Meio Ambiente - Estuda Que Passa

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Meio Ambiente
A Natureza e as Terras Brasileiras
Professor Enrico Blota
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Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE – A NATUREZA E AS TERRAS BRASILEIRAS
O termo “natureza” pode ser usado para definir o conjunto de coisas que realmente existem.
Em biologia, normalmente, associamos essa palavra com a biodiversidade existente em
uma determinada região. Por exemplo, ao dizermos que queremos viver perto da natureza,
na realidade, queremos viver perto de um ambiente natural, um ecossistema, onde há
biodiversidade vegetal e animal predominante.
O Brasil possui uma das biodiversidades mais ricas do mundo, as maiores reservas de água
doce do planeta e um terço das florestas tropicais que ainda restam. Quando falamos em
biodiversidade, podemos definir regiões com biodiversidade e clima característicos chamadas
de Biomas.
No Brasil há 6 biomas determinados: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata
Atlântica e Pampa.
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Além dos biomas típicos, podemos ainda definir diversas regiões de transição (como a Mata
dos Cocais), regiões consteiras e até as aquáticas, como manguezais, banhados, rios, lagos,
lagoas, etc.
Vamos conhecer nesse capítulo as principais regiões brasileiras que abrigam a nossa
biodiversidade.
A Floresta Amazônica:
Ocupa 40% da superfície brasileira, estende-se pelo Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Amapá,
Roraima e parte do Mato Grosso, Goiás e do Tocantins. Típica floresta pluvial tropical. As
precipitações são bem distribuídas ao longo do ano, temperatura quase sempre constante.
Trata-se de um ecossistema de grande complexidade, no estágio clímax, e com inúmeros nichos
ecológicos. De modo geral, pode-se dizer que a vegetação é higrófila, ou seja, adaptada à vida
em condições de excesso e água. Essas plantas têm folhas em goteira, com o ápice voltado para
baixo e superfície revestida com cera, fazendo com que o excesso de água goteje para baixo,
evitando a obstrução dos estômatos.
A floresta de terra firme composta por uma grande riqueza vegetal, tais como: trepadeiras,
epífitas, cipós lenhosos (lianas), o guaraná, palmeiras, a seringueira e a castanha-do-pará.
Plantas de grande porte, de 30 a 40m de altura, produtoras de boa madeira, são, por exemplo,
o Angelim, a sucupira, a amburana e a copaíba.
No geral, o solo da floresta é pobre em nutrientes. A maior parte dessas substâncias minerais
está incorporada não ao solo, mas aos organismos da floresta. Quando os órgãos da planta
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raízes abundantes de suas vizinhas.
Se a água da chuva caísse diretamente sobre o solo nu, tenderia a lavá-lo, retirando os sais
minerais- processo chamado lixiviação. Na floresta, porém, a queda das gotas é amortecida
pela densa folhagem, e a perda de nutrientes é reduzida ao mínimo. Fica fácil entender,
portanto, como o desmatamento leva a um rápido empobrecimento da terra.
Anotações:
As caatingas do Nordeste:
Ocupam 11% do território brasileiro, existem nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Bahia. Algumas plantas da caatinga
se caracterizam por terem folhas apenas nos três ou quatro meses do “inverno”, que é a estação
das chuvas. Fala-se, portanto, em vegetação caducifólia. As temperaturas são elevadas e é
baixa a umidade relativa do ar. As precipitações são irregulares e a estação das secas prolongase por mais de sete meses por ano. Os rios em geral secam no verão, a não ser o São Francisco,
que é perene.
As plantas da caatinga possuem várias adaptações que lhes permitem sobreviver na estação
seca. As folhas são, em geral, reduzidas, como no caso das cactáceas (com espinhos) e o
mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é bem rápido. Além disso, o fato de as
folhas caírem na estação seca representa um modo eficiente de reduzir a transpiração.
Algumas bombacáceas, como as barrigudas, árvores de grande porte, têm o caule rico em
água. São plantas da caatinga: cactáceas, como o mandacaru, a coroa-de-frade, o xiquexique e
o facheiro, e algumas bromeliáceas, como a macambira, dentre outras.
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Os campos cerrados:
Recobrem 25% da superfície do Brasil: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, e parte dos
estados do de Tocantins e São Paulo. São campos do tipo savana. O aspecto da vegetação é
devido à escassez de nutrientes do solo. A água não é o fator limitante do cerrado, já que existe
bastante umidade no solo a 2m de profundidade, mesmo na estação seca. Além disso, o lençol
freático, a 18 m de profundidade, é permanentemente atingido pelas raízes profundas de
muitas espécies.
O Pantanal:
Em sua maior parte, ocupa o estado do Mato Grosso do Sul e o restante no Mato Grosso. É
considerada uma das maiores reservas ecológicas do mundo, com fauna e flora extremamente
ricas, portanto com grande biodiversidade. Trata-se de uma planície percorrida pelos rios
Paraguai e seus afluentes.
O ciclo de vida compreende dois períodos distintos: o período das águas, de novembro a março,
e o das secas, de abril a outubro. No Pantanal a planície tem um declive muito baixo, e isso faz
com que a água das cheias não fique estagnada, escorrendo lentamente da planície para o leito
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dos rios, durante a seca. Calcula-se, assim, que a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai
leve quatro meses ou mais para atravessar todos o Pantanal.
As extensas áreas inundadas servem de abrigo para inúmeras espécies animais. Existem ali
centenas de espécies de peixes, que saem do leito dos rios durante a cheia e povoam as regiões
inundadas, onde procuram alimento. A riqueza em aves também é muito grande no Pantanal.
Jacarés, cobras, onças, ariranhas, porcos-do-mato, macacos e veados também fazem parte da
fauna local. Os solos do Pantanal são arenosos e neles podem crescer pastagens, utilizada pelos
herbívoros da região e pelo gado bovino.
As matas costeiras ou matas atlânticas:
Acompanham o contorno da costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul,
totalizando em torno de 6% do território nacional.
São muito úmidas, graças aos ventos carregados de vapor que sopram do mar; o ar, ao subir,
esfria e se condensa, e a precipitação se dá sob a forma de chuvas fortes e de nevoeiros.
As árvores mais altas podem atingir 30m de altura. Havendo muitas espécies de epífitas e
trepadeiras. A vegetação é higrófila como nas florestas tropicais.
A Mata Atlântica tem muitas das características da Floresta Amazônica, a diferença marcante
está na topografia, mais íngreme na Mata Atlântica. Como árvores características, encontramse muitas palmeiras (coco e palmito), quaresmeiras, ipês, canelas, cedros e jatobás, além de
pteridófitos arborescentes, como as samambaiaçus. É também da Mata Atlântica, embora
muito raro hoje, o pau-brasil.
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As matas de araucárias:
Encontrada no sul do país, nos estados do Paraná, Santa Catarina e rio Grande do Sul. Estações
bem definidas, precipitações bem regulares. A árvore dominante é o pinheiro-do-paraná
(Araucaria angustifólia), em razão de não possuir árvores com copas muito fechadas a umidade
é menor que nas demais matas pluviais tropicais, há menor quantidade de epífitas também.
As sementes dos pinheiros - os pinhões - são um rico alimento para muitos animais. Nas matas
se araucárias há também o mate (erva-mate), de grande importância econômica.
Outros tipos de vegetação:
Os pampas, manguezais, dunas e restingas do litoral e os cocais do Norte são importantes
tipos de vegetação.
Os pampas, juntamente com as matas de araucárias no sul, cobrem mais de 10% do território
brasileiro. Campos bastante homogêneos quanto à vegetação, que é sobre tudo feita por
gramíneas. A distribuição de chuvas é regular e as estações bem demarcadas. São utilizados
como pastagens para o gado e a agricultura é amplamente explorada.
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Os manguezais constituem ecossistemas de grande produtividade, com rica diversidade de
espécies vegetais e animais. Neles são abundantes moluscos, crustáceos e peixes, e ali também
se desenvolvem muitas larvas de animais aquáticos. Entre os vegetais com adaptações ao
terreno lamacento, destacam-se aqueles com suas raízes respiratórias (pneumatóforos), ou
com suas raízes suporte. Na mata de cocais, há dois gêneros de palmeiras economicamente
importantes: a carnaúba e o babaçu. Essa mata, na realidade, é uma imensa zona de transição
entre a floresta amazônica e a caatinga. Além dos cocais, há mais duas áreas importantes: A
área entre o cerrado e a floresta amazônica e a área entre o cerrado e a caatinga.
Nas restingas, encontramos uma mistura de vegetação litorânea e dunas. É um bioma arenoso
com alguns animais roedores, insetos, dentre outros. Restingas são muito comuns, assim como
as dunas, no litoral sul do Rio Grande do Sul.
As águas doces (ambientes dulcícolas - limnociclo no Brasil)
Lagos, lagos, charcos, rios, corredeiras e riachos constituem os ecossistemas de água doce. Em
lagos e lagoas, a água costuma ser parada, ou lêntica; em rios, riachos e corredeiras, a água
está em movimento, e é chamada de lótica.
Lagos e lagoas: Como em qualquer ecossistema aquático, produção de matéria orgânica é
realizada por meio da fotossíntese. Assim, nas margens, e nas águas próximas às margens,
existe vegetação herbácea, arbustiva e ainda flutuante, como gramíneas, aguapés e taboas.
Os produtores da lagos são os organismos que constituem o fitoplâncton: algas verdes,
cianobactérias e diatomáceas. Constituindo o zooplâncton, encontram-se microcrustáceos,
rotíferos, protozoários e larvas de muitos tipos.
Os consumidores de maior porte são peixes, anfíbios, moluscos, vermes, crustáceos e insetos.
Na lama do fundo ficam bactérias e fungos decompositores, que degradam os detritos orgânicos
que ali se depositam.
No Brasil, uma das lagoas mais profundas é a Lagoa das Palmas em linhares, no Espírito Santo
com aproximadamente 50 metros na zona mais profunda.
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Os rios: Como praticamente não têm plâncton, os rios podem ser considerados, do ponto de
vista energético, ecossistemas que dependem em grande de matéria orgânica importada. As
águas são muito oxigenadas e nelas existem muitos organismos adaptados ao seu movimento
constante. Pequenas algas e musgos vivem agarrados às rochas. Muitos insetos adultos ou na
forma larval podem manter-se debaixo de pedras, nas cascatas. Há também diatomáceas, algas
filamentosas e variada e a quantidade de sedimentos normalmente aumenta em direção à foz.
Quando as correntes se alargam e se tornam mais lentas, passam a ter as características das
lagoas. As imagens abaixo mostram as zonações de um rio e o Rio Amazonas.
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