SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental LEVANTAMENTO DE ÍNDICE RÁPIDO \\ PARA Aedes aegypti - LIRAa Incluindo dados sobre o Aedes albopictus RELATÓRIO DE OUTUBRO DE 2014 Rio de Janeiro, 19 de Novembro de 2014. INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 O Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado periodicamente pelos municípios do Estado do Rio de Janeiro, fornece o Índice de Infestação Predial (IIP) e o Índice de Infestação em Depósitos (Índice de Breteau – IB) do Aedes aegypti, isso o torna um importante instrumento de orientação, pois identifica as áreas prioritárias para medidas e ações estratégicas de controle e combate ao mosquito, visando à redução dos índices de infestação municipais e, consequentemente, o controle da Dengue. Em cada município, agentes de saúde visitam residências e outros tipos de imóveis, para inspecionar e identificar os criadouros, e ao encontrar, coletar as larvas ou pupas para análise em laboratório. De acordo com as Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue (2009), os parâmetros para classificação dos estratos e dos municípios, quanto à infestação pelo Aedes aegypti, são: Menor que 1%: SATISFATÓRIO | De 1% e 3,99%: ALERTA | Acima de 3,99%: RISCO. Em 2014, o quinto levantamento foi realizado no inicio da 43ª semana epidemiológica, compreendida entre os dias 19 e 25 de Outubro de 2014. Com base nas informações recebidas dos municípios, configurou-se o seguinte cenário para o Estado: Dos 92 municípios, 78 (84,78%) informaram a realização do levantamento. Destes, 63 (80,77%) classificados como satisfatórios, 15 (19,23%) em alerta e 0 em risco. Neste ciclo, 14 municípios não informaram. Foram pesquisados 834 estratos amostrais. Destes, 560 (67,15%) classificados como satisfatório, 255 (30,58%) em alerta e 19 (2,28 %) em risco, este último, distribuído em 10 municípios. Municípios que apresentaram estratos classificados com Risco, por região (10): Metropolitana I (04): Rio de Janeiro (248 estratos: 157 satisfatórios, 89 em alerta e 02 em Risco); Nova Iguaçu (43 estratos: 18 satisfatórios, 22 em alerta e 03 em Risco); Belford Roxo (16 estratos: 05 satisfatórios, 10 em alerta e 01 em Risco) e; Duque de Caxias (56 estratos: 18 satisfatórios, 34 em alerta e 04 em Risco); Metropolitana II (03): São Gonçalo (53 estratos: 34 satisfatórios, 18 em alerta e 01 em risco); Niterói (19 estratos: 13 satisfatórios, 05 em alerta e 01 em risco) e; Itaboraí (18 estratos: 02 satisfatórios, 13 em alerta e 03 em risco); Baixada Litorânea (01): Iguaba Grande (04 estratos: 01 satisfatório, 01 em alerta e 02 em risco); Norte Fluminense (01): São João da Barra (06 estratos: 05 satisfatórios, 0 em alerta e 01 em risco); Noroeste Fluminense (01): Italva (03 estratos: 01 satisfatório, 01 em alerta e 01 em risco); Página 2 de 6 INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 Mapa LIRAa: Outubro de 2014 Distribuição de estratos do LIRAa por classificação e por região: Outubro de 2014 100% 90% 2,30% 10,17% 2,30% 4,39% 3,57% 3,03% 10,71% 16,09% 32,14% 80% 33,33% 39,77% 36,36% 70% 60% 50% 40% 30% 100,00% 100,00% 89,83% 81,61% 85,71% 67,86% 57,93% 62,28% 60,61% 20% 10% 0% Satisfatório Alerta Risco Página 3 de 6 INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 Apesar de não ocorrerem nas regiões Serrana, Centro-Sul Fluminense, Médio Paraíba e Litoral-Sul Fluminense os estratos em risco foram identificados em municípios fronteiriços de outras regiões, isso pode possibilitar a propagação do vetor nestas regiões. Estes resultados correspondem aos índices médios dos municípios, cabendo um alerta, pois dentro dos municípios podem ser encontrados estratos com bairros em situação de alerta e de risco, como demonstrado no mapa. Cabe, portanto, às Secretarias Municipais de Saúde, uma análise mais detalhada de seu resultado por estrato/bairro. Depósitos predominantes (onde foram encontrados focos do vetor com mais frequência): Depósitos para armazenamento de água ao nível do solo para uso doméstico; Depósitos móveis (pequenos e médios depósitos que armazenam água e não podem ser descartados. Ex.: vasos, frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros e etc.). A predominância desses depósitos indica a necessidade de ações locais e articuladas entre as áreas responsáveis pela distribuição de água, controle de vetores, educação em saúde, mobilização social e coleta regular de lixo. Contudo, considerando os dados epidemiológicos, as informações sobre o vírus circulante e os resultados do LIRAa, persiste a necessidade de manter as ações de controle do vetor durante todo o ano. Em comparação ao LIRAa realizado em Outubro de 2013, houve uma diminuição no número de municípios que realizaram o levantamento (de 79 para 78), consequentemente, a diminuição no número de estratos (de 858 em 2013 para 834 em 2014). Quanto à classificação, os satisfatórios aumentaram de 511 para 560 em 2014, em alerta diminuíram de 332 para 255 em 2014 e os em risco apresentaram um leve aumento de 15 para 19 estratos. Comparando as médias de IIP de cada região observa-se que houve uma diminuição em todas elas (09 Regiões), sem exceções. Os 03 municípios que apresentaram os maiores Índices de Infestação Predial foram: Iguaba Grande (3,0%), Italva (2,7%), Itaboraí (2,3%). Obs.: É importante registrar o período de estiagem que perdura desde julho, fato que deve ser considerado na observação dos índices abaixo da média, se comparados aos levantamentos realizados em anos anteriores. A sazonalidade tem grande impacto no LIRAa, isto porque o clima interfere diretamente no comportamento e na reprodução do vetor, logo, não se deve comparar os IIP de períodos distintos. No entanto, é possível utilizar alguns resultados do levantamento imediatamente anterior como parâmetro. Neste caso, comparado ao realizado em Agosto de 2014, observa-se um aumento nos municípios classificados como satisfatórios e uma diminuição nos classificados como alerta, e como em agosto não houve município com índice alto. Com isso, o Estado do Rio de Janeiro está classificado como Satisfatório. Aedes albopictus: Com a introdução da Febre Chikungunya que é uma doença parecida com a Dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae, que tem seu modo de transmissão também pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e, menos comumente, pelo mosquito Aedes albopictus, justifica a importância deste monitoramento, visto que, ambas as espécies têm todas as condições de espalhar esse novo vírus no próximo verão. O presente levantamento tem por objetivos descrever e analisar a evolução da infestação do Aedes albopictus nas regiões urbanas dos municípios e discutir seus possíveis papéis na transmissão de vírus como elo entre as formas Página 4 de 6 INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 silvestre e urbana. Essa espécie de mosquito consegue se dispersar muito bem entre a mata e a cidade, o que é um problema, considerando os vários vírus que circulam em ambiente silvestre. Por sua característica exofílica, torna-se um potencial vetor na introdução de vírus silvestres em ambiente urbano. O Aedes albopictus tem demonstrado elevada diversidade na escolha de criadouros artificiais em território urbano, sem abandonar ecótopos naturais. Suas formas imaturas, nas áreas urbanas, se mantêm, principalmente, em pneus, caixa d’água, vasos de plantas, latas, garrafas, bebedouros de animais e/ou ainda outros objetos que retenham água (Ministério da Saúde 1998). Mapa do LIRAa: Outubro de 2014 (Aedes albopictus) Municípios que apresentaram índice IIP para Aedes albopictus: Dos 78 municípios que informaram o LIRAa, em 34 foi encontrado o vetor, que está presente em todas as regiões do Estado. Metropolitana I (07): Rio de Janeiro (0,3%); Nova Iguaçu (1,0%); Belford Roxo (0,2%); Duque de Caxias (0,5%); Itaguaí (0,4%); Queimados (0,1%) e Japeri (0,2%). Metropolitana II (02): Itaboraí (0,4%) e Rio Bonito (0,3%). Baixada Litorânea (02): Saquarema (0,1%) e Iguaba Grande (0,5%). Página 5 de 6 INFORME EPIDEMIOLÓGICO 005/2014 Norte Fluminense (03): Macaé (0,1%); Conceição de Macabu (0,1%) e São Fidelis (0,3%). Noroeste Fluminense (04): Cambuci (0,4%); Bom Jesus de Itabapoana (0,1%); Miracema (0,3%) e Varre-Sai (2,4%). Centro-Sul Fluminense (05): Engenheiro Paulo de Frontin (0,2%); Paty do Alferes (0,1%); Paracambi (0,1%); Miguel Pereira (0,3%) e Paraíba do Sul (0,2%). Médio Paraíba (05): Barra do Piraí (0,1%); Quatis (0,2%); Resende (0,1%); Volta Redonda (0,1%) e Itatiaia (0,2%). Serrana (03): Carmo (0,4%); Guapimirim (0,4%) e Trajano de Moraes (1,7%). Baía da Ilha Grande (03): Angra dos Reis (0,3%); Mangaratiba (0,2%) e Paraty (1,0%). Para mais informações contate a Área Técnica responsável. Suporte Técnico Estadual do LIRAa: Rua México, 128 Sala 418 – Castelo – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2332.2352- 2332.2426 E-mail: [email protected] Contatos: Jorge Freitas / Luiz Eduardo / Marcello Bahouth Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental: Rua México, 128 Sala 402/A – Castelo – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2333.3914 / 2332.9308 E-mail: [email protected] Assessor: Milton Carlos da Silva Araujo Página 6 de 6