Aplicação de Indicadores de Desempenho da Recolha Selectiva O caso do município do Porto Manuela Álvares Carlos Afonso Teixeira Direcção Municipal de Ambiente e Serviços Urbanos CMP Isabel Bentes Centro de Estudos Tecnológicos do Ambiente e da Vida Paulo Guerra UTAD LIPOR, 25 de Maio de 2006 Potencialidades • Avaliação sistemática e periódica da qualidade do serviço prestado – Auto-controlo das actividades de gestão – Alteração dos procedimentos – Optimização de rotinas de curto-prazo • Planeamento e definição de Políticas Sectoriais – Apoio a decisões estratégicas de médio e longo prazo – Verificação da consecução de metas, objectivos e investimentos estratégicos pré-definidos – Alteração de estratégias Potencialidades • Comparação dos níveis de serviço prestados pelas diferentes Entidades Gestoras (Benchmarking) – Serviços Municipais – Serviços Intermunicipais – Operadores privados Enquadramento • Início do Projecto – Dezembro 2004 – Modelo de Avaliação do Desempenho do Sistema de RSU da Câmara Municipal do Porto (1º Relatório) • Recolha e Tratamento de Dados – Fevereiro 2005 a Fevereiro 2006 – Relatórios de Progresso • Conclusão do Projecto – Novembro 2006 – Relatório Final de Avaliação do Desempenho Enquadramento População Residente em 2001 (hab) 263 131 Área (km2) 41.30 Densidade Populacional (hab / km2) 5787.2 Taxa de Recolha de Recicláveis (%) 7.33 Enquadramento 2004 (ton) 2005 (ton) Variação (%) Papel 3 914.68 4 559.48 + 16.47 Embalagens 941.68 1 228.08 + 30.41 Vidro 3 760.30 3 900.46 + 3.73 Total 8 616.66 9 688.02 + 12.43 Indicadores de Desempenho • “Permitem monitorizar e avaliar os efeitos das diferentes políticas sectoriais, indicando quando os objectivos foram (ou não) alcançados e identificando as necessidades de adopção de medidas adicionais” Agência Europeia do Ambiente Indicadores de Desempenho - Modelo de Avaliação • Ferramenta de Avaliação e Apoio à Gestão sustentada num Sistema de Indicadores • Um indicador é um dado elementar ou uma combinação simples de dados de base capaz de medir um fenómeno observado – [Consumo de Combustível por Tonelada de RSU recolhida (litros/ton)] Índices Indicadores Informação Analisada Informação de Base Modelo de Avaliação de Desempenho Experiência Adquirida RESAT Resíduos do Nordeste EIM CMP Modelo de Avaliação do Desempenho Recolha Selectiva Número de Indicadores Informação de Contexto / Enquadramento 8 Indicadores Financeiros 6 Indicadores de Desempenho 37 Indicadores de Desempenho - Modelo de Avaliação • Informação de Contexto / Enquadramento – Enquadramento dos indicadores das componentes de gestão – Descrição do estado e características das instalações e equipamentos afectos a cada componente de gestão – Habitantes / Ecoponto Indicadores de Desempenho - Modelo de Avaliação • Indicadores Financeiros – Evidenciam a eficácia dos serviços do ponto de vista financeiro – Auxiliam no planeamento financeiro e no controlo de custos da Entidade Gestora – Fornecem custos unitários de operação, mão-deobra e equipamento para cada componente do sistema – € / Ton Papel Recolhida Indicadores de Desempenho Operacional • Descrevem as condições operacionais do sistema e reflectem a adequação dos recursos • Fornecem informação relativa a produtividade, avarias, consumos, rendimento, ... • Permitem a comparação entre diferentes métodos de recolha Indicadores de Desempenho Operacional • Caracterizam a situação de referência e monitorizam a evolução do desempenho • Avaliam e descrevem os padrões de qualidade da prestação do serviço analisando reclamações e tempos de resposta a solicitações • Quantificam a distância a metas pré-definidas Recolha de Informação • Entidade Gestora – Divisão de Limpeza Urbana - DMASU • Trabalho de Campo • Preenchimento de Fichas de Registo de Operações • • • • • Informação Semanal Distância Consumo de Combustível Fileiras (...) Indicadores de Desempenho – Recolha Selectiva Exemplos Indicador Descrição Unidade Distância Total de Recolha DistânciaTotal de Recolha Quantidade de Reciclávei s Recolhida Km Ton Distância Efectiva de Recolha Tempo Total de Distânciadesde1º até Último Ponto de Recolha Quantidade de Reciclávei s Recolhida Km Ton Recolha Tempo Efectivo de Recolha Consumo de Combustível Produtividade TempoTotal de Recolha Quantidade de Reciclávei s Recolhida Horas Ton Tempo desde1º até Último Ponto de Recolha Quantidade de Reciclávei s Recolhida Horas Ton Consumode Combustível Quantidade de Reciclávei s Recolhida Litros Ton Quantidade de Reciclávei s Recolhida Nº de Operáriosde Recolha ×TempoTotal de Recolha Ton Homem.Hora Análise da Recolha Selectiva por Dia da Semana • A Recolha Selectiva é função da Recolha Indiferenciada pois utiliza meios humanos e materiais conjuntos • Existem 16 circuitos padrão de Recolha Selectiva com recurso a contentores Cyclea e Vidrão (carregamento com recurso a grua) e Ecomil (carregamento traseiro). Existe ainda um circuito de recolha porta-a-porta, na zona das Antas. • A recolha de papel e embalagens é feita, pelo menos, 2x por semana, enquanto o vidro é recolhido, no mínimo, 1x por semana. Não estão definidos os dias de saída de cada circuito. Análise da Recolha Selectiva por Dia da Semana • Existe consistência e uma correlação geral entre todos os indicadores apresentados para cada dia da semana. • A maiores Distâncias, Tempos de Recolha e Consumos de Combustível, correspondem uma menor Produtividade. • Esta tendência verifica-se para todas as fileiras. Análise da Recolha Selectiva por Dia da Semana • Às Quartas, verificou-se uma maior produtividade e menos distâncias e tempos de Recolha. • Esta tendência é explicada por ser o dia da semana em que existe maior disponibilidade de meios depois de normalizada toda a Recolha Indiferenciada • Os circuitos são, muitas vezes, efectuados em função da existência de meios, o que pode conduzir a um desfasamento quanto às reais necessidades de recolha. Análise da Recolha Selectiva por Metodologia de Recolha • A comparação entre metodologias de recolha é necessária para se compreender melhor a eficiência de cada uma e optar por aquela que se mostre mais eficiente. • A recolha Porta-a-Porta revelou-se como a mais eficiente. • É a metodologia que consome menos combustível, pois não recorre à elevação mecânica de contentores. • A maior eficiência deste tipo poderá estar ligada ao compromisso estabelecido com os utentes do serviço, e cuja colaboração é fundamental. • A certeza da recolha em dias fixados para o efeito. • A recolha de papel e embalagens com recurso a um veículo bi-compartimentado também revelou ser eficiente. • É necessário alguma cautela ao efectuar este tipo de comparações dado que o método de cálculo destes indicadores é diferente em relação às restantes metodologias • Os métodos convencionais de recolha (Ecomil e Cyclea) mostraram-se algo equilibrados. • Quanto à produtividade, a recolha de Ecomil é mais eficiente, mas com diferenças menos relevantes que nos casos anteriores. • A recolha em instituições (escritórios, bancos, escolas, …) é claramente onerosa em termos de eficiência. A título de exemplo, é necessário consumir 82 litros de combustível para a recolha de 1 tonelada de papel em instituições Considerações Finais • Permite às entidades gestoras: – Analisar e optimizar de forma sistemática o funcionamento do sistema – Planificar e definir estratégias de investimento – Implementar rotinas de benchmarking internas – Implementar rotinas de benchmarking externas Considerações Finais • Tem apresentado alguns resultados relevantes para a gestão do sistema • Dificuldades – Volume de informação para processar – Erros inerentes ao preenchimento das fichas, à introdução de dados para processamento informático e à aquisição dos dados Considerações Finais • O facto da Avaliação de Desempenho ser feita por uma entidade exterior do sistema garante: – a independência dos resultados obtidos – uma perspectiva distanciada da realidade observada, podendo originar análises que facilitam os processos de tomada de decisão