MATERIAL DE HISTÓRIA Aluno (a): Data: Nº: Unidade Botafogo Ano: 9º __ Equipe de História Texto: A ERA NAPOLEÔNICA Cronologicamente, a Era Napoleônica se divide em: CONSULADO: do Golpe 18 de Brumário, em 1799, até 1804. Em 1802, Napoleão através de um plebiscito tornou-se cônsul vitalício. IMPÉRIO: de 1804 até 6 de abril de 1814. Através de um novo plebiscito, Napoleão passou a ser imperador dos franceses. Esse período terminou com o seu exílio na ilha de Elba. Restauração: de 6 de abril de 1814 até março de 1815, Luís XVIII voltou ao trono. Governo dos Cem Dias: de março a junho de 1815, Napoleão voltou a ser imperador. Sua trajetória política terminou com a sua derrota em Waterloo e consequente confinamento na ilha de Santa Helena. A situação da França no final do Diretório: Inflação Especulação Prejudicava a burguesia, que busca um líder capaz de Corrupção administrativa estabelecer um governo forte e estável para consolidá-la Tentativas de golpes de Estado como classe dominante. Pressões externas (2ª Coligação) O Golpe 18 de Brumário de 1799 foi planejado pelo abade Sieyès (membro do Diretório) e ocorreu sem derramamento de sangue. O Consulado era um triunvirato composto por 3 cônsules. De acordo com a nova constituição, Napoleão seria o primeiro cônsul pelo prazo de dez anos e teria poderes ditatoriais. Realizações do Consulado: A crise financeira foi controlada pela fundação do Banco de França, que exerceu o controle da emissão de papel-moeda e reduziu a inflação. As relações com a Igreja, rompidas desde a Revolução Francesa, foram solucionadas entre Napoleão e o papa Pio VI através da Concordata de 1801. Esta estabelecia a nomeação dos bispos pelo primeiro-cônsul e a transformação do clero em assalariado do governo consular. Em contrapartida, o Consulado reconhecia que a religião Católica era a religião da maioria dos franceses. Em 1804, o Código Civil Napoleônico institucionalizou as transformações burguesas produzidas na França pela Revolução Francesa. O novo código assegurou a igualdade formal perante a lei, garantiu o direito de propriedade, proibiu as greves operárias e a organização sindical, submeteu a mulher ao homem, ratificou a reforma agrária realizada pela Revolução e restabeleceu a escravidão nas colônias francesas. Estabeleceu a Sociedade Nacional de Fomento à Indústria, com o objetivo de desenvolver a produção da França. Permitiu a volta dos nobres que haviam emigrado. Criou os Liceus e enfatizou a educação secular. O objetivo da educação era formar jovens para as funções públicas. Em 1806 foi adotado o “Catecismo Imperial”, em que honrar e servir o Imperador era o mesmo que honrar e servir a Deus. Deveriam ainda prestar serviço militar e pagar tributos exigidos para a conservação e a defesa do Império Napoleônico. Durante o seu governo, Napoleão enfrentou diversas coligações, formadas pela Inglaterra e pelas nações absolutistas da Europa. Os motivos dessa união contra a França eram, entretanto, diferentes: A Inglaterra, industrializada, queria eliminar uma forte concorrente comercial e industrial – no caso, a França; As monarquias absolutistas queriam sufocar a revolução na França, a fim de impedir que ela viesse a ocorrer em seus países. Em 1804, a Constituição do ano XII, aprovada em plebiscito pela maioria da população francesa, determinou a substituição do regime do Consulado pelo Império. Napoleão Bonaparte tornou-se Napoleão I, Imperador dos franceses. O fato de se tornar Imperador, não significava que tenha sido restabelecido o Antigo Regime, pois a base de sustentação política de Napoleão continuou sendo a burguesia, o exército e os camponeses. O Imperador manteve o objetivo de consolidar a ordem burguesa. O IMPÉRIO Ao tornar-se imperador, Napoleão consolidou um processo de centralização política, com redução da autonomia dos departamentos franceses. Após a Quarta Coligação (Grã-Bretanha, Rússia e Prússia), Napoleão tornou-se o grande senhor da Europa continental. Os territórios que não eram diretamente dominados pelo Imperador foram entregues a aliados e familiares (José era rei da Espanha; Luís, rei da Holanda; e Jerônimo, rei da Westfália). Em cada local por onde seus exércitos passavam, a velha ordem (Antigo Regime) era destruída, implantando-se constituições, divulgando-se o Código Napoleônico e modernizando-se as estruturas econômicas. Para vencer os ingleses, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, em 1806, proibindo o comércio da Europa com a Inglaterra. A estratégia do Bloqueio era asfixiar a economia inglesa impedindo-a de vender os seus produtos manufaturados e de importar produtos agrícolas e matéria-prima. O declínio do Império Napoleônico O nacionalismo dos territórios conquistados – na Península Ibérica as tropas napoleônicas enfrentaram uma grande resistência. A participação popular e um sentimento nacionalista contra um governo invasor desencadeou uma guerra que durou até 1813, quando José Bonaparte foi destronado. O fracasso do Boqueio Continental - pouco a pouco, o bloqueio tornou-se incapaz, porque as esquadras britânicas comercializavam com as colônias americanas e impediam a França de obter matérias-primas do Novo Mundo. Além disso, as nações europeias que, em sua maioria eram agrícolas, dependiam da exportação de seus produtos agrícolas para a Inglaterra. Campanha da Rússia – em represália à saída da Rússia do Bloqueio Continental, Napoleão organizou o “Grande Exército”, com cerca de 600 mil homens, e invadiu-a. Os russos adotaram a tática de “terra arrasada”, ou seja, recuavam sem enfrentar o inimigo, levando tudo o que podiam e incendiando casas, envenenando a água e destruindo as plantações. O objetivo era impedir o reabastecimento das tropas napoleônicas. Napoleão avançou até Moscou, mas encontrou-a em chamas. No regresso à França, o exército napoleônico foi destruído pelo “General Inverno”. Em meio ao frio e a epidemia de tifo chegou à França apenas 10% do exército. Após a Campanha da Rússia, o exército Napoleônico foi derrotado pela sexta coligação (Prússia, Áustria, Rússia e Grã-Bretanha). Napoleão abdicou do trono imperial, recebeu a posse da ilha de Elba onde foi viver junto com 800 soldados e uma pensão de dois milhões de francos. A França passou a ser governada por Luís XVIII, irmão de Luís XVI - guilhotinado durante a Revolução Francesa. O seu governo é conhecido como a Restauração. Esse período foi marcado pela violência e arbitrariedade dos Emigrados (nobres e membros do alto clero), que desencadearam o Terror Branco (perseguições, massacres e tentativas de recuperar as terras confiscadas pela Revolução). O Terror Branco provocou o descontentamento dos camponeses e a eclosão de revoltas. Em 1815, julgando propício o momento, Napoleão fugiu da ilha de Elba e avançou em território francês à frente de sua guarda pessoal. O período que se seguiu até a sua derrota definitiva imposta pela sétima coligação é conhecido como o Governo dos Cem Dias. Napoleão enfrentou a Sétima Coligação (Grã-Bretanha, Áustria, Rússia e Prússia), mas foi derrotado em Waterloo (Bélgica) e exilado na ilha de Santa Helena pelos ingleses. Após a derrota de Napoleão, a dinastia Bourbon foi restabelecida na França, mas temporariamente. Afinal, as instituições burguesas já estavam solidificadas, não havendo espaço para a volta do Antigo Regime.