DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA Campbell: Ramo da ciência que

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DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA
Campbell: Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental – suas
causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de
manifestação.
- O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, busca apenas observar, identificar e
compreender os diversos elementos da doença
mental.
- Rejeita qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, psicológico ou biológico; o
conhecimento que busca está permanentemente sujeito a revisões, críticas e
reformulações.
- Conhecimento que se esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante.
CAMPO DA PSICOPATOLOGIA: São vivências, estados mentais, e padrões de
comportamentais, com especificidade psicológica, NÃO são “exageros” do normal .
- O mundo da doença não é um mundo totalmente estranho ao mundo das experiências
psicológicas “normais”.
RAÍZES : (tradições)
Médica: observação prolongada e cuidadosa de um considerável contingente de doentes.
Humanística: Sempre viu na “alienação mental”, no pathos do sofrimento mental extrema,
uma possibilidade excepcional rica de reconhecimento de dimensões humanas que, sem o
fenômeno “doença mental”, permaneceriam desconhecidas.
- Psicológicas, Neurológicas e Fisiológicas.
- a Psicopatologia é autônoma.
KARL JASPERS: ciência básica, que serve de auxílio à psiquiatria (outros ramos
também).
Limites: Embora o objeto de estudo seja o homem em sua totalidade, nunca se pode
reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos. – não é a única
abordagem do homem doente.
FORMA DOS SINTOMAS: é a estrutura básica – semelhança (delírio, alucinação, etc.).
CONTEÚDO DOS SINTOMAS: mais pessoal – aquilo que preenche a alteração estrutural
(culpa, religioso, perseguição, etc.). – depende da história de vida do paciente.
- os conteúdos então relacionados aos temas centrais da existência humana (sexo,
alimentação, conforto físico leva a sobrevivência e prazer, temores básicos, tais como
morte, doença, miséria, e religiosidade).
Relacione: DINHEIRO – SEGURANÇA E CONTROLE SOBRE O OUTRO/ SEXO –
PRAZER
- O estudo da doença mental, como o de qualquer outro objeto, inicia pela observação
cuidadosa de suas manifestações.
Aristóteles – O problema de Classificação é a é questão da unidade e variedade dos
fatos e dos conhecimentos que sobre eles são produzidos:
Fenômenos Semelhantes: em todas as pessoas, embora haja uma qualidade pessoal
própria para cada pessoa, essas semelhanças são basicamente para todos. Ex: fome,
sede, etc. (todo H. sente fome)
Em parte semelhantes e em parte diferentes: Fenômenos que o homem comum
experimenta, mas apenas em parte são semelhantes aos que o doente mental vivencia.
Ex: H. normal sente tristeza, e a alteração profunda que um paciente com depressão
psicótica é parcialmente semelhante à tristeza. (tristeza x depressão)
Qualitativamente novos e diferentes: Próprios a certas doenças mentais.
NORMAL E PATOLÓGICO – questão de grande controvérsia.
- O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria definição do que
é saúde e doença mental.
1 – Psiquiatria legal ou forense: Implicações legais, criminais e éticas, podendo definir o
destino social, institucional e legal de uma pessoa.
2 – Epidemiologia psiquiátrica: Neste caso, a definição de normalidade é tanto um
problema como um objeto de trabalho e pesquisa.
3 – Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria: Impõe a análise da relação entre o fenômeno
supostamente patológico e o contexto social no qual ele emerge.
4 – Planejamento em saúde mental e políticas de saúde: critérios de normalidade para
verificar as demandas assistenciais, as necessidades de recursos, quais e quantos
serviços devem ser colocados à disposição do grupo...
5 – Orientação e capacitação profissional: Capacidade de um indivíduo para exercer
certa profissão: retardo mental X dirigir veículos, psicóticos X armas.
6 – Prática clínica: Discriminar no processo de avaliação e intervenção, se tal ou qual
fenômeno é patológico ou normal, se faz parte de um momento existencial do indivíduo ou
é algo francamente patológico.
Critérios de NORMALIDADE
- Normalidade como ausência de doença: Indivíduo que não é portador de transtornos
mental definido. Critério falho: redundante, defini-se a normalidade não pelo aquilo que é e
sim pelo que lhe falta, saúde como ausência de sintomas, sinais ou de doenças.
– Normalidade ideal: Estabelece arbitrariamente uma norma ideal (utopia), é socialmente
constituída, depende de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários. Ex: com base na
adaptação dos indivíduos às normas morais e políticas de determinada sociedade.
– Normalidade estatística: Fenômenos quantitativos, normal passa a ser aquilo que se
observa com mais frequência. Critério falho: nem tudo o que é frequente é
necessariamente “saudável”. Por ex: transtornos ansiosos.
– Normalidade como bem estar: Conceito do O.M.S (1946): saúde como o completo bem
estar físico, mental e social. Crítica: conceito vasto e impreciso – utópico, poucas pessoas
se encaixam.
– Normalidade funcional: Fenômeno é patológico a partir do momento que é
disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para o seu grupo social.
– Normalidade como processo: Consideram-se aspectos dinâmicos do
desenvolvimento psicossocial, das estruturas e das reestruturações ao longo do tempo. Ex:
na Psiquiatria infantil, mudanças próprias de certos períodos etários.
– Normalidade subjetiva: Ênfase a percepção subjetiva do indivíduo a seu estado de
saúde, a pessoa se sente bem e pode estar por ex: em mania. (falho)
– Normalidade como liberdade: a partir da fenomenologia e existencialismo conceitua
doença mental como perda da liberdade existencial (autonomia), é constrangimento do ser,
é fechamento das possibilidades.
– Normalidade operacional: É assumidamente critério arbitrário, define-se a priori o que
é normal e patológico, busca trabalhar operacionalmente com esses conceitos, aceitando
as consequências.
FUNÇÕES PSÍQUICAS:
CONSCIÊNCIA: É uma atividade integradora dos conhecimentos psíquicos que permite ao
indivíduo tomar conhecimento da realidade em um determinado momento.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS:
Obnubilação ou turvação de consciência: Diminuição do grau de nitidez da atividade
psíquica. Acompanhados de sinais de rebaixamento da consciência: Sonolência, lentidão
de reflexos...(pensamento ligeiramente confuso)
Sopor: Marcante turvação de consciência. Acentuação do estado de sonolência, paciente
está aparentemente dormindo, e pode ser desperto por estímulo energético, sobretudo de
natureza dolorosa.
Coma: Grau mais profundo do rebaixamento do nível de consciência. Caracteriza-se pela
ausência absoluta de toda resposta consciente a um estímulo.
Delirium: Síndrome associada ao rebaixamento do nível de consciência. Ênfase ao
aspecto confuso do pensamento, mas não o mais importante, nem mais frequente.
Acompanha desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, ansiedade,
agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e ilusões e/ou alucinações, quase
sempre visuais.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS:
Estados crepusculares: Estado patológico transitório no qual uma obnubilação da
consciência é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada.
Diminui a possibilidade dos objetos entrarem no foco da consciência – comparação: palco
que é iluminado a cada momento com maior nitidez em uma região, de acordo com a
necessidade, na patologia é como se o foco de luz perdesse sua mobilidade e iluminasse
apenas uma região.
- Condição orgânica, frequentemente da epilepsia, caracteriza por: início e término agudo,
duração variável de algumas horas a várias semanas, ocorrência de atos violentos ou
ataques emocionais, durante o comportamento de outro modo calmo e normal. (podem
ocorrer também em intoxicações por álcool/substâncias, após traumatismo craniano,
quadros dissociativos histéricos agudos, após choques emocionais intensos).
ATENÇÃO: Capacidade de dirigir nossa atividade psíquica a um determinado estímulo.
Atenção voluntária: Exprime a concentração ativa e intencional da consciência sobre o
objeto. Ex: Presta atenção na música, em um ambiente repleto de pessoas conversando.
Alteração: Pode estar diminuída. Indivíduo volta-se para a suas preocupações e não
consegue fixar sua atenção a qualquer estímulo externo. Ex: Indivíduo sonolento que não
se dá conta que abriram a porta do seu quarto.
Atenção espontânea: Aquela atenção suscitado pelo interesse momentâneo, que
desperta esse ou aquele objeto, geralmente está aumentada nos estados mentais em que
o indivíduo tem pouco controle sobre sua atividade mental. Ex: Indivíduo que está lendo e
que, ao tocar o telefone, interrompe involuntariamente a sua leitura.
ALTERAÇÕES:
Hipoprosexia: Alteração mais comum e menos específica. Diminuição global da atenção.
Perda básica da capacidade de concentração, com fatigabilidade aumentada, o que
dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão.
Hiperprosexia: Estado de atenção exacerbada, no qual há uma tendência incoercível a
obstinar-se, a deter-se indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente
infatigabilidade.
Aprosexia: Total abolição da capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam
os estímulos utilizados.
Distraibilidade: Instabilidade marcante e mobilidade da atenção voluntária. A atenção do
indivíduo é muito facilmente desviada de um objeto para outro, se distrai fácil. (manias e
depressões)
Transtornos mentais:
Quadros maníacos: Diminuição da atenção voluntária e aumento da atenção espontânea,
com hipervigilância (mudança de um foco para outro rapidamente) e hipotenacidade
(diminuição da capacidade de fixar a atenção sobre determinado objeto). – Salta
rapidamente de um estímulo para outro.
Quadros depressivos: Diminuição geral da atenção, ou seja, hipoprosexia. Em alguns
casos graves, ocorre a hipertenacidade (fixação da atenção em certos temas depressivos),
com rigidez e hipovigilância (diminuição da capacidade de mudar o foco da atenção).
ORIENTAÇÃO: Capacidade de orientar-se é classificada em:
ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA: Orientação do indivíduo em relação a si mesmo. Revela
se o sujeito sabe quem é: nome, idade, estado civil, etc.
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA: Diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao
mundo, isto é, quanto ao espaço (espacial) e quanto ao tempo (temporal).
ALTERAÇÕES:
Desorientação...
- Por redução do nível de consciência: Indivíduo está desorientado por turvação de
consciência, tal rebaixamento do nível de consciência produz alteração da atenção,
concentração, consequentemente, capacidade de percepção e retenção de estímulos
ambientais. (forma mais comum)
- Por déficit de memória imediata e recente (Amnéstica): Indivíduo não consegue reter
as informações ambientais básicas. Não conseguindo fixar as informações, perde a noção
do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado
temporoespacialmente.
- Demencial: Ocorre não apenas por perda da memória de fixação, mas por déficit de
reconhecimento ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções
cognitivas. (quadros demenciais, Alzheimer, vasculares)
- Apática ou Abúlica: Ocorre por apatia ou desinteresse profundos, o indivíduo torna-se
desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, comumente em
quadro depressivo.
- Delirante: Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante,
vivenciando ideias muito intensas, crendo com convicção plena que estão “habitando” o
lugar dos delírios.
- Por déficit intelectual (Oligofrênica): Ocorre em indivíduos com deficiência ou retardo
mental grave ou moderado. Incapacidade ou dificuldade em compreender o ambiente e de
reconhecer e interpretar as convenções sociais que padronizam a orientação do indivíduo
no mundo.
- Dissociação: Ocorre em geral em quadros histéricos graves, normalmente acompanhada
de alterações de identidade e da consciência secundárias a dissociação histérica. (estado
crepuscular histérico, quadros dissociativos psicogenéticos, etc.).
- Desagregação: Ocorre em pacientes psicóticos, geralmente esquizofrênicos em estado
crônico e avançado da doença, quando o indivíduo, por desagregação profunda do
pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o que o
impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si mesmo.
- Quanto à própria idade: Discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela
que o paciente diz ter. (esquizofrênicos crônicos, déficit cognitivo na esquizofrenia)
MEMÓRIA: Capacidade de registrar, reter e evocar fatos ocorridos.
FIXAÇÃO: É a ida de um fato da vida psíquica do campo da consciência ao arquivo da
memória. É através desta que o indivíduo adquire novos conhecimentos.
EVOCAÇÃO: É a volta do fato arquivado na memória para o campo da consciência. Para
poder recordar é necessário esquecer.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS:
Amnésia anterógrada (fixação): Capacidade alterada de retenção das lembranças,
amnésia que se refere aos fatos transcorridos depois das causas determinantes do
distúrbio.
Ex: Paciente alcoólatra que é incapaz de reter qualquer informação que lhe é fornecida.
Ex: Paciente que depois do acidente, não consegue mais fixar nada.
Amnésia retrógada (evocação): Quando é atingida a capacidade de recordar lembranças
passadas, fatos ocorridos antes, é relativa a um espaço de tempo limitado (dias, horas, e
os mais raros, semanas e anos), podendo em alguns casos compreender todos os
acontecimentos anteriores da vida do enfermo. Ex: Paciente que não se lembra do
período do casamento...ou que não se recorda de nada do período dos seis aos oito anos.
Amnésia retroanterograda (total): Não se recorda de fatos ocorridos antes e depois da
causa determinante (alteração de fixação e evocação).
Hipermnésias: Quando se evocam lembranças casuais com mais vivacidade e exatidão
que ordinariamente. Existe uma maior facilidade na evocação. Ex: Indivíduo que durante
terremoto relembra fatos de toda sua vida.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS:
Fabulações: Relato de coisas fantásticas que nunca aconteceram, preenchimento das
lacunas mnênimas com fatos fantasiosos, que na verdade podem nunca ter ocorrido, ou
terem se passado em outra época. Alteração de fixação e de uma incapacidade de
reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia. Ex: Indivíduo que não se
lembra se não conhece ou não certa pessoa, diz que já a viu em determinada situação, e
descreveu o encontro com detalhes minuciosos.
Amnésias psicogênicas: Há perda de elementos mnêmicos focais, que tem um valor
psicológico específico (valor simbólico, afetivo). O paciente esquece, por exemplo, de um
evento de sua vida (que teve um significado especial para essa pessoa), mas consegue
lembrar tudo que ocorreu a seu “redor”.
Amnésia orgânica: É menos seletiva. Na maioria das vezes perde-se primeiro a
capacidade de fixação (memória imediata e recente) e só em estados avançados da
doença o paciente começa a perder conteúdos antigos.
Síndrome de Ribot: Consiste em uma intensa amnésia de fixação, conservando-se a
memória de evocação. Ex: Paciente acaba de ler o jornal, não se recorda de nada do que
foi lido cinco minutos após de terminada a leitura. Ao mesmo tempo é capaz de recitar que
aprendeu em sua juventude.
Déja Vú (fenômeno já visto): Vivência atual que já foi experimentada no passado,
consciência ligeiramente ofuscada. Ex: Esquizofrênica que acreditava que tudo o que
acontecia já tinha acontecido antes.
Jamais Vú: Incapacidade de reconhecer o ambiente por mais familiar que este o seja na
realidade.
Transtornos do reconhecimento:
- Agnosias de origem cerebral e transtornos do reconhecimento associados aos transtornos
mentais, sem base orgânica definida. Táteis, visuais, auditivas.
Transtornos do reconhecimento associado a transtornos psiquiátricos:
Falso reconhecimento: Paciente identifica o médico, ou o enfermeiro como uma pessoa
de sua família, atribui o mesmo nome e conversa como se fosse alguém de sua família.
(típicos da psicose)
Falso desconhecimento: Paciente não reconhece membros próximos de sua família.
SENSOPERCEPÇÃO: Atividade de incorporação das informações do meio externo e
corporal ao psiquismo. Isso é feito através dos dados fornecidos pelos órgãos de sentido.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS: Intensidade anormal para mais ou para menos.
Hiperestesia (Hiperpatia): Percepção anormalmente aumentada. Os sons são ouvidos
são de forma amplificada, um ruído parece um estrondo, as cores tornam-se mais intensas.
(intoxicações por alucinógenos, algumas formas de epilepsia, enxaqueca,
hipertireoidismo, esquizofrenia, e em certos quadros maníacos). Ex: O barulho do
relógio de bolso mais parece com relógio da torre.
Hipoestesia: Percepção diminuída. Observada em alguns pacientes depressivos. O
mundo circundante é percebido como mais escuro, sem brilho, os alimentos não têm mais
sabor, os odores perdem sua intensidade.
Analgesias (anestesias táteis): Implica em perda da sensação tátil em determinada área
da pele e partes do corpo. Perda da sensibilidade à dor, com a conservação de outras
formas de sensibilidade – tátil, térmica e discriminatória.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS: Mais importante em Psicopatologia.
Ilusão: Caracterizada pela percepção deformada, alterada de um objeto real e presente.
Há sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal
percepção é deformada, adulterada, por fatores patológicos diversos. (quadros neuróticos
e psicóticos) Não necessariamente patológicos. Ex: Pessoa que caminha no bosque
durante a noite e confunde um tronco de árvore com a figura de um homem.
Ocorrem em basicamente três condições: 1- Rebaixamento do nível de consciência, 2 –
Fadiga grave ou Inatenção marcante, 3 – Alguns estados afetivos.
TIPOS: Visuais: mais comuns, o paciente vê pessoas, monstros, animais, a partir de
estímulos visuais como móveis, roupas, objetos ou figuras penduradas nas paredes.
Auditivas: não são raras, nas quais a partir de estímulos inespecíficos, o paciente ouve
seu nome, palavras significativas ou chamamentos.
Pareidolias: Ilusões provocadas voluntariamente. Imagens visualizadas voluntariamente a
partir de estímulos imprecisos do ambiente. Ex: a criança que olha uma nuvem e vê nela
um gato ou um elefante.
Alucinações: Percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) SEM a
presença do objeto estimulante real. Embora seja mais comum em transtornos mentais
graves, podem ocorrer em pessoas que não os apresentem, indivíduos que não
apresentam transtornos podem ter visões ou ouvir vozes, sobretudo a de parentes
próximos já mortos, devido ao desejo intenso de reencontrá-los.
- Auditivas: Mais frequentes nos transtornos mentais. Divididas em simples e complexas:
Simples: Aquelas nas quais se ouvem apenas ruídos primários, elas são menos
frequentes que as complexas.
Complexas: mais frequente e significativa é a Audio-verbal: O paciente escuta vozes sem
qualquer estímulo real. São vozes que geralmente o ameaçam ou insultam. Quase sempre
é de conteúdo depreciativo e/ou de perseguição. Alguns casos ordenam que façam algo
(vozes de comando), podendo inclusive mandar que se mate. As vezes comentam as
atividades corriqueiras do paciente, por ex., “Agora o João está bebendo água...” (vozes
que comentam a ação).
(esquizofrenias, transtornos do humor, alcoolismo crônico, transtornos da
personalidade, transtornos dissociativo).
Próximos as alucinações auditivas:
- Sonorização do pensamento: Vivência sensorial de ouvir o pensamento, no momento
mesmo em que este está sendo pensado (sonorização) ou de forma repetida, logo após ter
sido pensando (como eco do pensamento). Existem 2 tipos:
Sonorização do próprio pensamento: Reconhece claramente que está ouvindo os
próprios pensamentos, escuta-os no exato momento em que os pensa.
- Sonorização de pensamento como vivência alucinatório-delirante: Indivíduo ouve
pensamentos que foram introduzidos em sua cabeça por alguém estranho, sendo ouvidos
por eles.
- Publicação do pensamento: As pessoas ouvem o que o paciente pensa no exato
momento em que está pensando. – Difusão - os outros sabem e ouvem o que ele está
pensando.
- Visuais: Visões nítidas que o paciente experimenta, SEM a presença de estímulos
visuais. Podem ser simples ou complexas:
Simples (fotopsias): Indivíduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. (esquizofrenia,
acidentes vasculares que comprometem as vias visuais, abuso de álcool, enxaqueca,
epilepsia).
Complexas ou configuradas: Incluem figuras e imagens de pessoas (vivas ou mortas,
familiares ou desconhecidas), de partes do corpo (orgãos genitais, caveiras, etc.), de
entidades (demônio, santa, fantasma), de objetos inanimados, animais ou crianças. Podem
incluir alucinações cenográficas: visões de cenas completas (psicoses) e a alucinação
liliputiana: Indivíduo vê cenas com personagens diminutos, minúsculos, entre os objetos e
pessoas reais de sua casa.
(Narcolepsia com cataplexia, demência, doença de Parkinson com demência, Delirium,
sobretudo no delirium tremens dos alcoolistas, esquizofrenia, demência vascular, doença
de Alzheimer, doenças oftalmológicas, intoxicação por alucinógenos).
- Táteis: Paciente sente espetadas, choques ou insetos ou pequenos animais correndo
sobre sua pele. Pequenos animais ou insetos: delírio de infestação. Frequente as
alucinações táteis sentidas nos genitais, sobretudo em paciente esquizofrênicos, que
sentem de forma passiva que forças estranhas tocam, cutucam ou penetram seus genitais.
(esquizofrenia, quadros histéricos, delirium tremens, psicoses tóxicas, produzidas
sobretudo pela cocaína).
- Olfativas: Raras – “Sentir” o odor de coisas podres, de cadáver, de fezes. Lembranças
ou sensações olfativas normalmente vêm acompanhadas de forte impacto social. Ocorrem
na esquizofrenia, crises epilépticas, geralmente parciais complexas. Costumam ter impacto
pessoal especial, podendo estar relacionada à interpretação delirante.
(quadros histéricos, psico-orgânicos).
- Gustativas: Pacientes sentem na boca, o sabor de ácido, sangue, urina, etc., SEM
qualquer estímulo gustativo presente. Ocorrem muitas vezes associados às olfativas.
(esquizofrenia, quadros histéricos)
- Cenestésicas: Enteroceptivas. Sensações incomuns e anormais em diferentes partes do
corpo, como sentir o cérebro encolhendo ou o fígado despedaçando. Experimentar
sensações alteradas nas vísceras e no corpo de modo geral (cenestopatia). Ex: Paciente
sente algo andando dentro de seu abdômen.
- Cinestésicas: Realização de movimentos corporais. Vivências pelo paciente como
sensações alteradas dos movimentos do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas
encolhendo ou um braço se elevando. Ex: Estava de cabeça para baixo, pernas trêmulas...
(depressões graves)
- Combinadas ou sinestesias: Ocorrem alucinações nas várias modalidade sensoriais ao
mesmo tempo. O indivíduo vê uma pessoa que fala com ele, toca em seu corpo e assim
por diante. (alteração do nível de consciência, esquizofrenia, forma graves de histeria e em
psicoses em geral).
Hipnagógicas e Hipnopômpicas :
Alucinações auditivas, visuais ou táteis relacionadas a transição sono-vigília.
Hipnagógicas: IndivÍduo está adormecendo. Ex: Criança vê um ladrão no momento em
que está adormecendo.
Hipnopômpicas: Indivíduo está despertando.
(Ocorrem caracteristicamente na Narcolepsia - não são sempre fenômenos
patológicos, podendo ocorrer em pessoas sem transtornos mentais).
Alucinose: Paciente percebe tal alucinação como estranha a sua pessoa. Característico
das alucinoses e serem adequada e imediatamente criticadas pelos sujeitos, reconhecendo
seu caráter patológico. Embora o paciente vejo a imagem ou escute o ruído, falta a crença
comumente o alucinado tem em sua alucinação. Estabelece distanciamente entre si e o
sintoma. (quadros psico-orgânicos, por intoxicações por alucinógenos, nas
alucinações visuais, pode ocorrer também devido a tumores do pedúnculo cerebral).
Ex: Paciente alcoólico crônico que ouve vozes que o insultam.
AFETIVIDADE: Atividade do psiquismo, sendo, portanto continua. Na literatura é
conceituada pelas exclusão de outras funções psíquicas ou pelas subfunções que a
constituem. Podemos entretanto, delimita-la através de seus atributos:
- Tipo de valorização polar (amor, ódio, alegria e tristeza)
- É subjetiva: a concretização só é feita de forma indireta.
- É atemática. Não tem objeto fixo. Um indivíduo pode ficar alegre por um motivo
completamente diferente do outro.
Emoções: Estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como a reação
do indivíduo certas excitações internas ou externas, conscientes e inconscientes.
Frequentemente acompanhadas de reações somáticas, mais ou menos especificas.
Sentimentos: Estados e configurações afetivas estáveis, em relação as emoções, são
mais atenuados em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Estão
comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não
implicam concomitantes somáticos. Ex: de tristeza, euforia, raiva, amor, temor, vaidade,
etc.
Afetos: Conceituamos os afetos a partir de metáforas ou descrevendo a vivencia do
mesmo. Ex: Insegurança: afeto correspondente a vivência de ameaça.
Catatimia: Importante influência que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os
sentimentos e as paixões exercem sobre as demais funções psíquicas.
ALTERAÇÕES:
ALTERAÇÕES DE HUMOR:
Distimia: Designa a alteração básica do humor, tanto no sentido de inibição como no
sentido de exaltação. Distimia Hipotímica: Tristeza, melancolia. Distimia Hipertímica:
Expansiva, eufárica, exaltação patológica do humor, bases afetivos dos quadros
maníacos.
Disforia: Desassossego. Distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável,
mal-humorada, pode vir acompanhada de forte componente de irritação, amargura,
desgosto ou agressividade.
Polos básicos da alteração do Humor (timopatias):
Polo Depressivo - Hipotimia: Base afetiva de todo transtorno depressivo.
Polo Maníaco - Hipertimia : Humor patologicamente alterado no sentido de exaltação e da
alegria.
Euforia ou alegria exagerado: Humor morbidamente exagerado, estado de alegria
intensa e desproporcional as circunstâncias.
Elação: Além da alegria patológica, há a expansão do EU, uma sensação objetiva de
grandeza e de poder.
Irritabilidade Patológica: Há hiper-reatividade desagradável, hostil e, eventualmente,
agressiva a estímulos do meio exterior. Qualquer estímulo é sentido como perturbador, e o
indivíduo reage prontamente de forma disfórica. (síndrome depressivas, quadros
maníacos, transtornos ansiosos e esquizofrenia).
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS:
Apatia: Diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os paciente queixam-se de não
poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem nada...
(quadros depressivos, transtornos mentais)
Embotamento afetivo: Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. É observável,
constatável pela mímica, postura e atitude do paciente. (formas negativas, deficitárias
da esquizofrenia)
Anedonia: Incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas
atividades e experiências da vida. Diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora
não consegue desfrutar de um bom papo com os amigos, de um almoço gostoso com a
família. Dizem “agora não vejo mais graça em nada, perderam o sabor...”.
(Sintoma central das síndromes depressivas, quadros esquizofrênicos crônicos, transtornos
de personalidade e em formas graves de neuoses).
- A apatia e anedonia ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea.
Ambivalência afetiva: Descrever sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo
ou objeto, sentimentos que ocorrem de modo absolutamente simultâneo. O indivíduo sente,
ao mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém. Ex: Homem deseja a morte
de sua mulher e ao mesmo tempo fica desesperado com essa possibilidade e chora.
- Ocorrendo de forma radical e intensa, foi descrita por Breuler para caracterizar um
aspecto importante da experiência afetiva de pacientes esquizofrênicos: Indicaria um
processo de cisão radical do EU, de desarmonia profunda das vivências psíquicas. A essa
desarmonia intrapsíquica fundamental na esquizofrenia Stransky denominou de “ataxia ou
incoordenação intrapsíquica”.
Medo: Não é uma emoção patológica. É uma característica universal dos animais
superiores e do homem. Estado de progressiva insegurança e Angústia, de impotência e
invalidez crescentes, ante a impressão iminebte de que sucederá algo que o indivíduo que
evitar, o que progressivamente se considera menos capaz de fazer.
Mira y Lopez divide o medo em 6 fases: 1 – Prudência, 2 – Cautela, 3 – Alarme, 4 –
Ansiedade, 5 – Pânico (medo intenso), 6 – Terror (medo intensíssimo)
Fobias: São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e
imcompativéis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes,
chamados de objetos ou situações fobígenas.
Agorafobia: Medo de espaços amplos e de aglomerações, como estádios, cinemas. Incluise o medo de ficar retido em congestionamento. Temor obsessivos aos espaços abertos.
Claustofobia: Medo de entrar e ficar preso em espaços fechados, como elevadores, salas
pequenas, túneis, etc.
Pânico: Reação de medo intenso, de pavor relacionada geralmente ao perigo imaginário,
de morte iminente, descontrole ou desintegração. O pânico manistesta quase sempre como
crises de pânico. Estas são crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por
meio do intenso de morrer ou de perder o controle e acentuada descarga autonômica.
Inicio abrupto de uma sensação de grande perigo e desejo de fugir ou escapar da situação.
Ocorrem sintomas somáticos autônomos, decorrentes da ansiedade intensa, decorrentes
da ansiedade intensa, como palpitações, sudorece, frios, tremores, parestesias, sensação
de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto o peito, náuseas, sensação da
cabeça ficar leve, medo de perder o controle ou enlouquecer...
Segundo Pereira: na base da crise de Pânico estaria o sentimento de desamparo, de não
sentido acolhimento básico do pai, o apoio implícito, que fundamenta o sentimento de
segurança tácita que a criança tem diante do adulto que a cuida. Não é apenas a falta
deste apoio que é angustiante, mas, sobretudo o caráter desorganizador das tensões
libidinais para as quais não é possível qualquer satisfação fora do acolhimento da mãe.
Modulação dos afetos: Variação dos afetos.
ALTERAÇÕES:
Hipomodulação do afeto: Incapacidade do paciente de modular a resposta afetiva de
acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo. Não
produz reações afetivas nos outros, nem reage afetivamente, diante das situações.
Inadequação do afeto ou paratimia: Reação completamente incongruente a situações
existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmornia profunda da
vida psíquica, contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva. Emoção ou afeto
desvinculado do contexto.
Labilidade afetiva e Incontinência afetiva: Estados nos quais ocorrem mudanças súbitas
e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. O indivíduo oscila de um estado de
forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. O paciente está
falando de algo ameno e começa chorar convulsivamente, passando, logo a seguir, a sorrir
de forma tranquila.Na incontinência, o indivíduo não consegue conter de forma alguma
suas reações afetivas. A resposta afetiva ocorre geralmente em consequência a estímulos
apropriados, mas é sempre muito desproporcional. A labilidade e incontinência afetiva são
consideradas formas de hiperestesia emocial, indicando exagero e na inadequação da
reatividade afetiva.
( Podem ocorrer em quadros de depressão ou mania, estados graves de ansiedade e
esquizofrenia).
VOLIÇÃO: Atividade psíquica de direcionamento para ação.
ALTERAÇÕES DA VONTADE:
Hipobulia/abulia: falta de desejo, motivação. Diminuição ou até abolição da atividade
volitiva. Indivíduo refere que não tem vontade para nada, sente-se muito desanimado, sem
forças, sem pique. (associada à apatia, fadiga fácil, a dificuldade de decisão, tão típicas
dos depressivos graves).
Hiperbulia: Motivação frente a qualquer estímulo (quadros maníacos, intoxicação aguda
ou crônica por anfitaminas, psicoestimulantes, estados de agitação em geral).
Atos impulsivos: Espécie de curto circuito do ato voluntário, da fase de intenção a
execução. Abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão, em função
tanto da intensidade dos desejos ou temores inconscientes como da fragilidade das
instâncias psíquicas implicadas na reflexão, na análise, na ponderação e na contenção dos
impulsos e desejos.
Impulsos patológicos: Tipos de atos impulsivos, nos quais predominam as ações
psicomotoras automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévias, de tipo
instantâneo e explosivo. Se caracteriza pela incoercibilidade, ou seja, são incontroláveis.
O ato impulsivo apresenta as seguintes características: Sem fase prévia de intenção,
deliberação e decisão, é egossintônica, associado a impulsos patológicos ou a
incapacidade de tolerância a frustação.
O ato compulsivo: Reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim
como pela tentativa de refrea-lo ou adiá-lo. Geralmente é uma ação motora complexa que
pode envolver desde atos compulsivos relativamente simples, como até rituais complexos,
como tomar banho de forma repetida e muito racionalizada, lavas as mães e secar-se de
modo estereotipado, por inúmeras vezes seguidas...
Atos e rituais compulsivos: 1 – Desconforto subjetivo, 2 – Egodistônicos, 3 – Tentativa
de resistir, 4 – Alívio ao realizar o ato compulsivo. 5 – Associados a ideias obsessivas.
Tipos de impulsos e compulsões patológicas:
Automutilação: Impulso ou compulsão seguido de comportamento de autolesão
voluntária. Os pacientes produzem escoriações na pele e mucosa, furam os braços com
pregos e pedaços de vidros, arrancam os cabelos (tricotilomania).
Frangofilia: Impulso patológico de destruir os objetos que circulam o indivíduo.
Piromania: Impulso de atear fogo a objetos, prédio e lugares.
Impulso e ato suicida: Atos extremos de agressividade voltados contra si mesmo.
(pensamento psipático, depressão acentuada, depedência química,
distimias,esquizofrenia).
Impulsos relacionados a ingestão de alimentos:
Dipsomania: Impulso ou compulsão periódica para ingestão de grandes quantidades de
álcool. O indivíduo bebe seguidamente até ficar inconsciente, a crise é sustentada,
voltando ao paciente a situação anterior, havendo geralmente amnésia retrógada para o
ocorrido.
Bulimia: Impulso irresistível de ingerir rapidamente grande quantidade de alimentos, em
geral como ataques a geladeira. Após a ingestão rápida, sente-se culpado, com medo de
engordar e induz vômitos ou toma laxativos.
Outros impulsos:
Negativismo: Forma anormal do comportamento no qual o indivíduo tende a fazer
oposição aquilo que lhe é pedido.
Passivo: Se abstém de colaborar.
Ativo: Tende a fazer o contrário do que se espera ou se deseja dele.
(esquizofrenia, depressão grave e transtorno de pensamento).
Ecopraxia (repetição dos gestos) e Ecolalia (repetição da fala): Indivíduo repete de
forma automática, durante a entrevista, os últimos atos do entrevistador, suas palavras ou
sílabas, reações mímicas ou escrita. Acentuada perda do controle da atividade voluntária e
sua substituição por atos automáticos. (esquizofrenia catatônica e quadros psicoorgânicos).
PSICOMOTRICIDADE: Capacidade de projetar o modelo para a ação. É a responsável
pela discriminação dos movimentos a serem realizados em determinada tarefa.
ALTERAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE:
Agitação psicomotora: Multiplicidade de movimentos, muitas vezes agressivos. O
paciente grita, gesticula, corre, salta, rasga as vestes, torna-se agressivo físico e
verbalmente.
Lentificação psicomotora: Reflete a lentificação de toda a atividade psíquica. Toda a
movimentação voluntária torna-se lenta, difícil, pesada. Paciente realiza todos os
movimentos de forma vagarosa.
Inibição psicomotora: Estado acentuado de lentificação psicomotor, com ausência de
respostas motoras adequadas, sem que haja paralisias ou déficit motor primário.
Estupor: Perda de toda a atividade espontânea, que atinge o indivíduo globalmente, na
vigência de um nível de consciência aparentemente preservado e de capacidade sensóriomotora para reagir ao ambiente. Envolve toda a troca voluntária, incluindo a comunicação
verbal, não verbal, mímicam olhar, gesticulação e marcha. O indivíduo fica restrito ao leito,
acordado, porém sem reagir de modo algum ao ambiente. Suas reações ficam como se
estivessem congeladas, o indivíduo chega a urinar e defecar no leito, não se alimenta
voluntariamente e, se lá deixado, fatalmente irá falecer.
Catalepsia: Acentuação exagerada do tônus postural, com grande redução da mobilidade
passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia muscular global do tipo plástico.
Flexibilidade cerácea: O indivíduo permanece em posturas, muitas vezes incômodas, em
que é colocado passivamente, como se fosse de cera.
Cataplexia: Perda abrupta do tônus muscular, geralmente acompanhada de queda ao
chão.
Estereotipias motoras: Repetições automáticas e uniformes de determinado ato motor
complexo, indicando geralmente marcante perda do controle voluntário sobre a esfera
motora, o paciente repete o mesmo gesto com as mãos centenas de vezes em um único
dia. (esquizofrenia, sobretudo em formas crônicas e catatônicas, assim como na deficiência
mental).
Maneirismo: Tipo de estereotipia motora caracterizada por movimentos bizarros e
repetitivos, geralmente complexos, que buscam certo objetivo, mesmo que esdrúxulo.
Trata-se da alteração do comportamento expressivo, em que a harmonia normal do sujeito
é substituído por posturas e movimentos estranhos, exagerados, afetados ou bizarros.
(esquizofrenia, formas graves de histeria e deficiência mental.
Tiques: São atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves e
intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de músculos que atua em suas relações
sinérgicas normais.
Catatonia: Quadro clínico que se caracteriza principalmente pelas alterações da
psicomotricidade, que será descrito a seguir:
- Mutismo, flexibilidade cerácea, estereotipias posturais, verbigeração, ecolalia e
ecopraxia, negativismo passivo e ativo, episódios de agitação, inibição psicomotora,
caralepsia podem ocorrer alucinações ou ideias delirantes, anorexia, insônia, transtornos
vegetativos: palidez, hipertenção.
ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE PSICOFÁRMACOS:
- Os psicofármacos, principalmente os neurolépticos de primeira geração (halopedirol,
clorpromazina, flufenazina, etc.) utilizados no tratamento das psicoses, produzem na
postura e na movimentação voluntária e involuntária.
FALTOU OS MAIS IMPORTANTES:
- FALTOU PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES.
- FALTOU JUIZO DE REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES.
- FALTOU LINGUAGEM E SUAS ALTERAÇÕES.
- FALTOU FUNÇÕES PSIQUICAS COMPOSTAS E SUAS ALTERAÇÕES.
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