ESAF / ANEEL Especialista/ 2006

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Curso de Exercícios - ESAF
Aula 0 - Ortografia
Profª.Claudia Kozlowski
Aula Demonstrativa – Ortografia
Olá, pessoal,
Para os que ainda não me conhecem, sou Claudia Kozlowski, AuditoraFiscal da Receita Federal do Brasil e professora de Língua Portuguesa
para concursos públicos desde 2002.
Para aqueles que pela primeira vez participam de um curso on line,
espero que seja uma ótima experiência e garanto: vocês terão a
sensação de que eu estou na sua frente (rs...). Calma, eu ainda não
tenho o poder da onipresença (só Deus!) - eu explico! (rs...)
Apesar de o sistema de aula à distância dar a impressão de que o
contato entre professor e aluno (ou até mesmo entre os próprios
alunos) não existe, você verá que não é assim. Em função da linguagem
simples e descontraída que costumo empregar no material, a distância
que nos separa parecerá inexistente. Além disso, temos também um
canal direto de comunicação: os fóruns das aulas, nos quais o aluno
encaminha suas dúvidas, comentários e elogios (muitos, por
favor!...rs...) e eu apresento as respostas (e agradecimentos...rs...). A
partir desse momento, todos os participantes do curso podem ver a
pergunta e a resposta.
O material de aula se encontra atualizado às novas regras ortográficas e
foram incluídas questões dos certames mais recentes da banca. Em
relação a provas aplicadas antes da entrada em vigor do novo Acordo
Ortográfico, se houver registro de alguma palavra que tenha sido
modificada em função das mudanças, no início dos comentários haverá
uma observação acerca da nova grafia. Dessa forma, você se
acostumará a perceber o que mudou e o que foi mantido inalterado.
Essas novas regras passaram a valer exclusivamente a partir de janeiro
de 2016, depois de sucessivas prorrogações, ou seja, acabou a moleza
e, a partir de agora, nós só podemos utilizar “formalmente” a nova
forma ortográfica.
Nesse curso de exercícios com revisão teórica, teremos oito encontros
(sem contar com a aula demonstrativa), nos quais estudaremos os
seguintes
assuntos:
ORTOGRAFIA,
VERBOS,
CONCORDÂNCIA,
REGÊNCIA, CRASE, PRONOMES, CONJUNÇÃO, PERÍODOS, PONTUAÇÃO
e, finalmente, INTERPRETAÇÃO E ORDENAÇÃO TEXTUAL.
Questões que abordem um único assunto serão reproduzidas na íntegra.
As que explorem assuntos diversos na mesma questão serão tratadas
de forma diferente: terão cada opção separada por assunto e sua
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correção será analisada sob a forma de certo ou errado (como nas
provas da Cespe/UnB). Assim, o enunciado original dessas questões
será modificado para “julgue a assertiva abaixo” ou algo parecido. Se
preciso for, o texto correspondente será reproduzido em cada uma
delas. O objetivo é exclusivamente didático, de modo que possibilite ao
aluno o estudo de cada ponto da disciplina separadamente.
Ao fim de cada aula, será apresentada a lista com todos os exercícios
nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de
ver o gabarito e ler seus comentários.
Vamos, então, ao trabalho para municiá-lo com as armas de que vai
precisar para alcançar seu tão almejado cargo público.
Neste primeiro artigo, trataremos de ORTOGRAFIA.
O estudo da ORTOGRAFIA abrange:
1 - EMPREGO DE LETRAS (s/z; sc/sç/ss; j/g; izar/isar; etc)
2 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
3 - USO DE OUTROS SINAIS DIACRÍTICOS (principalmente o HÍFEN e o
TREMA)
“Antigamente” (lá por 1997 e 1998), era comum a ESAF abordar o
assunto em questões exclusivas. Hoje, exige-se do candidato um bom
vocabulário e o conhecimento do significado de expressões,
especialmente das parônimas.
Em relação à grafia das palavras, reproduzimos as palavras de
Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante em Gramática da Língua
Portuguesa:
“A competência para grafar corretamente as palavras
está diretamente ligada ao contato íntimo com essas
mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso
é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as
dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário.
Trata-se de um processo constante, que produz
resultados a longo prazo.”
Ninguém é obrigado a conhecer TODAS as palavras da língua. Logo, não
é vergonha nenhuma desconhecer o significado de uma ou outra. Por
isso, na dúvida, deixe a preguiça de lado e abra o dicionário para
verificar como se escreve ou o que significa algumas delas.
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Com relação ao primeiro tópico (emprego de letras), há, no mercado,
vasto material de qualidade que trata disso (uso do G / J, SC / SÇ / Ç /
SS, etc).
Recentemente, são poucas as questões de prova que exploram esse
tópico do estudo. Assim, vou-me ater a lembrar-lhes que a palavra
derivada costuma conservar a grafia da palavra primitiva. Por
exemplo, normalmente se usa “x” após “en” (enxuto, enxovalhar), mas
isso não acontece com encher, que deriva de cheio, ou com
encharcado, que provém de charco (pântano), pelo fato de o dígrafo
“ch” já constar da palavra primitiva. “Costuma”, porque raras vezes
podemos nos deparar com alguns casos (excepcionais) que buscam na
etimologia a mudança das letrinhas, por exemplo, estender e extensão
(o substantivo que manteve o x da forma verbal latina extendere,
segundo Aurélio) ou catequese e catequizar.
E por que “paralisar” (paralisia) se escreve com “s” e “imunizar” (imune)
se escreve com “z”? Porque, quando as palavras primitivas já
apresentam a letra “s”, ela é mantida nas palavras derivadas.
Caso não conste essa letra na palavra primitiva, entra em ação o “z” nas
derivadas
Essa é a diferença entre PAIZINHO (diminutivo de “pai”) e PAISINHO
(diminutivo de país).
Aliás, até 1971 (quando ocorreu uma grande mudança ortográfica no
Brasil, maior até do que a atual), para marcar o hiato em “paisinho”
(que deriva de país e se lê “pa-i-si-nho”) e deixar claro que não é um
ditongo, usava-se um trema sobre o primeiro “i” (païsinho). Esse
emprego do sinal foi abolido há bastante tempo. Agora, sepultaram de
vez o pobre do trema, coitado. Só se manteve nas palavras
aportuguesadas em que tal sinal aparecia na palavra estrangeira
(período mülleriano – Müller). Assim, a Gisele Bünchen continua com
tudo no lugar, inclusive o trema, e as palavras porventura derivadas de
seu
sobrenome
receberão
o
sinal
(algo
como
“corpo
bündcheniano”...uau!...rs...).
Outra dica preciosa: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que
sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo
ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra
conhecida sua (que servirá de paradigma), tomando o cuidado de
observar se esta sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo que
aconteceu com uma irá acontecer com a outra também.
Veja os exemplos.
permitir -> permissão / emitir -> emissão
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conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão
Cuidado!!! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de EXCEDER.
Deve ser esse o motivo de tanta gente fazer confusão.
Vejamos, agora, uma questão de concurso da ESAF, que abordou esse
assunto:
1 - (ESAF/Ministério
Administrativo /2009)
da
Fazenda
–
Assistente
Técnico-
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores
condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade
recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As
primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades
fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação
tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado
pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os
estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de
contensão(5) das despesas improdutivas.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Primeiramente, vou apresentar a explicação gramatical.
Existem as duas formas: com S (contensão) e com Ç (contenção).
A palavra CONTENSÃO (com S) denota “esforço ou tensão
consideráveis”. Agora, ficou fácil memorizar a grafia e o significado:
conTENSÃO.
Já a palavra CONTENÇÃO (com Ç) pode indicar:
1) o ato de CONTENDER. Não sabe o que isso significa? Talvez você
conheça a palavra “contenda”, que significa “luta, disputa”. Então,
CONTENDER é LUTAR, RIVALIZAR, BRIGAR. Nesse sentido,
segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ocorre
“flutuação ortográfica entre os homônimos CONTENÇÃO e
CONTENSÃO, registrando-se exemplos do primeiro usado no
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sentido do segundo, mesmo em bons autores contemporâneos”.
Isso quer dizer que, modernamente, há autores que, no sentido
de luta, disputa, usam indistintamente o vocábulo com S ou com
Ç;
2) o ato ou efeito de CONTER. Foi esse o sentido empregado no
texto. Vamos reler tal passagem: “É preciso continuar usando os
estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais
esforço de CONTENÇÃO das despesas improdutivas” (= com mais
esforço para CONTER despesas improdutivas). Nesse sentido, não
há dúvidas – escreve-se com Ç.
Agora, chega de “blá-blá-blá”...rs.. Vamos aplicar a técnica do
paradigma para, na hora da prova, saber se escreveríamos com S ou
com Ç.
Pense em um verbo parecido com CONTER. Eu sugiro DETER. Então,
como é escrito o substantivo correspondente a DETER? DETENÇÃO.
Vamos pensar em outro: ABSTER => ABSTENÇÃO.
Mais um: RETER => RETENÇÃO
Como diria o mineirinho, uai, sô! Usando a técnica do paradigma, vimos
que diversos verbos terminados em –TER formam –TENÇÃO. Então,
concluímos que o substantivo derivado de CONTER é CONTENÇÃO (com
Ç). A opção com erro de ortografia é a letra E. Simples assim!
É claro que essa dica é para AJUDAR, mas pode ocorrer falha. Já que
toda regra tem exceção. A essa altura, algum “cri-cri” já pensou na
palavra “manter” e em seu substantivo correspondente, não é?...rs...
(Se você pensou nisso, não se ofenda em ser chamado de “cri-cri”, pois,
como sempre digo, é preciso se tornar um chato para passar em
concurso público!...rs...)
Pois bem, há justificativa para a inclusão daquele “u” em “manutenção”.
No processo de formação do substantivo, retomou-se a origem latina
que indicava “manu tenere”, ou seja, “ter em mãos”. Por isso, em vez
de “mantenção”(*), formou-se “MANUTENÇÃO”, mas o Ç está lá,
bonitão!!!
O gabarito preliminar apontava como errada a opção E pelos motivos
acima expostos, contudo, no gabarito final, essa questão foi anulada
(não se sabe por quê...rs...). Mesmo assim, resolvemos manter a
explicação, já que essa lição do paradigma costuma ajudar muito na
resolução de questões que envolvem ortografia.
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Vejamos, agora, outra questão que explorou esses conceitos.
2 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006)
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do
protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade,
participou dos grandes debates públicos de sua época.
e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão
entre os aspectos de sua vida examinados no livro.
(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
Comentário.
Aplicando a técnica do paradigma, pensemos em uma palavra parecida
com ASCENDER, para verificarmos como seria sua “transformação” em
um substantivo.
A que considero mais próxima (e mais comum) é COMPREENDER. Como
fica o substantivo? COMPREENDER  COMPREENSÃO (COM “S”).
Escolherei mais uma, para confirmar o processo: PRETENDER 
PRETENSÃO.
Então, o substantivo correspondente a ASCENDER é ASCENSÃO (com
“s” como as demais palavras).
Gabarito: E
3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a
proposição.
É próprio das grandes crises despertar o potencial
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2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
4. inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
para assegurar dinamismo à atividade econômica.
12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
20. carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do
texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte
forma: afim de.
Comentário.
A expressão “a fim de” denota intenção: “Ele não está A FIM DE falar
com você hoje.”.
Já a palavra “afim”, adjetiva, indica uma afinidade ou grau de
parentesco (“Você comercializa livros, periódicos e AFINS?”).
Por isso, não se deve confundir um com outro.
ITEM ERRADO
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4 – (ESAF/CGU - AFC/2012)
1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da
maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior
que a da maioria dos emergentes, segundo números
divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário,
o governo brasileiro precisará do equivalente a
18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e
18% no próximo. A maior parte do problema decorre
do pesado endividamento acumulado ao longo de
10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura
correspondem a pouco menos que o dobro da média
ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação,
nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile,
15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru
indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a
pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece
em posição confortável, com uma necessidade de
20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido
uma invejável combinação de estabilidade fiscal,
inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril
de 2012)
Julgue a afirmação a seguir.
- No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim
de.
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Comentário.
Como vimos, a expressão que indica finalidade (equivalente à
preposição “para”) seria “a fim de”, e não “afim de”. Houve mais uma
vez erro na grafia dessa expressão, muito comum nas provas da ESAF.
ITEM CERTO
5 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2013)
Assinale a opção em que o trecho extraído da obra Linguagens e
comunidades nos primórdios da Europa Moderna foi transcrito com plena
correção gramatical.
a) Existe uma famosa anedota sobre as habilidades linguísticas de
Carlos V que nos revelam pouco sobre o imperador, mas muito sobre as
opiniões vingentes, nos primórdios da era moderna em relação às
línguas.
b) Segundo a versão mais antiga da anedota, o imperador costumava
dizer que falava espanhol com Deus, italiano com os cortesães, francês
com suas damas, e alemão com seu cavalo. Noutras versões da estória,
ele falava em alemão com seus soldados, ou inimigos, francês com
amigos, italiano com mulheres, e inglês com pássaros.
c) A anedota não só ilustra a tradição do blason, gênero em que um
grupo de pessoas – de forma mais, ou menos, jocosa – insultam outros,
mas também apresenta a noção do que os linguistas, atualmente,
chamam de dominio linguístico.
d) Nada melhor que um conflito, para estimular a conscientização. A
crescente consciência da diversidade em uma língua motivou debates
sobre o uso da língua e campanhas em favor da normatização da língua
padrão.
e) O ponto de que gostaria de salientar é que as línguas distintivas de
grupos sociais específicos já estavam chamando atenção no século XVI.
A hierarquia linguística refletia ou sustentava a hierarquia social. As
línguas padrão eram definidas pelos padronizadores comparados com
dialetos e jargões.
(Burke, Peter. Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa
Moderna. Trad.: Cristina Yamagami. São Paulo:UNESP, 2010, p.44-5,
adaptado).
Comentário.
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Há, na questão, diversos erros ortográficos:
a) escreve-se “vigentes”, e não “vingentes”;
b) a forma plural de “cortesão” pode ser “cortesãos” (mais comum) ou
“cortesões”, mas não “cortesães”, como registrou o examinador;
c) a palavra “domínio”, por ser um caso de paroxítona terminada em
ditongo crescente (assunto para a próxima aula), recebe acento agudo
no primeiro “i”; além disso, houve erro de sintaxe de concordância – o
verbo INSULTAR deve concordar com “anedota” (núcleo do sujeito) e
permanecer no singular.
O item E apresenta erro de sintaxe de regência (assunto de uma aula
exclusiva): o verbo SALIENTAR é transitivo direto (salientar alguma
coisa), por isso não há justificativa para o emprego da preposição em “O
ponto DE QUE gostaria de salientar...”.
Em relação ao registro da palavra “estória” (opção B), cabe aqui uma
interessante observação. Há quem alegue que, por influência da Língua
Inglesa (que diferencia story de History/history), antigamente
registrávamos “estória” para indicar a narrativa de cunho popular e
tradicional, “história” (com inicial minúscula) como, entre outros
sentidos, o conjunto de conhecimentos relativos ao passado da
humanidade e sua evolução, segundo o lugar, a época, o ponto de vista
escolhido e “História” (com inicial maiúscula) para designar a ciência
que estuda eventos passados com referência a um povo, país, período
ou indivíduo específico.
Houaiss registra “estória” como um diacronismo, ou seja, estudo de um
fato ou de um conjunto de fatos em sua evolução no tempo, remetendo,
em seguida, à palavra “história”.
No texto, faz-se menção a uma anedota, por isso, retomando a
aplicação antiga da palavra “estória”, não haveria aí impropriedade
alguma, considerando seu emprego histórico. Ainda bem que o
examinador “carimbou” o erro da flexão do plural de “cortesão” para
dirimir qualquer dúvida em relação à incorreção da opção B, não é
mesmo?
Gabarito: D
6 - (ESAF/MPOG/2015)
Analise a correção da assertiva abaixo.
- As palavras “área” (l. 3), ”Ministérios” (l.7) e “prioritárias” (l. 13) são
acentuadas devido à mesma regra de acentuação gráfica.
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Comentário.
Um assunto muito importante a ser tratado na aula sobre Ortografia é
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
O examinador afirma que os vocábulos “área”, “Ministérios”
“prioritárias” são acentuados com base na mesma regra gramatical.
e
Esse é um ponto que, como veremos adiante, apresenta divergência
doutrinária, contudo você desde já pode observar que os três vocábulos
terminam da mesma forma: árEA / MinistérIOs / prioritárIAs.
Os encontros vocálicos são formados por uma SEMIVOGAL e uma
VOGAL, acarretando um ditongo crescente (menos forte > mais forte).
Esse é um dos casos de acentuação de paroxítona, por isso o
examinador está correto.
Ora, professora, onde está, então, a divergência doutrinária?
Agora, terei de deixar com você um gostinho de “quero mais”...rs...
Como se trata de um ponto extenso e de grande importância para
diversos concursos, trataremos desse assunto na primeira aula do curso.
ITEM CERTO
7 – (ESAF/ATPS/2013)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de
palavra na transcrição do texto.
O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a
produção está no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate
polarizado sobre o risco de desindustrialização do país. No caso
brasileiro, as correntes mais liberais que(2) asseveram a ausência de
desindustrialização mencionam, por exemplo, a relativa estabilidade da
participação da indústria no PIB nos últimos dez anos e o crescimento
do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que acreditam
numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit
comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5
bilhões em 2011.
A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio
mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o
país não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia
e China, em comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no
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comércio mundial – e com incorporação de tecnologia superior à
brasileira.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
a) sucita (1)
b) que (2)
c) Aqueles (3)
d) de que(4)
e) lograram (5)
Comentário.
Em relação à forma ortográfica, a memória visual entra em cena, por
esse motivo quem lê bastante tem facilidade em relação a isso, mas, em
alguns casos, uma dica mnemônica pode ajudar.
Aqui, temos a palavra “suscitar”, que se escreve com o dígrafo SC. Para
facilitar sua memorização, vamos estabelecer uma comparação com a
palavra “sucinto” (por serem parecidas), que se escreve com C. Ora, o
que é uma coisa “sucinta”? Breve, resumida, curta – por isso, se
escreve com uma letra só: C. A outra, com SC (suscitar). Facilitei sua
vida ou não?
Essa explicação foi só para exemplificar uma forma de você, em alguns
casos, memorizar a grafia de algumas palavras. Cada um vai encontrar
seu jeito de estudar ortografia em relação ao emprego de letras, mas,
sem dúvida alguma, ler é o melhor deles.
Gabarito: A
8 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013)
1. A memória social, que, vulgarmente, se denomina
tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com
H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem
alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido
5. como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado
como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve
ao fato de o homem ser o único animal que se constrói
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pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se
desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com
10. que consegue deixar de lembrar.
Na sociedade brasileira, como em muitas outras,
o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a
tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a
tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o
15. extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do
comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e
criado por meio de artifícios e mecanismos próprios.
Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma
mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto,
20. tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade
tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente,
deixando ver a sua “alma” ou o seu coração.
(Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro:
Ed.
Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado).
Analise a proposição a seguir.
- O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (l.15) deve-se à
grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos
elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no
trecho subsequente: “como o próprio nome indica”.
Comentário.
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa alterou significativamente as
regras para o emprego do hífen, e esse assunto será tratado “à
exaustão” logo na primeira aula de nosso curso, mas já vamos deixar
você com “água na boca” (rs...) analisando essa questão de prova
recente.
Segundo as novas regras ortográficas, devemos usar o hífen se houver
encontro de letras iguais (vogais ou consoantes) entre o fim do prefixo e
o início do segundo elemento. Como “extra” termina por uma letra
diferente da do início de “ordinário”, não se emprega hífen. Contudo, o
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autor manteve o sinal de modo a dar ênfase aos elementos que
compõem esse vocábulo, como bem observou o examinador. Para
indicar que não se tratava de um erro ortográfico mas de um recurso,
empregou o itálico.
ITEM CERTO.
9 - (ESAF/AFRFB/2014)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de
palavra inserido na transcrição do texto.
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria da
Receita Federal é apenas a mais recente denominação da Administração
Tributária Brasileira nestes cinco séculos de existência. Sua criação
tornou-se (2) necessária para modernizar a máquina arrecadadora e
fiscalizadora, bem como para promover uma maior integração entre o
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das
obrigações tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o
acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de cada
cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal representou um
significativo avanço na facilitação do cumprimento das obrigações
tributárias, contribuindo para o aumento da arrecadação a partir (5) do
final dos anos 60.
(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/historico.htm>.
Acesso em: 17 mar. 2014.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
Comentário.
E o que falar dessa questão "quentíssima" de ortografia?
A palavra "espontâneo" se escreve com S, e não com X.
A melhor forma de lembrar a grafia das palavras é a partir da memória
visual, por isso, sempre que puder, leia, leia bastante!!!
E por falar em "espontâneo", como fica o substantivo que deriva desse
adjetivo? Isso já caiu em prova, hem?
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Vamos, mais uma vez, aplicar a técnica do paradigma, usada lá na outra
questão: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que sofreu
algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo ou
substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra
conhecida.
Se o adjetivo termina em -EO, forma substantivo com -EIDADE:
IDÔNEO -> IDONEIDADE
SIMULTÂNEO -> SIMULTANEIDADE
Então: ESPONTÂNEO -> ESPONTANEIDADE
Se o adjetivo termina em -IO, forma substantivo com -IEDADE:
SÉRIO -> SERIEDADE
PRÓPRIO -> PROPRIEDADE
SÓCIO -> SOCIEDADE
Agora, veja a prova em que esse conceito foi exigido.
Gabarito: C
10 - (ESAF/AFRF/2003)
Indique o item em que
empregadas e grafadas.
todas
as
palavras
estão
corretamente
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de
infringir punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e
violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem
juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem
“pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de
intervenção específico.
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder
técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de
arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam
suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do
soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos
supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de
práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro
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ilícito, mas que
delinqüência.
se
torna
manejável
por
sua
organização
em
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema na palavra “delinquência”
(opção E).
Nessa questão, a ESAF testou o conhecimento de alguns parônimos
(palavrinhas parecidas, mas cujos significados são diferentes). Estão
incorretas:
a) INFRINGIR – cometer infração / INFLIGIR (correto) – aplicar uma
pena
c)
Está
incorreta
a
(HOMOGÊNEO + IZAR).
grafia
da
palavra
HOMOGENEIZAR
Para verificar esse erro, tenha em mente a dica dada no início desse
encontro, em que falamos sobre paradigmas e processo de formação
de palavras. Já falamos sobre isso nesta aula demonstrativa, mas
vamos relembrar.
A palavra primitiva é HOMOGÊNEO. Em seu lugar, pensemos em outra
mais fácil: IDÔNEO (também terminada em “EO”).
IDÔNEO -> IDONEIDADE
Outra bastante comum é ESPONTÂNEO, que vira ESPONTANEIDADE.
Então, HOMOGÊNEO leva a HOMOGENEIDADE. Esse substantivo dá
origem ao verbo HOMOGENEIZAR (com a letra “Z” do sufixo “izar”, já
que não havia “s” na palavra primitiva).
Muito comum é a tentativa de confusão com os vocábulos terminados
em “IO”, como os seguintes:
SÉRIO -> SERIEDADE
SOLIDÁRIO -> SOLIDARIEDADE
SÓCIO -> SOCIEDADE
SÓBRIO -> SOBRIEDADE
DISCRICIONÁRIO -> DISCRICIONARIEDADE
Como é bem maior a quantidade de vocábulos terminados por IO, em
comparação com os de terminação EO, pode ocorrer a “contaminação”
e, por conseguinte, erro na grafia de vocábulos terminados dessa última
forma, como HOMOGÊNEO.
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Muita calma na hora de verificar a grafia dessas palavras, hem?
Além disso, a opção erra ao empregar o verbo ILIDIR no lugar de
ELIDIR. São parônimos:
Elidir: eliminar, suprimir
Ilidir: rebater, destruir refutando
Na construção, o sentido aponta para o emprego de ELIDIR, já que "o
carcerário elimina o que possa haver de violento em um e de arbitrário
no outro", e não "rebate".
d) IMINENTE – prestes a acontecer / EMINENTE (correto) – importante
e) AFERIR – cotejar, comparar / AUFERIR (correto) – ganhar, obter.
Gabarito: B
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Essa é uma breve demonstração das nossas aulas, que terão,
certamente, muito mais questões elaboradas pela ESAF.
Além de Acentuação Gráfica, falaremos também sobre o emprego de
hífen (ponto este bastante atingido pelo Acordo Ortográfico), mais um
pouco de parônimos e outras coisinhas (rs...). Até o próximo encontro!
Grande abraço e bons estudos.
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 - (ESAF/Ministério
Administrativo /2009)
da
Fazenda
–
Assistente
Técnico-
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia.
A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores
condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade
recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As
primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades
fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação
tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado
pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os
estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de
contensão(5) das despesas improdutivas.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
2 - (ESAF/IRB – Advogado/2006)
Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical.
Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza
a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o
jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma
expressão de sua época e uma exceção a ela.
b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de
Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem
sempre foi percebida pelos seus contemporâneos.
c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do
protagonista de seu último romance, Memorial de Aires.
d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade,
participou dos grandes debates públicos de sua época.
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e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão
entre os aspectos de sua vida examinados no livro.
(Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196)
3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009)
Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a
proposição.
É próprio das grandes crises despertar o potencial
2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
4. inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
para assegurar dinamismo à atividade econômica.
12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
20. carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do
texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte
forma: afim de.
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4 – (ESAF/CGU - AFC/2012)
1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da
maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior
que a da maioria dos emergentes, segundo números
divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário,
o governo brasileiro precisará do equivalente a
18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e
18% no próximo. A maior parte do problema decorre
do pesado endividamento acumulado ao longo de
10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura
correspondem a pouco menos que o dobro da média
ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
estão entre aqueles em melhor situação,
nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile,
15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos
a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru
indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a
pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece
em posição confortável, com uma necessidade de
20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido
uma invejável combinação de estabilidade fiscal,
inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril
de 2012)
Julgue a afirmação a seguir.
- No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na
argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim
de.
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5 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2013)
Assinale a opção em que o trecho extraído da obra Linguagens e
comunidades nos primórdios da Europa Moderna foi transcrito com plena
correção gramatical.
a) Existe uma famosa anedota sobre as habilidades linguísticas de
Carlos V que nos revelam pouco sobre o imperador, mas muito sobre as
opiniões vingentes, nos primórdios da era moderna em relação às
línguas.
b) Segundo a versão mais antiga da anedota, o imperador costumava
dizer que falava espanhol com Deus, italiano com os cortesães, francês
com suas damas, e alemão com seu cavalo. Noutras versões da estória,
ele falava em alemão com seus soldados, ou inimigos, francês com
amigos, italiano com mulheres, e inglês com pássaros.
c) A anedota não só ilustra a tradição do blason, gênero em que um
grupo de pessoas – de forma mais, ou menos, jocosa – insultam outros,
mas também apresenta a noção do que os linguistas, atualmente,
chamam de dominio linguístico.
d) Nada melhor que um conflito, para estimular a conscientização. A
crescente consciência da diversidade em uma língua motivou debates
sobre o uso da língua e campanhas em favor da normatização da língua
padrão.
e) O ponto de que gostaria de salientar é que as línguas distintivas de
grupos sociais específicos já estavam chamando atenção no século XVI.
A hierarquia linguística refletia ou sustentava a hierarquia social. As
línguas padrão eram definidas pelos padronizadores comparados com
dialetos e jargões.
(Burke, Peter. Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa
Moderna. Trad.: Cristina Yamagami. São Paulo:UNESP, 2010, p.44-5,
adaptado).
6 - (ESAF/MPOG/2015)
Analise a correção da assertiva abaixo.
- As palavras “área” (l. 3), ”Ministérios” (l.7) e “prioritárias” (l. 13) são
acentuadas devido à mesma regra de acentuação gráfica.
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7 – (ESAF/ATPS/2013)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de
palavra na transcrição do texto.
O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a
produção está no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate
polarizado sobre o risco de desindustrialização do país. No caso
brasileiro, as correntes mais liberais que(2) asseveram a ausência de
desindustrialização mencionam, por exemplo, a relativa estabilidade da
participação da indústria no PIB nos últimos dez anos e o crescimento
do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que acreditam
numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit
comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5
bilhões em 2011.
A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio
mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o
país não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia
e China, em comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no
comércio mundial – e com incorporação de tecnologia superior à
brasileira.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012)
a) sucita (1)
b) que (2)
c) Aqueles (3)
d) de que(4)
e) lograram (5)
8 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013)
1. A memória social, que, vulgarmente, se denomina
tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com
H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem
alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido
5. como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado
como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve
ao fato de o homem ser o único animal que se constrói
pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se
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desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com
10. que consegue deixar de lembrar.
Na sociedade brasileira, como em muitas outras,
o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a
tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a
tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o
15. extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do
comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e
criado por meio de artifícios e mecanismos próprios.
Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma
mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto,
20. tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade
tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente,
deixando ver a sua “alma” ou o seu coração.
(Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro:
Ed.
Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado).
Analise a proposição a seguir.
- O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (l.15) deve-se à
grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos
elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no
trecho subsequente: “como o próprio nome indica”.
9 - (ESAF/AFRFB/2014)
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de
palavra inserido na transcrição do texto.
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria da
Receita Federal é apenas a mais recente denominação da Administração
Tributária Brasileira nestes cinco séculos de existência. Sua criação
tornou-se (2) necessária para modernizar a máquina arrecadadora e
fiscalizadora, bem como para promover uma maior integração entre o
Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das
obrigações tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o
acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de cada
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cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal representou um
significativo avanço na facilitação do cumprimento das obrigações
tributárias, contribuindo para o aumento da arrecadação a partir (5) do
final dos anos 60.
(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/historico.htm>.
Acesso em: 17 mar. 2014.)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)
10 - (ESAF/AFRF/2003)
Indique o item em que
empregadas e grafadas.
todas
as
palavras
estão
corretamente
a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de
infringir punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e
violência.
b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem
juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem
“pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de
intervenção específico.
c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder
técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de
arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam
suscitar.
d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do
soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos
supliciados.
e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de
práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro
ilícito, mas que se torna manejável por sua organização em
delinqüência.
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