Controle dos contatos

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Tuberculose
O que é?
“É uma doença infecto-contagiosa que pode ser fatal e que progride
silenciosamente” (Dr. Daniel Deheinzelim- Pneumologista)
Agente Etiológico:
É causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis que é constituído de varias
espécies de bactérias: Mycobacterium tuberculosis, Mycobacteium bovis, Mycobacterium
africanum e Mycobacteirum microti. Outras espécies de bactéria podem produzir quadro
clínico semelhante à tuberculose, sendo necessário, para diagnóstico, a identificação.
Reservatório (vetor):
 O Reservatório principal é o homem. Em algumas regiões, o gado bovino doente. Em
raras ocasiões, os primatas e outros mamíferos.
 Fonte de infecção é qualquer indivíduo capaz de transmitir o bacilo da tuberculose. Em
geral a fonte de infecção é o indivíduo com a forma pulmonar da doença eliminando
bacilos para o exterior. Em 1 ano, uma fonte poderá infectar, em média, 10 a 15 pessoas
que com ela tenham tido contato.
Período de incubação:
Após a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, transcorrem 4 a 12 semanas, em
média, para detecção das lesões primárias. A maioria dos novos casos de doença pulmonar
ocorre em torno de 12 meses após a infecção inicial. A probabilidade de infecção e de que a
infecção evolua para doença depende de múltiplas causas como, por exemplo, as condições
sócio-econômicas. Depende também se é primo-infecção, infectado pela primeira vez, ou se
é reinfecção (exógena). A probabilidade de adoecer numa primo-infecção depende da
virulência do bacilo, da fonte infectante e das características genéticas do indivíduo
infectado. Em novo contato, após infecção natural ou induzida pela BCG, a resistência
depende da resposta imunológica.
Medidas de Biossegurança em Tuberculose:
A biossegurança em tuberculose tem por objetivo restringir os riscos de se contrair a
doença. O tratamento é sempre realizado em ambulatórios.
Medidas para Biossegurança na UBS (Unidade Básica de Saúde):
- Administrativas
 Buscar, identificar, e tratar precocemente os casos infectantes. (o início do
tratamento precoce reduz o número de bacilos eliminados pelos doentes,
controlando assim a transmissão da doença).
 Agilizar o exame de baciloscopia do escarro facilitando o recebimento de material e
o retorno do resultado. (não deve ultrapassar 48h e o exame deve estar disponível
todos os dias da semana. Ideal: resultado em até 24h após a coleta)
 Controlar o fluxo do paciente com tuberculose confirmado ou suspeito na UBS.
 Pacientes HIV recomenda-se diagnóstico clínico ou laboratorial. (potencialmente
infectantes)


Agendar consultas, priorizando o atendimento de pacientes bacilíferos e suspeitos,
evitando aglomeração de pacientes potencialmente infectantes nas salas de espera.
Orientar o paciente a cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar (oferecer
lenços de papel ou máscaras cirúrgicas quando em circulação na UBS).
- Controle Ambiental:
Local adequado: arejado e com luz solar. Não coletar escarro em ambientes
fechados (áreas externas ou específicas).
 Evitar ventilador de teto ou ar condicionado (só com filtro HEPA- High Efficiency
Particulate Air). Sala de espera adequada: ao ar livre.


-Proteção respiratória:
Máscara (N- 95% de eficiência de filtração, com certificado NIOSH)*
* As máscaras cirúrgicas funcionam como barreira, captando partículas úmidas, mas
não funcionam como filtros.
Doença de risco 3:
Risco individual elevado, baixo risco comunitário, provoca enfermidades graves,
pode se propagar, mas há tratamento e profilaxia.
Laboratório de Nível 3:
Boas práticas laboratoriais, barreiras físicas, autoclave, laboratório especial
com treinamento específico, geralmente de pesquisa.. Uso dos EPIs.
Histórico da Tuberculose
 Evidências na Grécia, na Roma Antiga e no antigo Egito:
Existem relatos médicos de que já se existia tuberculose na Grécia e Roma Antiga.
Atualmente, acredita-se que esta doença já era conhecida também no antigo Egito, já
que pesquisadores encontraram lesões de tuberculose em múmias.
 Robert Kock – Descobridor:
Somente em 1882 a bactéria responsável pela doença, a Mycobacterium
tuberculosis, foi isolada pelo cientista alemão Robert Kock; e em sua homenagem, o
bacilo da tuberculose ficou conhecido como bacilo de Kock.
 Tuberculose - Doença Romântica:
No decorrer do século XIX e até meados do século XX, a tuberculose era uma
doença comum entre artistas e intelectuais, sendo relacionada ao estilo de vida boêmio
desses artistas da época, considerada assim uma doença romântica. Poetas como
Álvares de Azevedo que faziam parte da geração Mal do século morreram de
tuberculose.
 Década de 80: AIDS X Tuberculose:
Foi por volta da década de 80 que se observou a contribuição da epidemia da
infecção
pelo HIV para o aumento da incidência de tuberculose, tanto em países
subdesenvolvidos como em países do 1º mundo. Esta associação Tuberculose-Aids era
esperada uma vez que é maior o risco de adoecimento por tuberculose entre esses
indivíduos, em razão do baixo desempenho imunológico destes. As baixas taxas de
efeitos adversos às drogas anti-tuberculose que geralmente são observadas durante o
tratamento são observadas em pacientes infectados pelo HIV, principalmente na fase
avançada. Esse aumento na ocorrência de efeitos adversos pode ser atribuído à
interação farmacológica com outras drogas ou pela própria situação clínica do paciente.
Observações:
 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Kock, o que representa 1,7
bilhões de habitantes.
 Atualmente a tuberculose mata no mundo três milhões de pessoas por ano,
incluindo mais adultos que a Aids, a malária e as doenças tropicais combinadas.
 Surgem oito milhões de novos casos todos os anos.
 O Brasil ocupa o 13º lugar no ranking dos 22 países que concentram 80% dos casos
de tuberculose.
Sinais e Sintomas
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

Tosse persistente podendo estar associada à produção de escarro, este pode ter
sangue, ou a tosse pode ter apenas sangue.
Febre.
Suor excessivo à noite.
Perda de apetite, consequentemente emagrecimento.
Fraqueza e cansaço fácil.
Diagnóstico

Presuntivo: baseado nos sinais e sintomas relatados pelo paciente + radiografia de
tórax mostrando alterações.
Obs.: o exame físico pode não auxiliar muito.
Radiografia de Tórax: Um raio X posterior e anterior do tórax é o tradicionalmente feito.
Em TB pulmonar ativa, infiltrações ou consolidações e/ou cavidades são freqüentemente
vistas na parte superior dos pulmões, mas podem aparecer em qualquer região do pulmão.
Bronquiectastia (isto é, dilatação dos brônquios com a presença de catarro) e marcas
pleurais podem estar presentes.
A presença de nódulos e cicatrizes fibróticas podem indicar candidatos ao
tratamento de tuberculose, principalmente se os mesmo tiverem um teste positivo à
tuberculina, pois esses nódulos e cicatrizes podem conter bacilos de tuberculose em
multiplicação lenta.
De modo oposto, lesões granulares calcificadas (granulomas calcificados) apresentam
baixíssimo risco de progressão para uma tuberculose ativa.
 Certeza: é feito através de testes
Baciloscopia direta do escarro: Se as amostras, duas de dias consecutivos, apresentarem o
Mycobacterium tuberculosis (BAAR), a doença está confirmada.
É utilizada a técnica de Ziehl-Neelsen: a amostra é corada com fucsina (corante
vermelho absorvido pela bactéria pelo calor), em seguida é utilizada uma solução de ácidoálcool e por fim é corada com azul de metileno. Como a bactéria é ácido-álcool resistente
ela não se cora com o azul de metileno e é facilmente identificada por pontos vermelhos
(fucsina) num fundo azul (azul de metileno).
Biossegurança:
 A coleta do catarro deve ser feita de preferência pela manhã ao tossir em potes
plásticos, descartáveis, transparentes, com boca larga e tampa de rosca, deve ser
feita no corpo do pote e nunca na tampa!
 O local da coleta deve ser aberto, bem arejado e iluminado.
 A reserva deve ser feita em geladeira exclusiva para materiais contaminados.
Prova Tuberculínica
A prova tuberculínica consiste em um teste cutâneo indicado como método
auxiliar no diagnóstico da tuberculose, em pessoas não vacinadas pela BCG.
Considerado um teste auxiliar, pois sozinho não é suficiente para diagnosticar a
tuberculose, tendo em vista que a prova tuberculínica positiva, isoladamente, reflete apenas
um contato anterior do indivíduo com o Myicobacterium tuberculosis (ou seja, infecção) e
não significa, necessariamente, que ele possua a tuberculose doença.
Além disso, a falta de reatividade ao teste não exclui a possibilidade da doença,
visto que pode estar ausente em pessoas com imunodeficiência (mesmo que seriamente
acometidas pela tuberculose) pela simples incapacidade imunológica do organismo de
responder aos estímulos do teste.
Nos indivíduos vacinados pela BCG, sobretudo aqueles imunizados há até dois
anos, pode-se ter dificuldades na interpretação do teste, já que a vacina pode torná-lo
positivo.
O teste consiste numa injeção intradérmica no terço médio da face anterior do
antebraço esquerdo.
A substância utilizada é a tuberculina, numa dosagem de 0,1ml, que corresponde
a 2UT (unidades tuberculínicas). A seringa é do tipo tuberculina de 1 ml.
No Brasil, a tuberculina utilizada é do tipo PPD-Rt23.
A tuberculina deve ser conservada numa temperatura entre 4º e 8ºC para manter-se
ativa por seis meses. Ela nunca deve ser congelada nem exposta diretamente à luz solar.
A técnica mais utilizada é a Técnica de Mantoux. O material usado é padronizado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e apresenta especificações semelhantes às
utilizadas na vacinação pela BCG.
A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área com limites precisos, pálida
e aspecto pontilhado como uma casca de laranja.
Deve-se esperar em torno de 72 a 96 horas após a aplicação para se fazer a leitura
do teste que é realizada através da medição da área de endurecimento, utilizando-se uma
régua milimetrada padrão. O resultado é expresso em milímetros.
De acordo com o tamanho da induração tem-se uma classificação específica:

0-4mm = NÃO REATOR (indivíduo não infectado pelo bacilo ou com
hipersensibilidade reduzida).
 5-9mm = REATOR FRACO (indivíduo infectado pelo BK ou por micobactérias
atípicas ou vacinado pela BCG).
 10mm ou mais = REATOR FORTE (indivíduo infectado pelo BK, doente ou não,
ou vacinado pala BCG nos últimos dois anos).
No caso dos indivíduos infectados pelo HIV, todos, sem exceção, devem ser
submetidos à prova tuberculínica.
Nesses casos, a classificação quanto ao tamanho da área de endurecimento é a
seguinte:
 0-4mm = NÃO REATOR
 5mm ou mais = REATOR
Nestes pacientes não reatores e em uso de terapia anti-retroviral, recomenda-se fazer
o teste seis meses após o início do tratamento, devido à possibilidade de restauração da
resposta tuberculínica.
No caso de lesões da pele no local da aplicação, deve-se evitar a realização do
exame.
Deve-se estar atento às circunstâncias que podem interferir no resultado do teste,
como em casos de desnutrição, AIDS, sarcoidoses, neoplasias, doenças
linfoproliferativas, tratamento com corticosteróides, drogas imunossupressoras,
gravidez, entre outras.
Exame na Anátomo-Patológico (histológico e citológico)
Realizado, sempre que possível, nos casos de tuberculose extrapulmonar.
O material colhido será submetido ao exame direto, à cultura e ao exame anátomopatológico para identificar o M. tuberculosis ou o processo inflamatório granulomatoso
compatível com a tuberculose.
Exame Bioquímico
Mais utilizado nos casos de tuberculose extrapulmonar, principalmente no derrame
pleural, derrame pericárdio e meningoencefalite tuberculosa.
Exame Sorológico e Biologia Molecular
Consistem em novos métodos úteis no diagnóstico precoce da tuberculose.
Porém a sensibilidade, especificidade e valores preditivos variáveis, associados ao
alto custo e complexidade, inviabilizam esses exames para uso rotineiro, deixando-os,
então, restritos a alguns centros de pesquisa.
Tratamento
Os primeiros tratamentos eram feitos durante 2 anos com os pacientes internados. A
medicina foi melhorando, evoluindo, e hoje o paciente de tuberculose pode ser tratado e
curado em seis meses sem que seja necessário ficar hospitalizado, com algumas exceções.
Estabelecido o diagnóstico, o paciente deverá começar o tratamento. Os
medicamentos são tomados por via oral no período da manha, todos os dias, durante 6
meses e são suficientes para curar a tuberculose. Os três medicamentos são: pirazinamida,
isoniazida e rifampicina. Esses remédios são de grande importância, apesar de causar certas
reações indesejáveis, como: náuseas, vômitos, icterícia.
É necessário o uso das três drogas durante os 6 meses, porque o bacilo cresce fora e
dentro da célula de defesa. Quando está fora, ele se multiplica muito rápido e adquire
resistência também muito rapidamente. Assim, essas três drogas vão impedir seu
crescimento e divisão fora da célula. Dentro da célula de defesa, ele cresce mais
lentamente. Isso requer uma droga que penetre na célula a fim de bloquear o crescimento da
bactéria em seu interior. Por isso, os remédios devem ser tomados por 6 meses.
Todos os medicamentos usados no tratamento da tuberculose são encontrados nos
Postos de Saúde e são gratuitos. Então, não há nenhum motivo válido para deixar de tratar
corretamente a tuberculose. As taxas de cura com esse esquema, conhecido como
quimioterapia de curta duração, são superiores a 95%.
Abandono de Tratamento
Uma dificuldade observada no dia a dia dos ambulatórios de tuberculose é a grande
melhora que o paciente apresenta logo no primeiro mês do tratamento. Se, por um lado isso
é bom, por outro pode se transformar num problema quando o paciente resolve parar o
tratamento por estar se sentindo bem. E como a duração do tratamento é de 6 meses é
costume dos Serviços ir visitar o paciente que abandona o tratamento para lembrar que
ainda falta algum tempo para o dia da alta.
É muito importante que o paciente tome regularmente a medicação não
interrompendo o tratamento mesmo que se sinta muito melhor, pois muitos bacilos irão
permanecer vivos e escondidos em partes remotas dos pulmões. Estes remanescentes irão
se tornar mais fortes e mais agressivos. Eles irão multiplicar-se rapidamente e criar novos
bacilos que serão resistentes aos medicamentos. Então, a doença que é de risco 3 vai passar
a ser de risco 4, não tendo mais cura.
Os alcoólicos, por exemplo, apresentam tendência a tuberculose. Como beber é uma
das contra indicações do esquema tríplice para o tratamento, assim que melhoram um
pouco, ele deixam de tomar o remédio e voltam a beber. Isso os torna talvez os maiores
transmissores da doença.
Internação e Isolamento
Há casos que ainda se internam pacientes da tuberculose para o tratamento. Isso
acontece quando, junto com a tuberculose, existe alguma doença seria como a diabete, o
alcoolismo e a AIDS. Quando houver indicação de internação de pacientes com
tuberculose, deve-se procurar adotar medidas de isolamento respiratório, especialmente
tratando-se de pacientes bacilíferos e crônicos com multidroga resistente, sendo uma fase
infectante, para assim impedir a disseminação intra-hospitalar da doença. Esse isolamento
deve ser adequado para pessoas com tuberculose, o que inclui quartos preferencialmente
com pressão negativa, disponibilidade de equipamentos de proteção individual,
tecnicamente adequados para doenças respiratórias, como máscaras.
Vacina
A vacina contra tuberculose, a BCG- Bacilo de Calmette - Guérin, é elaborada a
partir de uma bactéria atenuada de origem bovina (Mycobacterium bovis), que é semelhante
ao microorganismo causador da doença (Mycobacterium tuberculosis). A BCG não impede
a infecção e nem o desenvolvimento da tuberculose pulmonar, mas pode conferir certo grau
de proteção para as tuberculoses extrapulmonares. Sua aplicação é feita por via
intradérmica. Recomenda-se que a primeira vacinação da BCG aconteça a partir do
primeiro mês ou durante o primeiro ano de vida. A dose de reforço acontece com os 6 anos
de idade. As reações previsíveis são as erupções avermelhadas na pele, as chamadas
exantemas, no local da aplicação. Alem, de deixarem pequenas cicatrizes.
Eficácia
Estudos feitos com observações prolongadas, avaliaram que a estatística da eficácia
varia de 0 a 80%. As razoe para essas estatísticas conflitantes são devido as diferenças
genotípicas das populações estudadas, as diferenças nas estirpes que foram preparadas em
laboratórios diferentes etc. Todavia, já é certo que a BCG induz o aumento da imunidade
contra a tuberculose.
No Brasil a eficácia da vacina é alta, entre 75 e 85%. A amostra brasileira de BCG
tem alta virulência residual (multiplicação e sobrevida dos germes no organismo vacinado),
produz poucas reações indesejáveis e tem alto poder protetor.
Contra-indicações
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
Recém-nascidos com peso inferior a 2,5 kg;
Pessoas imunodeficientes
Pacientes com doenças febris ou graves
Indicações
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

Recém-nascidos com peso acima ou igual a 2,5 kg
Crianças ou recém-nascidos soropositivos não sintomáticos;
Profissionais não infectados que atendem pacientes com tuberculoses.
A cura mais próxima
Nova vacina produzida por pedaços da molécula de DNA do agente causador da
doença, a chamada vacina gênica ou de DNA. Ela tem sido testada com sucesso em animais
e num futuro próximo será aplicado em humanos que são tuberculosos com bacilos
resistentes, sem nenhuma alternativa de tratamento. Essa é a primeira vacina com
propriedades preventivas e terapêuticas.
Controle dos contatos
Todos os contatos dos doentes de tuberculose, prioritariamente dos pacientes
pulmonares positivos devem comparecer a uma unidade de saúde para realização de
exames.
No controle dos contatos deve-se dar maior atenção às pessoas família do doente.
Se o contato for adulto:
 Assintomático: Deve ser apenar orientado a procurar a unidade de saúde caso os
sintomas apareçam.
 Sintomático: Deve fazer o exame do escarro. Em caso de resultado positivo, o
tratamento deve ser iniciado. Em caso de resultado negativo, o paciente deve ser
apenas orientado a realizar novamente os exames caso os sintomas persistam.
Se o contato for criança:
 Não vacinada: Devem fazer o teste tuberculínico com PPD. Se o resultado do PPD
for não-reator, deve ser feita a vacinação com BCG. Caso o resultado do PPD seja
reator, o raio X de tórax deve ser realizado. Se o raio X for sugestivo de tuberculose
e a criança apresentar sintomas, o tratamento deve ser inciado.Caso o resultado do
raio X seja normal e não hajam sintomas clínicos, a quimioprofilaxia deve ser
feita.
 Vacinada: Assintomáticas, os pais devem ser orientados a procurar uma unidade de
saúde caso a criança passe a apresentar sintomas. As crianças sintomáticas devem
fazer o raio X de tórax e se houver escarro, o exame de escarro também deve ser
realizado. Caso o resultado do raio X seja sugestivo de tuberculose e a criança
apresente os sintomas, o tratamento deve ser iniciado. Em caso de raio X normal,
aos pais devem ser orientados a procurar a unidade de saúde caso a criança
apresente os sintomas.
Observações:
 O PPD geralmente não é pedido na investigação de contatos adultos porque
os adultos são mais resistentes e, provavelmente, já se infectaram em algum
momento de sua vida, sem que o contágio tenha sido, necessariamente,
daquela pessoa da sua família que adoeceu.
 O exame de escarro normalmente não é feito em crianças, porque não é
comum que uma criança consiga cuspir a expectoração para o exame.
Biossegurança:
 Manter a casa sempre bem ventilada e iluminada, e de preferência o doente deve
dormir sozinho em um quarto.
 O doente não precisa ser isolado da família caso faça o tratamento
adequadamente, pois ele deixa de transmitir o bacilo após alguns dias do início
do tratamento. A família deve ser sim dar apoio ao doente para que ele faça o
tratamento até o fim e fique totalmente curado, evitando assim o abandono e o
conseqüente agravamento do caso.
Quimioprofilaxia
A quimioprofilaxia consiste na administração de isoniazida (H) em pessoas
infectadas pelo “bacilo de Koch” (quimioprofilaxia secundária) ou não (quimioprofilaxia
primária), na dosagem de 5-10mg/kg de peso, diariamente, durante seis meses
consecutivos.
A quimioprofilaxia com isoniazida contra a tuberculose ativa reduz entre 40 a 80%
o risco de indivíduos infectados com o Mycobacterium tuberculosis e os tuberculínicospositivos desenvolverem a doença. Além disso, a isoniazida não desencadeia a resistência
do Mycobacterium tuberculosis, já que o número deste microorganismo encontrado nas
lesões residuais é pequeno, havendo pouquíssima chance de selecionar germes mutantes
naturalmente resistentes a essa droga.
A isoniazida é a droga de eleição para a quimioprofilaxia, porque, após três horas de
sua administração, a concentração inibitória mínima no sangue, para os bacilos
tuberculosos, é de 50 a 90 vezes maior que a necessária para matá-los. Além disso, ela tem
forte poder bactericida, associado à ação esterilizante. É a droga com menos efeitos
colaterais indesejáveis e a de menor custo. Entretanto, sua aplicação em massa é
insuficiente em termos de saúde pública, já que são muitos os infectados pela tuberculose
no Brasil e no mundo. Outro motivo para a não universalização da quimioprofilaxia é a
hepatotoxicidade da isoniazida, que aumenta com a idade.
A quimioprofilaxia deve ser aplicada aos grupos de alto risco de tuberculose, dentre
estes, os co-infectados pelo HIV e pelo Mycobacterium tuberculosis. Além destes, os
recém-nascidos coabitantes de foco tuberculoso ativo, em que a medicação é administrada
por 3 meses e, após esse período, faz-se a prova tuberculínica.. Caso a criança seja reatora,
a quimioprofilaxia deve ser mantida por mais 3 meses; caso não, interrompe-se o uso de
isoniazida e vacina-se com BCG. Os indivíduos com viragem tuberculínica recente (até 12
meses) e os imunodeprimidos, por uso de drogas ou por doenças imunodepressoras, e
contatos intradomiciliares de tuberculoso também são indicados à quimioprofilaxia.
Programa de Controle da Tuberculose
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STOP TB: É um movimento global, conduzida pela OMS para acelerar as medidas
de controle da tuberculose através da expansão da adoção do DOTS. Pretende em
2050 eliminar a doença como problema de saúde pública.
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PNCT (Programa Nacional de Controle da Tuberculose): É um programa
unificado, executado em conjunto pelas esferas federal, estadual e municipal. Tem
como objetiva basicamente a distribuição de medicamentos gratuitos e ações
preventivas. Só que atua em apenas algumas regiões prioritárias e de forma discreta
SUS (Secretaria de Vigilância em Saúde): Foi criada no Ms (ministério da saúde)
para reestruturar o combate a tuberculose através da união de todas as ações de
vigilância, controle e prevenção.
DOTS (Estratégia do Tratamento Supervisionado da Tuberculose): Tem a
proposta de garantir a adesão do paciente ao tratamento e sua continuidade,
reduzindo desta forma o risco de transmissão.A supervisão é feita 3x por semana
nos 2 primeiros meses e 1x por semana até o final do tratamento. Esta supervisão
pode ser feita por um familiar ou profissional de saúde ou uma pessoa da
comunidade.
Desmistificando a Tuberculose:
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A tuberculose não tem ligação nenhuma com a gripe e a pneumonia. Ou seja,
abrir geladeira sem camisa e tomar gelado não causam tuberculose.
A tuberculose não é transmitida pelo sexo, beijo, sangue e nem por fômites
(objetos de uso pessoal, como copo, talher, roupa e colchão). Somente o AR
pode transmiti-la: já foi comprovado que o bacilo engolido não é capaz de
causar a doença.
Somente os pacientes que têm a tuberculose no pulmão podem transmitir a
doença. Os outros locais do organismo não conseguem provocar a eliminação do
bacilo pela tosse.
BCG: a vacina só previne contra os tipos mais graves de tuberculose, como a
forma miliar e a meningite tuberculosa. Não protege contra a forma pulmonar.
Exames e remédios são muito caros? Eles são gratuitos, disponibilizados pelo
governo federal e podem ser encontrados nos postos de Saúde de sua cidade.
A tuberculose tem cura? Tem sim, desde que o tratamento seja rigorosamente
seguido pelo paciente.
Álcool: é preciso parar de beber durante o tratamento, para evitar maiores
complicações no futuro.
Gravidez X tratamento: uma gestante, que porventura pegue a doença, pode
fazer o tratamento tranqüilamente, pois os remédios são altamente seguros.
Tuberculose Resistente: o paciente não deve abandonar o tratamento, pois os
bacilos se tornam mais fortes e resistentes aos medicamentos. Com isso, o
tratamento seguinte será muito mais duradouro, fará maior uso de medicamentos
e pode até não curar!!!!
Notificação Obrigatória: Não podemos esquecer que a tuberculose é uma das
doenças de notificação obrigatória e, com isso, quando estivermos diante de um
paciente tuberculoso, devemos notificar imediatamente à Secretaria Municipal
de Saúde, através de uma ficha de notificação do SINAN.
Preconceito
As pessoas que ficam diante de um paciente de tuberculose geralmente apresentam
preconceito. Isso ocorre principalmente pro medo. É normal quando a gente não consegue
entender como se pega a doença e como podemos nos proteger que apresentemos o medo, é
normal. A informação pode ajudar a controlá-lo.
 O que fazer para eliminar esse medo?
1- Procure saber se o doente esta se tratando corretamente: depois de 15 a 30 dias ele já não
elimina os bacilos da TB.
2- Abrir janelas para permitir a ventilação.
3- Lembrar o doente de que ele tem que cobrir a boca quando tossir.
4- Procurar um profissional de saúde para orientação
 Observações:
- É preciso levar em consideração que ajudar o doente a fazer o tratamento acaba com o
problema e que o apoio da família e dos amigos é fundamental para vencermos as
dificuldades.
- E não se esqueça que a tuberculose CURA completamente e que qualquer pessoa pode
adoecer com tuberculose.

Mensagem Final:
DEVEMOS EVITAR O BACILO, MAS SEMPRE AJUDAR O DOENTE!!!!
Referências bibliográficas:

BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Políticas de Saúde Departamento
de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica.Manual Técnico para controle
da Tuberculose. Brasília-DF,2002.

NUNES, Ceulci, et al. Meningoencefalite Tuberculosa: Avaliação de 231
casos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. V.31, nº
05, págs. 441-447 , set.-out.,1998.

DA SILVA, Elisvânia Rodrigues, et al. Tuberculose Primária da Mama.
Revista de Ginecologia e Obstetrícia.V.24,nº 4, págs.241-245, mar.,2002.

Da Silva, Luiz Carlos Corrêa – Condutas em Pneumologia, V. 1, Editora
Rerinter 2001, págis 428-432.

Anatomia
Patológica
Geral.
http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia
2005.
Disponível
Acesso em:
16
em:
set.

Rede TB- Rede Brasileira de Pesquisas es Tuberculose. Disponível em:
http://www.redetb.usp.br/ . Acesso em: 15 set. 2005.

Dr. Dráuzio Varella entrevista com Dr. Daniel Deheinzelin, médico
pneumologista e diretor clínico do Hospital A C Camargo (SP). Disponível em:
http://www.drauziovarella.com.br . Acesso em 16 set. 2005

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.saude.rj.gov.br/tuberculose/oque_e.shtml
Relatório de Biossegurança
Grupo: Tuberculose
Apresentação: 05/10
Desde o sorteio dos temas, os membros da equipe foram pesquisando os diversos
tópicos a serem abordados durante o seminário.
Ocorreram duas reuniões:
 Na primeira, dia 23/09, houve a discussão das pesquisas individuais, a
elaboração do esboço do folder e esqueleto dos slides, e a divisão dos tópicos
entre os membros da equipe. A partir daí, cada um ficaria responsável pela
elaboração do seu texto, síntese das pesquisas individuais.
 Na segunda, dia 02/10, houve o término da elaboração dos slides e a discussão
final dos textos elaborados por cada membro.
Houve dois ensaios, um no dia 04/10 à tarde e outro no dia 05/10 pela manhã. Neste
dia, sob orientação da professora Suzana, modificamos alguns detalhes nos slides, com o
fim de melhorar a apresentação para os expectadores.
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