176 7. Sem a menor pretensão de finalizar a discussão do tema, chego ao fim desse debate A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como Sou – eu não aceito. Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, Que vai lá fora, que aponta lápis, Que vê a uva etc. etc. Perdoai Mas eu preciso ser Outros. Eu penso renovar o homem usando borboletas. (Manoel de Barros113) Apanho emprestado as palavras do filósofo e meu ex-professor Leandro PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA Konder 114, ao esclarecer que: Quando se chega ao final da leitura <<de um livro>>, o leitor espera encontrar um texto de caráter mais ou menos conclusivo. E o autor, que tem alma de leitor, que adquiriu essa mesma expectativa frequentando os livros alheios, não pode deixar de atender a essa demanda, agregando a seus artigos algumas palavras, à guisa de conclusão. (Grifo meu) À guisa de conclusão, tentarei finalizar a costura, fazendo os arremates finais desse estudo e dos sentimentos que se impõem. Transcrevendo as experiências vividas e revividas nos relatos dos professores, um trabalho cuidadoso que me remeteu aos meus momentos de costurar e fazer artesanato, quando cuidadosamente alinhavo todos os tecidos para que a costura saia bem feita. No papel de pesquisadora, também fui alinhavando com cuidado os elementos das narrativas, em diálogo com os interlocutores, com o objetivo de que a costura da tese seja o recorte mais fiel do vivido que me couber realizar, a partir não só das histórias contadas, mas entrelaçadas às minhas experiências vividas, às histórias de tudo o que sou. Portanto, um fragmento do meu olhar sobre esses professores, evidenciando as suas marcas nas ricas nuances que os definem na profissão. 113 BARROS, Manoel de. Retrato do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Record, 1998. KONDER, Leandro. À guisa de conclusão. Revista Espaço Acadêmico, n. 90, ano VIII, nov. 2008. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/090/90konder.htm>. Acesso em: 02 dez. 2015. 114 177 Decididamente, “a linguagem é o instrumento socializador da memória” (LELIS, 2014), pela linguagem costuramos as lembranças do passado, alinhavamos o presente e vamos tecendo o tecido de vida que abrigará o nosso futuro, reelaborando nossa história e reconstruindo o “material encarnado na substância viva da nossa existência”. (BOSI, 2015). Como afirma esta autora (op. Cit. : 407), “somos, de nossas recordações, apenas uma testemunha, que às vezes não crê em seus próprios olhos e faz apelo constante ao outro para que confirme a nossa visão.”. Os momentos com Bosi (2015) e Beauvoir (1990), em especial, me levaram a perceber que, em oposição à categoria social de velhice por elas apresentada, os professores deste trabalho estão todos recriando um novo caminhar, estão desbravando novos territórios, buscando novos sentidos do existir. As experiências do passado ficam evidentes nas narrativas, mas é no PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA presente que os professores se situam, que se deslocam, que reconstroem suas vidas e constroem novos projetos. A profissão foi construída na prática cotidiana, na preparação e desenvolvimento das aulas, no contato com os alunos, nas experiências com cada turma, com os gestores e os pares, nas conquistas e desafios do tempo vivido a identidade do ser professor, na pessoa-professor (NÓVOA, 2009b), foi se lapidando. Afinal, quando pesquisamos professores em pré-aposentadoria ou aposentados, estamos diante de pessoas que construíram uma longa trajetória na vida pessoal e na vida profissional, pessoas que optaram por caminhos, tiveram dúvidas, incertezas, angústias, mas escolheram, de alguma forma, estar onde estão. Como evidenciado nesta investigação, os professores elegeram o magistério como profissão e decidiram por livre escolha permanecer nele, embora todos os desafios que se impõem à categoria docente durante décadas, e são amplamente discutidos em trabalhos acadêmicos no Brasil e no exterior. Esse processo de construção de uma carreira, que se desenvolve nas múltiplas aprendizagens, na aquisição de diversos saberes, no savoir-faire, nas infinitas interações interpessoais, só é possível ser bem consolidada quando há a possibilidade de um agir mais autônomo, mais criativo, mais reflexivo, onde a prática dialoga permanentemente com a teoria. Assim, a empiria precisa ser 178 perpassada pela epistemologia, somente através dessa integração haverá êxito no trabalho docente e eficácia no processo de ensino-aprendizagem. Os sujeitos desta investigação parecem ser dialógicos consigo mesmos, com seus pares, com seus gestores, com seus alunos, mas acima de tudo evidenciaram em seus relatos o compromisso social e político com a educação pública de qualidade. Nóvoa (2009b) apresenta cinco disposições essenciais à definição de um ‘bom professor’, que segundo ele, deveriam também ser contempladas nas propostas de formação dos docentes, no sentido de inspirar a renovação dos programas e das práticas de formação: o conhecimento, no sentido de conhecer/dominar aquilo que se ensina, com o objetivo de que a prática docente conduza o aluno à aprendizagem; a cultura profissional, que exige ao professor a compreensão do sentido da instituição escolar, uma aprendizagem construída na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA experiência profissional, no diálogo e na relação entre pares; o tacto pedagógico, que consiste na capacidade de se relacionar e de se comunicar com o aluno, atitudes inerentes ao ato pedagógico, no sentido de conquistar o aluno para o trabalho escolar, disposição articulada à dimensão do trabalho docente; o trabalho em equipe, que envolve as dimensões coletivas e colaborativas do trabalho coletivo, que exige uma intervenção conjunta nos projetos educativos da escola, construindo “comunidades de prática”; e, ainda, o compromisso social, que converge no sentido dos princípios, dos valores, da inclusão social, da diversidade cultural, com o propósito de ultrapassar as fronteiras do espaço escolar e intervir no espaço público da educação. A partir destes constructos, que permeiam a prática docente da maioria dos professores pesquisados, podemos considerar que o percurso biográfico e formativo, a escolha pela docência, a experiência profissional, a permanência no magistério até a aposentadoria construiu as nuances que definem o trabalho de cada docente e as disposições necessárias ao ‘bom professor’. Os discursos dos docentes pesquisados evidenciam o compromisso social com a escola pública, cumprindo o papel previsto pelo servidor público, que é o de prestar serviço ao povo. 179 Retomo a tese de Mello (2003)115, para reafirmar a perspectiva por ela enunciada na década de 80, quanto à necessidade de que a competência técnica esteja atrelada à intervenção efetiva do professor no espaço público da educação, como um compromisso social e político. Em 2015, observei nestes professores, a partir das entrevistas realizadas, que a competência técnica está articulada aos demais saberes docentes (TARDIF, 2002), e é perpassada pela competência relacional. Portanto, concordo com Lelis (2001) quando afirma que, “a relação dos docentes com o saber não se reduz à transmissão de conhecimentos já constituídos, sendo a prática, expressão de múltiplos saberes, incorporados em âmbitos, tempos, espaços de socialização diversos.” E, também, com Candau (1997), ao afirmar quanto à necessidade dos cursos de licenciatura construírem uma nova perspectiva de formação, onde o PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA professor aprenda a articular o domínio do conteúdo específico às demais competência pedagógicas, uma articulação epistemológica necessária para o êxito do trabalho pedagógico. Nesta perspectiva, os distintos contextos e processos que envolvem o exercício do magistério, sugerem que os professores como atores e autores de suas práticas constroem sua profissionalidade, a partir de tudo que são, nos múltiplos saberes que incorporam, nas distintas experiências socializadoras, que se configuram na identidade do ser-professor. Como atores em atividade docente dão sentido e significado à sua prática, acumulando conhecimentos e se articulando à própria cultural profissional (TARDIF, 2010). Claude Dubar (2012), numa perspectiva investigativa, elenca três teses para discutir o trabalho e a formação. A primeira tese se apóia na socialização profissional como um processo que se verifica em todos os trabalhadores, independente do prestigio social da profissão e que diz respeito ao aprendizado do trabalho, ao reconhecimento do ofício, a partir de competências que possam ser 115 Segundo Lelis (2001: 45), a tese de Mello afirma que: “a competência técnica envolveria tanto o domínio dos conteúdos de ensino pelo professor como o seu entendimento a respeito das relações entre os vários aspectos da escola, incluindo-se o peso da formação sobre o modo como percebe a organização da escola e os resultados de sua ação. [...] Mello denuncia ainda a lógica subjacente à organização do trabalho no interior da escola que acabara por fazer com que o professor perdesse seus instrumentos de trabalho: do conteúdo (saber) ao método (saber fazer), restando uma técnica sem competência. Na busca por mapear as causas da precariedade da prática docente, estaria a dificuldade do professor em se perceber como parte do problema do ponto de vista das deficiências de sua formação.” 180 certificadas. Na segunda tese, a aprendizagem da atividade profissional é contínua, se constrói durante a vida ativa e para além dela, um processo de formação que se consolida durante toda a vida. Na terceira, e última, o trabalho é concebido como um processo formador, como fonte de experiências, da aquisição de novas competências e de aprendizagens para o futuro. A escolha pela profissão docente integra este repertório e define os estilos de vida e de práticas sociais, e conduz ao processo de socialização profissional, que associado à formação constrói o ethos116 profissional, através do qual o professor internaliza os valores, as normas, as regras específicas do grupo de referência, adquirindo as habilidades e competências necessárias ao exercício da docência. A experiência e o tempo de magistério, sem dúvida, marcam a história desses sujeitos e são fatores determinantes de desenvolvimento profissional e de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA distinção desse grupo, empoderado por gestores, pares e alunos, e valorizados nos seus colégios estaduais. Nesse processo formador, a partir da construção de múltiplos saberes e aprendizagens, inclui-se o saber relacional construído durante a trajetória, nas distintas interações com os sujeitos sociais. Um dos elementos motivadores da profissão, que justifica a permanência na carreira e que dá sentido e realização ao trabalho realizado para estes professores, é a relação com o aluno. É o vínculo, a afetividade, o carinho, o cuidado, que atravessa a competência técnica e constrói uma prática exitosa que lhes atribui o sentimento de autorrealização. Como define muito bem Boff (1999: 92), trabalho e cuidado são os dois modos de ser-no-mundo, assim, é através do cuidado que “a pessoa humana se estrutura e se realiza no mundo com os outros, é o modo de ser-no-mundo [...].” Segundo Hargreaves (1998), os professores se movem pela ética do cuidado, esta é, portanto, uma das dimensões motivadora e organizadora do trabalho docente, e que consiste no elemento privilegiado de escolha do magistério como profissão. 116 “(Do grego éthos, ‘costume’, ‘uso’, ‘característica’). 3. Sociol. Antrop. Aquilo que é característico e predominante nas atitudes e sentimentos dos indivíduos de um povo, grupo ou comunidade, e que marca suas realizações ou manifestações culturais.” (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. (2004). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed., Curitiba, PR: Positivo.) 181 O cuidado se estabelece na relação dos professores com seus alunos em várias dimensões, na preocupação com a aprendizagem, no estímulo à construção da autoestima, na presença às festas de formatura, na preocupação com o estado emocional do aluno, no ensinar a se constituir em um ser humano melhor, na construção de um posicionamento crítico, todos esses aspectos do cuidar evidenciam o compromisso ético, social e político desses professores com o ensino público e democrático. Entretanto, como dissabores da caminhada, se confrontaram também com a instabilidade e a descontinuidade das políticas públicas, administrações estaduais que não promovem programas e políticas de valorização do magistério, condições de trabalho e renda que geraram descontentamentos ao longo da trajetória, e, certamente, afetaram o trabalho realizado, mas não promoveram o abandono. Apenas, se constituíram em dificuldades e atropelos na longa PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA caminhada.117 Quando iniciei a pesquisa, minha hipótese inicial era de que os professores em fase de pré-aposentadoria estariam exaustos, desestimulados, ansiosos para se aposentar. E qual não foi minha grata surpresa? Os meus professores, digo meus, porque me apossei de suas narrativas e os traduzi a partir do meu olhar, são joviais, alegres, falam com entusiasmo da profissão e dos seus alunos, escolheriam novamente o magistério, se a vida lhes desse tempo de recomeçar. Enfim, a imagem construída e as hipóteses levantadas foram se desmoronando, tal qual um castelo de areia, em cada encontro, em cada narrativa, em cada sopro de suas belas vidas. A relação com os alunos marca a vida dos sujeitos desta pesquisa, professores que me permitiram conhecer um pouco de suas vidas, não somente os percursos biográficos e profissionais, mas também suas emoções, seus sorrisos, suas lágrimas, mostrando a importância de um cúmplice nesta fase final de um ciclo da vida. 117 Há que se destacar inclusive que, desde dezembro de 2015, o estado do Rio de Janeiro está atravessando uma forte crise, que está impactando entre outros segmentos sociais o da educação, repercutindo em greve dos servidores estaduais do magistério; ocupação de inúmeras escolas estaduais pelos alunos que apóiam a greve dos professores e reivindicam melhores condições físicas, estruturais e educacionais; atraso no pagamento dos servidores estaduais, inclusive com alteração do vencimento para o 10º dia útil do mês; não pagamento a aposentados e pensionistas. Certamente, se as entrevistas fossem realizadas neste momento, a situação em que se encontra a educação impactaria as análises desta investigação e a percepção dos professores em relação à satisfação profissional e estabilidade com o serviço público. 182 Afinal, investigar, nesse viés qualitativo, requer um olhar artístico sobre o outro, o outro que também nos constitui, que é um pouco do que somos, que é onde também nos percebemos. Ao narrar o outro, narramos a nós mesmos. Nestas Considerações, que são Finais no título, mas não finalizam essa temática, porque compreender o professor em sua identidade, em suas escolhas, em suas permanências, exige um grau de complexidade que ultrapassada os limites impostos por esse trabalho, que pode futuramente estimular e dialogar com tantas outras investigações. Contudo, enfatiza a certeza de que o ALUNO, centro da prática pedagógica, se constitui também num elemento de permanência dos professores, de satisfação com a profissão, e contribui para o bem-estar e o reconhecimento profissional. Nos muitos momentos de emoção desta tese, destaco um especialmente comovente, junto ao belo professor Junior118. Fugindo do meu roteiro de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA entrevista, instigada em saber qual era a sua identidade profissional hoje, como se definia, após se aposentar como engenheiro elétrico da IBM para ingressar no magistério, lhe perguntei: qual a sua profissão? E ele sem pestanejar me respondeu: PROFESSOR! Esse, certamente, foi um depoimento comovente. Afinal, o ingresso no magistério se deu aos 52 anos de idade, mas delineou sua identidade profissional e lhe permitiu sentir por alguns anos o contentamento com o trabalho realizado, em especial, pela relação afetuosa com seus alunos e pela paixão pela matemática, elementos destacados como fundamentais em sua prática. Esses sujeitos encarnados no ofício que realizam estão/são docentes, mesmo na chegada à aposentadoria. A aposentadoria não encerra para a maioria deles o percurso profissional, mas manifesta-se como uma trégua no caminho após anos de carreira, esse é apenas um breve respiro de liberdade, um travel, como afirmou Janaína. A redução da carga horária de trabalho evidencia-se como uma oportunidade de dar mais atenção à vida pessoal e à família, e, também, dedicar-se mais ao planejamento das aulas e aos alunos dos colégios onde permanecerão exercendo seus ofícios. O sentimento de alívio é manifesto, assim como a certeza da escolha pelo magistério e da satisfação em permanecer na carreira. 118 Junior foi o segundo professor entrevistado, depois resolvi fazer a pergunta a todos os entrevistados. 183 Os relatos dos professores sobre a importância do magistério em suas vidas, me remetem à pesquisa realizada por Jacques Ozouf (1993) 119 na França, onde um dos professores afirmou “meu trabalho é tudo na minha vida”120 (p.124). Essa afirmação expressa a importância do ofício na vida e na história dos professores. Os professores de Ozouf, tais como os professores desta pesquisa, são exemplos vivos do significado e da importância do magistério em suas trajetórias, e do impacto da docência em suas escolhas e no seu processo de envelhecer. Um dos professores pesquisados por Ozouf, que conhecia a vida dura do campo afirmou: “nada é mais fácil do que o trabalho do professor”121 (Ibid: 147). E o outro que iniciou seu ofício em 1884, relatou: “Acrescento que, se eu tivesse que recomeçar minha vida, eu seria novamente professor.”122 (Op. Cit: 310). (Tradução da autora) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA O momento em que se encontram esses professores, suas percepções de mundo e da profissão, o modo como se constituíram como pessoas e profissionais, foram costurando as suas histórias, histórias que têm a marca dos tempos vividos, dos governos atravessados, de suas formações, de cada escola, de cada turma, de cada aluno, de seus pares, gestores, do bairro onde vivem, da família que construíram ou não, do viver só ou acompanhado, dos amigos do caminho, dos encontros, enfim, de tudo que são. Os ‘meus’ protagonistas finalizam uma etapa do ciclo da vida profissional, assim como eles, eu também encerro meu ciclo discente como aluna da PUC, são treze anos de história desde a graduação até a defesa da tese de doutorado. E, mais uma vez nos aproximamos, porque, também como eles, ingressei em outra formação já na fase adulta, após percorrer outro campo profissional. As nossas histórias de vida se entrecruzaram, com certeza não por acaso. Os fios da existência vão tecendo no tear da vida os lindos contornos que cruzam nossa 119 A obra de Jacques Ozouf, Nous les maîtres d’école, foi escrita a partir da pesquisa realizada com 4.000 professores franceses que iniciaram suas carreiras no período da Belle Époque. Foram enviados 20.000 questionários através de cartas para professores/as – instituteurs/institutrices –, dos quais 4.000 professores responderam ao questionário e foram, portanto, sujeitos da pesquisa. Dos respondentes, os mais velhos, atuaram no período de 1885 a 1890, e a maioria iniciou seu ofício no período de 1900 a 1914. A trajetória profissional dos professores é perpassada por aspectos de ordem religiosa, política, social e cultural na França. 120 Frase original: “Mon métier était toute ma vie.”. 121 Frase original: “Rien de plus facile que le métier d’instituteur.” 122 Frase original: “J’ajoute que, si j’avais à recommencer ma vie, je me ferais encore maître d’école.” 184 história com outras tantas histórias semelhantes a nossa, somos singulares, mas, sobretudo, somos humanos, e, como humanos, vivenciamos a vida em toda a sua complexidade e mistério. Esses encontros, na singularidade de cada professor, marcaram/ão a minha trajetória, fui cúmplice de cada história contada, de cada fato revivido, de olhares emocionados ou que buscavam a minha aprovação. Poderia ter encontrado professores desestimulados, insatisfeitos, desmotivados, desesperançosos. Mas, a força do destino, porque se tratou de encontros aleatórios, me fez encontrar professores que estão felizes na/com a profissão e faz dela o sentido de suas vidas. São professores que acreditam na formação como ferramenta de desenvolvimento profissional, confirmam que a experiência é construtora de saberes e práticas, enfim, afirmaram através de seus percursos profissionais que a permanência no magistério se constituiu um projeto de vida. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1211281/CA A vida nos oferece um aprendizado constante, essa escrita foi um grande aprendizado, acadêmico, emocional, relacional, vivencial, experiencial, enfim, um aprendizado nos encontros que nos fazem crescer, nos ressignificam, dão sentido a nossa existência, e nos fazem construir novos projetos de futuro.