O Retr@to Atu@l e Futuro do Br@sil Digit@l: o valor econômico da

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O Retr@to Atu@l e Futuro do Br@sil Digit@l: o valor econômico da informação
Paulo Galvão Júnior1 & Luiz Alberto Machado2
“Se o presidente Lula desse uma entrevista à rede Globo,
convocando as mães brasileiras a cobrar os seus filhos
e também os professores deles, exatamente como
fazem as mães na Coreia do Sul, já seria o bastante
para darmos um grande salto na educação brasileira.”
Jorge Paulo Lemann
Segundo a revista inglesa The Economist, a grande mercadoria do século XXI chama-se
DADOS. De acordo com a maior revista de economia do mundo, The Economist, vão se
dar muito bem os que souberem “garimpar” esses dados.
De fato, com a terceira revolução tecnológica, descrita por Eduardo Giannetti como o
conjunto das “tecnologias ligadas à busca, processamento, difusão e transmissão de
informações; inteligência artificial; engenharia genética”, o acesso à informação deixou
de se constituir num handicap que fornecia uma enorme vantagem competitiva a quem o
possuía. Hoje, o acesso à informação foi enormemente democratizado, de tal forma que
o problema deixou de ser ter acesso a ela. O grande desafio é saber fazer bom uso da
mesma.
Geramos dados todos os dias! Mas o que é fundamental é analisar os dados. Após as
análises dos dados estatísticos, podemos entender o passado, compreender o presente e,
sobretudo, dentro de certos limites, prever o futuro.
Um grande salto no Brasil Digital depende do aumento do nível de educação da
população brasileira. Segundo o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann, numa
entrevista especial à revista IstoÉ Dinheiro: “Precisamos apostar na qualidade da
educação. E isso serve tanto para os alunos do ensino fundamental e médio como
também para as empresas. O maior patrimônio de uma companhia são as pessoas”.
Prevemos o crescimento do Brasil Digital em no mínimo 14% (quartoze por cento) por
ano de 2011 até 2014. Observe atentamente, no quadro 1, os números atuais e futuros
do Brasil Digital.
Quadro 1. O Retrato Atual e Futuro do Brasil Digital
Indicador
Estimativa
2011
2012
2013
Atual
1. Celulares
191,5
218,3
248,8
283,6
2. Telefones Fixos
41,6
47,4
54,0
61,6
3. Banda Larga Móvel
18,0
20,5
23,7
27,0
4. Banda Larga Fixa
12,3
14,0
16,0
18,2
5. TV por Assinatura
9,1
10,3
11,7
13,3
6. Acesso à Internet
67,9
77,4
88,2
100,5
7. Computadores
13,0
14,8
16,8
19,1
8. Notebooks
6,0
6,8
7,7
8,8
9. Domicílios com internet
27,4%
31,2%
35,6%
40,6%
10. Domicílios com computador
34,7%
39,6%
45,1%
51,4%
Fontes: ANATEL, IBGE, Galvão Júnior & Machado.
Notas: Indicador 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 em milhões.
2014
323,3
70,2
30,7
20,7
15,1
114,6
21,8
10,0
46,3%
58,6%
2
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), em setembro de 2010
existiam 191,5 milhões de celulares no País. O Brasil é o quinto maior mercado do
mundo em celulares, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos da América (EUA) e
Rússia. São 156,9 milhões de celulares pré-pagos (82%) e 34,6 milhões de celulares
pós-pagos (18%). Existem várias pessoas físicas com até 3 celulares particulares!
De acordo com os dados do segundo semestre de 2010 da ANATEL, são 41,6 milhões
de telefones fixos nas cinco regiões do País.
Conforme a previsão da ANATEL, até o final de 2010 teremos 18,0 milhões de usuários
da banda larga móvel. Nossas previsões indicam que o atual mercado de usuários
elevaria para 30,7 milhões de pessoas até 2014.
Já a mesma previsão para banda larga fixa é de apenas 12,3 milhões de assinantes até o
final de 2010.
No Brasil, atualmente, 67,9 milhões de pessoas acessam a Internet, segundo dados do
IBGE. No País, 64,63% da população ainda não tem acesso à Internet. O Brasil é o
quinto país em número de internautas no mundo, atrás apenas da China, EUA, Japão e
Índia.
Para a ANATEL, em setembro de 2010 existiam 9,1 milhões de TV por Assinatura no
Brasil. Segundo dados de 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País tem 13,0
milhões de computadores.
É preciso destacar que na PNAD 2009 do IBGE, o Brasil tem 58,6 milhões de
domicílios com 192 milhões de habitantes.
De acordo com o IBGE, estima-se em 6,0 milhões o número de notebooks no Brasil.
Nossas projeções indicam que o atual mercado elevaria para 10,0 milhões de notebooks
no País até 2014. O número de notebooks crescerá em quatro milhões, ou seja, um
crescimento de 66,66%.
Conforme os dados da PNAD 2009 do IBGE, apenas 27,4% dos domicílios brasileiros
possui computador conectado à internet. Para o IBGE, baseado nos dados da PNAD
2009, apenas 35,0% dos domicílios tem computador.
Hoje temos mais acesso às novas tecnologias. O Kindle, da Amazon, por exemplo,
guardar até 1,5 mil obras, num inovador aparelho. Já o iPad, da Apple, é um produto
revolucionário. Já a empresa brasileira Positivo lançou o seu e-book chamado Alfa, para
revolucionar o mercado editorial no País. O leitor de livro digital touchscreen Alfa tem
8,9 milímetros de espessura e pesa 240 gramas, e ainda comporta até 1.500 livros.
No Brasil, existem mais de 30 milhões de pessoas que usam redes sociais como Orkut,
Twitter, Facebook, Blog, MySpace, Linkedin, Ning e Flickr. O uso de redes sociais é
importante para o sucesso financeiro e profissional!
É muito importante ter um moderno smartphone da canadense RIM (Research in
Motion) chamado BlackBerry. Mas o grande segredo do sucesso das empresas que
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atuam no mercado digital mundial são os pesados investimentos em Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D).
No Brasil, ressaltamos que o fim do monopólio nas telecomunicações foi fundamental
para o crescimento vertiginoso do setor.
Com o crescimento do número de computadores nos lares brasileiros iremos aumentar
as trocas de dados, informações e conhecimentos pela famosa rede mundial – a internet.
Usamos diariamente o Google, www.google.com.br para realizar nossas pesquisas, mas
podemos utilizar também o Bing, www.bing.com. Pela internet, aprendermos que o
Reino da Noruega, tem o melhor IDH do mundo e não é um país membro da União
Europeia.
Enfim, precisamos pensar no futuro do Brasil digital. E, para tanto, não podemos
esquecer que haverá necessidade de grandes investimentos em serviços de
telecomunicações e internet. A inexistência desses investimentos representará um duro
golpe nas possibilidades de crescimento econômico e desenvolvimento humano do País.
Referências e indicações bibliográficas
FERREIRA, Rosenildo Gomes. Por dentro da cabeça de Lemann. IstoÉ Dinheiro,
ano 13, nº. 684, 17 de novembro de 2010, pp.69–71.
GIANNETTI DA FONSECA, Eduardo. Globalização, transição econômica e
infraestrutura no Brasil. Texto preparado para o Seminário “Competitividade na
infraestrutura para o Século XXI”, promovido pelo Instituto de Engenharia, São Paulo,
realizado em 24 de setembro de 1996 e reproduzido na série Ideias Liberais. São Paulo:
Instituto Liberal, Ano IV, Nº. 62, 1996.
ZUFFO, João Antonio. Flagrantes da vida no futuro. São Paulo: Saraiva, 2007.
Referências e indicações webgráficas
MACHADO, Luiz Alberto. Em sintonia com o futuro – Flagrantes de 2038.
Disponível em http://www.portalcafebrasil.com.br/iscas-antigas.
Economista paraibano. Formado pela UFPB em 1998. Especialista em Gestão de RH
pela FATEC Internacional. Chefe da Divisão de Pesquisa e Tecnologia da Informação (DPTI) da
Secretaria de Turismo (SETUR) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) e autor dos livros
digitais de Economia “RBCAI” e “Reflexões Socioeconômicas”.
E-mail: [email protected]
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Economista paulista. Formado pelo Mackenzie em 1977. Especialista em
Desenvolvimento Latino Americano pela Boston University, em Criatividade pela Creative
Education Foundation, em Aprendizagem Acelerada pela International Alliance for Learning e em
Tecnologia Educacional pela FAAP. Membro do Conselho do Instituto Fernand Braudel de
Economia Mundial e do Conselho Superior da Ordem dos Economistas. Vice-diretor da Faculdade
de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e autor do Capítulo sobre o Brasil
do livro Latin American Bussiness Cultures. Chicago, IL: Prentice Hall, 2005.
E-mail: [email protected]
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