16 J. Bras. Nefrol. 1997; 19(1): 16-20 A. Tavares et al - Comparação entre Felodipina e Captopril na hipertensão Estudo multicêntrico comparativo entre Felodipina e Captopril como monoterapia em pacientes com hipertensão leve a moderada Agostinho Tavares, Seide Abdala, Maria Tereza Zanella, Nelson Spritzer, Paulo Cesar Veiga Jardim, Wille Oigman, Osvaldo Kohlmann Júnior, Artur Beltrame Ribeiro Comparamos a eficácia antihipertensiva e a tolerabilidade da Felodipina com o Captopril. Estudamos pacientes que após quatro semanas de placebo (PAD entre 95 e 110mmHg), receberam por quatro semanas de maneira duplo cega Felodipina 5mg/dia (n=43) ou Captopril 50mg/dia (n=39). Nos dois grupos houve queda progressiva da pressão (diferenças significativas em relação ao placebo). Não houve diferenças entre as duas drogas quanto a pressão e a freqüência cardíaca. Os efeitos adversos foram discretos. Concluimos que Felodipina (5mg/dia) e Captopril (50mg/dia) são regimes terapêuticos igualmente eficazes como monoterapia no controle da hipertensão leve/moderada, tendo poucos efeitos colaterais e com a vantagem da Felodipina poder ser administrada em dose única diária. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Goiás, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Endereço para correspondência: Artur Beltrame Ribeiro Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Escola PauIista de Medicina - Disciplina de Nefrologia Rua Botucatu, 740 CEP: 04023-900 - São Paulo, SP Tel.: (011) 574-6300 Fax: (011) 573-9652 Hipertensão, IECA, Antagonistas de cálcio, Felodipina, Captopril, Tratamento Hypertension, ACEI, Calcium antagonists, Felodipine, Captopril, Treatment Introdução A hipertensão arterial cronicamente estabelecida deve ser tratada com agentes que efetivamente normalizem a pressão arterial e que ao mesmo tempo diminuam os riscos de eventos mórbidos, tais como as doenças cardiovasculares, anormalidades lipídicas, diabetes e doença renal. Por um outro lado, o distúrbio hemodinâmico básico da hipertensão crônica é o aumento da resistência periférica e, assim, os antihipertensivos devem diminuir a resistência periférica, sem estimular mecanismos compensatórios que prejudiquem a vasodilatação. 1 Os bloqueadores dos canais de cálcio de início de ação lenta e os inibidores da enzima de conversão da angiotensina são drogas que diminuem a resistência vascular sistêmica sem aumentar o débito e a freqüência cardíaca. 1-5 São drogas que diminuem ou previnem a hipertrofia cardíaca, amenizam ou não alteram a resistência periférica à insulina e não influenciam no perfil lipídico, além de preservarem a função renal. 6-9 Assim, os bloqueadores dos canais de cálcio e os inibidores da enzima de conversão possuem ações farmacológicas que corrigem as anormalidades hemodinâmicas reduzindo importantes fatores de risco. Tem sido demonstrado também que estes fármacos são eficazes no tratamento da hipertensão como monoterapia. 2-5 No entanto, o regime ideal para o tratamento da hipertensão deve fornecer ainda a possibilidade de uma única tomada diária, sem o risco da absorção da droga provocar os picos elevados da concentração plasmástica, o que aumentaria a aderência ao tratamento e evitaria os J. Bras. Nefrol. 1997; 19(1): 16-20 17 A. Tavares et al - Comparação entre Felodipina e Captopril na hipertensão eventos adversos associados aos picos de concentração sanguínea. Neste estudo, nós comparamos a eficácia antihipertensiva e tolerabilidade da Felodipina (Splendil), um antagonista dos canais de cálcio da família dos dihidropiridínicos, administrado em dose única, com um inibidor da enzima de conversão, o Captopril (Capoten), administrado duas vezes ao dia, a pacientes com hipertensão leve a moderada, durante quatro semanas. Material e Métodos Foram estudados pacientes que tivessem idade entre 18 e 70 anos, recém-diagnosticados ou que estivessem em tratamento para hipertensão arterial leve ou moderada e que após um período de quatro semanas, tomando placebo (da semana - 4 a semana 0), apresentassem pressão arterial diastólica (PAD) em posição supina entre 95 a 110 mmHg inclusive. Foram excluídos do estudo os pacientes que apresentassem alguma suspeita de hipertensão secundária, que tivessem apresentado infarto ou acidente vascular cerebral nos três meses anteriores, insuficiência cardíaca, hepática ou renal (creatinina plasmática > 2mg/dl), angina, pacientes grávidas ou em período de lactação, pacientes com bloqueio A-V II ou III, doença severa concomitante (i.e. câncer ou diabetes descompensado), suspeita de abuso de álcool ou drogas ou que demonstrassem tendência à não cooperação. Foi solicitado a todos consentimento por escrito e o protocolo aprovado pelos Comitês de Ética das respectivas Instituições. Ao final do período placebo e de maneira aleatória, 82 pacientes pareados para sexo, idade, raça e peso corpóreo, foram divididos em dois grupos que receberam de forma duplo cega Felodipina ou Captopril. No primeiro grupo (Felo, n=43) os pacientes receberam 5 mg de Felodipina, tomadas diariamente pela manhã e à tarde 1 cp de placebo por via oral. No segundo grupo (Cap, n=39) os pacientes receberam 25 mg de Captopril, tomadas de 12 em 12 hs, por via oral. Ambos os grupos seguiram este esquema terapêutico por quatro semanas (da semana 0 à semana 4) e a aderência ao tratamento foi verificada pela freqüência às visitas e pelos comprimidos tomados. Imediatamente antes do início do estudo (semana - 4), nas semanas -2, 0, 2 e ao final do estudo (semana 4) os pacientes foram submetidos a exame físico completo, fazendo-se o registro da pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e efeitos adversos (EA), que correspondia ao aparecimento de sintomas, sinais ou alterações nos testes laboratoriais, temporalmente relacionados ao estudo, mas que poderiam ou não estar relacionados às drogas do estudo. Os níveis da PAS e PAD (fases I e V de Korotkoff) foram medidas nas posições supina (após 5 min. de repouso) e ortostática (após 1 min. de pé). A frequência cardíaca foi determinada através da palpação do pulso radial durante 30s, imediatamente após a medida da pressão arterial em cada uma das posições. Foram ainda colhidas amostras de sangue e urina nas semanas 0 e 4 para hemograma completo, TGO e TGP, bilirrubina total, fosfatase alcalina, sódio, potássio séricos, creatinina e urina tipo I. Resultados A tabela 1 mostra as características clínicas gerais dos pacientes antes do início do estudo. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos FELO e CAP quanto aos parâmetros: sexo, idade, peso, etnia, freqüência cardíaca, duração e severidade da hipertensão. Os testes bioquímicos de sangue mostraram-se normais e não diferiram nos dois grupos (Tabela 2). Ao final do estudo, houve uma queda no número total de leucócitos no grupo CAP (6.998,55 ± 1.648,79/mm3 vs 6.332,82 ± 1.571,60/mm3 - p<0,006) (Tabela 2). Tabela 1 Características clínicas iniciais dos pacientes selecionados e separados por grupos FELODIPINA n Sexo M/F idade (anos) peso Etnia 43 13/30 52 ± 9,1 69,9 ± 11,6 caucasiano = 27 negro = 12 outro = 04 Diagnóstico de < 1 ano = 05 HA 1 - 5 anos = 11 > 5 anos = 27 H A leve 17 moderado 26 PAS entrada .supina 152,5 ± 20,4 .ortostática 149,6 ± 21,5 PAD entrada .supina 98,4 ± 8,4 .ortostática 98,2 ± 9,4 Freq. Cardiaca .supina 74,8 ± 7,2 .ortostática 76,5 ± 8,1 CAPTOPRIL 39 12/27 51,5 ± 10,5 68,9 ± 9,2 caucasiano = 20 negro = 16 outro = 03 < 1 ano = 05 1 - 5 anos = 05 > 5 anos = 29 21 18 Estatística n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. 150,6 ± 19,2 147,7 ± 18,7 n.s. n.s. 96,8 ± 10,3 96,8 ± 10,8 n.s. n.s. 75,4 ± 7,7 77,3 ± 8,7 n.s. n.s. 18 J. Bras. Nefrol. 1997; 19(1): 16-20 A. Tavares et al - Comparação entre Felodipina e Captopril na hipertensão Tabela 2 Características laboratoriais iniciais e finais dos pacientes separados por grupo FELODIPINA CAPTOPRIL n = 43 PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA mmHg n = 39 Inicial Final Inicial Final 180 4,7 ± 0,4 4,7 ± 0,4 4,7 ± 0,4 4,6 ± 0,3 160 6,4 ± 1,4 6,6 ± 1,5 7,0 ± 1,6 6,3 ± 1,6* Eritrócitos (milhão/mm3) Leucócitos (mil/mm3) Felodipina Felodipina (n=43) Cap topril (n Captopril (n=39) 140 Plaquetas (mil/mm3) TGP(U/I) Fosf. Alcalina(U/I) 255,3 ± 55,2 263,0 ± 62,7 234,4 ± 44,0 228,6 ± 45,0 18,0 ± 9,7 19,7 ± 11,6 17,0 ± 8,4 18,8 ± 13,0 109,3 ± 55,7 117,6 ± 64,1 110,2 ± 53,2 112,9 ± 46,6 100 Bilirrubina Total (mg/dl) 120 0,7 ± 0,2 0,8 ± 0,4 0,7 ± 0,2 -4 0,7 ± 0,2 -2 Sódio Plasmático (mEq/l) 0 2 4 SEMANAS 139,7 ± 2,4 139,6 ± 3,0 139,3 ± 2,6 138,7 ± 2,5 (mEq/l) 4,1 ± 0,4 4,1 ± 0,4 4,2 ± 0,3 4,1 ± 0,4 Creatinina(mg/dl) 0,9 ± 0,2 0,9 ± 0,2 0,9 ± 0,2 0,9 ± 0,1 Uréia (mg/dl) 32 ± 13 32 ± 12 34 ± 10 34 ±12 Potássio Plasmático Semana 2 e 4 - ** Figura 1 - Comportamento temporal da pressão arterial sistólica (PAS), na posição supina, dos grupos FELO e CAP. O período - 4 a 0 corresponde ao período placebo e o período 0 a 4 corresponde à droga ativa. Cada ponto indica a média das pressões registradas. **p<0,05 vs semana 0. *p < 0,05 Inicial vs Final Os dados de pressão arterial serão mostrados apenas na posição supina, uma vez que não houve diferenças estatísticas entre os valores das pressões arteriais sistólica e diastólica, medidas nas posições supina e ortostática em ambos os grupos e durante todo o período de estudo. A PAS no grupo Felo manteve-se nos mesmos níveis entre a semana -4 e a semana 0 (período placebo) (152,48 ± 20,42 vs 153,59 ± 14,28 mmHg NS), caindo nitidamente nas semanas 2 e 4 (droga ativa) para 143,53 ± 17,51 mmHg e 140,12 ± 17,51 mmHg, respectivamente (significante em relação ao placebo - p<0,005 ), como mostra a Figura 1. Já no grupo CAP, a PAS mostrou uma tendência a elevar-se durante o período placebo (150,64 ± 19,24 vs 158,20 ± 16,41 mmHg - NS - p=0,087), declinando, com o uso da droga ativa, progressivamente até 143,20 ± 18,81mmHg (significante em relação ao placebo p<0,005 ) ao final do estudo (Figura 1). Em ambos os grupos (FELO e CAP), a PAS reduziu-se de maneira e intensidade semelhantes, de modo que não houve diferenças estatísticas entre os grupos (Figura 1). Quanto a PAD, os pacientes estudados nos grupos FELO e CAP apresentaram-se com níveis pressóricos de 98,44 ± 8,36 e 96,79 ± 10,28 mmHg, respectivamente, no início do estudo (semana -4), e mantiveram-se com níveis semelhantes até a semana 0 (103,71 ± 12,70 e 102,94 ± 10,30mmHg - NS). Apresentaram queda pressórica equivalente nas semanas 2 (92,82 ± 9,75 e 92,97 ± 9,75 mmHg) e 4 (90,10 ± 9,84 e 91,52 ± 9,90 mmHg), como mostra a Figura 2 (com significância estatística em relação ao placebo p<0,005 e sem diferenças entre si). PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA mmHg 120 100 Felodipina (n=43) Captopril (n=39) 80 60 -4 -2 0 2 4 SEMANAS Semanas 2 e 4 - ** Figura 2 - Comportamento temporal da pressão arterial diastólica (PAD), na posição supina, dos grupos FELO e CAP. O período - 4 a 0 corresponde ao período placebo e o período 0 a 4 corresponde à droga ativa. Cada ponto indica a média das pressões registradas. **p<0,05 vs semana 0. J. Bras. Nefrol. 1997; 19(1): 16-20 19 A. Tavares et al - Comparação entre Felodipina e Captopril na hipertensão A FC, não apresentou alterações durante todo o seguimento, quer seja no grupo FELO ou no grupo CAP, como ilustra a Figura 3. FREQÜÊNCIA CARDÍACA bpm 100 90 80 Felodipina Captopril 70 60 50 -4 -2 0 2 4 SEMANAS Figura 3 - Comportamento temporal da frequência cardíaca (FC), na posição supina, dos grupos FELO e CAP. O período - 4 a 0 corresponde ao período placebo e o período 0 a 4 corresponde à droga ativa. Cada ponto indica a média das frequências registradas. NS. Em relação aos efeitos adversos, no grupo FELO, dois (2) pacientes mostraram-se com discreto edema maleolar dos membros inferiores na última semana do estudo e um (1) paciente apresentou cefaléia após duas semanas de tratamento. Por outro lado, no grupo CAP, um (1) paciente apresentou tosse durante a última semana e outro (1) cefaléia. Tendo em vista que os efeitos adversos às drogas, nos dois grupos, apareceram entre a penúltima e a última visitas, nenhum paciente interrompeu o tratamento. Assim, os dois grupos não diferiram quanto a freqüência de eventos adversos. Discussão Na prática clínica atual, a estratégia terapêutica no tratamento da hipertensão arterial essencial não se restringe à redução dos níveis tensionais para valores dentro da normalidade, mas visa igualmente diminuir ou anular anormalidades lipídicas e da glicemia, fatores de risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares e doença renal. Por um outro lado, procura-se associar esta estratégia terapêutica ao esquema mais simples e confortável para o paciente, a monoterapia. 12 Dois compostos candidatos a preencher estes requisitos são os antagonistas dos canais de cálcio e os inibidores da enzima de conversão da angiotensina, conhecidos por apresentarem ações farmacológicas que corrigem as anormalidades hemodinâmicas e por não contribuirem para importantes fatores de risco cardiovasculares. 2-7 Assim, este estudo analisa e compara a eficácia e a tolerabilidade da felodipina (antagonista dos canais de cálcio recentemente desenvolvido), com o já conhecido inibidor da enzima de conversão da angiotensina, o Captopril, em esquema de monoterapia, no tratamento da hipertensão leve a moderada. Nós observamos que o uso tanto da Felodipina quanto do Captopril, como monoterapia, foram eficazes em diminuir a pressão arterial e, nas doses utilizadas, normalizaram os níveis tensionais sem estimular outros mecanismos de compensação da vasodilatação como a frequência cardíaca, que manteve-se inalterada. É importante notar que nos dois grupos estudados os pacientes não apresentaram o chamado “efeito placebo”, isto é, queda da pressão arterial durante o período sem droga ativa. Portanto, nós podemos atribuir a eficácia do tratamento às drogas administradas. Apesar de ser descrito que, por estimular atividade simpática, a Felodipina agudamente eleva a freqüência cardíaca, cronicamente este efeito desaparece, provavelmente pelo reajuste do sistema baroreceptor. 13 Assim, estes dados concordam e confirmam aqueles da literatura que atribuem a estas drogas a habilidade de reduzir os níveis tensionais sem modificar os parâmetros hemodinâmicos. 1-9 Ao lado do controle da pressão arterial, a Felodipina, na dose de 5 mg/dia, e o Captopril, na dose de 50 mg/dia, não alteraram os parâmetros bioquímicos, marcadores das funções hepática e renal, bem como os níveis dos eletrólitos, durante o período de tratamento, demonstrando uma prevenção importante dos fatores de risco. Esta observação também é concordante com a literatura. 7-9 O número de glóbulos brancos caiu no grupo CAP ao final do estudo. No entanto, nós tivemos dois pacientes que apresentaram leucocitose no início do tratamento e, concomitantemente ao Captopril, receberam antibióticos. Ao final, os leucócitos destes pacientes voltaram ao normal, fazendo com que a diferença fosse estatisticamente significante. A literatura descreve casos de neutropenia importante com o uso de Captopril em altas doses, como ocorreu logo após o surgimento da droga, 14 mas com o passar do tempo e com a preconização das doses atuais, há muito não se tem relatos sobre o assunto e atualmente este efeito indesejável deixou de existir. Por outro lado, a 20 J. Bras. Nefrol. 1997; 19(1): 16-20 A. Tavares et al - Comparação entre Felodipina e Captopril na hipertensão contagem dos leucócitos, ao final do estudo, continuou seguramente dentro da faixa de normalidade, o que torna a queda clinicamente irrelevante. Finalmente, nós observamos que os efeitos adversos nos grupos FELO e CAP, também descritos por outros autores, 2, 7, 9 corresponderam na freqüência de 6,5 e 5,1% respectivamente, demonstrando que ambos os fármacos foram bem tolerados pela grande maioria dos pacientes estudados por este período de tempo. A aderência ao tratamento é sempre um problema importante no tratamento da hipertensão arterial, mas que pode ser bastante amenizado dependendo do esquema terapêutico usado. Apesar deste estudo não nos permitir uma análise adequada neste aspecto devido ao curto período de seguimento, nós acreditamos que a monoterapia, prescrita em uma única dose diária, como aconteceu com a Felodipina, deve aumentar a aderência ao tratamento. Podemos concluir assim que, além de não interferirem com os fatores de risco, o antagonista dos canais de cálcio Felodipina na dose diária de 5 mg e o inibidor da enzima de conversão Captopril na dose de 50 mg/dia são regimes terapêuticos eficazes, como monoterapia no controle da hipertensão arterial leve e moderada e com poucos efeitos colaterais, com a vantagem da Felodipina poder ser administrada em uma única dose diária. Summary We have studied 82 patients in a clinical trial to compare the antihypertensive efficacy and tolerability of Felodipine and Captopril. After four weeks of placebo, they received, in a double blind study protocol, Felodipine 5mg/day (n=43) or Captopril 50mg/day (n=39), for 4 weeks. We observed in both groups a significant drop in blood pressure when compared to placebo and no difference in efficacy among these two drugs. We have concluded that both Felodipine and Captopril were effective as monotherapy in the treatment of mild to moderate hypertension. With Felodipine we had the added advantage that it can be administered to the patient in a single daily dose. Referências 1. Bravo EL. Individualizing drug therapy for the hypertensive patient. Hosp Prac. 1995; 97-108 2. Saltiel E, Ellrodt AG. Felodipine: mechanism of action, safety, and effectiveness. Intern Med. 1990; 11: 59-67 3. Dunselman PHJM, Boo E. Felodipine clinical pharmacokinetics. Clin Pharmacokinet. 1991; 21(6): 418-430 4. Cody RJ, Tarazi RC, Bravo E , Fouad F. Haemodynamics of orally-active converting enzyme inhibitor (SQ14225) in hypertensive patients. Clin Sci Mol Med. 1978; 55: 453-459 5. Bravo EL and Tarazi RC. Converting enzyme inhibition with orally active compound in hypertensive man. Hypertension. 1979; 2: 39-46 6. Dunn FG, Oigman W, Ventura WO, Messerli FH, Kobrin I, Frohlich ED. Enalapril improves systemic and renal hemodynamics and allows regression of left ventricular mass in essential hypertension. Am J Cardiol. 1984; 53: 105-180 7. Weinberger MH. 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