Pré-História

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Ensino Fundamental 2
Nome
N
História – Prof. Caco
O
5a série
Data
/
/
Ficha 6
Pré-História
Pintura rupestre na gruta de
Altamira, na Espanha
Um dos mais fascinantes mistérios da Pré-história é o surgimento
do ser humano. O naturalista inglês Charles Darwin publicou seu livro “A
origem das espécies” em 1859, apresentando evidências de que as espécies
animais são capazes de modificações gradativas, ou de evolução, através do
tempo, de modo que novas espécies possam surgir. Ele também demonstrou
que as modificações são determinadas pela Lei da Seleção Natural, segundo
a qual, na acirrada competição que os seres vivos travam pela sobrevivência,
prevalecem aqueles que melhor se adaptam ao meio específico em que
vivem. Dessa maneira, as características que contribuíram para a
sobrevivência de cada espécie são preservadas e transmitidas para as gerações
futuras.
A origem das espécies
A partir dessas idéias, de observações e de estudos de material fóssil, além de experiências, os
cientistas puderam traçar a linha de evolução dos seres vertebrados, afirmando que teriam surgido no
mar, de organismos menores. Entre os primeiros vertebrados estariam os peixes, em seguida os anfíbios,
e na seqüência, os répteis, as aves e os mamíferos. Entre os mamíferos, teria aparecido, há cerca de
13 milhões de anos, a ordem dos primatas, que inclui atualmente os macacos e os homens. Para
percorrer a distância entre os primatas mais simples, através da seleção natural, e o homem, foram
necessários milhões de anos.
E o homem ficou de pé
A espécie de primata com características mais próximas das da espécie humana de que se tem
notícia é a do Ramapithecus, que existiu há 13 milhões de anos. Foi sucedida pelo Australopithecus
(cerca de 5 milhões de anos atrás), contemporâneo do Homo habilis, surgido há aproximadamente
2,3 milhões de anos. Há cerca de 1,5 milhão de anos, tendo predominado o gênero Homo sobre o
Pithecus, a espécie do Homo erectus floresceu, com postura e dimensões do cérebro próximas das
do homem atual. Acredita-se que o local de origem do Homo erectus tenha sido a África centrooriental, de onde ele teria saído (por razões desconhecidas) para povoar o mundo, chegando
primeiramente à Ásia e à Europa. Mas sobre essa expansão, como também a respeito de sua chegada
ao continente americano, os estudiosos possuem muitas dúvidas e poucas certezas.
O último elo
O Homo sapiens, surgido entre 400 mil e 100 mil anos atrás é um dos últimos elos da corrente
da espécie a qual todos nós pertencemos. Suas origens ainda não estão totalmente explicadas. Uma
1
das teorias afirma que os seres humanos modernos (Homo sapiens sapiens) evoluíram ao mesmo
tempo a partir de populações primitivas da África, Ásia e Europa, misturando-se uns aos outros
geneticamente. Segundo os defensores dessa corrente, isso se justifica pelo fato de que, em
determinadas regiões, populações humanas modernas possuem algumas estruturas anatômicas
semelhantes a populações de Homo erectus que ali viveram no passado. Uma outra hipótese sustenta
que uma pequena população relativamente isolada de seres humanos primitivos da África evoluiu até
o Homo sapiens moderno e de lá se espalhou pela Europa, Ásia e restante do continente africano,
desalojando as populações humanas primitivas que encontrava em seu caminho. Independentemente
de qual teoria esteja correta – se é que alguma delas está -o fato é que os mais antigos fósseis já
encontrados de seres humanos modernos datam de 100 mil anos e foram localizados na África. E de
todas as espécies, o Homo sapiens sapiens foi a única que se espalhou e conquistou os cinco continentes
do nosso planeta.
Períodos da Pré-história humana
Do mesmo modo como a história foi dividida em períodos ou idades (Antiga, Média, Moderna
e Contemporânea), os estudiosos realizaram uma periodização da Pré-história: Paleolítico e Neolítico,
respectivamente idade da Pedra Lascada e idade da Pedra Polida.
Técnicas e utensílios
As duas classificações se baseiam nas técnicas ou nos utensílios inventados pelo homem nas
épocas focalizadas. Assim, quando se fala em Paleolítico (ou idade da Pedra Lascada), têm-se em vista
instrumentos rudimentares de pedra, de madeira ou de osso. E, ao falarmos em Neolítico (ou idade
da Pedra Polida), referimo-nos a instrumentos feitos com os mesmos materiais, porém mais sofisticados
e mais elaborados.
Paleolítico: caçadores nômades
O período Paleolítico compreenderia os anos entre 5 milhões a.C. e 10000 a.C. Suas
características são o nomadismo e a subsistência baseada na caça, mas também voltada para a pesca e
a coleta de vegetais. Durante a caçada, os animais eram forçados em direção a desfiladeiros sem saída
ou rumo a abismos, quando então caíam em armadilhas feitas em covas, onde havia paus pontiagudos.
Como camuflagem, o homem dispunha principalmente de disfarces com peles e chifres de animais.
Os instrumentos ou ferramentas usados cotidianamente eram de pedra, de madeira ou de osso,
moldados a partir de golpes de um material mais resistente contra outro menos resistente. Essa
técnica podia chegar a alguma sofisticação, com objetos tendo apenas uma de suas faces lascada ou
afiada para tornarem-se mais adequados. São dessa época os “machados de mão”, pedras trabalhadas
para se tornarem cortantes, sem cabo.
A conquista e o controle do fogo
O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos.
Foi uma das maiores conquistas do homem pré-histórico. A partir desta conquista o homem
aprendeu a utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou
moldando a natureza em seu benefício. O fogo serviu como proteção aos primeiros hominídeos,
afastando os predadores. Depois, o fogo começou a ser empregado na caça, usando tochas rudimentares
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para assustar a presa, encurralando-a. Foram inventados vários tipos de tochas, utilizando diversas
madeiras e vários óleos vegetais e animais. No inverno e em épocas gélidas, o fogo protegeu o ser
humano do frio mortal. O ser humano pré-histórico também aprendeu a cozinhar os alimentos em
fogueiras, tornando-os mais saborosos e saudáveis, pois o calor matava as muitas bactérias existentes
na carne.
O fogo também foi o maior responsável pela sobrevivência do ser humano e pelo grau de
desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da história, o fogo foi
usado no desenvolvimento e criação de armas e como força destrutiva.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fogo
Arte Rupestre
Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, é o nome que se dá às mais antigas
representações pictóricas conhecidas, as mais antigas datadas do período Paleolítico Superior (40.000
a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas paredes e tetos rochosos, ou também em superfícies
rochosas ao ar livre, mas em lugares protegidos, normalmente datando de épocas pré-históricas.
Na vida do Homem pré-histórico tinham lugar a Arte e o espírito de conservação daquilo de
que necessitava. Estudos arqueológicos demonstram que o Homem da Pré-História (a fase da História
que precede a escrita) já conservava, além de cerâmicas, armas e utensílios trabalhados na pedra, nos
ossos dos animais que abatiam e no metal. Arqueólogos e antropólogos datando e estudando peças
extraídas em escavações conferem a estes vestígios seu real valor como “documentos históricos”,
verdadeiros testemunhos da vida do Homem em tempos remotos e de culturas extintas.
Prospecções arqueológicas realizadas na Europa, Ásia e África, entre outras, revelam em que
meio surgiram entre os primitivos homens caçadores os primeiros artistas, que pintavam, esculpiam
e gravavam, demonstrando que o desejo de expressão através das artes é inerente ao ser humano. A
cor na pintura já era conhecida pelo Homem de Neandertal. As “Venus Esteatopígicas”, esculturas
em pedra ou marfim de figuras femininas estilizadas, com formas muito acentuadas, são manifestações
artísticas das mais primitivas do “Homo Sapiens” (Paleolítico Superior, início 40000a.C) e que
demonstram sua capacidade de simbolizar. A estas esculturas é atribuído um sentido mágico,
propiciatório da fertilidade feminina.
Não é menos notável o desenvolvimento da pintura na mesma época. Encontradas nos tetos e
paredes das escuras grutas, descobertas por acaso, situadas em fundos de cavernas. São pinturas
vibrantes realizadas em policromia que causam grande impressão, com a firme determinação de
imitar a natureza com o máximo de realismo, a partir de observações feitas durante a caçada. Na
Caverna de Altamira (a chamada Capela Sistina da Pré-História), na Espanha, a pintura rupestre do
bisonte impressiona pelo tamanho e pelo volume conseguido com a técnica claro-escuro. Em outros
locais e em outras grutas, pinturas que impressionam pelo realismo. Em algumas, pontos vitais do
animal marcados por flechas. Para alguns, “a magia propiciatória” destinada a garantir o êxito do caçador.
Para outros estudiosos, era a vontade de produzir arte.
Qualquer que seja a justificativa, a arte preservada por milênios permitiu que as grutas préhistóricas se transformassem nos primeiros museus da humanidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rupestre
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Arte Rupestre no Brasil
Diferentemente do que sabemos por meio dos grandes manuais e ou enciclopédias mundiais
de arte, história, cultura e outros espaços acadêmicos. Ou ainda nos manuais didáticos do Brasil. Aqui
no Brasil também se fez pinturas rupestres – são pinturas feitas nas rochas, usando-se do ocre para
executá-las (gordura vegetal e animal) na maioria das vezes. E ficaram registradas ao longo de muitos
anos. Há muito tempo atrás, podendo chegar até a 50 mil anos antes do presente, no Brasil, mas não
somente.
As pinturas rupestres foram produzidas pelos primeiros habitantes do Brasil. E estes habitantes
deixaram nas pinturas registradas, muito provavelmente segundo nosso entender, suas ações sociais
neste registro visual. Uma das ações sociais seriam as educativas.
As transmitiram por meios educativos, acreditamos nesta tese, pois as pinturas repetem-se
por extensões enormes e também porque foram identificados vários estilos de pintar os mesmos
signos. Mostrando desta maneira que houve trocas culturais e de aprendizado entre os grupos ou
mesmo dentro dos grupos que aqui viviam.
Como afirma Anne-Marie Pessis, que “Durante o período inicial do estilo Serra da Capivara, a
região era pouco habitada. Sabemos que outros grupos, minoritários, partilharam o mesmo espaço junto
às comunidades culturais de Serra da Capivara. Grupos que não tinham o domínio da técnica gráfica,
mas que incorporaram às suas culturas esta prática rupestre das comunidades dominantes. Estas
populações seriam responsáveis por outra tradição de pintura rupestre existente no Nordeste do Brasil,
a tradição Agreste”. (PESSIS, 1989: 14/15).
As tradições de rupestres pinturas em São Raimundo Nonato permitiram incorporarem idéias,
técnicas e práticas nas sociedades que não as tivessem, como era o caso da tradição Agreste, que surge
por influência da tradição Nordeste¸ representada em sua subtradição Serra da Capivara.
As pinturas rupestres seriam o registro da história social dos habitantes daquele período. Onde
lhes era possível afixarem seus costumes e práticas cotidianas. Costumes que permitiriam outros
grupos ou futuras gerações de seus próprios grupos utilizassem-se destas informações registradas.
Estas ações sociais que retratariam, então, a nosso ver, parte do cotidiano da época como caça,
danças, rituais, lutas territoriais, animais que viviam naquele momento – um cotidiano muito parecido
com o nosso atualmente, onde precisamos lutar para garantir o que nos pertence por direito – dos
grafismos puros (que não temos condições de interpretar), cenas de sexo e cenas de brincadeiras,
entre outras.
Assim Niéde Guidon afirma que A base econômica continuava sendo a caça, a coleta e a pesca:
as pinturas rupestres retratavam com detalhes a evolução sociocultural desses grupos durante pelo menos
6 mil anos, o que constitui um dos mais longos e importantes arquivos visuais sobre a Humanidade
disponível, hoje, no mundo.(GUIDON, 1998: 43/44).
Para E. Adamson Hoebel quase todas as inter-relações sociais são dominadas pela cultura
existente. Não temos notícia de nenhum grupo humano sem cultura. ..., uma sociedade humana é mais
do que mero agregado expressando comportamento instintivo. A sociedade humana é uma população
permanentemente organizada de acordo com sua cultura.(HOEBEL, 1982: 222/223).
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Ao julgar que as comunidades humanas são compostas por grupos intercambiantes (inclusive
como nós hoje, veja a globalização), cujos membros fazem parte de um todo mestiço nas relações
existentes entre si, principalmente no caso da cultura, cuja produção executada por esses homens/
mulheres é um material exemplar para as pinturas rupestres.
Se todos os grupos humanos têm sua própria cultura e interagem significa que, além de se
manifestarem culturalmente, ainda transmitem seus conhecimentos. Por meio da cultura produzida
por estes grupos humanos das mais diferentes formas estéticas, e por meios educativos.
A partir destas cenas podemos, então, depreender que houve sim no território brasileiro,
como em outros locais do mundo, história e educação muito antes de 1500. O Brasil com sua imensa
extensão territorial teria também uma grande complexidade de formas, estilos de pinturas e locais
pintados. Auxiliando a comprovar que as escolas rupestres teriam se disseminado.
Entendemos as pinturas rupestres foi uma das mais importantes, (senão a mais), formas sociais
de garantir a transmissão cultural e pedagógica da época. E que contribuiu para a interação e a relação
entre humanos e destes com a natureza.
MICHEL JUSTAMAND
Docente da Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN
das disciplinas de Antropologia e Ciências Sociais
http://www.espacoacademico.com.br/041/41cjustamand.htm
Neolítico: a revolução da agricultura
Supõe-se-se que a humanidade tenha entrado num segundo estágio de sua evolução cultural
entre 10000 a.C. e 6000 a.C., com a descoberta da agricultura, que passou a ser a principal fonte de
subsistência. A agricultura levou ao sedentarismo e, simultaneamente, às primeiras tentativas de
domesticação de animais (supõe-se que com cabras, porcos e carneiros, em regiões da Ásia). Os
utensílios multiplicaram-se. Já não se tratava de simples “machados de mão” ou clavas, mas sim de
vasos, estatuetas, fusos, contas, pilões. Surgiu também uma das peculiaridades do Neolítico: a cerâmica,
possivelmente criada a partir do revestimento de betume que se colocava no interior de cestas de
fibra para torná-las impermeáveis e próprias para o transporte de líquido. A resistência do betume,
permanecendo após o desgaste das fibras, explicaria a tese.
Advento da escrita
O sedentarismo teria permitido também o aumento populacional e o surgimento de
organizações sociais mais complexas, inclusive ocorrendo uma divisão social do trabalho e uma
especialização de funções. Estudiosos admitem a existência de um poder organizado, com autoridades
temporais e/ou religiosas. A etapa posterior é conhecida como Idade dos Metais, com o domínio de
técnicas de manipulação do cobre e do bronze por parte do homem. É quando ocorre o surgimento
de cidades, processo que Gordon Childe chama de Revolução Urbana. Por fim, veio o advento da
escrita, que encerrou a Pré-história.
Biblioteca UOL.
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A Origem do Homem
O homem é um macaco
Quais são nossas exclusividades?
Existem dois tipos de características que permitem distinguir o homem de outras espécies
de animais: as anatômicas e as culturais. As anatômicas são aquelas relacionadas com as formas dos
ossos e órgãos do corpo. Das culturais trataremos mais adiante.
Características
Homem
Gorila
Capacidade craniana
Locomoção
Arcada dentária
Linguagem
Cobertura da pele
1300 cm3
Bípede
Forma de U
Falada
Pelos esparsos
400 cm3
Quadrúpede
Forma de V
Sinais e ruídos
Pêlos por todo o corpo
Características anatômicas
As características anatômicas utilizadas para distinguir o homem de outros animais
normalmente são aquelas relacionadas ao sistema ósseo e dentário. Isso porque, quando vamos
comparar o homem com outros animais que já existiram sobre a Terra, temos à nossa disposição
apenas os registros que nos deixaram e, normalmente, são registros fossilizados de ossos e dentes.
Cabe ressaltar que homens e macacos (gorila, chimpanzé, orangotango) possuem os mesmos
ossos e músculos. O que os distingue são diferenças na sua forma de organização.
Homem
Gênero
Espécie
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Gorila
Homo
sapiens
Pan
troglodites
Registro de fósseis
Formação de um fóssil
Para que ocorra fossilização (processo de formação de fósseis) é necessária uma série de
eventos, como podemos observar através do texto e da figura a seguir.
Etapas de formação de fósseis
Morte em local anaeróbico
Sedimentação
Morte em local anaeróbico: os
cadáveres devem repousar em local
protegido contra carniceiros e agentes
decompositores (fungos e bactérias).
Sedimentação: é um processo
lento e caracteriza-se pelo soterramento do local com acúmulo sucessivo de
sedimentos, terra, areia e materiais pulverulentos (cobertos de pó) em geral.
Compactação: o acúmulo sucessivo de sedimentos na superfície tende
a compactar os estratos inferiores, e
direcioná-los para camadas mais profundas, formando assim um tipo de rocha chamada rocha sedimentar.
Mineralização: transformação de
matéria orgânica em inorgânica, com a
substituição de compostos de carbono
e cálcio por silicatos.
Dispersão e mineralização das partes mais resistentes
Exposição da rocha sedimentar:
se não houvesse fenômenos geológicos,
como o surgimento de montanhas e o
trabalho dos rios e do vento sobre as
rochas, os fósseis seriam perdidos.
Graças a esses fenômenos, alguns fósseis
acabam sendo expostos.
O que mais os fósseis nos dizem?
Fósseis de diferentes idades em diferentes estratos
Como dissemos um pouco
antes, os fósseis dispõem em camadas
de rochas sedimentares, e as mais
profundas são as mais antigas. Assim, o
registro fóssil informa algo mais que as
características dos seres vivos.
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Dependendo da camada em que se encontra, podemos dizer se um fóssil é mais recente ou
mais antigo que outro. Dessa forma, podemos atribuir uma escala de tempo para um determinado
fóssil. Isso é o que chamamos de litoestratigrafia comparada (litos, rocha, e estratigrafia, estudo dos
estratos, das camadas).
Esse método é indireto, ou seja, os tempo são relativos (um estrato é mais antigo que outro,
por exemplo). Existem métodos que conduzem a datações absolutas das rochas e que permitem
dizer com precisão quanto tempo tem um determinado estrato ou uma rocha em particular.
Entre esses métodos de datação absoluta destacamos aqueles que utilizam os elementos
radioativos. Esses elementos são caracteristicamente instáveis, e decaem com o tempo. Cada elemento
radioativo possui um tempo específico para esse decaimento. Comparando a quantidade de elemento
radioativo residual e de elemento radioativo decaído, é possível estabelecer a idade de uma rocha.
Utilizando os dois tipos de datações foi possível a elaboração de uma escala de tempo geológica
da Terra. O mais interessante nessa escala é que, além de nos permitir compreender os principais
eventos ocorridos na história da Terra, essa escala está diretamente vinculada à distribuição dos
principais fósseis. O período pré-cambriano é o que antecede o cambriano (período de grande explosão
biológica). Foi no período carbonífero que se formaram as grandes reservas de carvão mineral, resultado
da fossililização de extensas áreas de florestas.
A origem Humana
Você já deve ter tido a curiosidade de saber sobre como surgiu a espécie humana no planeta
em que vivemos. Essa curiosidade não é só sua. Pesquisadores e cientistas têm estudado muito para
descobrir como se deu a origem do ser humano na Terra.
Quanto mais a ciência se desenvolve, quanto mais avançados são os recursos científicos que
esse pesquisadores podem utilizar, mais eles são capazes de encontrar novas possibilidades para explicar
a origem humana. Assim, como em um quebra-cabeça, cada nova descoberta vai completando o
nosso conhecimento sobre esse tema.
Porém, cada povo possui uma versão diferente sobre a criação do mundo e a origem de todas as
coisas que nele existem. Os seres humanos sempre procuraram respostas para perguntas fundamentais:
Quando, como e onde nasceu o Universo? De onde viemos?
A reposta do primeiro questionamento, as religiões encontram a resposta nos mitos da criação,
também chamados cosmogonias, isto é, explicam a origem do cosmos, do mundo. Existem várias
cosmogonias porque existem diferentes mitos de criação do mundo. Mas, apesar de apresentarem
elementos diferentes, todas elas partem da idéias de um caos anterior, que é transformado em luz e
ordem pela intervenção divina.
Podemos constatar essa afirmação no mito da criação do povo chinês, hindu, asteca e na Bíblia,
que afirma no Gênesis que “no princípio, era o caos” e Deus fez a luz, criando o mundo em que
vivemos.
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Já a ciência explica a origem do universo de forma diferente. A explicação científica mais
conhecida é a do Big-Bang (a grande explosão). Segundo essa teoria, o Universo originou-se de uma
grande explosão inicial de uma bola de fogo contendo as partículas que viriam a formar nosso mundo
entre 10 e 15 bilhões de anos atrás. Depois da explosão, a formação do cosmos demorou cerca de 10
milhões de anos. Primeiro surgiram as galáxias, depois as constelações e, finalmente, os planetas.
Os vestígios mais antigos de organismos vivos são fósseis de algas azuis encontrados em rochas
na Groenlândia, com mais de 3,5 bilhões de anos. A partir delas, sempre com intervalos, de milhões
de anos, teriam surgido outros seres vivos como os peixes, os répteis, os grandes dinossauros, os insetos,
as aves e os mamíferos e, por último, o ser humano.
Diferentemente do que revistas, desenhos animados e filmes apresentam, o ser humano nunca
conviveu com os dinossauros. Eles desapareceram da Terra muito tempo antes de a espécie humana
surgir no planeta.
Segundo pesquisas realizadas por cientistas chineses, os fósseis mais antigos de peixes
encontrados situam a origem dos vertebrados há, no mínimo, 530 milhões de anos! Esses fósseis
encontrados mostram que os peixes destes período não tinham esqueleto ósseos, não possuíam dentes,
somente cartilagens. Ossos, escamas e dentes só apareceram 30 milhões de anos mais tarde.
Quanto mais a tecnologia de pesquisa se desenvolve, mais descobertas, como essa dos chineses,
são possíveis e, passo a passo, vamos conhecendo como o nosso planeta e os seres vivos que nele
habitaram (e habitam) se formaram.
Quanto ao outro questionamento — De onde viemos? — Também encontramos diferentes
versões de respostas. Para tentar descobrir o mistério da origem do homem, cada povo da Terra
construiu suas próprias explicações de acordo com sua cultura e crença religiosa.
Vanise Ribeiro, Carla Anastasia – Encontros com a História – Curitiba, Positivo 2006.
A Teoria da Evolução
As primeiras formas de vida na Terra eram minúsculas criaturas unicelulares.
Como foi então que surgiram os tantos animais, vegetais e outros seres vivos que existem hoje?
A explicação começou a ser dada pelo cientista inglês Charles Darwin (1809 – 1882), autor
da famosa Teoria da Evolução das Espécies. Darwin provou que ao longo de milhões de anos todas as
espécies de seres vivos se transformaram, ou seja, evoluíram. Algumas espécies não conseguiram
sobreviver e extinguiram-se. Outras espécies foram evoluindo, ou seja, foram se modificando através
de milhões de gerações.
Há milhões de anos, por exemplo, os ancestrais do elefante eram animais pequeninos como
um cachorro grande atual. Esses bichinhos tinham filhotes. Certos filhotes tinham mais chance de
sobreviver no ambiente que habitavam.
O mesmo acontecia com os filhotes dos filhotes, e assim por diante, por milhares de séculos.
O resultado foi a evolução do elefante até a situação atual, quando ele é bem grandinho e vigoroso.
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Observe que evolução não é aperfeiçoamento. Os cavalos de hoje não são “superiores” aos
seus ancestrais de milhões de anos atrás.
Charge do final do séc.
XIX critica a Teoria da Evolução. Charles Darwin foi um
dos pensadores mais importantes da história da humanidade. Hoje, sua Teoria da
evolução das Espécies é amplamente aceita pelos cientistas. Ela tem sido comprovada e aperfeiçoada por inúmeras pesquisas.
Este homem está dizendo que ele é meu parente!!!
Bibliografia: Schimidt, Mario. Nova História Crítica – 5ª Série. Ed. Nova Geração, São Paulo, 1999
10
m.a. = milhões de anos
a.
m.
50
Precursor dos
prossímios (60-50 m.a.)
.a.
m
0
±3
.a.
m
0
±3
Pros
símio
s
Pequeno mamífero
insetívoro (80-70 m.a.)
Mac
a
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.a.
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±2
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.a.
5m
1
±
Mac
a
gran dos de
de p
orte
Representação esquemática da possível linha evolutiva
entre os primatas e os hominídeos
m.a. = milhões de anos
H. erectus
A. afarensis
Hominídeos
± 5 m.a.
H. sapiens
neandertalensis
H. sapiens
sapiens
H. habilis
Ancestral
A. boisei
A. africanus
4 m.a.
1,5 m.a.
6 m.a.
2,5 m.a.
300 mil anos
2,5 m.a.
3 m.a.
Representação esquemática da possível linha evolutiva
entre os Australopitecus e o H. sapiens sapiens
Bibliografia: CUNHA, Paulo, Evolução do Homem. Editora Moderna, SP, 2000.
11
A EVOLUÇÃO DO HOMEM
MARANHÃO, Ricardo e ANTUNES, Maria Fernanda, Trabalho e Civilização – Uma história global. São Paulo. Editora Moderna, 1999.
12
2010/art_rupest/my,edf,nsv
13
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