Estudo da mutação A3243G no DNA mitocondrial em pacientes com

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Estudo da mutação A3243G no DNA
mitocondrial em pacientes com perda
auditiva relacionada à idade
Pinto, DO1; Christiani, TV1;Câmara, M2; Sartorato, El1
Laboratório de Genética Humana, Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética(CBMEG), UNICAMP
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Universidade de Fortaleza
[email protected]
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Palavras-chave: perda auditiva mutações mitocondriais
No Brasil afeta 2 a 7 em cada 1000 crianças ao nascimento, 4% de jovens até 45 anos e até 70% de pessoas acima de 70
anos. A perda auditiva de origem genética pode ser resultado de alterações tanto em genes nucleares quanto no DNA
mitocondrial (mtDNA). As perdas auditivas causadas por mutações no DNA mitocondrial correspondem a 0,5% a
1% de todas as perdas auditivas de origem genética. A perda auditiva pode se apresentar na forma isolada (forma nãosindrômica). Mutações mitocondriais contribuem significativamente na etiologia de muitas doenças humanas. Em
indivíduos portadores de alterações no genoma mitocondrial, as células podem apresentar uma mistura variável de
DNA mitocondrial normal e mutado, fenômeno esse denominado de heteroplasmia. Alterações no DNA mitocondrial
implicam no desenvolvimento de diabetes mellitus (DM), como por exemplo, a substituição de A por G na posição
3243 no gene do RNAt da leucina, a mutação mais comum associada. A segregação dessa mutação com diabetes foi
inicialmente reportada em 1992 e posteriormente foi proposto o nome de MIDD (Maternal Inherited Diabetes and
Deafness) para esse subtipo de diabetes. A suspeita clínica está relacionada à presença de perda auditiva neuro-sensorial.
O objetivo desse estudo foi verificar a presença da mutação A3243G no DNA mitocondrial por meio de PCR em
pacientes brasileiros com presbiacusia. Foram estudados 98 pacientes, sendo 61 mulheres e 32 homens com idades entre
48 e 100 anos. O DNA genômico foi extraído de leucócitos de sangue periférico. Os fragmentos foram amplificados
utilizando primers e condições de reação previamente descritas. A mutação A3243G não foi identificada no grupo
controle e em nenhum dos pacientes estudados. A ausência da mutação A3243G no DNA mitocondrial não descarta
a possibilidade da existência de outras mutações tanto no DNA mitocondrial quanto no DNA nuclear. O processo de
perda auditiva relacionada à idade está associado a inúmeras alterações entre elas, a molecular, bioquímica e fisiológica,
incluindo danos no DNA nuclear e mitocondrial e a, conseqüente, redução da atividade mitocondrial. Vários fatores
podem contribuir para a redução da função mitocondrial incluindo mutações genéticas, alteração da plasticidade vascular
assim como o aumento da permeabilidade vascular entre outras. Conseqüentemente, em algumas pessoas o acúmulo
de deleções e outras alterações mutagênicas no DNA mitocondrial podem ocorrer mais vagarosamente. Dessa forma,
a necessidade de rastreamento completo no DNA mitocondrial e no DNA nuclear torna-se imprescindíveis para um
possível diagnóstico genético nesses pacientes.
Apoio financeiro: CNPq.
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