Impactos sócio-ambientais na nascente do Rio Mundaú, Garanhuns

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PROCESSO
DE SELEÇÃO
AO MESTRADO
2011
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO DESENVOLVIMENTO E
MEIO AMBIENTE
Impactos sócio-ambientais na nascente do Rio Mundaú,
Garanhuns (PE).
CANDIDATO: HELENE FERREIRA CAVALCANTI
ORIENTADOR: ALCEU PEDROTTI
Garanhuns/PE, Janeiro de 2011
1 – Introdução
Na maioria dos municípios do Brasil, os processos de expansão urbana,
ocorrem de forma desordenada, invadindo as áreas de mananciais e zonas rurais, não
tendo nenhum tipo de acompanhamento ou respeito com o que estabelece as leis de uso e
ocupação do solo urbano.
Segundo Amorim (2000), os processos de ocupação e expansão do meio urbano
é um sério problema da humanidade, principalmente quando ocorre de forma desordenada,
utilizando os recursos naturais sem um devido planejamento.
Os problemas ambientais intensificaram-se a partir das transformações do meio
ambiente, decorrentes, dentre outros fatores, do acelerado processo de ocupação do espaço e
apropriação dos recursos naturais pelo homem. Assim,
os
estudos
sócio-ambientais
fazem-se necessários para o planejamento e um melhor manejo destas áreas. (CUNHA;
GUERRA, 2000)
A temática da ocupação e impactos ambientais do curso da nascente do Rio Mundaú
se mostra de grande interesse para uma abordagem ecológica, pois, é visível que as ações
antrópicas de maneira desordenada sobre o meio natural trará conseqüências danosas a
população que ocupam áreas ribeirinhas ao longo do baixo curso do rio.
O presente trabalho terá por objetivo caracterizar e analisar os principais impactos
socioambientais presentes na nascente do Rio Mundaú, localizado no Perímetro Urbano, na
Mesorregião do Agreste de Garanhuns, do estado de Pernambuco; A abordagem utilizada
será a análise geossistêmica baseada na concepção de Bertrand, “onde a paisagem não é
a simples adição de elementos geográficos disparatados. É em uma determinada porção do
espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto estável, de elementos
biológicos
e
antrópicos que,
reagindo dialeticamente
em
um
físicos,
conjunto único e
indissociável em perpetuas evolução”.
Esse trabalho tem como objetivo compreender o processo pelo qual o referido rio
serviu de apoio ao crescimento econômico e ao processo de urbanização da cidade de
Garanhuns, bem como verificar a forma pela qual ocorreram os referidos danos
ambientais. Nosso objetivo é analisar a dinâmica do uso da terra, sobrepondo à nascente,
com vistas a identificar as áreas de maior vulnerabilidade sócio-ambiental buscando
romper o círculo vicioso, do mau desenvolvimento social regional sem a menor orientação
de degradação ambiental e, buscar simultânea e integralmente soluções para os problemas
econômico-político, social e ambiental da região.
2- Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Caracterizar e analisar os principais impactos socioambientais presentes na
nascente
do
rio Mundaú,
como
também analisar
os
principais
impactos
socioambientais existentes na área, apontando as conseqüências que as ações humanas
causam no ambiente natural, procurando sugerir propostas mitigadoras para os problemas
que atingem as comunidades localizadas próximo a nascente do rio Mundaú .
2.2 Objetivos Específicos
1. Realizar uma caracterização histórico-temporal do processo de uso e ocupação da
área de nascente do rio Mundaú.
2. Analisar como se deu o desenvolvimento do processo de urbanização ao longo da
nascente e da bacia hidrográfica.
3. Analisar os impactos socioambientais decorrentes da implantação da lavanderia
municipal, suas causas e conseqüências.
4.
Realizar uma minuciosa revisão bibliográfica.
5. Fazer uma pesquisa documental em órgão públicos, como: Secretária de Meio
Ambiente do Estado de Pernambuco e O Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente – CODEMA
3- Referencial Teórico
De acordo com Rampazzo (2002,p.161),” as cidades são áreas onde vivem a grande
maioria dos homens, o crescimento rápido destas, não acompanha o mesmo ritmo do
atendimento de infra-estrutura para a preservação e melhoria da qualidade de vida”. A
deficiência de redes de água tratada de coleta e de tratamento de esgotos, de pavimentação
de ruas, de galerias de águas fluviais e pluviais, de áreas de lazer, de áreas verdes, de núcleos
de atendimento médico-sanitário é comum nessas cidades. O desajuste na elevada
concentração de resíduos sólido, líquido e gasoso que a natureza, por si só, não consegue
absorver é o que convenciona chamar de poluição ambiental.
Segundo Guimarães (1992,p.20) “ Este final de século caracteriza-se pelo
esgotamento de um estilo de desenvolvimento que se mostrou ecologicamente predatório,
socialmente perverso e politicamente injusto.”
Garanhuns, está situada no Agreste de Pernambuco, tem aproximadamente uma área
territorial de 472 km², uma população com cerca de 131.313 mil habitantes. Sua economia é
baseada na agricultura, pecuária e no comércio local, (IBGE,2010).
. Os principais afluentes do rio no estado de Pernambuco são: pela margem direita,
riacho
Conceição, riacho Salgado, rio Correntes e rio Mundauzinho e pela margem
esquerda, o rio Canhoto. O rio Canhoto é o afluente mais importante do rio Mundaú, e tem
por sua vez como principal contribuinte o rio Inhaúma, que drena todo o município de
Palmeirinha. ( IBGE 2000) .
(Figura 1)
Fonte: foto da Jornalista Olívia de Cássia
A bacia do rio Mundaú possui uma área de 4.126 Km2, da qual 2.155,94 Km2 ( 54,2% ) no
estado de Pernambuco e 1970,06 Km2 ( 47,8% ) em Alagoas, o Mundaú é perene e tem uma
extensão de 141 km, com área de 4.126 km² e vazão média de 30,6 m3/s. Por este motivo é um
rio Federal,de domínio da União, por atravessar mais de um estado, devendo ser consideradas
as peculiaridades das legislações dos estados de Pernambuco (NASCENTE) e Alagoas (FOZ)
que tratam das respectivas políticas estaduais de recursos hídricos, na elaboração do Plano de
Recursos Hídricos.
. figura 2
Fonte: IBGE 2010
A expansão urbana, ocupação do solo, ocupação das encostas, populações
ribeirinhas, etc., são elementos que compõem o cenário de uma bacia e, ao mesmo tempo,
implicam na mesma, ações que calham em conseqüências nem sempre positivas (retirada da
vegetação, lixo, etc). Segundo Mendonça et al (2002), a ação antrópica ocorre em maior
intensidade nas áreas urbanas, uma vez que o homem, na busca do progresso econômico
causa, na maioria das vezes, a degradação dos recursos naturais.
Percebe-se que as estratégias de desenvolvimento adotadas tem privilegiado o
crescimento econômico a curto prazo, às custas dos recursos naturais indiscriminados vitais,
provocando verdadeira crise ambiental em escala mundial. A paisagem natural esta cada vez
mais ameaçada, principalmente, pelo indiscriminado uso de recursos naturais não
renováveis.
O crescimento urbano é caracterizado por expansão irregular de periferia com pouca
obediência da regulamentação urbana relacionada com o Plano Diretor e normas
específicas
de
loteamentos (TUCCI, 2003). A tendência da urbanização nas cidades
brasileiras provoca impactos na população e no meio ambiente, o que acaba por deteriorar a
qualidade de água, Faulkner (2004) defende que a manutenção da boa qualidade d’água é
responsabilidade da vegetação, e aumentar os materiais sólidos no escoamento pluvial.
Elevação da temperatura (maior absorção de energia) e o aumento do material sólido e dos
sedimentos (assoreamentos) são algumas conseqüências que os ecossistemas aquáticos
sofrem (TUCCI, 2003).
De acordo com Guimarães (1992,p.20),” vivemos uma crise que é ecológica
(esgotamento progressivo da base de recursos naturais), ambiental (redução da capacidade
de recuperação dos ecossistemas) e político-inconstitucional (ligados aos sistemas de poder
para a posse , distribuição e uso dos recursos da sociedade)”.
A temática da ocupação e impactos ambientais da nascente do Mundaú, torna-se
interessante para uma abordagem ecológica, pois, é visível que as ações antrópicas refletem
de maneira desordenada sobre o meio natural trazendo conseqüências danosas a
população que ocupa áreas ribeirinhas ao longo do baixo curso do rio.
4. Metodologia
Serve como base para a elaboração do presente trabalho, da nascente do rio
Mundaú - Garanhuns, a representativa das principais características do meio físico, porém
com uma ocupação urbana que apresenta uma grande concentração populacional devido
à verticalização próxima a sua nascente, ocasionando uma maior impermeabilização da
área, provocando impactos mais significativos ao meio natural.
O método adotado baseia-se nos levantamentos dos dados e correlação das
características físicas e sócio-econômicas da nascente do rio Mundaú , visando detectar
os locais com maior fragilidade e/ou vulnerabilidade sócio-ambiental. Contaremos com a
parceria dos discentes do curso de Biologia da FACETEG/GARANHUNS, para a realização
de coleta e dos procedimentos exgidos para a realização de exame bacteriológico da água do
rio Mundaú.
4.1 Exame Bacteriológico da água do rio
4.1.1-Coleta da amostra
A metodologia para coleta de águas tratadas baseia-se nos padrões estabelecidos por
SOUZA e DERISIO (1977), pela APHA (1992) e pela CETESB (1993).
4.1.2 - Transporte, preservação e prazo para análise das amostras
As amostras deverão ser transportadas em caixa de isopor com gelo e conservadas até o
momento das análises em temperatura inferior a 10ºC. O tempo decorrido entre a coleta das
amostras e o início do exame bacteriológico é, em média, de meia hora, não se ultrapassando
o limite de armazenamento das mesmas, que é de 24 horas (Standard Methods).
4.1.3 Procedimento
O exame bacteriológico da água seguirá a metodologia descrita pela APHA (1992), baseada
no Método de Fermentação em Tubos Múltiplos, que determina o Número Mais Provável
(NMP) de coliformes/100ml de amostra de água. O NMP corresponde a uma estimativa da
densidade destas bactérias pesquisadas a partir da combinação de resultados positivos e
negativos (CETESB,1993).
5. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Atividades
1º ANO
(mar/2011 a fev/2012)
2º ANO
(mar/2012 a fev/2013)
1º
2º
3º
1º
2º
3º
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
Cursar créditos
X
X
X
Elaboração e aprovação
de
Projeto
de
Dissertação
Levantamento dos
dados
Revisão bibliográfica
Análise estatística
Análise laboratorial
Discussão dos
resultados
Redação da Dissertação
Defesa da Dissertação
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION. Standard methods for examination of
water and wastewater. 18.th. Washington : American Public Health Association. 1992. p.
9-13; 9-26.
AMORIM, M. C. C. T. O processo de urbanização e a degradação ambiental. Caderno
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BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global, In: R. RA´E GA, Curitiba, n. 8, p.
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CARVALHO, A.R., OLIVEIRA, M.V.C. Princípios básicos do saneamento do meio. São
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DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental/responsabilidade social e sustentabilidade, 2008, p.12 Editora Atlas S.A- SP.
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MA.
WEBER,Jacques. Gestão de Recursos Naturais Renováveis e Desenvolvimento,1997
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http://www.sirh.srh.pe.gov.br/site/bacia_rio_mundau.php
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http://www.sectma.pe.gov.br/download/Avaliacao da proposta de gestão da bacia do
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