Fichamento * Unidade 1

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Fichamento – Unidade 1
A NATUREZA DA FILOSOFIA
A filosofia é uma ferramenta, um instrumento de ação com a ajuda da qual o homem
conhece a natureza e busca o conforto físico e espiritual para a vida.
Só o homem é capaz da transcendência, visto que é um ser práxico.
A filosofia é um modo de pensar os acontecimentos além de suas aparências, podendo
pensar a ciência, seus valores, seus métodos e seus mitos; podendo pensar a religião, a
arte e o próprio homem em sua vida cotidiana, incluindo sua própria educação.
Ela permite o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos
fins a que eles se destinam, é a possibilidade de transcendência humana.
Pela transcendência, o ser humano reconstrói conceitos e valores, ultrapassa os limites
dados pelo cotidiano e refaz a si mesmo e o mundo num processo contínuo como
partícipe da experiência humana.
No século XVI, com Francis Bacon, a ciência começou a se separar da filosofia.
A partir do século XVII, com Galileu, a ciência se separa da Filosofia. Começam a
surgir as diferenças ciências e as especializações, que se ocupam apenas de partes da rea
lidade, cabendo à Filosofia a reflexão sobre o conjunto.
A filosofia é importante, cabe a ela fazer a investigação dos fundamentos do
conhecimento da ação humana.
O filósofo reflete sobre a condição humana atual e sobre que tipo de homem é desejável
no futuro, por isso reflete sobre a escola, para saber que tipo de homem essa escola está
formando.
A filosofia se propõe, através da reflexão profunda dos problemas, descortinar as
ideologias presentes nos discursos e desvelar suas contradições existentes,
possibilitando um repensar humano.
Segundo Dermeval Saviani (1983:24), o pensamento filosófico deve ser:
-
Radical – deve ir à origem dos problemas;
Rigoroso – deve seguir um método adequado
De conjunto – deve se preocupar com o todo.
Os principais períodos da Filosofia
Filosofia Antiga
A filosofia Antiga nasceu na Grécia, no século VI a . C., com os filósofos pré-socráticos
indo até o período helenístico, que é o predomínio da cultura grega nos três grandes
reinos (Macedônia, Síria e Egito)
Os filósofos pré-socráticos tinham, como ponto central de suas reflexões, a busca do
princípio ou fundamento das coisas, a “arché”.
Os primeiros filósofos gregos são também chamados “filósofos da natureza” porque
suas reflexões estavam centradas na natureza e nos processos naturais.
Sócrates criou o método socrático, que consistia na busca do rigor através da discussão
e do diálogo, através do qual o homem é encarado de frente para ser compreendido e
analisado.
Para Sócrates, o homem não podia ser definido, pois depende de sua consciência, não é
como a natureza que possui propriedades objetivas.
O método socrático era composto de duas etapas: “ironia” e “maiêutica”.
A “ironia” consistia em destruir as opiniões do senso comum e o conhecimento
espontâneo baseado em preconceitos e esteriótipos através de perguntas feitas a um
interlocutor, exigindo que este responda justificando seu ponto de vista.
A “maiêutica” consistia em construir novos conceitos baseados em argumentação
racional.
Platão foi um dos maiores filósofos da história. Para ela, a verdadeira realidade se
encontra no mundo das Idéias, lugar da essência imutável de todas as coisas, dos
verdadeiros modelos ou arquétipos.
Aristóteles também foi um dos grandes filósofos gregos que durante 20 anos foi aluno
da Academia de Platão.
Para Aristóteles, o ser é construído de matéria e forma em potência s serem atualizadas,
tem uma natureza essencial que se realiza aos poucos até alcançar um pleno
desenvolvimento.
A partir do ano 50 a . C., Roma passou a assumir o poderio militar na região antes
dominada pelos gregos, mas a cultura e a filosofia continuaram sendo helênicas até
muito tempo depois.
Filosofia Patrística (do séc. I ao séc. VII) – é a filosofia dos primeiros padres da Igreja.
Inicia-se com as epístolas de São Paulo que pregava o novo que é Deus que não era
“filósofo”, ao qual as pessoas só pudessem chegar apenas pela razão, mas que ele tinha
se revelado aos homens.
Um grande representante desse período, já no final, foi Santo Agostinho (354 a 430),
influenciado pelo neoplatonismo do final da Antiguidade, mas se converteu ao
Cristianismo.
Filosofia Medieval (do séc. VIII ao séc. XIV) – a “Idade Média” recebeu este nome por
ser intermediária entre duas outras épocas, a Antiguidade e o Renascimento.
Os primeiros cem anos depois de 400 d. C. foram de declínio cultural.
Quando Roma perdeu seu poder político, o bispo de Roma se tornou chefe de toda a
Igreja católica romana e recebeu o nome de “papa” = “pai” e passou a ser considerado o
representante de Jesus na terra.
A filosofia medieval passou a ser ensinada nas escolas, a partir do século XII, por isso
recebeu o nome de Escolástica.
O maior e mais importante filósofo da Idade Média foi São Tomás de Aquino (1225 a
1274), que era um teólogo. Naquela época, não havia nítida distinção entre Filosofia e
Teologia. Ele tentou conciliar a Filosofia de Aristóteles e o Cristianismo.
São Tomás de Aquino quis mostrar que existe apenas uma verdade. Ele acreditava
poder provar a existência de Deus com base na Filosofia de Aristóteles (através da
razão).
Filosofia da Renascença (do séc. XIV ao séc. XVI) – é marcada pela descoberta de
obras de Platão desconhecidas na idade Média, de novas obras de Aristóteles, bem
como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos.
As quatro grandes linhas de pensamento que dominavam o pensamento da Renascença
eram:
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A idéia de que a natureza é um grande ser vivo e de que o homem faz dessa
natureza como um microcosmo.
-
A idéia que valorizava a vida ativa, a políticas e defendia os ideais republicanos
das cidades contra o poder hierárquico de Igreja, o império eclesiástico, o
poderio dos papas e dos imperadores.
-
A idéia que defendia o ideal do homem como artífice de seu próprio destino,
através dos conhecimentos como astrologia, magia e alquimia, assim como
através da política, das técnicas e das artes.
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A certeza de que era possível constituir um conhecimento novo, científico,
baseado na indução e não mais na dedução ou na autoridade, experimental.
Filosofia Moderna (do séc. XVII a meados do séc. XVIII) – época do Grande
Racionalismo Clássico, marcado por três grandes mudanças intelectuais:
-
A Filosofia muda o foco de suas indagações. Começa a questionar sobre a
capacidade de conhecer e, depois, como o intelecto pode conhecer o que é
diferente dele.
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Tudo o que pode ser conhecido deve poder ser transformado num conceito ou
idéia clara e distinta formulada pelo intelecto.
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A realidade é concebida como um sistema racional de mecanismos físicomatemáticos, cuja estrutura profunda é matemática.
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Nasce a idéia de conquista científica e técnica da realidade, a partir da
explicação mecânica e matemática do Universo e da invenção das máquinas.
Filosofia da Ilustração (meados do séc. XVIII ao começo do séc. XIX) – Este
predomínio enfatiza a primazia da razão. O nome Iluminismo vem de luzes (nome dado
à razão) e acredita:
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Que, pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e
política.
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Que a razão é capaz de evolução e progresso, e o homem é um ser perfectível.
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Que o aperfeiçoamento da razão se realiza pelo progresso das civilizações, que
vão das mais atrasadas às mais adiantadas e perfeitas.
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Que há diferença entre Natureza e civilização.
Filosofia Contemporânea (meados do séc. XIX até nossos dias) – As diferentes
correntes, com seus nomes mais expressivos, que servirão de base para futuras
investigações.
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Crítica da Ciência – Henri Poincaré (1854 – 1912) – acreditava que era uma
ilusão a crença na infabilidade da ciência.
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Positivismo – Augusto Comte (1798 – 1857) fundador do positivismo, corrente
filosófica segundo a qual a humanidade teria passado por estágios sucessivos
(teológico e metafísico) até chegar ao ponto superior do processo, caracterizado
pelo conhecimento positivo, ou científico.
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Neopositivismo e Filosofia Analítica – Bertrand Russell (1872 – 1970) principia
Mathematica, Los problemas de la Filosofia.
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Pragmatismo – John Dewey (1859 – 1952)
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Filosofia da Existência – Karl Jaspers (1883 – 1969) – existência transcendência,
Deus; Sobre a verdade.
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Martin Heidegger (1889 – 1976) – O ser e o tempo, Que é metafísica? – sentido
do ser.
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Fenomenologia – fundada por Edmund Husserl (1859 – 1938) – seguidores são:
Heidegger, Karl Jaspers e Merleau Ponty.
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Existencialismo – Jean Paul Sartre (1905 – 1980) - o ser e o nada. O
existencialismo é um humanismo. Para Sartre só as coisas e os animais são em
si. O homem não é mais que o que ele faz.
Karl Popper (1902 – 1994) – filósofo austríaco – para ele, o cientista deve estar
mais preocupado não com a explicação e justificação da sua teoria, mas com o
levantamento de possíveis teorias que refutem, ou seja, o que garante a verdade
do discurso científico é a condição de refutabilidade.
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Marxismo – Karl Marx (1818 – 1883) rejeita explicitamente a concepção de uma
natureza humana universal. Os homens são seres práticos que se definem pelo
trabalho, o que explica que não há uma essência separada da existência.
Marx se posicionou contra a moral kantiana, fundada na razão universal,
abstrata, e tenta encontrar o homem concreto da ação moral. A doutrina marxista
é chamada de filosofia da práxis porque é a união dialética da teoria e da prática.
Gramsci (1891 – 1937) – filósofo italiano, teórico do marxismo que recusara o
dogmatismo do marxismo oficial, enfatiza a necessidade de formação do
intelectual orgânico, ligado a sua classe e capaz de elaborar coerente e
criticamente a experiência proletária.
Louis Althusser (1918) – filósofo francês que analisa a violência simbólica
exercida pela classe dominante através dos Aparelhos Ideológicos do Estado
pelos quais é repassada a ideologia dominante.
Theodor Adorno (1903 – 1969) – levantou o problema da alienação promovida
pela arte de massa.
Max Horkheimer (1895 – 1973) – junto a Adorno, afirmava que os produtos da
industria cultural levam inevitavelmente à alienação.
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Estruturalismo – Michel Foucault (1926 – 1984) – prefere examinar a questão do
poder não como manifestação do estado, mas como uma rede de micropoderes
que se estende por todo o corpo social.
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Filósofos independentes (sem escola) – Henri Bérgson (1859 – 1941), Teillard
de Cahrdin (1881 – 1955) e Vladimir Jankélévitch (1903-1985)
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Escola de Madri - Ortega y Gasset, Julian Marias e Xavier Zubini
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