Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Aula Demonstrativa – Ortografia Olá, pessoal, Para os que ainda não me conhecem, sou Claudia Kozlowski, AuditoraFiscal da Receita Federal do Brasil e professora de Língua Portuguesa para concursos públicos desde 2002. Para aqueles que pela primeira vez participam de um curso on line, espero que seja uma ótima experiência e garanto: vocês terão a sensação de que eu estou na sua frente (rs...). Calma, eu ainda não tenho o poder da onipresença (só Deus!) - eu explico! (rs...) Apesar de o sistema de aula à distância dar a impressão de que o contato entre professor e aluno (ou até mesmo entre os próprios alunos) não existe, você verá que não é assim. Em função da linguagem simples e descontraída que costumo empregar no material, a distância que nos separa parecerá inexistente. Além disso, temos também um canal direto de comunicação: os fóruns das aulas, nos quais o aluno encaminha suas dúvidas, comentários e elogios (muitos, por favor!...rs...) e eu apresento as respostas (e agradecimentos...rs...). A partir desse momento, todos os participantes do curso podem ver a pergunta e a resposta. O material de aula se encontra atualizado às novas regras ortográficas e foram incluídas questões dos certames mais recentes da banca. Em relação a provas aplicadas antes da entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico, se houver registro de alguma palavra que tenha sido modificada em função das mudanças, no início dos comentários haverá uma observação acerca da nova grafia. Dessa forma, você se acostumará a perceber o que mudou e o que foi mantido inalterado. Essas novas regras passaram a valer exclusivamente a partir de janeiro de 2016, depois de sucessivas prorrogações, ou seja, acabou a moleza e, a partir de agora, nós só podemos utilizar “formalmente” a nova forma ortográfica. Nesse curso de exercícios com revisão teórica, teremos oito encontros (sem contar com a aula demonstrativa), nos quais estudaremos os seguintes assuntos: ORTOGRAFIA, VERBOS, CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA, CRASE, PRONOMES, CONJUNÇÃO, PERÍODOS, PONTUAÇÃO e, finalmente, INTERPRETAÇÃO E ORDENAÇÃO TEXTUAL. Questões que abordem um único assunto serão reproduzidas na íntegra. As que explorem assuntos diversos na mesma questão serão tratadas de forma diferente: terão cada opção separada por assunto e sua www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 1 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski correção será analisada sob a forma de certo ou errado (como nas provas da Cespe/UnB). Assim, o enunciado original dessas questões será modificado para “julgue a assertiva abaixo” ou algo parecido. Se preciso for, o texto correspondente será reproduzido em cada uma delas. O objetivo é exclusivamente didático, de modo que possibilite ao aluno o estudo de cada ponto da disciplina separadamente. Ao fim de cada aula, será apresentada a lista com todos os exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de ver o gabarito e ler seus comentários. Vamos, então, ao trabalho para municiá-lo com as armas de que vai precisar para alcançar seu tão almejado cargo público. Neste primeiro artigo, trataremos de ORTOGRAFIA. O estudo da ORTOGRAFIA abrange: 1 - EMPREGO DE LETRAS (s/z; sc/sç/ss; j/g; izar/isar; etc) 2 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA 3 - USO DE OUTROS SINAIS DIACRÍTICOS (principalmente o HÍFEN e o TREMA) “Antigamente” (lá por 1997 e 1998), era comum a ESAF abordar o assunto em questões exclusivas. Hoje, exige-se do candidato um bom vocabulário e o conhecimento do significado de expressões, especialmente das parônimas. Em relação à grafia das palavras, reproduzimos as palavras de Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante em Gramática da Língua Portuguesa: “A competência para grafar corretamente as palavras está diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante, que produz resultados a longo prazo.” Ninguém é obrigado a conhecer TODAS as palavras da língua. Logo, não é vergonha nenhuma desconhecer o significado de uma ou outra. Por isso, na dúvida, deixe a preguiça de lado e abra o dicionário para verificar como se escreve ou o que significa algumas delas. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 2 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Com relação ao primeiro tópico (emprego de letras), há, no mercado, vasto material de qualidade que trata disso (uso do G / J, SC / SÇ / Ç / SS, etc). Recentemente, são poucas as questões de prova que exploram esse tópico do estudo. Assim, vou-me ater a lembrar-lhes que a palavra derivada costuma conservar a grafia da palavra primitiva. Por exemplo, normalmente se usa “x” após “en” (enxuto, enxovalhar), mas isso não acontece com encher, que deriva de cheio, ou com encharcado, que provém de charco (pântano), pelo fato de o dígrafo “ch” já constar da palavra primitiva. “Costuma”, porque raras vezes podemos nos deparar com alguns casos (excepcionais) que buscam na etimologia a mudança das letrinhas, por exemplo, estender e extensão (o substantivo que manteve o x da forma verbal latina extendere, segundo Aurélio) ou catequese e catequizar. E por que “paralisar” (paralisia) se escreve com “s” e “imunizar” (imune) se escreve com “z”? Porque, quando as palavras primitivas já apresentam a letra “s”, ela é mantida nas palavras derivadas. Caso não conste essa letra na palavra primitiva, entra em ação o “z” nas derivadas Essa é a diferença entre PAIZINHO (diminutivo de “pai”) e PAISINHO (diminutivo de país). Aliás, até 1971 (quando ocorreu uma grande mudança ortográfica no Brasil, maior até do que a atual), para marcar o hiato em “paisinho” (que deriva de país e se lê “pa-i-si-nho”) e deixar claro que não é um ditongo, usava-se um trema sobre o primeiro “i” (païsinho). Esse emprego do sinal foi abolido há bastante tempo. Agora, sepultaram de vez o pobre do trema, coitado. Só se manteve nas palavras aportuguesadas em que tal sinal aparecia na palavra estrangeira (período mülleriano – Müller). Assim, a Gisele Bünchen continua com tudo no lugar, inclusive o trema, e as palavras porventura derivadas de seu sobrenome receberão o sinal (algo como “corpo bündcheniano”...uau!...rs...). Outra dica preciosa: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra conhecida sua (que servirá de paradigma), tomando o cuidado de observar se esta sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo que aconteceu com uma irá acontecer com a outra também. Veja os exemplos. permitir -> permissão / emitir -> emissão www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 3 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão Cuidado!!! EXCEÇÃO é derivado de EXCETUAR – e não de EXCEDER. Deve ser esse o motivo de tanta gente fazer confusão. Vejamos, agora, uma questão de concurso da ESAF, que abordou esse assunto: 1 - (ESAF/Ministério Administrativo /2009) da Fazenda – Assistente Técnico- Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de contensão(5) das despesas improdutivas. (O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Primeiramente, vou apresentar a explicação gramatical. Existem as duas formas: com S (contensão) e com Ç (contenção). A palavra CONTENSÃO (com S) denota “esforço ou tensão consideráveis”. Agora, ficou fácil memorizar a grafia e o significado: conTENSÃO. Já a palavra CONTENÇÃO (com Ç) pode indicar: 1) o ato de CONTENDER. Não sabe o que isso significa? Talvez você conheça a palavra “contenda”, que significa “luta, disputa”. Então, CONTENDER é LUTAR, RIVALIZAR, BRIGAR. Nesse sentido, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ocorre “flutuação ortográfica entre os homônimos CONTENÇÃO e CONTENSÃO, registrando-se exemplos do primeiro usado no www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 4 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski sentido do segundo, mesmo em bons autores contemporâneos”. Isso quer dizer que, modernamente, há autores que, no sentido de luta, disputa, usam indistintamente o vocábulo com S ou com Ç; 2) o ato ou efeito de CONTER. Foi esse o sentido empregado no texto. Vamos reler tal passagem: “É preciso continuar usando os estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de CONTENÇÃO das despesas improdutivas” (= com mais esforço para CONTER despesas improdutivas). Nesse sentido, não há dúvidas – escreve-se com Ç. Agora, chega de “blá-blá-blá”...rs.. Vamos aplicar a técnica do paradigma para, na hora da prova, saber se escreveríamos com S ou com Ç. Pense em um verbo parecido com CONTER. Eu sugiro DETER. Então, como é escrito o substantivo correspondente a DETER? DETENÇÃO. Vamos pensar em outro: ABSTER => ABSTENÇÃO. Mais um: RETER => RETENÇÃO Como diria o mineirinho, uai, sô! Usando a técnica do paradigma, vimos que diversos verbos terminados em –TER formam –TENÇÃO. Então, concluímos que o substantivo derivado de CONTER é CONTENÇÃO (com Ç). A opção com erro de ortografia é a letra E. Simples assim! É claro que essa dica é para AJUDAR, mas pode ocorrer falha. Já que toda regra tem exceção. A essa altura, algum “cri-cri” já pensou na palavra “manter” e em seu substantivo correspondente, não é?...rs... (Se você pensou nisso, não se ofenda em ser chamado de “cri-cri”, pois, como sempre digo, é preciso se tornar um chato para passar em concurso público!...rs...) Pois bem, há justificativa para a inclusão daquele “u” em “manutenção”. No processo de formação do substantivo, retomou-se a origem latina que indicava “manu tenere”, ou seja, “ter em mãos”. Por isso, em vez de “mantenção”(*), formou-se “MANUTENÇÃO”, mas o Ç está lá, bonitão!!! O gabarito preliminar apontava como errada a opção E pelos motivos acima expostos, contudo, no gabarito final, essa questão foi anulada (não se sabe por quê...rs...). Mesmo assim, resolvemos manter a explicação, já que essa lição do paradigma costuma ajudar muito na resolução de questões que envolvem ortografia. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 5 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Vejamos, agora, outra questão que explorou esses conceitos. 2 - (ESAF / IRB – Advogado / 2006) Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical. Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma expressão de sua época e uma exceção a ela. b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos. c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista de seu último romance, Memorial de Aires. d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou dos grandes debates públicos de sua época. e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre os aspectos de sua vida examinados no livro. (Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196) Comentário. Aplicando a técnica do paradigma, pensemos em uma palavra parecida com ASCENDER, para verificarmos como seria sua “transformação” em um substantivo. A que considero mais próxima (e mais comum) é COMPREENDER. Como fica o substantivo? COMPREENDER COMPREENSÃO (COM “S”). Escolherei mais uma, para confirmar o processo: PRETENDER PRETENSÃO. Então, o substantivo correspondente a ASCENDER é ASCENSÃO (com “s” como as demais palavras). Gabarito: E 3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009) Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a proposição. É próprio das grandes crises despertar o potencial www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 6 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski 2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios 4. inovadores para conter consequências mais dramáticas dos graves desacertos nas finanças internacionais 6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças futuras na política econômico-financeira. Resta agora 8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura 10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz, para assegurar dinamismo à atividade econômica. 12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho do setor industrial se configurou na redução de 10,25% 14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na aquisição e produção de máquinas e equipamentos. 16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo percentual previsto na meta de inflação para este ano. 18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício 20. carregado de impulso ao avanço da economia. (Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009) - Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte forma: afim de. Comentário. A expressão “a fim de” denota intenção: “Ele não está A FIM DE falar com você hoje.”. Já a palavra “afim”, adjetiva, indica uma afinidade ou grau de parentesco (“Você comercializa livros, periódicos e AFINS?”). Por isso, não se deve confundir um com outro. ITEM ERRADO www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 7 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski 4 – (ESAF/CGU - AFC/2012) 1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de 5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado endividamento acumulado ao longo de 10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile, 15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece em posição confortável, com uma necessidade de 20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme nos negócios. (Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril de 2012) Julgue a afirmação a seguir. - No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim de. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 8 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Comentário. Como vimos, a expressão que indica finalidade (equivalente à preposição “para”) seria “a fim de”, e não “afim de”. Houve mais uma vez erro na grafia dessa expressão, muito comum nas provas da ESAF. ITEM CERTO 5 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2013) Assinale a opção em que o trecho extraído da obra Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna foi transcrito com plena correção gramatical. a) Existe uma famosa anedota sobre as habilidades linguísticas de Carlos V que nos revelam pouco sobre o imperador, mas muito sobre as opiniões vingentes, nos primórdios da era moderna em relação às línguas. b) Segundo a versão mais antiga da anedota, o imperador costumava dizer que falava espanhol com Deus, italiano com os cortesães, francês com suas damas, e alemão com seu cavalo. Noutras versões da estória, ele falava em alemão com seus soldados, ou inimigos, francês com amigos, italiano com mulheres, e inglês com pássaros. c) A anedota não só ilustra a tradição do blason, gênero em que um grupo de pessoas – de forma mais, ou menos, jocosa – insultam outros, mas também apresenta a noção do que os linguistas, atualmente, chamam de dominio linguístico. d) Nada melhor que um conflito, para estimular a conscientização. A crescente consciência da diversidade em uma língua motivou debates sobre o uso da língua e campanhas em favor da normatização da língua padrão. e) O ponto de que gostaria de salientar é que as línguas distintivas de grupos sociais específicos já estavam chamando atenção no século XVI. A hierarquia linguística refletia ou sustentava a hierarquia social. As línguas padrão eram definidas pelos padronizadores comparados com dialetos e jargões. (Burke, Peter. Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna. Trad.: Cristina Yamagami. São Paulo:UNESP, 2010, p.44-5, adaptado). Comentário. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 9 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Há, na questão, diversos erros ortográficos: a) escreve-se “vigentes”, e não “vingentes”; b) a forma plural de “cortesão” pode ser “cortesãos” (mais comum) ou “cortesões”, mas não “cortesães”, como registrou o examinador; c) a palavra “domínio”, por ser um caso de paroxítona terminada em ditongo crescente (assunto para a próxima aula), recebe acento agudo no primeiro “i”; além disso, houve erro de sintaxe de concordância – o verbo INSULTAR deve concordar com “anedota” (núcleo do sujeito) e permanecer no singular. O item E apresenta erro de sintaxe de regência (assunto de uma aula exclusiva): o verbo SALIENTAR é transitivo direto (salientar alguma coisa), por isso não há justificativa para o emprego da preposição em “O ponto DE QUE gostaria de salientar...”. Em relação ao registro da palavra “estória” (opção B), cabe aqui uma interessante observação. Há quem alegue que, por influência da Língua Inglesa (que diferencia story de History/history), antigamente registrávamos “estória” para indicar a narrativa de cunho popular e tradicional, “história” (com inicial minúscula) como, entre outros sentidos, o conjunto de conhecimentos relativos ao passado da humanidade e sua evolução, segundo o lugar, a época, o ponto de vista escolhido e “História” (com inicial maiúscula) para designar a ciência que estuda eventos passados com referência a um povo, país, período ou indivíduo específico. Houaiss registra “estória” como um diacronismo, ou seja, estudo de um fato ou de um conjunto de fatos em sua evolução no tempo, remetendo, em seguida, à palavra “história”. No texto, faz-se menção a uma anedota, por isso, retomando a aplicação antiga da palavra “estória”, não haveria aí impropriedade alguma, considerando seu emprego histórico. Ainda bem que o examinador “carimbou” o erro da flexão do plural de “cortesão” para dirimir qualquer dúvida em relação à incorreção da opção B, não é mesmo? Gabarito: D 6 - (ESAF/MPOG/2015) Analise a correção da assertiva abaixo. - As palavras “área” (l. 3), ”Ministérios” (l.7) e “prioritárias” (l. 13) são acentuadas devido à mesma regra de acentuação gráfica. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 10 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Comentário. Um assunto muito importante a ser tratado na aula sobre Ortografia é ACENTUAÇÃO GRÁFICA. O examinador afirma que os vocábulos “área”, “Ministérios” “prioritárias” são acentuados com base na mesma regra gramatical. e Esse é um ponto que, como veremos adiante, apresenta divergência doutrinária, contudo você desde já pode observar que os três vocábulos terminam da mesma forma: árEA / MinistérIOs / prioritárIAs. Os encontros vocálicos são formados por uma SEMIVOGAL e uma VOGAL, acarretando um ditongo crescente (menos forte > mais forte). Esse é um dos casos de acentuação de paroxítona, por isso o examinador está correto. Ora, professora, onde está, então, a divergência doutrinária? Agora, terei de deixar com você um gostinho de “quero mais”...rs... Como se trata de um ponto extenso e de grande importância para diversos concursos, trataremos desse assunto na primeira aula do curso. ITEM CERTO 7 – (ESAF/ATPS/2013) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra na transcrição do texto. O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a produção está no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate polarizado sobre o risco de desindustrialização do país. No caso brasileiro, as correntes mais liberais que(2) asseveram a ausência de desindustrialização mencionam, por exemplo, a relativa estabilidade da participação da indústria no PIB nos últimos dez anos e o crescimento do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que acreditam numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5 bilhões em 2011. A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o país não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia e China, em comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 11 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski comércio mundial – e com incorporação de tecnologia superior à brasileira. (Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012) a) sucita (1) b) que (2) c) Aqueles (3) d) de que(4) e) lograram (5) Comentário. Em relação à forma ortográfica, a memória visual entra em cena, por esse motivo quem lê bastante tem facilidade em relação a isso, mas, em alguns casos, uma dica mnemônica pode ajudar. Aqui, temos a palavra “suscitar”, que se escreve com o dígrafo SC. Para facilitar sua memorização, vamos estabelecer uma comparação com a palavra “sucinto” (por serem parecidas), que se escreve com C. Ora, o que é uma coisa “sucinta”? Breve, resumida, curta – por isso, se escreve com uma letra só: C. A outra, com SC (suscitar). Facilitei sua vida ou não? Essa explicação foi só para exemplificar uma forma de você, em alguns casos, memorizar a grafia de algumas palavras. Cada um vai encontrar seu jeito de estudar ortografia em relação ao emprego de letras, mas, sem dúvida alguma, ler é o melhor deles. Gabarito: A 8 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013) 1. A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido 5. como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 12 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com 10. que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o 15. extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, 20. tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração. (Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed. Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado). Analise a proposição a seguir. - O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (l.15) deve-se à grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente: “como o próprio nome indica”. Comentário. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa alterou significativamente as regras para o emprego do hífen, e esse assunto será tratado “à exaustão” logo na primeira aula de nosso curso, mas já vamos deixar você com “água na boca” (rs...) analisando essa questão de prova recente. Segundo as novas regras ortográficas, devemos usar o hífen se houver encontro de letras iguais (vogais ou consoantes) entre o fim do prefixo e o início do segundo elemento. Como “extra” termina por uma letra diferente da do início de “ordinário”, não se emprega hífen. Contudo, o www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 13 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski autor manteve o sinal de modo a dar ênfase aos elementos que compõem esse vocábulo, como bem observou o examinador. Para indicar que não se tratava de um erro ortográfico mas de um recurso, empregou o itálico. ITEM CERTO. 9 - (ESAF/AFRFB/2014) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria da Receita Federal é apenas a mais recente denominação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de cada cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal representou um significativo avanço na facilitação do cumprimento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. (Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/historico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.) a) (1) b) (2) c) (3) d) (4) e) (5) Comentário. E o que falar dessa questão "quentíssima" de ortografia? A palavra "espontâneo" se escreve com S, e não com X. A melhor forma de lembrar a grafia das palavras é a partir da memória visual, por isso, sempre que puder, leia, leia bastante!!! E por falar em "espontâneo", como fica o substantivo que deriva desse adjetivo? Isso já caiu em prova, hem? www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 14 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Vamos, mais uma vez, aplicar a técnica do paradigma, usada lá na outra questão: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra conhecida. Se o adjetivo termina em -EO, forma substantivo com -EIDADE: IDÔNEO -> IDONEIDADE SIMULTÂNEO -> SIMULTANEIDADE Então: ESPONTÂNEO -> ESPONTANEIDADE Se o adjetivo termina em -IO, forma substantivo com -IEDADE: SÉRIO -> SERIEDADE PRÓPRIO -> PROPRIEDADE SÓCIO -> SOCIEDADE Agora, veja a prova em que esse conceito foi exigido. Gabarito: C 10 - (ESAF/AFRF/2003) Indique o item em que empregadas e grafadas. todas as palavras estão corretamente a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência. b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico. c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar. d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados. e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 15 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski ilícito, mas que delinqüência. se torna manejável por sua organização em Comentário. Mudança ortográfica: não há trema na palavra “delinquência” (opção E). Nessa questão, a ESAF testou o conhecimento de alguns parônimos (palavrinhas parecidas, mas cujos significados são diferentes). Estão incorretas: a) INFRINGIR – cometer infração / INFLIGIR (correto) – aplicar uma pena c) Está incorreta a (HOMOGÊNEO + IZAR). grafia da palavra HOMOGENEIZAR Para verificar esse erro, tenha em mente a dica dada no início desse encontro, em que falamos sobre paradigmas e processo de formação de palavras. Já falamos sobre isso nesta aula demonstrativa, mas vamos relembrar. A palavra primitiva é HOMOGÊNEO. Em seu lugar, pensemos em outra mais fácil: IDÔNEO (também terminada em “EO”). IDÔNEO -> IDONEIDADE Outra bastante comum é ESPONTÂNEO, que vira ESPONTANEIDADE. Então, HOMOGÊNEO leva a HOMOGENEIDADE. Esse substantivo dá origem ao verbo HOMOGENEIZAR (com a letra “Z” do sufixo “izar”, já que não havia “s” na palavra primitiva). Muito comum é a tentativa de confusão com os vocábulos terminados em “IO”, como os seguintes: SÉRIO -> SERIEDADE SOLIDÁRIO -> SOLIDARIEDADE SÓCIO -> SOCIEDADE SÓBRIO -> SOBRIEDADE DISCRICIONÁRIO -> DISCRICIONARIEDADE Como é bem maior a quantidade de vocábulos terminados por IO, em comparação com os de terminação EO, pode ocorrer a “contaminação” e, por conseguinte, erro na grafia de vocábulos terminados dessa última forma, como HOMOGÊNEO. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 16 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski Muita calma na hora de verificar a grafia dessas palavras, hem? Além disso, a opção erra ao empregar o verbo ILIDIR no lugar de ELIDIR. São parônimos: Elidir: eliminar, suprimir Ilidir: rebater, destruir refutando Na construção, o sentido aponta para o emprego de ELIDIR, já que "o carcerário elimina o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro", e não "rebate". d) IMINENTE – prestes a acontecer / EMINENTE (correto) – importante e) AFERIR – cotejar, comparar / AUFERIR (correto) – ganhar, obter. Gabarito: B ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Essa é uma breve demonstração das nossas aulas, que terão, certamente, muito mais questões elaboradas pela ESAF. Além de Acentuação Gráfica, falaremos também sobre o emprego de hífen (ponto este bastante atingido pelo Acordo Ortográfico), mais um pouco de parônimos e outras coisinhas (rs...). Até o próximo encontro! Grande abraço e bons estudos. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 17 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS 1 - (ESAF/Ministério Administrativo /2009) da Fazenda – Assistente Técnico- Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. A economia brasileira entrou na crise internacional em melhores condições do que(1) no passado, mas a exportação caiu, a atividade recuou desde o(2) fim de 2008 e o desemprego tem(3) crescido. As primeiras tentativas de reativar a economia por meio de facilidades fiscais deram resultado modesto, mas já(4) afetaram a arrecadação tributária. Além disso, o manejo da política orçamentária foi limitado pelo aumento de gastos com pessoal. É preciso continuar usando os estímulos fiscais, mas com melhor planejamento e com mais esforço de contensão(5) das despesas improdutivas. (O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 2 - (ESAF/IRB – Advogado/2006) Assinale o trecho do texto que apresenta erro gramatical. Machado de Assis – Um gênio Brasileiro, de Daniel Piza a) Na apresentação da biografia de Machado de Assis (1839-1908), o jornalista Daniel Piza observa que o autor foi, ao mesmo tempo, uma expressão de sua época e uma exceção a ela. b) Em seus contos e romances, ele deixou um retrato acurado do Rio de Janeiro do século XIX, mas sua crítica ácida à sociedade brasileira nem sempre foi percebida pelos seus contemporâneos. c) Piza busca demonstrar que Machado era muito diferente do protagonista de seu último romance, Memorial de Aires. d) O escritor não tinha “tédio a controvérsias”, pois, na verdade, participou dos grandes debates públicos de sua época. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 18 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski e) A ascenção social do mulato no Brasil escravista e a epilepsia estão entre os aspectos de sua vida examinados no livro. (Adaptado de Revista VEJA, 28 de dezembro de 2005, p.196) 3 – (ESAF/MPOG-EPPGG/2009) Em relação ao uso das estruturas linguísticas no texto, analise a proposição. É próprio das grandes crises despertar o potencial 2. criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios 4. inovadores para conter consequências mais dramáticas dos graves desacertos nas finanças internacionais 6. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças futuras na política econômico-financeira. Resta agora 8. evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura 10. adversa, é necessário, como instrumento eficaz, para assegurar dinamismo à atividade econômica. 12. A decisão de maior impacto favorável ao desempenho do setor industrial se configurou na redução de 10,25% 14. ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na aquisição e produção de máquinas e equipamentos. 16. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo percentual previsto na meta de inflação para este ano. 18. Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício 20. carregado de impulso ao avanço da economia. (Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009) - Estaria gramaticalmente correto e de acordo com as ideias originais do texto se a expressão “a fim de” (l. 9) estivesse grafada da seguinte forma: afim de. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 19 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski 4 – (ESAF/CGU - AFC/2012) 1. A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de 5. financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado endividamento acumulado ao longo de 10. muitos anos. Neste ano, as necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile, 15. com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece em posição confortável, com uma necessidade de 20. cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme nos negócios. (Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril de 2012) Julgue a afirmação a seguir. - No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação ao substituir a preposição “Para”(L.4) pela locução Afim de. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 20 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski 5 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2013) Assinale a opção em que o trecho extraído da obra Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna foi transcrito com plena correção gramatical. a) Existe uma famosa anedota sobre as habilidades linguísticas de Carlos V que nos revelam pouco sobre o imperador, mas muito sobre as opiniões vingentes, nos primórdios da era moderna em relação às línguas. b) Segundo a versão mais antiga da anedota, o imperador costumava dizer que falava espanhol com Deus, italiano com os cortesães, francês com suas damas, e alemão com seu cavalo. Noutras versões da estória, ele falava em alemão com seus soldados, ou inimigos, francês com amigos, italiano com mulheres, e inglês com pássaros. c) A anedota não só ilustra a tradição do blason, gênero em que um grupo de pessoas – de forma mais, ou menos, jocosa – insultam outros, mas também apresenta a noção do que os linguistas, atualmente, chamam de dominio linguístico. d) Nada melhor que um conflito, para estimular a conscientização. A crescente consciência da diversidade em uma língua motivou debates sobre o uso da língua e campanhas em favor da normatização da língua padrão. e) O ponto de que gostaria de salientar é que as línguas distintivas de grupos sociais específicos já estavam chamando atenção no século XVI. A hierarquia linguística refletia ou sustentava a hierarquia social. As línguas padrão eram definidas pelos padronizadores comparados com dialetos e jargões. (Burke, Peter. Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna. Trad.: Cristina Yamagami. São Paulo:UNESP, 2010, p.44-5, adaptado). 6 - (ESAF/MPOG/2015) Analise a correção da assertiva abaixo. - As palavras “área” (l. 3), ”Ministérios” (l.7) e “prioritárias” (l. 13) são acentuadas devido à mesma regra de acentuação gráfica. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 21 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski 7 – (ESAF/ATPS/2013) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra na transcrição do texto. O sofrível desempenho da indústria nos últimos quatro anos – a produção está no nível de meados de 2008 – sucita(1) um debate polarizado sobre o risco de desindustrialização do país. No caso brasileiro, as correntes mais liberais que(2) asseveram a ausência de desindustrialização mencionam, por exemplo, a relativa estabilidade da participação da indústria no PIB nos últimos dez anos e o crescimento do emprego no setor na última década. Aqueles(3) que acreditam numa desindustrialização em curso apontam o aumento do déficit comercial em setores de média e alta tecnologia, que atingiu US$ 92,5 bilhões em 2011. A estagnação das exportações brasileiras como parcela do comércio mundial, em torno de 1% há décadas, seria forte indicação de que(4) o país não consegue competir adequadamente no mercado global. Coreia e China, em comparação, lograram(5) multiplicar sua participação no comércio mundial – e com incorporação de tecnologia superior à brasileira. (Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 9/9/2012) a) sucita (1) b) que (2) c) Aqueles (3) d) de que(4) e) lograram (5) 8 - (ESAF/DNIT-ANALISTA/2013) 1. A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido 5. como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 22 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com 10. que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o 15. extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, 20. tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração. (Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed. Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado). Analise a proposição a seguir. - O emprego de itálico no substantivo extra-ordinário (l.15) deve-se à grafia anômala, com hífen, recurso utilizado para ressaltar um dos elementos da formação desse vocábulo e coerente com o expresso no trecho subsequente: “como o próprio nome indica”. 9 - (ESAF/AFRFB/2014) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra inserido na transcrição do texto. A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria da Receita Federal é apenas a mais recente denominação da Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para modernizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuintes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de cada www.pontodosconcursos.com.br | Profª. Claudia Kozlowski 23 Curso de Exercícios - ESAF Aula 0 - Ortografia Profª.Claudia Kozlowski cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal representou um significativo avanço na facilitação do cumprimento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumento da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. (Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/historico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.) a) (1) b) (2) c) (3) d) (4) e) (5) 10 - (ESAF/AFRF/2003) Indique o item em que empregadas e grafadas. todas as palavras estão corretamente a) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o poder de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de qualquer excesso e violência. b) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exatamente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo isso, num modo de intervenção específico. c) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revolta que ambos possam suscitar. d) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo poder do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o corpo dos supliciados. e) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer controle e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua organização em delinqüência. www.pontodosconcursos.com.br | Profª. 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