Status Epilepticus Neurologia - FEPAR Neurofepar – Dr. Roberto Caron Estado de Mal Epiléptico Classificação das Epilepsias Definição • Status Epilepticus: – Crise epiléptica com duração de pelo menos 5 minutos. – Duas ou mais crises tônico-clônicas generalizadas (estado convulsivo) ou não (estado não convulsivo) entre as quais não há recuperação completa de consciência. Definição • Status Epilepticus Não-Convulsivo: – Crises não-convulsivas, sem recuperação de consciência entre as crises. – SE Parcial Complexo. • Pode se apresentar como: – Alterações contínuas ou flutuantes da consciência. – Automatismos orofaciais. – Movimentos tônicos intermitentes. – Coma. Epidemiologia • Incidência: – 10 a 40 casos/100000. • Picos de Incidência: – Menos de 10 anos de idade – 14,3/100000 – Mais de 50 anos de idade – 28,4/100000 • Incidência de Status Não-Epiléptico em UTI: – 8 a 34% • Mortalidade: – 10 a 30% Etiologia • Exacerbação de crises em doente epiléptico – Uso irregular de medicação. – Suspensão abrupta de medicação. – Mudança de medicação. • Intoxicação exógena – Álcool, cocaína, anfetaminas, etc. • Abstinência de drogas sedativas do SNC – Álcool, benzodiazepínicos. Etiologia • Tumores do SNC • Neuroinfecções – Meningites e encefalites. • TCE • Outras lesões agudas do SNC – AVCH ou AVCI • 50% dos casos de SME associa-se a uma Etiologia aguda! Fisiopatologia • O hipocampo é ativado durante o EME. • A perda da transmissão sináptica inibitória, mediada pelo GABA, no hipocampo, é crucial para a deflagação do EME. • A transmissão sináptica glutamatérgica excitatória mantém o EME e causa morte celular. Complicações Clínicas ü ü ü ü ü ü ü ü ü Hipertermia Hipertensão Arritmias cardíacas Edema Pulmonar Acidose Láctica Hipercalemia Hiperglicemia Pneumonia Aspirativa Hipóxia Fraturas Fraturas Anamnese • História prévia de epilepsia? – Qual é o padrão das crises? – Quais medicamentos usa? • H i s t ó r i a d e sistêmicas? outras – Insuficiência hepática – Insuficiência renal – Diabetes doenças Fenitoína Exames Solicitados • • • • • • • • Hemograma Eletrólitos séricos e cálcio Gasometria Função hepática Função renal Concentração sérica de drogas antiepilépticas Tomografia Eletroencefalograma Abordagem Medicamentos Tratamento - 0 • • • • • • • Assegurar respiração adequada Iniciar O2 em máscara Sinais vitais e temperatura Estabelecer via venosa Coleta de sangue para exames Administrar tiamina 100mg e, após, Administrar glicose 50ml à 50% Tratamento - I • Diazepam 0,2mg/kg EV – 5mg-minuto (a dose pode ser repetida a cada 5 minutos até 40mg). • Difenil-Hidantoína (Hidantal) 20mg/kg com infusão de 50mg-min em adultos (idosos = 15mg/kg). • Tempo de infusão em um paciente de 70kg: 70 x 20 = 1400mg = 1400mg/50mg-min = 28 minutos. • Considerar risco de hipotensão e arritmia! Tratamento - I • Fenitoína → – Atua na membrana neuronal. – Realiza bloqueio “dependente de uso” dos canais de sódio. – Impede a geração de surtos de potenciais de ação repetitivos. – Meia vida = 7 a 42 horas. Tratamento - I • Diazepam → – Facilita a ação do GABA na abertura dos canais de Cloro (-). – Aborta crises em 80% dos casos. – Duração de ação = 30 minutos. – Associar sempre com antiepilépticos de ação mais prolongada – fenitoína. Tratamento - II • Difenil-hidantoína (Hidantal) 10mg/kg. • Tempo de infusão em um paciente de 70kg: 70 x 10 = 700mg = 700mg/50mgmin = 14 minutos. UTI Monitorização EEG Tratamento - III • Fenobarbital (Fenocris) 20mg/kg diluído em solução salina com infusão de 100mg/ min. • Tempo de infusão em um paciente de 70kg: 70 x 20 = 1400mg = 1400mg/ 100mg-min = 14 minutos. Tratamento - III • Fenobarbital → – Facilita a ação do GABA na abertura dos canais de Cloro (-), prolongando a abertura dos mesmos. – Bloqueia a resposta excitatória induzida pelo glutamato. – Meia vida = 50 a 150 horas. Tratamento - IV • Fenobarbital (Fenocris) 10mg/kg. • Tempo de infusão em um paciente de 70kg: 70 x 10 = 700mg = 700mg/100mgmin = 7 minutos. Estado de Mal Epiléptico Refratário EME Refratário 1. Midazolam 2. Propofol 3. Pentobarbital EME Refratário • Manter monitorização EEG, até ocorrer supressão dos surtos. • Diminuir infusão a cada 24 horas, e observar atividade epiléptica. Se recorrer, reiniciar anestesia por mais 24 horas. • Cuidados com hipotensão. • Manter Hidantal e Fenocris após sair do EME. EME Refratário • Midazolam – Ataque = 1 a 2mg/kg EV lento. – Manutenção = 1 a 15mg/kg/hora. – Predisposto a taquifilaxia! • Propofol – Ataque = 1 a 2mg/kg. – Manutenção = 2 a 10mg/kg/hora. • Pentobarbital – Ataque = 10 a 15mg/kg EV em uma hora. – Manutenção = 0,5 a 5mg/kg/hora (aumentar conforme a necessidade). – Risco de hipotensão!