Como podemos deslumbrar a formação de politicas públicas dentro de uma sociedade civil tão heterogênea. Reflita essa perspectiva a partir da formação de blocos históricos de Gramsci e da condensação de interesses a partir de lutas de classe de Nicos Poulantzas. Comentar a formação de politicas pública num contexto de uma sociedade civil tão complexa, exige algumas reflexões para entender, destaca-se os conceitos teóricos e aspectos na formação de blocos históricos de Gramsci relacionado a luta de classe de Nicos Poulantzas. Na sociedade pós moderna, atrelada a complexidade de grandes mudanças, pelas quais vem passando o mundo, produziram transformações na prática social, na vida das pessoas, o qual é relevante a importância do campo do conhecimento denominado políticas públicas. Este permeia o processo humano de saber conhecer, identificar situações de reais necessidades na vida dos cidadãos e na sociedade, como enfrentamento as demandas de situações problemas. Sabe-se que esta, enquanto área do saber atua de varias formas: não governamental - através de organização, reivindicações de movimentos sociais; governamental - de responsabilidade e dever do Estado, por isso é necessário a definição do problema, no sentido de mapear dados estatísticos para identificação de alternativa, analise de resultados para subsidiar a implantação de recursos do governo/estado, para a criação de programas, projetos e pesquisas para solucionar a problemática e impulsionar a inclusão social. Para melhor entendimento do assunto dado, é fundamental pontuar que na teoria de Gramsci, o Estado é uma sociedade politica que ao mesmo tempo distingue-se e confunde-se com a sociedade civil e está definição é para poder compreender a hegemonia da classe capitalista, que o Estado é, sociedade politica mais a civil, isto é hegemonia revestida de coerção. E discutível pensar em uma única classe dirigente, nas sociedades capitalista contemporâneas, onde, surgiu uma classe tecnoburocrática, de gerentes e técnicos assalariados que e poderosa devido conhecimento técnico e organizacional que são os pactos políticos - coalizões de classes, nessas pode participar não apenas as classes dominantes, mais também frações das dominadas. Formam-se assim, o que Gramsci chamou de “bloco históricos’’ para identificar os complexos sistemas políticos que, em cada momento da história detém o poder do Estado, isto é, as relações entre as classes sociais e o Estado, são sempre complexas, normalmente, o Estado é o espaço onde se desenvolvem conflitos sociais. À medida em que a democracia avança, as classes dominantes são forcadas a fazer concessões às dominadas, o Estado é transformado em um provedor de benefícios capitalistas, o que a atenua e ao mesmo tempo legitima as relações de dominações. Na concepção teórica Nicos Poulantzas as políticas do Estado, deixaram de refletir os interesses dos poderosos para se tornarem o resultado da condensação das lutas de classes que se encontra nas empresas, nas associações, sindicatos, nas organizações religiosas e nas famílias. Dessa for ma, pode-se dizer que a sociedade civil é o povo organizado de acordo com os diferentes pesos políticos de que dispõem os grupos sociais em que os cidadãos estão inseridos, assim a sociedade civil, engloba todas as relações sociais que esta à margem do Estado, mas que exerce algum tipo de influências sobre ele. O Estado, é portanto um sistema de poder organizado, que se relaciona com outro sistema de poder- a sociedade civil, cujo o poder é difuso mas real, efetivo e esta pode ser entendida como a forma pela qual as classes dominantes se organizam fora do Estado para controla-los e pô-lo a seu serviço. Essa concepção de Estado e sua relação com a sociedade civil, tem vantagem de não misturar os dois termos, embora não os separe radicalmente, nem subordine a sociedade civil no Estado. Enquanto a teoria da lógica do capital tem como base econômica, a abordagem de Poulantzas, está baseada na autonomia da esfera politica em relação a esfera econômica e no papel decisivo do conflito de classes, ele vê o Estado como a ‘’condensação” ou ‘’expressão’’ do poder das classes representadas no Estado segundo seus deferentes níveis de poder e afirma que elas tendem a forma um bloco de poder histórico, detentor da hegemonia politica e ideológica e continua, que o Estado é uma fator de reprodução das condições gerais de produção. Além disso, como a esfera politica é relativamente autônoma, o Estado garante coesão à formação social capitalista. O Estado é uma estrutura politica formada por uma organização burocrática e por uma sistema jurídico-legal, é pois, uma estrutura politica essencial ao funcionamento do modo de produção capitalista, estabelece-se uma contradição: o Estado segue a lógica do capital, na medida em que estabelece as condições gerais para o funcionamento do capitalismo, mas ao mesmo tempo é tecnoburocrático ou organizacional que garante a existência dos contratos e da propriedade, do próprio capitalismo-capitalista, mas burocrático ou organizacional. Finalmente, o Estado se tornou muito maior, devido o aumento da população e a carga tributaria cresceram de forma a permitir a realização de serviços sociais e de promoção do bem-estar social, quando, além, de garantir as condições gerais necessárias a produção, se tornou fonte de poder da alta tecnoburocrácia estatal, formada pelos altos funcionários públicos, então a relação dialética de conflito e cooperação entre o Estado e o capital, é evidente a possibilidade da própria democracia ser colocada em risco se este aparelho burocrático poderoso tiver a capacidade de submeter todas as demais organizações sociais, portanto, a própria sociedade civil, ao invés dela derivar sua legitimidade. Diante do entendimento dos modelos e das teorias dos autores acima citados, a relação do Estado às condições das classes sociais ao longo da história tornaram-se agravante, que é notado pelo alto índice de violências, desigualdades sociais, reguladas nas manifestações de dominados e dos dominantes que buscam seus próprios interesses, desenvolve um processo dialético entre a sociedade civil e o Estado, o qual esta voltado/apoiado num mecanismo ideológico e excludente da classes capitalista, isto é, um controlando o outro e vice-versa. Neste contexto, há uma necessidade de uma consciência crítica embasada uma politica pública coletiva, de intervenção do governo para garantia dos direitos e deveres do humano, onde este enquanto ser politico e social tenha uma nova forma de pensar, agir e ser, tornando-se agente ativo para formar coalizões politicas capazes de equacionar, solucionar os conflitos em prol da vida cidadã e de uma sociedade igualitária