Revista da SBOP Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica ano I - n° 1 - abril/junho/2011 Apoio da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Minas Gerais Novo presidente da IFPOS International Federation of Paediatric Orthopaedic Societies Dr. Carlo Milani durante solenidade de posse em Seul O brasileiro Carlo Milani assumiu o cargo durante o Congresso da entidade internacional, em Seul, para um mandato de três anos. A eleição reafirma o excelente conceito que a Ortopedia Pediátrica brasileira possui. Pág. 07 Linha do Tempo: Memórias da nossa história ...........Pag 08 Como anda a Ortopedia Pediátrica ................ Pag 11 3 Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica Al. Lorena, 427 - 14º Andar Cep: 01424-000 - São Paulo/SP www.sbop.org.br [email protected] F: (11) 2137 5400 Diretoria: Presidente: Dr. Rui Maciel de Godoy Jr Vice-Presidente: Dr. Alexandre F. de Lourenço Secretário-Geral: Dr. Miguel Akkari 1º Secretário: Dr. Gilberto Francisco Brandão 1º Tesoureiro: Dr. Gilberto Waisberg 2º Tesoureiro: Dr. Pedro Henrique Barros Mendes Comissão Científica: Dr. Mauro César de Morais Filho Dr. Luís Eduardo Munhoz da Rocha Dr. Jamil Faissal Soni Dr. André Luis Fernandes Andujar Revista da SBOP: Criação / edição: Via Comunicação/BH Telefax: (31) 3291-1305 Fotolito/Impressão: Gráfica Premier F: (31) 3025-3333 Periodicidade: trimestral Tiragem: 2.000 exemplares As informações da Revista da SBOP podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes. Palavra do Presidente Dr. Rui Maciel de Godoy Junior Presidente da SBOP Trabalho em prol da SBOP Prezados colegas, É uma grande honra e privilégio poder estar à frente dessa Sociedade, que tem em seus quadros verdadeiros expoentes da Ortopedia e Traumatologia Brasileira. Apesar de reconhecer as dificuldades pelas quais passam todas as Sociedades de Ortopedia Pediátrica do mundo, vejo com enorme otimismo o futuro de nossa sociedade e da Ortopedia Pediátrica no Brasil. O brilhantismo dos nossos membros tem feito com que a SBOP esteja cada vez melhor. Quem participou dos nossos últimos CBOPs, cursos, dias da especialidade e pré-congressos durante o CBOT pode comprovar este fato. Vejo na nossa sociedade, além de sócios do mais alto gabarito, uma união ímpar. A amizade e confraternização que nos unem são notórias. Este ano, temos muito trabalho pela frente. A gestão anterior encabeçada pelo colega Anastácio Kotzias Neto teve grandes realizações. Vamos nos esforçar para manter as conquistas alcançadas e manter a SBOP em franco desenvolvimento. Para isso, esperamos contar com a colaboração de todos. editorial 4 Novo canal de comunicação Estimados colegas, Dr. Gilberto Brandão 1° Secretário da SBOP “Esperamos Aceitei o desafio e fique lisonjeado com o convite feito pelo nosso presidente para editar esta revista. Este novo canal de comunicação vem preencher uma lacuna de informação entre a sociedade e seus membros. Este primeiro número traz matérias referentes aos eventos oficiais da nossa sociedade, com destaque para o TROIA, em Santos, e o CBOP 2012, em Fortaleza / Ceará, bem como informações referentes a inclusão de novos sócios que esta revista seja um importante veículo de comunicação entre a SBOP e os ortopedistas brasileiros” Apresenta ainda a coluna Linha do Tempo, uma sessão onde iremos resgatar a memória da nossa Ortopedia Pediátrica, os grandes nomes que fizeram e fazem a nossa história. Além disso, nesta primeira edição, o colega Carlo Milani fala dos desafios a frente da International Federation of Paediatric Orthopaedic Societies. Conclamo os colegas para auxiliarem na publicação desta revista, enviando matérias e sugerindo pautas para o endereço [email protected] . Um grande abraço e ótima leitura 5 Em agosto, a cidade de Santos / São Paulo será sede do maior evento da especialidade em 2011 Anote já em sua agenda e participe A cidade de Santos / São Paulo, irá sediar nos dias 5 e 6 de agosto, o Tróia (Traumatologia Ortopédica Infantil – Atualização). O evento é considerado um dos maiores acontecimentos científicos, sendo realizado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica a cada 2 anos , intercalando-se com o Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica. Este ano, o colega Fábio Peluzo estará presidindo o evento com o apoio de uma Comissão Organizadora formada pelos colegas Celso Cruz, Alexandre Zuccon, Mauro Morais, Francisco Violante, Marcus Vinicius Moreira, Paulo Kanaji e Rafael Yoshida. Todos os profissionais de saúde já estão convidados. Podem participar também estudantes de medicina. As inscrições pelo site www.troia2011.com.br . Como as vagas são limitadas a 350 participantes, é bom o interessado fazer logo sua inscrição. Organizadores e convidados do TROIA 2009 O Troia foi idealizado pelo Dr. Santili. A criança é diferente do adulto e tem particularidades que a diferem na abordagem terapêutica. Quando tratada pelo Ortopedista Pediátrico, as chances de complicações são minimizadas, destaca o presidente do Troia 2011, ao explicar que o evento tem como principal objetivo a atualização científica do especialista sobre as novas formas de tratamento do Trauma Pediátrico. As novidades serão amplamente debatidas durante o evento por re- nomados profissionais brasileiros e internacionais, entre eles, o Dr. Slongo, responsável pelo curso AO Pediátrico na Suíça. Previsto ainda debates sobre os novos rumos da Ortopedia Pediátrica no Brasil com a participação dos ex–presidentes da Sociedade Brasileira de Ortopedia. Haverá espaço também para mais novos exporem suas idéias. Santos é uma cidade muito agradável e acolhedora e o ortopedista poderá desfrutar de suas atrações com a família. 6 CBOP 2012: Atualização em Ortopedia Pediátrica Contato: [email protected] As doenças ortopédicas do quadril e neuromusculares, além das lesões do esporte e as correções de deformidades ortopédicas na criança e no adolescente serão o tema central do X Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica marcado para 6 a 9 de junho de 2012, em Fortaleza, Ceará. A escolha deste temário tem em vista a importância de cada assunto para os profissionais da área. De acordo com o Dr. Paulo Colares, que está à frente do evento, “o quadril do adolescente acometido com deformidades congênitas, residual ou do desenvolvimento, continua sendo um desafio para o ortopedista pediátrico e a necessidade de popularização de novas técnicas cirúrgicas se faz necessário. Da mesma forma, a doença ortopédica neuromuscular na criança e no adolescente é um tema sempre desafiador e sua filosofia de tratamento está passando por importantes mudanças. Por outro lado, a crescente exposição de Dr. Paulo Colares: apostando na programação científica crianças e adolescentes a atividades físicas escolares está provocando um aumento de pacientes em nossos consultórios. Devemos nos habilitar a tratá-los com métodos modernos e eficazes. E a correção de deformidades ortopédicas é um assunto que devemos estar sempre nos atualizando”. Esses e outros temas serão apresentados através de mesas redondas, palestras, conferências, cursos pré congressos e seminários por renomados especialistas. Inscrições - O X CBOP é aberto a todos os ortopedistas pediátricos, ortopedistas em geral e profissionais de especialidades afins. As inscrições serão abertas a partir do TROIA 2011, marcado para 5 e 6 de agosto, em Santos. Os trabalhos científicos poderão ser inscritos a partir do CBOT, em São Paulo, entre os dias 13 e 15 de novembro. A Comissão Organizadora está trabalhando para que o X CBOP seja um grande evento. “A reconhecida complexidade e amplitude de assuntos pertencentes a Ortopedia Pediátrica é o nosso maior trunfo e, ao mesmo tempo, nosso maior desafio. Áreas pediátricas como a mão, coluna, artroscopia, medicina esportiva e quadril do adolescente serão amplamente abordadas, proporcionando a atualização científica do participante, que terá uma oportunidade única de aprofundar seus conhecimentos”, conclui. International Federation of Paediatric Orthopaedic Societies IFPOS 7 Dr. Carlo Milani e congressistas convidados durante o Congresso da IFPOS, em Seul Fundada em abril de 1996 para congregar todas as entidades de ortopedia pediátrica do mundo, a International Federation of Paediatric Orthopaedic Societies - IFPOS possui hoje 51 filiadas, uma força que movimenta milhares de profissionais. Como a IFPOS é uma sociedade virtual, não tem sede própria. Sua sede, atualmente, é a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica. Recentemente, um brasileiro foi eleito para comandar a entidade entre o período de 2010 e 2013. O Dr. Carlo Milani foi eleito e empossado em setembro do ano passado, durante o 5° Congresso Trienal da IFPOS, em Seul, que aconteceu simultaneamente ao 26th Annual Meeting of the Korean Paediatric Orthopaedic Society. “O cargo, na realidade, foi para o Brasil”, afirma o Dr. Carlo Milani ao comentar sua indicação. À frente da entida- de, agora, ele pretende colocar os países em desenvolvimento dentro da IFPOS, incentivando os colegas que têm possibilidade com relação a tempo, vocação e condições financeiras, a socorrerem as sociedades que pedirem ajuda, dando cursos de atualização e até se dedicando à prática da ortopedia pediátrica nestes locais. Segundo ele, a ortopedia pediátrica brasileira não tem nada a dever à ortopedia pediátrica mundial. “Nós, sem qualquer modéstia, somos o primeiro mundo em ortopedia pediátrica. Não temos a mesma infraestrutura ambulatorial e hospitalar dos países do primeiro mundo, mas capacidade técnica, nós temos”, enfatiza, ressaltando que “somos muito bem vistos pelos colegas de entidades européias -EPOS, e norte americanas - POSNA. A eleição de um brasileiro só reforça este excelente conceito da ortopedia pediátrica brasileiro”, conclui. 8 LINHA DO TEMPO Do Cirurgião Geral ao Ortope Inicialmente a atenção ao paciente ortopédico era prestada pelo cirurgião geral, depois pelo ortopedista generalista e mais tarde, pelos que se dedicaram ao tratamento da criança e do adolescente. As enfermidades ortopédicas que acometem a criança sempre despertaram o interesse e a preocupação dos que prestam atendimento a elas, e seu estudo acompanha a história da Ortopedia brasileira, tanto que no II CBOT, em 1937, um dos temas oficiais foi a ”Luxação Congênita do Quadril” Na década de 80, um grupo de Ortopedistas influenciados por aqueles precursores, e oriundos de estágios em centros de excelência no exterior, formaram grupos de estudos, cujo ponto alto foram os Seminários Internacionais de Ortopedia Pediátrica. Em 1989, nasceu o Comitê de Ortopedia Pediátrica da SBOT, oficializado por Paulo Cezar de Malta Schott, então Presidente da entidade. O Comitê também teve especial apoio na gestão de José Laredo Filho, passando desde então pelo trabalho incansável e dedi- cado de suas diretorias, a exercer a coordenação da difusão do conhecimento por meio dos eventos que promove, como o TROIA, o Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica, e o Dia da Especialidade. Em parceria com a SBOT, a SBOP participa de atividades de educação continuada e de campanhas para a população na prevenção do trauma e da violência à criança. As novidades na área são muitas, abordarei de maneira sucinta as mais comuns no nosso dia a dia. Kobayashi et al, comparando os quadris nas radiografias de bacia de pacientes com displasia unilateral, notaram que as alterações radiográficas aparecem após os seis anos de idade e que nenhuma das articulações com índice CE de Wiberg <15° evoluiu para a normalidade. Na Epifisiólise, Dodds et al concluíram que os graus de Southwick não têm relação com o impacto fêmuroacetabular, e, em um seguimento de 6,1 anos, 31% de seus pacientes apresentavam sintomas de impacto. Nas lesões do LCA, Lawrence et al mostraram que, 9 eral ao Ortopedista Pediátrico Dr. Anastácio Kotzias com a técnica de reconstrução intra-epifisária, a estabilidade foi recuperada e todos os pacientes voltaram a desempenhar suas atividades. A pesquisa de Tsai et al mostrou que o Ciprofloxacin pode degradar o colágeno tipo I e afetar o desenvolvimento musculoesquelético da criança. Nos pacientes com PC e deambuladores, Gorton et al avaliaram as cirurgias nos membros inferiores utilizando o laboratório de marcha, medidas de função motora e um questionário aos pais. Concluíram que após um ano de seguimento os pacientes operados não apresentaram melhora significativa se comparados ao grupo que não foi operado. No tratamento do Cisto Ósseo Solitário, Hou et al realizaram estudo comparativo sobre a eficácia do tratamento com diferentes técnicas. Concluíram que a curetagem, cauterização com etanol, enxerto ósseo sintético de Sulfato de Cálcio e parafuso canulado para drenar o Cisto foi o tratamento menos invasivo e que apresentou a maior taxa de cicatrização radiográfica. Samson-Fang mostrou que o maior impacto do uso de Bisfosfonato no tratamento da Osteogênese Imperfeita não acontece nas formas intermediárias nem severas da doença. Mubarak et al consideram que no tratamento da coalisão calcâneo-navicular o preenchimento com gordura é mais efetivo do que a utilização de parte do músculo do Extensor Curto dos dedos. Mostraram que o tendão é curto, preenche somente 64% do orifício e altera a anatomia da face dorso-lateral do pé. Flynn et al notaram que não aconteceu síndrome compartimental nos pacientes tratados de fratura dos ossos do antebraço após 24 horas do trauma, o atraso na consolidação ocorreu nos pacientes mais velhos e que foram submetidos a redução cruenta. Basener et al, em estudo sobre o uso de hastes flexíveis nas fraturas do Fêmur, encontraram deformidade rotacional maior de 15° em mais de 45% dos pacientes. Ballock et al sugerem que as Artrites devam ser tratadas com qualquer método de drenagem e com antibiótico endovenoso. Iniciam a via oral da medicação quando o paciente está afebril por mais de 24 horas, apresenta melhora do estado geral e da articulação, e quando os valores do PCR diminuem. A Ortopedia Pediátrica é a mais ampla de todas as sub-especialidades ortopédicas, abrange toda a variabilidade de doenças e tipos de trauma que acometem as crianças e adolescentes. Congrega profissionais que vislumbram um horizonte cada vez mais qualificado e integral de atendimento, prevenção, proteção e promoção da saúde aos pequenos e jovens brasileiros. 10 Entrevista: Homenagens às ortopedistas D r a. Patrícia Fucs Não há dúvidas de que a Ortopediadia Pediátrica brasileira é uma das melhores do mundo. Este conceito se deve a excelência dos prossifissionais, entre eles a Dra. Patrícia Moraes Barros Fucs, de São Paulo. Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em 1981, onde trabalha até hoje, ela faz a diferença em seu trabalho. Sua vida profissional começou no Pavilhão “Fernandinho Simonsen”. No primeiro contato que teve com o “Pavilhão”, a mágica aconteceu, ressalta a Dra. Patrícia Fucs. “Foi paixão à primeira vista pela Ortopedia. No entanto, a escolha pela O.P. aconteceu depois, no tratar as crianças, especialmente, as crianças portadoras de afecções neuro-musculares, especialidade que abraçei, de certa forma, influenciada pelo saudoso professor Carvalho Pinto”, afirma. Ex presidente da SBOP e, atualmente, Chefe de Clínica Adjunta na Santa Casa, a Dra. Patrícia Fucs é ainda Professora da Graduação e da Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Homenagem mais do que justa Santa Casa e Coordenadora da Pós-Graduação no Departamento de Ortopedia também da Santa Casa. Além disso, está à frente de uma equipe de ortopedistas pediátricos no Hospital Infantil Sabará, instituição privada. Dar conta de tanta responsabilidade não é fácil, principalmente quando se trabalha em instituições distintas como a Santa Casa e o Hospital Infantil Sabará. As comparações são inevitáveis e muitas vezes podem gerar angústias. De acordo com a Dra. Patrícia Fucs, “sempre haverá um conflito quando nos deparamos com as dificuldades do sistema público (embora a Santa Casa seja uma fundação privada, atende os pacientes do SUS). Mas o mais importante no atendimento é a relação médico-paciente, que deve ser de confiança e de cuidado para com o paciente. Isso requer tempo que muitas vezes pode ser complicado num ambulatório cheio. Os pacientes que tratamos na Santa Casa, também por serem pacientes durante muito tempo, têm a atenção e o cuidado de um paciente privado, mesmo não tendo as condições melhores de internação. Muitos deles têm acesso ilimitado ao grupo e a mim. Não é incomum os pais me telefonarem quando precisam ou têm alguma dúvida”. Ser mulher em uma profissão basicamente masculina deveria ser também um problema, o que na visão da Dra. Patrícia Fucs isto não acontece. “Nós, mulheres, encontramos o nosso espaço sem grandes dificuldades. Não precisa ser forte, só ter jeitinho para fazer tudo”, afirma. E jeitinho é o que não falta, principalmente no trato com a criança. Segundo ela,”essa coisa de instinto maternal não dá para negar:somos mesmos diferentes dos homens”. 11 Como anda a Ortopedia Pediátrica Dr. Alexandre Lourenço Embora, a rigor, não possamos falar em Ortopedia Pediátrica (O.P.) como especialidade, uma vez que ela não é reconhecida oficialmente como tal, percebemos um reconhecimento cada vez maior da sociedade, principalmente pelos pais e pediatras, como uma área bem consolidada da Ortopedia. A SBOP é hoje uma das maiores sociedades de Ortopedia Pediátrica do mundo não apenas em número, como, também, em qualidade. E muitos trabalhos científicos apresentados aqui não ficam a dever para os que são apresentados nos congressos do POSNA e do EPOS. Nos últimos anos, temos testemunhado um crescimento da O.P. no nosso país, a despeito de haver uma maior procura dos residentes recém formados por outras áreas, como ombro e joelho. Também, nos Estados Unidos e na Europa há uma preocupação sentido. Sem dúvida, a remuneração mais baixa é um fator determinante. Porém, para muitos colegas estrangeiros, a falta de procedimentos - aliada à tecnologia, pode ter uma maior influência. Talvez, uma maneira de se encorajar o interesse pela O.P. seja tentar incluir técnicas mais D r. A l e x a n d r e L o u r e n ç o modernas, como artroscopia e fixadores externos, e aumentar o escopo da nossa área, melhorando a formação em coluna, joelho, ombro e medicina esportiva voltada para a criança e o adolescente. Nos nossos últimos congressos, foram definidos os novos critérios para se tornar membro da SBOP, já disponíveis em nosso site e publicados a seguir, para conhecimento de todos: 1. Ser membro da SBOT 2. Indicação por dois sócios fundadores, titulares, remidos ou eméritos. 3. Participação em pelo menos um Congresso oficial da SBOP (CBOP ou TROIA.) 4. Estágio nacional ou internacional na especialidade, cuja duração deverá ser de ao menos 1 ano. 5. Possuir pelo menos três dos seguintes itens: A - Trabalhos publicados na especialidade B - Trabalhos da especialidade apresentados em Congressos C - Participação em congressos da especialidade D - participação em curso e no dia da especialidade do Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia E - Participação em curso de atualização da especialidade 6. Ter sua proposta aprovada pela Diretoria da SBOP Apesar da O. P. brasileira ter avançado muito, ainda precisamos aprofundar algumas questões, que ainda não estão definidas: Quais seriam os requisitos mínimos para formar um o ortopedista pediátrico? Onde estão sendo formados os ortopedistas pediátricos no Brasil? Devemos ter uma prova nos moldes da SBOT para novos membros da SBOP? Talvez possamos realizar uma pesquisa on-line sobre isso. Mas, desde já, conclamamos todos os chefes de serviços no nosso país para enviar dados pelo site da SBOP sobre quantos R4’s estão formando por ano? Qual o tempo do estágio? Há remuneração? Quando é feita a seleção? Precisamos destes dados para poder orientar melhor novos residentes interessados em seguir a carreira da Ortopedia Pediátrica. 12 Aliviando o estresse Fatos Método Ponseti Dr. Cláudio Santili Gestão 2005/2007 Belo Horizonte foi sede do Curso Avançado do Tratamento do Pé Torto Congênito pelo Método de Ponseti. O curso foi organizado pelo Grupo Ponseti Brasil, coordenado pela Dra. Mônica Nogueira, e teve como convidados os Drs. Shafique Pirani / Canadá; José Morcuende / EUA; Cristina Alves / Portugal; Ana Ey / Espanha; e Flagrante da plenária Dália Sepúlveda / Chile. Participaram do evento teórico prático 179 ortopedistas de todo o Brasil. Posse em BH Pescaria no Amazonas Quem não queria estar no lugar dos nossos colegas Chang Po e Paulo Su? Para aliviar o estresse do dia a dia, e as preocupações com o trânsito, convênios e planos de saúde que exploram o trabalho médico, eles conseguiram arrumar um tempinho para uma pescaria.Como eles moram em Manaus, peixe é o que não falta, o que pode ser comprovado com a foto acima. Osvandré Lech, Francisco Carlos e Rui Maciel O ortopedista pediátrico Dr. Francisco Carlos assumiu a presidência da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Ortopedia, sucedendo o colega Gilberto Brandão. A transmisão do cargo ocorreu na Associação Médica de Minas Gerais, com a presença de vários ortopedistas, que prestigiaram a posse, dentre eles, os presidentes Osvandré Lech, da SBOT, e Rui Maciel Godoy Jr, da SBOP. & 13 & Agenda Fotos Sucesso absoluto Sucesso absoluto o IX Congresso Brasileiro e o V Latino Americano de Ortopedia Pediatrica, realizados, simultaneamente, nos dias 16 a 19 de junho de 2010, em Campos do Jordão. Destaque para o curso da Dra. Patrícia Fuchs que, em conjunto com o Dr. Perry Schoenecker, da Universidade de Washington, EUA, trouxeram grandes profissionais do POSNA, EPOS e da SLAOTI, entre eles os colegas Baxter Willis, Steve Richards, Eric Gordon, Norman Rami- Dr. Gilberto Waisberg rez, Mathew Dobbs, John Dormans, Alain Dimeglio e Alexandre Arkader. O IX CBOP foi presidido pelo Dr. Gilberto Waisberg e teve como convidados internacionais o Dr. Luciano Dias, de Chicago, EUA, e o Dr. Andre Kaelin, da Suiça, Criança 2010 A terceira edição do Criança 2010 – Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas, promovido pelo Hospital Pequeno Príncipe, reuniu entre os dias 28 e 31de agosto de 2010, em Curitiba, cerca de 3 mil pessoas para debaterem temas da Pediatria. O congresso contou com Cerca de 30 especialistas internacionais e 140 profissionais convidados de diferentes partes do Brasil. Para o chefe do Serviço de Ortopedia, Dr. Luiz Antônio Munhoz da Cunha, o módulo de Ortopedia do Criança 2010, com 200 inscritos, contou com dois convidados internacionais: Profs. John Anthony Hering e Dennis Wenger, ambos dos Estados Unidos. Presentes também representantes dos principais serviços de ortopedia pediátrica do Brasil. “Foram praticamente 14 congressos em um”, conclui Cunha. TROIA 2011 Traumatologia Ortopédica Infantil - Atualização Data: 5 e 6 / 08 / 2011 Local: Santos-SP Informações e inscrições: www.troia2011.com.br SICOT 2011 - XXV Triennial World Congress www.sicot.org Data: 6 a 9 / 09 / 2011 Local: Praga, Rep. Tcheca Atenção: Dia 07 / 09 reservado para as atividades da IFPOS - IFPOS DAY 43º CBOT Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia Data: 13 a 15 /11 / 2011 Local: São Paulo/SP Prazo para submissão de temas livres: 31/ 05 / 2011 Site: www.cbot2011.com.br Sugestão de Leitura Análise comparativa em modelo computadorizado bidimensional com simulação do emprego de hastes flexíveis de aço e titânio, na fratura do fêmur da criança, utilizando o método dos elementos finitos. Tese Doutorado: Prof. Dr. Jamil Faissal Soni Faculdade Medicina da Santa Casa de São Paulo RBO (www.rbo.org.br ). 14 Palavra dos ex-presidentes Dr. Cláudio Santili Chamem o IBAMA Tomo a liberdade hoje de reproduzir trechos do editorial que tive oportunidade de escrever há exatos 12 anos quando assumi a presidência da SBOP (RBO vol 34 nº 1-1999). “ Distamos pouco tempo das descobertas da ciência genética e do crescimento dos conhecimentos adquiridos sobre o desenvolvimento humano, e já estamos diante de avanços tão surpreendentes que deixariam os seus descobridores estarrecidos com as possibilidades intermináveis, tanto no diagnóstico como no tratamento das afecções malformativas e desenvolvimentais do sistema músculo-esquelético. Pouco mais de um século destas descobertas e a mais antiga subespecialidade dentro da própria Ortopedia (Orthos= reto, direito; paedo = criança), privilegiada com o crescimento cultural de importantes áreas afins, pode ser hoje muito mais profilática e interveniente do que contemplativa e expectante. A Ortopedia como instrumento a serviço do homem é envolvente e está sempre às voltas com o desenvolvimento humano. Sua abrangência ultrapassa seus próprios limites e nos propugna tanto aos caminhos do aconselhamento genético quanto à investigação e tratamento precoce de afecções que podem interferir na liberdade do movimento. Movimento que retroalimenta e mantém a sobrevivência de outros sistemas, os quais dependem dos elementos estocados no esqueleto, para a manutenção da vida. A Ortopedia Pediátrica, por sua vez, tem importância dística, o que a faz sempre atual e atuante, haja vista o seu envolvimento na prevenção e tratamento daquela que é a doença do século, e porque não dizer do futuro, que é o trauma. Dados epidemiológicos evidenciam a nossa necessidade, como especialistas e educadores, de deixarmos um pouco os consultórios e as salas de aulas e participarmos mais ativamente nas campanhas preventivas de conscientização popular. Não se deve impor que o especialista adote como paradigma, mas aconselha-se que persiga como objetivo o dogma altruístico de que : se toda criança tem direito à “proteção”, você, como ortopedista pediátrico, se instruído e competente, pode ser o seu guardião, num importante momento de sua vida. Bem-vindo à Ortopedia Pediátrica Brasileira! “ Acho-o ainda pertinente e atual, muito mais pelo contexto de perspectivas e de dificuldades por que passa a classe médica como um todo, pois não há união consistente para que nossos movimentos sejam produtivos em termos de resgate da dignidade profissional. Hoje, a formação de um bom ortopedista pediátrico demanda muito tempo e grande investimento, além de estar mais raro conseguirmos jovens motivados a dedicarem – se a uma especialidade que é mais trabalhosa, desafiadora e menos lucrativa. Talvez por isso, tenho observado um êxodo em relação à Pediátrica, que era sim, a opção dos profissionais mais ecléticos do passado. Daí, por que estamos rareando, e diria até que estamos quase em extinção. Por favor chamem o IBAMA !