Economia Verde

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Fórum Permanente de Extensão Universitária:
"Tecnologia Social e os conceitos de Economia Verde:
propondo convívios possíveis ...e desejáveis"
Unicamp, 14 de agosto de 2013
Os desafios da
Economia Verde para a construção do
Desenvolvimento Sustentável
Luciana Togeiro de Almeida
Economia, UNESP
[email protected]
A Iniciativa Economia Verde do PNUMA:
setores prioritários
 A “Iniciativa Economia Verde”: uma “economia de baixocarbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente
inclusiva” (UNEP, 2011, p. 16).
 Economia verde foca na relação entre economia e meio ambiente:
acelerar a introdução de tecnologias ambientais em 10 setores
prioritários:
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Energia (fontes renováveis e convencionais)
Agricultura
Transporte
Construção Civil
Indústria
Gestão de Resíduos;
Gestão de Água
Pesca
Recursos Florestais (serviços ecossistêmicos)
Turismo
Economia Verde: políticas de indução aos
investimentos em tecnologias ambientais
 O custo de transição para a Economia Verde:
investir anualmente apenas 2% do PIB global (US$
1,3 trilhão) (UNEP, 2011).
 Promover o desacoplamento (decoupling) entre
crescimento econômico e degradação ambiental:
elevar a produtividade dos recursos (reduzir o
consumo de recursos naturais, matérias-primas e
energia por unidade de produto) e reduzir o impacto
ambiental (emissões, resíduos – poluição por
unidade de produto).
Decoupling e Economia Verde
Human well-being
Economic activity (GDP)
Resource decoupling
Resource use
Impact decoupling
Environmental impact
Curva de Kuznets Ambiental (CKA)
Economia Verde: um túnel na CKA
 Construir um
Ambiental:
túnel
na
Curva
de
Kuznets
Economia verde: por que um novo
conceito?
Os
cenários,
o
contexto
(UNEP, 2011)
 “Business As Usual” (BAS) em 2050: se PEDs com
estratégias de crescimento e desenvolvimento para
replicar o padrão de consumo dos PDs, com
população mundial próxima a 9 bilhões, a extração
e consumo mundial de recursos naturais seria 3
vezes maior que em 2000.
 A taxa metabólica mundial (consumo per capita de
recursos naturais) em 2050 seria o dobro (16 ton per
capita/ano) de 2000.
Economia verde: por que um novo
conceito?
Os
cenários,
o
contexto
(UNEP, 2011)
 BAS: cenário incompatível com o que o prevê o IPCC
para controle da elevação da temperatura média do
planeta até 2º.
 A crise mundial pós-2008: oportunidade para
economia verde como cenário win-win – crescimento
desacoplado de aumento do uso de recursos naturais
e impactos ambientais.
Economia verde: a
conceito, o dissenso
ambiguidade
do
 Foco setorial e em tecnologias ambientais:
afastamento do tripé do desenvolvimento sustentável
(econômico, social e ambiental). Demanda por
alargamento da agenda: foco na erradicação da
pobreza.
 Reação dos PEDs: interesses econômicos dos PDs...
Uma iniciativa da Europa – países com grande
interesse estratégico no mercado mundial de
tecnologias ambientais, demanda não atendida na
Rodada Doha.
 Mas nos últimos 10 anos alguns PEDs também
avançaram nesse mercado mundial – ex.: tecnologia
de energias renováveis na China e Índia.
Economia verde: a
conceito, o dissenso
ambiguidade
do
 Reação ambientalista – economia ecológica:
tecnologia não é a salvação; necessário definir escala
sustentável,
mudar
paradigma
de
desenvolvimento.
 Reações diversas: das mais críticas - solução
neoliberal voltada para interesses de mercado - aos
céticos - não bastam soluções tecnológicas pontuais
(Vitae Civilis, s/d).
Economia Verde: um túnel na CKA
 Os PEDs poderiam transitar para um estágio
avançado de desenvolvimento sem passar
pelos estágios que mais causam danos
ambientais…
 Visão otimista sobre o papel das tecnologias
ambientais.
 Mas podemos dar esse salto (leapfrogging)
sem mudar padrões de consumo?
Economia Verde, Decoupling, Comércio e Meio
Ambiente (Schaper, 2012)

Países desenvolvidos:
 Desmaterializaram
a sua produção – contínuo
aumento da participação do setor de serviços e de
atividades intensivas em tecnologia e capital humano
na formação do PIB…
 Mas
seu consumo não foi desmaterializado – países
da OCDE responsáveis por 78% do consumo global em
2010; EUA sozinho responsável por 32%.
Economia Verde, Decoupling, Comércio e Meio
Ambiente (Schaper, 2012)
 Como
os Países Desenvolvidos podem combinar
produção
desmaterializada
com
consumo
crescente?
 Eles
transferem o impacto ambiental do seu elevado
consumo de bens para os países em desenvolvimento
por meio do comércio internacional…
Rio + 20: perda de foco e fracasso das
negociações
 A diluição da agenda e a velha visão “etapista”: o
enfrentamento da problemática ambiental novamente
postergado? As etapas de desenvolvimento: primeiro o
econômico (crescer), depois o social (combate à
pobreza), depois o ambiental?
 Visão da sustentabilidade: meio ambiente como
suporte, condição de existência para o econômico e
social; a necessidade de conceber estratégias de
ganho triplo.
Rio + 20: o baixo perfil de liderança do
Brasil
 Retórica atrasada: discurso semelhante ao de 40
anos atrás (Conferência de Estocolmo).
 Foco no social como antagônico ao ambiental.
 Preocupação com protecionismo verde.
Economia verde para o Brasil: necessidade de
conceber políticas integradas
 Criar
mercados
sustentáveis:
direcionar
as
inovações.
 Difundir tecnologias e mercado verdes já
existentes: reforço institucional por meio de redes,
parcerias.
 Pagamentos por serviços ambientais
 Desenvolver produtos sustentáveis: concepção
integrada do “berço ao berço”.
 Compras públicas para impulsionar os mercados
verdes.
 Educação e conhecimento científico: chave;
integração dos esforços de inovação tecnológica.
 INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS SETORIAIS
Economia Verde: conciliação possível com
política de erradicação da pobreza
"We have not yet solved the problems of the past
and now we have to deal with the challenges of the
future"
Sunita Narain
(Indian researcher and environmentalist leader, Center
for Science and Environment)
Referências
 ALMEIDA, L. T. de. (2012). Economia verde: a reiteração de ideias à
espera de ações. Estudos Avançados 26 (74), 2012.
 SCHAPER, M. (2012). The consumption, production and trade
nexus: A structural approach for Rio+20. Bridges Trade BioRes
Review, Volume 6, Number 2, June 2012.
 UNEP. (2011). Decoupling Natural Resource Use and Environmental
Impacts From Economic Growth.
 UNEP. (2013). Green Economy and Trade – Trends, Challenges and
Opportunities.
 VITAE CIVILIS. (s/d). Economia Verde no pós-Rio+20: há solução?
Lições e perspectivas para a agenda pós-2015. Disponível em:
http://www.vitaecivilis.org.br/images/stories/Anexos/ECONOMIA_
VERDE_NO_POS_RIO20_HA_SOLUCAO_PORT.pdf
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