1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AVALIAÇÃO DA ADESÃO ÀS ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO DISTRITO DAGUA Lorena Paula Mercês Mendes BELÉM – PA 2016 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AVALIAÇÃO DA ADESÃO ÀS ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO DISTRITO DAGUA Autor: Lorena Paula Mercês Mendes Orientador: Profª Drª Marcieni Ataíde de Andrade Co-orientador: Prof. Dr. Marcos Valério Santos da Silva Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e Medicamentos, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. BELÉM – PA 2016 3 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFPA Mendes, Lorena Paula Mercês, 1986- Avaliação da adesão às estratégias farmacológicas e qualidade de vida de pacientes idosos diabéticos atendidos na atenção primária à saúde no distrito DAGUA / Lorena Paula Mercês Mendes. - 2016. Orientadora: Marcieni Ataíde de Andrade; Coorientadora: Marcos Valério Santos da Silva. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Belém, 2016. 1. Diabetes mellitus Tipo 2. 2. Adesão à medicação. 3. Qualidade de vida. 4. Idoso. I. Título. CDD 22. ed. 616.462 4 FOLHA DE APROVAÇÃO Lorena Paula Mercês Mendes Avaliação da adesão às estratégias farmacológicas e qualidade de vida de pacientes idosos diabéticos atendidos na atenção primária à saúde no distrito DAGUA. Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e Medicamentos, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Área de Concentração: Medicamentos em Idosos Diabéticos. Aprovado em: Banca Examinadora Prof.ª Dr.ª (Orientadora):________________________________________________ Instituição: _________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr._____________________________________________________________ Instituição: _________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr._____________________________________________________________ Instituição: _________________________ Assinatura:________________________ BELÉM – PA 2016 5 DEDICATÓRIA Aos meus pais, Luiz Otávio Cardoso Mendes e Pêdra Mercês Mendes, por todo o apoio, conselhos e orientações; além de todas as oportunidades a mim oferecidas, pois sem elas, com certeza, eu não estaria conquistando mais esta vitória em minha vida profissional. Aos meus irmãos Lilian Patrícia Mercês Mendes, Leila Priscila Mercês Mendes e Leonardo Otávio Mercês Mendes pelo carinho e apoio constante. Ao meu marido, Marcos Azevedo dos Santos, por todo amor, atenção e paciência dedicados nesta etapa de construção em nossas vidas. 6 AGRADECIMENTOS A Deus, por me proteger, guiar meus pensamentos e me dar coragem para superar todos os desafios que surgem em minha vida, pois nada disto existiria sem Ele. A meus pais, Luiz Otávio Cardoso Mendes e Pêdra Mercês por me terem permitido concluir mais esta etapa de minha vida, pela oportunidade de crescer pessoal e profissionalmente, pelo constante apoio e incentivo; sem eles, com certeza, eu não chegaria até aqui. Aos meus irmãos, Lilian Patrícia Mercês Mendes, Leila Priscila Mercês Mendes e Leonardo Otávio Mercês Mendes, por sempre ter acreditado em mim, incentivando e criticando, sendo meus verdadeiros amigos. Ao meu amado marido, Marcos Azevedo dos Santos, pelo companheirismo e incentivo para que eu sempre busque ser melhor em cada etapa da nossa vida e em nossa profissão. As alunas de graduação Thayná Modesto e Magda Vieira Cardoso pela ajuda na etapa de pesquisa de campo, por todo esforço dispensado para realização da coleta dos dados e pela excelente companhia. A minha amiga Vanessa da Silva Cuentro, por todo apoio e incentivo recebido durante a minha trajetória da pós graduação. À Profª. Drª. Marcieni Ataíde de Andrade, pela oportunidade de realizar este trabalho e pela confiança em mim depositada; demonstrando em todos os momentos paciência e atenção, orientando sempre com muita simplicidade e enorme competência. Obrigado por todos os ensinamentos acadêmicos e pessoais. Ao Prof. Dr. Marcos Valério Santos da Silva, meu coorientador, pela confiança e oportunidades proporcionadas no decorrer da realização deste trabalho. A todos os amigos, que sempre acreditaram em meu potencial e em vários momentos me deram forças para chegar até a conclusão deste trabalho. À Secretária Municipal de Saúde do Município de Belém, que permitiu a realização deste trabalho. À UFPA e ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas pelo acolhimento para o desenvolvimento desta dissertação. Finalmente, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste sonho. 7 RESUMO AVALIAÇÃO DA ADESÃO ÀS ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO DISTRITO DAGUA A adesão à farmacoterapia em diversas doenças crônicas, especialmente no diabetes mellitus, tem grande importância para a prevenção, diminuição e controle de agravos e complicações, reduzindo assim a morbi-mortalidade e melhorando a qualidade de vida do paciente. O objetivo deste estudo é verificar a adesão ao tratamento e qualidade de vida, identificar os fatores intervenientes relacionados ao abandono do tratamento ou ao não cumprimento das orientações terapêuticas entre pacientes com idade igual ou superior a 60 anos com diagnostico de Diabetes mellitus cadastrados nas unidades de saúde do Distrito Administrativo do Guamá no município de Belém. Estudo descritivo observacional de natureza transversal e analítica de 113 pacientes idosos, cadastrados no programa Hipertensão e Diabetes. Foram avaliados o conhecimento e o grau de adesão a terapia medicamentosa utilizando os testes de Morisky e Green e o de Batalla e a Qualidade de Vida pelo instrumento DQOL-Brasil. A população estudada foi caracterizada, predominantemente, por mulheres (66,4%), pardos (38,9%), casados (51,3%), aposentados (71,7%) e com baixo grau de escolaridade (88,5%). Não aderiram ao tratamento (68,1%) de acordo com o teste de Morisky e Green, (83,2%) pelo Teste de Batalla. Quanto a Qualidade de Vida, o escore médio com a aplicação do DQOLBrasil foi de 2,84, entre os domínios, a satisfação foi avaliada em 3,02, o impacto em 2,65 e preocupações com o diabetes em 2,42. Diante destes resultados, observouse que a adesão dos idosos ao tratamento medicamentoso foi considerada falha e a Qualidade de Vida ruim. Palavras-chave: Diabetes tipo 2. Adesão. Qualidade de Vida. Idosos. 8 ABSTRACT ACCESSION TO THE ASSESSMENT STRATEGIES PHARMACOLOGICAL AND QUALITY OF ELDERLY DIABETIC PATIENTS TREATED FOR LIFE IN PRIMARY HEALTH CARE DISTRICT DAGUA Adherence to pharmacotherapy in several chronic diseases, especially diabetes mellitus, is of great importance for the prevention, reduction and control of diseases and complications, thereby reducing morbidity and mortality and improving the quality of life of patients. The aim of this study is to verify adherence to treatment and quality of life, identify intervening factors related to the abandonment of treatment or noncompliance with treatment guidelines among patients aged over 60 years with diabetes registered diabetes diagnosis in units health Administrative District Guama in the city of Bethlehem. observational descriptive study of transversal and quantitative analysis of 113 elderly patients enrolled in the Hypertension and Diabetes program. They assessed the knowledge and the degree of adherence to drug therapy using Morisky tests and Green and the Batalla and Quality of Life by DQOL-Brazil instrument. The study population was characterized predominantly by women (66.4%), brown (38.9%), married (51.3%), retired (71.7%) and low level of education (88.5 %). Not adhered to treatment (68.1%) according to Morisky test and Green (83.2%) by Batalla test. The Quality of Life, the average score with the application of DQOL-Brazil was 2.84, while among the fields, satisfaction was assessed at 3.02, the impact at 2.65 and concerns with diabetes 2, 42. Given these results, it was observed that the accession of the elderly to drug treatment was considered failure and bad Quality of Life. Keywords: Diabetes. Accession. Quality of life. Elderly. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Pirâmides Etárias absolutas do crescimento populacional entre 21 homens e mulheres no período de 2013 a 2060. Figura 02 – Fatores relacionados com a não adesão à terapêutica medicamentosa. 29 Figura 03 – Distrito administrativo do Guamá (DAGUA). 46 10 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Caraterização de idosos diabéticos sociodemográfico, de hábitos de saúde e problemas. quanto às variáveis 56 Tabela 02: Frequência de medicamentos para controle de diabetes mellitus e de 61 hipertensão arterial dos idosos diabéticos. Tabela 03: Características dos idosos diabéticos segundo relacionamento com a 62 equipe de saúde e orientação no uso correto do medicamento. Tabela 04: Nível de adesão ao tratamento medicamentoso observado no teste 65 Morisky e Green e no teste de Batalla em idosos diabéticos. Tabela 05: Questionamentos sobre a adesão ao tratamento medicamentoso pelo 66 teste Morisky e Green em idosos diabéticos. Tabela 06: Questionamentos sobre a adesão ao tratamento medicamentoso pelo 67 teste de Batalla em idosos diabéticos. Tabela 07: Nível de adesão ao tratamento medicamentoso medido pelo Teste de 63 Morisky e Green e pelo Teste de Batalla de acordo com variáveis categóricas dos idosos diabéticos. Tabela 08: Valores do DQOL-Brasil segundo variáveis categóricas dos idosos 73 diabéticos. Tabela 09: Valores do DQOL-Brasil segundo variáveis de saúde dos idosos 76 diabéticos e do nível de adesão ao tratamento. Tabela 10: Valores dos domínios do DQOL observados em idosos diabéticos. 77 Tabela 11: Frequência relativa em percentual das questões sobre os domínios 78 do DQOL-Brasil observados em idosos diabéticos. Tabela 12: Valores dos Coeficientes de Correlação de Spearman entre os 79 domínios do DQOL observados em idosos diabéticos. 11 ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária ADA Associação Americana De Diabetes APS Atenção Primária à Saúde BLSA Baltimore Longitudinal Study on Aging CODEM COAP Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde CEP Comitê de Ética em Pesquisa DAGUA Distrito Administrativo do Guamá DATASUS Departamento de Informática do SUS DCVs Doenças Cardiovasculares DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis DM Diabetes mellitus DM 1 Diabetes mellitus tipo 1 DM 2 Diabetes mellitus tipo 2 DQOL Diabetes Quality of Life Measure ESF Estratégia Saúde da Família HAS Hipertensão Arterial Sistêmica HIPERDIA Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos IBGE Instituto Brasileiro Geografia e Estatística LADA Diabetes Autoimune Latente do Adulto OMS Organização Mundial de Saúde PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PFPB Programa Farmácia Popular do Brasil PNM Política Nacional de Medicamentos PNAUM Pesquisa Nacional sobre o Acesso, Utilização e Uso Racional de Medicamentos no Brasil Programa de Saúde da Família PSF QUALIFAR- SUS QV Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde Qualidade de Vida 12 QVRS Qualidade de Vida Relacionada a Saúde QVLS Qualidade de Vida Ligada à Saúde RAS Redes de Atenção à Saúde RENAME Relação Nacional de Medicamentos RENASES Relação Nacional de Serviços de Saúde SESMA Secretaria Municipal de Saúde de Belém SBD Sociedade Brasileira de Diabetes SPSS Statistical Package for Social Sciences SUS Sistema Único de Saúde TB Teste de Batalla TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TMG Teste de Morisky e Green WHO World Health Organization WHOQOL-100 World Health Organization Quality of Life 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 15 2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 20 2.1 O envelhecimento da população brasileira ....................................... 21 2.2 Diabetes mellitus no idosos ............................................................... 24 2.3 Adesão ao Tratamento Farmacológico .............................................. 27 2.4 O Idoso e a Adesão ao Tratamento Farmacológico ......................... 31 2.5 Qualidade de Vida do paciente Idoso.................................................33 2.6 Estratégia de saúde da família .........................................................36 2.7 Assistência Farmacêutica....................................................................39 2.8 O Papel do Farmacêutico.....................................................................41 3. OBJETIVOS .................................................................................................... 43 3.1. Objetivo Geral ............................................................................................... 44 3.2. Objetivos Específicos .................................................................................. 44 4. CASUÍSTICA E MÉTODOS ............................................................................ 45 4.1. Desenho da pesquisa .......................................................................... 46 4.2. Local do estudo ................................................................................... 46 4.3. População e amostra ........................................................................... 47 4.5. Critério de exclusão e perdas ............................................................. 48 4.6. Variáveis do estudo ............................................................................. 48 4.6.1. Variável dependente ............................................................................ 48 4.6.2. Variável independente ......................................................................... 49 4.7. Aspectos éticos ................................................................................... 49 4.8. Procedimentos para a coleta de dados ............................................. 49 4.9. Grau de adesão pelo teste de Morisky e Green (TMG) e pelo teste de Batalla (TB). ........................................................................................................ 50 4.10. Avaliação da Qualidade de Vida..........................................................51 4.11. Instrumento para coleta de dados ..................................................... 52 4.12. Organização dos dados ...................................................................... 52 4.13. Análise estatística ............................................................................... 52 14 5. 5.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................54 Caracterização Dos Portadores De Diabetes Segundo as Variáveis Sociodemográficas..................................................................................................56 5.2. Caracterização Dos Portadores De Diabetes Segundo a Adesão Terapêutica...............................................................................................................65 5.3. Caracterização dos Portadores de Diabetes Segundo a Qualidade de Vida............................................................................................................................72 6. CONCLUSÃO..................................................................................................81 7. REFERÊNCIAS...............................................................................................84 8. ANEXOS........................................................................................................101 15 INTRODUÇÃO __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 16 1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________ O mundo vive em constante evolução e transformação; e o homem, objeto desse cenário, procura acompanhar esse ritmo de maneira a aumentar seus benefícios e qualidade de vida (QV). Com a ocorrência de transições demográficas e epidemiológicas o envelhecimento populacional tornou-se o principal fenômeno demográfico do século XX (NASRI, 2008). Envelhecer é inevitável, pois ocorre por um processo fisiológico e natural em todos os organismos multicelulares acarretando várias alterações morfofuncionais e psicológicas (SANTOS et al, 2010). Este acontecimento tem levado a uma reorganização do sistema de saúde, sendo um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea, pois essa população exige cuidados desafiadores devido ao aparecimento de diversas patologias relacionadas com a idade, a exemplo disso, uma maior prevalência das patologias crônicas (NASRI, 2008). Este fenômeno ocorreu inicialmente em países desenvolvidos, porém, mais recentemente é nos países em desenvolvimento que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais acentuada (GOUVEIA, 2012). No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e consistente, mas sem a correspondente modificação nas condições de vida (CERVATO et al, 2005). Em 2002, os idosos totalizavam 14,1 milhões de pessoas e, em 2025 as estimativas são de 33,4 milhões. A população brasileira envelheceu rapidamente a partir da década de 60 e esse crescimento não se dá de forma homogênea em todas as regiões. O país é composto por cinco regiões geográficas que variam significativamente em suas dimensões territoriais, sociais, econômicas e culturais. Outrossim, o envelhecimento também se manifesta segundo as diversidades e desequilíbrios regionais, principalmente sociais e econômicos. Todos esses fatos refletem na longevidade da população das diferentes regiões. Os idosos apresentam alta utilização dos serviços de saúde e elevado índice de permanência e reinternação hospitalar. Esse conjunto de acontecimentos traz à tona um problema de grande importância, em termos de saúde pública, ou seja, a ausência de políticas e ações que visam à melhoria das condições de vida do novo perfil populacional (INSTITUTO BRASILEIRO GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010; ESTRELLA et al, 2009). 17 Alterações fisiológicas comuns do próprio organismo, decorrentes do envelhecimento fazem com que os idosos apresentem condições peculiares que comprometem seu estado nutricional, enquanto que outros condicionantes são desenvolvidos com o passar do tempo através das práticas ao longo da vida (dieta e atividade física) e situação socioeconômica; podendo influenciar as enfermidades presentes (SAMPAIO, 2004; AMADO et al, 2007). Fatores de risco como: obesidade, sedentarismo, fumo, entre outros, acabam por aumentar a possibilidade do surgimento de doenças crônicas. É possível citar a intolerância ao carboidrato, que aumenta com o passar da idade, como uma das alterações responsáveis pela elevação da glicemia contribuindo para o aparecimento do diabetes na fase adulta. O Diabetes mellitus (DM) é uma doença caracterizada por hiperglicemia crônica, e muitas vezes interligada a outras doenças. O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é o mais presente entre a população idosa e surge principalmente após os 40 anos de idade. Esses elementos quando somados as modificações na farmacocinética e farmacodinâmica de diversos medicamentos, com potenciais riscos à saúde, e ainda, a polifarmácia, predispõe aos pacientes idosos um maior número de interações medicamentosas, alimentar e reações adversas a medicamentos (VERAS, 2003; GUIMARAES et al, 2010). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2013), estima se que 350 milhões de pessoas vivem com diabetes e que este número deve dobrar entre 2005 e 2030. A OMS também relatou que 80% das pessoas com diabetes vivem em países de baixa e média renda e têm entre 35 e 64 anos de idade, acrescentando que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o controle da doença (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2013). Os pacientes diabéticos têm mais chance de apresentar outras doenças, tais como as vasculares arteroescleróticas, e a cada ano mais de três milhões de pessoas que tiveram diabetes morrem de problemas como ataques cardíacos, derrames e insuficiência renal. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, indicam que 5,6% dos brasileiros são diabéticos (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2012). Além do aumento no uso de medicamentos junto com a ocorrência do envelhecimento, aumenta, cada vez mais, a necessidade de conhecimento dos elementos que incidem sobre a predominância das Doenças Crônicas Não 18 Transmissíveis (DCNT) associadas à idade (ACUNÃ et al, 2004). Para o paciente idoso e diabético muitos são os fatores relacionados que contribuem ou não com aumento da expectativa de vida, como mecanismo de apoio, os avanços da tecnologia e as melhorias em tratamentos médicos tem grande contribuição para a melhor Qualidade de Vida Relacionada a Saúde (QVRS) (BORBA, 2012). Outro fator importante é o cumprimento do esquema posológico que condiciona diretamente a efetividade terapêutica, sendo de primordial importância a adesão do paciente ao tratamento farmacológico que se traduz na observância das instruções verbais ou escritas de um médico ou de um profissional de saúde em relação as estratégias de tratamento (PENAFORTE, 2012). O aumento da adesão depende da comunicação do médico com seu paciente, sobretudo quando aborda aspectos práticos da condição ou doença em seu tratamento, assim como aspectos fisiopatológicos e efeitos colaterais palpáveis do uso de medicamentos. Isto revela que o problema é vulnerável sob esse aspecto. A informação é também a chave para adesão a tratamentos agudos ou crônicos e, é essencial a participação do farmacêutico, profissional habilitado enquanto parte de uma equipe multiprofissional, na elaboração de estratégias personalizadas para aumentar a adesão aos tratamentos medicamentosos (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2009). Diante do exposto, não surpreende que o fenômeno do envelhecimento ganhe importância significativa em vários setores da sociedade, o que tem suscitado discussão com desdobramentos importantes. Ao longo do tempo, alterações nas políticas de atenção ao idoso e, consequentemente, nas representações sociais da chamada terceira idade vem sendo aprimoradas. Vários são os meios de melhorar a qualidade de vida daqueles que estão no processo de envelhecer, a perspectiva tem sido de reconhecer a necessidade de debates fundamentados para a constituição de políticas públicas e o desenvolvimento de programas de saúde que proporcionem à população um envelhecimento ativo, saudável e com a melhor QV possível, tendo como base a comunidade e que implicam promoção da saúde do idoso. Viver mais é importante desde que se consiga agregar qualidade de vida aos anos adicionados de vida. 19 Nesta direção, surgem desafios para a Saúde Pública como fortalecer as medidas destinadas à proteção dos idosos como cidadãos e as práticas de prevenção e promoção da saúde (GOUVEIA, 2012). Devido a todos esses fatores mencionados, justifica-se a necessidade de estudar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes idosos em tratamento para o diabetes mellitus, visando ampliar o sucesso na terapia; evitando riscos adicionais. 20 REVISÃO DA LITERATURA __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 21 2. REVISÃO DA LITERATURA __________________________________________________________________ 2.1. O envelhecimento da população brasileira O número de pessoas idosas cresce em ritmo maior do que o número de pessoas que nascem, acarretando um conjunto de situações que modificam a estrutura de gastos dos países em uma série de áreas importantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial. Todavia, esse processo ganha maior importância nos países em desenvolvimento, com o crescimento acelerado da população de 60 anos ou mais em relação à população geral. Aumentos de até 300% da população idosa são esperados nesses países, especialmente nos que integram a América Latina (GIATTI et al, 2003). Para fins de levantamento demográfico, considera-se idoso o indivíduo de 60 anos ou mais de idade definido pela OMS (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005), para os países em desenvolvimento e, além disso, no Brasil existem dois documentos oficiais: Decreto nº 1948/96, que regulamenta a Lei nº 8842/94, estabelecendo a Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1996) e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (BRASIL, 2003), que também define a idade a partir dos 60 anos para designar idoso. A OMS considera uma população envelhecida quando a proporção de pessoas com 60 anos ou mais atinge 7% com tendência a crescer. Segundo projeções da OMS, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Esse grupo de pessoas, denominado de “melhor idade”, apresenta as taxas mais elevadas de crescimento no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2013), a população com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060 (Figura 01). No período, a expectativa média de vida do brasileiro deve aumentar dos atuais 75 anos para 81 anos. De acordo com o IBGE, as mulheres continuarão vivendo mais do que os homens. Em 2060, a expectativa de vida delas será de 84,4 anos, contra 78,03 dos homens. Hoje, elas vivem, em média, até os 22 78,5 anos, enquanto eles, até os 71,5 anos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013). Figura 01: Pirâmides Etárias absolutas do crescimento populacional entre homens e mulheres no período de 2013 a 2060. Fonte: Adaptado IBGE, 2013 A senescência da população se associa a importantes transformações sociais e econômicas, bem como à mudança no perfil epidemiológico e demandas dos serviços de saúde. Esta mudança, implica na elevação dos custos diretos e indiretos para o sistema de saúde, fazendo do envelhecimento um evento que precisa de ampla discussão. No Brasil, a atenção à saúde do idoso é uma especialidade em expansão que ainda carece de profissionais habilitados. Tal atenção deve oportunizar o cuidado integral e contextualizado, através do reconhecimento de necessidades e de aspectos individuais e coletivos dos idosos (PAZ et al,2006). O paciente idoso está exposto a maior vulnerabilidade e sofre várias transformações biológicas, inerentes à natureza humana, e diversas mudanças que variam consoante o desenvolvimento psicossocial de cada indivíduo, tornando a saúde dos idosos um importante foco de atenção (VELOSO et al, 2011). À medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de contrair uma DCNT, principais causas de morbidez, deficiências e mortalidade em todo o mundo. O termo doença 23 crônica é usado para designar patologias com um ponto em comum: são constantes e precisam de zelo permanente. São exemplos de DCNT a hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, osteoartrose e câncer. O crescimento das condições crônicas é vertiginoso (QUADRANTE, 2012). Segundo o IBGE somente 22,6% das pessoas de 60 anos ou mais de idade declaram não possuir doenças. Para aqueles de 75 anos ou mais de idade, esta proporção cai para 19,7% (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). Estudos revelam que entre os pacientes idosos, vários medicamentos são utilizados sem indicação clínica específica, prescritos e/ou de automedicação, que podem causar reações adversas e/ou interações medicamentosas que acabam por aumentar constantemente o número de medicamentos administrados, ao que denominamos polifarmácia (SANTOS et al, 2010). Esse uso, algumas vezes indiscriminado, é responsável pela baixa adesão dos tratamentos medicamentosos necessários e, pelo aumento dos custos da saúde pública. Nos EUA, dados indicam que em torno de 20% dos indivíduos com mais de 65 anos usam pelo menos cinco medicamentos concomitantes, sendo alguns deles considerados desnecessários como tratamento (LAGO, 2011). Apesar do processo de envelhecimento não estar, essencialmente, relacionado a doenças e incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são frequentemente encontradas entre os idosos. Assim, a tendência atual é termos um número crescente de indivíduos idosos que, apesar de viverem mais, apresentam maiores condições crônicas, estando diretamente relacionado com maior incapacidade funcional e menor qualidade de vida (ALVES et al, 2007). Atualmente as DCNT’s são responsáveis por cerca de 60% do ônus decorrente de todas as doenças no mundo e acredita-se que em 2020 responderão por 80% das doenças em países em desenvolvimento, causando impacto em níveis individuais, sociais e econômicos. Após os 45 anos de idade, as DCNTs são responsáveis pela maioria das mortes e enfermidades, índice que aumenta com idades superiores a 60 anos (QUADRANTE, 2012). O paciente com DCNT necessitará alterar hábitos de vida, ter uma boa adesão as estratégias de tratamentos, além de conviver com a incapacidade, se o 24 controle da patologia não tiver sucesso. Há grande impacto econômico causado não só pelos custos diretamente relacionados ao tratamento de saúde, como também por aqueles derivados da diminuição da força laboral devida a óbitos, incapacidade e perda de produtividade (SOUZA, 2012). No Brasil, estimativa de gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com DCNT em 2002 revelou que o total de gastos com esse grupo de doenças, incluindo aqueles com os procedimentos ambulatoriais e com as internações, corresponderam a 69% (BRASIL, 2005). Em 2008, dos 57 milhões de óbitos ocorridos no mundo, 36 milhões, ou 63,0%, podem ser atribuídos às DCNT, principalmente as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica. Aproximadamente 80,0% dos óbitos por DCNT ocorrem em países de renda baixa ou média, onde 29,0% desses registros são de pessoas com menos de 60 anos, enquanto nos países de alta renda, apenas 13,0% são óbitos precoces (FREITAS, GARCIA, 2012). 2.2. Diabetes mellitus no idoso O DM não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, a qual é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). As complicações do metabolismo, principalmente a falta de insulina, que é o hormônio produzido em pequena quantidade pelas células ßeta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, tem como função disponibilizar glicose às células (CINTRA, RAMOS, VALLE, 1997). A deficiência de produção e/ou de ação da insulina leva a um aproveitamento incorreto dos açucares, das gorduras e das proteínas, que representam as principais fontes de energia do organismo e podem causar sintomas agudos e complicações crônicas características. O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas, que cursa com consequências graves, quando surge rapidamente ou mesmo quando se instala lentamente. Uma hiperglicemia crônica vai originar, além dos sintomas clássicos, como a poliúria, polidipsia e perda de peso, um comprometimento vascular, com consequentes lesões nos tecidos e órgãos (CZEPIELEWSKI, 2004; SOUSA, 2003). 25 O diabetes mellitus tipo 1 (DM1), como forma presente em 5% a 10% dos casos, é o resultado da destruição de células beta-pancreáticas com consequente deficiência de insulina. Na maioria dos casos, essa destruição de células beta é mediada por autoimunidade, porém existem casos em que não há evidências de processo autoimune, sendo, portanto, referidos como forma idiopática de DM1. O DM2 é a forma presente em 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. O DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). A DM2 surge habitualmente de forma silenciosa, frequentemente não dando qualquer sinal ou sintoma de forma que quando é diagnosticada (por vezes em análises de rotina), já tem alguns anos de evolução, podendo, também, coexistirem algumas complicações associadas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2002; SOUSA, 2003). Aproximadamente metade dos portadores de DM2 desconhecem sua condição, uma vez que a doença é pouco sintomática. O diagnóstico precoce do diabetes é importante, pois o tratamento evita suas complicações. A patologia do DM é considerada um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Sua ocorrência é universal e em todas as classes socioeconômicas e, independente do gênero vem aumentando em virtude da maior urbanização, da industrialização, da crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, do envelhecimento populacional, bem como da maior sobrevida de pacientes com DM. Por se tratar de uma doença crônica tem alta prevalência entre os idosos, pela morbidade e por ser um dos principais fatores de risco cardiovascular e cerebrovascular. Quantificar a prevalência atual de DM e estimar o número de pessoas com diabetes no futuro é importante, pois permite planejar e alocar recursos de forma racional (FRANCO,1998; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002; MENDES et al,2011). O Ministério da Saúde informou que o número de internações por diabetes no SUS aumentou 10% entre 2008 e 2011, passando de 26 131.734 para 145.869. Entretanto, houve queda na comparação com 2010, quando as internações totalizaram 148.452. Em 2009, foram notificadas 52.104 mortes pela doença em todo o País. No ano seguinte, os óbitos aumentaram para 54.542 (BRASIL, 2012). A forma mais frequente de apresentação do DM no idoso é um achado casual devido a uma doença intercorrente (habitualmente infecções), uma manifestação de complicação típica do diabetes em longo prazo (doença cerebrovascular, infarto do miocárdio, arteriopatia periférica), um exame de saúde ou um exame de glicemia não diretamente relacionado com a suspeita de diabetes. Outras formas de apresentação são aumento da sede (polidipsia), aumento da micção (poliúria), aumento do apetite (polifagia), fadiga, visão turva, infecções que curam lentamente e impotência em homens (RAMOS, 2012). A gravidade da doença, especialmente quanto a presença de complicações tardias, está relacionada a circulação sanguínea (macro e microaginopatias) e/ou neurológicas (neuropatias periféricas e autonômicas). Como causa de óbito, destacam-se o coma cetoacidótico nos pacientes que fazem uso continuo de insulina e com diagnóstico mais recente, a nefropatia diabética nos pacientes com longo tempo de doença. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre os diabéticos que não fazem uso continuo de insulina (LESSA, 1998). Ainda segundo Lessa (1998), a importância do diabetes como causa de morte é muito subestimada, uma vez que apenas as causas básicas do óbito são analisadas nos estudos epidemiológicos. Quando verificadas as causas múltiplas, a mortalidade por diabetes aumenta até 6,4 vezes. Frequentemente, na declaração de óbito não se menciona DM pelo fato de serem suas complicações, particularmente as cardiovasculares e cerebro-vasculares, as causas da morte. No início do século XXI foi possível fazer uma estimativa que se atribuíram 5,2% de todos os óbitos no mundo ao diabetes, o que torna essa doença a quinta principal causa de morte. Parcela importante desses óbitos é prematura, ocorrendo quando ainda os indivíduos contribuem economicamente para a sociedade (ROGLIC, 2005). O diabetes, embora com menor prevalência se comparado a outras morbidades, é uma doença altamente limitante, podendo causar cegueira, 27 amputações, nefropatias, complicações cardiovasculares e encefálicas, entre outras, que acarretam prejuízos à capacidade funcional, autonomia e qualidade de vida do indivíduo. Também é uma das principais causas de mortes prematuras, em virtude do aumento do risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as quais contribuem para 50% a 80% das mortes dos diabéticos (RAMOS, 2012). Um estudo Multicêntrico sobre a Prevalência do Diabetes no Brasil evidenciou a influência da idade na prevalência de DM e observou incremento de 2,7% na faixa etária de 30 a 59 anos para 17,4% na de 60 a 69 anos, ou seja, um aumento de 6,4 vezes (MALERBI, 1992). Gomes (2003), afirmou que os resultados mais satisfatórios em longo prazo no controle do diabetes são obtidos com programas de prevenção da obesidade, por meio de mudanças de hábitos alimentares e de aumento da atividade física, frente a um trabalho conjunto de profissionais da saúde e de familiares. Viver com diabetes pressupõe a adoção de um estilo de vida ajustado a situação de saúde, exigindo uma alteração e interação nas atividades de vida diária e uma adesão terapêutica permanente e continuada no tempo, pois só assim se evita as graves complicações decorrentes da doença. De acordo com Grossi (2009), por mais eficazes que sejam os tratamentos cientificamente comprovados por estudos experimentais, de nada adianta, se os pacientes não os incorporam de maneira adequada na vida diária. Por mais efetivas que sejam as intervenções comportamentais implementadas, nos estudos prospectivos e controlados, tudo se perde, se os paciente não derem continuidade a elas. É de extrema importância que o paciente idoso diabético busque mudar seu estilo de vida e ter adesão ao tratamento para diabetes. 2.3. Adesão ao Tratamento Farmacológico Há distintos conceitos de adesão ao tratamento, mas se pode definir como: “A utilização dos medicamentos prescritos ou outros procedimentos em pelo menos 80% de seu total, observando horários, doses, tempo de tratamento” (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2009). Representa a etapa final do que se sugere como uso racional de medicamentos. A adesão à farmacoterapia é um aspecto complexo e primordial para o alcance dos resultados 28 clínicos desejados (OBRELI-NETO et al, 2011). Pacientes não-aderentes podem apresentar complicações ou agravamentos das enfermidades pelas falhas no uso de medicamentos, ocasionando muitas vezes, hospitalizações e procedimentos onerosos ao sistema de saúde (DIMATTEO, 2004). A não adesão à farmacoterapia é considerada um importante problema de saúde pública. Estima-se que 50% dos pacientes portadores de doenças crônicas em países desenvolvidos sejam não-aderentes as terapias medicamentosas, sendo esta taxa superior nos países em desenvolvimento (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). Os métodos de adesão se subdividem em diretos e indiretos. Os métodos diretos são técnicas analíticas laboratoriais que estimam se o medicamento foi utilizado na dose e frequência necessárias, enquanto os métodos indiretos são fundamentados em informações produzidas pelo paciente ou outras estimativas indiretas (BRAWLEY, CULOS-REED, 2000; MÁRQUEZ-CONTRERAS, 2008) A adesão à terapia representa a extensão na qual o comportamento do paciente coincide com o aconselhamento dado pelo profissional de saúde, no que se refere, por exemplo, ao uso dos medicamentos prescritos. Quando revisamos a literatura sobre a adesão do paciente a terapia medicamentosa encontramos estimativas que variam entre 4% e 92%, com uma média de adesão nas patologias crônicas entre 50% e 65% (NICHOL et al, 1999). Diversos fatores podem estar associados à não-adesão, sendo relatados com maior frequência os relacionados com o paciente, a doença e ao tratamento, bem como aqueles relacionados aos profissionais e aos comportamentos de saúde. A adesão a terapêutica também se encontra relacionada com a gravidade da doença, devido aos sinais e sintomas; isto é, a medida que estes aumentam, a adesão aumenta (ZACEST, 1981). Por outro lado, pessoas que sofrem de doenças crônicas com pouco ou nenhum sinais e sintoma são as mais propensas à não adesão (RUBIN, 2005). O aumento da adesão depende muito do processo de comunicação do médico com seu paciente, sobretudo quando aborda aspectos práticos da condição ou doença e seu tratamento, assim como aspectos fisiopatológicos e efeitos 29 colaterais palpáveis do uso de medicamentos (CARVALHO et al, 2003). Frequentemente o idoso não segue o que foi proposto, o que pode ser causado por diversos fatores, tais como a não-aceitação do tratamento, erros de ingestão devido a dificuldades auditivas e/ou visuais, assim como esquemas posológicos complexos, decorrentes do consumo simultâneo de vários medicamentos (TRENTIN, 2009). Um outro aspecto importante que pode levar à não-adesão é a ocorrência de reações adversas, pois o idoso reage de forma diferente aos medicamentos, potencializando assim, os efeitos adversos. Isto revela que o problema é vulnerável sob esse aspecto. Além destes fatores deve ser levando em consideração que as variáveis socioeconômicas; em especial pela falta de recursos financeiros para compra do medicamento, bem como pelo hábito e/ou estilo de vida. Nesse sentido, a melhoria da aderência a tratamentos medicamentosos não é exclusivamente um problema do médico ou apenas do paciente (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2009). A adesão pode ser influenciada pelo desconhecimento do paciente, ou responsável por ele, sobre a importância do tratamento; um reflexo de baixo nível educacional da população, consideradas causas de não-adesão decorrentes de um processo de comunicação inefetivo (Figura 2). O primeiro passo no sentido de promover a adesão à prescrição médica é a detecção de sua falta. Para tanto, podem ser utilizados vários métodos, entre eles podemos citar: Questionários semiestruturados, analise de algum parâmetro biológico e a contagem de comprimidos. Como o segundo requer maiores recursos financeiro, acaba-se priorizando o primeiro (TRENTIN, 2009). 30 Muitas são as razões apontadas para a fraca adesão à terapia medicamentosa (Figura 2), as quais estão relacionadas principalmente com fatores relacionados ao próprio paciente e à doença, ao tipo de tratamento, o relacionamento com os profissionais de saúde e as características do sistema de saúde (ALMEIDA, 2012). Para investigar a adesão à prescrição em pacientes hipertensos, Morisky, desenvolveu uma escala própria, cujo instrumento é composto por quatro perguntas fechadas e pontuadas de acordo com o escore obtido (MORISKY et al,1986). O paciente é identificado como aderente ou não aderente. Este questionário foi adaptado para o português por Werlang (WERLANG, 2001). Figura 02 – Fatores relacionados com a não adesão à terapêutica medicamentosa. Fonte: ALMEIDA, 2012. 2.4. O Idoso e a Adesão ao Tratamento Farmacológico Com o passar da idade, ocorrem inúmeras alterações morfológicas e funcionais em todos os órgãos e tecido. Entre essas, pode-se citar problemas de 31 memória e dificuldade de aquisição de novos conhecimentos, diminuição da visão e da audição, perda de massa óssea e aumento no percentual de gordura. Os problemas de memória e dificuldade de aquisição de novos conhecimentos dificultam bastante a vida diária do idoso, pois podem afetar, por exemplo, o uso de suas medicações (TRENTIN, 2009). O declínio cognitivo associado ao processo de envelhecimento é caracterizado por diversas alterações, nomeadamente (VELOSO et al., 2011): Aumento da dificuldade em compreender mensagens longas e/ou complexas e em recuperar termos específicos; Maior dificuldade nas atividades de raciocínio que envolvam a análise lógica e organizada de material abstrato ou não familiar; Discurso mais repetitivo; dificuldade em selecionar informação; Diminuição da capacidade de execução das tarefas psicomotoras novas e rápidas; Prejuízo da memória, especialmente da secundária que se refere à aquisição de nova informação, e em repartir a atenção em múltiplas tarefas; Dificuldades no raciocínio indutivo, na orientação espacial, nas aptidões numéricas e verbais e na velocidade perceptiva. O nível educacional dos idosos brasileiros é notoriamente baixo. Isso por que, os idosos tiveram poucas oportunidades de frequentar a escola na etapa da vida considerada oportuna e esperada. Além disso, a educação básica sempre foi enfatizada na faixa etária entre sete e quatorze anos e pouca atenção foi dada ao ensino básico fora dessa idade convencionada, sendo assim, após certa idade fica difícil aos adultos reverterem sua condição de analfabeto (SOUZA, 1999). O idoso apresenta, invariavelmente, índices maiores de morbidade quando comparados aos demais grupos etários. Estatísticas mostram que aproximadamente entre 80% e 90% dos idosos apresentam uma ou mais doenças crônicas (ALMEIDA, 2012). A inevitável polipatologia parece direcionar para a polifarmácia; uma condição mais frequente no idoso do que na população jovem. 32 A maioria dos idosos consome pelo menos um medicamento, e cerca de um terço deles consome 5 ou mais simultaneamente, sendo que a média oscila entre 2 e 5 medicamentos (ALMEIDA, 2012). Esta complexa terapia medicamentosa adicionada à propensão para se automedicar aumenta a possibilidade de erro. Alguns pacientes geriátricos têm confusão mental e perda de memória relacionada à idade, doenças, ou medicamentos como neurolépticos ou agentes ansiolíticos. Um idoso com uma ou mais doenças crônicas pode ser considerado um idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas doenças, porém sem controle destas, com sequelas decorrentes e incapacidades associadas (RAMOS, 2003). A hospitalização e o repouso no leito prolongado, de forma intermitente, podem determinar o agravamento da situação de saúde do idoso, tornando-o mais frágil. O declínio da capacidade funcional geralmente conduz a pessoa idosa à limitação ou perda total da capacidade de desempenhar, de forma independente, suas atividades cotidianas (PAZ et al,2006). Em adição, segundo o Estudo Longitudinal de Baltimore, conhecido como BLSA (Baltimore Longitudinal Study on Aging), os aspectos cognitivos sofrem mudanças com o envelhecimento (ALMEIDA, 2012). Sob este aspecto, algumas das conclusões obtidas até o momento, indicam que (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2009): • A memória a curto prazo diminui com a idade. • A capacidade de aprendizado de materiais orais (em oposição a materiais escritos) diminui depois dos setenta anos. • O número de erros na execução de tarefas de aprendizado verbal cometidos pelos indivíduos com mais de sessenta anos é maior do que o cometido por adultos jovens. É provável, portanto, que subgrupos de idosos, como os mais velhos, aqueles que estão mentalmente ou fisicamente prejudicados, ou aqueles que devem tomar múltiplos medicamentos causadores de déficits cognitivos, tenham maiores problemas na administração de seus medicamentos, tendo em vista que a maioria das orientações sobre o uso dos medicamentos durante a consulta é verbal (ALMEIDA, 2012). As consequências de erros de medicação em idosos tem 33 consequências sérias quando comparados com os jovens (ALMEIDA, ALMEIDA, 2013) Pacientes que convivem com sua família podem apresentar melhores taxas de adesão do que os que vivem sozinhos. Por outro lado, na maioria dos estudos realizados, características sociodemográficas como gênero, nível educacional, nível socioeconômico, ocupação, estado civil, raça, etnia e religião, não tenham demonstrado relação com a adesão, alguns traços de personalidade parecem estar relacionados (ALMEIDA, 2012). Em um estudo realizado por Raskin, citado por Luscher et al (1985), pacientes não aderentes indicavam em maior grau um sentimento de hostilidade e agressividade frente a figuras de autoridade e parentais, do que os aderentes. Somando todos esses fatores é necessário, também, avaliar como se encontra a QV na terceira idade. O paciente idoso precisa ter uma boa adesão a terapia medicamentosa, assegurando, assim, um bem-estar e uma melhor condição de vida para a sua longevidade. 2.5. Qualidade de Vida do paciente Idoso Quanto mais aprimorada a democracia, mais ampla é a noção de QV, o grau de bem-estar da sociedade e de igual acesso a bens materiais e culturais (MATOS, 1999). QV é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. A QV pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bemestar (MINAYO et al, 2000). O comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações importantes para a família, a comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do próprio idoso, uma vez que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do seu bem-estar (ALVES et al, 2007). Do ponto de vista biofisiológico todos os sistemas do organismo podem refletir as alterações estruturais e funcionais decorrentes do avanço da idade, embora 34 variem de um indivíduo para outro. A maior evidência poderá refletir-se no sistema nervoso, nomeadamente no declínio cognitivo associado, por consequência, à diminuição de variáveis emocionais importantes, como o autoconceito, ânimo e QV (VELOSO et al, 2011). No campo da saúde, o discurso da relação entre saúde e QV, embora bastante inespecífico e generalizante, existe desde o nascimento da medicina social, nos séculos XVIII e XIX, quando investigações sistemáticas começaram a referendar esta tese e, dar subsídios para políticas públicas e movimentos sociais (MINAYO et al, 2000). A expressão Qualidade de Vida Ligada à Saúde (QVLS) é definida por Auquier et al (1997), “como o valor atribuído à vida, ponderado pelas deteriorações funcionais; as percepções e condições sociais que são induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a organização política e econômica do sistema assistencial”. Em relação ao campo de aplicação, as medidas podem ser classificadas como genéricas, se usam questionários de base populacional sem especificar patologias, sendo mais apropriadas a estudos epidemiológicos, planejamento e avaliação do sistema de saúde. Um desses instrumentos foi desenvolvido pela OMS que criou o Grupo de QV: World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100), e definiu o termo como: “A percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WORLD HEALTH ORGANIZATION QUALITY OF LIFE, 1995). Assim, o instrumento desenvolvido por esse organismo internacional em estudo multicêntrico baseia-se nos pressupostos de que qualidade de vida é uma construção subjetiva (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e composta por elementos positivos (por exemplo, mobilidade) e negativos (dor) (MINAYO et al, 2000). Estudos apontam, em geral, para situações relacionadas à QV cotidiana dos indivíduos, subsequente à experiência de doenças, agravos ou intervenções médicas. Referem-se a doenças crônicas – como câncer, diabetes, doença coronariana e cerebrovascular, Parkinson e outros problemas do sistema nervoso, hepatites e artrites crônicas, asma brônquica e outras doenças respiratórias – ou a consequências crônicas (sequelas ou medidas curativas e reabilitadoras) de doenças ou agravos agudos, como problemas neurológicos pós-traumáticos, 35 transplantes, uso de insulina e outros medicamentos de uso prolongado. Vários instrumentos incluem indicadores para aspectos subjetivos da convivência com doenças e lesões, como sentimentos de vergonha e culpa, que trazem consequências negativas sobre a percepção da qualidade de vida por parte dos indivíduos acometidos e suas famílias (MINAYO et al, 2000). Uma das patologias crônicas que afeta a QV do paciente idoso é o Diabetes, muitos pacientes são portadores da doença, no entanto desconhecem esse fato. É preciso entender o que é a doença para então melhor conduzir o tratamento (ALMEIDA, 2012). Envelhecimento saudável, dentro dessa nova ótica, passa a ser a resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica. O bem-estar na velhice, ou saúde num sentido amplo, seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas em todas as dimensões. A velhice é um período da vida com uma alta prevalência de DCNT, limitações físicas, perdas cognitivas, sintomas depressivos, declínio sensorial, acidentes e isolamento social (ALMEIDA, 2012). Outrossim, tem crescido o interesse em estabelecer quais os fatores que, isolada ou conjuntamente, melhor explicam o risco que um idoso tem que morrer em curto prazo, uma noção útil do ponto de vista epidemiológico e clínico. O principal fator de risco para mortalidade continua sendo a própria idade. Quanto mais se vive maior é a chance de morrer. A maioria dos estudos longitudinais com idosos residentes na comunidade parece concordar que, além da idade, o sexo do indivíduo pode ser determinante do risco morte, com os homens apresentando um risco maior do que as mulheres (RAMOS, 2003). Dados do IBGE apresentam que o percentual da população brasileira que possui plano de saúde privado varia de no mínimo de 26,11% entre pessoas de até 18 anos, a um máximo 28,96% entre pessoas de 40 a 64 anos de idade. Entre pessoas com mais de 65 anos a cobertura atinge 6,77% para os homens e 9,18% para as mulheres (INTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E 36 ESTATÍSTICA,2010). Baseado nessa estatística é possível chegar à conclusão que grande parte da população idosa brasileira é atendida pelo SUS. Com intuito de prestar um bom atendimento e melhorar a QV foi publicada a Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1994) e, criados programas direcionados ao fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, entre eles podemos citar o Programa Saúde da Família (BRASIL, 1996; 1997; 2006) e, mais recente, a Estratégia da Saúde da Família (BRASIL, 2011). 2.6. Estratégia de Saúde da Família O desafio maior no século XXI é cuidar de uma população de mais de 32 milhões de idosos, a maioria com nível socioeconômico e educacional baixos e uma alta prevalência de doenças crônicas e incapacitantes. O sistema de saúde terá que fazer frente a uma crescente demanda por procedimentos diagnósticos e terapêuticos das DCNTs, principalmente as cardiovasculares e as neurodegenerativas, e a uma demanda ainda maior por serviços de reabilitação física e mental (RAMOS, 2003). É preciso estabelecer indicadores de saúde capazes de identificar idosos de alto risco com perda funcional e orientar ações concentradas de promoção de saúde e manutenção da capacidade funcional. Ações que tenham um significado prático para os profissionais atuando no nível primário de atenção à saúde e que tenham uma relação de custo-benefício aceitável para os administradores dos parcos recursos destinados à área da saúde. Medidas de intervenção visando identificar causas tratáveis de déficit cognitivo e de perda de independência no dia-a-dia deveriam tornar-se prioridade do sistema de saúde, dentro de uma perspectiva de reestruturação programática realmente sintonizada com a saúde e o bem-estar da crescente população de idosos (RAMOS, 2003). O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza a universalização do acesso, a integralidade da atenção, a equidade, a descentralização da gestão, a hierarquização dos serviços e o controle social (BRASIL, 1990a). Assim, a implantação desse sistema pressupõe a reorganização das práticas sanitárias e, 37 consequentemente, a transformação do modelo assistencial e da organização do serviço no atendimento à saúde do idoso. Um dos objetivos do Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003) é manter a pessoa idosa na comunidade, junto de sua família, de forma digna e confortável. Muitas vezes, as condições de saúde dos idosos exigem hospitalização; porém, espera-se que essa não tenha longa duração, bem como que a família seja orientada para o cuidado no contexto domiciliar (ROSA, LABATE, 2005; PAZ et al, 2006). As DCNTs segundo a OMS se caracterizam por ter uma etiologia múltipla, longos períodos de latência, curso prolongado, origem não infecciosa, por sua associação a deficiência e incapacidade funcionais e, também, por ser um conjunto de doenças que tem fatores de risco semelhante. Entre elas encontramos a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e a DM (BRASIL,2008). No Brasil, as doenças cardiovasculares (DCVs) representam importantes problemas de saúde pública, pois são a primeira causa de morte nos pais (BRASIL, 2006; ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE,2010). Neste contexto, destacam-se a HAS e o DM como os mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das DCVs. Possuem diversos pontos em comum, tais como etiopatogenia, fatores de risco, facilidade de diagnostico, necessidade de acompanhamento por equipe multidisciplinar, tratamento não medicamentoso e medicamentoso e dificuldade de adesão as recomendações prescritas. (BRASIL, 2006b; 2006c; 2006d). A intervenção comunitária como medida para mudanças no hábito de vida e adoção de hábitos mais saudáveis devem ser sustentáveis a longo prazo e devem incluir todos os grupos sociais, mais especificamente aqueles com menores possibilidade de escolha em razão da pobreza e da exclusão social. De qualquer forma, devem ser considerados outros aspectos para o desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde na população geral (BARRETO,2003). Diante do agravamento desse cenário em nível nacional o MS em 2001 desenvolveu o Plano de Reorganização da Atenção a Hipertensão e Diabetes na Rede Básica do SUS para a prevenção e controle da HAS e DM (BRASIL, 2001). 38 Em 2002 as novas estratégias foram incorporadas na rotina das unidades ambulatoriais do SUS, através do Programa para Hipertensão e Diabetes HIPERDIA (BRASIL, 2002). A partir do cadastramento dos usuários hipertensos e diabéticos em formulários padronizados, buscou-se favorecer sua vinculação e acompanhamento e garantir o recebimento de medicamentos para o tratamento farmacológico. Além disso, através da análise dos indicadores do respectivo programa é possível conhecer o perfil epidemiológico da população assistida (BRASIL, 2012). O Programa de Saúde da Família (PSF) (BRASIL, 1996; 1997; 2006) e mais recentemente a Estratégia Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2011), implantados pelo Ministério da Saúde vem fortalecer o processo de promoção à saúde e prevenção de agravos à saúde por meio da Atenção Primária à Saúde, tendo como foco na família. Surge como um modelo democrático, universal e integral, tendo como objetivo reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios, substituindo o modelo tradicional de assistência, individualista, curativista, biologicista, hospitalar; ou seja, dar um salto qualitativo de um modelo procedimentocentrado para um modelo usuário-centrado, reorientando assim o modelo assistencial e a prática assistencial (ALVES, 2005; ROSA, LABATE, 2005). A ESF, configura-se, assim um elemento-chave no desenvolvimento das ações de controle da HAS e DM, mediante as ações da equipe multidisciplinar. Atua na promoção e manutenção de saúde, na prevenção, recuperação, reabilitação e paliação dessas doenças e, no estabelecimento de vínculos de compromisso e de corresponsabilidade (BRASIL, 2011). Tais vínculos são decisivos para o sucesso do tratamento não farmacológicos e farmacológicos pelos hipertensos e diabéticos, pois quanto maior o grau de participação dos usuários como protagonistas no cuidado à saúde, maior será sua adesão ao plano terapêutico proposto. O objetivo principal do sistema deve ser a manutenção da capacidade funcional do idoso, mantendo-o na comunidade, pelo maior tempo possível, gozando ao máximo sua independência. Acredita-se, que o maior acesso a cuidados de saúde contribua para a queda na mortalidade por DCNT observada no Brasil. Dados sobre internações hospitalares sensíveis a Atenção Primária à Saúde (APS) apoiam essa hipótese; ou seja, uma melhor atuação das equipes de APS associou-se às quedas acentuadas e níveis 39 mais baixos dessas internações, incluindo as causadas por doenças crônicas (SCHMIDT, DUNCAN, 2011). É reconhecido que uma APS orientada por seus atributos essenciais – acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação – é central para o enfrentamento das DCNTs. Outros aspectos importantes para o modelo de atenção é o cuidado centrado no indivíduo – e não na doença – exercido por equipe multiprofissional, organizado em Redes de Atenção à Saúde (RAS) (MENDES, 2011) e, redesenhado para melhor atender pessoas com condições crônicas (SCHMIDT, DUNCAN, 2011). O farmacêutico como um componente estratégico dentro da equipe multidisciplinar, participa do processo de promoção, prevenção, paliação, tratamento e melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo. Sabe-se que a informação é a chave para adesão aos tratamentos agudos ou crônicos. Neste sentido, o profissional farmacêutico está habilitado para elaborar estratégias personalizadas para assegurar a adesão as estratégias terapêuticas não farmacológicas e farmacológicas. 2.7. Assistência Farmacêutica No campo das políticas de saúde, houve avanços com a regulamentação da Política Nacional de Medicamentos (PNM) em 1998 (BRASIL, 1998), a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 1999 (BRASIL, 1999) e a aprovação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) em 2004 (BRASIL, 2004), assegurando novos marcos para o acesso, a qualidade e o uso racional de medicamentos. Ainda quanto a melhoria do acesso aos medicamentos, tem-se o Programa Farmácia Popular do Brasil, implantado por meio da Lei nº 10.858 de 13 de abril de 2004 e o Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, expandido pela Portaria GM/MS n° 491 de 09 de março de 2006, que estabelece o “Aqui Tem Farmácia Popular”, aproveitando a rede instalada do comércio varejista de produtos farmacêuticos, bem 40 como a cadeia do medicamento para ampliação do acesso a medicamentos mediante copagamento (BRASIL,2004a,2004b,2006e). Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, oferece mais 11 itens, entre medicamentos e a fralda geriátrica, com preços até 90% mais baratos utilizados no tratamento de dislipidemia, rinite, mal de Parkinson, osteoporose, glaucoma e contraceptivos (BRASIL, 2012). Em tempo, registra-se que o Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) foi reorientado pelo meio da Portaria nº 111, ampliando, assim, o acesso a esses produtos (BRASIL, 2016). Em adição, a Lei nº 12.401 de 28 de abril de 2011, veio regulamentar a Assistência Terapêutica e a Incorporação de Tecnologia em Saúde no âmbito do SUS, adotando os Protocolos Clínicos e Formulários Terapêuticos – por meio Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS do Ministério da Saúde – que deve levar em consideração, as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade, a segurança do medicamento, além do fator econômico (BRASIL,2011). Para superar a fragmentação da gestão e aperfeiçoar o funcionamento político-institucional e técnico-assistencial do SUS, tem-se o Decreto Presidencial nº 7.508 de 28 de junho de 2011, que trata da Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo como foco a consolidação das Regiões de Saúde, na Hierarquização, no Planejamento da Saúde, na Assistência à Saúde por meio da Relação Nacional de Serviços de Saúde (RENASES) e da Relação Nacional de Medicamentos (RENAME), fundamentadas na Articulação Interfederativa, nas Comissões Intergestores e no Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) (BRASIL, 2011). Outrossim, registra-se, os esforços empreendidos por meio do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (Qualifar- SUS) – instituído pela Portaria GM nº 1.214 de 13 de junho de 2012 – organizado em 4 (quatro) eixos, com os seguintes objetivos: I - Eixo Estrutura: contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo que estes sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na Assistência Farmacêutica, considerando a área física, os equipamentos, mobiliários e recursos 41 humanos; II - Eixo Educação: promover a educação permanente e capacitação dos profissionais de saúde para qualificação das ações da Assistência Farmacêutica voltadas ao aprimoramento das práticas profissionais no contexto das Redes de Atenção à Saúde; III - Eixo Informação: produzir documentos técnicos e disponibilizar informações que possibilitem o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e serviços da Assistência Farmacêutica; e IV - Eixo Cuidado: inserir a Assistência Farmacêutica nas práticas clínicas visando a resolutividade das ações em saúde, otimizando os benefícios e minimizando os riscos relacionados à farmacoterapia (BRASIL, 2012). Por fim, sabe-se que as tecnologias de gestão clínica do medicamento podem ser incorporadas a vários locais de prática, públicos ou privados, envolvendo, portanto, uma carteira de serviços distribuídos pelos diferentes pontos da Rede de Atenção à Saúde. Em adição, a Lei nº 13.021 de 2014 (BRASIL, 2014a) estabelece uma nova regulamentação do exercício e da fiscalização das atividades farmacêuticas, caracterizando as farmácias comunitárias como estabelecimentos de saúde. Como resultado do esforço de todas as políticas implementadas, dados preliminares da Pesquisa Nacional sobre o Acesso, Utilização e Uso Racional de Medicamentos no Brasil (PNAUM) demostram melhoria do acesso aos medicamentos para o tratamento das doenças crônicas mais prevalentes a exemplo do Diabetes Mellitus e, para algumas doenças que apresentam episódios agudos (BRASIL, 2014). 2.7. O Papel do Farmacêutico Segundo Grossi (2009) uma epidemia de diabetes está em curso em todo mundo. Esforços governamentais e de todos os seguimentos da sociedade são urgentes no sentido de prevenir ou retardar o aparecimento das complicações relacionadas a doença. Por este motivo, o maior desafio para os profissionais de saúde frente às pessoas com diabetes consiste em ensiná-las a como conviver e manejar a doença diante das situações que se apresentam no dia a dia. 42 Outrossim, significa educar para que as mudanças comportamentais aconteçam e se mantenham ao longo da maior parte da trajetória da doença e da vida (RAMOS, 2012). O envolvimento do idoso, do cuidador/família, da comunidade e dos profissionais de saúde torna-se imprescindível para a elaboração, a efetivação e a avaliação do plano de cuidados após a consultas e alta hospitalar (PAZ et al, 2006). Nesta direção, a Assistência Farmacêutica é parte integrante e essencial dos processos de atenção à saúde em todos os níveis de complexidade. No âmbito hospitalar e em outros serviços de saúde, dadas as características das ações desenvolvidas e dos perfis dos usuários atendidos, torna-se primordial que as atividades do serviço de farmácia sejam executadas de forma que garantam efetividade e segurança no processo de utilização dos medicamentos, otimizando resultados clínicos e econômicos. Ao longo dos anos, vários esforços têm sido realizados para promover o uso racional de medicamentos, diminuindo os custos e efeitos adversos decorrentes da utilização incorreta dos mesmos (GOMES et al, 2010). A qualidade e a quantidade do consumo de medicamentos estão sob ação direta da prescrição, que, por sua vez, sofre influências de alguns fatores como a oferta dos produtos pela indústria farmacêutica e a expectativa dos pacientes. Uma boa prescrição deve conter o mínimo de medicamentos possível, mínimos efeitos colaterais, inexistência de contraindicação, forma farmacêutica e posologia apropriada, além de menor tempo de tratamento possível (CARMO, 2003; GOMES et al, 2010). Estudos demonstraram uma diminuição significativa nos erros de medicação em instituições nas quais farmacêuticos realizam intervenções com a equipe clínica. Reforçam a ideia de que a intervenção farmacêutica pode reduzir o número de eventos adversos, aumentar a qualidade do atendimento e diminuir custos hospitalares (MORIEL et al, 2011). Viktil, Blix (2008) mostraram que efetivamente o farmacêutico clinico e capaz de identificar, resolver e prevenir problemas farmacoterapêuticos clinicamente significantes. 43 A presença do farmacêutico como um profissional capaz de conduzir o paciente em relação as terapias farmacológicas, realizando o acompanhamento farmacoterapêutico, estimula os pacientes a estarem familiarizados com seus próprios esquemas terapêuticos, tornando mais simples a compreensão da importância do uso correto do medicamento, aumentando a segurança, a adesão a terapia, a efetividade dos medicamentos e a eficiência dos tratamentos (CORRER, OTUKI, SOLER, 2011; MORIEL et al, 2011). O cuidado com o próximo é um compromisso de todo o profissional da área da saúde, e é nesta direção que o farmacêutico deve orientar e auxiliar na promoção garantias de que os pacientes que recebam seu acompanhamento, possam além de melhorar sua condição de saúde, tenham também uma ótima qualidade de vida. 44 OBJETIVOS __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 45 3. OBJETIVOS ___________________________________________________________________ 3.1. Objetivo Geral Caracterizar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida identificando os fatores intervenientes relacionados ao abandono do tratamento ou ao não cumprimento das orientações terapêuticas entre pacientes com idade igual ou superior a 60 anos com diagnostico de diabetes cadastrados nas Unidades de Saúde / Estratégias Saúde da Família do distrito DAGUA no município de Belém. 3.2. Objetivos Específicos Caracterizar o perfil sociodemografico dos pacientes idosos diabéticos em tratamento nas ESF; Identificar os portadores de diabetes nas unidades de saúde segundo hábitos de vida (atividade física, reeducação alimentar, consumo de bebida alcoólica) e dados relacionados à diabetes (comorbidades), uso de medicamentos antidiabéticos; Verificar o relacionamento com a equipe de saúde e a orientação no uso correto de medicamentos. Identificar a adesão o tratamento da diabetes por meio do Teste de Morisky e Green (TMG) e teste de Batalla (TB). Identificar a QV através do instrumento DQOL-Brasil. Associar se a falta de adesão ao tratamento prejudica a qualidade de vida. 46 CASUÍSTICA E MÉTODOS __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 47 4. CASUÍSTICA E MÉTODOS ___________________________________________________________________ 4.1. Desenho da pesquisa Estudo descritivo observacional de natureza transversal e analítica, que foi realizado por meio de entrevista com pacientes idosos de idade igual ou superior a 60 anos portadores de DM2, cadastrados nas Unidades de Saúde / Estratégia Saúde da Família do Distrito Administrativo do Guamá (DAGUA), no período de Novembro e Dezembro de 2015, com intuito de avaliar a adesão ao tratamento farmacológico e a Qualidade de Vida (QV). 4.2. Local do estudo O município de Belém (PA) é oficialmente dividido em 71 bairros, distribuídos por 08 Distritos Administrativos, a partir dos quais a Prefeitura de Belém destina as diretrizes do planejamento para a cidade em geral. Essa divisão está relacionada à incorporação histórica dos bairros à malha urbana de Belém, de acordo com a Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém – CODEM (BELÉM, 2010). O Distrito Administrativo do Guamá (DAGUA) engloba os seguintes bairros: Canudos, Cremação, Condor, Guamá, Terra Firme, onde estes estão entre os mais populosos da cidade. Uma parte significativa da população dessa área é de baixa renda, onde há diversas áreas de ocupação espontânea ou Aglomerados Subnormais (IBGE, 2010), principalmente ao longo das principais avenidas, como a Bernardo Sayão, Perimetral e Cipriano Santos, sendo acompanhada com a carência de saneamento básico (Tratamento de esgoto doméstico e água canalizada potável), culminando na frequência de doenças relacionados a transmissão pela água, assim como sendo uma área marcada pela violência e pobreza. Recentemente, a Prefeitura de Belém vem realizando intervenções na sua orla, modificando parcialmente a realidade desses bairros. 48 O 8º Distrito DAGUA tem área territorial de 14.403.233,12 m 2, totalizando uma população de 349.535 habitantes, sendo 166.985 homens e 182.550 mulheres, sendo em sua totalidade urbana (BELÉM, 2010). A investigação ocorrerá nas unidades de ESF componentes do Distrito DAGUA no município de Belém. Este distrito é composto por 06 unidades que são: Riacho Doce, Terra Firme, Combú, Radional II e Parque Amazônia I e II. Figura 03 - Distrito administrativo do Guamá (DAGUA) Fonte: GUSMÃO, 2014. 4.3. População e amostra A população em estudo é constituída por todos os pacientes idosos diabéticos que estão cadastrados e são atendidos pelas unidades da ESF, pacientes de ambos os sexos, com idade maior ou igual a 60 anos. O total de entrevistados que participaram deste estudo foi de 113 idosos. 49 4.4. Critério de inclusão Foram incluídos no estudo todos os pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, diabéticos, cadastrados e em atendimentos pelas unidades da ESF do distrito DAGUA. Os critérios para inclusão dos pacientes foram: Ser paciente com diagnóstico de diabético em seguimento em uma das 06 unidades de saúde do DÁGUA; Estar em uso de medicamentos antidiabéticos há pelo menos 06 meses; Ser capaz de compreender, verbalizar e responder às questões. Em caso de pessoas sem essas condições as informações foram coletadas a partir dos seus cuidadores. Concordar em participar do estudo, expresso mediante a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido, estando ciente da natureza da investigação e seus objetivos. 4.5. Critério de exclusão e perdas Foram excluídos do estudo pacientes que estavam cadastrados, mais que não seguiam as orientações nos atendimentos pelos profissionais das ESF. Não concordar com os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 4.6. Variáveis do estudo 4.6.1. Variável dependente Grau de adesão: pelo teste de Morisky e Green (TMG) e pelo teste de Batalla (TB). Qualidade de vida: Instrumento desenvolvido pelo grupo Control and Complications Trial (DCCT), denominado Diabetes Quality of Life Measure (DQOL). 50 4.6.2. Variável independente Condições sociodemográficas; Da equipe e do serviço de saúde; Terapias medicamentosas; Nível de conhecimento sobre a diabetes mellitus; Paciente. 4.7. Aspectos éticos A investigação foi desenvolvida respeitando-se todos os princípios éticos constantes da Resolução CNS n.º 466/12 (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2013) sobre pesquisa envolvendo seres humanos. O sigilo e a confidencialidade dos dados coletados foram assegurados. Este estudo foi aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém (SESMA) e pela Coordenação da ESF, bem como pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Pará por meio do Parecer nº 119233/2015 e CAAE 35557514.4.0000.0018 (Anexo A). 4.8. Procedimentos para a coleta de dados As informações foram obtidas por pessoal treinado, sendo os dados coletados através da análise de entrevista semiaberta estruturada (ANEXO B) nos meses de novembro e dezembro de 2015 através de visita domiciliar. Os entrevistados foram orientados quanto aos objetivos da pesquisa e, após a leitura e entendimento da mesma, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As variáveis relacionadas ao acesso aos medicamentos corresponderam a: aquisição do medicamento, possibilidade de comprar os medicamentos e dificuldade no uso dos medicamentos. Entre as características socioeconômicas e demográficas, 51 investigaram-se: sexo, faixa etária, anos de estudo, situação conjugal, situação de atividade remunerada ou não. Foi fornecido aos responsáveis pelas unidades um documento constando que o projeto da pesquisa foi aprovado pelo CONEP a fim de se obter acesso aos dados cadastrais dos idosos para que fosse realizada a entrevista para a produção do trabalho. 4.9. Grau de adesão pelo teste de Morisky e Green (TMG) e pelo teste de Batalla (TB) A adesão dos idosos diabéticos ao tratamento foi mensurada utilizando-se a escala de Morisky e Green (1986) e de Batalla-Martinez (1984). A teoria fundamental desta medida abrange que o uso inadequado de medicamentos que se dá em uma ou todas as formas seguintes: esquecimento, falta de cuidado, interromper o medicamento quando se sentir melhor ou interromper o medicamento quando se sentir pior. A escolha do TMG e do TB se fundamenta no fato de se ter disponível, em língua portuguesa, um instrumento de fácil medida, com número relativamente pequeno de questões compreensíveis, que proporcionam a verificação da atitude do paciente frente o uso de medicamentos. As pontuações das respostas no TMG são a seguinte, SIM = 0 e NÃO = 1. Se todas as respostas forem NÃO, a pontuação será 4 (quatro), e se todos forem SIM, será 0 (zero), para tentar vislumbrar a adesão ao uso do medicamento. Os estudos que utilizam o TMG possuem diferenças no critério de definição do grau de adesão: Pelo critério 1(um), definiu-se como “maior adesão” os que obtiverem 3 (três) ou 4 (quatro) pontos no TMG, e como “menor adesão” os que obtiverem de 0 (zero) a 2 (dois) pontos. Pelo critério 2 (dois), definiu-se como “maior adesão” os que obtiverem 4 pontos no TGM e como “menor adesão” os que obtiverem de 0 a 3 pontos. Neste estudo, foi utilizado o critério 2 (dois) do TMG para estudar as variáveis relacionadas à adesão ao tratamento. O TMG adaptado para a língua portuguesa contém as seguintes questões: 52 O senhor (a) às vezes tem problemas em se lembrar de tomar a sua medicação? O senhor (a) às vezes se descuida de tomar seu medicamento? Quando está se sentindo melhor, o senhor às vezes para de tomar seu medicamento? Quando se sente mal ao tomar a medicação, o senhor para de tomá-la? O idoso será considerado aderente ao responder “NÃO” para todas as perguntas. O TB tem como princípio a relação entre o conhecimento da hipertensão e a adesão ao tratamento, na qual pacientes com maior conhecimento possuem uma melhor adesão ao tratamento. Para este estudo foi feita a adaptação dos questionamentos para o conhecimento dos pacientes idosos sobre o diabetes. Esse teste consiste de três perguntas nas quais se classifica como aderente o paciente que consegue responder corretamente a todas as perguntas: A Diabetes é uma doença para toda vida? A diabetes pode ser controlada com dieta e/ou remédios? Cite dois ou mais órgãos afetados pelo aumento da glicose no sangue. Uma resposta errada classifica o paciente como não aderente. 4.10. Avaliação da Qualidade de Vida Foi utilizada a tradução de um instrumento desenvolvido pelo grupo Control and Complications Trial (DCCT), denominado Diabetes Quality of Life Measure (DQOL), o qual é útil para conhecer a realidade do paciente no momento em questão, além de avaliar mudanças após uma possível intervenção terapêutica (Correr et al, 2008). A tradução e validação foi feita por Correr et al. (2008), passando a ser chamado DQOL-Brasil. O instrumento possui 4 domínios (satisfação, impacto, preocupações sociais/vocacionais e preocupações relacionadas ao diabetes), porém para este estudo foram utilizados apenas 3 domínios, excluindo-se o de preocupações sociais/vocacionais. As respostas ao instrumento estão organizadas em uma escala 53 Likert de 5 pontos, na qual a satisfação está distribuída em uma escala de intensidade (1 - muito satisfeito a 5 - nada satisfeito), enquanto que as respostas dos domínios de impacto e preocupações estão em uma escala de frequência (1 = nunca a 5 = sempre). O cálculo dos escores pode ser realizado pela média simples dos valores dos itens individuais, ou seja, quanto mais próximo a 1 estiver o resultado, melhor a avaliação da QVRS. 4.11. Instrumento para coleta de dados Pré-teste do Formulário O pré-teste do formulário de entrevista foi realizado com 20 pacientes. O objetivo do pré-teste foi a verificação do entendimento do paciente em relação às perguntas e a clareza das perguntas elaboradas, à ordem de sequência e à duração da entrevista e demais dificuldades que pudessem ser encontradas pelos entrevistadores. Formulário O formulário semiestruturado continha questões abertas e fechadas, foram preenchidos através da entrevista direta com os usuários (tanto na unidade como em suas residências), durando em média 40 minutos, contendo informações sobre a identificação do paciente, variáveis socioeconômicas, relacionadas ao hábito de vida, às questões do TMG, TB, fatores relacionados à equipe da ESF e ao serviço de saúde, medicamentos utilizados, situação de saúde e fatores relacionados ao paciente. (PALOTA, 2010; MORISKY, GREEN, LEVINE, 1986; STRELEC, PIERIN, MION, 2003). O instrumento para a coleta de dados (Anexo B). 4.12. Organização dos dados As informações coletadas foram organizadas e digitadas em tabelas para um banco de dados criado no software Microsoft Excel® 2010. 54 4.13. Análise estatística Os dados, processados em banco de dados criado no software Microsoft Office Excel®, foram copiados para o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows® versão 20.0. A estatística descritiva foi realizada para obtenção das frequências absoluta e relativa das variáveis categóricas analisadas, bem como das medidas de tendência central e de variabilidade das variáveis quantitativas. Para quantificar a relação entre os domínios do DQOL-Brasil, foi realizada a Análise de Correlação de Spearman. Na análise bivariada, verificou-se a associação entre cada uma das variáveis categóricas independentes e com as variáveis dependentes que medem o “nível de adesão”, usando o teste Qui-quadrado (χ2) e suas alternativas. Também se comparou as medidas das variáveis quantitativas independentes com a variável dependente a partir da análise do teste t-student e da Análise de Variância (ANOVA). Adotou-se o nível de significância de 5% (α = 0.05) em todas as análises estatísticas. 55 RESULTADOS E DISCUSSÃO __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 56 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO No censo feito pelo IBGE em 2010, o munícipio de Belém, era composto por 1.393.399 habitantes, possuindo um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios do norte brasileiro e contendo 168 estabelecimentos de saúde do SUS (IBGE, 2010). Porém, ainda são muitos os problemas relacionados à saúde: nem toda população consegue ter acesso rápido aos atendimentos pela equipe multiprofissional, ocorre dificuldade na aquisição dos medicamentos e quando necessário há poucos leitos. A produção de estudos e pesquisas voltados para essa problemática é de extrema necessidade. O presente estudo é um trabalho pioneiro na região metropolitana de Belém, no que diz respeito a avaliação dos idosos diabéticos cadastrados nas estratégias de saúde da família. Houveram alguns contratempos na coleta, como a disponibilidade dos idosos em participar da pesquisa e o deslocamento até a residência de cada idoso. Os dados foram coletados em 05 das 06 ESF do distrito DAGUA, ficando fora somente a estratégia da ilha do Combú, devido ao fato dessa estratégia ter um número muito pequeno de idosos diabéticos (14) e por somente ter acesso de barco as residências dos mesmos. Em todas as ESF um dia da semana é destinado ao programa HIPERDIA, com a apresentação de palestras e esclarecimento de dúvidas dos pacientes. Entretanto poucos ou nenhum dos idosos compareciam nas unidades neste dia. Situação considerada preocupante, pois os idosos se limitam a somente comparecer as consultas, que aconteciam geralmente a cada 02 ou 03 meses. Essa programação das unidades é uma forma de acompanhamento do tratamento dos idosos. 57 5.1. Caracterização dos portadores de Diabetes Mellitus segundo as variáveis sociodemográficas O estudo foi composto de 113 idosos com 51,3% na faixa etária de 61 à 70 anos idade, em sua maioria mulheres (66,4%), casados (51,3%) e aposentados (71,7%) (Tabela 01). A prevalência do diabetes no Brasil apresenta percentuais iguais para ambos os sexos (MALERBI, FRANCO, 1992). Porém, nos estudos de Viegas Pereira (2006) e de Tavares (2007), foi encontrada predominância do sexo feminino em idosos diabéticos, semelhante aos resultados obtidos no presente estudo. Assim como na pesquisa de Borba et al (2013), em Pernambuco, que também avaliou a adesão à terapêutica medicamentosa de idosos diabéticos, 73,8% da amostra foi composta por mulheres. A maior frequência de mulheres diabéticas pode ser justificada geralmente por que este gênero tem maior atenção com o surgimento de problemas de saúde, mais consciência de seus sintomas e fazem uso mais constante dos serviços de saúde do que os homens. Alguns fatores buscam explicar a diferença entre os sexos a favor das mulheres tais como: a proteção cardiovascular dada pelo estrógeno, maiores taxas de mortalidade por causas externa entre os homens, menor consumo de tabaco e álcool entre elas (SANTOS et al, 2010; BORBA et al, 2013). No que se refere ao nível de escolaridade 46,9% estudaram até o ensino fundamental I e, apenas 11,5% possuem ensino médio completo. Destaca-se que os analfabetos representaram 9,7% (Tabela 01). O baixo índice de escolaridade corrobora com os resultados encontrados na literatura (CARVALHO et al, 2012, ROSENDO, 2012; BORBA et al, 2013; RAMOS et al, 2015). O Ministério da Saúde realizou um levantamento em 26 capitais e no Distrito Federal, o qual demostrou que o diabetes é morbidade mais comum em pessoas que estudam menos: 3,7% dos brasileiros que têm mais de 12 anos de estudo declaram ser diabéticos, enquanto 7,5% dos que têm até oito anos de escolaridade dizem ter a doença. O diagnóstico da doença também aumenta conforme a idade da população, já que o diabetes chega a atingir 21,6% dos idosos (maiores de 65 anos) e apenas 0,6% das pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). 58 Tabela 01: Caraterização de idosos diabéticos quanto às variáveis socioeconômicas, de hábitos de saúde e problemas. Variáveis Categorias fa % Sexo Feminino Masculino 61 a 70 anos > 70 anos Branco Indígena Pardo Negro 75 38 58 55 43 8 44 18 66.4 33.6 51.3 48.7 38.1 7.1 38.9 15.9 Solteiro Casado Divorciado Viúvo Analfabeto Até ensino fundamental I Até ensino fundamental II Ensino médio e superior 16 58 7 32 11 53 36 13 14.2 51.3 6.2 28.3 9.7 46.9 31.9 11.5 Ocupação Autônomo/trabalhador Desempregado Do lar Aposentado/pensionista/benefício 17 3 12 81 15.0 2.7 10.6 71.7 Acesso de medicamentos Posto Comunitária Ambos Sim Não Sim Não Às vezes 31 59 23 83 30 19 78 16 27.4 52.2 20.4 73.5 26.5 16.8 69.0 14.2 Sim Não Às vezes Usa Já usou Nunca usou Sim Não Sim 54 18 41 14 49 50 77 36 44 47.8 15.9 36.3 12.4 43.4 44.2 68.1 31.9 38.9 Não Sim Não 69 43 70 61.1 38.1 61.9 Total 113 100.0 Faixa etária Grupo étnico Estado civil Escolaridade Condições para a compra Atividade física Controle da dieta Uso de Álcool Hipertensão arterial sistêmica Problemas reumatológicos Artrite Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. Fonte: Pesquisa de campo (2015). 59 Com relação ao local de aquisição dos medicamentos houve predominância na retirada dos medicamentos nas redes de farmácias comunitárias (52,2%) credenciadas para dispensação de medicamentos gratuitos de uso continuo do Programa Aqui Tem Farmácia Popular do Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) destacando que 20,3% dos idosos retiram seus medicamentos tanto no posto de saúde como na farmácia comunitária. Em adição 73,4% dos idosos informaram que tem condições de comprar os seus medicamentos, na impossibilidade de receber gratuitamente, mesmo com a baixa renda familiar mensal, já que a maioria dos idosos relatou ser aposentado (Tabela 01). Sabe-se que o acesso ao local de retirada dos medicamentos é um fator importante para adesão, o contratempo em adquirir os medicamentos nos postos de saúde foi relatada por grande parcela dos entrevistados. A falta de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde foi o principal motivo identificado para esta dificuldade, sendo a justificativa para que a aquisição dos medicamentos (dispensados gratuitamente) tenha sido em maior frequência nas farmácias comunitárias. Este achado discorda com o que foi encontrado por Lima-Costa et al (2003), na avaliação de idosos residentes no município de Bambuí (MG) e na pesquisa realizada por Borba et al (2013) em que 47,6% dos idosos diabéticos atendidos pelo SUS em Pernambuco faziam aquisição dos medicamentos nos postos de saúde. No estudo de Carvalho et al (2012), que avaliou a adesão de pacientes cadastrados no programa HIPERDIA no município de Teresina (PI), utilizando os Teste de Batalla e Morisk-Green, foi observado que a maioria dos entrevistados desconhecia a maneira correta de usar os medicamentos, 223 (55,75%) não sabiam o nome do medicamento usado, 291 (72,75%) a dose administrada, 26 (6,5%) o intervalo e 293 (73,25%) não sabiam dizer até quando iriam tomá-los. Este desconhecimento dos efeitos adversos dos medicamentos se reflete em problemas no tratamento das doenças que vão desde falhas terapêuticas até ao abandono do uso dos medicamentos, devido às dificuldades encontradas e pela assintomatologia e cronicidade das doenças. Os efeitos colaterais dos medicamentos reduzem em sete vezes as chances dos usuários aderirem ao tratamento (CINTRA et al, 2010). O farmacêutico tem papel fundamental na elaboração de estratégias que auxiliem o paciente no entendimento da terapêutica recomendada para sua 60 patologia, o profissional deve estar atento às dificuldades que o idoso pode ter para entender e seguir as orientações fornecidas para o controle glicêmico. A não disponibilidade da assistência farmacêutica completa, isto é, não ter acesso ou têm de forma limitada, influencia na subutilização dos medicamentos prescritos entre os idosos. Este fato é ainda mais agravante nesta faixa etária, já que com o envelhecimento aumenta a prevalência de doenças crônicas e as necessidades por cuidados de saúde, entre elas o consumo de fármacos (BORBA et al, 2013). Quanto ao fato de fazer dieta observou-se que 47,7% dos idosos diabéticos informaram ter mudado seus hábitos alimentares com a intenção de reduzir seus níveis glicêmicos junto ao tratamento medicamentoso. Em relação ao uso de bebida alcoólica 44,2% relataram que não fazem uso e que nunca beberam e somente 12,4% mesmo sabendo que não é recomendado a ingestão fazem o uso de bebida alcoólica. No que se refere a mudança no estilo de vida 69% dos idosos declararam ser sedentários (não praticam nenhuma atividade física) e 31% praticam ou fazem algumas vezes. Esses dados corroboram com os que foram encontrados por Rosendo et al (2012) na Paraíba com pacientes diabéticos atendidos no PSF, em se tratando da prática de alguma atividade física 44% dos pacientes relataram fazer caminhada, enquanto 56% não realizam nenhum tipo de atividade física diária ou regular para favorecer o seu estado geral de saúde (Tabela 01). Dalcegio et al (2009), encontraram também alguns dados semelhantes em sua pesquisa com pacientes diabéticos atendidos nos ambulatórios do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), em Florianópolis (SC), quanto aos hábitos de vida, onde 38,9% relataram realizar atividade física regularmente, 50% realizam dieta com restrição de carboidratos, 27,8% faziam uso atual de álcool e 11,1% eram fumantes no período da pesquisa. A tomada de consciência sobre mudar o estilo de vida é um fator importante para a melhoria na condição de saúde do paciente, uma vez que ao dispor de uma DCNT o paciente deve se adequar a essa situação para ter uma melhor QVRS, o que não foi observado nos idosos nesse estudo. Com relação à análise da presença de doenças associadas, 87,6% relataram ter pelo menos 02 comorbidades, na qual a mais citada foi a HAS presente em 68,1%, seguido de problemas reumatológicos (38,9%) e artrite (38%) (Tabela 01). No Brasil a literatura indica a presença de pelo menos uma condição clínica crônica 61 associada em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (LIMA-COSTA et al, 2003; DALCEGIO et al, 2009; CINTRA et al, 2010; RAMOS et al, 2015). Faria et al. (2013) em seu estudo realizado na região sudeste do Brasil, que avaliou fatores associados à adesão ao tratamento de pacientes com diabetes mellitus, encontrou resultados similares, onde as principais comorbidades identificadas foram: hipertensão arterial (81,3%) e dislipidemia (32,4%) e as complicações crônicas: retinopatia (37,8%) e cardiopatia (20,3%). De forma semelhante, a maioria dos idosos deste estudo revelaram a presença de pelo menos uma condição clínica associada, além da diabetes. A alta proporção da HAS era esperada, tendo em vista que esta patologia crônica é comum nas faixas etárias mais elevadas. A hipertensão, na maioria das pessoas idosas é assintomática, tornando a mensuração da pressão arterial imprescindível para o correto diagnóstico. Os sintomas que levam à suspeita de um paciente comprometido são dificuldade na respiração após qualquer esforço e predisposição a angina pelo esforço, palpitação e dor de cabeça. Após os 40 anos é importante fazer exames periodicamente, pois as comorbidades na terceira idade são geradas pela má qualidade nos hábitos de vida na fase jovem e adulta. (IBGE, 2000; LESSA, 2004; PINELLI et al, 2005; TEIXEIRA, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2007; MORIGUCHI, 2008). No que diz respeito ao consumo de medicamentos 54,8% dos idosos fazem uso de 2 a 3 medicamentos, nos quais os mais prevalentes foram o cloridato de metformina (59,3%) e a glibenclamida (57,5%) (Tabela 02). Todos os idosos entrevistados informaram utilizar pelo menos um medicamento e, por apresentarem outras patologias acabam por fazer uso de um número maior. Cintra et al (2010), encontrou em sua pesquisa desenvolvida no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/SP), um total de medicamentos em uso contínuo pelos entrevistados com variação entre 01 e 12, com média de 4,5 (± 2,4; mediana: 4,0) medicamentos por idoso. Grande parte dos entrevistados (70,3%) referiu utilizálos sem auxílio ou supervisão. De forma equilibrada, 16,4% e 13,3% dos idosos informaram que o uso de medicamentos era feito sob supervisão ou administrado por outra pessoa, respectivamente. A quantidade diária de medicamentos a ser consumida pode originar erros na sua administração, particularmente entre os idosos, em função da utilização de vários comprimidos ao dia em horários distintos podendo ser dificultado pelo 62 esquecimento, trabalho e déficit cognitivo (DONNA, 2002). Cuentro (2013) em seu trabalho, avaliou a utilização e segurança de medicamentos em pacientes idosos internados em hospital universitário, observou que ocorreu maior frequência da polifarmácia quanto ao maior número de diagnósticos (51,2%) e ao maior tempo de internação (54,1%). O desfecho clínico desses pacientes idosos, foi que 16,3% com presença de polifarmácia evoluíram a óbito. Isto remete à necessidade de orientação profissional de forma diferenciada aos idosos, especialmente na prescrição das orientações terapêuticas (TEIXEIRA, 2005; MARTÍNEZ, 2008). Segundo as diretrizes da SBD (2015), as principais sociedades científicas internacionais (Associação Americana de Diabetes [ADA] e European Association for the Study of Diabetes [EASD]) não estabelecem metas glicêmicas específicas para a população idosa, entretanto a maioria dos autores recomenda a individualização do tratamento, levando-se em consideração diferentes fatores, como presença ou não de comorbidades que limitam a qualidade e/ou quantidade de potenciais anos de vida e idade muito avançada, na qual o tempo de hiperglicemia não seria suficiente para desenvolver as complicações crônicas do diabetes. Limitações econômicas, sociais ou familiares podem inviabilizar esquemas terapêuticos complexos necessários para o controle glicêmico ideal. Como tratamento inicial as sociedades cientificas recomendam a metformina associada a mudanças nos hábitos de vida (dieta e atividades físicas com redução do peso) como primeira medida a se utilizar no tratamento do diabetes. 63 Tabela 02: Frequência de medicamentos para controle de diabetes mellitus e de hipertensão arterial dos idosos diabéticos. Medicamentos Insulina Sim Não Glibenclamida Sim Não Metformina Sim Não Outros medicamentos para diabetes* Sim Não Anlodipino Sim Não Aradois Sim Não Atenolol Sim Não Captopril Sim Não Losartana Sim Não Nifendipino Sim Não Outros medicamentos sobre hipertensão Sim Não Total fa % 10 103 8.8 91.2 65 48 57.5 42.5 67 46 59.3 40.7 3 110 2.7 97.3 4 109 3.5 96.5 1 112 0.9 99.1 4 109 3.5 96.5 14 99 12.4 87.6 34 79 30.1 69.9 2 111 1.8 98.2 8 105 113 7.1 92.9 100.0 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. *Medicamentos éticos que não atendidos pelo programa Aqui tem Farmácia Popular Fonte: Pesquisa de campo (2015). As análises dos dados obtidos acerca da avaliação dos pacientes quanto a equipe de profissionais da saúde, são muito relevantes no que tange a uma alta porcentagem (91,1%) dos pacientes que sempre confiavam nos médicos e (94,7%) nos profissionais da equipe do ESF (Tabela 03). É possível verificar nos dados a satisfação dos pacientes com os serviços de saúde das unidades, o que pode ter relação direta com o cumprimento das recomendações de todos os profissionais 64 estarem envolvidos com a terapêutica do paciente. Contudo faz-se necessário ampliar a disponibilidade e a qualidade do atendimento relacionados aos serviços de saúde devido aumento na demanda, bem como, oportunizar ações educativas e promocionais de saúde em consonância com as potencialidades e necessidades do idoso (TAVARES, 2011). Tabela 03: Características dos idosos diabéticos segundo relacionamento com a equipe de saúde e orientação no uso correto do medicamento. Características Fa Confia no médico Sim 103 Não 7 Às vezes 3 Confia na equipe de saúde Sim 107 Não 1 Às vezes 5 Entende as explicações sobre a doença Sim 77 Não 21 Às vezes 15 Esclarece suas dúvidas sobre a doença Sim 80 Não 18 Às vezes 15 Orientação do Médico sobre uso de medicamentos Sim 105 Não 8 Orientação do Enfermeiro sobre uso de medicamentos Sim 24 Não 89 Orientação do Farmacêutico sobre uso de medicamentos Sim 33 Não 80 Orientação do ACS sobre uso de medicamentos Sim 10 Não 103 Dificuldade em medir a glicemia Sim 54 Não 18 Às vezes 41 Satisfação no atendimento da equipe Sim 76 Não 15 Às vezes 22 Total 113 % 91.1 6.2 2.7 94.7 0.9 4.4 68.1 18.6 13.3 70.8 15.9 13.3 92.9 7.1 21.2 78.8 29.2 70.8 8.8 91.2 47.8 15.9 36.3 67.2 13.3 19.5 100.0 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. Fonte: Pesquisa de campo (2015). 65 Em relação à opinião do idoso quanto aos esclarecimentos sobre sua doença durante o atendimento nas unidades de saúde e o entendimento das explicações sobre o que é o Diabetes, 68,1% dos idosos informaram ter compreendido as explicações que foram dadas durante as consultas (Tabela 03). Observa-se que 70,8% dos pacientes relataram sempre solicitar esclarecimento quando apresentam alguma dúvida em relação às explicações sobre o diabetes feita pelos profissionais da equipe de saúde e 15,9% informaram que não gostam de perguntar quando não entendem as explicações. Houve destaque para o médico como profissional citado como orientador do tratamento para diabetes em todas as respostas, sendo informando por 29,2% dos pacientes que os farmacêuticos, também, fazem orientação. O desenvolvimento de programas de Atenção Farmacêutica (Segmento Farmacêutico) para pacientes com DM tem se destacado como uma estratégia no cuidado ao diabético. Estes cuidados conduzem a uma redução da glicemia e da pressão sanguínea, evidenciando que o envolvimento do farmacêutico contribui, também, para a melhoria nos níveis de hemoglobina glicada, além de auxiliar na redução do risco de aparecimento de comorbidades associadas (SANTOS et al, 2010). 66 5.2. Caracterização dos portadores de diabetes segundo a adesão associado as variáveis sociodemográficas Os resultados obtidos nos TMG e TB não condizem com os altos percentuais encontrados nos questionamentos sobre seguir as recomendações dos profissionais de saúde e sobre o esclarecimento das explicações e dúvidas da doença e da terapêutica, obtidos nos fatores relacionados aos serviços de saúde e aos profissionais. A Tabela 04 apresenta os resultados da análise do nível de adesão ao tratamento medicamentoso observado no TMG e no TB para os idosos diabéticos entrevistados, onde foi observado que a maioria dos idosos (85,5%) não apresentam adesão ao tratamento, sendo que o maior índice de não adesão foi demostrando quando aplicado o TB (83,2%). A literatura acerca do uso de medicamentos na população idosa aponta muitos elementos, em especial os efeitos colaterais, que influenciam a não adesão ao tratamento medicamentoso, revelando o medo de apresentar problemas causados pelas medicações como um dos pontos para o não cumprimento da prescrição médica (TEXEIRA,1988; FIRMO, 2004; VASCONCELOS, 2005). Ramos et al (2015), utilizou em sua pesquisa o TMG para avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso com idosos cadastrados no Programa HIPERDIA no município de Caxias (MA), o acesso aos idosos cadastrados se deu através das equipes que compõem a ESF. Os resultados apontaram que 67,3% dos pacientes do estudo foram classificados como não aderentes ao tratamento medicamentoso. Em uma pesquisa realizada por Rocha et al (2008), com 466 idosos no Município de Porto Alegre (RS) foi encontrado que 62,9% dos idosos da comunidade eram não aderentes ao tratamento da HAS. Em uma revisão sistemática da literatura realizada por Henriques (2006) sobre o tema, foi evidenciado média de 50% de adesão entre idosos, variando de acordo com o método de avaliação e definição de adesão. Outras razões que influenciam a não adesão é a falta de informações sobre a terapêutica, o alto custo dos medicamentos e o número elevado do uso de medicamentos (polifarmácia), além das características socioeconômicas (CINTRA, 2010). Borba et al (2013), em seu trabalho ao investigar a adesão à terapêutica medicamentosa em idosos diabéticos, utilizando como instrumento o Teste de 67 Batalla, encontrou 93,7% que referiram utilizar regularmente o medicamento prescrito para o controle do diabetes. No entanto, apenas 52,4% dos entrevistados puderam ser considerados aderentes segundo o conhecimento sobre o diabetes. Tabela 04: Nível de adesão ao tratamento medicamentoso observado no teste Morisky e Green e no teste de Batalla em idosos diabéticos. Nível de adesão fa % Não aderente 77 68.1 Aderente 36 31.9 Não aderente 94 83.2 Aderente 19 16.8 113 100.0 Teste Morisky e Green Teste de Batalla Total Fonte: Pesquisa de campo (2015). A Tabela 05 revela a análise individual das 04 (quatro) perguntas que compõem o TMG, demostrando assim, que os pacientes apresentam comportamentos diferentes de adesão e não adesão ao tratamento medicamentoso antidiabético de acordo com o tipo de pergunta respondida. A partir dos critérios de avaliação da adesão que foram adotados neste trabalho, observou-se que 36 idosos (Tabela 04) responderam “NÃO” para todas as perguntas do TMG, fazendo um total de 31,9% de idosos aderentes a farmacoterapia para DM. Dalcegio et al (2009) ao investigar a adesão aos antidiabéticos orais, encontrou que metade dos pacientes (50%) apresentou adesão adequada aos medicamentos antidiabéticos orais. Nos estudos de Tretin et al (2009), com idosos diabéticos, 98 responderam ao questionário de adesão de Morisky, da população estudada, 28,6% eram aderentes e 71,4% não aderentes. Faria et al, (2013) utilizou questionário, por meio de escala ordinal para quantificar os pacientes como aderentes ou não. Os resultados obtidos mostraram que 357 (84,4%) pacientes apresentaram adesão ao tratamento medicamentoso. A partir de dados encontrados na literatura, é possível observar que ocorre uma grande variação nos percentuais de indivíduos (não obrigatoriamente idosos) aderentes ou não a terapia medicamentosa para o diabetes, essa variação pode estar associada ao instrumento de avaliação utilizado, entre outros fatores particulares em cada pesquisa. 68 O não cumprimento das orientações terapêuticas pode, em alguns casos, estar associado à manifestação de reações indesejáveis, que nem sempre são compreendidas pelo paciente. Nesta pesquisa destaca-se que a 69,9% dos idosos relatou não deixar de fazer uso do medicamento quando se sentem mal, somente quando recebem orientação médica, e nem quando se sentem bem. Tabela 05: Questionamentos sobre a adesão ao tratamento medicamentoso pelo teste Morisky e Green em idosos diabéticos. Sim Questionamento (às vezes) Não Total Esquece de usar os remédios Fa 54 % 47.8 fa 59 % 52.2 Fa 113 % 100.0 Descuida-se com horários dos remédios 45 39.8 68 60.2 113 100.0 Deixa de tomar remédios quando se sente bem 34 30.1 79 69.9 113 100.0 Deixa de tomar remédios quando se sente mal 34 30.1 79 69.9 113 100.0 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. Fonte: Pesquisa de campo (2015). Para a pergunta “deixar de tomar o remédio por se sentir mal” foi um dos principais motivo da resposta “NÃO” (indicador de adesão) seguida da pergunta “deixar de tomar o remédio por se sentir bem”, conforme preconizado pelo TMG, sendo as duas relacionadas com o maior número de indivíduos diabéticos controlados, demonstra uma atitude em relação a uma tomada de decisão quanto a terapêutica utilizada pelo idoso (Tabela 05). Observa-se também que a maioria dos idosos afirmou ter cuidado extremo com o horário e a forma de tomar os medicamentos (60,2%) (Tabela 05). Esta informação é semelhante com outras investigações em população idosa (BERTI,1999; WERLANG, 2001; TEIXEIRA, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2013) e em adultos não necessariamente idosos (MOREIRA, 2004; GUEDES, 2005;) conforme literatura, a adesão pode variar de 14 a 94,7%, dependendo do método de detecção utilizado, das faixas etárias analisadas e das patologias pesquisadas. Assim, como neste em outros trabalhos não foi evidenciado diferença significativa entre o sexo e a adesão. Em adição, estudo que avalia o grau de cumprimento da prescrição médica em idosos, considerando os motivos e características biossociais, somente 8,4% da amostra cumpriam totalmente o tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2007). 69 Na Tabela 06 pode ser observado que a maioria (61.1%) dos idosos não sabe definir o que é o diabetes e, 32.7% se limitaram em responder que sabem apenas que se trata de haver “muito açúcar no sangue”, mas não sabendo quais as causas desse excesso de glicose. Mesmo já tendo recebido explicações pelos profissionais de saúde sobre o que é a doença, suas complicações, cuidados necessários e tratamento, 15.9% dos idosos responderam que o diabetes não é uma doença para vida toda, mas a maioria 84.1% estão conscientes de que a doença ainda não possui cura. Observa-se, também, que 63.7% não souberam informar pelo menos dois órgãos que podem ser afetados em decorrência de agravos da doença. Os 41 idosos que responderam, mencionando um ou dois órgãos prejudicados, deixaram transparecer que a informação passada se dava pelo fato de já terem apresentado ou por estar em tratamento de alguma patologia em um dos órgãos citados. É importante ressaltar que 98.2% dos idosos estão conscientes de que a doença pode ser controlada através de uma dieta adequado e o uso correto dos medicamentos (Tabela 06). Tabela 06: Questionamentos sobre a adesão ao tratamento medicamentoso pelo teste de Batalla em idosos diabéticos. Questionamentos Definição de Diabetes Açúcar no sangue Doença perigosa Doença hereditária Não sabe Doença para o restante da vida Sabe Não sabe Controle da doença por dieta/medicamento Sabe Não sabe Sabe ao menos 2 órgãos afetados por descontrole da doença Sabe Não sabe Total fa % 37 5 2 69 32.7 4.4 1.8 61.1 95 18 84.1 15.9 111 2 98.2 1.8 41 72 113 36.3 63.7 100.0 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. Fonte: Pesquisa de campo (2015). 70 Nesta investigação não foi encontrada associação entre o uso incorreto dos medicamentos e as variáveis: idade, sexo, estado civil. Entretanto, foi observado forte associação entre a não adesão e a baixa escolaridade e o arranjo familiar: "mora sozinho". A participação da família ou do cuidador se mostra importante para o cumprimento da terapêutica pelos idosos, uma vez que, com o avançar da idade eles tendem a se tornar mais dependentes devido aos déficits cognitivo e fisiológico, característicos dessa fase da vida (TEXEIRA, 1988; BERNSTEIN, 1989; FIRMO, 2004; VASCONCELOS, 2005). Verificou-se que, quanto maior a escolaridade a influencia na adesão ocorre de forma positiva, o que condiz com o encontrado na literatura (MARDBY, 2007). A Tabela 07 relacionam os níveis de adesão com todas as variáveis categóricas avaliadas neste estudo. No TMG houve uma variável (acesso aos medicamentos) que foi significativa (p<0.05). Encontrando-se uma maior frequência de acesso ao medicamento em farmácias comunitária pelos idosos que apresentaram adesão (69.4%) em relação aos não aderentes (44.2%). Observando no TB, houve duas variáveis significativas (p<0.05): Faixa etária e Escolaridade. Nos pacientes não aderentes ocorreu uma maior frequência de idosos (54.3%) e, houve maior frequência nas categorias de mais escolarizados nos indivíduos aderentes (31.6% com ensino médio ou superior). Quando relacionado os níveis de adesão com as variáveis que avaliaram a saúde dos idosos (Tabela 08), ao correlacionar o TMG com a pratica de atividade física, os idosos classificados como não aderentes apresentaram uma maior frequência em realizar as atividades (20.8%) em contrapartida aos que são aderentes (8.3%) (p<0.05). Não ocorreu diferença significativa na associação do TB com as variáveis de saúde do idoso. 71 Tabela 07: Nível de adesão ao tratamento medicamentoso medido pelo Teste de Morisky e Green e pelo Teste de Batalla de acordo com variáveis categóricas dos idosos diabéticos (Continua) Variáveis Sexo Feminino Masculino Nível de adesão ao tratamento pelo Teste de Morisky e Green Não aderente Aderente fa % fa % 51 26 66.2 33.8 24 12 66.7 33.3 Faixa etária 61 a 70 anos > 70 anos 38 39 49.4 50.6 20 16 55.6 44.4 Estado civil Solteiro Casado Divorciado Viúvo 11 42 5 19 14.3 54.5 6.5 24.7 5 16 2 13 13.9 44.4 5.6 36.1 Escolaridade Analfabeto Até ensino fundamental I Até ensino fundamental II Ensino médio e superior 7 37 23 10 9.1 48.1 29.9 13.0 4 16 13 3 11.1 44.4 36.1 8.3 Acesso de medicamentos Posto Comunitária Ambos 25 34 18 32.5 44.2 23.4 6 25 5 16.7 69.4 13.9 Condições para a compra Sim Não 54 23 70.1 29.9 29 7 80.6 19.4 Total 77 100.0 36 100.0 p 0.964 Nível de adesão ao tratamento pelo Teste de Batalla Não aderente Aderente Fa % Fa % 60 34 63.8 36.2 15 4 78.9 21.1 43 51 45.7 54.3 15 4 78.9 21.1 14 49 4 27 14.9 52.1 4.3 28.7 2 9 3 5 10.5 47.4 15.8 26.3 11 47 29 7 11.7 50.0 30.9 7.4 0 6 7 6 0.0 31.6 36.8 31.6 27 49 18 28.7 52.1 19.1 4 10 5 21.1 52.6 26.3 69 25 73.4 26.6 14 5 73.7 26.3 94 100.0 19 100.0 0.539 0.008 0.646 0.295 0.818 0.009 0.042 0.691 0.242 ------- 0.980 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. p=probabilidade calculada pelo teste Qui-quadrado. Fonte: Pesquisa de campo (2015). p 0.203 ------- 72 Tabela 08: Nível de adesão ao tratamento medicamentoso medido pelo Teste de Morisky e Green e pelo Teste de Batalla de acordo com variáveis de saúde dos idosos diabéticos (Final). Variáveis Atividade física Sim Não Às vezes Nível de adesão ao tratamento pelo Teste de Morisky e Green Não aderente Aderente Fa % fa % 16 54 7 20.8 70.1 9.1 3 24 9 8.3 66.7 25.0 Controle da dieta Sim Não Às vezes 37 12 28 48.1 15.6 36.4 17 6 13 47.2 16.7 36.1 Hipertensão arterial sistêmica Sim Não 52 25 67.5 32.5 25 11 69.4 30.6 Problemas reumatológicos Sim Não 26 51 33.8 66.2 18 18 50.0 50.0 Artrite Sim Não 26 51 33.8 66.2 17 19 47.2 52.8 Total 77 100.0 36 100.0 p 0.035 Nível de adesão ao tratamento pelo Teste de Batalla Não aderente Aderente fa % fa % 14 67 13 14.9 71.3 13.8 5 11 3 26.3 57.9 15.8 42 16 36 44.7 17.0 38.3 12 2 5 63.2 10.5 26.3 61 33 64.9 35.1 16 3 84.2 15.8 38 56 40.4 59.6 6 13 31.6 68.4 37 57 39.4 60.6 6 13 31.6 68.4 94 100.0 19 100.0 0.989 0.337 0.839 0.099 0.099 0.471 0.170 ------- 0.524 Legenda: fa = frequência absoluta. % = frequência relativa em percentual. p=probabilidade calculada pelo teste Qui-quadrado. Fonte: Pesquisa de campo (2015). p 0.432 ------- 73 5.3. Caracterização dos portadores de DM fatores relacionados à QV Ao ser comparada as médias dos dados entre cada variável sociodemográfica, por exemplo, o escore do DQOL entre o sexo feminino (2.73) e o masculino (2.87), observou-se que nenhuma das variáveis analisadas apresentou significância estatística, ou seja, diferença entre variáveis distintas (Tabela 09). Porém pesquisadores têm demostrado que a QV quando relacionada ao sexo, é melhor entre os homens diabéticos do que entre as mulheres com diabetes (WANDELL, 2005). No estudo de Frota et al (2015), que avaliou fatores relacionados à qualidade de vida de pacientes diabéticos, em uma unidade de Atenção Primária a Saúde no município de Fortaleza (CE), utilizando o mesmo instrumento de pesquisa (DQOLBrasil) também encontrou que os homens possuem melhor qualidade de vida (72,8+2,8), do que as mulheres (64,9+1,8), houve diferença significativa na pontuação da escala total e domínio satisfação. A literatura relata que os homens são mais satisfeitos com o regime de tratamento da doença, a sobrecarga da patologia é menor, faltam menos ao trabalho e frequentam mais as atividades de lazer, quando comparados as mulheres. Estes resultados, sobre a vantagem dos homens diabéticos em relação às mulheres diabéticas na QVRS reforçam a necessidade de controle por sexo em pesquisas sobre o tema (RUBIN, PEYROT, 1999, WANDELL, 2005; MIRANZI et al,2008). Campolina et al (2011), avaliou em sua pesquisa o impacto das doenças crônicas na qualidade de vida de idosos de uma comunidade em São Paulo, utilizando como instrumento de pesquisa um questionário de 36 questões (SF-36), encontrou quase 50% dos homens que referiram um estado de saúde muito ou um pouco melhor, número que não chegou a 15% no grupo das mulheres. Quando avaliada a média do DQOL em relação ao nível de escolaridade é possível observar que os idosos analfabetos apresentaram maior escore (2.89), seguido dos idosos com até o ensino fundamental I (2.81). Estes resultados corroboram com os dados obtidos no estudo de Frota et al.(2015) que também encontrou, em relação à escolaridade, evidências que apontam que os analfabetos apresentam melhor qualidade de vida (72,5+2,7). Leite et al (2015), em sua pesquisa que avaliaram o impacto do diabetes mellitus na qualidade de vida de idosos, atendidos em 11 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBASF) localizadas na zona urbana do município de Cajazeiras 74 (PB), observou em relação a escolaridade, que os resultados revelaram que 60,3% dos entrevistados possuem apenas o ensino fundamental. A pesquisa mostrou ainda uma taxa considerável de analfabetismo (32,4%), e que estes idosos apresentaram boa QVRS. Estes resultados são determinantes para o sucesso da abordagem preventiva do diabetes neste público, pois a baixa escolaridade pode dificultar o acesso a informações, trazer menos chances de aprendizado sobre o autocuidado, além de dificuldades no entendimento das condutas terapêuticas (MIRANZI et al,2008). Todos estes achados discordaram de outros estudos encontrados na literatura que relatam que a QV do diabético é associada significativamente com a renda e o nível de escolaridade. Os diabéticos com maior nível educacional e com maior poder aquisitivo apresentam maiores pontuações nos domínios dos testes que avaliam a QV (RUBIN, PEYROT, 1999; WANDELL, 2005). Sabe-se que o nível educacional é um indicador das condições socioeconômicas de uma população, e que os indivíduos que hoje são idosos são reflexo das condições de acesso desigual, pois os mesmos na infância (décadas de 30 a 50) não tiveram acesso à escola ou o mesmo foi restrito a uma parcela privilegiada da população brasileira. Esse dado merece destaque uma vez que estudos têm demonstrado que os idosos com nível mais baixo de escolaridade apresentaram maior probabilidade de apresentarem dependência física, e também é um fator de risco para as demências (REIS e GLASHAN, 2001; MOREIRA et al, 2003; TAVARES et al, 2008; BELTRAME, 2008). A presença de maior número de analfabetos entre os idosos diabéticos também é um dado preocupante uma vez que além dos fatores de risco mencionados anteriormente o menor nível de escolaridade parece estar associado diretamente com sintomas depressivos entre os diabéticos, visto que um menor nível educacional dificulta o entendimento das implicações de uma doença crônica e de seu tratamento (REIS e GLASHAN, 2001; MOREIRA et al, 2003; TAVARES et al, 2008; BELTRAME, 2008). A qualidade de vida do idoso compreende a consideração de diversos critérios de natureza biológica, psicológica e sócio estrutural, pois vários elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na terceira idade: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de 75 papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos (HEINONEN et al, 2004). Tabela 09: Valores do DQOL-Brasil segundo variáveis categóricas dos idosos diabéticos. Variáveis Sexo DQOL-Brasil ̅ s N Feminino 75 2.73 0.53 Masculino 38 2.87 0.57 Faixa etária 0.616* 61 a 70 anos 58 2.80 0.58 > 70 anos 55 2.75 0.51 # Estado civil 0.527 Solteiro 16 2.95 0.42 Casado 58 2.72 0.56 7 2.85 0.60 32 2.76 0.58 Divorciado Viúvo # Escolaridade 0.635 Analfabeto 11 2.89 0.61 Até ensino fundamental I 53 2.81 0.50 Até ensino fundamental II 36 2.68 0.57 Até ensino médio 13 2.81 0.65 # Acesso de medicamentos 0.352 Posto 31 2.72 0.55 Comunitária 59 2.74 0.60 Ambos 23 2.92 0.36 Condições para a compra 0.659* Sim 83 2.76 0.52 Não 30 2.81 0.62 113 2.77 0.55 Total P 0.209* ------ Legenda: n = amostra. ̅ = média. s = desvio padrão. p = probabilidade # calculada pelo teste estatístico. *Teste t-student. Análise de Variância. Fonte: Pesquisa de campo (2015). Com referência as médias do DQOL entre cada categoria das variáveis que avaliaram as mudanças de hábitos de vida e a presença de comorbidade (Tabela 10), houve significância estatística somente na variável dieta. As letras sobrescritas nos valores das médias indicam a diferença pela Análise de Variância (p = 0.006). A 76 média do DQOL em quem realiza dieta (letra “a” – 2.61) é diferente em quem realiza dieta às vezes (letra “b” – 2.93). O escore maior dos idosos que realizam dieta “as vezes” pode ser justificado pela não preocupação desses idosos em limitar sua alimentação, ou seja, por poderem comer o que gostam, se sentem bem, mesmo que essa alimentação possa influenciar negativamente os seus níveis glicêmicos. Estes dados corroboram com a pesquisa de Frota et al (2015), que correlacionou e avaliou a qualidade de vida com modo de viver, e percebeu que as pessoas com melhor qualidade de vida são aquelas que não seguem o tratamento adequado do diabetes. Seus resultados mostram que as pessoas que não praticam atividade física (67,9+1,99), que não seguem a dieta recomendada pela nutricionista (68,4+1,8) e que não realizam os cuidados com pés (68,3+2,1) possuem os maiores valores na escala total. As informações são relevantes, pois mostram que as pessoas que não praticam atividade física (67,9+1,99), que não seguem a dieta recomendada pela nutricionista (68,4+1,8) e que não realizam os cuidados com pés (68,3+2,1) possuem os maiores valores na escala total, possuindo maiores níveis de qualidade de vida. É sabido que 87,6% dos idosos entrevistados informaram possuir outra doença associada ao diabetes. A presença de uma ou mais DCNT associadas – além do diabetes – comprometem a QV. A importância delas é variável, por exemplo, o paciente diabético tem pior QV em relação aos hipertensos, e melhor quando comparado com os pacientes com problemas cárdicos. Estudo acerca da QV em indivíduos com HAS identificou que o fato de ter uma doença crônica implica negativamente na sua avaliação geral da QV (ALEY, 2007; TAVARES, 2011). Em seu estudo Frota et al (2015), encontrou dados que apontaram que a qualidade de vida dos participantes que possuem outras doenças, além do diabetes é pior (66,7+1,7). O mesmo foi percebido por Stival et al (2014), em sua pesquisa sobre fatores associados à qualidade de vida de idosos que frequentam uma unidade de saúde do Distrito Federal (DF), onde observou quanto às características clínicas, que a HAS foi a doença mais prevalente, sendo encontrada isoladamente (42,2%) e associada à diabetes (20,6%). Os idosos que não apresentaram doença demonstraram melhor QV nos domínios "físico", "psicológico" e "meio ambiente". Os pacientes com diabetes foram os que apresentaram os piores escores de QV nestes domínios. 77 Quando feita a avaliação dos valores de DQOL com os resultados encontrados nos testes de adesão pelo Morisky Green e Batalla não foi encontrada significância estatística nos valores obtidos (p= 0,461 e p= 0,522 respectivamente). Porém foi observado neste estudo que a maioria dos idosos não tem adesão a terapia medicamentosa, e por não apresentar cuidados com sua saúde, esses fatores acabam por implicar diretamente em sua QV, pois uma vez que surgirem agravos na doença em virtude dessa não adesão, consequentemente, ocorrerá um declínio na QV desse idoso. Um estudo realizado com 762 adultos infectados pelo HIV revelou que o grupo de pessoas classificadas como não aderentes apresentaram piores resultados de QV, sendo esta relação significativa em quatro dos seis domínios avaliados pelo WHOQOL-HIV-Bref (MARGALHO et al,2011). Em outra pesquisa no cenário da Nigéria, pacientes com esquizofrenia foram investigados, sendo classificados como aderentes (59,7%) e não aderentes (40,3%) de acordo com o teste de Morisky. Quando relacionados com a QV, os escores médios do grupo aderente foram significativamente maiores do que os escores médios do grupo não aderente em todos os domínios avaliados pelo WHOQOL-BREF (p ≤ 0,001) (ADELUFOSI et al, 2011). Liberato et al (2014), realizou uma revisão integrativa para investigar as relações entre adesão ao tratamento e qualidade de vida, em estudos publicados na literatura científica. Entre um total de 14 artigos analisados, cinco não encontraram relação significativa entre adesão ao tratamento e qualidade de vida (HOLMES et al,2007; MARTÍNEZ et al,2008; Wagner et al,2008 COTUGNO et al,2011; GOREVSKI et al,2013). No entanto, um dos referidos estudos identificou que a combinação de conhecimento adequado e atitude positiva frente ao tratamento apresentou relação significativa com todos os domínios da QV avaliados (MARTÍNEZ et al,2008). Com base nesses resultados evidencia-se a importância de estimular o conhecimento do paciente sobre seu tratamento, incentivar o mesmo a expressar suas percepções e explorar fatores psicológicos envolvidos. 78 Tabela 10: Valores do DQOL-Brasil segundo variáveis de saúde dos idosos diabéticos e do nível de adesão ao tratamento. Variáveis Atividade física N DQOL-Brasil ̅ s Sim 19 2.74 0.53 Não 78 2.75 0.56 # Dieta 0.006 Sim 54 Não 18 Às vezes 41 a 0.54 ab 0.35 b 0.57 2.61 2.94 2.93 * Hipertensão arterial sistêmica 0.631 Sim 77 2.79 0.53 Não 36 2.74 0.58 * Problemas reumatológicos 0.411 Sim 44 2.83 0.53 Não 69 2.74 0.56 Artrite 0.343* Sim 43 2.84 0.53 Não 70 2.74 0.55 Nível de adesão ao tratamento (Morisky e Green) Menor adesão Maior adesão Nível de adesão tratamento (Batalla) Aderente Não aderente Total P 0.928* 0.461* 77 2.80 0.52 36 2.72 0.60 ao 0.522* 19 2.70 0.52 94 2.79 0.55 113 2.77 0.55 ------ Legenda: n = amostra. ̅ = média. s = desvio padrão. p = probabilidade # calculada pelo teste estatístico. *Teste t-student. Análise de Variância. Fonte: Pesquisa de campo (2015). 79 Quando avaliado os domínios, o escore médio geral obtido foi de 2.77 (IC 95% 2.67-2.88), em relação aos domínios os valores de 3.02 (IC 95% 2.91-3.13) para satisfação, o impacto com escore 2.65 (IC 95% 2.53-2.76) e para as preocupações com o diabetes 2.42 (IC 95% 2.28-2.57) (Tabela 11). Esses valores se assemelham ao encontrado por Brasil et al (2014), em sua pesquisa que avaliou a qualidade de vida em adultos com diabetes tipo 1 e validade do DQOL-Brasil, que fazem acompanhamento no ambulatório de diabetes do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR). Encontrou que o escore médio geral obtido com a aplicação do DQOL-Brasil foi de 2,46 (IC 95% 2,35 - 2,56). E entre os domínios, a satisfação foi avaliada em 2,63 (IC 95% 2,50-2,75), o impacto em 2,29 (IC 95% 2,18-2,39), preocupações sociais/vocacionais em 2,37 (IC 95% 2,21- 2,53) e preocupações com o diabetes em 2,72 (IC 95% 2,57-2,87). Tabela 11: Valores dos domínios do DQOL observados em idosos diabéticos. Domínios ̅ Satisfação 3.02 2.91-3.13 0.60 Impacto 2.65 2.53-2.76 0.60 Preocupações 2.42 2.28-2.57 0.75 DQOL-Brasil 2.77 2.67-2.88 0.55 IC95% S Legenda: ̅: média. IC95%: Intervalo de confiança de 95%. s: desvio padrão. Fonte: Pesquisa de campo (2015). Na Tabela 12 estão as frequências relativas em percentual de algumas questões dos domínios satisfação, impacto e preocupações relacionadas ao DM é possível observar que os idosos se sentem parcialmente satisfeitos com sua vida por terem que conviver com a DM. A percepção desse resultado preocupante está relacionado, principalmente, à alimentação na qual a maioria (82,4%) se referiu de médio a nada satisfeito com a flexibilidade na dieta e 53,1% dos entrevistados informaram que às vezes comem algo que não deveria, quando lhe é oferecido, ao invés de informar sua doença. No início do tratamento, o paciente costuma seguir o planejamento alimentar, porém com o tempo, a grande maioria não consegue manter a disciplina constante, 80 ou por falta de recursos financeiros ou de esforço e aos poucos vai abandonando a dieta (MOLENA-FERNANDES et al.,2005). Outro fator importante para baixa satisfação, pode estar relacionado ao número de comorbidades, associadas ao diabetes, que impactariam no cotidiano gerando dor ou desconforto e diminuindo ou limitando capacidade de trabalho e lazer dos idosos. Além disso, as comorbidades podem levar à necessidade do uso de um número maior de medicamentos e de maior acesso aos serviços de saúde, o que influência diretamente também na adesão aos tratamentos (FERREIRA et al., 2014). A tabela 12 apresenta também a frequência relativa para o domínio preocupações dos idosos em relação ao diabetes, onde 39.8% informaram que as vezes sentem receio com a possibilidade de terem desmaio e, 29.2% sempre estão preocupados com probabilidade de vir a ter alguma complicação decorrente de agravos da doença. Tabela 12- Frequência relativa em percentual das questões sobre os domínios do DQOL-Brasil observados em idosos diabéticos. Satisfação Nível de Satisfação (%) Muito Bastante Médio Pouco Nada 19.5 26.5 37.2 12.4 4.4 Flexibilidade na dieta 2.7 15.0 42.5 25.7 14.2 Conhecimento sobre a doença 0.0 7.1 34.5 38.1 20.4 16.8 32.7 38.9 8.0 3.5 Tratamento atual Vida em geral Frequência do Impacto (%) Impacto Quase Às Quase Nunca Nunca vezes Sempre Sempre 17.9 17.9 45.5 11.6 7.1 Restrição por causa da dieta 8.0 8.0 38.9 20.4 24.8 Come algo que não deveria 8.8 18.6 53.1 9.7 9.7 19.5 13.3 27.4 15.0 24.8 Noite de sono ruim Incômodo por ter diabetes Frequência de Preocupação (%) Preocupação Virá a desmaiar Terá complicações Fonte: Pesquisa de campo (2015). Quase Às Quase Nunca Nunca vezes Sempre Sempre 31.9 11.5 38.9 11,5 5.3 9.7 17.7 22.1 21.2 29.2 81 . Na Tabela 13 é apresentado os valores dos Coeficientes de Correlação de Spearman entre os domínios de DQOL-Brasil, onde a maior correlação foi entre os domínios satisfação e impactos (0.667), sendo significativo, ou seja, há correlação positiva (diretamente proporcional) entre estes dois domínios. Tabela 13: Valores dos Coeficientes de Correlação de Spearman entre os domínios do DQOL observados em idosos diabéticos. Domínios Satisfação Impacto Preocupações DQOL-Brasil Satisfação 1.000 0.667* 0.493* 0.859* Impacto 0.667* 1.000 0.627* 0.930* Preocupações 0.493* 0.627* 1.000 0.727* DQOL-Brasil 0.859* 0.930* 0.727* 1.000 Legenda: *p < 0.01. Fonte: Pesquisa de campo (2015). Os domínios do DQOL-Brasil, quando confrontados entre si e com o escore global do questionário, apresentaram todas as correlações significativas (p< 0.01). Deve-se frisar que nenhuma correlação instituída entre os escores de domínios distintos foi maior que as correlações estabelecidas entre qualquer domínio e o escore global do instrumento. Dessa forma evidencia-se com os resultados descritos acima que a efetividade da adesão ao tratamento pelo paciente idoso diabético está diretamente relacionada a qualidade de vida deste, influenciando assim nas atividades diárias de vida e na promoção do auto cuidado. Estes fatores geram desafios para equipe das estratégias de saúde da família e consequentemente ampliam a responsabilidade na atenção primaria a saúde do idoso. Sendo assim, programas de prevenção ao diabetes e de atenção a pessoas já portadoras da patologia devem incorporar ações que ofereçam apoio psicossocial e promovam mudanças no estilo de vida. Para tanto, faz-se necessário além da orientação médica, a participação de uma equipe multidisciplinar, contando com a presença de psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e profissionais de educação física. 82 CONCLUSÃO __________________________________________________ _______________________________________ ________________________ 83 6. CONCLUSÃO _______________________________________________________________ Os idosos atendidos na atenção primária no Distrito DAGUA se caracterizaram em sua maioria por mulheres, pardos, com baixa escolaridade, com faixa etária entre 61 à 70 anos, casados e aposentados. Com relação aos hábitos de vida observou-se que estes idosos são predominantemente sedentários, não utilizam bebidas alcoólicas e relataram fazer dieta, porém não demonstraram realizar uma reeducação alimentar adequada para sua condição de saúde. Apresentaram a HAS (68,1%) mais citada em associação ao diabetes, seguida de problemas rematológicos (38,9%) e artrite (38,1%). No que diz respeito ao consumo de medicamentos 54,8% dos idosos fazem uso de 2 a 3 medicamentos, nos quais os mais prevalentes foram o cloridato de metformina (59,3%) e a glibenclamida (57,5%). Grande parte dos idosos informaram ter confiança na orientação médica e na equipe de profissionais de saúde nas ESF, assim como relataram entender as explicações e esclarecerem suas dúvidas. Os medicamentos utilizados pelos idosos são retirados predominantemente nas redes de farmácia comunitária, e na impossibilidade de receber gratuitamente, 73,5% possuem condições de realizar a compra. Com relação a orientação sobre a utilização de medicamentos por profissionais de saúde, o médico foi o mais citado (82,9%), seguido do farmacêutico (29,2%) e do enfermeiro (21,2%). A maioria (47,8%) dos idosos tem dificuldades em verificar a glicemia, entretanto estão satisfeitos no atendimento realizado pelas equipes das ESF (67,2%). Os resultados referentes aos testes de adesão de Morisky-Green foram classificados como não aderentes (68,1%), sendo o motivo mais citado o esquecimento no uso dos medicamentos (47,8%), seguido do descuido com o horário da medicação. Para o teste de Batalla os idosos também foram classificados como não aderentes (83,2%), e quando questionados sobre a definição de diabetes demonstraram desconhecer a doença (61,1%), contradizendo o fato de entender as 84 explicações da mesma, sendo este um dos fatores de que influenciou a não adesão dos entrevistados. O Domínio de satisfação apresentou um escore de 3.02, sendo um dos motivo para menor contentamento a flexibilidade na dieta e a vida de forma geral. Para o domínio Impacto encontrou-se o escore de 2.65, onde o questionamento “incomodo por ter diabetes” mostrou que a 27.4% as vezes se sentem incomodados e 24.8% sempre. Em relação a preocupação, 39.8% informaram que as vezes sentem receio com a possibilidade de terem desmaio e, 29.2% sempre estão preocupados com probabilidade de vir a ter alguma complicação decorrente de agravos da doença. Na correlação spearman a maior foi entre os domínios satisfação e impactos (0.667). Os domínios do DQOL-Brasil, quando confrontados entre si e com o escore global do questionário, apresentaram todos as correlações significativas. O estudo evidenciou a necessidade de serem realizadas intervenções no serviço de atenção primária à saúde, afim de mudar a baixa adesão a farmacoterapia e aumentar a qualidade de vida do idoso diabético. 85 REFERÊNCIAS _______________________________________________ __________________________________________ ________________________ 86 7. 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( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Solteiro ( ) Divorciado/ Separado 4. Qual a cor/cor da pele do Sr.(a) ? ( ) Branca ( ) Preta ( ) Amarela ( ) Parda ( ) Indígena 5. Qual seu nível de escolaridade? ( ) Analfabeto ( ) Primário Incompleto ( ) Ensino Fundamental Incompleto Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Primário Completo ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Completo 6. O que o Sr. (a) faz atualmente ? ( ) Desempregado ( ) Trabalhador Informal/por conta própria ( ) Do Lar ( ) Aposentado ( ) Trabalhador com carteira assinada 7. Onde o Sr. (a) retira/pega o seus remédios para diabetes? ( ) Posto de Saúde ( ) Farmácia Comercial ( ) Nos dois 8. Se o Sr. (a) não conseguir os seus remédios gratuitamente, o Sr. (a) tem condições de comprar? ( ) Sim ( ) Não 106 9. O Sr. (a) prática algum tipo de atividade física? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Não 10. O que o Sr.(a) costuma fazer? ( ) Caminhada ( ) Hidroginástica ( ) Andar de Bicicleta ( )Outros. Qual?___________________ 11. O Sr. (a) faz algum tipo de dieta? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Não 12. O Sr. (a) costuma beber bebida alcoólica? ( ) Sim ( ) Não, nunca bebi ( ) Não, parei AVALIAÇÃO DE ADESÃO A TERAPIA MEDICAMENTOSA Teste De Morisky e Green ( As Respostas Sim = 0 E Não = 1) NÃO SIM 1 O Sr. (a), às vezes esquece de tomar seus remédios? 1 0 2 O Sr. (a), às vezes se descuida quanto ao horário de 1 0 tomar seus remédios? 3 Quando o Sr. (a) se sente bem, às vezes deixa de 1 0 tomar seus remédios? 4 Quando o Sr.(a) se sente mal com seus remédios, às 1 0 vezes deixa de tomá-los? Maior Adesão: 4 pontos Menor Adesão: 0 à 3 pontos FATORES RELACIONADOS À EQUIPE E AO SERVIÇO DE SAÚDE 1. O Sr. (a) confia no médico que o atende na Unidade? ( ) Não ( ) Sim ( ) Ás Vezes 2. O Sr. (a) confia na equipe de profissionais que o atende na Unidade? ( ) Não ( ) Sim ( ) Ás Vezes 107 3. O Sr. (a) entende as explicações sobre doença diabetes e o tratamento feito pelos profissionais da Unidade? ( ) Não ( ) Sim ( ) Ás Vezes 4. O Sr.(a) esclarece as suas dúvidas sobre diabetes e o tratamento com o médico? ( ) Não ( ) Sim ( ) Ás Vezes 5. O médico pergunta se o Sr.(a) está tomando corretamente os remédios conforme orientado? ( ) Não ( ) Sim ( ) Ás Vezes 6. Quem orienta o Sr.(a) como tomar corretamente os remédios para diabetes? ( ) Médico ( ) Farmacêutico ( ) Enfermeiro ( ) Agente Comunitário ( ) OuQual?________________ FATORES RELACIONADOS À TERAPIA ( ) Metformina 500 ou 850mg_____________________________comprimidos/dia ( ) Glibenclamida 5mg___________________________________comprimidos/dia ( ) Insulina NPH, Regular_________________________________aplicações/dia ( ) Hidroclorotiazida 25mg_________________________________comprimidos/dia ( ) Losartana 50mg______________________________________comprimidos/dia ( ) Captopril 25mg ______________________________________comprimidos/dia ( ) Sinvastatina 20 ou 40 mg_______________________________comprimidos/dia ( ) Outros _____________________________________________comprimidos/dia 2. A maioria das pessoas, por uma razão ou por outra, tem dificuldade em tomar seus comprimidos. O Sr.(a) tem dificuldade em tomá-los? ( ) Sim ( ) Não 108 3. O Sr.(a) toma seus comprimidos? ( ) Todos os dias ( ) Muitos dias ( ) Alguns dias 4. O Sr. (a) por acaso tem ou teve alguma destas doenças? ( ) Doença na coluna/costas ( ) Pressão Alta ( ) Bronquite ou asma ( ) Artrite ou reumatismo ( ) Depressão ( ) Câncer ( ) Outra. Qual?____________________ FATORES REALACIONADOS AO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE A DIABETES (ADAPTAÇÃO – TESTE DE BATALLA) 1. O que é a diabetes para o Sr.(a)? ( ) Não sabe dizer ( ) Sim, é __________________________ 1. A diabetes é uma doença que o Sr.(a) terá para a vida toda? ( ) Sim ( ) Não 2. Pode-se controlar a diabetes com dieta e/ou remédios? ( ) Sim ( ) Não 3. O Sr.(a) poderia dizer dois ou mais órgãos do corpo que podem ser afetados pelo descontrole da diabetes? ( ) Não Sabe ( ) Sim, quais? _______________ FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE 1. O Sr.(a) acredita que os remédios são fundamentais para controlar a sua diabetes? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes 2. O Sr.(a) acredita nos efeitos positivos do tratamento para diabetes? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes 3. O Sr.(a) se preocupa em medir sua glicose? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes 109 4. O Sr.(a) está satisfeito com o atendimento à sua saúde? ( ) Não ( ) Sim ( ) Às vezes ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) (Conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde) Antecipadamente agradecemos por sua atenção. Convidamos a(o) Sr.(a) ___________________________________________________ (paciente) para participar da pesquisa “AVALIAÇÃO DA ADESÃO À TERAPIA MEDICAMENTOSA E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS TRATADOS NAS UNIDADES ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO DISTRO DAGUA” de autoria das alunas Lorena Paula Mercês Mendes do Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFPA, Magda Vieira Cardoso e Thayná Modesto da Graduação da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Pará. O objetivo deste estudo é verificar a adesão ao tratamento e identificar os fatores intervenientes relacionados ao não cumprimento das orientações terapêuticas e a qualidade de vida desses idosos diabéticos. Para isso será realizada entrevista fechada e um levantamento dos prontuários dos pacientes idosos diagnosticas com diabetes para coleta de dados necessários à pesquisa. A presente pesquisa implica em riscos para os participantes, os quais podem ter danos morais e éticos, em virtude de algumas informações requeridas no protocolo de pesquisa. A fim de impedir tal ocorrência fica claro que as informações relatadas no protocolo serão de uso exclusivamente científico e suas identidades serão mantidas em sigilo e não constarão no questionário investigativo, nesse apenas contará um número aleatório para identificação do pesquisador. Se, mesmo com essas medidas os sujeitos da pesquisa vierem sofrer danos morais, eles serão ressarcidos pelos pesquisadores, conforme processo jurídico, solicitado em juízo. Portanto as informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação, somente serão divulgados dados diretamente relacionados aos objetivos da pesquisa. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço institucional do pesquisador principal e do CEP, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Caso concorde em participar, o(a) senhor(a) e seu acompanhante (cuidador) deverá somente assinar seu nome no final da página. Vale ressaltar que o senhor(a) tem o direito de se negar a continuar contribuindo com suas informações a qualquer momento, caso se recuse a participar do estudo. Informamos que isso não trará nenhum prejuízo ao seu atendimento no hospital. Mas desde já, esperamos contar com a sua valiosa colaboração a fim de termos sucesso em nossa pesquisa. Qualquer dúvida pode entrar em contato com a Profa. Dra. Marcieni Ataíde de Andrade, responsável pela pesquisa, na Faculdade de Farmácia ou Farmácia (telefone: 32017202/8073-1754). Data _____ / _____ / _______ Responsável pela Pesquisa: _________________________ Marcieni Ataíde de Andrade Ass. Paciente:_____________________________________________________ 110 Ass. Entrevistador:_________________________________________________ Nota: Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido será elaborado em duas vias. Depois de assinadas, uma ficará com o participante e a outra com a pesquisadora. Caso não seja possível o contato com o paciente ou seus responsáveis, este fato será registrado no prontuário com a tentativa de pelo menos três ligações telefônicas e uma carta comum. Endereço do CEP: Rua Augusto Corrêa, 01 – Guamá - Belém. Faculdade de Farmácia. Telefone: (91) 32017202.