MESA-REDONDA XVIII Simpósio de Mirmecologia COMPLEXIDADE TRÓFICA E EXEMPLOS DA ESPECIFICIDADE DAS INTERAÇÕES EM PLANTAS MIRMECÓFITAS AMAZÔNICAS E FORMIGAS ASSOCIADAS T.J. Izzo* Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, CP 478, CEP 69083-000, Manaus, AM, Brasil. E-mail: [email protected] Angiospermas de florestas tropicais, quase necessariamente se envolvem em relações bióticas com invertebrados. Estas relações podem ter diversas finalidades, indo de parasíticas a mutualísticas. Mutualismos com invertebrados são necessários em diversas fases da vida de uma planta e podem compreender associações que visam a dispersão de sementes, obtenção e manutenção dos recursos obtidos durante o crescimento e polinização. Quando falamos de invertebrados executando tais tarefas, não podemos deixar de mencionar que em grande parte dos casos estamos falando de formigas. Formigas sem dúvida são parceiros constantes de plantas. Geralmente estas associações com formigas envolvem a troca de serviços por uma fonte de alimento e, em casos especiais, estruturas especializadas onde formigas podem nidificar (BEATTIE , 1985). A estas estruturas, que são modificações de diversas partes das plantas, como folhas, tronco, bulbos ou mesmo raízes, damos o nome de domáceas, ou mirmicários (BENSON, 1985). Plantas mirmecófitas, como são chamadas as que possuem domáceas, em conjunto com as formigas que nidificam nestas, são um dos modelos mais utilizados como referência em estudos de coevolução (BROUNSTEIN, 1998). Em troca de espaço e alimento, as formigas provêm à planta defesa contra herbívoros (FONSECA, 1993). Outros benefícios atribuídos formigas que vivem em mirmecófitas é que algumas espécies podem trazer nutrientes que são absorvidos pela planta hospedeira (BENSON, 1985), ou mesmo agir como agentes alelopáticos (SUAREZ et al., 1998). Tanto a diversidade de plantas mirmecófitas, como a diversidade de formigas ocupantes, é bastante alta. Embora esta relação seja encontrada em todo o território brasileiro, é na região amazônica que podemos encontrar a maior diversidade de espécies mirmecófitas. FONSECA & GANADE (1996) encontraram 16 espécies em um único hectare de floresta. O mais importante, e o que nos concerne, é que geralmente estas plantas estão associadas uma ou poucas espécies de formigas. Algumas espécies de formigas e plantas envolvidas nestes mutualismos são extremamente especializadas e geralmente podemos dizer que são quase “reféns” da associação (AXEROD & HAMILTON, 1981). Rainhas de espécies associadas com plantas mirmecófitas não estabelecem colônias no solo, troncos mortos, ou mesmo outras espécies mirmecófitas que não sua planta hospedeira específica. Dada a alta especificidade e previsibilidade das relações formiga-planta, outros organismos parecem ter evoluído em associação a estes sistemas, apresentando relações altamente específicas com a planta, com a formiga, ou ambos. Este complexo de múltiplas coadaptações gera um ambiente trófico extremamente complexo. Desta forma uma planta mirmecófita pode ser comparada a um pequeno ecossistema parcialmente fechado. Podemos brevemente descrever este pequeno ecossistema: 1) as plantas retiram nutrientes do solo e do ambiente. 2) mirmecófitas podem fornecer a base da alimentação das formigas, através de néctar extrafloral e/ou corpúsculos alimentares. 3) As formigas, por sua vez podem se alimentar de herbívoros que capturam nas folhas da planta hospedeira. 4) Porém, existem herbívoros especialistas que podem “driblar” a defesa da formiga, por mimetismo químico ou comportamental. 5) Dado o comportamento de manter câmaras de lixo dentro das domáceas, as formigas podem “alimentar” a planta. 6) Organismos como nematóides, dípteros e besouros parecem se desenvolver nestas câmaras de lixo. 7) Predadores e organismos cuja “função” neste micro-ecossitema é desconhecida são encontrados em todos os sistemas. 8) Por último, predadores e parasitóides das formigas hospedeiras, altamente especializados fazem parte do sistema. Sem dúvida um sistema bastante simples. A seguir vou expor alguns exemplos encontrados em mirmecófitas na Amazônia Central. É sugerido que a defesa contra herbívoros parece ter sido principal fator responsável pela origem e manutenção da maioria das espécies de plantas mirmecófitas (FONSECA, 1993). De fato, o aumento nas taxas de herbivoria e a diminuição do sucesso reprodutivo quando as formigas não estão presentes foi muitas vezes demonstrada experimentalmente. Porém poucos estudos enfocaram qual a ação das formigas sobre a comunidade de herbívoros. Em Hirtella myrmecophila (Chrysobalanaceae) foram obtidos resultados interessantes sobre este tema. Em plan- *Bolsista CNPq/CT-Amazônia (n° 553306/2006-5) Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.25-28, 2007 25 26 XVIII Simpósio de Mirmecologia tas onde a formiga específica (Allomerus octoarticulatus – Myrmicinae) foi retirada, tanto a riqueza quanto a abundância de insetos herbívoros crescem em função do tamanho da planta. Plantas pequenas, onde a colônia foi mantida, apresentam praticamente a mesma comunidade de artrópodes de plantas onde a colônia foi retirada. Porém, plantas grandes que abrigam grandes colônias são excepcionalmente bem defendidas. Apenas poucas espécies de herbívoros conseguem se associar a estas plantas. Isto sugere que colônias grandes tendem a defender mais eficientemente a planta hospedeira ou uma variação ontogenética na qualidade da defesa oferecida pela formiga (ROCHA & BERGALLO, 1992), um fator geralmente negligenciado em estudos de defesa contra herbívoros em plantas mirmecófitas. Este aumento na eficiência provavelmente se deve a maturidade da colônia e conseqüente demanda por proteínas adicionais para produção de alados (IZZO & VASCONCELOS, 2005). Um segundo fator a ser ressaltado é que formigas diminuem a abundância e riqueza de herbívoros, mas não impedem totalmente sua incidência. Isto se dá porque formigas capturam prioritariamente herbívoros generalistas, que são a maioria. Porém, como toda defesa pede uma contra-defesa, alguns herbívoros altamente especializados podem ser encontrados em plantas mirmecófitas (VASCONCELOS, 1991; MODY & LINSENMAIR, 2004; IZZO & VASCONCELOS 2005). Estes herbívoros podem desfolhar uma mirmecófita mesmo na presença da formiga. Em alguns casos, as formigas parecem tolerar a presença, mas eventualmente os capturam, como parece ser o caso de uma lagarta de espécie indeterminada de lepidóptero que ataca Hirtella myrmecophila. Em outros casos a colônia é totalmente ineficaz contra estes herbívoros e, uma vez que os herbívoros encontrem a planta, irremediavelmente haverá a perda total de folhas e conseqüentemente, morte da colônia. Este é o caso do lepidóptero Acrospila gastralis (Pyralidae) uma lagarta de lepidóptero que enrola as folhas de mirmecófitas do gênero Maieta (VASCONCELOS, 1990). Pheidole minutula, A formiga especializada na mirmecófitaM. guianensis, é totalmente ineficaz contra este herbívoro. Porém, quando esta planta está associada com Crematogaster laevis, uma espécie generalista (IZZO et al., dados não publicados), A. gastralis não é encontrada se alimentando em M. guianensis. A constatação de que formigas de plantas mirmecófitas podem prover alimento para a planta hospedeira, ou mutualismo nutricional, se deu por observação de que formigas acumulam muita matéria orgânica no interior das domáceas. Estas câmaras de lixo podem apresentar diversos tipos de inquilinos, possivelmente especializados. Cordia nodosa (Boraginaceae), habitada por Azteca, apresenta larvas de coleópteros que se desenvolvem dentro das lixei- ras. M. guianenensis tem larvas de dípteros de desenvolvendo nas câmaras de lixo de P. minutula (VASCONCELOS, 1990). Porém, três fatores devem ser observados neste tipo de mutualismo: 1) não necessariamente mirmecófitas tem a capacidade de absorver nutrientes deste material. 2) origem dos nutrientes que depositados nas domáceas. 3) A significância biológica da absorção destes nutrientes. De fato, em H. myrmecophila, as formigas associadas forrageiam somente na planta hospedeira e capturam insetos como fonte principal de sua dieta (IZZO & VASCONCELOS, 2005). Desta forma, caso haja absorção de nutrientes do material depositado nas domáceas e em túneis formados pelas formigas, ele terá origem fora do sistema. Estas câmaras e túneis de carcaças são tomados por um fungo especializado (DEJEAN et al., 2005) e são praticamente isentas de artrópodes. Não é o caso de Cecropia purpurascens (Moraceae), associada com Azteca alfari (Dolichoderinae). Neste caso, qualquer inseto capturado na planta é carregado até as margens da folha e desprezado (IZZO et al., dados não publicados). As câmaras de lixo no interior das domáceas desta planta são tomadas por nemátodes e larvas de dípteros. Plantas do gênero Cecropia produzem corpúsculos alimentícios para manter a colônia de formigas. Adicionalmente, Azteca também cultiva homópteros no interior das domáceas, e as câmaras lixeiras desta espécie apresentam nemátodes larvas de dípteros. Logo, todas as carcaças e fezes contidas nas domáceas tiveram como origem a própria planta. Caso haja absorção de nutrientes por C. purpurascens, ele significa que na verdade a planta está reciclando a energia e materiais despedidos na defesa contra-herbívoros. Testando estas hipóteses utilizando moscas marcadas com isótopos estáveis de nitrogênio, observei que em C. purpurascens não há absorção dos nutrientes das câmaras de lixo, enquanto que em H. myrmecophila há. Porém a contribuição das formigas para H. myrmecophila é menor que 1%. Neste caso, o mutualismo nutricional cai frente ao segundo problema citado, a relevância biológica. Isto se dá porque os solos amazônicos são pobres em uma grande quantidade de nutrientes, mas não em nitrogênio. Logo, a planta tem a capacidade de absorver nutrientes, mas a quantidade absorvida por suas raízes suplanta a absorvida pelas domáceas. Em M. guianensis, que ocorre em áreas próximas a riachos e com baixa quantidade de nitrogênio, a contribuição das formigas para a planta hospedeira é de mais de 90% (SOLANO & DE JEAN, 2003). Também a dependência das formigas para obter nutrientes foi demonstrada em mirmecófitas epífitas, que não tem contato com a terra da planta hospedeira (TRESENDER et al., 1996). Em contrapartida, em Piper cenoclatum, a absorção também ocorre, mas como em H. myrmecophila, a relevân- Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.25-28, 2007 XVIII Simpósio de Mirmecologia cia biológica desta fonte também é insignificante. Isto parece gerar um panorama em que, este segundo benefício da associação com formigas comumente generalizado, só ocorre dependendo do ambiente onde o sistema ocorre e evoluiu. A comunidade de artrópodes associada a M. guianensis apresenta alguns organismos cuja função na planta não foi determinada. Faiditus subflavus (Aranea: Therididae) é encontrada associada a M. guianensis, principalmente quando esta abriga colônias de P. minutula. Mesmo com um intenso esforço de campo não encontramos espécimes desta aranha em qualquer outra espécie de planta, mirmecófita ou não, na área de estudo, o que denota alta especificidade. Porém, mesmo despendendo incontáveis horas observando espécimes desta aranha, não pudemos observar a captura ou mesmo qualquer observação de F. subflavus se alimentando. Também não foi estudado até o momento, como P. minutula tolera estas aranhas nas folhas M. guianensis, pois a formiga parece ser extramente eficiente na remoção de outras espécies. Além deste exemplo, existem muitos outros não estudados. Em alguns casos podemos deduzir a função após algum estudo. Por exemplo, a mirmecófita arbustiva Tococa bulifera (Melastomataceae) é geralmente associada a uma espécie indeterminada da Azteca. Esta planta apresenta também uma alta densidade de uma espécie de aranha da família Therididiosomatidae. Comparando o número bruto de aranhas de qualquer espécie em arbustos de subbosque do mesmo porte de um indivíduo de T. bulifera, encontramos um número 10 a 20 vezes menor. Isto, somado ao fato de que não encontramos espécimes deste therididiosomatídeo em qualquer outra espécie de planta próxima, também, indica alta especialização. Neste caso, foram observados por três vezes os therididiosomatídeos capturando pequenos insetos voadores. E em dois casos, a captura foi de um forídeo que forrageava sobre as operárias de Azteca. Logo, a presença e possível competição por presas que a aranha proporciona à colônia, pode ser compensada por um novo nível de mutualismo entre a formiga e aranhas. Este parceiro adicional garantindo a “saúde” da colônia pode também influenciar a planta hospedeira. Ao contrário do exemplo acima, também predadores especializados em formigas de mirmecófitas são freqüentes nestes sistemas. Dipoena bryantae (Aranea: Therididae) ocorre apenas em três espécies de mirmecófitas que podem ser colonizadas por A. octoarticulatus, não ocorrendo em plantas desocupadas ou associadas a espécies oportunistas (IZZO & VASCONCELOS, 2005). Esta aranha faz suas teias na parte inferior da folha, utilizando o ápice dos tricomas foliares. Estas teias são dispostas próximas da abertura das domáceas e as aranhas capturam ativamente formigas. Ao contrário de uma outra espécie de Dipoena, que preda Pheidole bicornis em mirmecófitas do gênero Piper (GASTREICH, 1999), aparentemente não há efeito da espécie sobre o comportamento ou sobre a colônia de formigas. Por fim, e talvez o exemplo mais elegante de especialização em sistemas formiga planta, é o que envolve uma espécie de planta, de formiga, de phorídeo e de staphilinídeo (IZZO et al., dados não publicados). Crematogaster brasiliensis (Myrmicinae) é uma espécie generalista, mas que frequentemente ocupa a semimirmecófita Palicourea corynbifera (Rubiaceae). Esta espécie não defende eficientemente e, ao contrário da maioria das formigas especialistas em mirmecófitas, forrageia também fora de planta hospedeira. Quando é promovido um dano a planta, e conseqüentemente a colônia, C. brasiliensis recruta uma grande quantidade de operárias para encontrar o promotor do dano. Guiados pelo alarme em aerossol de C. brasiliensis, forídeos do gênero Pseudacteon chegam em poucos minutos e atacam as operárias. Estas operárias possuem um sistema de defesa contra forídeos: as operárias elevam o gáster e a cabeça, praticamente tocando um ao outro, adotando com o corpo, uma posição em forma de “U”. Poucos minutos depois, as operárias retomam a postura normal e fogem. Este mesmo comportamento já foi descrito para formigas do gênero Solenopsis (Myrmicinae) (PORTER, 1998). Porém, um predador parece ter “aprendido” que formigas imóveis, se defendendo contra forídeos, são vulneráveis. Provavelmente também atraídos pelo alarme químico de C. brasiliensis, besouros staphilinídeos (prov. Tetradonia sp. nov.) chegam poucos minutos depois dos forídeos. Se valendo da imobilidade, o staphilinideo ejeta ácido nas tíbias. Posteriormente, galgando o corpo da operária, também é ejetado ácido na inserção da cabeça e do pecíolo de modo que em poucos minutos a formiga está morta. Em outras palavras: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Porém, depois de matar a operária, o staphilinideo carrega a formiga para fora e longe da planta. Isto se dá por que, em experimentos de “arena”, as formigas o reconhecem como inimigo e o matam rapidamente, o que sugere a ausência de mecanismos de apaziguamento ou mimetismo. Também, em mais de uma ocasião, foi observada a morte de stafilinídeos em condições naturais por operárias que não estavam se defendendo de forídeos. Desta forma, o staphilinídeo é extremamente dependente do mecanismo de defesa anti-forídeo, apresentado por C. brasiliensis. Este exemplo extremo demonstra não apenas a pressão evolutiva exercida por parasitóides especializados, mas a complexidade trófica de sistemas formiga-planta. Em resumo, os sistemas mirmecófitas-formigas são extremamente complexos e envolvem diversas Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.25-28, 2007 27 28 XVIII Simpósio de Mirmecologia espécies e diversos níveis de interação. Associada a esta complexidade está uma grande fauna que apresenta uma grande quantidade de adaptações. Aqui apresentei apenas observações, algumas ocasionais, realizadas em uma única reserva na Amazônia Central. A estrutura trófica em diversos sistemas formigaplanta ainda permanece por ser devidamente estudada. Compreender a fundo estes organismos e estudar seu comportamento em relação à colônia de formigas que habitam mirmecófitas, em escala local e em escala biogeográfica, são assuntos que podem trazer à luz, inúmeras informações sobre o processo evolutivo/ coevolutivo em florestas tropicais. REFERÊNCIAS AXELROD, R. & HAMILTON W.D. The evolution of cooperation. Science, v.211, p.1390-1396, 1981. BEATTIE, A.J. The evolutionary ecology of ant-plant mutualisms. 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