UNINDO O LÚDICO E A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA CONSTRUÇÕES DE MATERIAIS DIDÁTICOS Anderson Daniel Stochero, aluno do IF Farroupilha – Campus Santo Ângelo, curso Tecnológico em Sistemas para Internet, [email protected] Bruna Willig Kopplin, aluna do IF Farroupilha – Campus Santo Ângelo, curso Integrado de Manutenção e Suporte, [email protected] Cristiane da Silva Stamberg, Professora IF Farroupilha – Campus Santo Ângelo. Orientadora do projeto de ensino, [email protected] Danielli Vacari Brum, Professora IF Farroupilha – Campus Santo Ângelo, colaboradora do projeto de ensino, [email protected] INTRODUÇÃO O presente projeto destina-se aos alunos do Instituto Federal Farroupilha, campus Santo Ângelo, do curso Integrado de Manutenção e Suporte, PROEJA, cursos Subsequentes e do curso Superior, que desejam potencializar o aprendizado e diminuir dificuldades relacionadas ao campo da matemática. Com o auxílio de alunos bolsistas e voluntários do curso Integrado em Manutenção e Suporte e do Curso Superior Tecnológico em Sistemas para Internet, são organizados materiais diversificados com o intuito de desenvolver estudos de estratégias e resolução de problemas através de jogos matemáticos, que por seu caráter lúdico, acaba despertando o interesse dos alunos e consequentemente aumentando suas habilidades lógicas, facilitando assim a produção de conhecimentos e também reutilizando materiais que não se usam mais. Assim, compreende-se, que a construção de materiais didáticos tem como prioridade possibilitar e facilitar aos alunos a aquisição do saber, oportunizando o contato com diversos materiais concretos educativos, num ambiente prazeroso e aconchegante, neste sentido, ensinar por meio de jogos é, sem dúvidas, um ótimo recurso para que os alunos aprendam brincando, como está escrito Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p. 46): “[...] o jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem à criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções”. Dessa forma, fazer uso de materiais concretos contribui para reduzir as dificuldades encontradas em sala de aula. Pois, segundo Abreu (1997) na escola é preciso ter um espaço adequado onde o aluno vai criar soluções para os problemas apresentados, trabalhar com atividades lúdicas e refletir sobre possíveis ideias matemáticas. A relevância das atividades experimentais, materiais manipuláveis e construção de recursos são imprescindíveis, pois devem servir como recursos metodológicos que priorizem o ensinar e aprender com qualidade. Nesse sentido, se faz necessário debater e avaliar os conteúdos que apresentam maior dificuldade de assimilação e posteriormente construir os materiais didáticos possibilitando e facilitando a aquisição do conhecimento e também despertando o interesse pela matemática de forma mais agradável. Assim, tornando o ensino da matemática mais dinâmico e de melhor compreensão por haver planejamento diferenciado das aulas tradicionais, interdisciplinaridade no enfoque dos conceitos e uso de materiais reutilizáveis e sucatas na construção dos materiais didáticos, buscando atender e suprir as necessidades do aluno. Como resultado busca-se a melhoria na aprendizagem e na formação dos alunos, aproximando a matemática de suas realidades, por meio de diferentes metodologias abordadas e utilizadas. Por consequência o trabalho possibilita maior interação e interesse pelos assuntos referentes aos conceitos envolvidos na disciplina de matemática e também em outras áreas do conhecimento. RELATO Este projeto tem como base, além da contribuição de forma lúdica no processo de aprendizagem, a preocupação ambiental, considerando o cuidado para a utilização de materiais reutilizáveis e de baixo custo na confecção dos jogos e materiais didáticos, como por exemplo, pastas de papelão, outros tipos de papéis e papelões, pedaços de mdf descartados por marcenarias entre outros. O projeto se encontra em fase inicial, e teve seu início no segundo semestre do ano de 2015, mas o objetivo é de se estabelecer na instituição a longo prazo, desta forma, fomentando a proposta de criação de um laboratório de matemática e subsidiando os primeiros materiais. Conforme destacado, a construção destes materiais se dá através da identificação de dificuldades dos alunos no processo de aprendizagem da matemática. Durante as aulas debates são realizados, são detectados os problemas e pensado nos tipos de materiais com fins didáticos a serem desenvolvidos, posteriormente decide-se quais serão as matérias-primas utilizadas. Em pouco mais de três meses de desenvolvimento, o projeto está em pleno funcionamento e com excelente aceitação entre os alunos, os quais se mostraram muito desenvolvidos, interessados demonstrando durante a entusiasmo socialização e dos curiosidade materiais enquanto manipulavam os jogos e materiais didáticos. Dentre o que foi criado, pode-se destacar o jogo de tabuleiro denominado “Corrida Matemática”, joga-se com no mínimo três participantes, onde um deles deve ser o mediador enquanto os outros serão os competidores que deverão responder as perguntas feita pelo mediador, podendo recorrer a qualquer fonte de pesquisa durante o período marcado pela ampulheta. As perguntas são de caráter variado e podem ser adaptadas de acordo com as necessidades da turma. Como por exemplo, desenvolver questionamentos e problemas que envolvam juros simples, compostos e porcentagem. Contribuindo para a assimilação deste conteúdo trabalhado em sala de aula. Nesta mesma linha, foi desenvolvido também o dominó matemático, formado por 28 peças divididas ao meio, de forma que em cada um dos lados possui uma expressão matemática única, mas a sua solução terá como resultado apenas um dos 7 possíveis. Este jogo visa relembrar e exercitar conceitos estudados durante o ensino fundamental e muitas vezes esquecido pelos alunos, envolvendo frações, potenciação, radiciação, multiplicação e divisão de números inteiros e com vírgula. Outro aspecto trabalhado foi o raciocínio lógico, através da construção da Torres de Hanói, um quebra-cabeça diferente composto por uma base com três pinos, em um deles estão dispostas as peças (quadradas ou redondas) umas sobre as outras, em ordem crescente de tamanho, de cima para baixo. O desafio consiste em passar todas as peças de um pino para outro qualquer, usando um dos pinos como auxiliar, de maneira que uma peça maior nunca fique em cima de outro menor em nenhuma situação. O número de discos pode variar sendo que o mais simples contém apenas três. Assim como o Tangram, outro tipo de quebra-cabeça que possui como finalidade de facilitar a compreensão das formas geométricas. Além de facilitar o estudo da geometria, ele desenvolve a criatividade e o raciocínio lógico, fundamentais para o estudo da matemática e das ciências. Há também a preocupação com o desenvolvimento de materiais que auxiliem a explanação do conteúdo durante as aulas, estes materiais auxiliares objetivam facilitar o entendimento do assunto trabalhado. Dentre o que já foi desenvolvido pode-se citar os sólidos geométricos que contribuem no estudo da geometria espacial. Outra ferramenta desenvolvida foi o Geoplano, material auxiliar no aprendizado da geometria plana. É constituído por uma placa de madeira onde são cravados pregos com espaçamento específico criando uma malha composta por linhas e colunas. Esta ferramenta é utilizada geralmente em situações que envolvam o cálculo de perímetro, área, figuras simétricas, arestas, vértices, construção de polígonos entre outras situações da geometria plana. FOTOS Debate em sala de aula Itens para a construção dos materiais didáticos Materiais construídos Alunos envolvidos com os materiais CONCLUSÃO O presente trabalho evidencia a importância de integrar ferramentas diferenciadas no ensino da matemática, além de reforçar o caráter lúdico, desperta o interesse a aumenta as habilidades lógicas dos alunos. Desta forma, a utilização de materiais auxiliares certamente torna o aprendizado muito mais eficiente. Pois, envolve os alunos instigando-os a participar de forma interativa do projeto, bem como apresenta vantagens no processo de ensino e aprendizagem. Assim, o presente projeto ainda tem muito com o que colaborar dentro da instituição, e suas expectativas são promissoras principalmente pelo fato de ter sido bem aceito pelos alunos, principais beneficiados com a atividade. E, também beneficia a comunidade escolar envolvida no processo, tendo em vista que já está desenvolvendo estudos com o objetivo de abranger alunos autistas, acreditando que o objeto concreto é fundamental nesse processo de aprendizagem. Enfim, o projeto além de proporcionar ensino e aprendizagem, está sendo organizado e direcionado, envolvendo a construção materiais didáticos com o uso de materiais reutilizáveis, e como consequência beneficiando a Sociedade/Ambiente. REFERÊNCIAS ABREU, Maristela Dalla Porta de. Laboratório de Matemática: um espaço para a formação continuada do professor – Dissertação de Mestrado. Santa Maria: UFSM. 1997. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998.