UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQMC Profa. Márcia Margarete Meier Alunos: Andrei Vailati, Janaina Sehnem Voltametria Clíclica A voltametria é uma técnica eletroquímica onde as informações qualitativas e quantitativas de uma espécie química são obtidas a partir do registro de curvas corrente-potencial, feitas durante a eletrólise dessa espécie em uma cela constituída de pelo menos dois eletrodos, sendo um deles o eletrodo de trabalho e o outro um eletrodo de referência. Um potencial (E) é aplicado entre os dois eletrodos em forma de varredura, isto é, variando-o a uma velocidade constante em função do tempo (s). A curva corrente vs. potencial obtida é chamada de voltamograma. Como os dois eletrodos possuem área diferente, o microeletrodo (geralmente feito de um material inerte) se polarizará. O eletrodo de referência, por possuir uma área grande, não se polarizará, mantendo o seu potencial constante. Os primeiros estudos voltamétricos foram feitos por Heyrovsky e Kuceras em 1922 usando um eletrodo gotejante de mercúrio como eletrodo de trabalho e um eletrodo de calomelano saturado como Figura 1: Voltamograma cíclico de uma eletrodo de referência, esta técnica é chamada de polarografia. solução aquosa de 6,0 × 10-3 mol L-1 de K3[Fe(CN)6] em 0,1 mol L-1 de KNO3 Tipos de Células Eletroquímicas As celas utilizadas em voltametria/polarografia são, evidentemente, do tipo eletrolíticas e, podem conter dois ou três eletrodos. Heyrovsky (criador da técnica) utilizou uma célula de dois eletrodos e durante muito tempo usou-se apenas esse tipo de aparato. Mas a célula de dois eletrodos possui limitações, e para resolver essas limitações foi desenvolvida a célula de três eletrodos (Figura 2). O terceiro eletrodo é chamado de eletrodo auxiliar e feito comumente de materiais inertes, sua função é assegurar o sistema potenciostático. Pois a corrente irá passar por este eletrodo já que sua resistência é praticamente nula, evitando assim os problemas que ocorrem na cela com dois eletrodos onde a corrente passa pelo eletrodo de referência, fazendo com que este não mantenha sempre seu potencial constante. Figura 2: Esquema de uma célula voltamométrica potenciostática de três eletrodos. A corrente resultante da varredura de potencial depende além da velocidade de transporte de massa, da velocidade com que os elétrons são transferidos do eletrodo para a solução ou vice-versa (chamada velocidade de transferência eletrônica heterogênea). Através disso pode-se verificar a reversibilidade do processo. Processos reversíveis: Um processo reversível é um processo no qual a velocidade de transferência de carga heterogénea é tão elevada que se estabelece um equilíbrio dinâmico à superfície do eletrodo. Processos quase-reversíveis: são aqueles nos quais a reação depende tanto da velocidade de transferência de elétrons heterogênea como da velocidade de difusão. Logo, os voltamogramas são sensíveis a variação na escala de tempo do experimento, ou seja, a velocidade de varredura. Processos irreversíveis: são aqueles nos quais a etapa limitante é o processo de transferência de elétrons heterogênea na interface eletrodo/solução. O processo redox ocorre num potencial mais positivo ou negativo. Algumas das aplicações de voltametria Em análise de complexos a voltametria é útil para verificar a quantidade de processos redox do composto analisado, como também descobrir a quantidade de elétrons envolvidos no processo. Através dela também pode-se avaliar a força de interação entre o ligante e o metal. Além disso, também pode ser utilizada para determinar concentrações de analitos cuja os potenciais de oxidação são conhecidos. Um exemplo é a concentração de ácido ascórbico em suplementos de vitamina.