Aspectos Neuropsicológicos da Obesidade Introdução A neuropsicologia é uma ciência que tem origem no século XX, porém suas raízes históricas retomam aos tempos da antiguidade, visto que em 3000 a.C. já existiam relatos de estudos realizados por médicos egípcios. Segundo Cosenza et al (2008), a neuropsicologia se desenvolveu ao mesmo tempo em que a evolução dos estudos sobre o cérebro, buscando compreender a relação entre o organismo e os processos mentais, na atualidade, ainda se busca identificar como o sistema nervoso regula nossas funções cognitivas, comportamentais, motivacionais e emocionais. De acordo com Duchesne et al (2005), a neuropsicologia voltada para os transtornos alimentares visa a examinar a relação entre o comportamento e funcionamento mental nas áreas cognitivas, motora, sensorial, e emocional, por meio da utilização de testes de cunho psicométrico ou projetivos. Ela permite entender a expressão comportamental das lesões que se apresentam no sistema nervoso central (SNC), possibilitando a descoberta de disfunções cerebrais em suas diversas manifestações. A obesidade é uma doença de natureza crônica e multifatorial, que pode estar associada a demais doenças como a diabetes, a hipertensão, as doenças cardíacas, com o acidente vascular cerebral (AVC), entre outras. gordura corporal, Nela existe um acumulo considerável de em que a ingestão de alimentos é significativamente maior que o gasto calórico. Muito embora seja um fator de uma condição clínica subjetiva individual, é considerada cada vez mais uma questão de saúde pública bastante relevante. Segundo Bessesen (2011), a obesidade é medida por um índice simples do peso-pela-altura, o Índice de Massa Corporal (IMC), sendo a linha de corte de 30kg/m2. Além do consumo de alimentos, outros fatores influenciam a obesidade, tais como, fatores genéticos, biológicos, psicológicos, ambientais e socioculturais. Juntas, essas forças interagem com regiões cerebrais que controlam as diversas escolhas comportamentais que uma pessoa faz e que determinam o seu peso corporal. O excesso de peso está também relacionado a fatores psicológicos e comportamentais, tais como, o controle, a percepção de si, a ansiedade, e o desenvolvimento emocional, solicitando uma intervenção multidisciplinar e uma visão holística do sujeito, que possibilite compreender suas diferentes dimensões. Discussão 1. Análise neuropsicológica e social da obesidade O atual contexto sócio-econômico-cultural conduz ao acesso fácil e abundante a alimentos calóricos e apetitosos, visto que os anúncios de alimentos são atrativos e garantem um acesso rápido (fast foods), consoantes com as rotinas de trabalho cada vez mais competitivas e estressantes, as quais têm contribuído para mudança na forma em que as pessoas se relacionam com a comida, deslocando sentimentos e emoções para a alimentação, influenciando o aumento nas taxas de obesidade e compulsão alimentar (Brooks, Cedernaes, & Schiöth, 2013). Os obesos, na contemporaneidade, enfrentam diversos conflitos, pois, à medida que existe grande oferta e variedade de alimentos à disposição das pessoas, a sociedade exige um padrão estético relativo a magreza. Os alimentos são estímulos altamente atrativos, ao mesmo tempo em que as pessoas sabem que ganharão peso ao consumi-los, adquirem prazer com esse consumo, resultando nesse conflito que exigiria a ativação do controle inibitório (Davids et al., 2010) A relação entre obesidade e controle inibitório é relevante, visto que diz respeito à capacidade de inibir respostas preponentes, ou seja, para as quais o indivíduo apresenta uma forte tendência, inibir reações a estímulos distratores que interrompam o curso eficaz de uma ação, ou ainda desempenhar a interrupção de respostas que estejam em curso (Fuentes, Malloy-Diniz, Camargo & Cosenza, 2014). Na relação com os comportamentos alimentares, o controle inibitório seria capaz de dar suporte aos processos de auto-regulação direcionados a objetivos de dieta, fazendo com que o sujeito consiga manter seu objetivo a longo prazo em detrimento de uma tentação a curto prazo (Alonso-Alonso, 2013), o que conduz a hipótese de que esta função seria deficitária em pessoas que não conseguem inibir o ato de comer para além da fome fisiológica, caracterizando uma impulsividade alimentar. Segundo De Paula, Marcato, Santos, Costa e Fuentes (2014), as funções executivas são as funções neuropsicológicas sobre as quais se realizam mais estudos no que diz respeito à obesidade, demonstrando que a população obesa possui déficits em relação à população controle nos domínios de fluência verbal, memória operacional, capacidade de planejamento, controle inibitório, flexibilidade mental e tomada de decisões. Houben, Nederkoorn e Jansen (2012), apontam em suas pesquisas que a obesidade é influenciada pelo controle inibitório. Eles manipularam a impulsividade e a inibição em um grupo de sujeitos por meio de um teste Neuropsicológico, comparando imagens de um tipo de alimento com cada tipo de comportamento, com posterior teste de consumo daqueles mesmos alimentos, e encontraram que aumentar a impulsividade aumenta o consumo do alimento, e aumentar a inibição diminui o consumo. Mesmo que esse resultado dependa do nível inicial de controle inibitório, suporta o papel causal dessa função no comportamento alimentar. 2. O apetite e o sistema de inibição no cérebro Os estudos de neuroimagem da obesidade, geralmente, indicam um desequilíbrio entre os circuitos cerebrais pré-frontais e límbicos, os quais suportam os aspectos do comportamento alimentar relacionados com cognição e recompensa (Alonso-Alonso, 2013). Sujeitos com IMC mais elevado parecem ser menos efetivos ao recrutar regiões envolvidas na inibição de respostas, particularmente entre os lobos frontais, que mostram uma hipoativação (Batterink et al., 2011). Maayan et al. (2011), demonstra a teoria de que os déficits cerebrais estruturais ou funcionais levariam à desinibição na alimentação e reduções nas funções neurocognitivas. Torna-se muito mais complexo o controle dos impulsos frente ao meio social ocidental contemporâneo, que é caracterizado por abundância de alimentos saborosos de fácil acesso e pouco incentivo para a alimentação saudável. Além disso, bilhões são gastos com propagandas, em geral, que estimulam o consumo exacerbado de alimentos. Allan, Johnston, & Campbell (2010) sugerem que trabalhar o desenvolvimento do controle inibitório auxilia os indivíduos a exercer uma melhor tomada de decisão quanto à escolha de seus comportamentos alimentares. Os fatores neuronais são relevantes para a determinação da obesidade, visto que o controle da ingestão de nutrientes e o resultado de equilíbrio homeostático dependem de uma série de sinais periféricos que agem de forma direta sobre o sistema nervoso central e levam a respostas adaptativas apropriadas. A ingestão alimentar e o gasto energético são regulados pela região hipotalâmica do cérebro (Williams et al., 2001; Sainsbury et al., 2002). A expressão do apetite é também quimicamente codificada no hipotálamo (Kalra, 1997). O sistema envolvido nesta regulação supõe que, no hipotálamo, existem neuropeptídeos relacionados com os processos orexígenos (Sainsbury et al., 2002). Ainda segundo o autor, os neurônios que expressam esses neuropeptídeos interagem com cada outro e com sinais periféricos (como a leptina, insulina, grelina e glucocorticóides), agindo de forma a regular o controle alimentar e o gasto energético. Embora seja possível identificar os locais hipotalâmicos relacionados com a regulação do apetite, a localização precisa dos receptores neurais para cada sinal orexigênico que ainda não está determinado. Os receptores para estes sinais estão concentrados no núcleo paraventricular (PVN), mas eles não estão restritos a esta área (Kalra et al., 1999). Os fatores neuroendócrinos são os mais relevantes para a manutenção do balanço energético do nosso organismo, evitando a perda ou ganho de peso. Diferentes sinais, através da interação com neurônios do núcleo arqueado no terceiro ventrículo hipotalâmico, possuem a capacidade de termogênese e de estimular a saciedade em situações de muita oferta energética e também de promover o contrário, estimulando a fome e inibindo a termogênese em momentos de privação. Entre esses mediadores, os mais importantes são a leptina, a grelina e a insulina (SIMPSON; MARTIN; BLOOM, 2009). O cérebro era considerado, historicamente, insensível à insulina, no entanto, atualmente, já se sabe que a insulina exerce ações metabólicas, neurotróficas, neuromodulatórias e neuroendócrinas no cérebro (PLIQUETT et al., 2006). O SNC regula a ingestão e o gasto de energia por intermédio de um complexo circuito de neurotransmissores e neuromoduladores. Sinteticamente, o processo de saciedade ocorre primeiramente, quando o cérebro é informado sobre a quantidade de alimentos ingeridos e sobre o seu conteúdo em nutrientes por sinais aferentes. O trato gastrointestinal é equipado com quimiorreceptores e mecanorreceptores especializados que monitoram a atividade fisiológica e repassam informações ao cérebro, principalmente, por meio do nervo vago. Essas informações constituem uma classe de “sinais de saciedade” e formam parte do controle do apetite pré- absortivo. A fase pós-absortiva se dá quando os nutrientes sofrem digestão e atravessam a parede intestinal para entrar na circulação. Ademais, os produtos de digestão e agentes responsáveis por seu metabolismo podem quimiorreceptores alcançar específicos, o cérebro influenciar e a ligar-se síntese a de neurotransmissores ou alterar algum aspecto do metabolismo neuronal, sendo que em cada caso, o cérebro é informado sobre alguns aspectos do estado metabólico resultante do consumo de alimentos. Da mesma forma, o hipotálamo também influencia a auto seleção de alimentos, nas respostas a dietas com alto conteúdo proteico, no desbalanceamento de aminoácidos, na placentofagia, no estresse alimentar, na textura dietética, na consistência e paladar, na aprendizagem aversiva, no olfato e nos efeitos de manipulações hormonais, sendo que o hipotálamo recebe respostas do córtex e da periferia do cérebro. O controle hipotalâmico do apetite é um mecanismo complexo e está ligado não somente ao cérebro, mas a sistemas e sinais periféricos que atuam via circuitos de recompensa (HEISLER et al., 2007). A ingestão de alimento é claramente controlada por uma série de fatores cognitivos, incluindo representações mnemônicas dos alimentos e seu contexto ambiental, bem como propriedades emocionais e de recompensa destas representações e seu impacto na imagem do ser humano. Estes principais processos corticais determinam o quanto um alimento em particular é desejado e podem, com frequência, se sobrepor à saciação. Como são constantemente estimulados no ambiente socioeconômico moderno, decorrem em aumento do consumo de energia (BERTHOUD, 2007; GRABENHORST; ROLLS; BILDERBECK et al, 2007). A motivação também desempenha uma grande influência no consumo alimentar e possui um aspecto explícito e outro implícito ou inconsciente. De acordo Berridge e Robinson (2003), o querer ou saliência do incentivo é um aspecto motivacional mais que um componente afetivo da recompensa. Sua atribuição modifica a informação meramente sensorial sobre a recompensa (localização, sons e cheiros) em incentivos atrativos, desejados e aptos a levar a pessoa a um grande empenho para consegui-los. Os efeitos visuais e outros estímulos que conduzem ao alimento, incluindo os anúncios publicitários, ativam os sistemas cerebrais associados à recompensa podendo, para certos indivíduos, contribuir ainda mais para a obesidade. A ingestão em excesso de alimentos pode decorrer em respostas fisiológicas semelhantes àquelas da adição de drogas, incluindo dependência e abstinência. Diversas pessoas preferem utilizar a comida para se “automedicarem” contra problemas emocionais (DAVIS et al., 2004). Os processos cognitivos podem ter uma influência fundamental no modo como o valor hedônico de um alimento é representado e, neste nível de processamento, as propriedades associadas a cada alimento desempenham uma influência significativa no empenho do indivíduo para obtê-lo. Esta sensação de prazer é influenciada por elementos cognitivos e afetivos que vão além do sabor intrínseco do alimento (GRABENHORST; ROLLS; BILDERBECK, 2007). O valor de recompensa, atribuído cognitiva e afetivamente, de maneira frequente, se sobrepõe ao controle homeostático aos sinais fisiológicos da fome e saciedade, os quais controlam a ingestão de alimento e o peso corporal (TATARANNI e DELPARIGI, 2003). Considerações finais Fica evidente a relação do consumo alimentar em excesso com ligações nas funções cerebrais, principalmente, referente ao hipotálamo, visto que vários estudos discorrem sobre o fato da alimentação e a própria obesidade ser multifatorial, influenciada por fatores genéticos, sociais, comportamentais e neurobiológicos. As ligações cerebrais produzem uma memória sensorial (paladar, olfato, tato, entre outros) sobre a comida, uma vez que essa memória esteja associada a recompensas emocionais será mais difícil que o cérebro ative a inibição de consumo. Observa-se que alimentos altamente gordurosos e calóricos são preferência de consumo pelos impulsos cerebrais, pois, ao serem consumidos, ativam áreas do cérebro referente a diversos sentidos. Isso vem ao encontro do contexto sociocultural, principalmente o ocidental, no qual se consome inúmeros alimentos enlatados, embutidos, açucarados, industrializados, lanches de rua (fast foods), não priorizando uma alimentação saudável, balanceada, até mesmo porque esse estilo de consumo não é propagandeado pela mídia, nem possibilitado pelo estilo de vida estressor, acelerado e desorganizado que é levado pelas pessoas na contemporaneidade. Deve-se enfatizar os processos cognitivos e emocionais para o equilíbrio energético e para a regulação do peso. A cognição, a recompensa e a emoção são ativadas pelas estruturas córtico- límbica, as quais compõem uma complexa circuitaria neuronal da regulação do apetite, podendo esse sistema modular o comportamento alimentar. Cada vez mais, é preciso que haja um diálogo entre as ciências psi’s (psiquiatria, psicologia, neuropsicologia) e a neurofisiologia, para possibilitar convergências e divergências sobre os processos cerebrais e a interpretação de estímulos que levem ao consumo exacerbado, a dependência, como no caso das adições e da obesidade. O tratamento da obesidade precisa ser transdisciplinar, levando em consideração todos esses aspectos neuropsicológicos/cognitivos das funções cerebrais e psicológicos/sociais que envolvem o processo dessa doença. Ignorar que os inúmeros estímulos visuais de alimentos, os quais são transmitidos pelas diversas mídias que estimulam o consumo de comidas altamente calóricas e que se adaptam ao tempo da rotina das pessoas, é deixar de considerar que somos parte de um contexto cultural, e exigir de nosso cérebro alto controle inibitório sobre os impulsos. Pensar na obesidade demanda refletir sobre a discussão histórica a respeito do corpo e da mente, no obeso há um corpo que responde a estímulos sensoriais e há também dois cérebros: um metabólico que reage a ligações com o estômago, com o intestino e com os nutrientes e outro cognitivo em que há uma convergência entrelaçada em gostar, em desejar, em buscar e em consumir. Referências Bibliográficas: 1. Allan, J. L., Johnston, M., & Campbell, N. (2010). Unintentional eating. What consumption? determines Appetite, goal-incongruent 54(2), chocolate 422–425. doi: 10.1016/j.appet.2010.01.009. 2. Alonso-Alonso, M. (2013). Translating tDCS into the field of obesity: mechanism-driven approaches. Frontiers in Human Neuroscience, 7(512), 1–3. doi: 10.1038/oby.2008.638. 3. Batterink, L., Yokum, S., & Stice, E. (2011). Body mass correlates inversely with inhibitory control in response to food among adolescent girls: an fMRI study. 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