Uma interpretação histórica da Daseinsanalyse: sua articulação em

Propaganda
UMA INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA DA DASEINSANALYSE: SUA ARTICULAÇÃO
EM REDE
Arthur Arruda Leal Ferreira
Profº IP e HCTE-UFRJ
Gabriel Gouvêa Monteiro
IP/UFRJ
Raphael Thomas F. M. Pegden
William Penna
Resumo: O seguinte trabalho busca refletir sobre a história do movimento
daseinsanalytico problematizando sua prática a partir da rede que a compõem. Para
tal nos apropriamos de alguns dispositivos teóricos como o modelo do Sistema
Circulatório das Ciências desenvolvido por Bruno Latour e a Epistemologia Política
de Stengers e Despret. Refletindo sobre a controvérsia entre Binswanger e Boss, o
objetivo deste trabalho é identificar alguns circuitos, que constituem a rede deste
saber psicológico (a Daseinsanalyse), pensados a partir dos modos de afetação e
coafetação (dóceis ou recalcitrantes) entre psiquiatria e filosofia. Os resultados deste
breve estudo visam elucidar basicamente como um saber psicológico. Visamos
refletir brevemente como a Daseinsanalyse se modula e se sustenta, não tanto pelo
seu corpo teórico, mas antes pelas formas de articulação entre os atores distribuídos
na rede.
Palavras-chave:
Daseinsanalyse,
rede,
docilidade,
recalcitrância,
Sistema
Circulatório das Ciências.
Introdução
O seguinte trabalho toma como objeto de investigação a história da
Daseinsanalyse. Esta pode ser compreendida como a clínica resultante da
articulação entre as ideias desenvolvidas pela filosofia de Martin Heidegger com a
psiquiatria clínica, cujos principais expoentes foram L. Binswanger e M. Boss (cujas
ideias serão mencionadas sinteticamente mais a frente). Contudo, para além do
objeto analisado, este escrito tem por objetivo refletir brevemente sobre o
desenvolvimento da história de tal clínica problematizando seus acontecimentos á
luz das teorias propostas por Latour, Stengers e Despret, como o modelo do
Sistema Circulatório das Ciências desenvolvido na Teoria Ator Rede e na
Epistemologia Política. Para estes autores o conhecimento científico não trata de um
modelo de representação da realidade estudada; mas corresponde antes a um
modo específico de articulação (recalcitrante ou dócil) entre pesquisadores e entes
pesquisados cujo produto aponta senão para uma produção de mundos (LATOUR,
1997). Logo, a possibilidade de se realizar o estudo histórico de um objeto qualquer
deveria levar em consideração as operações pelas quais a entidade estudada veio a
ser produzida historicamente. Seguindo a distinção feita por Latour (1989, p.49-76)
entre história-descoberta, história-condicionamento, história-formação e históriaconstrução (ou história rede); indicamos que num primeiro momento, refletiremos
sobre a história da Daseinsanalyse segundo o modelo da história-descoberta,
explanando seus principais acontecimentos e suas principais ideias. Já num
segundo momento buscaremos problematizar tal conteúdo apresentado à luz da
proposta
da
história-construção.
A
história-descoberta
corresponde
àquela
abordagem que constrói grandes narrativas, que produz cortes históricos entre o
passado e o presente mediante uma distinção entre verdade e erro. O que esta
narrativa busca “é fazer com que o presente seja diferente do passado, que os dois
fiquem bem separados.” (LATOUR, 1989, p.54). Ou seja, trata-se de um discurso
que não toma os fenômenos a partir da sua construção histórica em suas
controvérsias, mas que considera apenas fatos em si. Já a história-construção ou
história-rede (cujas diretrizes pretendemos usar para nortear o presente escrito), que
corresponde àquela narrativa que busca esclarecer, não a formação de
determinadas teorias, mas a construção histórica delas e das próprias entidades que
elas se propõem a estudar. Assim, segundo estes critérios, queremos refletir novos
modos pelos quais a Daseinsanalyse se constituiu historicamente.
Uma história da Daseinsanalyse: a História-descoberta
A história da Daseinsanalyse pode ser entendida como uma história do
encontro da psiquiatria com a fenomenologia de base heideggeriana. A
fenomenologia heideggeriana corresponde ao esforço efetuado por Martin
Heidegger de tentar iluminar o sentido do “Ser” mediante o método fenomenológico
desenvolvido por Edmund Husserl. Heidegger conseguira levar adiante a
fenomenologia de Husserl ao propô-la como via de acesso para o levantamento da
“questão do ser”, visando não uma ciência das essências (como pretendia Husserl),
mas uma ontologia fundamental (HEIDEGGER, 2009, p. 151-159). Em sua principal
obra, “Ser e tempo” de 1927, Heidegger realiza aquilo que se intitulara Analítica do
Dasein: uma via de interpretação do “Ser” pela analítica do ser do homem, um ser-ai
(Dasein). O autor buscou decompor a existência deste às suas estruturas
fundamentais e reconduzi-las até sua unidade de articulação entendida como cura
ou cuidado. Isto é, Heidegger, para poder acessar a questão do ser, investiga sobre
as categorias fundamentais do existir humano (chamados de existenciais) e as
encontra fundamentadas num modo particular de ser do homem, que ele chamou de
cuidado (HEIDEGGER, 2009, p. 151-159).
A Daseinsanalyse foi o efeito dado no esforço de se apropriar do
entendimento desta estrutura do existir humano (a Analítica do Dasein) para iluminar
uma nova forma de conceber o homem dentro o do espaço clínico. Segundo as
narrações mais tradicionais, a apropriação da Analítica do Dasein pela clínica
possibilitou contornar uma série de dificuldades impostas pelas abordagens
naturalistas da psiquiatria clássica e da psicanálise principalmente (CARDINALLI,
2012, p. 35–53). Spiegelberg (1972, p.105) identifica a origem da Daseinsanalyse
nos trabalhos de Binswanger e aponta três momentos no seu desenvolvimento: um
primeiro momento da aproximação deste com os trabalhos de Husserl e a tentativa
de fundamentação da psicanálise pela fenomenologia; um segundo momento
influenciado pela fenomenologia de Heidegger de Ser e Tempo e um terceiro
momento de retorno à Husserl por conta de uma desavença teórica com Heidegger.
É da segunda fase que surge o título Daseinsanalyse para caracterizar o
projeto psiquiátrico de Binswanger. A controvérsia entre Binswanger e Heidegger
implicava na interpretação do conceito cura ou cuidado (sorge), como o existencial
fundamental. Binswanger o altera e o substitui por amor. Segundo Spiegelberg
(1972, p. 206), a principal obra de Binswanger, o “Grundformer und Erkenntnis
menschlichen Daseins, é em todos os propósitos práticos uma antítese para
Heidegger na forma de uma “fenomenologia do amor””. Por conta dessa
interpretação erronia do conceito de cura por Binswanger, Heidegger passou a
recusar e criticar o projeto do psiquiatra suíço, pois apontou que este não fora capaz
de compreender a dimensão ontológica do existencial questionado (HEIDEGGER,
2009, p. 151-159). Contudo, depois da década de 1940 se forma em Zurich uma
outra escola de Daseinsanalyse. Após a segunda guerra mundial, Heidegger é
sentenciado pelo comitê de desnazificação e fica proibido de lecionar em espaços
públicos por quase cinco anos. Foi durante esse período que ele recebeu uma carta
de um jovem psiquiatra suíço, este pedia alguns esclarecimentos sobre a filosofia
apresentada na obra Ser e Tempo. Seu nome era Medard Boss. Desse contato
inicial surgiu uma rica amizade juntamente com o interesse de se tentar uma
abordagem fenomenológica do dasein na clínica, abordagem esta que fosse distinta
daquela feita por Binswanger. Boss não tenta alterar nenhum dos existenciais
explicitados pela Analítica do Dasein, pois os considera na sua dimensão ontológica
(isto é, referente ao ser do homem). Essa apropriação canônica da fenomenologia
de Heidegger possibilitou ao psiquiatra propor novas formas de compreender os
modos de existência patológicos na clínica sem recair ou num naturalismo (como
ocorria na psicanálise que reconduzia toda patologia a uma sexualidade) ou numa
contradição (como ocorrera com Binswanger que não fora capaz de compreender
corretamente o conceito de cura) (CARDINALLI, 2012, p. 35–53). Em 1957, após
uma conferência em Madrid, Boss publica uma crítica a Freud, Jung e Binswanger
que, consequentemente, levou a uma ruptura ainda maior entre ambos os
psiquiatras (Boss e Binswanger). Binswanger se sentiu traído por Boss assim como
também por Heidegger. Aqui identificamos uma divergência entre os projetos; pois
Binswager passou a chamar seus estudos de Antropologia filosófica, enquanto que o
título
de
Daseinsanalyse
ficou
pertencendo
aos
trabalhos
de
Boss
(SPIEGELBERG,1972, p. 200 - 232). Já em 1959, Boss passa a organizar em sua
casa seminários palestrados por Heidegger e proferidos aos seus colegas e alunos.
O principal interesse ali era elucidar uma abordagem psicoterapêutica a partir
dos fundamentos existenciais apresentados por Heidegger. Enquanto que
Binswanger se recusava a institucionalizar a sua psiquiatria Daseinsanalítica e
insistia em concentrar seus estudos na questão dos fundamentos (ao invés de focar
nos valores psicoterapêuticos), Medrard Boss, junto de Gion Condrau buscaram
fundar associações voltadas para a disseminação do pensamento Daseinsanalítico.
Fundaram a Sociedade de Daseinsanalyse Suiça em 1970 (quatro anos apôs a
morte de Binswanger) e o Instituto de Zurich de Psicoterapia e Psicossomática
Daseinsanalítica em 1971, mas tarde conhecida como Fundação Medrard Boss.
Apenas em 1991 a Sociedade de Daseinsanalyse Suíça se tornou a Federação
Internacional de Daseinsanalyse.
Uma outra história da Daseinsanalyse: a História-Construção ou História Rede
Na narrativa anterior pudemos apontar brevemente alguns momentos
históricos: 1º a busca pela realização de uma ontologia fundamental por Heidegger e
a apresentação de sua Analítica do Dasein em Ser e Tempo; 2º a descoberta desta
analítica por Binswanger e a busca pela sua aplicação na clínica; 3º a suposta má
interpretação dos existenciais heideggerianos e um afastamento entre o psiquiatra e
o filósofo; 4º a formação de uma segunda escola de Daseinsanalyse que buscou
preservar o sentido originário da Analítica realizada por Heidegger e uma aplicação
correta desta na clínica. Contudo, seguindo a orientação proposta pela históriaconstrução, partimos do princípio de simetria: não há qualquer concessão de
privilégio á ciência estabelecida em oposição às ciências pouco estabelecidas. Isto
é, o princípio de simetria nos obriga a desconsiderar a dualidade entre os vencidos e
vencedores e nos leva a tomarmos uma nova posição diante da questão. Aqui, como
aponta Stengers(1989) e Despret (1999), o produto do conhecimento não é tomado
como uma representação fiel da realidade, mas como efeito de uma boa ou má
articulação entre os agentes distribuídos na rede que compõe tal conhecimento.
Assim, buscaremos refletir brevemente sobre a formação da Daseinsanalyse na
controvérsia entre Binswanger e Boss, não a partir de um critério de verdade ou erro
(boa ou má interpretação da Analítica), mas a partir do bom ou mal agenciamento
(ou articulação) entre filosofia e psiquiatria.
Primeiramente deveremos tomar a Daseinsanalyse pela rede que a compõe.
Latour (2001, p.117 - 132) aponta que é possível identificar pelo menos cinco
circuitos fundamentais que tecem as atividades científicas: autonomização,
mobilização de mundo, representação pública, nós e conceitos e alianças científicas.
A autonomização corresponde ao modo pelo qual uma atividade científica torna-se
capaz de engendrar seus próprios critérios de validação e invalidação. A mobilização
de mundo aponta para o modo pelo qual uma determinada ciência, mediante as
técnicas de inscrição, tende a produzir suas entidades e fenômenos que ela mesma
pretende pesquisar. A representação pública satisfaz à maneira pela qual um
determinado conhecimento é recepcionado pela comunidade, como, por exemplo, a
reação da população diante da tecnologia nuclear ou da produção de alimentos
transgênicos. Os nós e conceitos indica o domínio da linguagem teórica e conceitual
(ou metalinguagem segundo Latour (1997)) que diferencia um determinado campo
de saber em relação aos demais, como, por exemplo, o conceito de inconsciente
que diferencia a prática da psicanálise em relação às terapias cognitivocomportamentais. E, por fim, as alianças científicas que acusam os processos de
articulação, translação de interesses e co-afetação entre diferentes esferas
congregadas num projeto comum; como, por exemplo, quando diferentes setores da
política e da engenharia química se aliam para investirem num mesmo projeto.
Tomando este modelo, o Sistema Circulatório das Ciências, podemos brevemente
refletir como o intercruzamento destes cinco circuitos na Daseinsanalyse mediante
os modos de articulação entre seus agentes. E há pelo menos duas formas
possíveis:
Por um lado Latour (2001, p. 106) caracteriza a articulação entre atores pelo
movimento de translação/tradução de interesses. Entendemos por “translação a
interpretação dada pelos construtores de fatos [cientistas] aos seus interesses e aos
das pessoas que eles alistam”. Assim, “A operação de translação consiste em
combinar dois interesses até então diferentes num único objetivo”(LATOUR, 2001, p.
106). Aqui a Daseinsanalyse nos aparece como produto de translação entre filosofia
e psiquiatria. Qual interesse de Heidegger em rejeitar o projeto de Binswanger? E
como Boss, um psiquiatra cujo interesse era elaborar métodos terapêuticos mais
eficazes, veio a buscar auxílio de um filósofo excluído no pôs-guerra; ou por que tal
filósofo, cujo interesse era poder voltar a lecionar, acertou de fazer excursões até
Zollinkon, para se articular com terapeutas? O que importa nesta operação de
translação não é unicamente a fusão de interesses que ela enseja, mas a criação de
uma nova mistura: a clínica da Daseinsanalise. Por outro lado, Stengers(1989) e
Despret (1999) utilizam os conceitos de docilidade e recalcitrância pra indicar os
efeitos possíveis da articulação entre atores. A docilidade aponta para os efeitos
daquele modo de articulação cujos resultados não produzem nada alem do
esperado; já a recalcitrância indica o modo pelo qual numa pesquisa científica o
produto alcançado vai além dos dados esperados e das questões propostas; isto é,
a recalcitrância produz novos modos de articulação. Se entendermos a formação de
aliança entre a filosofia e a psiquiatria como translação de interesses, a articulação
entre Boss e Heidegger pode ser descrita como dócil, pois não ela implicou em
nenhuma alteração sobre o projeto esperado. Já a articulação entre Binswanger e
Heidegger produziu recalcitrância na medida em que seu agenciamento implicou na
produção de uma nova interpretação da Analítica de Heidegger e culminou numa
alteração do projeto original produzindo algo novo.
Indicamos que a recalcitrância entre Binswanger e Heidegger é da ordem do
circuito das alianças; isto é, a aliança entre os atores produziu recalcitrância. Por
sua vez, os efeitos de tal modo de conceber a aliança se modularam ao longo do
circuito dos nós e conceitos. Pois é apenas quando Binswanger altera o conceito
cura, tido por Heidegger como fundamental para a sua Analítica, que um novo
projeto se forma. Vemos que é com a proposta uma nova linguagem conceitual
centrada no conceito de amor, e não no de cuidado e que surge uma nova proposta
diferente da Analítica original de Heidegger. Latour (2001, p.125) aponta que o
circuito dos nós e conceitos seria como que o “coração” do Sistema Circulatório das
Ciências e, antes, indica também que “se modificarmos um só ponto na rede,
modificaremos a sua forma”(LATOUR, 1989, p. 75). Assim o formato da rede
constituída na recalcitrância entre Binswanger e Heidegger é de outra ordem
diferente daquela formada pela articulação deste com Boss e, consequentemente, o
projeto efetuado pelo primeiro se apresenta como distinto do segundo. O
afastamento entre Binswanger e Heidegger traz consequências para o seu projeto
da Daseinsanalyse e o “retorno a Husserl”, apontado por Spiegelberg (1972), não
implica em apenas uma reviravolta conceitual, mas implica, sob a nossa ótica, num
movimento político para a busca de novos aliados. Já na articulação entre Boss e
Heidegger, não há qualquer alteração da metalinguagem proposta pela Analítica.
Poderíamos dizer que, conforme sugere Stengers (1989), o que ocorre é uma
captura conceitual: uma tentativa de se fundamentar transcendentalmente na clínica
aqueles determinantes impostos pela Analítica de Heidegger. A docilidade na
aliança de Boss com Heidegger implica neste agenciamento que não questiona a
Analítica, apenas a aplica na clínica com suas referidas adaptações. Logo, no
âmbito desta relação dócil, indicamos, também, que um dos seus efeitos, por sua
vez, foi a maior autonomização do movimento. Aqui a clínica se apresenta muito
mais como um intermediário do que mediador, nos termos de Latour (2000). Pois a
aproximação entre filósofo e psiquiatra possibilitou a criação dos Seminários de
Zollikon, que não só estenderam o circuito da representação pública do movimento,
como, também, possibilitaram criar novas redes de aliança aproximando mais o
público da psiquiatria e da medicina com a filosofia heideggeriana. Mediante a
formação dessas alianças vemos se formar uma comunidade autônoma que passa a
engendrar seus próprios critérios de validação podendo se institucionalizar em
diferentes Associações, Sociedades e Institutos.
Considerações finais
Logo, se numa primeira apresentação buscamos apontar, mediante o modelo
da
história-descoberta,
a formação
da Daseinsanalyse
indicando
no
seu
desenvolvimento dois diferentes modelos psiquiátricos que se produziram em torno
de duas diferentes formas de interpretação da filosofia de Heidegger (pautadas
numa distinção entre vencidos e vencedores); já no segundo tópico da leitura
buscamos brevemente refletir sua história (através da história-construção) em
termos de articulação. Quisemos brevemente pensar como o desenvolvimento da
Daseinsanalyse deu-se por duas redes distintas entre si, a de Boss e a de
Binswanger, cada uma pertinente aos seus modos de articulação. Pudemos
perceber que a formação histórica do pensamento Daseinsanalítico se viu
modulada, não por um critério de verdade ou erro configurado em torno da
interpretação feita por Binswanger e Boss sobre a Analítica do Dasein; mas que ela
se viu, antes, modulada pelas diferentes formas de agenciamento possíveis entre os
atores. Buscamos levantar curtas reflexões de como que a Daseinsanalyse de Boss
ganhou uma maior representatividade (quando comparada a de Binswanger), não
porque ela percorreu os caminhos corretos de aplicação e interpretação da filosofia
heideggeriana na clínica; mas porque o seu agenciamento entre psicologia e filosofia
foi capaz de criar um maior número de alianças, e consequentemente, articular-se
numa rede mais extensa.
Referências
CARDINALLI, I. (2012) Daseinsanalyse e Esquizofrenia: um estudo na obra de
Medard Boss – São Paulo: Escuta.
DESPRET, V. (1999) Ces émotions que nous fabriquent. Etnopsychologie de
l’authenticité. Le Plessis-Robinson : Synthélabo.
________, V. (2004) Le cheval qui savait compter. Paris: Les empecheurs de penser
en ronde.
HEIDEGGER, M. (2009) Seminários de Zollikon; introdução de Medard Boss,
tradução de Gabriella Arnhold, Maria de Fátima de Almeida Prado; revisão de
tradução: Maria Fátima de Almeida Prado e Renato Kirchner – Petrópolis: Vozes;
Bragança Paulista: Editora: Universitária São Francisco.
LATOUR, B. (2001) A esperança de pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos
científicos/ Bruno Latour; tradução de Gilson César Cardoso de Sousa – Bautu, SP:
EDUSC, .
________, B. (1997) A Vida de Laboratório: a produção dos fatos científicos. Bruno
Latour, Steve Woolgar. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
________, B. (1989) Pasteur e Pouchet: heterogênese da história das ciências. In:
SERRES, M. (Org.) Elementos para uma História das Ciências. Volume III.
Terramar.
________, B. (2000) Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros
sociedade afora/Bruno Latour, tradução de Ivone C. Beneditti; revisão de tradução
Jesus de Paula Assis- São Paulo: Editora UNESP.
SPIEGELBERG, H. (1972) Phenomenology in psychology and psychiatry: a historical
introduction. Northwestern University Press, Evanston.
STENGERS, I. (1989) Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano.
Download