Evelyn Braga de Oliveira

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Farmácia
Trabalho de Conclusão de Curso
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE
OBESIDADE
Autora: Evelyn Braga de Oliveira
Orientador: Prof.Sérgio Augusto Coelho Diniz Nogueira Júnior
Brasília - DF
2011
3
EVELYN BRAGA DE OLIVEIRA
USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE OBESIDADE
Monografia apresentada ao curso de graduação
em Farmácia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Farmacêutico.
Orientador: Prof. Sérgio Augusto Coelho
Diniz Nogueira Júnior
BRASÍLIA
2011
Monografia de autoria de Evelyn Braga de Oliveira, intitulada “USO RACIONAL DE
MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE OBESIDADE”, apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de Farmacêutico da Universidade Católica de Brasília, em
junho de 2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________
Prof. Sérgio Augusto Coelho Diniz Nogueira Júnior
Orientador
Farmácia- UCB
____________________________________________________
Banca
Prof. Esp. Marcela de Andrade Conti
Farmácia- UCB
____________________________________________________
Banca
Prof. Esp. Samara Haddad Simões Machado
Farmácia- UCB
Brasília
2011
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus por essa grande vitória e conquista, aos meus
queridos pais e minha irmã que sempre me apoiaram e acreditaram no meu potencial e
também agradeço ao meu orientador. Enfim, para todos que colaboraram diretamente e
indiretamente nestes anos, proporcionando alegrias e forças para concluir o grande sonho de
ser farmacêutica.
RESUMO
A obesidade é um grave problema de saúde caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura.
Várias causas podem ser consideradas, como dietas inadequadas, pouca atividade física e
sedentarismo. Também está associada a um aumento de risco para doenças cardiovasculares,
hipertensão, diabetes, osteoartrose, apnéia do sono, entre outras. O índice de massa corpórea
acima de 25 kg/m2 é considerado Pré-obeso. O tratamento da obesidade inclui: farmacológico,
não farmacológico e cirúrgico. A sibutramina, um medicamento sacietógeno disponível para o
tratamento em longo prazo, foi proibido pela Agência Européia de Medicamentos por colocar
em risco pacientes com problemas cardíacos, no Brasil ainda não foi proibido, mas a
ANVISA recomendou para os profissionais de saúde para que tivessem cuidado ao receitar
esse medicamento. O uso racional de medicamentos no tratamento de obesidade é preciso
estabelecer que receite o medicamento correto, forma farmacêutica, dose e tempo correto para
o paciente obter um tratamento seguro e eficaz.
Palavras-chave: Obesidade. Uso racional. Tratamento. Medicamentos. Legislação.
ABSTRACT
Obesity is a major health problem characterized by excessive accumulation of fat. Several
causes may be considered like inadequate diets, low physical activity and sedentary. It is also
associated with an increased risk for cardiovascular disease, hypertension, diabetes,
osteoarthritis, sleep apnea and others. The body mass index above 25 kg/m2 is considered
pre-obese. The treatment of obesity include: pharmacological, non pharmacological, and
surgical. Sibutramine, a drug available for satiating the long-term treatment, was banned by
the European Medicines Agency for endangering patients with heart problems, Brazil has not
yet been banned, but ANVISA recommended for health professionals that care had to
prescribe this medication. The rational use of medicines in the treatment of obesity is
necessary to establish that prescribing the right drug, dosage form, dosage and correct time for
the patient to obtain a safe and effective treatment.
Keywords: Obesity. Rational use. Treatment. Drugs. Legislation.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7
2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 10
2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 10
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 11
4 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 11
4.1 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS .................................................................... 12
4.1.1 Medidas para promover o uso racional ............................................................ 13
4.2 OBESIDADE ................................................................................................................. 14
4.2.1 Prevalência ......................................................................................................... 15
4.2.2 Etiologia ............................................................................................................. 15
3.2.3 Fatores de risco para obesidade e sobrepeso .................................................... 16
4.2.4 Fisiopatologia ..................................................................................................... 16
4.2.5 Diagnóstico ......................................................................................................... 18
4.2.6 Tratamento ........................................................................................................ 18
4.2.6.1 Tratamento não farmacológico ............................................................... 19
4.2.6.2 Tratamento cirúrgico .............................................................................. 20
4.2.6.3 Tratamento farmacológico ...................................................................... 21
4.2.6.4 Legislação .............................................................................................. 25
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 28
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 29
7
1 INTRODUÇÃO
A obesidade pode ser considerada um acúmulo de tecido adiposo, localizado em certas
partes ou em todo corpo, causado por distúrbios genéticos, metabólicos (hormonais), ou por
alterações nutricionais (ALBUQUERQUE; GOMES, 2002, p. 8). A obesidade é fator de risco
para doenças cardiovasculares, hipertensão, doenças respiratórias, diabetes, osteoartrose de
joelho, apnéia do sono, problemas psicológicos, e entre outros. Um fator importante é o
excesso no consumo de alimentos ricos em calorias associado a pouca ou nenhuma atividade
física (ALBUQUERQUE; GOMES, 2002, P.8). Essa doença é diagnosticada pelo índice de
massa corporal (IMC) que é obtido pela divisão da massa corporal em quilogramas (kg) pelo
quadrado da estatura em metros ao quadrado (m2) (HALPERN, 2005, p. 3).
A prevalência do sobrepeso e obesidade vem aumentando rapidamente no mundo,
sendo considerado um importante problema de saúde pública, tanto para países
desenvolvidos, como para os em desenvolvimento (MASSUIA; BRUNO; SILVA, 2008, p.56).
O tratamento para obesidade deve ser direcionado para uma mudança comportamental,
com a adesão de uma dieta balanceada em associação a atividades físicas regulares. Caso
essas medidas não sejam eficazes, pode-se optar pelo tratamento não farmacológico que inclui
restrição calórica, aumento da atividade física e terapia comportamental, mas sempre
acompanhado de um especialista (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.537. MANCINI;
HALPEN, 2006, p. 549). As estratégias farmacológicas são indicadas apenas quando o
paciente tem um índice de massa corporal (IMC) maior que 30 Kg/m² ou quando o indivíduo
apresenta IMC maior que 25 Kg/m² com outras doenças associadas à obesidade, quando o
tratamento com dieta e exercício não está gerando resultados (ROMEU; JUSTINO; LIMA,
2008, p 32). No tratamento da obesidade, pode-se utilizar os agentes catecolaminérgicos,
sacietógeno, redutores de absorção de gordura e antidepressivos inibidores da receptação de
serotonina (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.537. MANCINI; HALPEN, 2006, p. 549). Esses
medicamentos podem causar efeitos adversos como taquicardia, insônia, cefaléia,
dependência, irritação e etc (BORGES; BORGES; SANTOS, 2006, p.251).
O uso de laxantes é muito comum para a redução do peso. São fármacos que atuam
aumentando a motilidade intestinal, aumentando o volume fecal e diminuindo a absorção
intestinal. Não há evidências de que esses fármacos levem a perda de peso, o que ocorre é a
8
perda de líquidos e massa fecal. O uso contínuo desses medicamentos pode provocar
constipação e exigir o uso crônico dessa classe (BORSATO et al., 2008, p. 37).
Os diuréticos reduzem o peso pela perda de água corporal, ou seja, não interferi na
quantidade de gordura corporal (Dr. DIEHI, L. Fórmulas Para Emagrecer. Portal Endócrino).
As associações entre fármacos podem causar efeitos desconhecidos. O farmacêutico
tem o papel de alertar o usuário quanto aos possíveis problemas devido ao uso indiscriminado
dessas substâncias e de orientar a busca de auxílio especializado para a correta prescrição de
medicamentos e acompanhamento do tratamento (BORSATO et al., 2008, p. 36).
O Brasil é um dos maiores consumidores de anorexígenos e muitas vezes o uso dessas
substâncias é feito sem orientação médica (COTA; MOURA; GOMES, 2008, p. 51).
A Resolução nº 1477, de 11 de julho de 1997, do Conselho Federal de Medicina e a
RDC 58 de setembro de 2007, proíbe a associação de anfetaminas, benzodiazepínicos,
diuréticos, laxantes, hormônios ou extratos hormonais, com finalidade para o tratamento da
obesidade (ANVISA, 2007, p.1. ROSA, 2010, p. 2).
Do ponto de vista ético-profissional, cabe aos farmacêuticos orientar quanto às
prescrições contendo anorexígenos, laxantes, redutores de absorção de gordura, diuréticos
tendo, assim, um tratamento racional, eficaz e seguro (ROMEU; JUSTINO; LIMA, 2008, p.
32).
No uso racional de medicamentos, é preciso estabelecer a necessidade do uso do
medicamento, observando que se receite o medicamento apropriado, a melhor escolha,
terapêutica de acordo com a eficácia e segurança comprovados e aceitáveis. Além disso, é
necessário que o medicamento seja prescrito adequadamente, na forma farmacêutica, com
doses e período de duração do tratamento adequado (AQUINO, 2008, p. 734).
Sobre o uso racional de medicamentos da obesidade é importante ressaltar alguns
pontos tais como: o tratamento farmacológico só se justifica após a orientação dietética e
mudança no estilo de vida; os medicamentos só ajudam a aumentar adesão dos pacientes
quando há mudanças nutricionais e comportamentais; o tratamento farmacológico não cura a
obesidade, no caso de descontinuado, que ocorre o reganho de peso; esse tratamento deve ser
utilizado sob avaliação médica contínua e ser mantido apenas quando considerado seguro e
eficaz para o paciente (MANCINI & HALPERN, 2006, p.53-54).
Os medicamentos para tratamento da obesidade estão sendo amplamente utilizados
sem orientações adequadas e não respeitando as normas do uso racional de medicamentos, ou
seja, causando o uso irracional de medicamentos (BORGES; BELO; VIEIRA; VIEIRA, 2008,
p. 26).
9
Diante disso, esse trabalho é importante revisar literatura sobre uso racional de
medicamentos no tratamento da obesidade.
10
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
·
Revisar literatura sobre uso racional de medicamentos no tratamento da obesidade.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·
Pontuar critérios para indicação do tratamento de obesidade.
·
Descrever os tipos de tratamento para obesidade.
·
Listar os medicamentos usados no tratamento da obesidade, seus respectivos
mecanismos de ação e efeitos adversos.
11
3 METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa. Para o desenvolvimento
deste trabalho, foi realizada uma busca e pesquisa de artigos científicos na base de dados da
Scielo, Science Direct, BVS, monografias, revistas da saúde e livros acadêmicos disponíveis
na biblioteca da UCB. As palavras chaves utilizadas foram “obesidade”, “tratamento”,
“medicamentos”, “racional”. Os operadores boleanos utilizados foram uso and racional and
medicamentos, tratamentos and obesidade, todos no campo “palavras do título”.
As bibliografias pesquisadas foram publicadas entre 2001 e 2011. Dos artigos
pesquisados foram em média de 120 artigos incluindo os seguintes temas: tratamento para
obesidade, o papel do farmacêutico na orientação da obesidade, uso racional de
medicamentos, diretrizes de obesidade e entre outros. Pois muitos desses artigos possuem a
mesma idéia.
12
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (BRASIL, 2007, p.7), uso racional
de medicamentos é definido como: “quando pacientes recebem medicamentos apropriados
para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um
período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade”.
O uso racional de medicamentos inclui:
1. Escolha terapêutica adequada (é necessário o uso de terapêutica medicamentosa,
ou seja, tratamento com a utilização de medicamentos).
2. Indicação apropriada, ou seja, a razão para prescrever está baseada em evidências
clínicas.
3. Medicamento apropriado, considerando eficácia, segurança, conveniência para o
paciente e custo.
4. Dose: administração de doses e duração dos tratamentos apropriados.
5. Paciente apropriado, isto é, inexistência de contra-indicação e mínima
probabilidade de reações adversas.
6. Dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os medicamentos
prescritos.
7. Adesão ao tratamento pelo paciente.
8. Seguimento dos efeitos desejados e de possíveis eventos adversos conseqüentes
do tratamento (MARIN et al., 2003, p. 287).
O uso racional de medicamentos envolve o médico e o paciente, que interagem de
forma dinâmica. O médico tem papel determinante na conduta do paciente, mas o paciente
também, com suas expectativas, hábitos culturais, entre outros, que poderão influenciar os
atos de prescrição. Esta relação médico/paciente exerce uma fundamental importância no uso
racional de medicamentos, cuja relação está envolvida com fatores como a capacidade de
definição e implementação de uma política de medicamentos relacionada à propaganda
médica, as relações do mercado farmacêutico, a organização da rede de serviços, no âmbito de
educação da sociedade e a fatores culturais de um modo geral (MARIN et al., 2003, p. 288).
O profissional farmacêutico também é de grande importância por ser responsável pela
dispensação e orientação ao paciente sobre o modo correto de utilização do medicamento
(BORGES, G.P.M. et al. , 2008, p. 29). Os farmacêuticos também podem propor e fazer
campanhas educativas para sensibilizar os pacientes quanto à adesão ao tratamento e os riscos
que envolvem a terapia medicamentosa, principalmente quando feita de modo irracional
(BORSATO et al, 2008, p. 37).
13
O trabalho de equipe multiprofissional no tratamento da obesidade pode ser
constituído por profissionais da saúde como farmacêuticos, médicos, professores de educação
física, nutricionistas e psicólogos. Essa equipe contribuirá para oferecer ao paciente uma visão
mais ampla, conhecimento e motivação para vencer os obstáculos contra obesidade e adotar
mudanças de hábitos de vida (V Diretrizes Brasileiras De Hipertensão Arterial, 2006, p.17).
Dos medicamentos adquiridos no Brasil, 35% são feitos pela automedicação. O
brasileiro tende a se automedicar e, na maioria dos casos, por não encontrar disponibilidade
dos serviços de saúde mais acessíveis, o usuário precisa ficar horas em uma fila e, às vezes,
esperar dias e até meses para ser atendido por um médico. Além disso, há médicos que não
têm acesso a informações completas a respeito da segurança dos fármacos e não possuem
conhecimentos sobre efeitos nocivos destes e de combinações destes. Há também pacientes
que ignoram a responsabilidade no uso dos mesmos e não informam aos seus médicos o uso
de outros medicamentos (AQUINO, 2008, p. 734).
4.1.1 Medidas para promover o uso racional
Com a criação do Comitê Nacional pelo Ministério da Saúde criou-se a Promoção do
Uso Racional de Medicamentos, cujo objetivo é desenvolver ações estratégicas para melhorar
o acesso da população ao atendimento à assistência farmacêutica e para melhorar a segurança
e qualidade do uso e prescrição de medicamentos (AQUINO, 2008, p. 736).
É fundamental para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos a participação de
colaboradores como: Pacientes, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de políticas
públicas, indústria, comércio e governo (AQUINO, 2008, p.736).
A Organização Mundial da Saúde (2007) tem doze estratégias aceitas mundialmente
para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos:
1. Comitê nacional estabelecido de forma multidisciplinar para coordenar as
políticas de uso racional;
2. Diretrizes clínicas;
3. Listas de medicamentos essenciais;
4. Comitês de Farmácia e Terapêutica em distritos e hospitais;
5. Capacitação em Farmacoterapia baseada em problemas nos cursos de graduação;
6. Educação médica continuada em serviço como requisito para registro profissional;
7. Supervisão, auditoria e retro-alimentação;
8. Informação fidedigna e isenta sobre medicamentos;
9. Educação dos usuários sobre medicamentos;
10. Não permissão a incentivos perversos;
14
11. Regulamentação e fiscalização apropriadas.
12. Gasto governamental suficiente para assegurar disponibilidade de medicamentos
e infraestrutura (BRASIL, 2007, p. 7).
No tratamento da obesidade há diretrizes para o tratamento farmacológico da
obesidade, pois ainda não existem listas de medicamentos essenciais (Rename) para
obesidade, com isso pode dificultar o uso racional de medicamentos. Também o que precisa
ser feito, é ensinar a população sobre o tratamento correto da obesidade como, por exemplo,
fazer seminários, ou seja, explicar sobre o uso correto dos medicamentos que são utilizados
no tratamento da obesidade (RADOMINSKI et al., 2010).
4.2 OBESIDADE
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo, a obesidade “é o
acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio
nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos” (HALPERN,
2005, p. 3).
De acordo com a classificação adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
obesidade e sobrepeso são classificados pelo índice de massa corporal (IMC), que é obtido
pela divisão da massa corporal em quilogramas – kg pelo quadrado da estatura (em metros ao
quadrado m2). Tabela 1 (RADOMINSKI et al., 2010, p.5).
Tabela 1- Relação entre índice de massa corporal e obesidade:
Classificação
IMC (Kg/m2)
Baixo peso
Risco de Comorbidades
Baixo
Peso normal
18,5-24,9
Médio
Sobrepeso
≥ 25
-
Pré-obeso
25-29,9
Aumentado
Obeso I
30,0-34,9
Moderado
Obeso II
35,0-39,9
Grave
Obeso III
≥ 40
Muito grave
Fonte: Radominski et al., 2010, p.6.
15
4.2.1 Prevalência
O aumento do número de casos de obesidade surgiu como uma epidemia em países
desenvolvidos e também nos países em desenvolvimento (MARTINS; SGRANÇO;
MARTINS, 2009, p. 68).
Os dados sobre a ocorrência de obesidade na população adulta brasileira são baseados
na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008–2009, que são realizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde e
mostraram que a obesidade ocorre em 12,5% dos homens, em 16,9% das mulheres adultas e
em 15% das crianças (RADOMINSKI, 2010, p.5).
Com base nos dados da POF é necessário que sejam incorporadas ações direcionadas
para prevenção e controle desse agravo, por meio de medidas de educação em saúde e
nutrição em âmbito nacional, assim como em todos os segmentos da sociedade
(WANDERLEY; FERREIRA, 2010, p.187).
Em 2002, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontavam para a
existência de mais de um bilhão de adultos com excesso de peso, sendo que 300 milhões eram
considerados obesos. Estima-se que mais de 115 milhões de pessoas sofram dos problemas
relacionados à obesidade nos países em desenvolvimento. No Brasil, de acordo com a
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), o excesso de peso está presente em 27
milhões de indivíduos. Desses, 6,8% são classificados como obesos (MASSUIA; BRUNO;
SILVA, 2008, p. 6). Estima-se que o Brasil, em 2025, será o 5° país no mundo a ter
problemas com a obesidade em sua população (ALMEIDA; SANTOS, 2007, p. 26).
4.2.2 Etiologia
A etiologia da obesidade é multifatorial, de difícil identificação e é caracterizada por
uma complexa interação entre fatores comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e
psicológicos (MOTA; ZANESCO, 2007, p. 25).
No sistema neuroendócrino, existem três componentes primários envolvidos com a
obesidade: o sistema aferente, que envolve a leptina e outros sinais de saciedade e de apetite
de curto prazo; a unidade de processamento do sistema nervoso central; e o sistema eferente,
16
um complexo de apetite, saciedade, efetores autonômicos e termogênicos, que leva ao estoque
energético (GUEDES; CARRARO; GODOY-MATOS; LOPES, 2005, p. 3).
4.2.3 Fatores de risco para obesidade e sobrepeso
A obesidade é um problema de saúde pública que provoca sérias conseqüências
sociais, físicas e psicológicas (MOTA; ZANESCO, 2007, p. 25). Ainda se desconhecem
muitos dos mecanismos fisiopatológicos que levam à obesidade (WANNMACHER, 2004, p.
2). O principal determinante é o desequilíbrio dos mecanismos homeostáticos que controlam o
balanço calórico (RANG; RITTER; DALE, 2007, p. 415) devido a fatores como dietas
inadequadas, pouca atividade física, e sedentarismo que pode ser considerado como ausência
de atividade física (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p. 536), além de obesidade secundária a
alterações neuroendócrinas, uso de alguns medicamentos como glicorticóides, antidepressivos
tricíclicos, lítio, fenotiazina, ciproeptadina, cirurgia hipotalâmica (problemas no hipotálamo) e
obesidade
genética,
associada
a
alterações
cromossômicas
e
mutações
gênicas
(WANNMACHER, 2004, p. 2).
O sobrepeso e obesidade são fatores de risco para várias doenças, incluindo
hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, doença cardiovascular, apnéia do sono,
osteoartrite nas articulações devido ao peso, neoplasias malignas de mama pós – menopausa e
de endométrio, disfunções respiratórias e problemas psicológicos (MARTINS; SGRANÇO;
MARTINS, 2009, p. 68).
4.2.4 Fisiopatologia
A fisiopatologia da obesidade está relacionada a um aporte calórico maior que o gasto
calórico efetivo. A forma de alcançar o déficit energético é reduzindo o peso corporal por
meio da diminuição da ingestão calórica total, dieta adequada, associada à atividade física
regular, que melhora a atividade cardiovascular e respiratória (CARNEIRO; JÚNIOR;
ACURCIO, 2008, p. 1763).
17
O hormônio relacionado com a regulação da ingestão energética é conhecido como
leptina. A concentração plasmática de leptina está parcialmente relacionada ao tamanho da
massa de tecido adiposo presente no corpo, pois seus níveis plasmáticos diferem em
indivíduos com mesmo índice de massa corporal. Além dos adipócitos, é sintetizada no
estômago, na placenta e na glândula mamária (MOTA; ZANESCO, 2007, p.26).
A leptina plasmática é mais elevada nos obesos do que nos indivíduos não obesos,
como seria esperado. Isso se deve a uma resistência ao hormônio e não a sua insuficiência, e
tal resistência tem diversas causas como, por exemplo, defeitos na síntese, problemas em seu
transporte na circulação sanguínea ou em seu transporte para o SNC, nos receptores de leptina
no hipotálamo (RANG; RITTER; DALE, 2007, p. 415).
Os níveis de leptina podem ser influenciados por diversos fatores e substâncias. Uma
exposição prolongada ao jejum diminui os seus níveis plasmáticos, a alimentação excessiva
aumenta sua concentração. Estudo avaliando adipócitos humanos isolados mostrou que a
infusão prolongada ou doses supra-fisiológicas de insulina aumentam os níveis circulantes de
leptina, assim como a administração exógena de glicocorticóides (MOTA; ZANESCO, 2007,
p.26). O pico de liberação da leptina endógena ocorre principalmente à noite e às primeiras
horas da manhã, e sua meia-vida plasmática é de 30 minutos (ROMERO; ZANESCO, 2006,
p.86).
A leptina tem sua ação nos neurônios produtores de neuropeptídeos e
neurotransmissores orexígenos e anorexígenos. Ela também promove a diminuição da
ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a função neuroendócrina
e o metabolismo da glicose e de gorduras (BENATTI; JUNIOR, 2007, p. 264). Esse hormônio
é responsável pelo controle de ingestão alimentar e atua no hipotálamo do sistema nervoso
central (ROMERO; ZANESCO, 2006, p.86).
A leptina age em resposta ao volume da massa adiposa. Quanto maior a massa adiposa
mais hormônio será produzido. Ela carrega a mensagem que a massa adiposa está suficiente e
assim promove a redução de ingestão alimentar. Ela atua alterando os sinais neuronais no
local do cérebro que interfere no apetite. A leptina age no Sistema Nervoso Simpático
aumentando a pressão sanguínea e a termogênese pela transferência de elétrons de síntese de
ATP na mitocôndria de adipócitos (LEHNINGER; COX, 2006, p. 902).
Acredita-se que a obesidade humana é resultado de produção insuficiente de leptina.
No entanto, indivíduos obesos apresentam grande quantidade de leptina plasmática, cerca de
cinco vezes maior que pessoas magras (ROMERO; ZANESCO, 2006, p. 87).
18
4.2.5 Diagnóstico
Avaliação da obesidade ou sobrepeso é baseada na simples observação visual do
paciente. O diagnóstico deve ser direcionado para entender as características pessoais,
psicossociais, ambientais e emocionais (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.539).
O diagnóstico é baseado no índice de massa corporal (IMC), que permite uma
avaliação rápida e prática da obesidade quando esse está acima de 30 Kg/m2 (PEDROSO;
OLIVEIRA, 2007, p. 537-539). Porém, esse método possui limitações tais como realizá-lo em
pessoas musculosas e edemaciadas, já que podem apresentar o IMC elevado (MANCINI,
2001, p. 585). Outra forma de avaliação da obesidade se dá quando o perímetro abdominal ao
nível da cicatriz abdominal está acima de 102 cm nos homens ou 88 cm nas mulheres. Este
dado também é considerado importante devido à circunferência abdominal ser um parâmetro
fortemente relacionado a doenças cardiovasculares (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p. 537539). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece critérios para risco cardiovascular
da circunferência abdominal, conforme Tabela 2.
Tabela 2 - Referência de Circunferência Abdominal x Risco de Doenças Cardiovasculares:
Homens
Mulheres
Baixo Risco
< 94 cm
< 80 cm
Médio Risco
94 a 102 cm
80 a 88 cm
Alto Risco
> 102 cm
> 88 cm
Fonte: GODOY-MATOS et al, 2009-2010, p. 13.
4.2.6 Tratamento
O tratamento da obesidade é difícil, com baixo nível de sucesso e alta taxa de recidiva,
e a possibilidade de controle do problema depende principalmente da adesão do paciente e da
eficiência do plano de tratamento usado, além da experiência, dedicação e competência dos
profissionais em ajudar e ensinar o paciente a promover mudanças em seus hábitos de vida
(PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p. 536).
19
4.2.6.1 Tratamento não farmacológico
O tratamento não farmacológico trata-se de uma estratégia bem avaliada que deve ser
incentivada nos pacientes e inclui restrição calórica, aumento da atividade física e terapia
comportamental (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2006, p. 888).
Segundo Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
(Abeso), a terapia comportamental “baseia-se na análise e modificações de comportamentos
disfuncionais associados ao estilo de vida do paciente.” (GODOY-MATOS et al., 2009-2010,
p. 45). O objetivo desta terapia é programar estratégias que auxiliam no controle de peso,
reforçar a motivação com relação ao tratamento e evitar o ganho de peso (GODOY-MATOS
et al., 2009-2010, p. 45).
O uso das técnicas comportamentais visa à identificação dos estímulos que facilitam o
comportamento compulsivo, além de situações que facilitam a não adesão ao tratamento e os
casos determinantes para o insucesso da terapêutica. (GODOY-MATOS et al., 2009-2010,
p.45).
No tratamento da obesidade há equipes multidisciplinares com professores de
educação física, que orientam a prática de atividade física e nutricionistas que auxiliam na
reeducação alimentar para obtenção de um emagrecimento de forma saudável (COTA;
MOURA; GOMES, 2008, p. 56). Os médicos são responsáveis pela consulta médica (ver
avaliação clínico-laboratorial), pelas condutas terapêuticas e avaliação clínica do paciente (V
Diretrizes Brasileiras De Hipertensão Arterial, 2006, p.17). Os Psicólogos orientar o paciente,
quanto aos distúrbios psicológicos, incluindo depressão e distúrbios alimentares (MUSSUIA;
BRUNO; SILVA, 2008, p.6). E os farmacêuticos têm a função de alertar quanto aos riscos e
benefícios dos medicamentos e orientar sobre os efeitos adversos, interações medicamentosas
e problemas da má administração quando é feito de modo incorreto (BORSATO et al., 2008,
p. 37).
Os pacientes que apresentam os melhores resultados na manutenção da perda de peso
são os que referem ingestão semanal de dieta hipocalórica sem gorduras e com baixo teor de
carboidratos, que faz uma hora diária de exercícios moderados e realizam monitoramento
diário (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2006, p. 888).
20
4.2.6.2 Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é eficaz e geralmente possui custo-efetivo, mas deve restringirse à obesidade mórbida IMC igual ou superior a 40 Kg/m2 e aos pacientes que têm o aumento
de peso IMC entre 35 e 40 Kg/m2 associado à co-morbidade (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2006, p. 888).
Os pacientes com indicação cirúrgica são aqueles que possuem tentativas frustradas de
outros tipos de tratamento e que não possuem contra-indicações cirúrgicas. Trata-se de uma
intervenção eficiente na sua manutenção a longo prazo, porém pode acarretar potenciais
complicações operatórias, perioperatórias e a longo prazo (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2006, p. 888). A tabela abaixo indica os critérios para cirurgia bariátrica (Tabela
3).
Tabela 3 - Critérios de Indicação para Cirurgia Bariátrica:
Adultos com IMC ≥ 40 kg/m2 sem comorbidades
Adultos com IMC ≥ 35 kg/m2 com uma ou mais comorbidades associadas
Resistência aos tratamentos conservadores realizados regularmente há pelo menos dois
anos (dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico, atividade física)
Motivação, aceitação e conhecimentos sobre os riscos da cirurgia
Ausência de contra-indicações
Fonte: GODOY-MATOS et al., 2009-2010, p. 75.
As cirurgias bariátricas levam o paciente a limitar a ingestão de alimentos por causar
sensação de plenitude após uma pequena refeição e retarda o esvaziamento gástrico.
Diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos reduzem a capacidade do estômago ou alteram o
trânsito gastrointestinal para limitar a ação digestiva e diminuir a absorção dos alimentos.
(PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p. 551).
A taxa de mortalidade associada à cirurgia varia de 0,1% a 1,1%, dependendo do
procedimento. As complicações cirúrgicas mais comuns independendo da técnica utilizada
são tromboembolismo pulmonar, deiscência da sutura, fístulas, estenoses, infecções e
hemorragia, além de hérnia e torção da alça intestinal (GODOY-MATOS et al., 2009-2010,
p.78).
A cirurgia bariátrica promove benefícios aos pacientes como a melhora das
comorbidades relacionadas à obesidade. Além disso, o estado psicológico e a qualidade de
21
vida também melhoram. Os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica podem evoluir com a
melhora de diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, função cardíaca, apnéia do
sono, função respiratória e dislipidemia (GODOY-MATOS et al., 2009-2010, p.78).
4.2.6.3 Tratamento farmacológico
O tratamento farmacológico da obesidade está indicado quando o paciente tem um
índice de massa corporal IMC igual ou superior a 30 Kg/m2 ou quando o indivíduo tem
doenças associadas ao excesso de peso com IMC igual ou superior a 25 Kg/m2 em situações
nas quais o tratamento com dieta, exercício ou aumento de atividade física e modificações
comportamentais não tiveram resultados desejáveis (MANCINI; HALPERN, 2006, p.54).
Segundo Mancini (MANCINI; HALPERN, 2006, p. 54) os critérios do tratamento
para obesidade são: “demonstrar efeito em reduzir o peso corporal e levar à melhora das
doenças dependentes do excesso de peso, ter efeitos adversos toleráveis ou transitórios,
apresentar eficácia e segurança mantidas em longo prazo, possuir mecanismo de ação
conhecido e idealmente ter um custo razoável” (MANCINI; HALPERN, 2006, p. 54).
Os grupos farmacológicos para o tratamento da obesidade são:
·
Sacietógeno:
Sibutramina. Mecanismo de ação: é um inibidor da recaptação da serotonina e da
noradrenalina nas terminações nervosas do sistema nervoso central (GLANDT; RAZ, 2011, p.
3). Não altera o apetite, mas promove uma sensação mais precoce da saciedade durante a
refeição, ou seja, faz com que a pessoa coma pouco e sinta-se logo sastifeito, reduzindo o
consumo de alimentos por estímulo fisiológico da saciedade e aumento o gasto metabólico de
energia (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p. 549).
Seus efeitos adversos mais comuns são xerostomia, cefaléia, insônia e constipação
(RADOMINSKI, 2010, p.10). Ela também promove aumento da pressão arterial, da
freqüência cardíaca e provoca distúrbios do ritmo cardíaco e está associada à ocorrência de
fibrilação ventricular com parada cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular
encefálico. Além disso, seu uso está associado à depressão, incluindo ideação e tentativa de
suicídio (SILVA; HOEFLER; VIDOTTI, 2010, p. 2).
As doses habituais da sibutramina são de 10mg e de 15mg por dia, disponíveis em
cápsulas (GLANDT; RAZ, 2011, p. 3).
22
No dia 21 de janeiro de 2010, a Agência Européia de Medicamento recomendou a
proibição da venda da sibutramina e sua prescrição na Europa, por colocar em risco pacientes
com problemas cardíacos (SILVA; HOEFLER; VIDOTTI, 2010, p. 1. ROSA, 2010, p. 11).
Após a conclusão de um estudo feito por SCOUT (Sibutramine Cardiovascular
Outcome), que foi realizado por um período de 6 anos, com cerca de 10.000 pacientes obesos
ou com sobrepesos associados a doenças cardiovasculares e pacientes com diabetes mellitus
tipo 2, com obesidade ou sobrepeso, associada a fatores de riscos para doenças
cardiovasculares (ANVISA, 2011, p. 43), foi comprovado o aumento do risco de ataques
cardíacos e infarto do miocárdio neste grupo específico. Com base nesses resultados, a
Agência Européia de Medicamentos proibiu a comercialização da sibutramina (ROSA, 2010,
p.11).
O Brasil ainda não aderiu à proibição, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), alertou os profissionais de saúde para que tivessem cuidado ao receitar o
medicamento (sibutramina) para os pacientes com obesidade associada a doenças
cardiovasculares e cerebrovascular ou obesidade associada a diabetes melito tipo 2 e que
tivessem mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (ROSA,
2010, p.11).
A ANVISA decidiu restringir a venda da sibutramina no Brasil. Dessa forma passou
da classe C1 (substâncias sujeitas a controle especial) para classe B2 (substâncias
psicotrópicas anorexígenas) (MENEZES et al., 2010, p. 163).
·
Redutor da absorção de gordura:
Orlistate. Mecanismo de ação: tem ação intestinal, inibe seletivamente a atividade da
lípase gastrointestinal e reduz em 30% a absorção das gorduras ingeridas, que são eliminadas
com excreção fecal. Não interfere na ação de outros fármacos usados no tratamento da
obesidade (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.550. RADOMINSKI et al., 2010, p.12).
Efeitos adversos mais comuns são esteatorréia (diarréia gordurosa), urgência e
incontinência fecal (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.550).
As doses recomendadas são de 120mg e 60mg, 3 vezes ao dia, antes ou até uma hora
após as principais refeições. (RADOMINSKI et al., 2010, p.13).
·
Antidepressivo inibidor da receptação de serotonina:
Fluoxetina. Mecanismo de ação: É um inibidor seletivo da receptação da serotonina
(ISRS), é usado para tratar pacientes obesos com estados depressivos em situações com
hábitos de comer compulsivo, especialmente aqueles sob estresse ou ansiedade, ou seja, têm
pacientes que quando esta nesse estado depressivo não consegue controlar a sua ansiedade de
23
comer (COLE et al., 2009, p. 9). Segundo as Diretrizes Brasileiras de Obesidade “a fluoxetina
demonstrou efeito transitório de perda de peso, presente principalmente nos seis primeiros
meses de uso, após o qual ocorre recuperação do peso perdido, não sendo por isso indicada
para tratamento em logo prazo da obesidade” (GODOY-MATOS et al., 2009-2010, p.29).
Os efeitos adversos mais comuns são xerostomia, náuseas, cefaléia, fadiga e
constipação (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.98).
A dose recomendada é de 20 a 60 mg por dia (PEDROSO; OLIVEIRA, 2007, p.550).
·
Catecolaminérgicos:
Anfepramona (Dietilpropiona). Mecanismo de ação: aumenta a liberação de
noradrenalina dentro da fenda sináptica dos neurônios hipotalâmicos, que estimula os
receptores noradrenérgicos e inibindo a fome (RADOMINSKI et al., 2010, p.6).
Os efeitos adversos mais comuns são xerostomia, insônia, cefaléia e obstipação
intestinal, irritabilidade e euforia (RADOMINSKI et al., 2010, p.6).
As doses recomendadas de anfepramona são de 50 a 100mg diárias (RADOMINSKI et
al, 2010, p.7).
Femproporex. Mecanismo de ação: Aumento da produção de Noradrenalina, que
inibe o centro da fome no hipotálamo. (RADOMINSKI et al., 2010, p.7-8).
Os efeitos adversos mais comuns são xerostomia, insônia, irritabilidade, euforia e
taquicardia (RADOMINSKI et al, 2010, p.8).
A dose recomendada é de 25mg e 50mg, administrada durante a manhã
(RADOMINSKI et al, 2010, p.8).
Mazindol. Mecanismo de ação: Tem ação no SNC, bloqueia a recaptação de
noradrenalina nas terminações pré-sinápticas (RADOMINSKI et al., 2010, p.9).
Os efeitos adversos mais comuns são náuseas, constipação, xerostomia, alteração do
sono e tonturas (RADOMINSKI et al., 2010, p.9).
A dose recomendada é de 1mg a 3mg ao dia (RADOMINSKI et al, 2010, p.9).
·
Laxantes:
Sene (Senna angustifólia) Cáscara Sagrada (Rhamnus purshiana). Mecanismo de
ação. Muito utilizada para a redução da obesidade, pois atua no aumento da motilidade
intestinal, aumentando o volume de fezes, e conseqüentemente diminuindo a absorção
intestinal (BORSATO et al., 2008, p. 37).
24
Os efeitos adversos: pode comprometer o funcionamento normal do intestino,
provocando constipação e exigindo para sempre o uso de laxantes (BORSATO et al., 2008, p.
37).
·
Diuréticos:
Diuréticos de alça. Furosemida. Mecanismo de ação: Inibem seletivamente a
reabsorção de NaCL no ramo ascendente espesso na alça de Henle (KATZUNG, 2006, p.
207-210).
Os efeitos adversos mais comuns são hipovolemia excessiva: desidratação, hipotensão
ortostática e hipopotassemia(KATZUNG, 2006, p. 207-210).
Tiazídicos. Hidroclorotiazida. Mecanismo de ação: Inibem o transporte de NaCl no
tubo contorcido distal (KATZUNG, 2006, p. 207-210).
Os efeitos adversos mais comuns são hipercalcemia, cefaléia, hipocalemia
hiperlipidemia e hiperglicemia (KATZUNG, 2006, p. 207-210).
O uso de diuréticos promove a perda de líquidos reduzindo o peso, mas não reduzindo
a gordura (CARNEIRO et al., 2008, p. 1769).
Os diuréticos e os laxantes não são recomendados para o tratamento da obesidade.
Os anorexígenos são fármacos que provocam anorexia, isto é, redução ou perda de
apetite, devendo ser utilizados apenas como adjuvantes no tratamento da obesidade (ROMEU;
JUSTINO; LIMA, 2008, p. 32). Esses medicamentos podem se tornar perigosos pela
possibilidade de criar dependência psíquica e física, e pelos seus efeitos adversos (BORGES
et al., 2008, p. 26), tais como, irritabilidade, depressão, euforia, agressividade, perda de
memória, cefaléia, alucinações, entre outros (MASSUIA, BRUNO, SILVA, 2008, p. 8). No
Brasil, a lista B2 da portaria 344/98 discrimina sete sustâncias como psicotrópicos
anorexígenos que são: anfepramona, femproporex, manzidol, aminorex, fendimetrazina,
fentermina e mefenorex (BORGES et al., 2008, p. 26). O Brasil é um dos maiores
consumidores de substâncias anorexígenas do mundo e, muitas vezes, o uso desses
medicamentos é feito sem orientação médica, ou seja, desencadeando o uso irracional de
medicamentos (COTA; MOURA; GOMES, 2008, 51).
O tratamento medicamentoso não cura a obesidade. Não existe fármaco 100% eficaz,
nem totalmente seguro. O sucesso da terapêutica para perda de peso é verificado quando se
observa a redução de 1% do peso corporal por mês, atingindo 5% em 3 a 6 meses
(RADOMINSKI et al, 2010, p.14).
No dia 07 de abril de 2011, a ANVISA anunciou em seu site que no ano de 2009
foram consumidas 1,9 toneladas de sibutramina, 03 toneladas de anfepramona, 01 tonelada de
25
femproporex e 02 quilos de manzidol, de acordo com os dados do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Produtos Controlados - SNGPC (ANVISA, 7 de abril, 2011).
O uso de diuréticos, como furosemida e hidroclorotiazida, é muito comum em
associações com anorexígenos. Seu uso é explicado por reduzir o peso apenas pela perda de
água corporal, sem interferir na quantidade de gordura corporal. Por alterarem o conteúdo de
água do organismo, podem provocar hipopotassemia. Por isso, normalmente é associado ao
cloreto de potássio para evitar o problema, e como a maioria das associações, expõe o
paciente a maiores riscos por apresentar uma toxicidade relativamente alta (CARNEIRO;
JÚNIOR; ACURCIO, 2008, p. 1769).
As terapias fitoterápicas laxativas (Sene e Cáscara Sagrada) agem no intestino grosso
com a liberação e absorção de heterosídeos que aumentam o peristaltismo, ou seja, diminuem
o peso aumentando a perda de água nas evacuações. O uso inadequado pode levar a efeitos
como vômitos, náuseas e também podem fazer com que o intestino fique dependente do uso
de laxantes (BORSATO et al., 2008, p. 36).
As associações de laxantes com catecolaminérgicos têm ação de bloquear seus efeitos
paralisantes sobre a musculatura lisa intestinal, ou seja, diminui a constipação intestinal
induzida por tais medicamentos (COLE et al., 2009, p. 14).
O uso de medicamentos para o tratamento da obesidade deve ser feito após uma
análise criteriosa das necessidades do paciente. Diante do crescimento abusivo dessas
substâncias psicotrópicas anorexígenas, o farmacêutico é o profissional capacitado e
responsável na promoção do uso racional dessas substâncias, e o principal orientador dos
riscos, efeitos adversos e interações medicamentosas referentes ao uso de medicamentos
anorexígenos (ROSA, 2010, p.12-13).
4.2.6.4 Legislação
Os anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol estão no mercado brasileiro
há mais de 30 anos. A sibutramina recebeu seu registro no Brasil em março de 1998
(ANVISA, 2011, p. 4).
Segundo o relatório apresentado pela Junta Internacional de Fiscalização (JIFE), o
Brasil está entre os países que mais utilizou substâncias anorexígenas. No ano de 2005, foram
utilizados 98,6% do medicamento femproporex e 89,5% do medicamento anfepramona
26
utilizadas em nível mundial, foram produzidas no Brasil e teve sua maior parte consumida no
próprio país (ROSA, 2010, p. 15-16).
A Resolução RDC N° 13, de 26 de março de 2010, transferiu a substância sibutramina,
da lista C1 (substâncias sujeitas a controle especial) para a lista B2 (substâncias psicotrópicas
anorexígenas). Portanto, as farmácia e drogarias só poderão vender substâncias psicotrópicas
anorexígenas diante da apresentação e retenção da receita B2, conforme figura 1 (ANVISA,
2010, p. 1).
Figura 1. Modelo de receita “B2” para substâncias psicotrópicas anorexígenas.
Fonte: ANVISA, 2007, p. 2.
A Resolução nº 1477, de 11 de julho de 1997, do Conselho Federal de Medicina e a
RDC 58 de setembro de 2007, proíbe a prescrição, dispensação e o aviamento de fórmulas de
dois ou mais medicamentos, que contenham substâncias psicotrópicas anorexígenas associadas
entre si ou com as seguintes substâncias: ansiolíticas, antidepressivas, diuréticos, hormônios ou
extratos hormonais e laxantes; simpatolíticas ou parassimpatolíticas (ANVISA, 2007, p.1).
A prescrição e a dispensação de substâncias psicotrópicas anorexígenas são sujeitas a
notificação de receita “B2”. No entanto existem ainda drogaria e farmácias de manipulação
que fazem a dispensação dessas substâncias sem prescrição médica. Essas normas são
27
frequentemente desrespeitadas, existe uma falha na fiscalização bem como falta de ética de
alguns profissionais médicos e farmacêuticos (ANVISA, 2007, p. 1).
Um dos grandes problemas para os medicamentos anorexígenos é a ausência de
evidências sobre a eficácia e a segurança, quando avaliamos seus efeitos em logo prazo no
controle do tratamento da obesidade (ANVISA, 2011, p. 6).
28
5 CONCLUSÃO
A obesidade pode ser considerada um acúmulo de tecido adiposo, causado por
distúrbios genéticos, metabólicos (hormonais) ou por alterações nutricionais; pode ser
caracterizada como doença crônica, podendo levar o indivíduo a desenvolver: hipertensão,
doenças cardiovasculares, distúrbios respiratórios, diabetes, dislipidemia, entre outras. Sendo,
portanto, considerada não somente um problema de estética como também um problema de
saúde pública.
O tratamento da obesidade inclui: não farmacológico, farmacológico e cirúrgico. É
necessário orientações de equipes multidisciplinares para oferecer ao paciente uma visão mais
ampla sobre a doença e ajudar nas mudanças de hábitos de vida para que ele possa vencer
todos os obstáculos contra a obesidade.
Tendo em vista esses fatores, a responsabilidade do uso racional de medicamentos no
tratamento de obesidade deve ser compartilhada do ponto ético profissional por médicos,
farmacêuticos e pela sociedade, evitando assim o uso inadequado de medicamentos para
obesidade.
Uso racional de medicamentos é necessário que receite o medicamento correto na
forma farmacêutica, dose e período de duração do tratamento adequado para o paciente obter
um tratamento seguro e eficaz. O farmacêutico é o profissional capacitado e responsável de
orientar durante a dispensação de medicamentos e sensibilizar os pacientes quanto à adesão ao
tratamento e os risco que envolve a terapia medicamentosa quando é feita de modo irracional.
A prescrição e a dispensação de substâncias psicotrópicas anorexígenas são sujeitas a
notificação de receita “B2”. No entanto essa prática não é respeitada ainda é possível
encontrar pacientes que fazem o uso dessas substâncias sem prescrição médica. Essas normas
são frequentemente desrespeitadas, ou seja, ainda existe falha na fiscalização e a falta de ética
de alguns profissionais médicos e farmacêuticos que se mostram coniventes com esta prática.
29
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