ESCATOLOGIA BÍBLICA Apocalipse 6.12-14 Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 O Sexto selo – Abalo no céu (sinais cósmicos) 12 Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, 13 as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, 14 e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 A resposta de Deus à pergunta “até quando?” dos mártires é tanto imediata quanto final. O fim iminente da história é representada primeiro no tradicional abalo do céu, que, com muita frequência, inicia o Dia do Senhor nas Escrituras. Assim, estamos no fim da história humana esses sinais cósmicos anunciam o retorno de Cristo. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 O abalo do céu é repetido na sétima trombeta (11.13,19) e na sétima taça (16.18-21), e em cada caso a ênfase está na vinda de Deus em juízo (em resposta às orações dos mártires por justiça). A passagem se inicia com a expressão característica (vi) usada também em 6.2,5,8,9. Essa é a única passagem, porém, em que a expressão dá início à abertura de um dos selos, pois, em outras partes, ela aparece em uma seção destacando o aspecto que está por vir. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Novamente, é Cristo que “abre o sexto selo”. Logo depois do rompimento do selo, começa a terrível tempestade. Há uma série de textos do AT por trás dos sinais cósmicos desta passagem de Apocalipse (Is 13.10-13; 24.1-6, 19-23; 34.4; Ez 32.6-8; Jl 2.10,30,31; 3.15,16). Sendo Isaías 34.4 a predominante “E todo o seu exército cairá, como cai a folha da videira e da figueira”. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 O terremoto ocorre sete vezes (6.12; 8.5; 11.13 (2x), 19; 16.18 (2x)). No discurso apocalíptico sinótico, o abalo dos céus acontece no retorno de Cristo (Mc 13.24-27). Esse evento demonstra a ação de Deus culminando para o fim da história da terra. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 SINÓTICO Palavra derivada do grego sin = mesma (o) ótica = olhar Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Em seguida, o sol se torna escuro e a lua fica vermelha como sangue. Os efeitos do escaton sobre os astros são vistos também na quarta trombeta e na quarta taça, quando o juízo divino é derramado sobre os habitantes da terra por meio do sol, da lua e das estrelas (8.12; 16.8,9). Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 O sol se torna “escuro como saco de crina”, que era um saco grosso feito de pelo preto de cabra, e era vestido geralmente em tempos de luto. O tema de lamento e luto é natural e prepara para o quadro de terror mortal em 6.15-17. É o dia da ira de Deus (6.17) e o mundo pranteará sua derrota. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 A cena continua com a figura da lua se tornando “como sangue”, indicando “ vermelho como sangue”, outra imagem para o juízo terrível. Em Joel 2.31 (citado por Pedro em At 2.17-21), “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. O escurecimento do sol ocorre com frequência no AT como sinal de juízo (Êx 10.22; Is 13.10; Ez 32.7,8), e a transformação da lua em cor de sangue intensifica a cena. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Depois disso, “as estrelas do céu” caem sobre a terra (6.13). Aqui, temos mais uma imagem apocalíptica fundamental para o fim da história. O pano de fundo é uma intensa chuva de meteoros, mas a imagem, na verdade, é bem mais aterrorizadora. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Ela faz alusão a Isaías 34.4 “E todo o exército dos céus se gastará, e os céus se enrolarão como um livro; e todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide, como cai o figo da figueira”. A segunda metáfora de Isaías para a queda das estrelas é intensificada aqui “como figos verdes derrubados da figueira por um vento forte”. Em Isaías, a imagem descrevia o juízo sobre as nações, ao passo que , em Apocalipse, apresenta o juízo final. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Essa metáfora aparece também no discurso escatológico de Jesus, em Mc 13.25, e faz referência ao abalo do cosmo na segunda vinda. A única outra passagem de Apocalipse em que as estrelas caem é a terceira trombeta (8.10,11), quando uma “grande estrela”, chamada “Absinto” (uma planta amarga que simboliza tristeza), cai sobre as águas e rios e fontes, contaminando-as. Da mesma maneira, essa imagem mostra que o grande Juiz está vindo. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Não poderia haver imagem melhor para o fim do mundo. Ela também vem de Isaías 34.4 e de Marcos 13.25 (paralelo a Mt 24.29), “as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão no céu serão abalados”. A ideia do céu recolhendo-se “como um rolo” representa o universo como um enorme pergaminho desenrolado. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 Assim, nos últimos tempos, a força que mantém o rolo aberto será retirada e ele tornará a se enrolar. No batismo de Jesus, o céu foi “partido” (Mc 1.10), o que também é um símbolo apocalíptico para o final da era, e aqui o céu será “enrolado”. A primeira vinda de Jesus inaugurou a vinda do reino e o fim dos tempos, este ato da vontade de Deus de recolher os céus finalizará esse período. Escatologia Bíblica Apocalipse 6.12-14 O evento apocalíptico final é a remoção das montanhas e das ilhas. Tal imagem deve ter sido um forte impacto, devido à importância das montanhas na vida religiosa das pessoas daquela época, e ao vasto número de ilhas que faziam parte da vida dos habitantes em volta do Mediterrâneo. Aqui, as ilhas e as montanhas podem ser “movidas” pela intensidade do grande terremoto de 6.12, mas, a luz do paralelo em 16.20, é provável que elas sejam “removidas”.