Highlight: Dinamismo Asiático, Japão e Ressurgiment0.a A importância dada pela impressa a divulgação do PIB japonês não condiz com a relevância do fato. O produto interno japonês apresentou a primeira taxa positiva em cinco trimestres, a saber, ocorreu um acréscimo de 0,9% a.a. Como um lampejo de luz, uma pergunta, rouba a atenção dos leitores neste momento, “qual a importância disso?”. Primeiro, trata-se da segunda maior economia do mundo. Segundo, o governo instituído, enfrentará o maior risco de derrota nas urnas, na próxima segunda-feira. LDP (Liberal Democratic Party) está no poder há 40 anos, e prevê uma retração de 3% para o ano corrente na economia japonesa. Terceiro, a demanda externa teve uma contribuição importante para este nível de crescimento, 1,6 p.p em termos anualizados, diante da queda de 0,7 p.p na demanda interna, a despeito do estímulo fiscal à expansão das compras. Em particular, o aumento de 6,3% nas exportações japonesas é um sinal positivo para a viabilidade do papel do chamado Complexo Asiático do Pacífico, em ajudar a mudar o ambiente global. A economia mundial enfrenta a maior recessão do pós-guerra e os mercados e seus analistas, alguns dos mais prestigiados por sinal, mostram-se preocupados com respeito à capacidade da China de liderar o ciclo de recuperação econômica atual. A maior esperança no papel positivo que o Complexo Asiático do Pacífico pode desempenhar deriva-se da integração entre os poderosos pólos industriais da China, Japão e Coréia do Sul com os pólos menores de Tailândia, Vietnã, Malásia, Cingapura e Indonésia, cuja atividade econômica, é, tradicionalmente, dependente do consumo americano. Para Carneiro & Baumgarten de Bolle (2009) a redução da importância dos EUA e o aumento da relevância da China como principal destino das exportações da Coréia e do Japão, é um fenômeno, identificável, nos demais países da região asiática. O que ganha contorno de novas dinâmica, diferente da estratégia Estados Unidos consumidor de última instancia e China financiador de última instancia. Como pode se evidenciado na figura abaixo. Figura 1 FONTE: Carneiro & Baumgarten de Bolle (2009). Figura 2. FONTE: Carneiro & Baumgarten de Bolle (2009). A questão, portanto, não diz respeito apenas, a recuperação das exportações japonesas, como pode ser visto nos gráficos abaixo, ainda estão dominadas pelos efeitos nefastos do final de 2008, que atingiu ambos os lados da balança comercial (X e M). Figura 3. FONTE: Carneiro & Baumgarten de Bolle (2009). Para os autores o ponto importante a ser refletido, diz respeito, as perspectivas de recuperação mundial, e, até que ponto os estímulos locais à demanda interna, que foram decididos pelos governos da China, em primeiro lugar, e do Japão posteriormente, e agora por vários países do Complexo, serão capazes de dar um novo dinamismo à economia mundial, pois, as famílias americanas, o antigo centro dinâmico, não pode, e talvez, nem deve-se, retornar aos níveis anteriores de consumo. Algo em torno de 150% da renda disponível (renda total menos impostos) dos Estados Unidos. a Thiago Batista Rocha é economista pela Argos Fundos de Investimento.