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Turma de Exercícios – ESAF
Profª Claudia Kozlowski
Olá, pessoal,
Para os que ainda não me conhecem, sou Claudia Kozlowski, AuditoraFiscal da Receita Federal do Brasil e professora de Língua Portuguesa
para concursos públicos desde 2002.
Para aqueles que pela primeira vez participam de um curso on line,
espero que seja uma ótima experiência e garanto: vocês terão a
sensação de que eu estou na sua frente (rs...). Calma, eu ainda não
tenho o poder da onipresença (só Deus!) ... eu explico! (rs...)
Apesar de o sistema de aula à distância dar a impressão de que o
contato entre professor e aluno (ou até mesmo entre os próprios
alunos) não existe, você verá que não é assim. Em função da linguagem
simples e descontraída que costumo empregar no material, a distância
que nos separa parecerá inexistente. Além disso, temos também um
canal direto de comunicação: os fóruns das aulas, nos quais o aluno
encaminha suas dúvidas, comentários e elogios (muitos, por
favor!...rs...) e eu apresento as respostas (e agradecimentos...rs...). A
partir desse momento, todos os participantes do curso podem ver a
pergunta e a resposta.
O material de aula se encontra atualizado às novas regras ortográficas e
foram incluídas questões dos certames mais recentes da banca. Em
relação a provas aplicadas antes da entrada em vigor do novo Acordo
Ortográfico, se houver registro de alguma palavra que tenha sido
modificada em função das mudanças, no início dos comentários haverá
uma observação acerca da nova grafia. Dessa forma, você se
acostumará a perceber o que mudou e o que foi mantido inalterado.
Serão nove encontros (sem contar com a aula demonstrativa), em que
estudaremos
os
seguintes
assuntos:
ORTOGRAFIA,
VERBOS,
CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA, CRASE, PRONOMES, CONJUNÇÃO,
PERÍODOS, PONTUAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ORDENAÇÃO TEXTUAL e,
finalmente, REDAÇÃO OFICIAL, a “novidade” em alguns programas da
ESAF, ainda que não conste do edital para o concurso do DNIT
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) – aos
candidatos a esse concurso, basta ignorar essa última aula (rs...).
Questões que abordem um único assunto serão reproduzidas na íntegra.
As que explorem assuntos diversos na mesma questão serão tratadas
de forma diferente: terão cada opção separada por assunto e sua
correção será analisada sob a forma de certo ou errado (como nas
provas da Cespe/UnB). Assim, o enunciado original dessas questões
será modificado para “julgue a assertiva abaixo” ou algo parecido. Se
preciso for, o texto correspondente será reproduzido em cada uma
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delas. O objetivo é exclusivamente didático, de modo que possibilite ao
aluno o estudo de cada ponto da disciplina separadamente.
Ao fim de cada aula, será apresentada a lista com todos os exercícios
nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de
ver o gabarito e ler seus comentários.
Vamos, então, ao trabalho para municiá-lo com as armas de que vai
precisar para alcançar seu tão almejado cargo público.
Neste primeiro artigo, trataremos de ORTOGRAFIA.
O estudo da ORTOGRAFIA abrange:
1 - EMPREGO DE LETRAS (s/z; sc/sç/ss; j/g; izar/isar; etc)
2 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
3 - USO DE OUTROS SINAIS DIACRÍTICOS (principalmente o HÍFEN e o
TREMA)
“Antigamente” (lá por 1997 e 1998), era comum a ESAF abordar o
assunto em questões exclusivas. Hoje, exige-se do candidato um bom
vocabulário e o conhecimento do significado de expressões,
especialmente das parônimas.
Em relação à grafia das palavras, reproduzimos as palavras de
Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante em Gramática da Língua
Portuguesa:
“A competência para grafar corretamente as palavras
está diretamente ligada ao contato íntimo com essas
mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso
é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as
dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário.
Trata-se de um processo constante, que produz
resultados a longo prazo.”
Ninguém é obrigado a conhecer TODAS as palavras da língua. Logo, não
é vergonha nenhuma desconhecer o significado de uma ou outra. Por
isso, na dúvida, deixe a preguiça de lado e abra o dicionário para
verificar como se escreve ou o que significa algumas delas.
Com relação ao primeiro tópico (emprego de letras), há, no mercado,
vasto material de qualidade que trata disso (uso do G / J, SC / SÇ / Ç /
SS, etc).
Recentemente, são poucas as questões de prova que exploram esse
tópico do estudo. Assim, vou-me ater a lembrar-lhes que a palavra
derivada costuma conservar a grafia da palavra primitiva. Por
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exemplo, normalmente se usa “x” após “en” (enxuto, enxovalhar), mas
isso não acontece com encher, que deriva de cheio, ou com
encharcado, que provém de charco (pântano), pelo fato de o dígrafo
“ch” já constar da palavra primitiva. “Costuma”, porque raras vezes
podemos nos deparar com alguns casos (excepcionais) que buscam na
etimologia a mudança das letrinhas, por exemplo, estender e extensão
(o substantivo que manteve o x da forma verbal latina extendere,
segundo Aurélio) ou catequese e catequizar.
E por que “paralisar” (paralisia) se escreve com “s” e “imunizar” (imune)
se escreve com “z”? Porque, quando as palavras primitivas já
apresentam a letra “s”, ela é mantida nas palavras derivadas.
Caso não conste essa letra na palavra primitiva, entra em ação o “z” nas
derivadas
Essa é a diferença entre PAIZINHO (diminutivo de “pai”) e PAISINHO
(diminutivo de país).
Aliás, até 1971 (quando ocorreu uma grande mudança ortográfica no
Brasil, maior até do que a atual), para marcar o hiato em “paisinho”
(que deriva de país e se lê “pa-i-si-nho”) e deixar claro que não é um
ditongo, usava-se um trema sobre o primeiro “i” (païsinho). Esse
emprego do sinal foi abolido há bastante tempo. Agora, sepultaram de
vez o pobre do trema, coitado. Só se manteve nas palavras
aportuguesadas em que tal sinal aparecia na palavra estrangeira
(período mülleriano – Müller). Assim, a Gisele Bünchen continua com
tudo no lugar, inclusive o trema, e as palavras porventura derivadas de
seu
sobrenome
receberão
o
sinal
(algo
como
“corpo
bündcheniano”...uau!...rs...).
Outra dica preciosa: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que
sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo
ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra
conhecida sua (que servirá de paradigma), tomando o cuidado de
observar se esta sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo que
aconteceu com uma irá acontecer com a outra também.
Veja os exemplos.
permitir -> permissão / emitir -> emissão
conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão
Cuidado!!! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de EXCEDER.
Deve ser esse o motivo de tanta gente fazer confusão.
Vejamos, agora, uma questão de concurso recente da ESAF, que
abordou esse assunto:
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1 - (ESAF/Ministério
Administrativo /2009)
da
Fazenda
–
Assistente
Técnico-
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores
condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade
recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As
primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades
fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação
tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado
pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os
estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de
contensão(5) das despesas improdutivas.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Primeiramente, vou apresentar a explicação gramatical.
Existem as duas formas: com S (contensão) e com Ç (contenção).
A palavra CONTENSÃO (com S) denota “esforço ou tensão
consideráveis”. Agora, ficou fácil memorizar a grafia e o significado:
conTENSÃO.
Já a palavra CONTENÇÃO (com Ç) pode indicar:
1) o ato de CONTENDER. Não sabe o que isso significa? Talvez você
conheça a palavra “contenda”, que significa “luta, disputa”. Então,
CONTENDER é LUTAR, RIVALIZAR, BRIGAR. Nesse sentido,
segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ocorre
“flutuação ortográfica entre os homônimos CONTENÇÃO e
CONTENSÃO, registrando-se exemplos do primeiro usado no
sentido do segundo, mesmo em bons autores contemporâneos”.
Isso quer dizer que, modernamente, há autores que, no sentido
de luta, disputa, usam indistintamente o vocábulo com S ou com
Ç;
2) o ato ou efeito de CONTER. Foi esse o sentido empregado no
texto. Vamos reler tal passagem: “É preciso continuar usando os
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estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais
esforço de CONTENÇÃO das despesas improdutivas” (= com mais
esforço para CONTER despesas improdutivas). Nesse sentido, não
há dúvidas – escreve-se com Ç.
Agora, chega de “blá-blá-blá”...rs.. Vamos aplicar a técnica do
paradigma para, na hora da prova, saber se escreveríamos com S ou
com Ç.
Pense em um verbo parecido com CONTER. Eu sugiro DETER. Então,
como é escrito o substantivo correspondente a DETER? DETENÇÃO.
Vamos pensar em outro: ABSTER => ABSTENÇÃO.
Mais um: RETER => RETENÇÃO
Como diria o mineirinho, uai, sô! Usando a técnica do paradigma, vimos
que diversos verbos terminados em –TER formam –TENÇÃO. Então,
concluímos que o substantivo derivado de CONTER é CONTENÇÃO (com
Ç). A opção com erro de ortografia é a letra E. Simples assim!
É claro que essa dica é para AJUDAR, mas pode ocorrer falha. Já que
toda regra tem exceção. A essa altura, algum “cri-cri” já pensou na
palavra “manter” e em seu substantivo correspondente, não é?...rs...
(Se você pensou nisso, não se ofenda em ser chamado de “cri-cri”, pois,
como sempre digo, é preciso se tornar um chato para passar em
concurso público!...rs...)
Pois bem, há justificativa para a inclusão daquele “u” em “manutenção”.
No processo de formação do substantivo, retomou-se a origem latina
que indicava “manu tenere”, ou seja, “ter em mãos”. Por isso, em vez
de “mantenção”(*), formou-se “MANUTENÇÃO”, mas o Ç está lá,
bonitão!!!
O gabarito preliminar apontava como errada a opção E pelos motivos
acima expostos, contudo, no gabarito final, essa questão foi anulada
(não se sabe por quê...rs...). Mesmo assim, resolvemos manter a
explicação, já que essa lição do paradigma costuma ajudar muito na
resolução de questões que envolvem ortografia.
Vejamos, agora, outra questão que explorou esses conceitos.
2 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
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a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do
protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade,
participou dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão
entre os aspectos de sua vida examinados no livro.
(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
Comentário.
Aplicando a técnica do paradigma, pensemos em uma palavra parecida
com ASCENDER, para verificarmos como seria sua “transformação” em
um substantivo.
A que considero mais próxima (e mais comum) é COMPREENDER. Como
fica o substantivo? COMPREENDER
COMPREENSÃO (COM “S”).
Escolherei mais uma, para confirmar o processo: PRETENDER
PRETENSÃO.
Então, o substantivo correspondente a ASCENDER é ASCENSÃO (com
“s” como as demais palavras).
Gabarito: E
3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a
proposição.
É próprio das grandes crises despertar o potencial
2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
4. inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
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futuras na política econômico-financeira. Resta agora
8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
para assegurar dinamismo à atividade econômica.
12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
20. carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do
texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte
forma: afim de.
Comentário.
A expressão “a fim de” denota intenção: “Ele não está A FIM DE falar
com você hoje.”.
Já a palavra “afim”, adjetiva, indica uma afinidade ou grau de
parentesco (“Você comercializa livros, periódicos e AFINS?”).
Por isso, não se deve confundir um com outro.
ITEM ERRADO
4 – (ESAF/CGU - AFC/2012)
1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da
maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior
que a da maioria dos emergentes, segundo números
divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
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5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário,
o governo brasileiro precisará do equivalente a
18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e
18% no próximo. A maior parte do problema decorre
do pesado endividamento acumulado ao longo de
10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura
correspondem a pouco menos que o dobro da média
ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação,
nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile,
15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru
indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a
pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece
em posição confortável, com uma necessidade de
20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido
uma invejável combinação de estabilidade fiscal,
inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril
de 2012)
Julgue a afirmação a seguir.
- No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim
de.
Comentário.
Como vimos, a expressão que indica finalidade (equivalente à
preposição “para”) seria “a fim de”, e não “afim de”. Houve mais uma
vez erro na grafia dessa expressão, muito comum nas provas da ESAF.
ITEM ERRADO
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5 – (ESAF/ISS RJ – Agente de Fazenda/2010)
Assinale a opção em que, ao ser transcrito, o fragmento do texto
adaptado da Revista Veja, de 21 de julho, 2010, desrespeitou a
gramática da norma culta.
a) Com boa argumentação e dados fartos, alguns autores se dedicam a
definir quais fatores não servem como explicação para o discompasso no
continente: o determinismo geográfico não sustenta-se; um suposto
sistema de dependência comercial, em relação aos Estados Unidos,
também é descartado, e o atraso atribuído ao catolicismo, em princípio
pouco propenso a absorver a benéfica combinação entre fatores
capitalistas e democráticos é refutado.
b) A pergunta já mereceu a atenção de estudiosos de todos os matizes
ideológicos e, na maioria das vezes, levou a respostas esquemáticas,
mágicas. Mas houve, sim, um aspecto cultural que ajudou a definir os
desempenhos díspares de Estados Unidos e América Latina.
c) Nas ciências políticas e econômicas, há um enigma que, se decifrado,
poderia resultar na fórmula definitiva para o sucesso das nações: por
que a América Latina não prosperou como os Estados Unidos?
d) No ensaio Bandeirantes e Pioneiros, o escritor Vianna Moog
demonstrou que os colonos ibéricos estavam mais interessados no
extrativismo ou na escravização dos índios, enquanto os ingleses tinham
um apego maior à nova terra, que eram obrigados a cultivar por conta
própria. Isso deu origem, nos Estados Unidos, a direitos de propriedade
e estruturas de governo mais sólidas do que no resto do continente.
e) Essa cultura política pode ter sido a base para os três fatores que,
mais tarde, definiram o sucesso americano: instituições formais (leis,
sistema político) e informais (disposição da população de respeitar as
leis); decisões políticas adequadas ao florescimento capitalista; e
estrutura social mais igualitária. Da ausência desses elementos nasceu o
paradoxo latino-americano.
Comentário.
A opção A apresenta alguns problemas, sendo o mais “gritante” a forma
registrada para a palavra “descompasso”.
O prefixo “des-”, entre outros aspectos, indica oposição, negação.
Assim, o contrário de um “compasso” seria um “descompasso”. Por que
o examinador registrou com “i” (discompasso)? Ora, porque falamos
assim, é ou não é? Na hora da prova, seu “ouvido” não estranharia essa
forma.
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Essa mudança fonética tem um motivo: existe outro prefixo – dis – que
também pode indicar oposição, negação. Assim, essa “influência”,
associada ao fato de que a tonicidade da palavra não recai na sílaba do
prefixo de negação, faz com que falemos “discompasso*”, mas devemos
escrever com “e”: descompasso.
Há outros dois problemas: um de colocação pronominal (em “não
sustenta-se”) e outro de pontuação (faltou uma vírgula depois de
“democráticos”), mas esses são assuntos para outros encontros.
6 - (ESAF/RFB – ATRFB/2012)
Julgue a assertiva abaixo.
A palavras “fórmula” e “números”(l.16) recebem acento gráfico com
base em regras gramaticais diferentes.
Comentário.
Um assunto muito importante a ser tratado na aula sobre Ortografia é
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
O examinador afirma que os vocábulos “fórmula” e “números” são
acentuados com base em regras gramaticais diferentes. Em verdade, as
duas palavras foram acentuadas por serem proparoxítonas, ou seja, a
mesma regra gramatical, mas, afinal, quais são as palavras
proparoxítonas acentuadas? Resposta: TODAS!!! Essa é a regra mais
fácil de ser memorizada em relação a esse ponto. As demais regras,
com todas as dicas para memorização, você verá na primeira aula do
curso, em que daremos continuidade a esse estudo (ficou com gostinho
de “quero mais”? Que bom!...rs...).
ITEM ERRADO
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Essa é uma breve demonstração das nossas aulas, que terão,
certamente, muito mais questões elaboradas pela ESAF.
Além de Acentuação Gráfica, falaremos também sobre o emprego de
hífen (ponto este bastante atingido pelo Acordo Ortográfico), mais um
pouco de parônimos e outras coisinhas (rs...). Até o próximo encontro!
Grande abraço e bons estudos.
Profª Claudia Kozlowski
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 - (ESAF/Ministério
Administrativo /2009)
da
Fazenda
–
Assistente
Técnico-
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores
condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade
recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As
primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades
fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação
tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado
pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os
estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de
contensão(5) das despesas improdutivas.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
2 - (ESAF/IRB – Advogado/2006)
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do
protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade,
participou dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão
entre os aspectos de sua vida examinados no livro.
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Turma de Exercícios – ESAF
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(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a
proposição.
É próprio das grandes crises despertar o potencial
2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
4. inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
para assegurar dinamismo à atividade econômica.
12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
20. carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do
texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte
forma: afim de.
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Turma de Exercícios – ESAF
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4 – (ESAF/CGU - AFC/2012)
1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da
maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior
que a da maioria dos emergentes, segundo números
divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário,
o governo brasileiro precisará do equivalente a
18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e
18% no próximo. A maior parte do problema decorre
do pesado endividamento acumulado ao longo de
10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura
correspondem a pouco menos que o dobro da média
ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação,
nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile,
15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru
indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a
pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece
em posição confortável, com uma necessidade de
20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido
uma invejável combinação de estabilidade fiscal,
inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril
de 2012)
Julgue a afirmação a seguir.
- No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim
de.
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5 – (ESAF/ISS RJ – Agente de Fazenda/2010)
Assinale a opção em que, ao ser transcrito, o fragmento do texto
adaptado da Revista Veja, de 21 de julho, 2010, desrespeitou a
gramática da norma culta.
a) Com boa argumentação e dados fartos, alguns autores se dedicam a
definir quais fatores não servem como explicação para o discompasso no
continente: o determinismo geográfico não sustenta-se; um suposto
sistema de dependência comercial, em relação aos Estados Unidos,
também é descartado, e o atraso atribuído ao catolicismo, em princípio
pouco propenso a absorver a benéfica combinação entre fatores
capitalistas e democráticos é refutado.
b) A pergunta já mereceu a atenção de estudiosos de todos os matizes
ideológicos e, na maioria das vezes, levou a respostas esquemáticas,
mágicas. Mas houve, sim, um aspecto cultural que ajudou a definir os
desempenhos díspares de Estados Unidos e América Latina.
c) Nas ciências políticas e econômicas, há um enigma que, se decifrado,
poderia resultar na fórmula definitiva para o sucesso das nações: por
que a América Latina não prosperou como os Estados Unidos?
d) No ensaio Bandeirantes e Pioneiros, o escritor Vianna Moog
demonstrou que os colonos ibéricos estavam mais interessados no
extrativismo ou na escravização dos índios, enquanto os ingleses tinham
um apego maior à nova terra, que eram obrigados a cultivar por conta
própria. Isso deu origem, nos Estados Unidos, a direitos de propriedade
e estruturas de governo mais sólidas do que no resto do continente.
e) Essa cultura política pode ter sido a base para os três fatores que,
mais tarde, definiram o sucesso americano: instituições formais (leis,
sistema político) e informais (disposição da população de respeitar as
leis); decisões políticas adequadas ao florescimento capitalista; e
estrutura social mais igualitária. Da ausência desses elementos nasceu o
paradoxo latino-americano.
6 - (ESAF/RFB – ATRFB/2012)
Julgue a assertiva abaixo.
A palavras “fórmula” e “números”(l.16) recebem acento gráfico com
base em regras gramaticais diferentes.
Profª Claudia Kozlowski
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