1 anexo i lista das designações dos medicamentos, dos titulares

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ANEXO I
LISTA DAS DESIGNAÇÕES DOS MEDICAMENTOS, DOS TITULARES DAS
AUTORIZAÇÕES DE INTRODUÇÃO NO MERCADO, DAS FORMAS
FARMACÊUTICAS, DAS DOSAGENS, DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E DAS
APRESENTAÇÕES E DIMENSÕES DAS EMBALAGENS NOS ESTADOSMEMBROS
1
Medicamentos que contêm dexfenfluramina detentores de uma
Autorização de Introdução no Mercado na União Europeia
EstadoMembro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
Áustria
Servier Pharma GmbH
Mariahilfer Str. 20/5
A-1070 Wien
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Bélgica
Servier Benelux
57, Boulevard International
B-1070 Bruxelles
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Dinamarca
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
180
Finlândia
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
20
40
2
EstadoMembro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
60
80
120
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
Neuilly Sur Seine
F-92200
Dexfenfluramine
Servier
cápsula
15 mg
oral
blister
20
40
60
80
120
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
Glypolix
cápsula
15 mg
oral
blister
20
40
60
80
120
Alemanha
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Grécia
Servier Hellas
181 Syngrou Avenue
17121 NEA Smyrni
Athens
Isomeran
cápsula
15 mg
oral
blister
60
3
EstadoMembro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
Irlanda
Servier Laboratories Ireland Ltd.
AMEV House
Temple Road
Blackrock
Co. Dublin
Adifax
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Itália
I.F.B. Stroder SrL
Via di Ripoli, 207
IT-50126 Firenze
Glypolix
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Itália
Servier Italia SpA
Via degli Aldobrendeschi 107
IT-00163 Roma
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Luxemburgo
Les laboratoires Servier
6, Place des Pléïades
FR-92415 Courbevoie Cedex
França
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Portugal
Teravix
Av. António Augusto de Aguiar,
128
PT-1050 Lisboa
Isomeride
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Portugal
Socofar
Av. António Augusto de Aguiar,
128
PT-1050 Lisboa
Servier SA
Obedial
cápsula
15 mg
oral
blister
60
Dipondal
cápsula
15 mg
oral
blister
Espanha
4
EstadoMembro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Avda de los Madroños 33
ES-28043 Madrid
Apresentação/
dimensão da
embalagem
60
Países Baixos
Servier Nederland BV
Postbus 672
NL-2300 AR Leiden
Países Baixos
Isomeride, capsules 15 cápsula
mg
15 mg
oral
blister
60
Reino Unido
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Adifax
15 mg
oral
blister
60
cápsula
5
Medicamentos que contêm fenfluramina detentores de uma Autorização
de Introdução no Mercado na União Europeia
Estado-Membro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
Bélgica
Eutherapie Benelux S.A.
57, Boulevard International
B-1070 Bruxelles
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
100
Bélgica
Eutherapie Benelux S.A.
57, Boulevard International
B-1070 Bruxelles
Ponderal Unicaps
cápsula
60 mg
oral
blister
30
Bélgica
Servier Benelux
57, Boulevard International
B-1070 Bruxelles
Fentrate Retard
cápsula
60 mg
oral
blister
20
Dinamarca
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
40
120
Dinamarca
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderal Retard
cápsula
60 mg
oral
blister
20
60
Finlândia
Laboratoires Servier
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
6
Estado-Membro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Apresentação/
dimensão da
embalagem
40
120
Finlândia
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderal Retard
cápsula de
libertação
modificada
60 mg
oral
blister
20
60
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
40
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
Ponderal longue
action
cápsula
60 mg
oral
França
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
Fenfluramine Servier
comprimido
20 mg
oral
França
Laboratoires Servier
fenfluramine
cápsula
60 mg
oral
blister
10
20
30
40
50
60
blister
30
40
100
blister
7
Estado-Membro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
à action prolongée
Servier
Alemanha
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderax
comprimido
revestido
20 mg
oral
Alemanha
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderax Retard
cápsula
60 mg
oral
blister
30
120
Alemanha
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Servier Hellas
181 Syngrou Avenue
17121 NEA Smyrni
Athens
Realitor
cápsula de acção
prolongada
60 mg
oral
blister
30
Ponderal
cápsula de
libertação
controlada
60 mg
oral
blister
30
Servier Laboratories Ireland Ltd.
AMEV House
Temple Road
Blackrock
Ponderax
comprimido
20 mg
oral
blister
100
Grécia
Irlanda
8
10
20
30
40
50
60
blister
30
120
Estado-Membro
Irlanda
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Co. Dublin
Servier Laboratories Ireland Ltd.
Amev House
Temple Road
Blackrock
Co. Dublin
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
Ponderax PA
Capsules
cápsula
60 mg
oral
blister
30
Itália
I.F.B. Stroder SrL
Via di Ripoli, 207
IT-50126 Firenze
Dimafen
comprimido
20 mg
oral
blister
60
Itália
I.F.B. Stroder SrL
Via di Ripoli, 207
IT-50126 Firenze
Dimafen Ritardo
cápsula
60 mg
oral
blister
30
Itália
Laboratoires Servier
22, rue Garnier
F-92200 Neuilly Sur Seine
França
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
60
Itália
Servier Italia SpA
Via degli Aldobrendeschi 107
IT-00163 Roma
Ponderal Retard
cápsula
60 mg
oral
blister
30
Itália
Valeas SpA
Via Vallisneri 10
Milano
Pesos
comprimido
20 mg
oral
blister
60
Itália
Valeas SpA
Pesos Ritardo
cápsula
60 mg
oral
blister
9
Estado-Membro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Via Vallisneri 10
Milano
Apresentação/
dimensão da
embalagem
30
Luxemburgo
Les laboratoires Servier
6, Place des Pléïades
FR-92415 Courbevoie Cedex
França
Fentrate Retard
cápsula
60 mg
oral
blister
20
Luxemburgo
Les laboratoires Servier
6, Place des Pléïades
FR-92415 Courbevoie Cedex
França
Ponderal Unicaps 60
mg
cápsula
60 mg
oral
blister
30
Luxemburgo
Les laboratoires Servier
6, Place des Pleiades
FR-92415 Courbevoie Cedex
França
Ponderal 20 mg
comprimido
20 mg
oral
blister
100
Portugal
Teravix
Av. António Augusto de Aguiar,
128
PT-1050 Lisboa
Miniphage
comprimido
20 mg
oral
blister
40
Portugal
Teravix
Av. António Augusto de Aguiar,
128
PT-1050 Lisboa
Miniphage retard
cápsula
60 mg
oral
blister
30
10
Estado-Membro
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Denominação do
medicamento
Forma
farmacêutica
Dosagem
Via de
administração
Apresentação/
dimensão da
embalagem
Espanha
Danval S.A.
Avda de los Madroños 33
ES-28043 Madrid
Ponderal
comprimido
20 mg
oral
blister
25
Espanha
Danval SA
Avda de los Madroños 33
ES-28043 Madrid
Ponderal retard
comprimido
revestido
60 mg
oral
blister
30
Países Baixos
Centrafarm Services BV
Postbus 289
NL-4870 AG Etten-Leur
Fenfluramine HCl CF
20 mg, tabletten
comprimido
20 mg
oral
Países Baixos
Servier Nederland BV
Postbus 672
NL-2300 AR Leiden
Servier Nederland BV
Postbus 672
NL-2300 AR Leiden
Ponderal, tabletten 20
mg
comprimido
20 mg
oral
Frasco de
polipropileno
15
50
90
100
200
500
1000
blister
90
Ponderal retard,
capsules met
gereguleerde afgifte
60 mg
Ponderax PA Caps
cápsula
60 mg
oral
blister
30
cápsula
60 mg
oral
blister
60
Países Baixos
Reino Unido
Servier Lab. Ltd
Fulmer Hall
11
Estado-Membro
Reino Unido
Titular da Autorização de
Introdução no Mercado
Windermill Road
Fulmer
Slough
Berkshire SL3 6HH
Servier Lab. Ltd
Fulmer Hall
Windermill Road
Fulmer
Slough
Berkshire SL3 6HH
Denominação do
medicamento
Ponderax tablets
Forma
farmacêutica
comprimido
12
Dosagem
20 mg
Via de
administração
oral
Apresentação/
dimensão da
embalagem
blister
100
ANEXO II
CONCLUSÕES CIENTÍFICAS E FUNDAMENTOS DA REVOGAÇÃO
APRESENTADOS PELA EMEA
13
CONCLUSÕES CIENTÍFICAS APRESENTADAS PELA EMEA
RESUMO DA AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DOS MEDICAMENTOS QUE CONTÊM
DEXFENFLURAMINA E FENFLURAMINA
Em 22 de Outubro de 1997, na sequência de notificações apresentadas por vários EstadosMembros à EMEA sobre a suspensão das Autorizações de Introdução no Mercado dos
medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina nos respectivos territórios
nacionais, resultantes de notificações de casos de alterações valvulares cardíacas, o assunto
foi submetido à apreciação do CPMP, nos termos do disposto no artigo 15.ºA da Directiva
75/319/CEE do Conselho, na sua última redacção.
SEGURANÇA
Os dois principais problemas de segurança discutidos foram a hipertensão pulmonar primária
(HPP) e as alterações valvulares cardíacas, em condições normais de utilização.
Hipertensão pulmonar primária
Notificações espontâneas de reacções adversas medicamentosas
Todos os casos de hipertensão pulmonar (HP) registados em doentes expostos à dexfenfluramina ou à
fenfluramina foram objecto de revisão (notificações até 31 de Dezembro de 1998).
A nível mundial, antes de 1 de Janeiro de 1995 (base da avaliação de segurança e eficácia da
dexfenfluramina e da fenfluramina no procedimento anterior desencadeado nos termos do
disposto no artigo 12.º da Directiva 75/319/CEE do Concelho), foram coligidos, no total, 158
notificações de HP como reacções adversas suspeitas, na sua maioria na Europa. Desde essa
data, e até 31 de Dezembro de 1998, foram coligidos mais 212 novas notificações, na sua
maioria nos EUA. De um total de 370 casos notificados de HP, 105 foram classificados como
HPP. No que respeita aos outros casos, a informação recolhida não permitiu uma classificação
mais precisa.
As estimativas de incidência baseadas em notificações de reacções adversas medicamentosas
são, globalmente, muito semelhantes nos EUA (1/301 000 doentes-meses) e na União
Europeia (1/375 000 doentes-meses). No entanto, dever-se-á sublinhar que a maioria dos casos
de HP registados nos EUA foram notificados após o lançamento no mercado da
dexfenfluramina (Junho de 1996), sendo provavelmente elevada a taxa de subnotificação antes
dessa data. A estimativa da incidência é, portanto, provavelmente pouco rigorosa.
Dados farmacoepidemiológicos
Em Março de 1995, o relatório do Estudo Internacional sobre Hipertensão Pulmonar Primária
(International Primary Pulmonary Hypertension Study -IPPHS) confirmou que o uso de
anorexígenos se encontra fortemente associado a um aumento do risco de hipertensão
pulmonar primária (HPP). Foram identificados factores de risco específicos que aumentam o
risco de hipertensão pulmonar primária, incluindo um IMC>30kg/m2 e uma duração
cumulativa do tratamento superior a 3 meses. Este risco foi profundamente discutido durante
o anterior procedimento desencadeado nos termos do disposto no artigo 12.º, reflectindo-se na
alteração da redacção do Resumo das Características do Medicamento aprovado pelo CPMP.
De acordo com os resultados do estudo IPPHS, calcula-se que a incidência anual de
hipertensão pulmonar primária na população em geral, é de aproximadamente 1-2 casos por 1
14
000 000 de indivíduos e que o risco de desenvolvimento de HPP é multiplicado por 30 com
os anorexígenos após um período de exposição superior a três meses.
O relatório final do estudo IPPHS considerou todos os anorexígenos como um grupo,
maioritariamente constituído por fenfluraminas. Os resultados restritos aos derivados da
fenfluramina foram desde então relatados em correspondência (New England Journal of
Medicine, de 11 de Fevereiro de 1999). O odds ratio para a associação dos derivados da
fenfluramina com HPP foi estimado em 6.3 (95% IC 2.5 a 15.6).
Foram levantadas diversas questões (algumas delas objecto de publicação) na comunidade
científica sobre o estudo IPPH, as quais foram apresentadas pelos titulares das Autorização de
Introdução no Mercado durante o processo de recurso.No entanto, o CPMP efectuou uma
reavaliação do estudo IPPH à luz dos argumentos apresentados, tendo considerado que os
mesmos não invalidam as conclusões do estudo. Consequentemente, o CPMP concluiu que se
mantém a clara evidência demonstrada por este estudo relativamente à existência de uma
relação causal entre os anorexígenos e a HPP.
Alterações valvulares cardíacas
Notificações espontâneas de reacções adversas medicamentosas
A frequência de notificações de alterações valvulares cardíacas, confirmadas por ecocardiografia,
apresenta amplas variações nos diferentes países, registando-se a maior frequência nos EUA (1/41 000
doentes-meses; 1/1 396 000 na UE).
As principais características dos casos notificados de alterações valvulares cardíacas são: doentes,
principalmente do sexo feminino, que, à data do diagnóstico, tinham sido geralmente tratados com uma
associação de anorexígenos durante um período médio de 5 meses. Os casos notificados consistiam
principalmente em insuficiência aórtica, a qual era sintomática em, pelo menos, 50% dos casos.
Dados epidemiológicos
Para além dos três estudos exaustivamente debatidos, publicados no New England Journal of
Medicine (Jick et al. 1998, Weissman et al. 1998, Khan et al. 1998), foi realizada uma extensa
análise de outros estudos disponíveis. Dever-se-á salientar que alguns dos estudos só estavam
disponíveis sob a forma de resumos.
Os estudos epidemiológicos podem ser agrupados da seguinte forma:
-
Estudos que não sugerem a existência de uma associação entre a dexfenfluramina ou a
fenfluramina e alterações valvulares cardíacas
Hepp (1998), Biro (1998) e Davidoff (1998) realizaram estudos ecocardiográficos
comparativos sem conseguir detectar qualquer diferença entre os doentes expostos e os
não expostos. Estes estudos não foram, no entanto, efectuados com ocultação (Hepp e
Biro, desconhecido no estudo de Davidoff) e/ou incluiam doentes tratados durante um
período inferior a 3 meses.
-
Estudos que sugerem uma associação entre a dexfenfluramina ou a fenfluramina e
alterações valvulares cardíacas
Nomeadamente:
• o estudo de Jick (1998), no qual foi documentado um aumento dos casos
sintomáticos de alterações valvulares cardíacas associados ao tratamento com
dexfenfluramina ou fenfluramina na população em estudo;
•
alguns estudos ecocardiográficos que revelaram uma associação entre o uso de
dexfenfluramina ou fenfluramina e a ocorrência de regurgitação valvular cardíaca (Khan,
1998, Weissman 1998, Gardin, 1998, Ryan, 1998, estudo de Khan realizado em doentes
diabéticos);
15
•
•
alguns dos estudos demonstraram a existência de uma associação positiva entre o risco e a
duração do tratamento (Jick, 1998, Gardin, 1998, Ryan Wyeth-Ayerst, 1999, estudo inicial
da FDA, Gross, 1998, Ryan, 1998);
em alguns dos estudos foi encontrada uma associação positiva entre o risco e o regime
posológico (Gross, 1998, Li, 1998).
Estes efeitos, dependentes da dose e da duração do tratamento, suportam a existência de uma
relação causal e poderão explicar por que razão, em alguns dos estudos de curta duração, não foram
detectadas quaisquer alterações valvulares ou, quando evidenciadas, foram de natureza menos
grave do que seriam consideradas de acordo com os critérios da FDA. Uma outra razão possível
para as discrepâncias entre os estudos poderá resultar da variabilidade dos critérios de avaliação da
regurgitação valvular.
Os dados provenientes das notificações e dos estudos epidemiológicos (Jick et al 1998, Khan et al
1998, Weissman et al 1998, Hepp 1998, Biro & Kustas 1998, Gardin 1998, Shively 1998, Davidoff
1998, Ryan T et al 1999, Kahn et al 1998, Ryan et al 1998, Wee et al 1998, Don Michael et al 1998,
Initial FDA Study, Rasmussen et al 1997, Orlandi et al 1998, Gross et al 1998, Griffen & Anchors
1998, Sander et al 1998, Fisher & Rudin 1998, Bowen et al 1998, Fowles et al 1998, Marinella &
Berettoni 1997, Prate et al 1992, Evrard 1990, Caccitolo et al 1998, Bowen et al 1997, Li et al 1998,
Malak et al 1998, Blackburn et al 1998, Cannistra et al 1997, Cannistra et al 1998, Phinney et al 1998,
Khan et al 1998) suportam a existência de uma associação entre o uso da dexfenfluramina e da
fenfluramina e a ocorrência de alterações valvulares cardíacas, principalmente da válvula aórtica.
Os titulares das Autorização de Introdução no Mercado apresentaram alguns dados recentes, sob a
forma de resumos, quanto à evolução das alterações valvulares cardíacas. Nos referidos resumos
conclui-se que as alterações valvulares cardíacas notificadas em associação com o uso de anorexígenos
podem indicar sinais de regressão e podem não estar associadas a complicações clínicas graves. No
entanto, estes dados muito limitados não permitem tirar conclusões claras.
Conclusão global sobre alterações valvulares cardíacas
Os casos notificados revelam que:
-
Estas alterações valvulares cardíacas são potencialmente graves, requerendo, por vezes,
cirurgia.
-
Embora não tenha sido referido até à data qualquer aumento da incidência de endocardite
infecciosa, não se poderá excluir a existência deste risco, mesmo em doentes assintomáticos.
-
Não se dispõe de dados definitivos sobre o curso clínico (agravamento ou regressão) destas
alterações valvulares.
Os estudos epidemiológicos revelam que:
-
-
-
-
Os estudos comparativos mais convincentes indicam a existência de uma associação
real entre a dexfenfluramina e a fenfluramina e a ocorrência de alterações valvulares
cardíacas.
Esta associação é provavelmente de natureza causal; esta observação é suportada pelo
facto dos efeitos serem dependentes da dose e da duração do tratamento, conforme
sugerem alguns dos estudos.
A prevalência de alterações valvulares cardíacas aumentou apenas ligeiramente
quando o tratamento foi de curta duração, por ex., inferior a 3 meses. Estes resultados
poderão explicar o pequeno número de casos notificados na Europa.
Esta associação existe com a dexfenfluramina ou a fenfluramina administradas
isoladamente. Continua por esclarecer se a terapêutica combinada com outros
anorexígenos potencia o risco. Existem alguns dados que suportam esta hipótese, mas
16
-
são confundidos por tratamentos mais prolongados quando foi administrada uma
terapêutica combinada.
As consequências clínicas destas alterações valvulares cardíacas não podem ser
estabelecidas com rigor, continuando a desconhecer-se, em particular, o risco de
endocardite infecciosa.
Embora não tenha sido determinado um mecanismo de causalidade, e apesar das grandes
variações na frequência de notificações espontâneas de alterações valvulares cardíacas
associadas ao uso de dexfenfluramina e fenfluramina, o CPMP concluiu que os dados
provenientes das notificações espontâneas e dos numerosos estudos epidemiológicos apontam
para o risco de ocorrência de alterações valvulares cardíacas em doentes tratados com
dexfenfluramina e fenfluramina.
EFICÁCIA
Tomando em consideração todos os dados disponíveis sobre eficácia, poder-se-á concluir que:
-
A dexfenfluramina e a fenfluramina em associação com uma dieta hipocalórica
induziram uma redução ponderal superior à do placebo. O efeito médio (diferença
entre os doentes tratados com os fármacos e com o placebo) foi modesto, não
excedendo, em qualquer circunstância, 3 a 4 kg, independentemente da duração do
tratamento. Todavia, no estudo INDEX realizado com a dexfenfluramina durante um
ano, os resultados foram mais convincentes quando se consideraram os doentes que
responderam ao tratamento, ou seja, os doentes que perderam, pelo menos, 10% do seu
peso corporal inicial, uma perda ponderal considerada clinicamente relevante em
termos dos factores de risco. A percentagem de doentes que responderam ao
tratamento foi quase duas vezes mais elevada no grupo tratado com dexfenfluramina
do que no grupo do placebo.
-
Foi demonstrada a manutenção de uma redução ponderal a longo prazo com a dexfenfluramina
ou a fenfluramina durante um tratamento de 1 ano.
-
A redução ponderal não esteve associada a alterações comportamentais.
-
A redução ponderal não foi acompanhada por uma alteração da distribuição da gordura, que é
um factor de risco cardiovascular reconhecido.
-
Os efeitos sobre os factores de risco metabólicos não foram superiores ao que seriam de
esperar como resultado da redução ponderal e não puderam ser atribuídos apenas à
dexfenfluramina ou à fenfluramina.
-
Foi observado novo ganho ponderal imediatamente após a interrupção do tratamento.
O objectivo do tratamento da obesidade consiste em atingir uma perda ponderal clinicamente
relevante e mantida, susceptível de reduzir os factores de risco cardiovasculares e outros factores de
risco reconhecidos, bem como a morbilidade e mortalidade relacionadas com os mesmos. Tal
objectivo só poderá ser atingido mediante um tratamento a longo prazo. Esta observação
fundamenta-se em conhecimentos científicos acumulados e adquiridos ao longo dos anos e está
expressa nas recomendações médicas actuais. Assim, a limitada eficácia terapêutica da
dexfenfluramina e da fenfluramina deverá ser avaliada tendo em vista os seus perfis de segurança.
ANÁLISE DA SEGURANÇA E EFICÁCIA
Após considerados os fundamentos do recurso interpostos pelos titulares das Autorização de
Introdução no Mercado, bem como todos os dados disponíveis, o CPMP chegou às conclusões que
se seguem sobre a segurança e a eficácia em geral:
17
Relativamente à segurança, para além do risco conhecido de hipertensão pulmonar primária que foi
integralmente tomado em consideração na Decisão da Comissão Europeia, de 9 de Dezembro de
1996, as evidências farmacoepidemiológicas e as notificações espontâneas fornecem evidências de
que a dexfenfluramina e a fenfluramina se encontram associadas à ocorrência de alterações
valvulares cardíacas, essencialmente da válvula aórtica.
Relativamente à eficácia, pode considerar-se que a dexfenfluramina e a fenfluramina
documentaram benefícios modestos no tratamento da obesidade durante o tratamento ao
longo de 1 ano. Como o objectivo do tratamento da obesidade deve ser a redução dos factores
de risco cardiovasculares clinicamente relevantes, da morbilidade e da mortalidade , os efeitos
da dexfenfluramina e da fenfluramina sobre estes parâmetros são pouco claros e
provavelmente pouco substanciais.
Os titulares das Autorizações de Introdução no Mercado, na sua apresentação escrita dos
fundamentos do recurso, afirmaram não existirem provas que confirmassem a existência de
uma relação benefício/risco negativa no que respeita à fenfluramina e à dexfenfluramina.
Esta posição foi alterada durante a explicação oral dada na reunião do CPMP em Julho de
1999, em que os titulares das Autorizações de Introdução no Mercado aceitaram que a relação
benefício/risco da dexfenfluramina e da fenfluramina é presentemente negativa e propuseram
que a suspensão do uso destas substâncias deve ser mantida até à disponibilização de mais
dados. No entanto, os titulares das Autorizações de Introdução no Mercado não apresentaram
quaisquer dados, que justificassem a revisão do parecer do CPMP. Além disso, os titulares
das Autorizações de Introdução no Mercado não propuseram quaisquer precauções adicionais
que visassem o problema de segurança relacionado com as alterações valvulares cardíacas.
Portanto, tomando em consideração o perfil de segurança e a limitada eficácia terapêutica, o
CPMP considerou desfavorável a relação benefício/risco da dexfenfluramina e da
fenfluramina, pelo que recomenda a revogação das Autorizações de Introdução no Mercado
de todos os medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina.
FUNDAMENTOS DA REVOGAÇÃO DAS AUTORIZAÇÕES DE INTRODUÇÃO NO
MERCADO
Em Abril de 1999,
- o Comité apreciou o pedido apresentado nos termos do disposto no artigo 15.ºA da Directiva
75/319/CEE do Concelho, na sua última redacção, relativamente aos medicamentos que
contêm dexfenfluramina e fenfluramina;
- o Comité reconheceu a existência de problemas específicos relacionados com a segurança
dos medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina relativamente ao risco de
hipertensão pulmonar primária e de alterações valvulares cardíacas e, consequentemente, que
o perfil de segurança dos medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina não é
aceitável em condições normais de utilização;
- o Comité reconheceu que a eficácia terapêutica dos medicamentos que contêm
dexfenfluramina e fenfluramina é limitada, tomando em consideração os objectivos do
tratamento da obesidade, visto que o efeito da perda ponderal na redução dos factores de risco
cardiovasculares e de outros factores de risco reconhecidos só poderá ser atingido através de
um tratamento a longo prazo;
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- o Comité concluiu, como tal, que a relação benefício/risco dos medicamentos que contêm
dexfenfluramina e fenfluramina é desfavorável e que os mesmos não devem ser mantidos no
mercado, pelo que devem ser revogadas as respectivas Autorizações de Introdução no
Mercado.
Em Maio de 1999, os titulares das Autorizações de Introdução no Mercado apresentaram
recurso ao parecer do CPMP. O CPMP reviu os fundamentos do recurso e escutou as
explicações orais dadas pelos titulares das Autorizações de Introdução no Mercado, na
reunião de Julho de 1999. O CPMP adoptou um parecer definitivo em 31 de Agosto de 1999,
mantendo a sua recomendação sobre a revogação das Autorizações de Introdução no Mercado
de todos os medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina, bem como sobre a
revisão do Anexo I do parecer por si emitido em 22 de Abril de 1999.
Consequentemente, a EMEA recomendou a revogação das Autorizações de Introdução no
Mercado dos medicamentos que contêm dexfenfluramina e fenfluramina .
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