Economia da Educação 2014/2015 Pedro Telhado Pereira Frequência 27/4/2015 (Duração - 120 minutos) Nome: Nº: As respostas devem ser dadas na folha de enunciado I Uma das competências que deve adquirir nesta unidade curricular é saber efectuar uma análise-custo benefício, por isso ao decidir como utilizar um recurso escasso deve sempre fazê-la. 1) (1 valor) Diga o que entende por recurso escasso e dê um exemplo de um recurso escasso. Recurso escasso é um bem que a procura é maior do que a oferta, ou seja a quantidade desejada é maior do que a quantidade existente. Um exemplo é o petróleo. 2) (1 valor) Diferencie um recurso escasso de um recurso necessário à vida humana. Dê um exemplo de um recurso necessário à vida humana que não seja escasso. Um recurso necessário à vida humana é um bem sem o qual os humanos não conseguem viver, o que é diferente do recurso escasso (ver acima). O ar é um recurso necessário à vida mas que não é escasso. 3) (1 valor) O que entende por custo de oportunidade? Custo de oportunidade – é o valor atribuído à melhor alternativa que teve que abdicar ao decidir utilizar um recurso escasso de certo modo. 4) (1 valor) Pense que no próximo sábado tem que decidir se vai ao teatro. Justifique um recurso escasso que vai ter em consideração ao tomar a decisão. O tempo é um recurso escasso que vai considerar ao tomar a decisão. O tempo é um recurso escasso porque todos gostaríamos de ter mais tempo de vida do que iremos ter. Para ir ao teatro é preciso utilizar o tempo para a deslocação e para assistir à peça. 5) (1 valor) Apresente a utilização alternativa que vai aparecer no seu custo de oportunidade. Justifique. A melhor utilização alternativa era, por exemplo, passear na praia, ou seja de todas as utilizações que podia dar a esse tempo a que mais valorizava era o passear na praia. 6) (2 valores) Explique como efetuaria a análise custo/benefício e como tomaria a decisão. Primeiro explicitava todos os benefícios e todos os custos associados à utilização do tempo em ir ao teatro. Depois valorizava-los. Somava os valores dos benefícios e somava os valores dos custos. Se a soma dos benefícios for maior do que a soma dos 1 custos, deve ir ao teatro. Caso contrário não deve ir ao teatro. Se as somas forem iguais é indiferente ir ou não ao teatro. II Muitos madeirenses decidem ir fazer os seus estudos no Continente, pois não existem na Madeira cursos semelhantes aos que eles pretendem tirar. A Maria está a pensar ir estudar para o Continente e pede-lhe a sua ajuda para decidir se o deve fazer ou não. Para simplificar a Maria vive três períodos anuais e vai decidir estudar um período e depois volta à região. A informação que a Maria dispõe é a seguinte (todos os pagamentos são efectuados no início do período): a) Curso no Continente Propinas – 1000 € Custo de transporte para ir estudar – 1000 € Livros de estudo – 200 € Salário no primeiro período de trabalho após os estudos – 15 000 € Salário no segundo período de trabalho após os estudos – 20 000 € Durante o período de estudos a Maria não trabalha. b) Viver na Madeira e não estudar Salário no primeiro período de trabalho – 8 000 € Salário no segundo período de trabalho – 10 000 € Salário no terceiro período de trabalho – 14 000 € A taxa de desconto e de juro é de 2% ao ano. Todos os outros gastos são idênticos na Madeira e no Continente. 1) (1 valor) Explique à Maria porque não deve somar valores obtidos em diferentes períodos, mostrando-lhe quanto teria que poupar hoje para daqui a dois anos ter 1000 € com a taxa de juro referida acima. Se poupar hoje 961,1688, daqui a um ano terá 980,3922 (=961,1688+0,02*961,1688) e daqui a dois anos terá 1000 € (=980,3922+0,02*980,3922). Assim o valor do € daqui a dois anos não é o mesmo do que o valor atual. Para poder somar tem-se que atualizar os valores dos diferentes períodos. 2) (3 valores) Efectue os cálculos e mostre à Maria se deve ir ou não estudar para o Continente. 0 1 2 juro 0,02 Salários sem Out. ED Custos 8000 2200 10000 14000 Salários com ED 10200 10200 10000 9803,922 14000 13456,36 0 15000 14705,88 20000 19223,38 Total Custos 33460,28 Total Benefícios 33929,26 2 Como o total dos benefícios é maior do que o total dos custos a Maria deve ir estudar para o Continente. 3) (3 valores) A Maria não tem dinheiro para se manter em Lisboa, por isso terá que pedir um empréstimo ao Banco. Mostre à Maria se vale a pena pedir o empréstimo e ir para o Continente estudar. Apresente os cálculos que efetuar. Empréstim/Dívida 10200 Juros 204 Dívida Final 10404 5404 108,08 5512,08 Amortiza 5000 Paga empréstimo e fica com 14487,92 Vale a pena à Maria pedir um empréstimo pois pode viver melhor do que viveria sem educação, pois vivendo de igual modo nos dois primeiros períodos fica para viver no terceiro com mais 487,92€ do que teria para viver caso não tivesse estudado. III (2 valores) Diga o que entende por equidade. Distinga o conceito de equidade do de igualdade e apresente uma medida praticada na Universidade da Madeira onde essa distinção seja feita. Justifique a sua escolha. Equidade – é o tratamento equitativo de pessoas que se encontram em diferentes circunstâncias, ou seja o tratamento diferenciado das pessoas conforme as suas circunstâncias com vista à justiça social. Assim a equidade é diferente da igualdade pois esta última é o tratamento igual para todos independentemente das circunstâncias. As bolsas de estudo são uma medida de equidade pois só os alunos em determinadas circunstâncias é que têm acesso a elas. Assim não existe um tratamento igualitário de todos os alunos. IV A comparação da rendibilidade da educação entre os trabalhadores por conta própria e os por conta de outrem é uma forma de testar a Teoria do Sinal versus a Teoria do Capital Humano. 1) (1 valor) Diga o que distingue a Teoria do Sinal da Teoria do Capital Humano. A teoria do sinal diz que existem indivíduos que nascem mais produtivos e outros que nascem menos produtivos. Não havendo possibilidade de os empregadores os distinguirem, os mais produtivos realizam a educação para ao obterem-na darem o sinal que são mais produtivos e poderem auferir salários mais elevados. A Teoria do Capital Humano diz que a Educação torna os indivíduos mais produtivos. O que as distingue é a capacidade da educação aumentar a produtividade do indivíduo que só aparece na Teoria do Capital Humano. 3 2) (2 valores) Explique como é da comparação da rendibilidade acima mencionada se pode testar a Teoria do Sinal versus a Teoria do Capital Humano Para a Teoria do Sinal nos empregados por conta de outrem a educação distingue os mais produtivos dos menos produtivos. Nos empregados por conta própria a educação não faz esta distinção porque os mais produtivos não necessitam de dar um sinal. Logo, segundo a teoria do sinal é de esperar que a rendibilidade da educação seja maior para os empregados por conta de outrem do que os por conta própria. Para a Teoria do Capital Humano a rendibilidade da devia ser a mesma para os dois grupos de trabalhadores. 3) (1 valor) Comente a seguinte frase: “O que distingue a Teoria do Capital Humano da Teoria do Sinal é o facto dos trabalhadores licenciados serem mais produtivos do que os não licenciados”. Tanto para a Teoria do Sinal como para a Teoria do Capital Humano os licenciados são mais produtivos, por isso não é este facto que as distingue. O que as distingue aparece na 1) acima. 4