HISTÓRIA PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br © 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 696 p. ISBN: 978-85-387-0574-1 1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Disciplinas Autores Língua Portuguesa Literatura Matemática Física Química Biologia História Geografia Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Fábio D’Ávila Danton Pedro dos Santos Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Chegada dos portugueses à economia do açúcar EM_V_HIS_025 o desenvolvimento comercial, também afetado pelos pesados tributos impostos pelos senhores feudais. O tema Expansão Marítima já é conhecido de todos nós. Inicialmente chamado de “Grandes Navegações”, nas séries iniciais dá-se ênfase à chegada de Cabral ao Brasil como um feito heroico. Na compreensão histórica não devemos considerar a ação individual de heróis, mas o processo coletivo humano na transformação de sua realidade. Dessa forma, a simples informação do nome do navegador e a data, com precisão de dia, mês e ano, representa pouca utilidade, salvo se você for a um programa de perguntas e respostas. Para entendermos a formação de nosso país, é fundamental tratar de assuntos como as navegações e os primeiros anos da presença portuguesa no Brasil indo além de nomes e data. Neste tópico, abordaremos as origens da expansão marítima e suas etapas, compreendendo a chegada dos portugueses. Também veremos os tratados que foram delineando o território brasileiro tal qual o conhecemos hoje, e os 30 primeiros anos de nossa História, o chamado período pré-colonial. Desde a Baixa Idade Média, as cidades italianas de Gênova e Veneza monopolizavam a distribuição dos produtos orientais na Europa a partir do Mediterrâneo, distribuição feita por rotas terrestres e fluviais, em direção às duas principais feiras comerciais (Flandres e Champanhe). Porém, com o advento da peste negra e da Guerra dos Cem Anos, essas rotas tornaram-se inseguras, gerando um obstáculo para A saída para tais entraves foi a substituição das tradicionais rotas terrestres pelas rotas marítimas. Ainda no quadro da crise do sistema feudal, a inflação provocada pelo esgotamento das minas de metais preciosos, o monopólio italiano para a obtenção de especiarias orientais e o grande número de intermediários na distribuição dessas mercadorias tornava cada vez mais difícil a recuperação econômica da Europa. Seria necessário, então, buscar uma rota marítima alternativa para atingir o Oriente, buscando novas fontes de metais preciosos e especiarias a um preço mais baixo. Porém, a maioria dos Estados europeus não reunia condições de realizar tal obra, uma vez que a Espanha ainda convivia com a presença muçulmana em seu território, além da carência de um governo centralizado. França e Inglaterra estavam envolvidas na Guerra dos Cem Anos (1337-1453), sendo que a Inglaterra ainda teve que enfrentar a Guerra das Duas Rosas (1455-1485). O Sacro Império apresentava-se fragmentado em reinos alemães e repúblicas italianas. Apenas Portugal reunia condições propícias para realizar a expansão marítima e comercial, em busca da rota alternativa para o Oriente. Fatores do pioneirismo português Portugal foi o pioneiro na expansão marítima por reunir as seguintes características: Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 1 •• A centralização precoce com a Revolução de Avis (1383-1385), permitiu a captação de recursos para a expansão marítima e o desenvolvimento da burguesia portuguesa a partir do estímulo às atividades mercantis. •• A presença de uma burguesia aliada ao Estado português, o apoio da burguesia, classe interessada na expansão das atividades comerciais em busca de maiores lucros, garantiu ao rei apoio para o empreendimento náutico. •• A ideia de expansão da fé católica representada pelo espírito cruzadista português, desenvolvido a partir da luta contra os muçulmanos na Península Ibérica desde o século VIII d.C. Esse espírito motivou muitos portugueses a desbravar o “Mar Tenebroso” (como era chamado o Oceano Atlântico), suas lendas e seus perigos. As etapas da expansão marítima portuguesa IESDE Brasil S.A. •• A posição geográfica favorável fez de Portugal ponto de parada dos navegadores italianos em direção ao Mar do Norte. Com os recursos captados a partir dessa atividade, a burguesia portuguesa conseguiu patrocinar suas primeiras viagens marítimas em direção ao Oriente. Andrew Dunn. PhotoObjects. Heinz-Josef Lücking. •• O desenvolvimento náutico alcançado a partir da criação da Escola de Sagres, fundada pelo infante D. Henrique, filho do rei D. João I, para sistematizar o ensino e o conhecimento náutico. Alguns autores, como Charles Boxer, consideram que a Escola de Sagres nunca existiu enquanto instituição de ensino, mas apenas como conjunto de tradições náuticas. •• A estabilidade política provocada pela ausência de guerras a partir da Revolução de Avis (1383-1385). Portugal pôde, dessa maneira, se dedicar às atividades náuticas, enquanto nações como França e Inglaterra degladiavam-se na Guerra dos Cem Anos (1337-1453). A Inglaterra ainda presenciou a Guerra das Duas Rosas (1455-85). A Espanha lutava há muito tempo para expulsar os muçulmanos na Guerra de Reconquista. Tais nações só conheceram a estabilidade política necessária à expansão depois de Portugal. 2 •• Contatos de Portugal com os muçulmanos e trocas comerciais possibilitaram aos portugueses assimilar tecnologias fundamentais à navegação como o uso do astrolábio. A Expansão Marítima Portuguesa também pode ser chamada de Périplo Africano, por buscar um novo caminho para o Oriente via oceano Atlântico costeando o continente africano, como evidenciado no mapa anterior. A Expansão Marítima Portuguesa iniciou-se em 1415 com a tomada da ilha de Ceuta, no norte da África, liderada pelo Infante D. Henrique, filho do rei D. João I. Essa cidade era de grande importância por ser base de piratas muçulmanos que atuavam no Mediterrâneo e um centro comercial do Marrocos, para onde convergiam rotas comerciais que traziam ouro e produtos orientais do Egito e do Sudão. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 Instrumentos de orientação: Astrolábio, Bússola, Quadrante. EM_V_HIS_025 Rio Grande do Norte. Porém, existe uma forte evidencia do conhecimento português sobre as áreas a oeste do oceano Atlântico. O livro Esmeraldo de Situ Orbis do navegador Duarte Pacheco, indica que ainda em 1498, o rei D. Manuel o Venturoso enviou uma frota para aportar em terras além do Mar Oceano (como era chamado o oceano Atlântico), onde havia uma região na qual se encontrava “muito e fino brasil”. Esse livro não pode ser considerado uma fonte histórica irrefutável, uma vez que foi publicada em 1505, logo após a viagem de Cabral, e apenas faz referência à data de 1498. No entanto, as negociações portuguesas para a confecção do Tratado de Tordesilhas novamente evidenciam o possível conhecimento português sobre o Brasil, antes mesmo da viagem de Cabral. Périplo: navegação à volta de um mar ou das costas de um país. As etapas da expansão marítima espanhola IESDE Brasil S.A. Entre 1427 e 1439, procedeu-se a ocupação das ilhas atlânticas de Açores, Madeira, São Tomé entre outras. Nestas ilhas desenvolveu-se a produção açucareira, que encontrou grande mercado consumidor nas cidades europeias, auferindo consideráveis lucros à burguesia de Portugal. Esses lucros foram reinvestidos em novas viagens marítimas portuguesas. Em 1434, Gil Eanes ultrapassou o cabo Bojador, de difícil navegação. Essa conquista levou os portugueses ao rio do Ouro, onde além do metal precioso, encontraram marfim, madeiras e malagueta. Além disso, a chegada ao rio do Ouro ampliou a presença portuguesa na África que possibilitou o estabelecimento do tráfico negreiro em 1441, fornecendo escravos para suprir a carência de mão-de-obra em Portugal e nas ilhas açucareiras do Atlântico. Em busca do mítico reino de Prestes João, um provável reino cristão fincado entre a África e a Índia, o rei D. João II (1481-1495) enviou a expedição de Bartolomeu Dias, em busca também de uma passagem para o Oriente. Embora fracassada em sua busca pelo lendário monarca, Bartolomeu Dias conseguiu descobrir a passagem que contornava a África em direção ao leste, no cabo das Tormentas. Esse cabo foi logo rebatizado cabo da Boa Esperança, revelando a disposição portuguesa em atingir o Oriente. Em 1498, o navegador Vasco da Gama chegou a Calicute na Índia, conseguiu comprar a baixos preços produtos orientais que, revendidos na Europa possibilitaram grande lucro. Esse fato foi o início da lucrativa empreitada portuguesa nas Índias Orietais. Animados pela lucratividade de Vasco da Gama, os portugueses organizaram uma expedição comandada por Pedro Álvares Cabral, que tinha como objetivo ampliar a presença portuguesa no Oriente. Embora tenha se consolidado a tese de que o descobrimento do Brasil por Cabral em 22 de abril de 1500 tenha sido algo acidental, muitos historiadores atualmente consideram a intencionalidade da expedição em oficializar a posse sobre terras possivelmente já conhecida dos portugueses. Recentemente, a historiografia tem revisado a importância da expedição de Cabral em relação ao descobrimento do Brasil. Estudos atuais revelam que o primeiro a chegar a estas terras deve ter sido o espanhol Vicente Pinzón, que desembarcou no litoral do Ceará em 26 de janeiro de 1500. Em fevereiro de 1500, Diogo de Lepe, outro navegador espanhol, chegou ao cabo de São Roque, próximo à Natal no Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 3 Antes que Vasco da Gama chegasse às Índias, iniciava-se a expansão marítima espanhola a partir da superação de seus entraves internos com a conquista do reino árabe de Granada em 1492 e a unificação dos reinos de Castela e Aragão a partir do casamento de seus reis, respectivamente, Isabel e Aragão, no ano de 1469. Em 1492, a Espanha financiou a viagem do genovês Cristóvão Colombo, que ambicionava atingir o Oriente navegando rumo ao Ocidente (el levante por el poniente). Dois meses após a partida, Colombo atingiu a América Central, acreditando entretanto, que havia atingido as Índias. O novo continente foi reconhecido em 1504 com a expedição de Américo Vespúcio. Em 1513 Vasco Nunez Balboa alcançou o oceano Pacífico, e entre 1519 e 1521, Fernão de Magalhães e Sebastião Del Cano realizaram a primeira viagem de circunavegação do planeta. Os tratados ultramarinos tativa de resolução desses conflitos foi o Tratado de Toledo (1480), que reservava para Portugal a posse das terras a descobrir situadas ao sul das Ilhas Canárias. Após a viagem de Colombo, o papa Alexandre VI editou a Bula Intercoetera (1493), que partilhava o mundo entre Portugal e Espanha a partir de um meridiano situado 100 léguas a Oeste do arquipélago de Cabo Verde. Segundo essa bula, Portugal teria a posse dos territórios a Leste do meridiano, cabendo a Espanha a parte Oeste. Os portugueses sentiram-se prejudicados com este tratado, uma vez que perderam a hegemonia no Atlântico Sul, conquistada em 1480 e indispensável para a continuidade de seu processo de expansão. Assim, exigiram o deslocamento do meridiano para 370 léguas do arquipélago, ao invés das 100 propostas. Surgiu então, em 1494, o Tratado de Tordesilhas, a partir dessa redefinição. 4 EM_V_HIS_025 IESDE Brasil S.A. Com as expedições portuguesas e espanholas iniciam-se as disputas territoriais. A primeira ten- Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br As consequências da expansão marítima •• A Revolução Comercial (séculos XVI e XVII), a partir do aumento da circulação de mercadorias e moedas e do grande afluxo de metais preciosos que gerou uma alta geral dos preços. •• Deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico e consequente declínio econômico das repúblicas italianas, devido à perda do monopólio do comércio das especiarias e ascensão das potências mercantis atlânticas. •• Europeização das áreas conquistadas e extermínio de grupos e nações indígenas na América. A crise da expansão portuguesa Rapidamente, a empresa marítima de Portugal no Oriente desarticulou-se diante dos grandes gastos para operacionalizar viagens, além da necessidade de material humano que superavam as possibilidades portuguesas, gerando grande déficit com casas bancárias europeias. A perseguição religiosa a judeus pelos tribunais católicos portugueses enfraqueceu a burguesia portuguesa, uma vez que os judeus estavam entre os principais mercadores e financistas do país. Os perseguidos destinaram-se com seus capitais para outras regiões mais tolerantes como os Países Baixos. Os gastos em terras, castelos e na manutenção do luxo e rigor da vida na Corte, por parte da nobreza consumiram capitais que poderiam ter sido investidos na exploração do comércio oriental. Por último, vale ressaltar a crescente presença de outras monarquias como a França, Inglaterra e Holanda, concorrendo com os portugueses na região. EM_V_HIS_025 A chegada de Cabral e a carta de Pero Vaz de Caminha No dia 22 de abril de 1500, a esquadra de Cabral chegava ao Brasil, que foi batizado com o nome de Ilha de Vera Cruz, nome que em 1501 foi mudado para Terra de Santa Cruz e que somente a partir de 1503 passou a se chamar Brasil. No dia 23 de abril, foram realizados os primeiros contatos com os indígenas, amistosos, segundo Pero Vaz de Caminha, e no dia 2 de maio, partiram em direção à Índia, que era o grande objetivo da expedição. Trecho da Carta de Caminha “Eram pardos, todos nus(...). Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. (...). Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra animaria, que costumada seja ao viver dos homens. (...) Esta terra, senhor, será tamanha que haverá nela bem vinte ou 25 léguas por costa (...) Nela, até agora, não pudemos ver se há ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro nem o vimos. Porém, a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de entre Doiro e Minho (...) Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por causa das águas que tem. Porém, o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa alteza nela deve lançar(...). Deste Porto Seguro, de vossa Ilha de Vera Cruz, hoje sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.” Pero Vaz de Caminha A Carta de Pero Vaz de Caminha na prática resume as impressões iniciais que os portugueses tiveram dos índios e da terra recém-conquistada e indica as principais características dos 30 primeiros anos após a expedição de Cabral, denominado período pré-colonial, no qual o Brasil foi relativamente abandonado, apesar da organização do extrativismo do pau-brasil, árvore que em 1503 deu nome à região. Os índios e as primeiras impressões portuguesas Inicialmente, convém destacar a imprecisão do termo índio. Tal denominação foi atribuída à população local pelo navegador Cristóvão Colombo, que acreditava ter chegado à Índia em 1492. Outros termos também podem ser utilizados para denominar esta população como ameríndio, autóctone, gentio, silvícola, “negro da terra” entre outros. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 5 Nelson Piletti. Outra imprecisão é atribuir aos vários povos indígenas, características semelhantes entre si. Os estudos arqueológicos e outras pesquisas têm mostrado a grande diversidade existente entre os vários grupos indígenas no Brasil, que se adaptaram às variadas condições geográficas locais. Os costumes, crenças, artesanato, formas de organização familiar eram heterogêneas, apesar da sensação de uniformidade dos primeiros europeus. O agrupamento entre os povos é feito, atualmente, por critérios de semelhança linguística. base na produção para mercados. Como descrito na Carta de Caminha, as comunidades indígenas possuíam uma produção de alimentos restrita e voltada para a autossuficiência. Portanto, não produziam excedentes agrícolas que pudessem ser comercializados nos mercados europeus, nem mesmo especiarias, dentro dos objetivos da Expansão Marítima. •• O fato do Brasil não oferecer metais preciosos. Como descrito no capítulo anterior, um dos objetivos da Expansão Marítima era a busca de metais preciosos, e a compra de especiarias orientais. •• A crise demográfica portuguesa. Desde o início da Expansão Marítima, Portugal vinha perdendo elevado contingente populacional para a empresa no Oriente. Logo, havia pouca oferta de pessoas para deslocarem-se para tão vastas e “inóspitas” terras de além-mar. Quando os europeus chegaram ao litoral, a maior parte das tribos indígenas praticavam uma agricultura de subsistência diversificada (mandioca, milho, feijão) e pouco produtiva se comparada à agricultura europeia do período; isso devido a fatores técnicos e culturais. Praticavam a caça e a pesca e a divisão do trabalho era feita por sexo: as mulheres dedicavam-se à agricultura, enquanto os homens cuidavam da caça. As relações entre as tribos eram definidas por casamentos, celebrações religiosas, alianças e guerras. Praticavam, geralmente, uma religião politeísta e animista (baseada em fenômenos da natureza) e os portugueses acreditavam que os índios, povos “sem Deus, sem lei, sem rei e sem razão” segundo o padre Simão de Vasconcelos, poderiam ser catequizados por possuírem alma. Porém, a catequese exigiria muito trabalho e disciplina dos portugueses dentro do quadro de expansão da fé católica já presente na Expansão Marítima, também evidenciado no trecho da carta de Pero Vaz de Caminha em destaque. O relativo abandono do Brasil 6 No período pré-colonial (1500-1530), os portugueses não priorizaram a ocupação do Brasil. Essa “secundarização” teve como causas: •• O fato dos portugueses não terem encontrado, no Brasil, sociedades organizadas com Apesar do relativo abandono, Portugal enviou ao Brasil expedições exploradoras que buscavam riquezas e revelavam acidentes geográficos. Entre estas expedições, podemos destacar a de Gaspar de Lemos (1501), que deu nome à Baía de Todos os Santos e ao lugarejo de São Sebastião do Rio de Janeiro, além de confirmar a existência de pau-brasil, madeira importante para a produção de têxteis na Europa devido ao tingido avermelhado que fornecia. Em 1503, Gonçalo Coelho chefiou outra expedição exploradora, que instalou feitorias no litoral fluminense. As feitorias eram armazéns fortificados no litoral, que armazenavam com segurança o pau-brasil e representavam a presença portuguesa na região. Além das expedições exploradoras, outras vieram para guardar as costas do Brasil dos constantes ataques de piratas e corsários estrangeiros. Destacaram-se as duas expedições de Cristóvão Jacques em 1516 e 1526, que procuraram deter o contrabando de pau-brasil. Apesar das tentativas, nem a instalação de feitorias, nem as expedições guarda-costeiras conseguiram eliminar a presença de contrabandistas no litoral brasileiro. Aproveitando-se da escassez de defesas portuguesas, piratas e corsários realizaram o contrabando do pau-brasil, à margem do Tratado de Tordesilhas, que garantia a posse portuguesa sobre as áreas. Segundo o autor Antônio Carlos do Amaral Azevedo, em seu livro Dicionário de Nomes, Conceitos e Termos Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 •• Os lucros do comércio oriental. Ainda nestes primeiros anos de século XVI, o comércio oriental oferecia grandes lucros a Portugal, o que justificava a restrição aos investimentos no Brasil. Históricos, corsário é o “nome dado a todo navio de propriedade particular fretado por seu proprietário ao governo, deste recebendo autoridade para guerrear ou interromper qualquer tráfico de país inimigo.” Dessa maneira, o corsário era uma ferramenta para objetivos mercantilistas, de nações como a Inglaterra e a França, que partiram tardiamente para a conquista do mundo colonial. Já os piratas, eram aqueles que combatiam por conta própria, logo, não estavam submetidos a nenhum compromisso com os Estados Nacionais. Entre os contrabandistas mais famosos está o corsário Francis Drake, capitão a serviço da rainha Elizabeth I e a segunda pessoa a circunavegar o globo terrestre entre 1577 e 1580. A exploração do pau-brasil A exploração do pau-brasil foi a primeira atividade econômica desenvolvida pelos portugueses no Brasil. A madeira, de grande importância para a tinturaria europeia, era mais abundante na área litorânea entre Angra dos Reis e o Nordeste. Para organizar a exploração e armazenar o pau-brasil, foram instaladas feitorias no litoral brasileiro. Esta atividade econômica era considerada um estanco, ou seja, um monopólio régio; dessa maneira, apenas as pessoas que possuíssem autorização poderiam realizá-la. O primeiro a receber tal autorização foi Fernão de Noronha, grande comerciante e cristão-novo*. EM_V_HIS_025 *Cristão-novo: judeu recém-convertido ao cristianismo, diante das perseguições da Inquisição europeia. Os portugueses, nos primeiros anos de exploração, utilizaram a mão-de-obra indígena para garantir a extração do pau-brasil. Tribos indígenas aliadas como os Tupiniquim do Rio de Janeiro, eram responsáveis pelo corte e transporte da madeira para as feitorias, recebendo em troca objetos de pouco valor na Europa, como espelhos, facas entre outros. Este sistema de comércio é conhecido como escambo. A exploração do pau-brasil foi uma das grandes responsáveis pela destruição da Mata Atlântica no Brasil devido ao seu caráter predatório. O sistema colonial Após estudarmos o relativo abandono do Brasil no chamado período pré-colonial, surgem duas questões: quais os motivos que levaram à colonização do Brasil e de que maneira ocorreu esse processo colonizador? Vamos analisar os fatores da colonização e os modelos utilizados no Brasil. Alguma coisa você deve lembrar. É a famosa aula que inclui Capitanias Hereditárias e Governo Geral. O sistema colonial insere-se num quadro muito mais amplo, que remete aos aspectos gerais dos tempos modernos. Isto significa que a colonização está diretamente relacionada ao Mercantilismo e ao Absolutismo. A principal característica do sistema colonial se resume ao pacto colonial, que regula o exclusivismo do comércio colonial a favor da metrópole. Dessa maneira, a colônia só poderia comprar e vender seus produtos de suas metrópoles, que estabeleciam preços para garantir sua balança comercial favorável, ou seja, preços baixos para os produtos vendidos pelas colônias e preços altos para os produtos vendidos pelas metrópoles. Com isso, os Estados absolutistas garantiam capital indispensável à consolidação de seu sistema de governo, efetivando o processo de centralização. Uma outra perspectiva do sistema colonial é a de complementaridade econômica entre colônia e metrópole, de modo que a primeira deveria especializar-se na produção de gêneros que a metrópole precisava, mas não produzia e vice-versa. Certamente, em vários momentos, os colonos produziram gêneros para seu próprio consumo (mercado interno), como a manufatura de “panos grosseiros” no Maranhão, que se desenvolveu para fornecer roupas para os escravos. As colônias passaram a se dedicar à produção de gêneros tropicais e matérias-primas indispensáveis ao desenvolvimento de suas metrópoles. São essas características que definem a estruturação da colonização portuguesa no Brasil. Os motivos da colonização do Brasil Se durante as primeiras décadas do século XVI Portugal optou pelo abandono relativo do Brasil, a partir de 1530 mudou de atitude, atuando no sentido de sua colonização devido: •• às constantes invasões francesas no litoral brasileiro. Se Portugal beneficiou-se da pre- Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 7 •• à decadência do comércio oriental, provocada pelos altos impostos cobrados, que não eram revertidos para a construção de mais navios e feitorias no Oriente. O resultado foi uma carência de infraestrutura, que ficou muito nítida quando outras nações (França, Inglaterra, Holanda) passaram também a atuar no comércio oriental, fazendo concorrência aos comerciantes lusos. A saída foi deslocar as atenções para o Brasil, na tentativa de ampliar os lucros por meio da adoção dos princípios mercantilistas. A expedição de Martim Afonso de Souza (1530) 8 Em 1530, com cerca de cinco navios, foi enviada ao Brasil uma expedição comandada por Martim Afonso de Souza, considerada por muitos historiadores como um marco para o início da colonização, pois a partir do seu sucesso é que foram estabelecidas as capitanias hereditárias. Ao chegar ao Brasil, a expedição se dividiu em duas partes: uma em direção ao Maranhão, e outra em direção ao sul. Depois de patrulhar a costa brasileira, combatendo piratas e corsários estrangeiros, Martim Afonso de Souza fundou o primeiro núcleo Martim Afonso de Souza. As capitanias hereditárias Após o sucesso da expedição de Martim Afonso, bastava agora criar um mecanismo para garantir a colonização de todo o território brasileiro. Assim, em 1534, o rei de Portugal D. João III (1502-1557) instalou no Brasil o sistema de capitanias hereditárias, que já tinha sido implantado para colonizar a ilha da Madeira. D. João III dividiu o Brasil em quinze lotes de terras, com extensão variando de 30 a 100 léguas. Aqueles que recebiam as terras eram chamados de donatários e, geralmente, eram recrutados entre elementos da pequena nobreza, inclusive comerciantes e funcionários do reino. Muitos eram cristãos-novos e fugiam das perseguições da contra-reforma na Europa. Os donatários, também chamados de capitães, recebiam a posse hereditária das capitanias, ou seja, transmitida de pai pra filho. A vinculação jurídica entre o rei e os donatários ficou estabelecida a partir de dois documentos. •• Carta de Doação: conferia aos donatários a posse hereditária da província, ou seja, o direito de administrar e explorar economicamente as terras conquistadas. Dessa maneira, essas regiões ficariam sob o controle dos donatários como províncias do reino, eliminando a possibilidade de propriedade privada. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 •• à descoberta de metais preciosos na América espanhola foi outro fator que motivou os portugueses a colonizarem suas possessões no Brasil com a esperança de encontrarem ouro e prata, assim como a Espanha. de povoamento no Brasil, a vila de São Vicente, em 1532. Ajudou também a fundar outros povoados como Santo André da Borda do Campo e Santo Amaro. Martim Afonso também foi o responsável pela instalação do primeiro engenho no Brasil, o engenho de São Jorge, em São Vicente, no ano de 1533, indicando a opção portuguesa pelo açúcar como atividade econômica que garantiria o sucesso da empresa colonizadora. Domínio público. coce centralização para realizar o processo de expansão marítima e conquista de mercados consumidores, antes de outras nações europeias, com o avanço do processo de centralização na Europa, outras nações tiveram condições de realizar a ampliação de seus domínios ultramarinos. Destaca-se a forte presença de navios franceses no litoral, em busca de pau-brasil e com ação legitimada a partir das declarações do rei francês Francisco I (1515-1547) que exigiu ironicamente o Testamento de Adão, no qual este transferia a posse das terras do Novo Mundo aos portugueses e espanhóis. A França ainda se remetia ao princípio do uti possidetis (posse pelo uso), alegando que Portugal não possuía direitos sobre uma terra que abandonou durante o período pré-colonial (1500-1530). Dessa maneira, para Portugal, colonizar o Brasil se transformou numa maneira de manter o controle sobre o território. Entre os deveres do donatário podemos citar a criação de vilas e a distribuição de sesmarias (lotes de terra) a quem possuísse condições de as tornar produtivas. A distribuição desses lotes de terra inicia o processo de concentração fundiária no Brasil. Destaca-se também o direito de exercer plena autoridade no campo judicial-administrativo, além da cobrança de impostos como a vigésima (5% sobre os lucros do comércio do pau-brasil). Os índios, hostis à colonização, poderiam ser escravizados pelos donatários, de acordo com o ideal de Guerra Justa que justificava legalmente a escravização do índio, caso este resistisse ao controle dos portugueses. A iniciativa de garantir a colonização do Brasil a partir das capitanias hereditárias, em grande parte fracassou. Diante das dificuldades, muitos donatários não manifestaram interesse em garantir a colonização de suas capitanias. Outros não possuíam os recursos necessários para os investimentos iniciais nem conseguiam combater as constantes incursões dos franceses que atacavam os povoamentos mais próximos da costa. A descentralização administrativa e o isolamento entre as capitanias foi ampliada pela distância em relação à metrópole e a carência de comunicação, dificultando ainda mais as tentativas de povoamento. Os constantes ataques indígenas aos recém-criados núcleos de povoamento foram um dos principais fatores que dificultaram o sucesso da colonização. Apesar do fracasso da maioria das capitanias, duas delas prosperaram: •• Pernambuco: cujo donatário era Duarte Coelho que promoveu a implantação de uma agromanufatura açucareira com capital holandês. EM_V_HIS_025 •• São Vicente: pertencente a Martim Afonso de Souza que desenvolveu uma produção açucareira com auxílio da Coroa Portuguesa, embora não tenha conseguido concorrer com a capitania de Pernambuco. O fracasso do sistema de capitanias hereditárias ampliava o risco de perda do território brasileiro, uma vez que não gerava um povoamento capaz de resistir aos ataques estrangeiros. A solução encontrada pelo rei D. João III, o “Rei Colonizador”, foi a implantação do Governo-Geral. Ary Johansson. •• Carta Foral: estabelecia os direitos e os deveres dos donatários. O dever principal era o de garantir os investimentos e ações necessárias à colonização das possessões. Dessa maneira, Portugal terceirizava os gastos e a responsabilidade em relação à colonização do território, uma vez que seus cofres estavam combalidos depois da crise do comércio oriental. Outro dever do donatário era o de enviar ao rei 10% dos lucros sobre todos os produtos da terra e 20% dos lucros sobre os metais preciosos (o famoso “quinto”). O governo-geral D. João III percebeu que a estrutura administrativa descentralizada das capitanias hereditárias, uma herança da época feudal, era uma das grandes responsáveis pelo fracasso da colonização. Então, D. João III criou, em 1548, o regimento do governo-geral, governo centralizado que deveria coordenar e fiscalizar a ação dos donatários, gerando uma base administrativa no Brasil para representar os interesses régios. Apesar das semelhanças com o sistema feudal, principalmente em relação à descentralização administrativa, não podemos afirmar que o sistema de capitanias hereditárias era feudal, principalmente, se considerarmos os aspectos econômicos como a mão-de-obra (escrava nas capitanias e servil no feudalismo) e o destino da produção (mercado externo nas capitanias e interno nos feudos). Para auxiliar os governadores-gerais foram nomeados os seguintes assessores: •• Ouvidor-mor: justiça. •• Procurador-mor: administração. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 9 O governador-geral deveria celebrar acordos de paz com as tribos indígenas, estimular as atividades agropecuárias, defender a costa dos ataques dos estrangeiros e apoiar a ação dos jesuítas e a implantação de núcleos de povoamento. O governo de Tomé de Souza Domínio público. O primeiro governador geral do Brasil foi Tomé de Souza. Ao chegar ao Brasil, em 1549, fundou a cidade de São Salvador, para ser a capital do governo-geral. Tomé de Souza estimulou a construção dos primeiros engenhos no recôncavo baiano e trouxe as primeiras Tomé de Souza. cabeças de gado. Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil com Tomé de Souza, chefiados por Manuel da Nóbrega. O jesuíta D. Pero Fernandes Sardinha foi o responsável pela construção do primeiro bispado, em 1551. O governo de Duarte da Costa Em 1553, foi enviado ao Brasil o segundo governador-geral, Duarte da Costa, que entrou em conflito com o bispo Sardinha. Este, ao voltar para Portugal, naufragou e foi morto por tribos indígenas. Duarte da Costa entrou em conflito com os jesuítas ao dar apoio à escravização do índio pelos colonos, contrariando os interesses catequizadores da Companhia de Jesus. Enfrentou a invasão francesa na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 1555. Comandados por Nicolau Durand de Villegaignon e Gaspar Coligny, perseguidos, os huguenotes (calvinistas franceses) instalaram-se na ilha de Seregipe fugindo das perseguições político-religiosas na França católica. A preferência pelo Rio de Janeiro se deu pela abundância de pau-brasil na Mata Atlântica carioca. O governo de Mem de Sá 10 Diante das dificuldades enfrentadas por Duarte da Costa, que não conseguiu expulsar os franceses, foi enviado Mem de Sá, em 1558, para ser o terceiro governador-geral do Brasil. Mem de Sá procurou reatar relações com os jesuítas e doou a capitania do Rio de Janeiro a seu sobrinho Estácio de Sá, que fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1.º de março de 1565, para apoiar a expulsão Mem de Sá. Capitania do Rio de Janeiro é o nome que recebeu a seção norte da capitania de São Vicente. Outros governos Com a saída de Mem de Sá, em 1570, foi enviado D. Luís Fernandes Vasconcelos para ser o novo governador-geral, mas um ataque de navios piratas franceses impediu sua chegada. Preocupado em garantir a colonização tanto das capitanias do Norte quanto do Sul, o rei D. Sebastião de Portugal dividiu o Brasil em dois governos-gerais: o Governo do Norte (capital na Bahia), comandado por Luis de Brito, e o Governo do Sul (capital no Rio de Janeiro) sob comando de Antônio Salema. Em 1578, a Coroa portuguesa optou pela unificação dos governos-gerais, sob o comando de Lourenço da Veiga e com capital no Rio de Janeiro. Em virtude da União Ibérica, em 1621 o Brasil foi novamente dividido em dois governos-gerais. O Estado do Brasil tinha sede em Salvador e o Estado do Maranhão possuía São Luís como capital. Em 1774, procedeu-se a uma nova unificação, com capital no Rio de Janeiro, desde 1763. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 •• Capitão-mor: defesa da costa. dos franceses. Mem de Sá ainda contou com o apoio dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta que pacificou os índios tamoios que apoiavam os franceses, por meio do Armistício de Iperoig. Em 1567, contando com o auxílio de índios Temiminós, chefiados por Arariboia, venceram definitivamente os invasores franceses. Apesar do sucesso dos governadores-gerais, estes enfrentaram uma série de problemas como a grande extensão do território brasileiro, além da resistência de alguns donatários em aceitar a autoridade dos governadores-gerais. O caso mais evidente dessa dificuldade foi o conflito entre Tomé de Souza e Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, que pediu ao rei que mantivesse sua autonomia em relação ao governador-geral, autonomia concedida pelo rei. Domínio público. •• Alcaide-mor: milícias terrestres. 600 km Oceano Pacífico Segundo o Tratado de Tordesilhas Oceano Atlântico Olinda REPARTIÇÃO DO NORTE SALVADOR Ilhéus Porto Seguro REPARTIÇÃO DO SUL Santos VITÓRIA RIO DE JANEIRO N O L A ação da Igreja Católica S Povoações Território atual do Brasil Oceano Atlântico São Luis Natal ESTADOS DO MARANHÃO Linha do Tratado de Tordesilhas IESDE Brasil S.A. Divisão do Brasil em dois governos. Belém Olinda Recife Salvador ESTADOS DO BRASIL Porto Seguro Vitória São Paulo Santos São Vicente Rio de Janeiro A administração eclesiástica acompanhou no Brasil colonial, a própria evolução administrativa da Colônia, ou seja, a criação de capitanias, comarcas e freguesias eram acompanhadas pela criação de prelazias, dioceses e paróquias. A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização, pois gerou a catequização do índio pelos jesuítas e a utilização destes como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus. A ação catequizadora permitiu a pacificação de tribos hostis, preservando dos ataques os primeiros núcleos de povoamento que se efetivavam. O ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas. Os jesuítas até admitiam a escravização do gentio, porém, apenas com fins religiosos e não econômicos, como pretendiam os colonos. Os jesuítas atuaram em duas frentes: •• o trabalho missionário com os índios; •• a educação com a fundação dos colégios. N O da cidade, construção de obras públicas (estradas, pontes, calçadas e edifícios) regulamentação dos ofícios, do comércio, das feiras e mercados, abastecimento de gêneros e cultura da terra. Representavam o poder local e constituíam o verdadeiro poder político colonial, uma vez que diante da grande extensão do território brasileiro, a autoridade dos governadoresgerais era pouco sentida em nível local. Tal fato favorecia o fortalecimento dos poderes locais constituintes das câmaras municipais. Para participar como vereador das câmaras municipais, era necessário o título de “homem-bom” que distinguia os latifundiários escravistas do restante da população. A câmara municipal era composta pelos almocatéis, que fiscalizavam o cumprimento das leis, pelos procuradores (representantes judiciais) e um juiz. Inicia-se, então, a vinculação histórica no Brasil entre propriedade fundiária e participação política. L Domínio público. 0 IESDE Brasil S.A. União Ibérica: período entre 1580 e 1640 no qual os rumos de Portugal e Espanha estiveram unidos sob a mesma dinastia. S A colônia dividida em dois estados: Brasil e Maranhão. EM_V_HIS_025 As câmaras municipais As câmaras municipais eram responsáveis pela administração dos municípios (cidades e vilas). Possuíam como atribuição a conservação das ruas, limpezas Catequese jesuítica. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 11 O engenho açucareiro A produção açucareira estruturou-se como uma empresa de base agrícola destinada à exploração econômica e à colonização do litoral brasileiro, principalmente o nordestino (centro produtor). O engenho constituía a unidade de produção composta por: •• unidades do engenho: responsável pelo processamento da cana e preparação do açúcar; •• casa-grande: residência do senhor-de-engenho e seus familiares; •• senzala: moradia dos escravos; •• capela: responsável pela fé católica presente nos engenhos; •• canaviais: plantações de cana-de-açúcar. Denise Roman. O açúcar O Brasil é doce como o MEL. Guarde essa frase! MEL é o anagrama das três principais características da economia açucareira: Monocultura, Escravidão e Latifúndio. Cuidado para não se confundir! O produto é o açúcar e não a cana-de-açúcar. Foi desenvolvida a agromanufatura açucareira, ou seja, a plantação da cana e a produção de um açúcar grosseiro. Para garantir a exploração do Brasil, Portugal teve que sair da esfera da circulação de mercadorias para a produção. A escolha recaiu sobre a agromanufatura açucareira. O termo agro refere-se à plantação da cana-de-açúcar, enquanto manufatura refere-se à produção de um açúcar grosseiro no Brasil, produção integrada à lógica do pacto colonial, que garantiria produtos tropicais a baixos preços produzidos na colônia. Esses produtos seriam revendidos a altos preços na Europa, garantindo a balança comercial favorável metropolitana, nos quadros da política mercantilista. Os principais motivos da escolha do açúcar como atividade colonizadora do Brasil foram: •• o alto valor do produto no mercado internacional e a existência de demanda pelo produto; •• a prévia experiência portuguesa produzindo o açúcar nas ilhas da Madeira e Cabo Verde; 12 •• a qualidade do solo (massapê) no litoral nordestino e as condições climáticas, além da proximidade em relação a Portugal, que diminuía os gastos com transporte, fizeram da Região Nordeste a principal área produtora de açúcar. Engenho de açúcar ou Casa-grande. A produção açucareira exigia pesados investimentos iniciais, restringindo a participação de pessoas de pouco capital do controle de processo produtivo. O açúcar era colocado em formas para secagem. Era prensado ao sair da forma, recebendo o nome de pão-de-açúcar. Os jesuítas, quando viram a semelhança entre o morro na cidade do Rio de Janeiro e o açúcar desenformado, batizaram-no de “Pão-de-Açúcar”. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 Na educação, por meio das ordens religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII e o ensino desenvolveu-se influenciado pela cultura religiosa. Na ação de catequização, os jesuítas aprenderam as línguas indígenas, criando, muitas vezes, uma cultura híbrida (indígena na forma e católica no conteúdo) para facilitar a obra de expansão da fé católica, proposta pelo fundador da Companhia, Inácio de Loyola. Ao divulgar a fé, os jesuítas procuravam formar novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei. Quanto à escravidão, tanto os jesuítas quanto a Igreja Católica, no período colonial, se limitavam ao repúdio às torturas e aos maus tratos, não havendo, porém, questionamento da escravidão enquanto instituição: as desigualdades terrenas são reconhecidas pelos jesuítas. Dessa maneira, o negro foi excluído da catequese e do processo de educação porque existia a crença de que ele não tinha alma. A sociedade colonial açucareira A montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de plantation, que em termos gerais consistia na produção em larga escala e com mão-de-obra escrava de um produto altamente lucrativo no mercado externo. As principais características da plantation eram: •• Monocultura: especialização na produção de um artigo de real interesse no mercado europeu. Com a difusão do consumo do açúcar na Europa, ainda na Idade Média, a atividade tornou-se altamente rentável, justificando a especialização da produção colonial. Por outro lado, a especialização em um só gênero faz da colônia um grande mercado consumidor de produtos metropolitanos. A organização social nas regiões de produção de açúcar seguiu as características de uma sociedade rural, onde os engenhos eram os núcleos de vida social. Os escravos, segundo o jesuíta Antonil, eram “as mãos e os pés do senhor”, de maneira que eram os responsáveis pelas principais atividades braçais. •• Escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória (escrava): indígena, depois negra. •• Latifúndio: grande propriedade de terra. •• Participação do capital holandês: principalmente por meio do financiamento dos engenhos, o transporte do açúcar para a Europa, o refino do açúcar grosseiro produzido no Brasil, além da distribuição do açúcar no mercado europeu. Essa participação ocorria, principalmente, na região Nordeste do Brasil. EM_V_HIS_025 •• Dependência externa: havia uma total ausência de autonomia dos produtores e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente voltada para o mercado externo. Ou seja, em tempos de valorização do açúcar no mercado internacional, os produtores ampliavam as áreas de cultivo, o que gerava uma grave crise de abastecimento a partir da carência de gêneros agrícolas para a alimentação. Por outro lado, em épocas de crise dos mercados europeus, as áreas de cultivo de cana restringiam-se, dando lugar a lavouras de gêneros essenciais, para garantir, pelo menos, alimentos para a mão-de-obra escrava. Próximos aos grandes engenhos, gravitavam pequenos e médios sítios de colonos brancos, chamados de fazendas obrigadas. Essas fazendas não possuíam moendas instaladas, fazendo com que os lavradores tivessem que levar a cana produzida em suas fazendas para que fosse processada nos engenhos, deixando uma parte da produção como pagamento dos serviços. Domínio público. Características gerais da produção açucareira Casa de engenho. Importante destacar o caráter patriarcal da sociedade, onde o homem mais velho da família senhoril, geralmente o senhor-de-engenho, tinha grande poder de influência e decisão frente aos demais colonos. No tópico sobre a sociedade colonial encontram-se mais informações e características da sociedade do engenho. A decadência da lavoura açucareira Até o século XVII, a produção açucareira desenvolveu-se sem grandes problemas. Porém, quando os holandeses foram expulsos do Nordeste brasileiro, em 1654, (tema abordado no próximo capítulo), dirigiram-se para áreas nas Antilhas (ilhas de Aruba e Curaçao) para produzir açúcar, aperfeiçoando as técnicas apreendidas no Brasil desde 1630. Dessa maneira, passaram a fazer concorrência aos produtores brasileiros. Devemos considerar, ainda, a retirada dos investimentos holandeses no Nordeste após a expulsão – a Coroa portuguesa, em crise, após a União Ibérica (1580-1640), não podia investir capitais da mesma maneira que os holandeses. Resultado: a decadência da lavoura açucareira, que não significa o fim da produção. Em verdade, o açúcar durante muito tempo ainda seria o principal produto agrícola de exportação do Brasil, porém já não garantia os mesmos lucros de outrora. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 13 A produção de outros gêneros complementares Assinale a alternativa que corresponde ao “sentido” da colonização portuguesa no Brasil. a) A colonização se estabeleceu dentro dos padrões de povoamento e expansão religiosa. Paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira, desenvolveu-se, na colônia, um setor de subsistência responsável pela produção de gêneros que vinha atender às necessidades básicas dos colonos e dos escravos. Os principais produtos complementares foram: •• a mandioca, principal produto agrícola de subsistência para o consumo interno; b) A colonização foi um fato isolado, portanto, uma aventura que não teve continuidade. c) A colonização foi o resultado da expansão marítima dos países da Europa e, desde o início, constituiu-se numa sociedade de europeus sem nenhuma miscigenação. d) A colonização se realizou no “sentido” de uma vasta empresa comercial para fornecer ao mercado internacional açúcar, tabaco, ouro, diamantes, algodão e outros produtos. •• o fumo, que era o produto de exportação que servia para aquisição de escravos no mercado africano e era cultivado em zonas restritas da Bahia e Alagoas; `` O “sentido” da colonização está inserido no contexto do Mercantilismo, no qual o Brasil inseria-se como uma colônia de exploração, voltada para os interesses da metrópole, submetida ao pacto colonial. Estão incorretas as alternativas “A” que deu ênfase ao aspecto religioso; a “B” que diz tratar-se de uma simples aventura; a “C” que afirma não ter havido miscigenação (mistura de raças) e a “E” que afirma a criação de um mercado nacional quando a produção voltava-se para o mercado externo. A alternativa correta é a “D”, pois que aborda o tema em toda a sua extensão, ou seja, é a mais completa e sem erros. •• o algodão, cultivado no Maranhão e em Pernambuco, usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos. 1. (Unicamp) Contestando o Tratado de Tordesilhas, o rei da França, Francisco I, declarou em 1540: “Gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo.” 3. (Unirio) O início da colonização portuguesa no Brasil, no chamado período pré-colonial (1500-1530), foi marcado pelo(a): a) envio de expedições exploratórias do litoral e pelo escambo do pau-brasil. (VICENTINO, Cláudio. História Geral, 1991.) a) O que foi o Tratado de Tordesilhas? b) plantio e exploração do pau-brasil, associado ao tráfico africano. b) Por que alguns países da Europa, como a França, contestavam aquele tratado? `` c) deslocamento, para a América, da estrutura administrativa e militar já experimentada no Oriente. Solução: d) fixação de grupos missionários de várias ordens religiosas para catequizar os indígenas. a) Tratado entre Portugal e Espanha que partilhava o novo mundo, ou seja, a América. e) implantação da lavoura canavieira, apoiada em capitais holandeses. b) Poque foram excluídos dessa partilha, não participando da exploração das riquezas da América. 2. (UFPE) Na opinião do historiador Caio Prado Jr., todo povo tem na sua evolução, vista a distância, um certo sentido. Este se percebe, não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais. 14 Solução: `` Solução: Durante o período pré-colonial as principais características foram: ausência de povoamento, envio de expedições exploradoras e guarda-costas, exploração do pau-brasil. A alternativa correta é a “A” que preenche as características básicas. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 •• aguardente (cachaça), outro produto utilizado como moeda na troca por escravos, produzida em alguns engenhos equipados com destilarias, destacando-se: Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro; e) A colonização portuguesa teve, desde cedo, o objetivo de criar um mercado nacional no Brasil. 4. (Enem) De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hugo e seu filho Juquinha, pode-se afirmar que a postura de Hugo: a) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo. b) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse universo. c) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo. d) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não-navegantes. e) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes. `` Solução: A história em quadrinhos protagonizada por Hugo e seu filho Juquinha representa a visão etnocêntrica de mundo. Etnocentrismo é o julgamento de um grupo social tendo como referência os valores adotados pela cultura de quem está julgando. Essa forma de julgamento sempre indica a superioridade ou inferioridade entre os grupos envolvidos na comparação. Atualmente, a ideia do “outro” (alteridade) é a referência para os estudos interétnicos. O “outro” é o diferente, nem melhor nem pior. O etnocentrismo resulta na incompreensão das outras culturas. É importante perceber como a noção de que uma cultura é melhor do que a outra legitimou, ao longo da história, a dominação dos europeus sob os outros povos. 5. (Cesgranrio) A organização da administração colonial, apesar da conhecida diferença entre teoria e prática, estava orientada para garantir a conquista e o seu rendimento econômico, como mostra(m): EM_V_HIS_025 a) subordinação vertical de todas as regiões e órgãos ao governo-geral. b) crescente desvinculação da metrópole após a criação do governo-geral. c) prevalência das câmaras municipais como agentes de arrecadação do Erário Régio. d) concentração nos capitães e governadores das atividades judiciais em todas as instâncias. e) orientação fiscalista e a preocupação com a defesa predominante em todo o período colonial. `` Solução: A única alternativa que preenche a orientação pedida na questão de garantia da conquista e rendimento econômico é a alternativa “E”, lembrando que orientação fiscalista diz respeito à cobrança de impostos. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 15 6. (Elite) O problema fundiário brasileiro remonta os primórdios da colonização e estende-se até os dias de hoje. A prova do Enem de 1998, na questão 55, apresentou os seguintes depoimentos: b) No que se refere à questão fundiária, compare os textos acima. `` Solução: a) As origens da questão fundiária brasileira encontram-se na colonização, onde as sesmarias (latifúndios) eram doados apenas às pessoas mais ricas e onde trabalhadores eram escravos sem a posse da terra na qual trabalhavam. b) O primeiro texto defende o direito ao latifúndio como sendo fruto do “sacrifício” dos antepassados, enquanto o segundo é contrário ao latifúndio e defensor da reforma agrária ao afirmar “Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar”. 7. 16 (UFRRJ) “Coloquemo-nos naquela Europa anterior ao século XVI, isolada dos trópicos, só indireta e longinquamente acessíveis e imaginemo-la, como de fato estava, privada quase inteiramente de produtos que se hoje, pela sua banalidade, parecem secundários, eram então prezados como requintes de luxo. Tome-se o caso do açúcar, que embora se cultivasse em pequena escala na Sicília, era artigo de grande raridade e muita procura; (PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1961.) A colonização do Brasil, a partir do século XVI, permitiu à Coroa portuguesa usufruir das vantagens trazidas pelas riquezas tropicais. Caracterizam a economia colonial brasileira: a) O monopólio comercial, a monocultura de exportação, o trabalho escravo e o predomínio das grandes propriedades rurais. b) O livre comércio, a indústria do vestuário, o trabalho livre e o predomínio das pequenas propriedades rurais. c) O liberalismo econômico, o trabalho assalariado, a monocultura canavieira e o predomínio das grandes propriedades rurais. d) O exclusivo colonial, o trabalho escravo, a exportação de ferro e aço e o predomínio das pequenas propriedades rurais. e) O monopólio comercial, o trabalho assalariado, a produção para o mercado interno e o predomínio das grandes propriedades rurais. `` Solução: Baseados nas características corretas da economia açucareira, a alternativa correta é a “A”. A alternativa “B” está totalmente incorreta; na “C” estão incorretos o liberalismo econômico e o trabalho assalariado; na “D” estão incorretos a exportação de ferro e aço e as pequenas propriedades rurais e na “E”, o trabalho assalariado e o mercado interno. 8. (Adaptada) A grande lavoura, no Brasil colonial, organizou-se para oferecer em grande escala, para o exterior, gêneros tropicais produzidos em quantidade ínfima na Europa. A exploração agrária, por esse motivo, manteve as características condicionadas pelos objetivos mercantis. Com o auxílio dessas informações, julgue os itens a seguir. 1) Na grande lavoura colonial, que veio a se tornar parte da estrutura da formação social e econômica brasileira, o latifúndio foi a saída para a obtenção de avultada quantidade de produtos com baixo custo de produção. 2) O sistema de donatários permitiu incrementar a transferência de imigrantes, à medida que o governo português tornou disponíveis recursos financeiros e extensões consideráveis de terra no Brasil para os interessados. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 Depoimento 1 “A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será à bala. Esse povo tem que saber que a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além disso, se esse governo quiser as minhas terras para a Reforma Agrária terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero.” (Proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul). Depoimento 2 “Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá na Usina. Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidade não fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o homem come vem da terra. O que é duro é ver que aqueles que possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver, pouco se preocupam em produzir nela.” (Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Corumbá – MS). a) Identifique, historicamente, as origens da questão fundiária brasileira. até nos enxovais de rainhas ele chegou a figurar como dote precioso e altamente prezado.” 3) Os “objetivos mercantis”, mencionados no texto, estavam enquadrados na lógica do capital industrial; ou seja, a produção de matérias-primas nas colônias deveria, sobretudo, reduzir o custo de vida na Europa. 4) A exploração colonial fez parte de um conjunto de relações, ocorridas de forma lenta e progressiva, que envolveram o declínio da aristocracia fundiária europeia, o fortalecimento das monarquias nacionais centralizadas e a ascensão da burguesia mercantilista das metrópoles. `` `` Solução: a) A predominância do latifúndio, da monocultura e da escravidão. O aluno também poderia citar a produção voltada para o mercado externo e a submissão ao pacto colonial. b) Na década de 1970, diante da crise do petróleo, foi desenvolvido o Pró-Álcool, programa do governo federal de incentivo à produção de álcool combustível. Solução: 1 – Verdadeiro. 2 – Falso, pois a crise demográfica portuguesa impediu o incremento da vinda de imigrantes. 3 – Falso, pois o capital industrial é um fenômeno pós-século XVIII, além do que, o objetivo da exploração colonial era enriquecer a metrópole e não baixar o custo de vida europeu. 4 – Verdadeiro. 9. (Elite) “O rápido desenvolvimento da indústria açucareira, malgrado as enormes dificuldades decorrentes do meio físico, da hostilidade do silvícola e do custo dos transportes, indica claramente o esforço do governo português em se concentrar nesse setor. O privilégio, outorgado ao donatário, de só ele fabricar moenda e engenho de água, denota ser a lavoura do açúcar a que se tinha especialmente em mira de introduzir. Favores especiais foram concedidos subsequentemente àqueles que instalassem engenhos: isenções de tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, honrarias e títulos, etc. As dificuldades maiores, encontradas na etapa inicial, advieram da escassez de mão-de-obra. O aproveitamento do escravo indígena, em que aparentemente se baseavam todos os planos iniciais, resultou inviável na escala requerida pelas empresas agrícolas de grande envergadura que eram os engenhos de açúcar.” EM_V_HIS_025 (FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil, 1980.) A cana-de-açúcar, desde o início da colonização brasileira, foi largamente plantada em solo brasileiro. Nos séculos XVI e XVII, produziu o açúcar, principal produto colonial da época. No século XX, a cana teve outras utilidades, sendo usada, inclusive, como alternativa à crise energética: a) Identifique três características da economia colonial açucareira. b) Explique de que maneira a cana-de-açúcar foi usada como alternativa à questão energética. 1. (Unirio) O monstrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergue-se a voar; A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: “Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?” E o homem do leme disse, tremendo: “El-Rei D. João Segundo!” (PESSOA, Fernando, Poemas Escolhidos. São Paulo. Globo, 1997, p.150.) A epopeia marítima portuguesa, descrita pelo poeta, foi revestida de ousadias e destemores, no entanto, ela só foi possível porque Portugal, antes de outros países europeus, reuniu as necessárias condições para a conquista dos mares. Cite e explique duas precondições que possibilitaram o pioneirismo português no processo de expansão marítima. 2. (UFRJ) “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achávamos como os de lá. (As) águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute (isso) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 17 bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!” contou com uma significativa participação popular dos descontentes com a miséria local. Além dessas causas internas, acontecimentos externos, naquele momento, agilizaram o processo revolucionário baiano. (Carta de Pero Vaz Caminha ao rei de Portugal em 1.° de maio de 1500.) a) Cite dois fatores externos que contribuíram para a Conjuração Baiana. b) a pesca e a caça pela qualidade das águas e terras onde aportaram os navios portugueses. c) a extração de pau-brasil e a pecuária, de grande valor econômico naquela virada de século. d) a conversão dos indígenas ao catolicismo e a utilização da nova terra como escala nas viagens ao Oriente. e) a conquista de Calicute a partir das terras brasileiras e a cura de doenças pelos bons ares aqui encontrados. 3. (Fuvest) Os portugueses chegaram ao território, depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então: a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação de núcleos de povoamento. b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com expedições bélicas. c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente, onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas. 18 b) Cite dois dos principais objetivos dos conjurados. 5. (Fuvest) “Na primeira carta disse a V. Rev. a grande perseguição que padecem os índios, pela cobiça dos portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de novo, senão que ainda continua a mesma cobiça e perseguição, a qual cresceu ainda mais. No ano de 1649, partiram os moradores de São Paulo para o sertão, em demanda de uma nação de índios distantes daquela capitania muitas léguas pela terra adentro, com a intenção de os arrancarem de suas terras e os trazerem às de São Paulo, e aí se servirem deles como costumam.” (VIEIRA, Pe. Antônio. Carta ao Padre Provincial, 1653, Maranhão.) Esse documento de Padre Antônio Vieira revela a) que tanto o padre Vieira como os demais jesuítas eram contrários à escravidão dos indígenas e dos africanos, posição que provocou conflitos constantes com o governo português. b) um dos momentos cruciais da crise entre o governo português e a Companhia de Jesus, que culminou com a expulsão dos jesuítas do território brasileiro. c) que o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar dos bandeirantes. d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul-atlântica. d) um episódio isolado da ação do padre Vieira na luta contra a escravização indígena no Estado do Maranhão, o qual se utilizava da ação dos bandeirantes para caçar os nativos. e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o recrutamento de funcionários administrativos. e) que os padres jesuítas, em oposição à ação dos colonos paulistas, contavam com o apoio do governo português na luta contra a escravização indígena. 4. (UFRRJ) A Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, ocorrida em 1798, representou por um lado a revolta de intelectuais da época, desiludidos com a centralização e o despotismo metropolitano e por outro lado, também 6. (PUC-SP) Personagem atuante no Brasil colônia, foi “fruto social de uma região marginalizada, de escassos recursos materiais e de vida econômica restrita [...]”, teve suas ações orientadas “ou no sentido de tirar o máximo Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 Seguindo a evidente preocupação de descrever ao rei de Portugal tudo o que fora observado durante a curta estadia na terra denominada de Vera Cruz, o escrivão da frota cabralina menciona, na citada carta, possibilidades oferecidas pela terra recém-conhecida aos portugueses. Dentre essas possibilidades estão: a) a extração de metais e pedras preciosas no interior do território, área não explorada então pelos portugueses. proveito das brechas que a economia colonial eventualmente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e passageiros em conjunturas favoráveis - como no caso da caça ao índio - ou no sentido de buscar alternativas econômicas fora dos quadro da agricultura voltada para o mercado externo [...]”. c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais por atender ao mercado interno. (Carlos Henrique Davidoff, 1982.) e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas. O personagem e a região a que o texto se refere são, respectivamente: a) o jesuíta e a Província Cisplatina. b) o tropeiro e o Vale do Paraíba. c) o caipira e o interior paulista. d) o bandeirante e a Província de São Paulo. e) o caiçara e o litoral baiano. 7. (Unesp) Leia o texto referente à Conjuração Baiana e responda. “Não eram os norte-americanos que serviam de exemplo à João de Deus e aos seus companheiros. Eram os sans culottes. A 12 de agosto de 1798, apareceram por toda a cidade manifestos manuscritos. Dirigidos ‘ao povo republicano da Bahia’ em nome do ‘supremo tribunal da democracia baiana’ apelavam ao extermínio do ‘detestável jugo metropolitano de Portugal.”’ (Maxwell, Kenneth; Silva, Maria Beatriz N. da. O Império Luso-Brasileiro – 1750-1822.) a) Como pode ser caracterizada a Conjuração Baiana? b) Indique o nome da outra conjuração do século XVIII, cujos líderes conspiraram em segredo e, tomando como exemplo os Estados Unidos, advogaram governo republicano. 8. (Unifesp) Com relação à economia do açúcar e da pecuária no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que: EM_V_HIS_025 a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos. b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre. d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório. 9. (UFV) Durante o período colonial no Brasil, a desorganização da administração metropolitana e a prática da venalidade do funcionalismo real (compra e venda de cargos), aliadas às dificuldades de comunicação entre a Europa e a América, contribuíram para o crescimento do poder dos “homens bons”. Essa expressão era utilizada para designar aqueles que: a) integravam a Companhia de Jesus, ordem religiosa formada em torno de Inácio de Loyola, a qual, no Brasil, buscou promover a conversão dos índios ao Cristianismo. b) podiam eleger e ser eleitos para os cargos públicos ligados às câmaras municipais, principal instância de representação local da monarquia portuguesa. c) participaram da Inconfidência Mineira, um levante contra o governo colonial, no final do século XVIII, tendo como uma de suas motivações a cobrança da derrama. d) habitavam os quilombos e mocambos e lutavam pela liberdade, sendo em sua maioria comerciantes e escravos negros fugidos, de origem africana ou nascidos no Brasil. e) integravam as expedições armadas, de caráter oficial ou particular, entre os séculos XVI e XVIII, e se aventuravam pelo interior do Brasil, em busca de ouro ou de indígenas para fazê-los escravos. 10. (Unesp) No Brasil, costumam dizer que para os escravos são necessários três PPP, a saber, “pau”, “pão” e “pano”. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo. (ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas. 1711.) a) Que a crítica ao sistema escravista foi feita pelo autor do trecho apresentado? Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 19 b) Indique dois motivos que explicam a introdução da escravidão negra na porção americana do Império português. 11. (UFC) O texto a seguir foi extraído do documento “Representação da Câmara de Aquiraz ao Rei de Portugal”. “(...) para a conservação desta capitania será vossa majestade servido destruir estes bárbaros para que fiquemos livres de tão cruel jugo; em duas aldeias deste gentio assistem padres da Companhia que foram já expulsos de outras aldeias do sertão (...) estes religiosos são testemunhas das crueldades que estes tapuias têm feito nos vassalos de vossa majestade. (...) só representamos a vossa majestade que missões com estes bárbaros são escusadas, porque de humano só tem a forma, e quem disser outra coisa é engano conhecido.” (PINHEIRO, Francisco José. Mundos em confronto: a) Por que Portugal queria comercializar diretamente com as Índias? 2. “Portugal e Espanha se empenharam em procurar um novo caminho para chegar às Índias e fazer o comércio das especiarias sem depender dos italianos”. Responda: a) Quais foram os motivos que fizeram Portugal se destacar como o primeiro nas grandes navegações? 3. Durante o período das Grandes Navegações, muitos navegadores se aventuraram pelos oceanos, visitando e descobrindo muitas regiões do mundo. Responda: Quem foram esses navegadores? povos nativos e europeus na disputa pelo território. In: SOUSA, Simone de (Org.). Uma Nova História do Ceará. A partir da leitura do documento acima, é correto afirmar que: a) a acirrada reação indígena constituiu uma forma de resistência à destruição do seu modo de vida. b) o projeto português de colonizar, civilizar e catequizar contribuiu para manter a organização tribal. a) os ingleses, por várias vezes, tentaram estabelecer colônias nas terras brasileiras, chegando mesmo a criar uma “zona livre”, sob controle dos piratas. c) a ocupação do interior cearense, em virtude da reação indígena, foi iniciada na segunda metade do século XVIII. b) espanhóis e holandeses trouxeram para a América as suas desavenças e conflitos, ocasionando a invasão do Recife no século XVI. d) o domínio do interior cearense pelo colonizador e a catequese jesuítica foram realizados de modo a preservar a cultura indígena. c) apesar da chegada ocasional de navios estrangeiros, jamais houve uma tentativa organizada ou intenção deliberada de questionar a soberania portuguesa sobre as novas terras. e) a Câmara de Aquiraz expressava a preocupação com a catequese indígena como forma de apaziguar o conflito entre os colonizadores e os índios. 1. “No século XV, os países da Europa precisavam das mercadorias produzidas nas Índias e compravam essas mercadorias dos comerciantes italianos que cobravam muito caro por elas”. Responda: 20 4. (UECE) Nos primeiros anos do século XVI, os portugueses enfrentaram grande concorrência por parte de outras potências europeias para a posse definitiva do território descoberto por Cabral. Sobre a presença de europeus não-portugueses no Brasil, na primeira metade do século XVI, é correto afirmar: d) os franceses, por não aceitarem o Tratado de Tordesilhas, eram os invasores mais frequentes, chegando a estabelecerem-se no Rio de Janeiro em 1555-1560. 5. (UFSM) Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas brasileiras, no período inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto afirmar: I. Os nativos viviam em regime de comunidade primitiva, em que a terra era de propriedade privada dos casais e os instrumentos de trabalho eram de propriedade coletiva. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2000. p. 39.) II. A divisão das tarefas era por sexo e por idade; as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e colhiam; os homens participavam de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da floresta para fazer a lavoura. III. A sociedade era organizada em classes sociais, sendo o excedente da produção controlado pelos chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição dos bens entre os indígenas. IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio, pois tudo que produziam destinava-se à subsistência, realizando apenas trocas rituais de presentes. Está(ão) correta(s): a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas III. 7. O desmatamento indiscriminado de grandes superfícies florestadas vem sendo criticado por vários setores da sociedade brasileira. Quais são as principais consequências do desmatamento para a sociedade? 8. No período das Grandes Navegações muitos navegadores se aventuraram pelos oceanos Atlântico e Índico visitando e descobrindo muitas regiões do mundo. a) Escreva o nome de dois capitães-mores dessa época e as descobertas (ou visitas) que eles realizaram. d) apenas IV. e) apenas II e IV. 6. (Mackenzie) Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito “prazer e devoção”, a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...) (BUENO, Eduardo. Náufragos Degredados e Traficantes.) Esse contato amistoso entre brancos e índios foi preservado. a) pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no decurso da catequese. b) até o início da colonização quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser descrito como sendo selvagem, indolente e canibal. c) pelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação. d) em todos os períodos da história colonial brasileira, passando a figura do índio para o imaginário social como “o bom selvagem e forte colaborador da colonização”. 9. (Unesp) Leia o texto e responda. “Em 1776, a população de Minas Gerais, excluindo os índios, superava as 300 000 almas - o que representava 20% da população total da América portuguesa e o maior aglomerado de toda a colônia. Mais de 50% da população era negra... O resto compunha-se, em porcentagens aproximadamente iguais, de brancos, mulatos e outros mestiços de combinações raciais inteiramente americanas. Era grande a desproporção entre homens e mulheres e, no interior de vários grupos raciais, só as mulatas eram mais que os mulatos.” (MAXWELL, Kenneth; SILVA, Maria Beatriz N. da. O Império Luso-Brasileiro, 1750-1822.) a) Explique a concentração populacional em Minas Gerais e o elevado percentual da população de origem africana. EM_V_HIS_025 e) sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias medidas para impedir o genocídio e a escravidão. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 21 10. (Fuvest) “Atrás de portas fechadas, à luz de velas acesas, entre sigilo e espionagem acontece a Inconfidência.” (MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência.) Explique: a) Por que a Inconfidência, acima evocada, não obteve êxito? b) Por que, não obstante seu fracasso, tornou-se o movimento emancipacionista mais conhecido da história brasileira? 11. (Fuvest) A sociedade colonial brasileira “herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor.” (Schwartz, Stuart B. Segredos Internos.) A partir do texto pode-se concluir que: a) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial. 22 b) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI. c) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial. d) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial. e) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII. 12. (Unesp) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. Ao acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí. b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais. d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha. e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 13. (Fuvest) A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil foi progressivamente abandonada e substituída pela africana entre outros motivos, devido: a) ao constante empenho do papado na defesa dos índios contra os colonos. b) à bem-sucedida campanha dos jesuítas em favor dos índios. c) à completa incapacidade dos índios para o trabalho. d) aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro aos capitais particulares e à Coroa. e) ao desejo manifestado pelos negros de emigrarem para o Brasil em busca de trabalho. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 b) Exemplifique o que os autores afirmam ser “mestiços e combinações raciais inteiramente americanas”. 14. (UERJ) O lugar de maior perigo que há no engenho é o da moenda, porque, se por desgraça a escrava que mete a cana entre os eixos, ou por força do sono, ou por cansada, ou por qualquer outro descuido, meteu desatentadamente a mão mais adiante do que devia, arrisca-se a passar moída entre os eixos, se lhe não cortarem logo a mão ou o braço apanhado, tendo para isso junto da moenda um facão, ou não forem tão ligeiros em fazer parar a moenda. (ANTONIL, André João. Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EdUSP, 1982.) Com base no texto, identifique duas características do trabalho escravo no Brasil do período colonial. 15. A imprensa noticiou recentemente a triste situação em que vivem os índios Kaiowa, em sua reserva nas proximidades de Dourados (MS). Até o mês de outubro de 1990 houve 14 suicídios (e 23 tentativas), a maioria envolvendo adolescentes. Os índios somente são contratados como boias-frias no final da safra, quando os demais trabalhadores já estão cansados. Comentário de um branco (gerente de uma destilaria de cana de Dourados): “Esses índios são uns vagabundos, são os párias da sociedade”. Identifique e caracterize as transformações ocorridas nas formas de ocupação/utilização do espaço agrário da região mencionada. Como foi dividida a terra brasileira no início de sua colonização? EM_V_HIS_025 16. O francês Saint-Hilaire, ao visitar, no século XIX, a região do Distrito dos Diamantes (Minas Gerais), explicou da seguinte maneira como ela fora criada no século XVIII: “Tendo o governo reconhecido que a extração de diamantes por arrendadores era frequentemente acompanhada por fraudes e abusos, resolveu explorar por sua própria conta as terras diamantinas (...). O Distrito dos Diamantes ficou como que isolado do resto do Universo; situado em um país governado por um poder absoluto, esse distrito foi submetido a um despotismo ainda mais absoluto.” (SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelo Distrito dos Diamantes e Litoral do Brasil. Belo Horizonte/ São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1974. p. 14. v. 5.) a) Quais as razões pelas quais era importante para a Coroa Portuguesa que o Distrito Diamantino ficasse “como que isolado do resto do Universo”? b) Como se dava a exploração das minas por parte da Coroa Portuguesa? 17. (UFMG) Leia este trecho de documento: “... pois o Brasil, e não todo ele, senão três capitanias que são a de Pernambuco, a de Tamaracá e a da Paraíba, que ocupam pouco mais ou menos, no que delas está povoado, cinquenta ou sessenta léguas de costa, as quais habitam seus moradores, com se não alargarem para o sertão dez léguas, e somente neste espaço de terra, sem adjutório de nação estrangeira, nem de outra parte, lavram e tiram os portugueses das entranhas dela, à custa de seu trabalho e indústria, tanto açúcar que basta para carregar, todos os anos, cento e trinta ou cento e quarenta naus...” (Diálogos das Grandezas do Brasil. Texto anônimo escrito por volta de 1613-1618.) Com base na leitura desse trecho, é CORRETO afirmar que o sistema de exploração econômica implantado no Brasil nos primeiros séculos de colonização caracterizou-se por: a) concentrar, nos incipientes meios urbanos, toda a estrutura de controle e comercialização da cana-de-açúcar, produto, em geral, comercializado em estado bruto. b) distribuir contingentes populacionais ao longo de toda a costa brasileira e desenvolver, sobretudo, o extrativismo vegetal da espécie conhecida como pau-brasil. c) favorecer o desenvolvimento da agricultura baseada na exploração da cana-de-açúcar, estimulando a fixação populacional, inicialmente, na faixa da mata nordestina. d) incrementar o processo de colonização a partir do estímulo à vinda e fixação de contingentes populacionais, que aqui se estabeleciam em pequenas propriedades agrícolas. 18. (UFV) Comparando a atividade cafeeira com a atividade açucareira no Brasil na primeira metade do século XIX, pode-se afirmar que: Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 23 a) as duas atividades, pela sua localização, incrementaram o comércio, as cidades regionais, a indústria nacional e a construção de ferrovias. b) as duas atividades basearam-se na grande propriedade monocultora, na mão-de-obra escrava e na utilização de recursos técnicos rudimentares. c) a primeira concentrou-se inicialmente no oeste paulista, apesar de a região não possuir relevo e solos adequados ao cultivo. d) na segunda, por se tratar de uma cultura temporária, havia um custo menor de instalação desde o plantio até a sua transformação. e) a primeira usou as colônias de parceria como forma de suprir a escassez de mão-de-obra, desde as primeiras áreas cultivadas no período colonial. b) Padrões de relacionamento entre os colonizadores e colonos de origem europeia e a população indígena. 21. (PUC) O trabalho escravo indígena e do negro africano desempenhou papel fundamental na colonização da América portuguesa. a) Considerando-se que, nos primórdios da colonização, o recurso à escravização dos “negros da terra”, isto é, dos indígenas foi uma prática recorrente inclusive nas áreas de plantio da cana-de-açúcar, cite 1 (uma) razão que tenha contribuído para a progressiva substituição dos escravos indígenas por escravos de origem africana nessas áreas. 19. (Fatec) Dentre as características gerais do período colonial brasileiro, destaca-se: a) uma sociedade escravocrata que, apesar de estar estruturada sobre o Pacto Colonial, possuía livre comércio com os holandeses e ingleses devido à necessidade da venda do açúcar aqui produzido. b) a utilização da mão-de-obra indígena no Brasil, até o governo de D. João VI, e a sua substituição, no período joanino, pela mão-de-obra do escravo negro. c) o trabalho dos missionários jesuítas, que conseguiram proteger e conservar a cultura original de nossos primeiros habitantes chamados de índios. b) Caracterize 1 (uma) repercussão econômica, social ou demográfica do fim do tráfico negreiro intercontinental para a sociedade brasileira em meados do século XIX. d) o surgimento de pequenas e médias propriedades, possibilitado pelos donatários das capitanias, para ocupar nosso extenso litoral. 20. (PUC) No decorrer de trezentos anos, a colonização portuguesa na América deu origem a diferentes regiões coloniais, como a região da lavoura açucareira, no litoral oriental, no século XVI; a região pastoril, no “Sertão” do Nordeste, no século XVII; a região de coleta das “drogas do sertão”, no Vale Amazônico, na segunda metade do século XVII; e a região de mineração, no centro do território, no século XVIII, entre outras. Escolha duas regiões coloniais e responda o que se pede a seguir: a) Formas de organização da principal atividade econômica. 22. (UFV) O sistema de colonização introduzido no Brasil pelos portugueses baseou-se fundamentalmente: a) no monopólio do comércio pelo Estado português, assegurando, assim, a máxima lucratividade para os empresários metropolitanos. b) no desenvolvimento de produtos tropicais para satisfação do mercado interno consumidor. c) na exploração econômica da terra, com sua divisão em pequenos lotes chamados de feitorias. d) no povoamento da terra pelos excedentes demográficos da Europa, semelhante ao esforço colonizador empreendido nas Américas. e) no trabalho da mão-de-obra europeia assalariada, para garantir a maior produtividade da área plantada e atender aos interesses da colônia. 24 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br EM_V_HIS_025 e) a montagem da produção açucareira, que ocorreu de acordo com o sistema de plantation, originando uma sociedade patriarcal e escravista. b) Transcreva e explique o trecho do documento que explicita o papel atribuído à colônia por Portugal. 23. Desde a década de 1980, o Brasil se transformou no maior produtor mundial de álcool combustível, obtido a partir da cana-de-açúcar. a) Quais as regiões do país que mais se destacam nessa atividade? b) Mencione alguns dos problemas ambientais que tal atividade vem causando. 24. ”(...) sendo-me presente o grande número de Fábricas, e Manufacturas, que de alguns annos a esta parte se tem differentes Capitanias do Brasil, com grave prejuízo da Cultura, e da Lavoura, e da exploração das Terras Mineraes daquelle vasto Continente... E consistindo a verdadeira, e sólida riqueza nos Frutos, e Producções da terra, as quaes sómente se conseguem por meio de Colonos, e Cultivadores, e não de Artistas, e Fabricantes: e sendo além disto as Produções do Brasil as que fazem todo o fundo, e base não só das Permutações Mercantis, mas na Navegação, e do Comércio entre os Meus Leaes Vassallos Habitantes destes Reinos, e daqueles Domínios (...) Hei por bem Ordenar, que todas as Fábricas, Manufacturas, ou Teares de Galões, de Tecidos, ou de Bordados de Ouro e Prata... exceptuando tão somente aquelles dos ditos Teares, e Manufacturas, em que se técem, ou manufacturão Fazendas grossas de Algodão, que servem para o uso, e vestuario dos Negros, para enfardar, e empacotar Fazendas... todas as mais sejão extinctas, e abolidas em qualquer parte onde se acharem nos Meus Dominios do Brasil...” (Alvará de 5 de janeiro de 1785, assinado por D. Maria I, Rainha de Portugal. In: KOSHIBA, L.; PEREIRA, D. M. F. História do Brasil. São Paulo: Atual, 1996, p.69-70.) EM_V_HIS_025 a) Explique o contexto histórico em que foi publicado esse documento e a que ele se refere. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 25 5. C 6. D 1. A aliança entre o rei e a burguesia, consolidada na Revolução de Avis, garantindo ao Estado capital suficiente para promover a expansão ultramarina. A localização geográfica que colocava Portugal na confluência de rotas comerciais que partiam do Oriente, passavam pelas cidades italianas e dirigiam-se para o norte da Europa. Essa posição promoveu uma importante acumulação de capitais, principalmente em Lisboa, a qual foi decisiva no processo de expansão. 2. D 3. C 4. a) A Independência Americana e a Revolução Francesa. b) O estabelecimento da República no Brasil bem como a prática dos ideais de liberdade e igualdade para toda a sociedade. 7. a) Movimento emancipacionista de caráter popular. b) Inconfidência Mineira. 8. D 9. B 10. a) O autor enfatiza a violência no tratamento dado aos escravos, a mesquinhez na alimentação e no vestuário – evidenciando a brutalidade da exploração da mão-de-obra escrava no Brasil Colônia. b) Falta de mão-de-obra portuguesa que suprisse as necessidades da produção colonial. Os lucros proporcionados pelo tráfico negreiro eram um importante fator para a acumulação primitiva de capitais na metrópole. 26 EM_V_HIS_025 11. A Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 16. a) Garantir o total controle da extração de diamantes. b) Através do monopólio real realizado por um contratador que, ao garanti-lo, ganhava uma parte. 1. Para eliminar a intermediação dos italianos e, poderem ficar com o principal lucro desta atividade. 2. A existência de um Estado centralizado, a existência de uma burguesia comercial ativa, o desejo da Igreja Católica de novos seguidores, ciência e tecnologia marítima avançadas. 3. Américo Vespúcio, Bartolomeu Dias, Cristóvão Colombo, Vasco de Balboa, Fernão de Magalhães, Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama. 17. C 18. B 19. E 20. Região da lavoura açucareira no litoral oriental no século XVI: I. Predominância das grandes propriedades voltadas primordialmente para o cultivo da cana-de-açúcar que, após o beneficiamento no engenho propriamente dito, era exportada para a Europa pelos comerciantes reinóis. A conjugação da produção e do beneficiamento não se verificou em todas as propriedades. A quase totalidade do trabalho braçal era executada por escravos negros de origem africana. 4. D 5. E 6. B 7. Eliminação de espécies e alterações climáticas. 8. a) Vasco da Gama, que chega à Índia contornando a África, e Cristóvão Colombo, que chega ao continente Americano. II. Relacionamento caracterizado pela posse da terra que implicou a dizimação de parte da população indígena e a interiorização de diversas tribos. Nessa região, verificou-se a escravização mais sistemática dos indígenas em duas circunstâncias: no início da colonização e nos momentos em que ocorreram problemas quanto ao fluxo de escravos africanos. 9. a) Deve-se à mineração e à base escravista de produção. b) Refere-se à composição étnica, especialmente brasileira de brancos europeus, negros e índios. 10. a) Pode-se mencionar: a) Os personagens envolvidos na conspiração foram denunciados e presos antes do início do movimento. b) Trata-se do primeiro movimento emancipacionista para o Brasil inteiro. Os anteriores tiveram caráter regional. 11. D 12. E 13. D 14. Duas dentre as características: • longas jornadas; • realização de trabalho repetitivo; • execução de trabalhos manuais; • inexistência de qualquer tipo de segurança nos locais de trabalho. EM_V_HIS_025 21. 15. Áreas de fronteira pioneira, onde a população indígena sofre com o choque cultural com a população branca. Capitanias hereditárias. a escassez crescente de indígenas em função das fugas constantes e dos altos índices de mortalidade verificados; os interesses da burguesia mercantil portuguesa, relacionados aos lucros provenientes do tráfico escravo intercontinental. b) Podemos apontar como consequência do fim do tráfico negreiro para o Brasil: o crescimento do tráfico escravo interprovincial. Grandes proprietários de escravos e de terras do nordeste em dificuldades econômicas vendiam a preços crescentes escravos para os plantadores de café do sudeste que demandavam crescimento de mão-de-obra no momento de expansão da lavoura cafeeira e a disponibilização de capitais até então imobilizados no tráfico para investimentos em outros setores da economia, tais como: setor de serviços, setor industrial e setor agrícola, mormente para a lavoura cafeeira; melhoramentos no campo dos transportes. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 27 22. A 23. a) Depressão periférica – SP, zona da mata – NE. b) Contaminação dos rios por vinhoto, proliferação de pragas (monocultura). 24. a) O documento sintetiza a política instituída por D. Maria I em 1777, conhecida como “Viradeira”, que anulava as diretrizes econômicas do Marquês de Pombal (Reformas pombalinas), reafirmando o Pacto Colonial português sobre o Brasil. 28 EM_V_HIS_025 b) “E consistindo a verdadeira, e sólida riqueza nos Frutos, e Producções da terra, as quaes sómente se conseguem por meio de Colonos, e Cultivadores, e não de Artistas, e Fabricantes.” ... A função do Brasil na condição de colônia era fornecer riquezas que fomentassem o mercantilismo português, através do que se consagrou como Pacto Colonial. 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