CAPITULO VII Programa de Criação do Ambulatório Integrado de Doenças Ocupacionais de Juiz de Fora - MG Luiz Edmundo Ribeiro Gross Equipe No momento, O Programa vem se desenvolvendo com a seguinte equipe!... Na assistência direta ao paciente: 02 médicos do trabalho - 01 atendente Méd ico do Trabalho do INAMPS e Coordenador do Ambulatório • . No trabalho de avaliação de locais do trabalho: 02 médicos - 02 engenheiros de segurança 1- Identificação TItulo Programa de Criação do Ambulatório Integrado de Doenças Ocupacionais de Juiz de Fora - MG . Financiamento o Programa vem sendo realizado com recurSos das instituições envolvidas, sem todavia contar com uma fonte específica de financiamento, dirigida unicamente às atividades do Ambulatório. Instituições Envolvidas no Programa Diversas instituições propuseram-se a trabalhar juntas, de forma integrada, colaborando cada uma com 0$ recursos humanos e materiais de que dispusessem. As instituições envolvidas são: instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS Instituto Nacional da Previdência Social INPS Diretoria Regional de Saúde da Secretaria de Esqdo de Saúde de Minas Gerais Secretaria Municipal do Bem-Estar Social da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora Subdelegada do Trabalho do Ministério do Trabalho em Juiz de Fora Universidade Federal de Juiz de Fora Natureza do Programa • o Ambulatório tem como objetivo inicial a assistência em nível ambulatorial e/ou hospitalar a trabalhadores suspeitos e/ ou portadores de doenças relacionadas ao trabalho, bem como a avaliação das condições de trabalho destes pacientes, orientando a corre· ção dos fatores ambientais prejudiciais à saúde e capazes de gerarem doenças. Ao mesmo tempo, o Ambulatório se propõe a reali zar pesquisas de locais e condições de trabalho, de modo a identificar possíveis situações agressivas , ver ificando nos trabalhadores as repercussões destas con dições sobre seus níveis de saúde. Em uma fase posterior, o Programa prevê a possibilidade do funcionamento do Ambulatório como um pólo de ensino em nível de graduação de estudantes das áreas de Medicina e Enfermagem nos aspectos relacionados às doenças ocupacionais . 11- Introdução e/ou Justificati.a A criação de um ambulatório de doenças ocupacionais se fazia necessária há algum tempo em Juiz de Fora - MG, visto que a cidade e sua região de influência ressentiam-se de um local onde os pacientes suspeitos de portarem este tipo de patologia pudessem ser submetidos a propedêuticas específicas, terem seus problemas devidamente esclarecidos e pudessem desta forma receber tratamento médico adequado. Até então estes pacientes dispersavam-se por especialidades diversas, sendo encaminhados para esta ou aquela especialidade mais em função da sintomatolagia que apresentavam e muitas vezes não tendo suas doenças devidamente diagnosticadas: Como conseqüência disto, os pacientes muitas vezes não recebiam o tratamento médico adequado , não eram notificados como casos de doenças ligadas ao trabalho e não recebiam os direitos especiais a que fazem jus por uma legislação específica. Além disso, o que nos parece mais sério é o fato de que ao não se identificar a doença como tendo origem no trabalho, permitia-se que as condições nocivas de trabalho permanecessem como estavam, possibilitando, desta forma, a geração de novos casos. Era necessário, portanto, que se criasse algum mecanismo que possibilitasse a correção destas distorções e que permitisse, ao lado de um trabalho assistencial de diagnóstico e tratamento de doenças ocupacionais, um outro de avaliação de condições adversas de trabalho, tendo em vista sua correção. 111 - Objetivos Entre os objetivos principais da criação do Ambulatório Integrado de Doenças Ocupacionais constam : 1 - Criação de um Centro de Referência de Doenças Ocupacionais para atender a Juiz de Fora e região de abrangência. 41 2 - Possibilidade de diagnóstico e tratamento adequados de portadores de doenças relacionadas ao trabalho. 3 - Acompanhamento adequado do paciente portador de doença ocupacional, possibilitando seu acesso aos direitos especiais previstos em lei. 4 - Realização de estudos clínico-epidemiológi cos das doenças ocupacionais mais preva· lentes na região . 5 - Rastreamento dos casos detectados possib.ilitando avaliação e correção das condições de trabalho geradoras dos infortúnios. 6 - Permitir controle estatístico de doenças ocupacionais e fornecer dados confiáveis às instituições envolvidas. 7 - Desenvolvimento de atividades científicas e didáticas na área da Saúde Ocupacional. S - Preparação de recursos humanos nesta área específica do conhecimento médico. 9 - Contato com entidades sindicais e empresariais visando à discussão dos problemas ligados à Saúde do Trabalhador. do necessário, assessoria técnica sobre as formas de correção da condição nociva existente. Em uma etapa posterior, o Programa prevê a realização de exames médicos pré-admissionais periódicos, e demissionais de pequenas e microempresas situadas nas áreas de abrangência dos centros comunitárips periféricos pertencentes à Prefeitura MU nIcipal de Juiz de Fora. Estes exames poderiam ser realizados por residentes da Universidade Federal de Juiz de Fora que fazem estágio de Medicina Comunitária nestes centros, após treinamento supervisionado pelo Ambulatório Integrado de Doenças Ocupacionais, e contra o ressarcimento em dinheiro feito pelas empresas beneficiárias à Prefeitura Municipal, conforme determina a legislação. Além disto, o Programa prevê ainda a participação de estudantes de Medicina e Enfermagem nas atividades do Ambulatório, de modo a formar recursos humanos nesta área específica do conhecimento médico. V- IV - Metodologia o Programa de Criação de um Ambulatório de Doenças Ocupacionais que integrasse as diversas instituições ligadas à Saúde em Juiz de Fora foi desde o início traçado seguindo uma estratégia que previa de início a realização de ações no campo do diagnóstico e tratamento de pacientes, para numa etapa posterior após a criação de infra~strutura, servir de pólo de ensino em nível de graduação a estudantes da área de Saúde. Desta forma, criou-se, inicialmente, o Ambulatório propriamente dito, onde os pacientes encaminhados são examinados por médicos do trabalho que procuram esclarecer a origem de suas patologias. Para tanto, estes médicos contam com o aux ílio dos recursos oferecidos pelas diversas instituições integrantes do Programa, no que se refere a consultas com especialistas das diversas áreas, realização de exames complementares e provas funcionais. Uma vez caracterizada a doença ocupacional, o médico do trabalho que assiste o paciente toma todas as providências no sentido de garantir os direi tos a que o ac identado faz jus, tais como exigir a em issão da CAT, preencher a CAT, encaminhar o paciente ao Setor de Acidente de Trabalho, encaminhar o paciente ao Setor de Perícias Médicas, sugerir e acompanhar o processo de readaptação profissional qu ando necessário etc. Ao mesmo tempo, o caso é comunicado aos médicos da Subdelegacia do Trabalho que, de posse da informação, dirigem-se ao local de trabalho do paciente e realizam a fiscalização das condições de trabalho que determinaram a ocorrência da doença, exigindo a correção destas condições. Para tanto, juntamente com os engenheiros do setor, oferecem , QuanI 4'2 Principais Atividades Reelizedas No momento são as seguintes as atividades realizadas pelo Ambulatório Integrado de Doenças Ocupacionais : co~tato com colegas das diversas especialidades, orientando~s sobre as doenças preva/entes 'na área da Medicina do Trabalho e dando ciência da criação do Ambulatório /ntegrado de Doenças Ocupacionais; atendimento a pacientes suspeitos de porta· rem doenças relacionadas ao trabalho; solicitação de exames complementares e provas funcionais que auxiliem no d iagnóstico destas doenças; tratamento e acompanhamento dos casos confirmados ; preenchimento de Comunicações de Acidente de Trabalho nos casos confirmados; encaminhamento ao Setor de Perlcia Médica do INPS, quando necessário; encaminhamento ao Centro de Reabilitação Profissional do INPS dos casos com incapacidade permanente; comunicação à Subdelegada do Trabal ~ o dos casos diagnosticados; contato com os médicos da Subdelegacia do Trabalho para acompanhamento das medidas tomadas; reuniões científicas com apresentação de casos; investigação de locais de trabalho suspeitos de gerarem doenças ocupacionais com avaliação de seus empregados; consultoria e assessoria a empresas com problemas de condições nocivas de trabalho. VI - Bibliografia 1 - Manual de Procedimentos do Serviço de Doenças Profissionais do Hospital das Clínicas da UFMG . ~- •