Abril de 2005

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Tentativa
153º Ano Lectivo
Abril de 2005
edição nº 84
Escola Secundária de Diogo de Gouveia Beja
Andando de tentativa em tentativa, ainda de
tentativa não passou...
SUMÁRIO
Editorial
25 de Abril
A Páscoa
Festa do Galo
pág.2
Ovos da Páscoa
pág.3
Páginas Lúdicas
pág. 4 e 5 João Paulo II e Mobile Phones
pág.6 e 7
pág. 8 e 9
pág. 10 e 11
pág. 12
Pág. 1
Editorial
Tentativa
Naquela manhã cinzenta de Abril agitavam-se as
pessoas nas ruas de Lisboa, as Forças Armadas e
os tanques percorriam-nas em direcção ao Largo
do Carmo, começavam a florir os cravos e com eles
a LIBERDADE e a DEMOCRACIA, era o 25 de
Abril de 1974 !
Como cantou o poeta José Carlos Ary dos Santos
«era uma vez um País», pois foram muitas «As Portas
que Abril Abriu».
Os Jovens de então não deixam de recordar com
emoção esse dia de há 31 anos, e sobretudo as
grandes transformações que Portugal viveu, a
História impõe - lhes que falem aos Jovens de hoje,
nascidos em Liberdade e Democracia, sobre o que
foi o nosso País entre 1926 e 1974, para que haja
memória!
Vivia-se no chamado Estado Novo, sem que a
palavra República fosse pronunciada, pois,
efectivamente, a Liberdade e Democracia a esta
associadas eram incompatíveis com a Ditadura que
caracterizava aquele, o Parlamento – a actual
Assembleia da República tinha a designação de
Assembleia Nacional e correspondia ao único partido
político legalmente autorizado – a União Nacional, o
Governo era o Conselho de Ministros, presidido por
Salazar (a que sucedeu Marcelo Caetano entre 1970
e 1974, mas na prática desde 1968), muito «avesso»
ao Conselho e ao Parlamento, o Presidente da
República era uma figura simbólica face ao poder
do Presidente do Conselho, e entre 1958 e 1974 foi
o Almirante Américo Tomás.
Todo este «edifício» político assentava em
Pág. PB
Francisca Bicho A Moreira
mecanismos e forças de repressão, com destaque
para a PIDE – Polícia Internacional de Defesa do
Estado, para manter a ‘ordem’, defender Deus –
Pátria - Autoridade e o ‘Império’, do Minho a Timor,
pois o regime entendia que Portugal era composto
por um conjunto de territórios ultramarinos, as
colónias, assim dominando outros povos.
Os Jovens de hoje respiram Liberdade, se estiverem
atentos sabem que ainda há pouco houve Eleições
Legislativas e que o povo mudou a composição da
Assembleia da República, logo, o Governo, devem
ter presente que podem, livremente, ler todos os
livros e jornais, ver e ouvir todas as notícias, participar
na vida da Escola, aprender por quaisquer livros e
outros meios, tudo isto por não haver Censura e a
Democracia estar a funcionar.
Não podemos esquecer que a nossa Liberdade se
estendeu aos povos então dominados, e que
travavam uma guerra contra Portugal – a Guerra
Colonial nas 3 frentes de Angola, Guiné e
Moçambique, pelo que os Jovens de hoje (e toda a
Sociedade portuguesa) não têm a angústia de ir para
a guerra e o sentimento de culpa de a fazer.
Aconteceu Abril em 1974, e o MFA – Movimento
das Forças Armadas apresentou 3 grandes
objectivos:
Democratizar,
Descolonizar e
Desenvolver, e
se foram muitas
«as portas que
Abril abriu»
cabe – nos a
t o d o s ,
particularmente
aos Jovens, uma
participação
activa
e
consciente no
sentido
do
aprofundamento
da Democracia
e de um contributo para o desenvolvimento do País.
Tentativa
Breve histórico da Revolução dos Cravos
Maria José Santana- 11º H
Em todos os sectores da vida dos portugueses se
registava, desde vários anos antes do 25 de Abril,
uma grande ofensiva contra a opressão do regime
a n t e r i o r,
liderado
por Oliveira Salazar.
Na situação portuguesa pesava, de
f o r m a
crescente,
a guerra
colonial,
com todas
as suas
consequências. Os
efeitos da
guerra sentiam-se na vida económica, social e
política e na situação das próprias forças armadas.
A situação foi-se agravando ainda mais na medida
em que os movimentos de libertação da Guiné,
Moçambique e Angola alcançaram alguns êxitos.
A luta contra a ditadura, em todos os sectores,
acabará por ser determinante para lhe pôr fim. A
guerra colonial, pelo reconhecimento do direito dos
povos à autodeterminação e à independência,
tornou-se, nos últimos anos, num vigoroso
movimento nacional e internacional.
As acções de resistência, no seio das próprias forças
armadas, adquirem dimensões novas. Nunca, numa
guerra colonial, o número de desertores e refractários
atingiu uma cifra comparável à registrada em
Portugal.
É nesta situação e neste ambiente que toma corpo
o “movimento dos capitães” (Movimento da Forças
Armadas - MFA).
O “movimento dos capitães” traduz, nas forças
armadas, a tomada de consciência do povo
português da necessidade do fim da guerra e da pronta
liquidação do autoritarismo de tipo ditatorial. As forças
armadas, ganhas para a causa da revolução
democrática, acabaram por vibrar o golpe mortal na
ditadura.
O agravamento das contradições e dificuldades do
regime e o aprofundamento da crise interna, por um
lado, e o vigoroso desenvolvimento da luta popular
contra a ditadura e contra a guerra, por outro, indicavam
que se aproximava, a passos rápidos e seguros, uma
situação revolucionária. O levantamento militar sucedeu
imediatamente; o levantamento popular no próprio dia
25.
O povo e as forças armadas fundiram-se numa mesma
aspiração e num mesmo combate,
causando a surpresa e a admiração da Europa e do
mundo. Em 25 de Abril de 1974 terminava, derrotada
pelo Movimento das Forças Armadas - MFA e pelo
povo, a ditadura salazarista de 48 anos.
Foi, talvez, uma das mais lindas festas dos oito séculos
da história de Portugal: milhares de pessoas, em estado
de júbilo, dançavam, cantavam, choravam e sorriam
de contentamento.
Ocorreu então um caso extraordinário, até hoje sem
explicação: não se sabe como nem porquê, havia cravos
vermelhos nas
mãos do povo.
Homens,
mulheres e
crianças de
cravos
nas
mãos. Milhares
de cravos! O
povo enfeitou de
cravos as armas
dos militares.
Do povo a
revolução
ganhou o nome
de Revolução
dos Cravos!
Pág. 3
Tentativa
Marisa Lemos - 11º H
Significado da Festa
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição
de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, o seu
corpo foi colocado num sepulcro, onde permaneceu
até á sua ressurreição. É o dia santo mais importante
da religião cristã.
No português, como em muitas outras línguas, a
palavra Páscoa tem origem na palavra hebraica
“Pessach”.
A esta festa vêm associadas algumas imagens
tradicionais, nomeadamente a do coelho e a dos ovos.
O coelho relacionada com símbolos de fertilidade;
os ovos, decorados com efeitos brilhantes,
representando quer a luz (solar), quer também a
fertilidade. Por isso são oferecidos como presentes.
Os ovos, por vezes, são substituídos por amêndoas
com o mesmo feitio.
O Ovo da Páscoa
O costume de presentear as pessoas, na época da
Páscoa, com ovos ornamentados e coloridos,
começou na antiguidade. Eram verdadeiras obras de
arte!
Os cristãos primitivos da Mesopotâmia, foram os
primeiros a usar ovos coloridos na Páscoa. Em
alguns países europeus os ovos são coloridos para
representar a alegria da ressurreição. Na GrãBretanha costumavam escrever mensagens e datas
nesses ovos. Na Alemanha eram presentes para as
crianças. Na Arménia decoravam os ovos com
imagens de Cristo, da Virgem Maria e outras figuras
religiosas.
No século XIX os ovos doces eram decorados,
tendo uma janela por onde se mostravam, no interior,
pequenas cenas de caracter popular. Porém, ainda
não eram comestíveis... pelo menos como se faz hoje.
Actualmente, nalguns países, as crianças encontram
ovos de chocolate ou “ninhos” cheios de doces, nas
mesas da manhã de Páscoa. Noutros, as crianças
saem na manhã de Páscoa pela casa ou pelo quintal,
em busca dos “ovinhos” escondidos.
Ficaram célebres, na história, os famosos ovos do
joalheiro Fabergé, dos quais ainda se encontram
vários exemplares no antigo tesouro imperial da
Rússia.
A Páscoa no Mundo
Os festejos da Páscoa em todo o mundo, possuem
variações nas suas origens e significados. Vejamos
algumas:
Na China - O “Ching-Ming” é uma festividade que
ocorre na mesma época da Páscoa, onde são
visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas,
em forma de refeições e doces, para deixá-los
satisfeitos com os seus descendentes.
Na Europa - As origens da Páscoa remontam a bem
longe, aos antigos rituais pagãos do início da primavera
(que no hemisfério norte inicia em março). Nestes
lugares, as tradições da Páscoa incluem a decoração
de ovos cozidos e as brincadeiras com os ovos de
Páscoa como, por exemplo, rolá-los ladeira abaixo,
onde será vencedor aquele ovo que rolar mais longe
sem quebrar.
Nos Europa Oriental - A tradição mais forte é a
decoração de ovos, com os quais serão presenteados
amigos e parentes. A tradição diz que, se as crianças
Pág. PB
forem bem comportadas na noite anterior ao
domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido
num lugar escondido, o coelho deixará doces e ovos
coloridos nesses “ninhos”.
Nos Estados Unidos - A brincadeira mais
tradicional ainda é a “caça ao ovo”, onde ovos de
chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa,
para serem descobertos pelas crianças na manhã
de Páscoa. Em algumas cidades a “caça ao ovo” é
um evento da comunidade e é usada uma praça
pública para esconder os ovinhos.
No Brasil e América Latina - O mais comum é
as crianças montarem os seus próprios ninhos de
Páscoa, sejam de vime, madeira ou papelão, e
enchê-los de palha ou papel picado. Os ninhos são
deixados para o coelhinho colocar doces e ovinhos,
na madrugada de Páscoa. A “caça ao ovo” ou “caça
ao cestinho” também é utilizada.
Tentativa
Marisa Lemos - 11º H
Páscoa cristã corresponde à comemoração da passagem de Cristo, da morte à vida, à sua existência
definitiva e gloriosa. Igualmente o é para a sua Igreja, seu Corpo, que assim fica também introduzida
na “Vida Nova” do seu Senhor.
O tempo pascal compreende cinquenta dias, até ao
“pentecostes” (do grego), vividos e celebrados
como um só dia: “os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes,
devem ser celebrados com alegria e júbilo, como
se tratasse de um só e único dia festivo, como um
grande domingo” (Normas Universais do Ano Litúrgico, n.º
22).
O tempo pascal é o mais forte
de todo o ano, inaugurado na
Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas, até Pentecostes. É esta Páscoa de Cristo, do Senhor, que passou da
morte à vida, pela ressurreição,
passando à sua existência definitiva e gloriosa, a qual se comemora e revive.
De igual modo, também a Igreja, por meio do Espírito que
Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes, é introduzida
nessa Vida Nova de seu Senhor.
A origem desta cinquentena remonta às origens do
ano litúrgico.
Os judeus tinham já a “festa das semanas” (ver Dt.
16,9-10), festa inicialmente agrícola e, depois, comemorativa da Aliança no Sinai, passando aos
cinquenta dias da Páscoa Judaica.
Os cristãos organizaram rapidamente sete semanas,
mas para prolongar a alegria da Ressurreição e para
celebrar, no final dos cinquenta dias, a festa de Pentecostes: a entrega do dom do Espírito Santo.
Já no século II temos o testemunho de Tertuliano,
falando-nos que, neste espaço de tempo, não se
jejua, mas que antes se vive uma prolongada ale-
gria.
A liturgia insiste muito no carácter unitário destas sete
semanas. A primeira semana é a “oitava da Páscoa”,
em que, por irradiação, os baptizados na Vigília Pascal
eram introduzidos numa mais profunda sintonia com
o Mistério de Cristo, celebrados na liturgia. A “oitava
da Páscoa” termina com o domingo chamado “in
albis”, porque nesse dia os recém baptizados, em
outros tempos, deixavam de usar, diariamente, as vestes brancas recebidas no dia de seu baptismo.
Dentro da cinquentena celebra-se a Ascensão do Senhor, agora não necessariamente
aos quarenta dias da Páscoa, mas
no domingo sétimo da Páscoa,
porque a preocupação não é tanto cronológica mas teológica, e a
Ascensão pertence simplesmente
ao mistério da Páscoa do Senhor.
Conclui-se todo este tempo com
a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes.
A unidade da cinquentena que dá
também destacada presença ao
Círio Pascal, aceso no “lume novo”
da Vigília Pascal e em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Ele também é símbolo da
presença de Cristo. Os vários domingos não se chamam, como antes, por exemplo, “domingo III depois da Páscoa”,
mas “domingo III da Páscoa da” da ressurreição. As
celebrações litúrgicas dessa cinquentena expressam e
ajudam-nos a viver o mistério pascal, comunicado aos
discípulos do Senhor Jesus.
As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos
deste Tempo, na Santa Missa, estão organizados com
essa intenção. A primeira leitura é sempre dos Actos
dos Apóstolos, a história da Igreja primitiva, que em
meio a suas debilidades, viveu e difundiu a Páscoa do
Senhor Jesus. A segunda leitura muda segundo os ciclos: a primeira carta de São Pedro, a primeira carta
de São João e o livro do Apocalipse.
Pág. 5
Tentativa
Carta Aberta aos Alunos da Nossa Escola
Apesar do ano lectivo ir já bastante adiantado e de,
não tarda muito, estarmos outra vez de férias,
certamente
recordarás ainda
os primeiros dias
de aulas, a
descoberta de
novos colegas e o
reencontro de
outros, já velhos
amigos,
a
azáfama
da
compra
dos
livros e da
preparação de todo o material necessário.
Porém,quero acreditar que, para além de todas essas
recordações, tens também bem presentes as velhas
praxes que, por esses dias, te esperavam à entrada,
se acabavas de chegar à “Velha Casa Amarela”: umas
pinturas algo radicais, um ou outro perfume “ a mais”,
umas maldades sem grande importância e, sobretudo,
se fores rapaz, a “ velha coroa” que, durante uns
meses, iria dizer a todos os outros que eras um caloiro
da casa. Aceitaste-a bem pois, por um motivo ou
outro, ao decidires ser aluno do velho Liceu, sabias
que ela era inevitável e que ela era até razão de
orgulho. É que, por mais que as outras escolas da
cidade, apesar de todo o respeito que nos merecem,
queiram hoje mostrar ter tradições, a verdade é que
elas eram exclusivas da nossa escola e tudo o que
Pág. PB
Maria de Fátima Sousa
hoje em dia por aí se faz é apenas uma tentativa de
as adquirir ( ou será mesmo plagiar?).
Mas se pensas que a tradição da nossa escola
se resume às ditas coroas, estás muito enganado, e
é altura de te falar de cada uma delas para que tu
próprio, como aluno da casa, as conheças, as
respeites e, ( porque não?) as sigas, fazendo delas
aquilo que de facto são: tradições, e assumas, com
todo o orgulho, ser ou ter sido aluno do “ Antigo
Liceu de Beja”.
Começo por te dizer que a nossa escola é,
desde há mais de cem anos, a única escola secundária
que, por direito régio ( vê bem, por documento
concedido pelo rei) tinha direito a usar trajo
académico, em tudo semelhante aquele que ainda
hoje é usado na Universidade de Coimbra. Por isso
muitos dos teus avós ou dos teus pais e tios, se por
cá passaram, o usaram. Se eram rapazes, vestiram
capa e batina e, se eram raparigas, saia preta, camisa
branca com laço e a famosa capa. Assim se vinha
dia a dia para a escola, não num sentido de
obrigação, mas envolvidos no orgulho de ser
estudante do Liceu. Sei bem que aquele era o tempo
da vida difícil, da necessidade de gastar pouco mas
andar sempre impecável. Daí que o trajo fosse uma
forma ideal de marcar pela diferença, relativamente
às outras escolas, e pela identidade, já que só os
nossos alunos
Tentativa
o conheceram antes de rumar a mais altos vôos –
Lisboa , Porto ou Coimbra. Se ainda hoje falares
do trajo a alguns dos teus professores, perguntalhes bem o que ele representa para eles e das
memórias que a ele estão ligadas. Fá-lo, por
exemplo, à professora Maria Manuel, à professora
Antónia Oliveira ou à professora Francisca Leonor
, entre tantos outros que também foram alunos desta
casa muitos, muitos anos
antes de cá voltarem, agora para ensina, mas sempre
prontos a aprender com os mais novos o que eles
também têm para ensinar.
Para concluir, e ainda a respeito do trajo,
digo-te que, se quiseres, é hoje possível voltar a
usá-lo. Não digo que trajes diariamente ,pois não
seria muito prático e é até pouco funcional para o
estilo de vida actual. Porém, sempre que o “ Liceu”
está em festa, por ocasião de um Baile de Finalistas
ou outro, ou em outros momentos especiais da vida
da nossa escola, não só podes, como deves usálo, como prova do orgulho que é ser aluno desta
casa, cuja fama de qualidade e competência é
anualmente demonstrada pelos resultados dos nossos
finalistas.
Termino dizendo-te que este ano, mais
precisamente entre os dias 13, 14 e 15 de Maio, a
tua escola vai viver um desses momentos de festa,
tudo fazendo para manter viva uma das suas maiores
tradições - A Festa do Galo- uma festa de
confraternização entre os antigos e actuais alunos do
Liceu de Beja, uma festa ao espírito da amizade, ao
companheirismo, ao espírito académico e,
sobretudo,uma festa à juventude e à vida. Para ficares
a saber bem o que ela é na sua essência, assim como
aos vários eventos que a ela estão ligados, lê o que
dela relembra uma das figuras directamente ligadas à
sua
existência, aquela a quem chamamos “ O nosso
General”, Maria Isabel Covas Lima .
Em forma de despedida digo-te que, sejas
hoje um “ pinto” ou um “ frango”, correndo alvoraçado
por esses corredores, deves pensar que, se souberes
absorver o espírito da nossa escola, bem presente no
espírito do “ Galo”, quem sabe se não virás tu próprio,
um dia, a ser o Galo de uma qualquer futura festa, já
que esta tradição não pode morrer pois é já parte da
cultura da nossa escola e,também, da cidade de Beja.
Um fraterno abraço de alguém que, por não
ter sido aluno desta escola,muita pena tem de não
poder trajar.
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Tentativa
Marisa Lemos - 11º H
Luxo e tragédia na corte dos Romanov
Na tradição da religião ortodoxa, a distribuição de
ovos decorados, como símbolo de
esperança e vida renovada, transformava
a Páscoa na mais colorida
celebração do calendário
russo.
Na Páscoa de 1884,
Peter Karl Fabergé (Foto 1) - o
Foto 1
famoso joalheiro oficial da corte - recebeu uma
encomenda especial: criar uma jóia para que o Czar
Alexandre III presenteasse a Czarina
Maria Feodorovna, no seu vigésimo
aniversário de casamento.
Fabergé criou um ovo de ouro e pedras
preciosas, que foi entregue no Domingo
festivo, como se fosse um simples
embrulho. Para surpresa e deleite da
Czarina, havia dentro um ovo de ouro,
encimado pela miniatura, em diamantes,
da coroa imperial (Foto 2).
A partir de então Fabergé passou a Foto 2
receber a encomenda de um novo presente, a cada
ano, com a condição de que a peça fosse única e
contivesse, no seu interior, uma surpresa inesquecível
para a Imperatriz.
Com grande criatividade e talento técnico, Fabergé
superava anualmente o desafio, buscando inspiração
em factos da vida do casal imperial.
O ovo Fabergé passou a ser cobiçado por toda a
corte. Os motivos decorativos tornaram-se temáticos:
cenas da história da Rússia, a inauguração de
caminhos de ferro e actos de bravura militar.
Dez anos mais tarde, em outubro de
1894, com a morte súbita de
Alexandre III, aconteceram - no curto
intervalo de 25 dias - o casamento
(Foto 3) de seu herdeiro com a princesa
alemã Alix de Hessen-Darmstadt (neta
Foto 3
da rainha Vitória de Inglaterra) e a sua coroação
como Nicolau II.
Pág. PB
Convicto adepto dos rituais, o novo Czar decidiu
levar adiante o presente anual, encomendando um
ovo para sua mãe e um segundo para a
esposa, baptizada na Catedral de São
Fedor com o nome de Alexandra
Fedorovna.
Assim, foi concebido o “Ovo da
Coroação” (Foto 4) : em diamantes, Foto 4
rubis, platina, ouro e cristal de rocha. No interior,
uma réplica da carruagem que transportou a Czarina
pelas ruas de Moscou, durante as festividades.
Na exposição internacional de Paris, em 1900, os
ovos foram mostrados ao público pela primeira vez.
O júri, extasiado, distribuiu prémios e honras.
A concepção criativa e a opulência na confecção,
ajudaram a difundir a fama das jóias Fabergé por
toda a Europa.
A partir de 1906, a joalharia ampliou os seus
negócios e surgiram ateliers, supervisionados pelo
próprio Fabergé, em Kiev, Moscovo e Londres.
Nicolau gostava da pompa e dos rituais da vida
militar, mas quando devia mostrar aptidão, para seu
papel histórico, mostrava antes vacilação e as suas
atitudes contraditórias colaboraram para que uma
firme oposição se desenvolvesse. A família imperial
manteve-se isolada.
Fabergé pesquisava os interesses dos Romanov,
transformando os feitos importantes das suas vidas,
em presentes de Páscoa, para agradar e surpreender.
A cada ano os ovos da Páscoa Imperial ficavam
mais extravagantes. Segundo o expert
Géza von Habsburg “até hoje são o
apogeu do artesanato em jóias”.
Todos os elementos importantes da
saga dos Romanov estão presentes na
elegância do ovo do 15º aniversário Foto 5
(1911), um verdadeiro álbum de família. Detalhes
dos mais notáveis feitos do reinado de Nicolau II e
cada um de seus familiares - os cinco lindos filhos,
o czar e a czarina (Foto 5).
A Primeira Guerra Mundial forçou a utilização - com
Tentativa
mais frequência - de materiais semipreciosos.
Naquele instante, a já indisfarçável
impopularidade do Czar foi
congelada pela necessidade de união,
em defesa da Rússia; mas a caótica
administração e as condições
económicas catastróficas, tornaram
impossível o esforço de guerra que Foto 6
Nicolau II (Foto 6) comandava.
Greves e boicotes, com multidões em busca de
alimentos, começaram a explodir em Moscou e São
Petesburgo; e até as tropas imperiais se juntaram
ao povo descontente.
Os movimentos sociais, que culminaram na
Revolução Russa de Outubro, fizeram com que
Fabergé se decidisse pelo encerramento de seu
atelier, em 1916.
Sem o apoio da aristocracia e perante a crise
revolucionária e o colapso político e institucional,
Nicolau II abdicou em 15 de Março de 1917.
No dia seguinte, um decreto do novo governo
ordenou a prisão do Czar e de sua família, que foram
enviados à Sibéria.
Em 17 de julho de 1918, o casal
imperial - Nicolau e Alexandra - tal
como os seus cinco filhos - Olga,
Tatiana, Maria, Anastasia e Alexei
Foto 7
(Foto 7) - foram executados, em
circunstâncias ainda mal esclarecidas,
pelo que ainda hoje se duvide de que
todos tenham sido eliminados.
Da família mais próxima, apenas a rainha
mãe, a Imperatriz Maria Fedorovna Foto 8
(Foto 8), escapou da fúria assassina. Ao fugir a
bordo do navio Marlborough para a
Inglaterra e, depois, para a Dinamarca,
para junto da sua família de origem, a
família real dinamarquesa, levou o ovo
da Ordem de São Jorge (Foto 9), o
último que recebeu de seu filho, o Czar
Foto 9
de todas as Rússias.
O Ovo da Cruz de São Jorge foi feito em prata e
esmalte, no lugar de ouro e diamantes, para
homenagear Nicolau II pela bravura à frente do
exército russo, durante a 1ª Grande Guerra
Mundial.
Logo após a revolução, os bens dos Romanov foram
confiscados pelos bolcheviques.
A maioria dos Ovos Fabergé foi inventariada,
empacotada e enviada para o Kremlin, onde ainda
figuram alguns. Muitos desapareceram durante a
pilhagem ocorrida nos palácios.
Ligados à decadência do Império Russo, os Ovos
Fabergé tiveram os seus preços, inicialmente,
desvalorizados.
O filho de Fabergé, Agathon, foi preso
pelos revolucionários, mas conseguiu
negociar uma amnistia, pela avaliação das
jóias e pedras preciosas confiscadas.
Exilado em Lausanne, na Suiça, Peter Karl
Fabergé morreu em 1920.
O advento do regime comunista não significou o final
da lenda. Ao contrário, agregando a aura da tragédia,
estes tesouros transformaram-se em peças
disputadíssimas por coleccionadores, atingindo valores
astronómicos no mercado internacional.
De acordo com estimativas, entre 1884 e 1916, teriam
sido confeccionados 56 ovos para a corte imperial. Até
1998, haviam sido localizados 44 destes
exemplares
Em 2002, o noticiário internacional dava
conta de que um “ovo imperial” foi
arrematado num leilão da Christie’s, por
9,6 milhões de dólares.
Actualmente, são cidadãos americanos os 5 maiores
coleccionadores das jóias e ovos Fabergé: Matilda
Geddings Gray, Lillian Thomas Pratt, Marjorie
Merriweather Post, India Early Minshall e Malcolm S.
Forbes.
Uma luxuriante exposição, no Museu de Artes
Decorativas em Paris, mostrou ao mundo, para fechar
o século XX, toda a opulência da Russia dos Czares.
Ainda hoje, a Casa Fabergé
produz séries limitadas de ovos
em cristal, com lapidação
reproduzindo desenhos dos
originais do século XIX e início
do século XX.
Pág. 9
Tentativa
Verticais:
1
2
1. Destacável, consagrado a
um assunto particular, que se
3
4
faz sair com o jornal.
2. Título principal na edição
do jornal, geralmente
5
composto a toda a largura da
primeira página e destacado
com grandes letras.
6. Pessoa que trabalha no
6
7
8
jornal e que se ocupa da
redacção de artigos.
8. Brochura ilustrada,
9
dedicada a assuntos de
10
11
interesse geral ou apenas de
uma especialidade, que faz
parte integrante da edição do
12 13
jornal todas as semanas e
geralmente não pode ser
vendida separadamente.
9. Anúncios comerciais
14
divulgados em secções
especializadas do jornal.
11. Palavra inglesa usada
15
para designar um desenho
16
humorístico publicado no
jornal, caricaturando ou
criticando uma figura ou
situação.
13. Textos de certa extensão,
17
que fazem parte do jornal, de
natureza informativa ou de
opinião. 15. Jornal que sai
todos os dias. 16. Notícia
importante que um jornal publica, antecipando-se aos outros, e que é posta em destaque com grandes caracteres.
Horizontais:
1. Profissional de jornalismo que obtém e organiza a informação através de fotografias de pessoas, acontecimentos
e situações.
4. Relato pormenorizado e vivo de um acontecimento, baseado no que o repórter viu, ouviu e investigou.
5. Declarações de alguém, obtidas de forma directa por um jornalista e publicadas pelo jornal.
7. Artigo de um periódico, da responsabilidade da direcção, e que reflecte as tendências do mesmo.
10.
Jornal
que
sai
todas
as
semanas.
12.
Jornal
diário
Pág. PB
Tentativa
Prof. F. Rosa Dias
Anunciando a Primavera, aí estão as andorinhas.
São já às centenas, aos milhares, por todo o
Alentejo.
Vêm à procura das casas que cá deixaram e que
sabem localizar se, entretanto, ninguém as destruiu
ou, nessa hipótese, encontrar lugar para construir
novos ninhos para criaram novas famílias.
Mas, ao contrários de outros seres vivos, as
andorinhas não gostam da nossa Escola!
Do gosto pela escola por parte de gatos e cães, já
demos notícia em Tentativa passado.
Rolas turcas e melros nidificaram em anos
anteriores nas árvores, entretanto abatidas por
necessidade de obras, do
parque de estacionamento.
Chegado o tempo, o
senhor Francisco Janota, o
jardineiro, lá localizava os
ninhos e indicava-os a
quem sabia de antemão não
os pôr em perigo.
E assim, enquanto todo o
pessoal da escola passava
sob a árvore, lá em cima –
nem tão acima como isso
– os melros cresciam
regaladamente.
As rolas instalavam as suas
frágeis(?) moradas no
pinheiro grande junto à Secretaria e, lá no alto,
criavam as suas ninhadas.
Quanto à pardalada, todos sabem o gosto que tem
pela escola. É só ouvir o barulho que fazem nas
árvores do campo de futebol onde dormem. Sob
as árvores do parque de estacionamento, não se
aconselha mesmo que lá se deixem carros, ao fim
da tarde...
Andorinhas na escola já é, porém, outra conversa!
Podemos vê-las, é certo, a esvoaçar/caçar nos
espaços livres que a escola oferece. Se houver
alguma poça de água e um pequeno lameiro, lá
estarão elas a levar o barro/lama para a construção
dos ninhos.
Dispõe a escola de muitas paredes, paredes altas,
voltadas em todas as direcções e com amplos espaços
livres a rodeá-las. Espaços ideais – diríamos nós - para
as andorinhas fazerem os ninhos e criarem os filhos em
sossego.
Engano.
Ninhos de andorinha há muitas nos edifícios dos
Correios, do Governo Civil, na zona do Largo do
Carmo. Na Escola, não.
Haverá cerca de um ano, este fenómeno chamou-nos a
atenção. Discutimo-lo com o arquitecto Transmomtano,
professor de Desenho e com o Dr. José Rafael,
professor de Biologia.
Neste binómio, Biologia/
Arquitectura, encontrámos a
solução.Se a sua condição de
seres vivos as impele a
reproduzir-se, há que encontrar
os locais ideais para o fazer. A
natureza sabe quais são. E por
isso nidificam por toda a cidade.
Menos na nossa escola.
Aqui entra a arquitectura.
O antigo Liceu de Beja, filho do
primeiro modernismo português,
com influências funcionalistas, é
todo terraços, amplas janelas e
envidraçados, simplificação nos
adornos de janelas e portadas.
Pior que tudo, para as andorinhas, foi a supressão dos
tradicionais beirados.
É certo que correm longos frisos ao comprimento das
paredes. Mas são estreitos, falta-lhes profundidade.
Não há abrigo contra as chuvas da Primavera e os calores
do Verão. Logo, não há ninhos.
Não pensou nisso mestre Cristino da Silva, o arquitecto,
quando planeou o Liceu nos inícios dos anos trinta.
Vingaram-se as andorinhas!...
Ficou a escola privada dessas pequenas maravilhas de
arquitectura que são os ninhos, do gritar das crias a
clamar por comida e de centenas de aves, pelas manhãs
de Junho, a cantar ao sol.
Pág. 11
Tentativa
Mariana Soares, 10º F
I’m on an island where there aren’t
any mobile phone communications and
interacting is only possible by the slowest
way of all: the letter! It’s horrible,
without a mobile phone it is very
difficult to send SMS to my
friends telling them the fresh news
and when I arrive home and write
them it is too late, too late to tell
them what has just happened, too
late to tell them how beautiful this
place is. I thought that I could use
the computer and send them an email,, the effort has failed, which
made my anxiety grow bigger, it is
impossible to communicate at once.
Now the secret ways that I used to
have to communicate vanished when
I first arrived on this island. I used to write
down the news every day to send them to
my friends, until one day the will to write
was over, the will to write was gone and the
fact that I had to wait for the night to tell
them every single thing that had been
happening, made the purpose to write grow
weaker and weaker I’m feeling
alone, I don’t receive any signs of
life from anyone. I spend my days
thinking how those who I really love
are... the days are long and
boring...!!!
TRRRRRIIIIIMMMMMMM...
I woke up very nervous! At last I
was able to get up, the mobile phone
was in the same place, where I had
put it before I got to sleep, the
computer was quiet on the table...
I smiled, everything had
just been a nightmare.
I thought that nowadays it
is really very difficult to imagine life
without the new communication
technologies and they are, in fact, a
blessing for us, youngsters.
Ficha Técnica
Direcção e Coordenação:
Docentes do Curso Tecnológico de Comunicação
Depois de 27 anos de pontificado, faleceu o Papa
João Paulo II, o último do sec. XX, cujas marcas
na nossa sociedade, em especial na Igreja, ficaram bem vincadas.
Poderemos destacar da sua acção, as intervenções sociais a favor da paz no Mundo e dos mais
desfavorecidos.
Foi no ponteficado deste Papa polaco que se
deu a abertura a
Leste.
O Conclave dos
Cardeais reune-se a
partir do dia 18/04/
2005, na Capela
Sistina, para eleição
do primeiro Papa
do sec. XXI. A Igreja
Católica reza por
essa intenção.
Pág. PB
Edição:
Escola Secundária de Diogo de Gouveia
Curso Tecnológico de Comunicação
Redacção e Fotografias:
Alunos da Turma do 11º H
Maria José Santana e Marisa Pisco.
Revisão de Textos:
Prof. Hernâni Serra
Colaboradores:
Prof. Francisca Bicho A. Moreira, Prof. F. Rosa Dias,
Maria de Fátima Sousa, Mariana Soares, 10º F
Montagem:
Alunos do 11º H
Apoio Informático:
Prof. João Henriques
Composição e Impressão:
Departamentos de Informática e Reprografia
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