COLÉGIO S. TEOTÓNIO Ano lectivo 2007/08 Grupo: 10 André Carvalho nº4 Diogo Monteiro nº11 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 Introdução;……………………………………………….…..........3 História da Tecnologia e da Ciência;….............…………..........4, 5 Tecnociência;.…………………....………………………………..6 Poder e Riscos da Tecnociencia.………………………....7, 8, 9 e 10 Conclusão.........................................................................................11 Bibliografia.......................................................................................12 Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 2 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 O Homem é, essencialmente, um ser social e cultural que vive integrado num mundo de valores. A ciência e a técnica marcam profundamente a nossa época, manipulando e transformando a realidade, numa forma de poder do Homem sobre a natureza, poder que, progressivamente se voltou para os seres vivos, inclusive o próprio Homem. Teremos de perguntar se estes poderes manipuladores e transformadores que a ciência tem, será sempre benéfico. Por isso, a Ética está presente nas mais diversas situações da acção humana e a qualquer momento. É na investigação científica e na sua aplicação, na vida profissional e no seu exercício, na diversas acções que o homem tem perante o ambiente, (...) que se torna fundamental que a Ética o acompanhe nas relações que desempenha com tudo aquilo que o circunda. É a tomada de consciência das ameaças de extrema gravidade que pesam não só no nosso ambiente, mas também, sobre a humanidade inteira, que leva o Homem a reflectir e a questionar, ou seja, a "Repensar a Ética" Definição: Tecnociência é um conceito amplamente utilizado na comunidade interdisciplinar de estudos de ciência e tecnologia para designar o contexto social e tecnológico da ciência. O termo indica um reconhecimento comum de que o conhecimento científico não é somente socialmente codificado e socialmente posicionado, mas sustentado e tornado durável por redes materiais não-humanas. O termo "tecnociência" foi criado pelo filósofo belga Gilbert Hottois em fins dos anos 1970. Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 3 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 A ciência e a técnica, desde o século XVII, permitiram à humanidade realizar enormes progressos no controlo e exploração da Natureza. Muitas das suas aplicações foram benéficas minorando o sofrimento humano e melhorando o seu mundo se forma a que o Homem se sentisse cada vez melhor. Por outro lado, contribuíram também para aumentar a capacidade destrutiva de aparelhos militares ou a degradação da vida na Terra. O desenvolvimento científico e tecnológico teve início após a deflagração dos engenhos atómicos em Heroshima e Nagasaki. Estes acontecimentos foram decisivos e despertaram a consciência da comunidade mundial de cientistas, políticos, técnicos e filósofos para o maior problema que a humanidade enfrenta no final do século XX: O desenvolvimento tecnológico Irresponsável e incontrolado. Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 4 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 Porém, no século XX, muitas descobertas e experiências levadas a cabo, mostram que não era possível continuar a sustentar o princípio da neutralidade da ciência e a técnica: A ciência e a técnica estão, nos dias de hoje, em muitos domínios, claramente ao serviço de estratégias do poder de multinacionais; As experiências científicas realizadas durante a 2ª Guerra Mundial, nos campos de concentração alemães assumiram formas condenáveis e estão longe de constituírem casos isolados. A ciência e a técnica são consideradas neutrais pois sustentam o princípio de que o cientista deve: “ Descobrir tudo o que pode ser descoberto. Experimentar tudo que pode ser experimentado.” (Carlos Fontes) > Etapa da ferramenta: Surgimento de auxílios de actividades humanas. Estas ferramentas necessitam de esforço intelectual para a sua criação, e de esforço físico na sua aplicação. > Etapa da máquina e da energia: É na mesma necessário esforço intelectual para planificar e orientar as operações, mas não é necessário esforço físico, pois a máquina trabalha pelo homem. > Etapa da automação: Nesta etapa, tanto o esforço físico como intelectual do homem é excluído. Quando criada, a máquina trabalha como o homem e pelo homem. Nesta fase, em que vivemos, deu-se a revolução informática. Evolução da Ciência Evolução da Tecnologia > No Renascimento, houve uma expansão da ciência como saber novo e revelador de progresso com a descoberta de mundos que tinham sido ignorados até à data. > Na Modernidade, com a revolução industrial o homem consegue dominar e controlar a natureza. > Com o Iluminismo (XVIII) e Positivismo (XIX), a ciência começou a ser vista, não como saber, mas, como poder. Para alguns, era como uma religião e algo superior/inacessível àqueles que não estavam ligados a ela. > As duas grandes Guerras Mundiais, começaram a mostrar os perigos e poder da ciência. Temos como exemplo, o uso de aviões que antes simbolizava a liberdade humana, e que com as guerras se transformaram numa arma Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 5 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 A tecnologia está cada vez mais presente e poderosa nas nossas vidas, tornando-nos muito dependentes dela. Esta tem contribuído para o desenvolvimento da nossa civilização em como para o seu bem estar e qualidade devida. Neste momento não nos conseguimos imaginar a viver sem ela. Após o impacto das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki, a comunidade científica deparou-se com a necessidade de distinguir ciência e tecnologia. A ciência consiste num “conjunto de verdades”, logicamente encadeadas entre si, de modo a fornecer um sistema coerente. Permite que o Homem tenha um conhecimento objectivo da realidade. O Homem aplica esse conhecimento para tornar mais eficiente todas as inovações materiais, e essa aplicação constitui a tecnologia. A tecnologia contrasta com a técnica que se refere a outros recursos não informados pelo conhecimento científico, que o Homem utiliza para resolver problemas práticos. Por um lado, a ciência constitui a fonte da tecnologia e fornece-lhe as formas e o saber que irão permitir criar tecnologias, por outro lado ela é dependente dessas tecnologias. Como podemos ver, a ciência e a tecnologia estão intimamente interligadas, embora seja possível fazer a sua distinção. O seu desenvolvimento e progresso assentam na sua cooperação mútua, daí o conceito de Tecnociência. Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 6 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 «De entre a reflexão sobre a ciência e a técnica avulta naturalmente a discussão sobre o poder e os riscos da tecnociência.» A sociedade contemporânea pode caracterizar-se pelo seu avanço tecnológicocientífico, presente nas mais insignificantes actividades do dia-a-dia. Porém, os riscos do progresso científico são inúmeros. As profundas transformações sociais, culturais e científicas das nossas sociedades colocaram novos problemas éticos, o que levou a que se colocasse a questão de saber "se tudo o que tecnicamente se pode fazer, se deve eticamente realizar"; isto é, até que limites deverá avançar o conhecimento e as aplicações tecnológicas? Contudo, não nos podemos esquecer que as vantagens da ciência são imensas. O poder que a ciência e a técnica puseram nas nossas mãos permite-nos realizar muitos dos nossos sonhos. Hoje o avanço científico alcançou um nível que nos permite resolver problemas que a humanidade tem vindo a sofrer ao longo de muitos anos, como por exemplo, a eliminação da pobreza e da miséria assim como a cura de doenças e da morte prematura. E, da mesma forma que podemos mudar a nossa realidade presente, podemos também projectar e construir o nosso futuro. Não parecem existir limites para o desenvolvimento da ciência e da técnica. Aquilo que era antes impensável tornou-se hoje banal: manipulações genéticas, clonagem de seres, inseminação artificial, morte assistida, etc. É importante «alertar para a responsabilidade dos cientistas e para os limites da sua actividade». Hoje, podemos comprovar que a ciência pode dar-nos bem-estar, mas também pode trazer consigo violência, destruição, morte, etc. Exemplo disto, são as duas grandes guerras mundiais. O imenso poder alcançado pelo homem através da ciência pode levá-lo ao triunfo ou á sua destruição. Outras consequências negativas do enorme poder da ciência são: a degradação do ambiente e a produção industrial desenfreada. A produção industrial Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 7 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 levou a tais excessos que hoje várias espécies estão extintas e o equilíbrio global do planeta azul está posto em causa pela intervenção desenfreada do homem. A reflexão crítica sobre a orientação e controle ético da ciência e da técnica é hoje uma necessidade reconhecida. Exige-se uma reflexão urgente que determine códigos de moral da ciência e que oriente o desenvolvimento tecnológico para metas socialmente aceites, e que a sociedade considere prioritárias. Esta reflexão não poderá ser no sentido de limitar o direito ao conhecimento e à pesquisa científica, mas não poderá deixar de apelar à necessidade da existência de códigos éticos que garantam o respeito pelo ser humano, a vida e a diversidade de espécies do planeta.» Há uma forte ligação da ciência e da tecnologia com a política e a economia. O grau de desenvolvimento tecnológico de uma sociedade depende do grau de riqueza dessa sociedade. A evolução da ciência obedece a estratégias de ordem política e social. É o Estado, em última análise, que incentiva ou impede o trabalho do cientista, que estabelece um plano prioritário de investigação científica. Os maus usos da ciência e os perigos dalgumas aplicações trouxeram para a ordem do dia um ar de desconfiança e um certo receio alarmista quanto ao papel da ciência. A consciência dos riscos e dos perigos das más aplicações tecnológicas não pode, porém, levar a uma posição irracionalista e anticientífica, que não avalia o papel fundamental da ciência nos nossos dias. A Tecnociência cria necessidades, em vez de as satisfazer Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 8 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 Riscos Ecológicos: A industrialização apresenta-se, na nossa cultura, como a via mais adequada para o crescimento e desenvolvimento económicos das sociedades, crendo-se que confere às pessoas o acesso a uma existência mais digna e a uma qualidade de vida superior. Porém, industrializar implica explorações das riquezas naturais, o escoamento de recursos energéticos, o abatimento das florestas, a redução dos modos de vida agrícola, a desoxigenação ambiental e, consequentemente, o perigo do extermínio da vida na terra. Com este conflito, instala-se a dúvida: industrialização e consequente inquietação ecológica, ou primitivismo agrícola e subdesenvolvimento? Riscos da globalização: A Internet e outros recursos tecnológicos possibilitados pela informática estão a provocar uma imensa revolução, tão radical como a que foi operada pela máquina na revolução industrial. Com estas novas tecnologias o mundo tornou-se mais pequeno e ao alcance de todos. É-nos possível estar em todo o lado ao mesmo tempo. A esta viragem civilizacional anda ligado o fenómeno da globalização. A globalização constitui-se, pois, como um problema na medida em que não acarreta apenas benefícios para a humanidade, mas é também portadora de aspectos negativos. Um deles está a possível perda das nossas raízes culturais e da nossa identidade nacional. O sentimento nacional constitui, desde sempre, um valor incentivado e todos os cidadãos se orgulham da sua pátria. Mas as diferentes sociedades não podem viver isoladas e voltadas para si próprias. Elas são obrigadas a estabelecer acordos políticos, compromissos económicos, intercâmbios culturais que consideram vantajosos para a qualidade de vida dos cidadãos. Muitas pessoas vêem nestes acordos uma possibilidade de ingerência em assuntos internos que consideram pôr em risco a vida dos povos como entidades autónomas. Com este conflito também se instala a dúvida: sim ou não à industrialização? Entre ser cidadão do mundo e pertencer à aldeia global ou estar exilado numa ilha, ancorado na sua própria cultura? O que será preferível? Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 9 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 Riscos Bioéticos: As questões relacionadas com a bioética são as mais difíceis de responder pelo facto de estarem relacionadas com a vida humana e levantarem grandes problemas éticos. Com a revolução tecnológica, houve uma evolução nas áreas da: Medicina da Reprodução; Engenharia Genética; Biotecnologia; Entre outras. Esta revolução levou a uma diferente forma de lidar com o nascimento, o aborto, com a vida, a clonagem e prolongamento artificial da vida, e com a morte, eutanásia. Exemplo de um risco: Internet: A Internet foi um dos “produtos” da evolução do conhecimento científico que impulsionou em larga escala a aplicação do conceito de sociedade em rede. Contudo, a dependência deste meio acarreta tanto vantagens quanto riscos. Desvantagens Falta de rigor e segurança da informação. Abuso da liberdade de expressão, que pode levar a difamação e manipulação errada de opiniões. Plágio. Vantagens Acesso mais rápido e fácil a todo o tipo de informação. Aproximação de povos, culturas. Oportunidade de usufruir de vários programas associados (MSN, Google Earth, etc.) Possibilidade de viver numa “sociedade em rede”. Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 10 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 A Ciência é, nos dias de hoje, detentora de um imenso poder que é capaz de conhecer, controlar e intervir na Natureza, no Homem e na Sociedade em que vivemos. Ela está interligada com a técnica/ tecnologia e é através dela que esta é aplicada em diversas áreas como a informação, os transportes, a robótica, etc. A ciência tem evoluído ao longo dos tempos e tem trazido grandes benefícios, embora sejam também reconhecidos alguns riscos que esta comporta, com implicações éticas. Neste sentido, é urgente que se tomem medidas e que os políticos e a comunidade científica estabeleçam limites éticos a toda a evolução desmedida da ciência, evitando o aparecimento de novos riscos e garantindo o conforto que esta nos tem proporcionado cada vez mais. Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 11 Filosofia. Grupo: nº 10 Ano: 11º Turma: 1 o http://www.esic.pt/a-filosofia/Apresentacoes/11oC%20Diana%20M.pdf o http://www.freewebs.com/tecnociencia/tecnocinciariscos.htm o http://www.ufrgs.br/bioetica/biosubj.htm o http://o-outro-universo.blogspot.com/2006/09/tica-e-os-perigos-da-tecnocincia.html o http://www.biodiversidadla.org/content/view/full/10627 o http://www.esic.pt/a-filosofia/Apresentacoes/11oC%20andre%20maia.pdf o http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/riscos.html o www.fisica.uel.br/c&t/2004307.html - 8k Colégio S. Teotónio – Coimbra 2007/08 12