Vamos Escrever! 5 "O cérebro é uma caixinha de tesouros e segredos, entre eles está o da nossa felicidade" Charles Chaplin TEMA: ESTEREÓTIPOS E SOCIEDADE Texto I Pense bem antes de sair por aí mostrando a playlist do seu MP3 Player: de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a música que você ouve pode acabar fazendo com que você seja taxado de chato, sem graça ou pouco atraente. O estudo confirmou que as pessoas fazem suposições sobre a personalidade e valores dos outros com base nas suas preferências musicais. Aqueles que gostam de música clássica são vistos como feios e tediosos, enquanto os roqueiros são considerados emocionalmente instáveis, e os fãs de pop são vistos como pessoas “genéricas”. Jason Rentfrow, autor do estudo, afirma que examinar a lista de músicas de uma pessoa pode reforçar estereótipos e até mesmo preconceitos sociais. De acordo com Rentfrow, “a pesquisa sugere que, mesmo quando nossas suposições não são corretas, temos uma impressão muito forte quando perguntamos a uma pessoa que tipo de música ela gosta”, diz. Os participantes da pesquisa responderam sobre o que achavam a respeito de seis tipos de gêneros musicais: rock, pop, clássica, jazz, rap e eletrônica. Os fãs de jazz receberam as considerações mais positivas: foram descritos como imaginativos, liberais, amigáveis e extrovertidos. Os que preferem a música clássica foram percebidos como quietos, amigáveis, responsáveis e inteligentes, mas também pouco atraentes e tediosos. Aqueles que gostam de rock são considerados rebeldes, irresponsáveis e emocionalmente instáveis, enquanto os fãs de pop são vistos como convencionais e calmos, mas também pouco inteligentes. Já quem gosta de rap é visto como atlético e mais hostil do que os outros fãs de música. Os amantes da música eletrônica, por sua vez, são considerados um pouco neuróticos. Texto II Fonte: <http://hypescience.com/20474-voce-e-o-que-voce-escuta/>. Cartman: "Token, me dá uma nota suave". Token: "Mas eu não sei tocar baixo". Cartman: "Token, quantas vezes tenho que te dizer? Você é negro, você sabe tocar baixo". Token: "Cartman, estou cansado dos seus estereótipos, eu não quero mais fazer parte da banda, vou embora". Cartman: "Cara, cala a boca e toca!" Token: "Tá certo, eu toco". (Token começa a fazer um solo de baixo) Texto III Cenas do episódio "Christian Rock Hard" do seriado animado South Park, criado por Trey Parker e Matt Stone. Cada grupo social tende a adotar determinada postura frente ao outro, essa seria justamente sua forma de representação. A afirmação social de uma representação tem como base fundamental a ação e a comunicação. Ela encadeia pensamento e linguagem, o que permite a compreensão do mundo e assimilação das relações que nele se estabelecem. Para compreendermos quem somos em grupo, como coletividade, ou quem somos individualmente, como indivíduos, dependemos da interpretação e do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele” (HABERMAS, 1983). O reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana, já que o ser humano é um ser que só existe através da vida social. De acordo com Taylor (1994), “um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele". Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre os portadores de deficiências, prostitutas, homossexuais, etc. é deprimente e humilhante e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais por que tais representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados. Segundo Taylor (1994), “a projeção sobre o outro de uma imagem inferior ou humilhante pode deformar e oprimir até o ponto em que essa imagem seja internalizada". O preconceito, seja ele do tipo que for, é um atestado de insegurança, de autoritarismo, de absolutismo intelectual, enquadrando automaticamente em categorias classificatórias e pejorativas tudo aquilo que represente diferença. No fundo, viver em democracia está na proporção direta do quanto somos pessoal e coletivamente capazes de superar os nossos medos. Nesse tocante, segundo Otávio Lopes, "o estereótipo é simplesmente o "rótulo" com que costumamos classificar certos grupos de pessoas, e é muito mais comum do que possa parecer. É introduzido no seio da sociedade e se agrega à psiquê das pessoas por meio de anedotas, frases feitas, contos populares etc., pois, desde a mais tenra idade, as pessoas são condicionadas a acreditar que certos grupos de pessoas estão ligados a determinados atributos ou características”. Texto IV Fonte: <http://biancawild-biancawild.blogspot.com.br/2011/04/estereotipos-eestigmatizacao.html>. Adaptado. Definição de "Estereótipo". Acepção 2 (Conceito da Sociologia): Imagem mental padronizada, tida coletivamente por um grupo, refletindo uma opinião demasiadamente simplificada, atitude afetiva ou juízo incriterioso a respeito de uma situação, acontecimento, pessoa, raça, classe ou grupo social. Fonte: Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos. Proposta 1 (ENEM) Hoje, em nosso país, a construção de marcas e conceitos gerais para serem relacionados a certos grupos sociais é uma ação muito corriqueira. Isso, de certa forma, potencializa a dissociação da sociedade e um panorama de exclusão. Considerando os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativoargumentativo a respeito do seguinte tema: O combate ao estereótipo e seu papel na construção de uma sociedade igualitária e justa.