Militares uruguaios implementam protocolos - Dialogo

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Militares uruguaios implementam protocolos para atender
soldados que retornam de regiões atingidas pelo ebola
A Força Aérea Uruguaia (FAU) e o restante das Forças Armadas do país estão implementando novos
protocolos para cuidar de soldados que retornam de missões de manutenção da paz em regiões
ameaçadas pelo vírus mortal do ebola.
Julieta Pelcastre
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22 janeiro 2015
Combate ao ebola: Soldados do Exército do Uruguai participam de um exercício de treinamento sobre como tratar de
forma segura os pacientes infectados pelo vírus ebola. O Exército está implementando novos protocolos para manter
a população civil e os soldados em segurança. [Foto: Força Aérea Uruguaia]
A Força Aérea Uruguaia (FAU) e o restante das Forças Armadas do país estão implementando novos
protocolos para cuidar de soldados que retornam de missões de manutenção da paz em regiões
ameaçadas pelo vírus mortal do ebola.
Conforme os protocolos, os soldados que retornam da África devem passar por um exame médico, uma
entrevista pessoal e 21 dias de quarentena para assegurar que não estejam infectados pelo vírus ebola
antes de retornar ao convívio com a população em geral. Esses procedimentos seguem os padrões
estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Comando Geral do Exército Uruguaio ordenou que a capacitação englobe pelo menos um médico e uma
enfermeira de cada unidade das Forças Armadas que atende soldados provenientes de missões na África,
informou o site Defensa em 12 de dezembro.
É lá que os visitantes têm maior risco de contrair ebola. A maior preocupação das autoridades uruguaias é
que um soldado ou civil infectado com o vírus mortal entre no país.
Os protocolos do manual de ações estabelecem que os membros da FAU devem notificar os controladores
de tráfego aéreo se suspeitarem que um soldado de seu voo está infectado com ebola. Assim que a
aeronave aterrissar, o passageiro será conduzido por soldados no aeroporto até uma ambulância, que o
levará a um centro médico privado ou ao Hospital Militar. O passageiro ficará hospitalizado até que os
médicos determinem se está infectado. O Hospital Militar tem um setor especial para soldados que
retornam de missões de manutenção da paz e que possam ter contraído o vírus.
O Capitão da FAU Gustavo González representou a Força Aérea durante um seminário de treinamento em
dezembro realizado pela Escola Nacional de Operações de Paz do Uruguai (ENOPU), em cooperação com
o Escritório do Cirurgião em Comando do Comando Sul dos EUA e com o Instituto de Defesa de Operações
Médicas dos EUA.
Preparação para cuidar dos soldados de operações de paz
A FAU e o restante das Forças Armadas do Uruguai estão preparados para atender soldados mobilizados
no exterior.
O Uruguai participa de 12 missões de paz com a Organização das Nações Unidas e seus 1.000 soldados
formam o maior contingente no Congo. Alguns desses militares concluirão seu período de serviço no
Congo e retornarão ao Uruguai em fevereiro e março.
Embora soldados uruguaios estejam presentes em regiões distantes dos surtos de ebola, a postura do
Exército com relação à preparação é vital para evitar possíveis surtos.
No início de janeiro, a OMS havia registrado mais de 20.000 casos de ebola na Libéria, Serra Leoa e
Guiné, com cerca de 7.905 mortes, de acordo com o chefe da Missão da ONU para a Resposta de
Emergência ao Ebola (UNMEER), Anthony Banbury.
“O Uruguai está preparado para uma contingência como essa”, diz Julián González, professor do Instituto
de Ciência Política da Universidade da República do Uruguai (UDELAR). “Diante de qualquer problema
desse tipo, é sempre importante que os países se preparem e adotem medidas preventivas, porque o
mundo está ficando menor a cada dia. A cooperação internacional é uma medida de segurança na luta
contra os surtos de doenças endêmicas.”
Não foram registrados casos de ebola na América Latina.
Proteção da população civil
Além de receber treinamento sobre como cuidar de soldados expostos ao ebola, os militares uruguaios são
preparados para proteger a população civil.
Desde setembro de 2014, por exemplo, o Ministério da Defesa Nacional do Uruguai (MDN), por meio do
Centro de Altos Estudos Nacionais, coopera com o Ministério da Saúde Pública (MSP) em uma série de
medidas para prevenir a propagação do vírus ebola.
O governo uruguaio também desenvolveu protocolos para lidar com possíveis casos de ebola em portos
marítimos e fluviais em todo o país.
Segundo o plano, as autoridades portuárias devem isolar navios suspeitos de transportar pacientes
infectados pelo ebola. Em seguida, autoridades médicas devem acompanhar a pessoa infectada até um
centro de saúde. A embarcação será liberada após passar por uma desinfecção.
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