ser um breeze de última geração, além de ser extre- mamente

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CAPA
dios para a Copa do Mundo de 2014, o Parque Olímpico, a Vila Olímpica do Rio e fábricas como as da Coca
Cola no Paraná e em Maceió e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, estão buscando certificações para
as suas construções sustentáveis.
INCENTIVO À SUSTENTABILIDADE
PLANO AGRÍCOLA
Acima, a vara de Meio
Ambiente do Tribunal
de Justiça do Distrito
Federal ganhou um
telhado verde, que permite uma temperatura
mais amena no interior
do edifício e captar
água de chuva para ser
reaproveitada. Ao lado,
um posto de gasolina
na Lagoa Rodrigo de
Freitas foi construído
de forma totalmente
sustentável, neutralizando os impactos
desde a demolição do
posto antigo até a sua
construção. No alto,
Marcos Casado, da
GBC Brasil, e Marco
Aurélio Gonçalves, da
Caenge
6
n
elo
ser um breeze de última geração, além de ser extremamente bonito do ponto de vista arquitetônico, ele
tem a vantagem não tirar a vista para quem está no
interior do edifício”, conta Marco Aurélio Gonçalves,
sócio-diretor da Caenge.
TELHADOS VERDES
Outra solução usada no Fórum Sustentável que
ajudou a economizar energia foi o telhado verde.
“A tecnologia serve como um isolamento térmico
do prédio, evitando as chamadas ondas de calor,
garantindo uma temperatura mais amena no interior
do edifício”, explica Marco Aurélio. O telhado verde
também tem a função de captar água de chuva, para
ser reaproveitada e usada na irrigação de plantas e
na limpeza do prédio.
Em cada andar do edifício, colocou-se um canteiro verde, que auxilia na proteção contra o sol e
melhora a qualidade do ar. O projeto previu também
uma ventilação cruzada nos andares para deixar
o ambiente ainda mais fresco. Na garagem, existe
uma estação compacta de tratamento de esgoto e,
no piso térreo, há um sistema de coleta seletiva de
lixo para reciclagem.
A ideia de que o custo de um prédio sustentável
não compensa está ficando ultrapassada, de acordo
com sócio-diretor da Caenge. “Hoje, dos projetos
que estão buscando a certificação LEED mais de 90%
deles são edifícios corporativos, que estão atentos
aos ganhos com a redução de custos advindos dos
projetos sustentáveis, o que ainda não ocorre com os
imóveis residenciais. É uma questão cultural que ainda teremos que vencer no Brasil”, diz Marco Aurélio.
POSTO ECOEFICIENTE
Considerando os ganhos com a economia de recursos naturais e menor impacto no meio ambiente,
Marcos Carvalho, diretor operacional dos Postos AF,
também optou pela construção sustentável para criar
o primeiro posto de gasolina Ecoeficiente da Ipiranga, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. A
ideia é que o empreendimento fosse autossustentável, neutralizando todas as suas emissões.
Todo o material da demolição do antigo posto que
ficava no local foi reaproveitado: a lama das antigas
bombas virou tijolo; o concreto da pista e do antigo prédio da loja de conveniência, foi reutilizado na
nova pista do posto; e toda parte de revestimento e
da testeira (o telhado que faz a cobertura das bombas do posto) foi feito com alumínio reciclado do antigo posto.
DESPERDÍCIO ZERO
Tecnologias de gestão de água não faltaram ao
projeto. A testeira ganhou sistema de captação de
água de chuva para ser reaproveitada e usada na
lavagem de veículos. Para reduzir a perda, foi instalado também um sistema de fechamento automático
em torneiras, chuveiros e nas descargas dos vasos
sanitários.
No projeto, foram desenvolvidas também soluções para melhor aproveitamento da luz natural, integrando-a com a artificial. A testeira ganhou uma parte de vidro especial para melhor aproveitamento da
luz natural. O aquecimento de água é feito por meio
da energia solar e no prédio do posto foram instalados sensores de presença para evitar o desperdício.
Com essas ações, Marcos estima reduzir em 34% o
consumo de energia elétrica com a iluminação.
Um conjunto de ações contribuiu para diminuir a
carga térmica do ar-condicionado em 14% e ainda
melhorar a qualidade dos ambientes. Para isso, foram incorporados à edificação também elementos
sombreadores nas vitrines e no escritório; sistema de
cobertura ventilada, que emprega ventilação natural
com o objetivo de retirar o calor gerado pelos equipamentos da loja; e isolamento térmico para otimizar o
desempenho do sistema de ar-condicionado.
Para construir o prédio, que abriga a loja de conveniência do posto, utilizou-se um Sistema de Construção Seca, com estrutura em aço 100% reciclável,
o que permitiu uma obra mais rápida, gerando bem
menos resíduos que uma obra convencional. “Levamos apenas quatro dias para construir todo o posto,
que tem um prédio de dois pavimentos e oito ambientes. Isso tudo com apenas quatro pessoas trabalhando. Se compararmos essa construção com uma
convencional, que leva em média 45 dias para ser
realizada, utiliza um número muito maior de mão de
obra e tem 38% de desperdício, o custo com essas
tecnologias inovadoras compensou significativamente”, conta Marcos Carvalho.
Para ele, a construção sustentável ainda é cara
pelo fato de as empresas de engenharia e arquitetura estarem ainda adquirindo know-how nas novas
tecnologias. “Com o tempo, teremos domínio e mais
oferta de materiais, o que trará reduções no custo
deste tipo de empreendimento”, afirma.
Atualmente, além desses projetos, todos os está-
Para incentivar empreendimentos que contemplem
ações e práticas sustentáveis destinadas à redução
dos impactos ambientais, o prefeito da cidade do Rio
de Janeiro baixou um decreto, que tem como objetivo
conceder a essas construções benefícios fiscais, como
descontos de até 50% ou mesmo isenção de IPTU e
ITBI durante as obras e após o Habite-se. O decreto,
que está em fase de regulamentação, dá origem aos
selos Qualiverde e Qualiverde Total, que serão concedidos a projetos sustentáveis novos ou de reforma.
A adoção de dispositivos de economia e de reuso de água, painéis solares como fonte de energia e
telhados com cobertura verde, por exemplo, contarão
pontos para a certificação. Para ganhar os selos, os
projetos terão que somar de 70 a 100 pontos. “Se o
empreendimento atingir 70 pontos, será classificado
como Qualiverde, mas a construção que chegar aos
100 ganhará o selo Qualiverde Total”, explica Roberto
Lira, Consultor Técnico em Engenharia do SindusCon
Rio de Janeiro.
Os selos darão direito a descontos de 50% ou
isenção de IPTU durante as obras até o limite de dois
exercícios fiscais. Após o habite-se, a redução de IPTU
poderá ser de 10% ou 20% para os moradores, conforme a classificação obtida, e valerá por três anos.
Os empreendimentos Qualiverde terão ainda descontos de 50% e os Qualiverde Total isenção de ITBI
na primeira aquisição dos imóveis verdes. Essas construções também gozarão de alíquotas especiais de
ISS: 1,5% para os projetos com selos Qualiverde ou
0,5% para os projetos classificados Qualiverde Total.
Hoje, a alíquota de ISS da construção civil é de 3%.
Além de todo esse incentivo fiscal, o governo resolveu conceder um maior percentual de áreas construídas nos edifícios verdes. Nos prédios Qualiverdes,
as coberturas poderão se estender até 75% da área
do andar inferior, o que atualmente esse limite é de
50%. Os pavimentos de uso comum também poderão
ser maiores: ocupar 100% da projeção do prédio (hoje
o percentual máximo é de 50%).
“Até então os governos apenas incentivavam a
realização desses empreendimentos, mas agora, com
esse Decreto, pela primeira vez vemos a prática ser
premiada. Sem dúvida, com a regulamentação dessa
lei, teremos mais crescimento significativo nas construções civis sustentáveis não só no Rio de Janeiro,
mas em todo o país”, acredita Roberto Lira. n
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