Governança de redes

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Governança Colaborativa
Aula 01
Doutor Humberto Falcão Martins
Governança Colaborativa
• Redes de Governança: o que é a governança
em rede
• Governança de Redes: como se estabelecem e
se gerem arranjos de governança em rede
– Roteiro de implementação
– Caso Petrobras
– Pesquisa parcerias Brasil
A sociedade em rede
Em termos históricos, as redes eram algo do domínio da vida privada, enquanto o mundo da produção, do
poder e da guerra estava ocupado por organizações grandes e verticais, como os estados, as igrejas, os
exércitos e as empresas que conseguiam dominar vastos pólos de recursos com um objectivo definido por
um autoridade central. As redes de tecnologias digitais permitem a existência de redes que ultrapassem os
seus limites históricos. E podem, ao mesmo tempo, ser flexíveis e adaptáveis graças à sua capacidade de
descentralizar a sua performance ao longo de uma rede de componentes autónomos, enquanto se
mantêm capazes de coordenar toda esta actividade descentralizada com a possibilidade de partilhar a
tomada de decisões. As redes de comunicação digital são a coluna vertebral da sociedade em rede […]. Na
verdade, a sociedade em rede manifesta-se de diversas formas, conforme a cultura, as instituições e a
trajectória histórica de cada sociedade […]. Além disso, a comunicação em rede transcende fronteiras, a
sociedade em rede é global, é baseada em redes globais. Então, a sua lógica chega a países de todo o
planeta e difunde-se através do poder integrado nas redes globais de capital, bens, serviços, comunicação,
informação, ciência e tecnologia. […]. Porém, como as redes são selectivas de acordo com os seus
programas específicos, e porque conseguem, simultaneamente, comunicar e não comunicar, a sociedade
em rede difunde-se por todo o mundo, mas não inclui todas as pessoas. De facto, neste início de século, ela
exclui a maior parte da humanidade, embora toda a humanidade seja afectada pela sua lógica, e pelas
relações de poder que interagem nas redes globais da organização social.
Ma uel Castells, A Sociedade em Rede: do Conhecimento à Política (http://www.cidadeimaginaria.org/cc/ManuelCastells.pdf)
O Estado-Rede
... 䇾compartilhamento da autoridade (a capacidade institucional de impor uma
decisão) no âmbito de uma rede de instituições. Uma rede, por definição, não
possui centro, senão nós, de diferentes dimenções e com relações inter-nodais
que são frequentemente assimétricas. Mas, em termos finais, todos os nós são
necessários para a existencia da rede. Asim, o estado-nação se articula
cotidianamente na tomada de decisões com instituições supra-nacionais de
distintos tipos e em distintos âmbitos […]. Mas, também funcionam nessa mesma
rede instituições regionais e locais [e....], cada vez mais, organizações não
governamentais (ou neo-governamentais, porque fundamentalmente trabalhan
com e a partir dos governos) se conectam com esta rede inter-institucional, feita
tanto de negociação como de decisão, de compromisso quanto de autoridade, de
informação quanto de estratégia. Este tipo de estado parece ser o mais adequado
para processar a complexidade crescente de relações entre o global, o nacional e
o local, a economia, a sociedade e a política, na era da informação. 䇿
(Manuel Castells, Hacia el estado red, Barcelona, 1998)
Problemas públicos complexos






Imprevisível, instável, incompleto (wicked problems)
contexto multiescalar (local, regional, global)
Múltiplas variáveis e determinantes com causações
circulares
Totalidade, transversalidade, conexões, integrações
Múltiplos atores, interesses, pressões
Soluções complexas: multi-institucionais, sem fronteiras
políticas, em rede, coordenação, integração etc.
6
Governança Social
feedback - feedforward
esferas de poder
institucionalizadas
políticos e
burocratas
cidadãos
organizados
investidores/
empreededores
ESTADO
BENS
PÚBLICOS
INTERESSES
E DEMANDAS
TERCEIRO
SETOR
INICIATIVA
PRIVADA
BEM
ESTAR
BENS
PRIVADOS
feedback - feedforward
Equilíbrio entre ....
Estado
Mercado
3º Setor
“a rede”
Equidade
Eficiência
Causa
?
+
Estatismo dirigista
Autoritarismo
+
Liberalismo radical
Capitalismo
selvagem
+
Informalidade
Paroquialismo
+
instabilidade
Ingovernabilidade
Baixa competitividade
Perda de identidade
conformismo
Os movimentos do mercado, do
3º setor, do estado e da rede
A REDE
3º SETOR
MERCADO
ESTADO
CADEIA DE GOVERNANÇA
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
DESEMPENHO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
VALOR PÚBLICO
CADEIA DE GOVERNANÇA
•
•
•
•
COMPETÊNCIAS
PRONTIDÃO
POTENCIAL
DESENHO
INSTITUCIONAL
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
DESEMPENHO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
VALOR PÚBLICO
CADEIA DE GOVERNANÇA
•
•
•
•
COMPETÊNCIAS
PRONTIDÃO
POTENCIAL
DESENHO
INSTITUCIONAL
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
• ESFORÇOS
• RESULTADOS
DESEMPENHO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
VALOR PÚBLICO
CADEIA DE GOVERNANÇA
•
•
•
•
COMPETÊNCIAS
PRONTIDÃO
POTENCIAL
DESENHO
INSTITUCIONAL
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
• ESFORÇOS
• RESULTADOS
DESEMPENHO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
•
•
•
•
REDES
CO-PRODUÇÃO
COLABORARQUIAS
LIDERANÇA
COMPARTILHADA
VALOR PÚBLICO
CADEIA DE GOVERNANÇA
•
•
•
•
COMPETÊNCIAS
PRONTIDÃO
POTENCIAL
DESENHO
INSTITUCIONAL
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
• ESFORÇOS
• RESULTADOS
DESEMPENHO
VALOR PÚBLICO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
•
•
•
•
REDES
CO-PRODUÇÃO
COLABORARQUIAS
LIDERANÇA
COMPARTILHADA
• SATISFAÇÃO DAS
EXPECTATIVAS
• CONFIANÇA
GOVERNANÇA COLABORATIVA
•
•
•
•
COMPETÊNCIAS
PRONTIDÃO
POTENCIAL
DESENHO INSTITUCIONAL
QUALIDADE E
CAPACIDADE
INSTITUCIONAL
•
•
ESFORÇOS
RESULTADOS
DESEMPENHO
VALOR PÚBLICO
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
•
•
•
•
REDES
CO-PRODUÇÃO
COLABORARQUIAS
LIDERANÇA COMPARTILHADA
•
•
SATISFAÇÃO DAS EXPECTATIVAS
CONFIANÇA
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
• ESTADO
• SETOR PRIVADO
• TERCEIRO SETOR
REDES DE GOVERNANÇA
CO-PRODUÇÃO E CO-CRIAÇÃO
COLABORARQUIA
LIDERANÇA COMPARTILHADA
Governança colaborativa
Redes são conjuntos de nós e suas relações
Redes são uma nova forma de pensamento sistêmico

Sistemas complexos (físicos, biológicos, sociais...):



tudo está interconectado;
conexões críticas (que mantêm a integridade ou
promovem evolução).
Sujeitos a padrões, regularidades e atributos:

leis de potência e hubs;

conexão preferencial etc.
Leis de potência e conexão preferencial
Este vídeo mostra o modelo de BarabásiAlbert para geração de redes. A cada passo,
um novo nó é adicionado à rede, escolhendo
se conectar preferencialmente a vértices com
mais conexões - um processo em que o rico
fica mais rico. Isto resulta em uma rede com
uma distribuição de grau do tipo Lei de
Potência, onde os vértices centrais contém
grau muito alto - os chamados hubs - e os
periféricos tendo apenas a quantidade
mínima.
Parameters: n = 64, k = 4.
AlbertLászló Barabási and Réka Albert. "Emergence
of scaling in random networks." science 286,
no. 5439 (1999): 509-512.
19
Redes são uma nova forma de organização

Novas estruturas físicas, químicas e biológicas.

Redes sociais / interação / participação.

Formas híbridas de transação, alternativas a mercados e
hierarquias.
Algumas categorias de rede

Redes sociais – objetivos comuns são episódicos: relacionamentos
de nível pessoal para solução de problemas, informações, inovação,
capital social e desempenho.

Comunidades de prática – confiança mútua e compartilhamento de
conhecimento numa área específica para resolver problemas comuns
e apoiar uns aos outros na busca de respostas.

Redes
Formais
–
grupos
correlacionados de várias organizações,
estabelecidos de acordo com um
propósito ou necessidade específica.
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
• ESTADO
• SETOR PRIVADO
• TERCEIRO SETOR
REDES DE GOVERNANÇA
• FORMULAÇÃO
• IMPLEMENTAÇÃO
• MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
CO-PRODUÇÃO E CO-CRIAÇÃO
COLABORARQUIA
LIDERANÇA COMPARTILHADA
Novos conceitos e um novo palavrório!
Parcerias


“sistemas formalizados de cooperação, baseados em arranjos legais de
relacionamento ou entendimentos informais, de relacionamentos de
trabalho cooperativo e de adoção mútua de planos entre instituições;
envolvendo entendimentos programáticos, compartilhamento de
responsabilidades, recursos, riscos e benefícios em determinados
períodos de tempo”. OCDE (1990: 18)
forma de “governança por terceiros” (Salomon), envolvendo agentes
mais ou menos distantes e dependentes do poder público, tanto
empreendedores econômicos interessados na apropriação de valor,
quanto empreendedores sociais como foco na criação de valor
(Santos, 2009).




Accountability
accountability policêntrica, em contraste com a accountability
hierárquica tipo agente-principal, gera uma responsabilização difusa.
múltiplos regimes de accountability a partir dos eixos democrático
(eleitos, cidadãos, lei, tribunais); de mercado (acionista, consumidor); e
administrativo (superiores hierárquicos, profissionais especialistas,
parceiros).
distintas “narrativas de accountability” (Koliba, Meek & Zia, 2011),
promovendo, na expressão de Aguilar (2006), uma “responsabilidade
pública de modo integral”.
metagovernança, ou a “governança da governança”: instrumentos
quase-legais (soft law), confiança e valores, vigilância anti-moral
hazzard, constituindo-se uma espécie de. (Peters, 2010; Goldsmith &
Eggers, 2004)
Compartilhame
nto
Evolução/coevolução
conjunta das pessoas
conectadas
Bate
papos
pessoais
Aplicações de
saúde
Marketing
Social Networking Sites
(SNS)
Espaços vivos
Conectam todas as
dimensões da vida
e-comerce
Distribuição de mídias e
entretenimento
Plataforma para
outras atividades
Criatividade
cultural
Educação
Pessoas reais
conectadas com
pessoas reais
...
Ativismo
sociopolítico
Mundo
permanentemente
conectado
Amizades
Redes de Indignação e esperança
Relações de Poder
Mundo
Injustiças/Desumanização
Novos processos de comunicação
Poder Questionado
Manifestações
Perda de confiança – Aglutinadora
entre:
Estopim
Comunicação Autônoma
Mudanças
Ditaduras derrubadas
Desprezo pelos mágicos das
finanças
Políticos expostos como corruptos
Governos denunciados
Mídia em suspeita
Humilhação
Pobreza
Crise Econômica
Falta de Democracia
Financeiro
Político
Cultural
Sociedade
Mercados
Instituições
Transporte Público
Impostos/tarifas
Violência Policial
Poder Questionado:
Financeiro
Político
Cultural
Desencadeador
Principal
Global
Individual –
Local
(Vizinhança)
Reações em cadeia
Indivíduos
Ansiedade
Emoções
Medo
Poucos reclamando
(indivíduo/grupo)
Tunísia
Reações
Indignação
Raiva
Querem manter
o status quó
Se indignam,
querem
mudanças
Entusiasmo
Ação
Apoio de milhões
(redes sociais + ocupação
das ruas)
Centenas/milhares de
adeptos (identificação)
Europa
Espanha, Grécia, Portugal, GrãBretanha, Itália...
Brasil
Estados Unidos (Occupy)
2011 –
951 cidades – 82 países
Governos + Elites financeiras + Redes de poder
Causadores (gerenciamento
equivocado)
Crises econômicas/políticas
Quem paga (perda de bem-estar,
direitos etc.)
Cidadãos
Esperança
Da ação à deliberação.
Da deliberação ao projeto.
Do projeto à nova ação.
Israel
Mundo Árabe
Islândia
Mudanças
Relações de Poder
Constante interação
Determinam a configuração do Estado
Poder
Políticas
Financeiras
Culturais
INSTITUIÇÕES
Conflitiva
ATORES SOCIAIS
Reivindicam representação de seus
próprios valores e interesses
- Mudança -
Coerção
Controlar a Capacidade de definir
regras da sociedade
Redes conectadas
(infinidade)
Interativa
Exigir e criar novas normas e
regras
Construção de significado
(Decisivo e estável)
Manipulação simbólica
Uso de comunicação autônoma
(redes autônomas para produzir e
difundir mensagens
Sociedade de redes
Mensagem autônoma
Compartilhamento
Enfrentamento
(essencial, porém, limitado)
Violência
Controle da comunicação (meios
e produção/ disseminação de
mensagens
controle)
Sociedade
Indivíduos
Grupos
Movimentos
Mecanismos utilizados
Violência
Controle do Estado
Mercado – relação de
amor (lucro, canal com
clientes) e ódio (falta de
Contrapoder
Contraditória
Construídas por quem o detém
(próprios valores e interesses)
- Manter status quo -
Governo tem medo
(exposição + falta de
controle)
X
Recuperação
autosselecionada
Emergência de
“autocomunicação” (internet
+ Redes Sociais)
Hipertexto global
Com. de massas
Receptor
autodirecionado
Digital
Multimodal
Horizontal
Livre do Controle de
instituições
Vida e morte dos movimentos sociais:
Nascem
Indignação
+
Compartilhamento
+
Novo Espaço Público
Se
desenvolvem
Conquistam:
Adeptos
Espaços
Reivindicações
Morrem
Transformam-se em ator político:
partido, nova forma de agência
etc.;
Mudam as Instituições
ou
Passam a fazer parte daquilo que
tentaram combater
Ainda é cedo para avaliar os movimentos sociais na sociedade de redes, muito embora
• Regimes mudaram;
Mudanças culturais
produzidas
com sua
• Instituições foram desafiadas;
ação
• Crença no capitalismo financeiro foi abalada irreversivelmente.
Seu legado possa ser uma Nova Forma de Democracia (afirmação da possibilidade de reaprender a conviver).
Inesperado
Sem líderes
Mais de 350 cidades
Estopim: aumento da
tarifa de transporte
Sem sindicatos
Movimento social em rede no Brasil
Desconfiança da
classe política
Expandido
para outras
áreas da
condição
humana
Sem partidos
Redes sociais como
difusoras
Ocupação das ruas
Sem apoio da mídia
Violência do Estado
(diferentes partidos)
Defesa da dignidade.
•
•
Denúncia de instituições e atores:
Democracia sequestrada pelos políticos (mercado de votos, clientelismo, manipulação da mídia);
Copa no Brasil se converteu em negócio mafioso de corrupção em grande escala – empresas; federações
esportivas; administração pública; fundos públicos sem controle.
Redes sociais em junho no Brasil
13/06
17/06
Fonte: Sérgio Amadeu, Univ. ABC
Redes sociais em junho no Brasil
Temas em debate
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
• ESTADO
• SETOR PRIVADO
• TERCEIRO SETOR
REDES DE GOVERNANÇA
• FORMULAÇÃO
• IMPLEMENTAÇÃO
• MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
CO-PRODUÇÃO E CO-CRIAÇÃO
• HIERARQUIA
• RACIONALIDADE COLABORATIVA
COLABORARQUIA
LIDERANÇA COMPARTILHADA
Colaborarquias autogeridas
“Não são arranjos caóticos ou desprovidos de processos
estruturados... a gestão colaborárquica é ao mesmo tempo similar e
diferente da gestão de hierárquica” (Agranoff, 2007, p.123-4)
HIERARQUIAS
REDES
•
Padronização
•
Heterogeneidade morfológica (variedade de requisito)
•
Verticalização fragmentária
•
Integração horizontal e transversalidade
•
Comando, controle, coordenação, subordinação,
manipulação
•
Cooperação, participação colaborativa, animação, mobilização,
articulação, solidariedade e negociação
•
Estabilidade, rigidez e inércia
•
Instabilidade, flexibilidade e dinamismo
•
Especialização
•
Multifuncionalidade e redundância
•
Regulamentação e impessoalidade
•
Regras básicas + informalidade humanizada
•
Dependência e centralização
•
Autonomia, descentralização e interdependência
•
Hierarquia
•
Democracia
•
Autoridade do cargo
•
Liderança
•
Reducionismo
•
Visão sistêmica
•
Comunicação de cima para baixo e reservas de
informações
•
Comunicação multidirecional e compartilhamento de informações
•
Opacidade
•
Transparência, escuta
•
Responsabilização individual
•
Coresponsabilidade
•
Redução de custos de produção
•
Redução de custos de transação
•
Aprendizado de circuito simples e aplicação do
conhecimento (imposição de estilos, culturas e técnicas)
•
Aprendizado de circuito duplo, apropriação e desenvolvimento de
capacidades (geração de conhecimento baseado no intercâmbio
de estilos, culturas e técnicas)
RELACIONAMENTO E COLABORAÇÃO
• ESTADO
• SETOR PRIVADO
• TERCEIRO SETOR
REDES DE GOVERNANÇA
• FORMULAÇÃO
• IMPLEMENTAÇÃO
• MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
CO-PRODUÇÃO E CO-CRIAÇÃO
• HIERARQUIA
• RACIONALIDADE COLABORATIVA
COLABORARQUIA
• COMANDO E CONTROLE VS.
VAMOS COMBINAR
• CAPACIDADE DE MOBILIZAR
LIDERANÇA COMPARTILHADA
Governança de redes

Como modelar e gerir redes?

Nova “ignorância”: conhecimento gerencial inovador

“vamos combinar”:


“contratos” multipartes;

“contratos personalizados”;

balanço de incentivos e controles.
Modelagem de redes:

variedade das trocas/transações;

incertezas e custos envolvidos;

mecanismos de integração e coordenação.
Efeitos individuais

Maior
possibilidade
de
reconhecimento,
independentemente de canais “políticos”.

Maior compreensão do ambiente organizacional e
do mercado em que atua.

Melhor produção individual.

Reforço à identidade e motivação (eu pertenço).

Maiores possibilidades de compartilhar.
Efeitos organizacionais


Amplia o capital intelectual à medida que explicita conhecimento,
capacidades e experiências individuais.
Melhor eficácia e eficiência das equipes, efeito da comunicação
dinâmica.

Melhora o aprendizado organizacional ao viabilizar discussões.

Aumento da capacidade de inovação e competitividade.


Faz brotar entre os membros o espírito colaborativo (confiança,
reciprocidade, colaboração), melhorando o ambiente.
Integra áreas anteriormente estanques.
Um roteiro de implementação
Concepç
ão
Inicial
Avaliaç
ão
Propos
ta
Implem
entação
Concepção inicial





Propósito, atores, formas de relacionamento,
nicho de atuação (pertinência da solução em
relação a mercados e hierarquias).
Iniciadores/patrocinadores e núcleo técnico.
Posicionamentos: predisposições, interesses,
demandas, expectativas etc.
Necessidades de recursos, fontes
viabilidade/sustentabilidade
Benchmarks
Proposta








Estratégia: propósitos, resultados, projetos
Modelo de governança/ organização: instâncias
consultivas, deliberativas e executivas
Modelo jurídico-institucional
Regulamento/regimento
Processos de suporte
Dimensionamento da equipe de trabalho
Planos de comunicação, financeiro e TI
Mobilização para aprovação da proposta
Implantação






Instalação das instâncias de governança
Implantação/operação dos processos de
suporte
Captação de recursos
Implantação dos planos de comunicação e TI
Implementação da plataforma de gestão do
conhecimento
Capacitação de equipes e atores envolvidos na
operação dos processos e das instâncias de
Avaliação




Implantação do modelo de avaliação definido
Avaliação de riscos (ex ante), avaliação da
implementação (ex cursum).
Capacitação de atores internos e externos para
avaliação nos devidos períodos avaliatórios
Definição de ajustes na estratégia,
estrutura/modelo de governança, processos e
equipes
CASO PETROBRAS
Um exemplo de rede formal
PROPOSTA DE MODELAGEM DA
REDE DE MELHORIA DA GESTÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CADEIA DE
FORNECEDORES DE BENS E SERVIÇOS DA
PETROBRAS
O Mercado de Fornecedores
A Rede de melhoria da gestão
Atores envolvidos



Gestores e operadores da rede de melhoria da
gestão
Entidades representativas de integrantes da cadeia
de fornecedores da Petrobras e outras partes
interessadas que constituem a rede, participam de
seu processo decisório e da implementação dos
projetos
Integrantes da cadeia de fornecedores da Petrobras
(empresas) e outras partes interessadas que
participam do processo decisório e da
implementação dos projetos da rede
Trata-se de uma rede de
colaboração...
 Orientação para resultados




Combina elementos hierárquicos e autoorganização
Percepção de que a cooperação gera valor e
de que a apropriação do valor gerado pelas
partes se dá de forma justa
Conjunto de atores com uma agenda em
comum e convergência de propósitos
Agrega elementos de:
Modelo de Governança
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 Uma estrutura implementadora (núcleo
operacional) em rede, que começa com um
conjunto de atores....
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 ....com uma estratégia comum
Estratégia da Rede de Melhoria da
Gestão


visão de futuro: “Contribuir de modo efetivo
para a melhoria da gestão na cadeia nacional
de fornecedores de bens e serviços da
Petrobras, tornando-a mais competitiva em
escala global, sustentável nas dimensões
econômica, social e ambiental, e dotada de
elevada capacidade de inovação, mobilização e
integração.”
35 objetivos estratégicos, 12 programas, 67
projetos, 278 ações
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 Estratégia e atores se
cruzam formando uma
estrutura
implementadora
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 Formando
redes de
implementação
no âmbito de
cada projeto
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 ... redes que
requerem
arranjos
específicos
de Governança

Estrutura de Implementação dos
Projetos
Atores se relacionam
com um ou mais
projetos, alocando
recursos e avaliando
sua capacidade de
implementação

Estrutura de Implementação dos
Projetos
Temas transversais a
projetos, atores e
territórios podem ser
identificados e
receber tratamento
especial
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 Animação, Monitoramento e Avaliação
Estrutura de Implementação dos
Projetos
 Grupos de projetos
Pólos e seus territórios
Na perspectiva de rede....
Governança dos projetos




Modelos específicos de gestão, mas com alguns elementos em
comum
Comitê de governança do Projeto, conexões com redes e outras
políticas públicas, coordenação de interfaces com outros projetos
Líder do projeto (fixo, rotativo, de dentro ou de fora da rede)
Plano de gestão do projeto




Plano de ação/implementação e matriz de contribuição
Pactuações internas
Dimensionamento de recursos
Sistemática de monitoramento
• Reuniões mensais de monitoramento
Processos de suporte da SecretariaExecutiva
Apoio às instâncias
Consultivas e
Deliberativa
Princípios
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Consciência do propósito maior
Cultura do servir
Excelência em gestão
Equilíbrio técnico-humano
Qualidade das decisões
Uso sadio do poder
Competências humanas refinadas
Consistência parte-todo
Tempo e atenção de qualidade
Excelência dos quadros
Postura pró-soluções
Conduta ética e auto-regulação
Negociações ganha-ganha
Governança colaborativa



Desafios da Sustentabilidade.
Redes exigem trabalho e MUITA dedicação.
Exigem alta capacidade de comunicação e de
articulação:




Animação
Convencimento
Presenças reconhecidas
Apoio Político.
Parcerias entre Poder
Público e entes de
colaboração no Brasil
Universo dos modelos de descentralização e
parceria em âmbito nacional: 6.360 entidades
Federal
Quantidade de OS
Contratos de
Gestão de OS
Quantidade de
OSCIP
Quantidade de
parcerias com
OSCIP
Quantidade de
SSA
Quantidade de FE
Quantidade de
PPP
Estadual
Municipal
Total
6
5
118
30
92
26
216
61
5.691
167
27
5.885
285
15
-
300
12
5
2
237
1
(+218 projeções
estaduais)
8
13
-
8
14
Conclusões da experiência Nacional: OS
combinam características de fomento e prestação de
serviços, tornando-se uma espécie de prestação
qualificada ou incentivada de serviços.
• o contrato de gestão é o instrumento de pactuação
usual nas parcerias existentes, no qual especifica os
serviços, obrigações e responsabilidades, em sua
grande maioria mensurados por indicadores de
eficácia (entrega de produtos), em detrimento dos
indicadores de efetividade (impactos gerados)
•
Conclusões da experiência Nacional: OSCIP


A grande maioria das OSCIP não está parceirizada.
As poucas parcerias existentes são firmadas por
convênios, exatamente o que o modelo pretendia
evitar


Conclusões da experiência Nacional: FE e
SSA
são praticamente publicistas, possuem pouca
flexibilidade licitatória, a admissão de pessoas se dá
mediante concurso e a demissão acontece por meio
de processo, o que reduz a capacidade de gestão da
força de trabalho.
estratégia de descentralização vinculada à estrutura
de governança do Estado
 vinculação institucional
Conclusões da experiência Nacional: PPP


impregnados de características de fomento, o que
representa um movimento contrário do existente em
outros modelos (que revelam o aumento do caráter
de prestação de serviços complementarmente ao de
fomento).
fo as de e t ada no parceiro privado, que
oscilam da fiscalização à intervenção.
Conclusões da experiência Nacional


OS e PPP são modelos em constante evolução
 flexibilidade gerencial
 vinculação técnica e menos política,
 possibilidade de diminuição dos repasses ou
imposição de sanções de outra ordem (multa etc.)
 excelentes opções para a implementação de
Políticas Públicas e serviços de caráter contínuo.
Os modelos de FE, SSA e OSCIP estão em crise
 Conceitos comprometidos pelo mau uso
Fatores facilitadores




Projetos são encarados como Políticas
Públicas de Estado
Habilitação e qualificação de
organizações com histórico/experiência
no setor
Legitimidade do modelo perante a
população e sociedade
Garantias fungíveis e extra-
Fatores restritivos




Resistência de alguns órgãos de
controle interno e externo em relação ao
modelo
Exigência de realização de processo
seletivo público;
Dificuldade em elaborar indicadores de
resultados
Maior incidência sobre as OSCIP
10 lições da experiência nacional
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Posicionamento governamental
Solidez institucional do parceiro privado
Equilíbrio entre controle de meios e fins
Critérios de seleção
Trajetória dos modelos
Gestão do modelo
Regularidade do fluxo de recursos
Gestão para resultados
Posicionamento governamental
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O processo de adoção e implementação de modelos de descentralização e
parceria tem sido, em geral, incremental e oportunista – condicionado a
demandas emergentes
Não há políticas claras de descentralização e parceria que oriente a aplicação dos
modelos, salvo em casos muito localizados usualmente vinculados a um setor de
atuação (saúde)
O que predomina é a implementação de modelos de descentralização e parcerias
a partir dos marcos legais básicos, que não elucidam diversos aspectos essenciais
à operação diuturna da parceria, gerando brechas para regulamentação pelos
órgãos de controle
Uma postura ativa tem logrado melhores resultados na gestão de resistências e
obstáculos.
É esse ial ue haja dete i ação gove a e tal, ue o exe utivo banque o
modelo e sua adoção seletiva em determinadas áreas seja objeto de uma política
Solidez institucional do parceiro privado
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Fenômeno de “empresarização” do terceiro setor e do
surgimento de nichos de mercado para o setor
empresarial interessado em estabelecer negócios de
mais longo prazo com o poder público
A maior parte das entidades parceiras são maiores que a
parceria. Sua atuação, refletida em processos mais ou
menos sistemáticos e sofisticados de planejamento
estratégico é maior e mais abrangente que o
estabelecido nos instrumentos de pactuação
É um fator crítico de sucesso para a parceria e isto
significa sua história, sua atuação e seu modelo de
gestão
Equilíbrio entre controle de meios e fins
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A predominância do controle de fins sobre o controle de meios pode
gerar dois principais riscos: mau aproveitamento de recursos públicos ou
desatenção a determinados princípios que devem reger a aplicação de
recursos públicos
A predominância do controle de meios sobre o controle dos fins gera dois
riscos: imposição dos meios utilizados pelo parceiro público ou o controle
meio sufocar o alcance dos fins
Pluralidade de atores que participam das modalidades de controle
Órgãos supervisores fazem ingerências, incluindo até casos de
julgamentos subjetivos sobre valores praticados em compras,
determinando procedimentos eusurpando o poder decisório dos
parceiros privado
Pouca transparência e divulgação dos registros sistemáticos das
parcerias, principalmente das informações referentes aos instrumentos
de pactuação
A autonomia gerencial das organizações parceiras é limitada
A questão principal é que melhores resultados em termos de eficácia e
Qualidade da seleção
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A maior parte dos casos estudados comporta algum
mecanismo de seleção, embora sua adoção não seja
obrigatória ou haja exceções que acabam se tornando a
regra
Necessidade de que haja um processo de seleção
baseado em critérios relativos à instituição parceira, ao
objeto da parceria e mecanismos de isonomia e
impessoalidade
Trajetória dos modelos
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OS e PPP são modelos em vias de evolução, com vantagens
visíveis, dentre as quais destacam-se: flexibilidade gerencial;
vínculos mais técnicos e menos políticos, que permitem passar
por transições de governos de diferentes partidos;
possibilidade de punir se houver erros, seja com menos
repasses, seja com sanções de outra ordem
OS e PPP são consideradas, atualmente, ótimas opções para
implementar políticas, mesmo em áreas altamente
politizadas, como nos casos da saúde e educação
FE, SSA e OSCIP são modelos decadentes quer porque
tendem ao engolfamento, quer porque o mau uso
compromete o conceito
Gestão do modelo
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Um problema muito frequente é o isolamento da unidade
gestora do modelo quando falta uma posição
governamental firme a respeito do modelo
É fundamental fortalecer o papel, as equipes e unidades
organizacionais incumbidas da gestão dos modelos e
das parcerias
É necessário que se estabeleça uma rede de gestão de
parcerias que possa ser objeto de constante apoio e
capacitação, podendo, inclusive, envolver os parceiros
privados.
Estabilidade dos meios
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Os problemas com atrasos de repasses só não geram estragos
maiores porque a maior parte das entidades não depende
integralmente dos recursos públicos e ou consegue realizar
reprogramações na prestação dos serviços em tempo hábil ou
ainda realizam provisionamentos próprios.
No que se refere a patrimônio, há problemas em relação à
aquisição e à manutenção de equipamentos com recursos da
parceria, em especial quando envolve investimentos vultosos
No que se refere às pessoas, não há registros de problemas
significativos relacionados a gestão de quadros distintos de
pessoal
Há espaço tanto para aprimoramento dos mecanismos de
Gestão para resultados
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A maior parte das pactuações são de resultados e
esforços, com forte predominância do último,
principalmente no modelo OSCIP, com destaque para as
metas de execução e eficácia, seguidas de algumas
poucas metas de excelência. Raros são os casos de
metas de efetividade ou eficiência
as metas são quase sempre ultrapassadas, são
subestimadas. Por um lado, trata-se do problema
clássico dos contratos incompletos ou imperfeitos,
sujeitos a estratégias defensivas, gaming, assimetria de
informações.
As experiências estudadas revelam mais incentivos
Qualidade institucional do parceiro
público
 As experiências não revelam grandes problemas de
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desalinhamento programático entre as unidades finalísticas e
os instrumentos de parceria
No que se refere às unidades setoriais de gestão das parcerias,
há uma combinação de unidades especificas com
competências agregadas a outras unidades e, em pelo menos
um caso, uma unidade centralizada que gerencia todas as
parcerias de todas as áreas, além de gerir o modelo
Ademais, falta infraestrutura informacional (equipamentos,
sistemas e redes) para facilitar a coleta e tratamento de dados
para a gestão das parcerias
Embora haja flexibilidade para gerir os processos,
Postura das instâncias de controle
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Procuradorias são instâncias de consultoria e representação jurídica. Seu
papel deveria se restringir a aprovar, previamente, os atos jurídicos
encetados pelos modelos
O Ministério Público é um órgão autônomo ao qual cabe vigiar e zelar
pela legalidade, atuando sobre o poder público e a sociedade em geral
Auditorias e controladorias são denominações correntes de órgãos
centrais de controle interno, aos quais cabem auditar e aprovar as contas
Os casos revelam que o fazem numa perspectiva essencialmente de
conformidade, com excessivo apego a detalhes formais em detrimento
da consideração dos resultados envolvidos
Registre-se a existência de discordâncias entre os órgãos de controle e
procuradorias, o que aumenta a insegurança jurídica dos modelos
Sem prejuízo do cumprimento das missões dos órgãos de controle,
estabelecer com eles uma relação de parceria significa abertura, diálogo,
capacidade de entender o problema sob novos prismas e apoio
10 questões críticas
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Te ha la eza so e po ue e pa a ue pa e iza e a ue o odelo
de parceria (regulamente, defenda, estabeleça entendimento e
imponha/angarie adesões);
Seja seletivo na escolhas dos parceiros. Parcerize-se com quem tem
história, não dependa apenas da parceria para sobreviver e tenha modelo
de gestão capaz de realizar e gerar os resultados pretendidos;
Exerça um controle de meios para o alcance de resultados, controlando e
regulando a autonomia (não cassando-a, não limitando-a) e exigindo
bons regulamentos próprios;
Estabeleça um processo de seleção (que não deve ser, necessariamente,
uma licitação) baseado em clara definição do objeto e dos critérios para
seleção embasada de instituições e propostas, mesmo que a decisão final
seja discricionária;
Faça um bom uso dos modelos, aproveitando o que eles tem de melhor e
10 questões críticas
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Exerça uma efetiva gestão dos modelos, proporcionando boas
aplicações e aperfeiçoamentos, assim como gerir bem as parcerias;
Faça um bom dimensionamento e honre o aporte de meios/recursos
conforme pactuado (prazos, condições);
Pactue metas desafiadoras, exija resultados e estabeleça incentivos
adequados (privilegiando os incentivos de premiação sobre os
incentivos de punição);
Qualifique-se e capacite-se para bem gerir as parcerias,
determinando bom posicionamento, quadros de pessoal e
instrumentos gerenciais;
Busque construir consensos dos atores que participam do controle,
de modo que suas atuações sejam mais sólidas, sistêmicas e
racionais, cumprindo os seus respectivos papéis e finalidades,
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