante à outra metade), Borda (casos os contornos da lesão estejam
irregulares, dentados, chanfrados ou com sulcos, é recomendável procurar um especialista), Cor (observar se a coloração é a mesma em toda a pinta
e se não há diferentes tons de marrom, preto e, às vezes, azul, vermelho e branco); Diâmetro (a pinta não pode ter mais de 0,5 cm - embora médicos
diagnostiquem melanomas bem menores) e Evolução (que é um critério melhor avaliado pelos especialistas, que observam a profundidade da lesão e
se há metástase). Os carcinomas basocelulares e espinocelulares têm como característica mais comum haver feridas que não cicatrizam por mais de
um mês e sangram eventualmente.
Dicas gerais:
- Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10h e 16h (horário de verão)
- Fazer uso de chapéus, camisetas e filtro solar;
- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon
formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
- Para o uso de filtro solar, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é
fator 30, por requerer menor reposição ;
- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerado saudável para a pele.
Consultoria: A.C.Camargo Cancer Center
Dermatologista tira dúvidas sobre o uso do protetor solar; veja:
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Caso ainda tenha dúvidas sobre a doença, João Duprat, cirurgião oncologista do A.C.Camargo Cancer Center estará ao vivo na página
do E+ no Facebook a partir das 14h desta sexta-feira, 2, para responder a todas as perguntas. Participe!
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