Tentativa 153º Ano Lectivo Abril de 2005 edição nº 84 Escola Secundária de Diogo de Gouveia Beja Andando de tentativa em tentativa, ainda de tentativa não passou... SUMÁRIO Editorial 25 de Abril A Páscoa Festa do Galo pág.2 Ovos da Páscoa pág.3 Páginas Lúdicas pág. 4 e 5 João Paulo II e Mobile Phones pág.6 e 7 pág. 8 e 9 pág. 10 e 11 pág. 12 Pág. 1 Editorial Tentativa Naquela manhã cinzenta de Abril agitavam-se as pessoas nas ruas de Lisboa, as Forças Armadas e os tanques percorriam-nas em direcção ao Largo do Carmo, começavam a florir os cravos e com eles a LIBERDADE e a DEMOCRACIA, era o 25 de Abril de 1974 ! Como cantou o poeta José Carlos Ary dos Santos «era uma vez um País», pois foram muitas «As Portas que Abril Abriu». Os Jovens de então não deixam de recordar com emoção esse dia de há 31 anos, e sobretudo as grandes transformações que Portugal viveu, a História impõe - lhes que falem aos Jovens de hoje, nascidos em Liberdade e Democracia, sobre o que foi o nosso País entre 1926 e 1974, para que haja memória! Vivia-se no chamado Estado Novo, sem que a palavra República fosse pronunciada, pois, efectivamente, a Liberdade e Democracia a esta associadas eram incompatíveis com a Ditadura que caracterizava aquele, o Parlamento – a actual Assembleia da República tinha a designação de Assembleia Nacional e correspondia ao único partido político legalmente autorizado – a União Nacional, o Governo era o Conselho de Ministros, presidido por Salazar (a que sucedeu Marcelo Caetano entre 1970 e 1974, mas na prática desde 1968), muito «avesso» ao Conselho e ao Parlamento, o Presidente da República era uma figura simbólica face ao poder do Presidente do Conselho, e entre 1958 e 1974 foi o Almirante Américo Tomás. Todo este «edifício» político assentava em Pág. PB Francisca Bicho A Moreira mecanismos e forças de repressão, com destaque para a PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado, para manter a ‘ordem’, defender Deus – Pátria - Autoridade e o ‘Império’, do Minho a Timor, pois o regime entendia que Portugal era composto por um conjunto de territórios ultramarinos, as colónias, assim dominando outros povos. Os Jovens de hoje respiram Liberdade, se estiverem atentos sabem que ainda há pouco houve Eleições Legislativas e que o povo mudou a composição da Assembleia da República, logo, o Governo, devem ter presente que podem, livremente, ler todos os livros e jornais, ver e ouvir todas as notícias, participar na vida da Escola, aprender por quaisquer livros e outros meios, tudo isto por não haver Censura e a Democracia estar a funcionar. Não podemos esquecer que a nossa Liberdade se estendeu aos povos então dominados, e que travavam uma guerra contra Portugal – a Guerra Colonial nas 3 frentes de Angola, Guiné e Moçambique, pelo que os Jovens de hoje (e toda a Sociedade portuguesa) não têm a angústia de ir para a guerra e o sentimento de culpa de a fazer. Aconteceu Abril em 1974, e o MFA – Movimento das Forças Armadas apresentou 3 grandes objectivos: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver, e se foram muitas «as portas que Abril abriu» cabe – nos a t o d o s , particularmente aos Jovens, uma participação activa e consciente no sentido do aprofundamento da Democracia e de um contributo para o desenvolvimento do País. Tentativa Breve histórico da Revolução dos Cravos Maria José Santana- 11º H Em todos os sectores da vida dos portugueses se registava, desde vários anos antes do 25 de Abril, uma grande ofensiva contra a opressão do regime a n t e r i o r, liderado por Oliveira Salazar. Na situação portuguesa pesava, de f o r m a crescente, a guerra colonial, com todas as suas consequências. Os efeitos da guerra sentiam-se na vida económica, social e política e na situação das próprias forças armadas. A situação foi-se agravando ainda mais na medida em que os movimentos de libertação da Guiné, Moçambique e Angola alcançaram alguns êxitos. A luta contra a ditadura, em todos os sectores, acabará por ser determinante para lhe pôr fim. A guerra colonial, pelo reconhecimento do direito dos povos à autodeterminação e à independência, tornou-se, nos últimos anos, num vigoroso movimento nacional e internacional. As acções de resistência, no seio das próprias forças armadas, adquirem dimensões novas. Nunca, numa guerra colonial, o número de desertores e refractários atingiu uma cifra comparável à registrada em Portugal. É nesta situação e neste ambiente que toma corpo o “movimento dos capitães” (Movimento da Forças Armadas - MFA). O “movimento dos capitães” traduz, nas forças armadas, a tomada de consciência do povo português da necessidade do fim da guerra e da pronta liquidação do autoritarismo de tipo ditatorial. As forças armadas, ganhas para a causa da revolução democrática, acabaram por vibrar o golpe mortal na ditadura. O agravamento das contradições e dificuldades do regime e o aprofundamento da crise interna, por um lado, e o vigoroso desenvolvimento da luta popular contra a ditadura e contra a guerra, por outro, indicavam que se aproximava, a passos rápidos e seguros, uma situação revolucionária. O levantamento militar sucedeu imediatamente; o levantamento popular no próprio dia 25. O povo e as forças armadas fundiram-se numa mesma aspiração e num mesmo combate, causando a surpresa e a admiração da Europa e do mundo. Em 25 de Abril de 1974 terminava, derrotada pelo Movimento das Forças Armadas - MFA e pelo povo, a ditadura salazarista de 48 anos. Foi, talvez, uma das mais lindas festas dos oito séculos da história de Portugal: milhares de pessoas, em estado de júbilo, dançavam, cantavam, choravam e sorriam de contentamento. Ocorreu então um caso extraordinário, até hoje sem explicação: não se sabe como nem porquê, havia cravos vermelhos nas mãos do povo. Homens, mulheres e crianças de cravos nas mãos. Milhares de cravos! O povo enfeitou de cravos as armas dos militares. Do povo a revolução ganhou o nome de Revolução dos Cravos! Pág. 3 Tentativa Marisa Lemos - 11º H Significado da Festa A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, o seu corpo foi colocado num sepulcro, onde permaneceu até á sua ressurreição. É o dia santo mais importante da religião cristã. No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa tem origem na palavra hebraica “Pessach”. A esta festa vêm associadas algumas imagens tradicionais, nomeadamente a do coelho e a dos ovos. O coelho relacionada com símbolos de fertilidade; os ovos, decorados com efeitos brilhantes, representando quer a luz (solar), quer também a fertilidade. Por isso são oferecidos como presentes. Os ovos, por vezes, são substituídos por amêndoas com o mesmo feitio. O Ovo da Páscoa O costume de presentear as pessoas, na época da Páscoa, com ovos ornamentados e coloridos, começou na antiguidade. Eram verdadeiras obras de arte! Os cristãos primitivos da Mesopotâmia, foram os primeiros a usar ovos coloridos na Páscoa. Em alguns países europeus os ovos são coloridos para representar a alegria da ressurreição. Na GrãBretanha costumavam escrever mensagens e datas nesses ovos. Na Alemanha eram presentes para as crianças. Na Arménia decoravam os ovos com imagens de Cristo, da Virgem Maria e outras figuras religiosas. No século XIX os ovos doces eram decorados, tendo uma janela por onde se mostravam, no interior, pequenas cenas de caracter popular. Porém, ainda não eram comestíveis... pelo menos como se faz hoje. Actualmente, nalguns países, as crianças encontram ovos de chocolate ou “ninhos” cheios de doces, nas mesas da manhã de Páscoa. Noutros, as crianças saem na manhã de Páscoa pela casa ou pelo quintal, em busca dos “ovinhos” escondidos. Ficaram célebres, na história, os famosos ovos do joalheiro Fabergé, dos quais ainda se encontram vários exemplares no antigo tesouro imperial da Rússia. A Páscoa no Mundo Os festejos da Páscoa em todo o mundo, possuem variações nas suas origens e significados. Vejamos algumas: Na China - O “Ching-Ming” é uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa, onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, em forma de refeições e doces, para deixá-los satisfeitos com os seus descendentes. Na Europa - As origens da Páscoa remontam a bem longe, aos antigos rituais pagãos do início da primavera (que no hemisfério norte inicia em março). Nestes lugares, as tradições da Páscoa incluem a decoração de ovos cozidos e as brincadeiras com os ovos de Páscoa como, por exemplo, rolá-los ladeira abaixo, onde será vencedor aquele ovo que rolar mais longe sem quebrar. Nos Europa Oriental - A tradição mais forte é a decoração de ovos, com os quais serão presenteados amigos e parentes. A tradição diz que, se as crianças Pág. PB forem bem comportadas na noite anterior ao domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido num lugar escondido, o coelho deixará doces e ovos coloridos nesses “ninhos”. Nos Estados Unidos - A brincadeira mais tradicional ainda é a “caça ao ovo”, onde ovos de chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa, para serem descobertos pelas crianças na manhã de Páscoa. Em algumas cidades a “caça ao ovo” é um evento da comunidade e é usada uma praça pública para esconder os ovinhos. No Brasil e América Latina - O mais comum é as crianças montarem os seus próprios ninhos de Páscoa, sejam de vime, madeira ou papelão, e enchê-los de palha ou papel picado. Os ninhos são deixados para o coelhinho colocar doces e ovinhos, na madrugada de Páscoa. A “caça ao ovo” ou “caça ao cestinho” também é utilizada. Tentativa Marisa Lemos - 11º H Páscoa cristã corresponde à comemoração da passagem de Cristo, da morte à vida, à sua existência definitiva e gloriosa. Igualmente o é para a sua Igreja, seu Corpo, que assim fica também introduzida na “Vida Nova” do seu Senhor. O tempo pascal compreende cinquenta dias, até ao “pentecostes” (do grego), vividos e celebrados como um só dia: “os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes, devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo” (Normas Universais do Ano Litúrgico, n.º 22). O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas, até Pentecostes. É esta Páscoa de Cristo, do Senhor, que passou da morte à vida, pela ressurreição, passando à sua existência definitiva e gloriosa, a qual se comemora e revive. De igual modo, também a Igreja, por meio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes, é introduzida nessa Vida Nova de seu Senhor. A origem desta cinquentena remonta às origens do ano litúrgico. Os judeus tinham já a “festa das semanas” (ver Dt. 16,9-10), festa inicialmente agrícola e, depois, comemorativa da Aliança no Sinai, passando aos cinquenta dias da Páscoa Judaica. Os cristãos organizaram rapidamente sete semanas, mas para prolongar a alegria da Ressurreição e para celebrar, no final dos cinquenta dias, a festa de Pentecostes: a entrega do dom do Espírito Santo. Já no século II temos o testemunho de Tertuliano, falando-nos que, neste espaço de tempo, não se jejua, mas que antes se vive uma prolongada ale- gria. A liturgia insiste muito no carácter unitário destas sete semanas. A primeira semana é a “oitava da Páscoa”, em que, por irradiação, os baptizados na Vigília Pascal eram introduzidos numa mais profunda sintonia com o Mistério de Cristo, celebrados na liturgia. A “oitava da Páscoa” termina com o domingo chamado “in albis”, porque nesse dia os recém baptizados, em outros tempos, deixavam de usar, diariamente, as vestes brancas recebidas no dia de seu baptismo. Dentro da cinquentena celebra-se a Ascensão do Senhor, agora não necessariamente aos quarenta dias da Páscoa, mas no domingo sétimo da Páscoa, porque a preocupação não é tanto cronológica mas teológica, e a Ascensão pertence simplesmente ao mistério da Páscoa do Senhor. Conclui-se todo este tempo com a vinda do Espírito Santo, em Pentecostes. A unidade da cinquentena que dá também destacada presença ao Círio Pascal, aceso no “lume novo” da Vigília Pascal e em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Ele também é símbolo da presença de Cristo. Os vários domingos não se chamam, como antes, por exemplo, “domingo III depois da Páscoa”, mas “domingo III da Páscoa da” da ressurreição. As celebrações litúrgicas dessa cinquentena expressam e ajudam-nos a viver o mistério pascal, comunicado aos discípulos do Senhor Jesus. As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo, na Santa Missa, estão organizados com essa intenção. A primeira leitura é sempre dos Actos dos Apóstolos, a história da Igreja primitiva, que em meio a suas debilidades, viveu e difundiu a Páscoa do Senhor Jesus. A segunda leitura muda segundo os ciclos: a primeira carta de São Pedro, a primeira carta de São João e o livro do Apocalipse. Pág. 5 Tentativa Carta Aberta aos Alunos da Nossa Escola Apesar do ano lectivo ir já bastante adiantado e de, não tarda muito, estarmos outra vez de férias, certamente recordarás ainda os primeiros dias de aulas, a descoberta de novos colegas e o reencontro de outros, já velhos amigos, a azáfama da compra dos livros e da preparação de todo o material necessário. Porém,quero acreditar que, para além de todas essas recordações, tens também bem presentes as velhas praxes que, por esses dias, te esperavam à entrada, se acabavas de chegar à “Velha Casa Amarela”: umas pinturas algo radicais, um ou outro perfume “ a mais”, umas maldades sem grande importância e, sobretudo, se fores rapaz, a “ velha coroa” que, durante uns meses, iria dizer a todos os outros que eras um caloiro da casa. Aceitaste-a bem pois, por um motivo ou outro, ao decidires ser aluno do velho Liceu, sabias que ela era inevitável e que ela era até razão de orgulho. É que, por mais que as outras escolas da cidade, apesar de todo o respeito que nos merecem, queiram hoje mostrar ter tradições, a verdade é que elas eram exclusivas da nossa escola e tudo o que Pág. PB Maria de Fátima Sousa hoje em dia por aí se faz é apenas uma tentativa de as adquirir ( ou será mesmo plagiar?). Mas se pensas que a tradição da nossa escola se resume às ditas coroas, estás muito enganado, e é altura de te falar de cada uma delas para que tu próprio, como aluno da casa, as conheças, as respeites e, ( porque não?) as sigas, fazendo delas aquilo que de facto são: tradições, e assumas, com todo o orgulho, ser ou ter sido aluno do “ Antigo Liceu de Beja”. Começo por te dizer que a nossa escola é, desde há mais de cem anos, a única escola secundária que, por direito régio ( vê bem, por documento concedido pelo rei) tinha direito a usar trajo académico, em tudo semelhante aquele que ainda hoje é usado na Universidade de Coimbra. Por isso muitos dos teus avós ou dos teus pais e tios, se por cá passaram, o usaram. Se eram rapazes, vestiram capa e batina e, se eram raparigas, saia preta, camisa branca com laço e a famosa capa. Assim se vinha dia a dia para a escola, não num sentido de obrigação, mas envolvidos no orgulho de ser estudante do Liceu. Sei bem que aquele era o tempo da vida difícil, da necessidade de gastar pouco mas andar sempre impecável. Daí que o trajo fosse uma forma ideal de marcar pela diferença, relativamente às outras escolas, e pela identidade, já que só os nossos alunos Tentativa o conheceram antes de rumar a mais altos vôos – Lisboa , Porto ou Coimbra. Se ainda hoje falares do trajo a alguns dos teus professores, perguntalhes bem o que ele representa para eles e das memórias que a ele estão ligadas. Fá-lo, por exemplo, à professora Maria Manuel, à professora Antónia Oliveira ou à professora Francisca Leonor , entre tantos outros que também foram alunos desta casa muitos, muitos anos antes de cá voltarem, agora para ensina, mas sempre prontos a aprender com os mais novos o que eles também têm para ensinar. Para concluir, e ainda a respeito do trajo, digo-te que, se quiseres, é hoje possível voltar a usá-lo. Não digo que trajes diariamente ,pois não seria muito prático e é até pouco funcional para o estilo de vida actual. Porém, sempre que o “ Liceu” está em festa, por ocasião de um Baile de Finalistas ou outro, ou em outros momentos especiais da vida da nossa escola, não só podes, como deves usálo, como prova do orgulho que é ser aluno desta casa, cuja fama de qualidade e competência é anualmente demonstrada pelos resultados dos nossos finalistas. Termino dizendo-te que este ano, mais precisamente entre os dias 13, 14 e 15 de Maio, a tua escola vai viver um desses momentos de festa, tudo fazendo para manter viva uma das suas maiores tradições - A Festa do Galo- uma festa de confraternização entre os antigos e actuais alunos do Liceu de Beja, uma festa ao espírito da amizade, ao companheirismo, ao espírito académico e, sobretudo,uma festa à juventude e à vida. Para ficares a saber bem o que ela é na sua essência, assim como aos vários eventos que a ela estão ligados, lê o que dela relembra uma das figuras directamente ligadas à sua existência, aquela a quem chamamos “ O nosso General”, Maria Isabel Covas Lima . Em forma de despedida digo-te que, sejas hoje um “ pinto” ou um “ frango”, correndo alvoraçado por esses corredores, deves pensar que, se souberes absorver o espírito da nossa escola, bem presente no espírito do “ Galo”, quem sabe se não virás tu próprio, um dia, a ser o Galo de uma qualquer futura festa, já que esta tradição não pode morrer pois é já parte da cultura da nossa escola e,também, da cidade de Beja. Um fraterno abraço de alguém que, por não ter sido aluno desta escola,muita pena tem de não poder trajar. Pág. 7 Tentativa Marisa Lemos - 11º H Luxo e tragédia na corte dos Romanov Na tradição da religião ortodoxa, a distribuição de ovos decorados, como símbolo de esperança e vida renovada, transformava a Páscoa na mais colorida celebração do calendário russo. Na Páscoa de 1884, Peter Karl Fabergé (Foto 1) - o Foto 1 famoso joalheiro oficial da corte - recebeu uma encomenda especial: criar uma jóia para que o Czar Alexandre III presenteasse a Czarina Maria Feodorovna, no seu vigésimo aniversário de casamento. Fabergé criou um ovo de ouro e pedras preciosas, que foi entregue no Domingo festivo, como se fosse um simples embrulho. Para surpresa e deleite da Czarina, havia dentro um ovo de ouro, encimado pela miniatura, em diamantes, da coroa imperial (Foto 2). A partir de então Fabergé passou a Foto 2 receber a encomenda de um novo presente, a cada ano, com a condição de que a peça fosse única e contivesse, no seu interior, uma surpresa inesquecível para a Imperatriz. Com grande criatividade e talento técnico, Fabergé superava anualmente o desafio, buscando inspiração em factos da vida do casal imperial. O ovo Fabergé passou a ser cobiçado por toda a corte. Os motivos decorativos tornaram-se temáticos: cenas da história da Rússia, a inauguração de caminhos de ferro e actos de bravura militar. Dez anos mais tarde, em outubro de 1894, com a morte súbita de Alexandre III, aconteceram - no curto intervalo de 25 dias - o casamento (Foto 3) de seu herdeiro com a princesa alemã Alix de Hessen-Darmstadt (neta Foto 3 da rainha Vitória de Inglaterra) e a sua coroação como Nicolau II. Pág. PB Convicto adepto dos rituais, o novo Czar decidiu levar adiante o presente anual, encomendando um ovo para sua mãe e um segundo para a esposa, baptizada na Catedral de São Fedor com o nome de Alexandra Fedorovna. Assim, foi concebido o “Ovo da Coroação” (Foto 4) : em diamantes, Foto 4 rubis, platina, ouro e cristal de rocha. No interior, uma réplica da carruagem que transportou a Czarina pelas ruas de Moscou, durante as festividades. Na exposição internacional de Paris, em 1900, os ovos foram mostrados ao público pela primeira vez. O júri, extasiado, distribuiu prémios e honras. A concepção criativa e a opulência na confecção, ajudaram a difundir a fama das jóias Fabergé por toda a Europa. A partir de 1906, a joalharia ampliou os seus negócios e surgiram ateliers, supervisionados pelo próprio Fabergé, em Kiev, Moscovo e Londres. Nicolau gostava da pompa e dos rituais da vida militar, mas quando devia mostrar aptidão, para seu papel histórico, mostrava antes vacilação e as suas atitudes contraditórias colaboraram para que uma firme oposição se desenvolvesse. A família imperial manteve-se isolada. Fabergé pesquisava os interesses dos Romanov, transformando os feitos importantes das suas vidas, em presentes de Páscoa, para agradar e surpreender. A cada ano os ovos da Páscoa Imperial ficavam mais extravagantes. Segundo o expert Géza von Habsburg “até hoje são o apogeu do artesanato em jóias”. Todos os elementos importantes da saga dos Romanov estão presentes na elegância do ovo do 15º aniversário Foto 5 (1911), um verdadeiro álbum de família. Detalhes dos mais notáveis feitos do reinado de Nicolau II e cada um de seus familiares - os cinco lindos filhos, o czar e a czarina (Foto 5). A Primeira Guerra Mundial forçou a utilização - com Tentativa mais frequência - de materiais semipreciosos. Naquele instante, a já indisfarçável impopularidade do Czar foi congelada pela necessidade de união, em defesa da Rússia; mas a caótica administração e as condições económicas catastróficas, tornaram impossível o esforço de guerra que Foto 6 Nicolau II (Foto 6) comandava. Greves e boicotes, com multidões em busca de alimentos, começaram a explodir em Moscou e São Petesburgo; e até as tropas imperiais se juntaram ao povo descontente. Os movimentos sociais, que culminaram na Revolução Russa de Outubro, fizeram com que Fabergé se decidisse pelo encerramento de seu atelier, em 1916. Sem o apoio da aristocracia e perante a crise revolucionária e o colapso político e institucional, Nicolau II abdicou em 15 de Março de 1917. No dia seguinte, um decreto do novo governo ordenou a prisão do Czar e de sua família, que foram enviados à Sibéria. Em 17 de julho de 1918, o casal imperial - Nicolau e Alexandra - tal como os seus cinco filhos - Olga, Tatiana, Maria, Anastasia e Alexei Foto 7 (Foto 7) - foram executados, em circunstâncias ainda mal esclarecidas, pelo que ainda hoje se duvide de que todos tenham sido eliminados. Da família mais próxima, apenas a rainha mãe, a Imperatriz Maria Fedorovna Foto 8 (Foto 8), escapou da fúria assassina. Ao fugir a bordo do navio Marlborough para a Inglaterra e, depois, para a Dinamarca, para junto da sua família de origem, a família real dinamarquesa, levou o ovo da Ordem de São Jorge (Foto 9), o último que recebeu de seu filho, o Czar Foto 9 de todas as Rússias. O Ovo da Cruz de São Jorge foi feito em prata e esmalte, no lugar de ouro e diamantes, para homenagear Nicolau II pela bravura à frente do exército russo, durante a 1ª Grande Guerra Mundial. Logo após a revolução, os bens dos Romanov foram confiscados pelos bolcheviques. A maioria dos Ovos Fabergé foi inventariada, empacotada e enviada para o Kremlin, onde ainda figuram alguns. Muitos desapareceram durante a pilhagem ocorrida nos palácios. Ligados à decadência do Império Russo, os Ovos Fabergé tiveram os seus preços, inicialmente, desvalorizados. O filho de Fabergé, Agathon, foi preso pelos revolucionários, mas conseguiu negociar uma amnistia, pela avaliação das jóias e pedras preciosas confiscadas. Exilado em Lausanne, na Suiça, Peter Karl Fabergé morreu em 1920. O advento do regime comunista não significou o final da lenda. Ao contrário, agregando a aura da tragédia, estes tesouros transformaram-se em peças disputadíssimas por coleccionadores, atingindo valores astronómicos no mercado internacional. De acordo com estimativas, entre 1884 e 1916, teriam sido confeccionados 56 ovos para a corte imperial. Até 1998, haviam sido localizados 44 destes exemplares Em 2002, o noticiário internacional dava conta de que um “ovo imperial” foi arrematado num leilão da Christie’s, por 9,6 milhões de dólares. Actualmente, são cidadãos americanos os 5 maiores coleccionadores das jóias e ovos Fabergé: Matilda Geddings Gray, Lillian Thomas Pratt, Marjorie Merriweather Post, India Early Minshall e Malcolm S. Forbes. Uma luxuriante exposição, no Museu de Artes Decorativas em Paris, mostrou ao mundo, para fechar o século XX, toda a opulência da Russia dos Czares. Ainda hoje, a Casa Fabergé produz séries limitadas de ovos em cristal, com lapidação reproduzindo desenhos dos originais do século XIX e início do século XX. Pág. 9 Tentativa Verticais: 1 2 1. Destacável, consagrado a um assunto particular, que se 3 4 faz sair com o jornal. 2. Título principal na edição do jornal, geralmente 5 composto a toda a largura da primeira página e destacado com grandes letras. 6. Pessoa que trabalha no 6 7 8 jornal e que se ocupa da redacção de artigos. 8. Brochura ilustrada, 9 dedicada a assuntos de 10 11 interesse geral ou apenas de uma especialidade, que faz parte integrante da edição do 12 13 jornal todas as semanas e geralmente não pode ser vendida separadamente. 9. Anúncios comerciais 14 divulgados em secções especializadas do jornal. 11. Palavra inglesa usada 15 para designar um desenho 16 humorístico publicado no jornal, caricaturando ou criticando uma figura ou situação. 13. Textos de certa extensão, 17 que fazem parte do jornal, de natureza informativa ou de opinião. 15. Jornal que sai todos os dias. 16. Notícia importante que um jornal publica, antecipando-se aos outros, e que é posta em destaque com grandes caracteres. Horizontais: 1. Profissional de jornalismo que obtém e organiza a informação através de fotografias de pessoas, acontecimentos e situações. 4. Relato pormenorizado e vivo de um acontecimento, baseado no que o repórter viu, ouviu e investigou. 5. Declarações de alguém, obtidas de forma directa por um jornalista e publicadas pelo jornal. 7. Artigo de um periódico, da responsabilidade da direcção, e que reflecte as tendências do mesmo. 10. Jornal que sai todas as semanas. 12. Jornal diário Pág. PB Tentativa Prof. F. Rosa Dias Anunciando a Primavera, aí estão as andorinhas. São já às centenas, aos milhares, por todo o Alentejo. Vêm à procura das casas que cá deixaram e que sabem localizar se, entretanto, ninguém as destruiu ou, nessa hipótese, encontrar lugar para construir novos ninhos para criaram novas famílias. Mas, ao contrários de outros seres vivos, as andorinhas não gostam da nossa Escola! Do gosto pela escola por parte de gatos e cães, já demos notícia em Tentativa passado. Rolas turcas e melros nidificaram em anos anteriores nas árvores, entretanto abatidas por necessidade de obras, do parque de estacionamento. Chegado o tempo, o senhor Francisco Janota, o jardineiro, lá localizava os ninhos e indicava-os a quem sabia de antemão não os pôr em perigo. E assim, enquanto todo o pessoal da escola passava sob a árvore, lá em cima – nem tão acima como isso – os melros cresciam regaladamente. As rolas instalavam as suas frágeis(?) moradas no pinheiro grande junto à Secretaria e, lá no alto, criavam as suas ninhadas. Quanto à pardalada, todos sabem o gosto que tem pela escola. É só ouvir o barulho que fazem nas árvores do campo de futebol onde dormem. Sob as árvores do parque de estacionamento, não se aconselha mesmo que lá se deixem carros, ao fim da tarde... Andorinhas na escola já é, porém, outra conversa! Podemos vê-las, é certo, a esvoaçar/caçar nos espaços livres que a escola oferece. Se houver alguma poça de água e um pequeno lameiro, lá estarão elas a levar o barro/lama para a construção dos ninhos. Dispõe a escola de muitas paredes, paredes altas, voltadas em todas as direcções e com amplos espaços livres a rodeá-las. Espaços ideais – diríamos nós - para as andorinhas fazerem os ninhos e criarem os filhos em sossego. Engano. Ninhos de andorinha há muitas nos edifícios dos Correios, do Governo Civil, na zona do Largo do Carmo. Na Escola, não. Haverá cerca de um ano, este fenómeno chamou-nos a atenção. Discutimo-lo com o arquitecto Transmomtano, professor de Desenho e com o Dr. José Rafael, professor de Biologia. Neste binómio, Biologia/ Arquitectura, encontrámos a solução.Se a sua condição de seres vivos as impele a reproduzir-se, há que encontrar os locais ideais para o fazer. A natureza sabe quais são. E por isso nidificam por toda a cidade. Menos na nossa escola. Aqui entra a arquitectura. O antigo Liceu de Beja, filho do primeiro modernismo português, com influências funcionalistas, é todo terraços, amplas janelas e envidraçados, simplificação nos adornos de janelas e portadas. Pior que tudo, para as andorinhas, foi a supressão dos tradicionais beirados. É certo que correm longos frisos ao comprimento das paredes. Mas são estreitos, falta-lhes profundidade. Não há abrigo contra as chuvas da Primavera e os calores do Verão. Logo, não há ninhos. Não pensou nisso mestre Cristino da Silva, o arquitecto, quando planeou o Liceu nos inícios dos anos trinta. Vingaram-se as andorinhas!... Ficou a escola privada dessas pequenas maravilhas de arquitectura que são os ninhos, do gritar das crias a clamar por comida e de centenas de aves, pelas manhãs de Junho, a cantar ao sol. Pág. 11 Tentativa Mariana Soares, 10º F I’m on an island where there aren’t any mobile phone communications and interacting is only possible by the slowest way of all: the letter! It’s horrible, without a mobile phone it is very difficult to send SMS to my friends telling them the fresh news and when I arrive home and write them it is too late, too late to tell them what has just happened, too late to tell them how beautiful this place is. I thought that I could use the computer and send them an email,, the effort has failed, which made my anxiety grow bigger, it is impossible to communicate at once. Now the secret ways that I used to have to communicate vanished when I first arrived on this island. I used to write down the news every day to send them to my friends, until one day the will to write was over, the will to write was gone and the fact that I had to wait for the night to tell them every single thing that had been happening, made the purpose to write grow weaker and weaker I’m feeling alone, I don’t receive any signs of life from anyone. I spend my days thinking how those who I really love are... the days are long and boring...!!! TRRRRRIIIIIMMMMMMM... I woke up very nervous! At last I was able to get up, the mobile phone was in the same place, where I had put it before I got to sleep, the computer was quiet on the table... I smiled, everything had just been a nightmare. I thought that nowadays it is really very difficult to imagine life without the new communication technologies and they are, in fact, a blessing for us, youngsters. Ficha Técnica Direcção e Coordenação: Docentes do Curso Tecnológico de Comunicação Depois de 27 anos de pontificado, faleceu o Papa João Paulo II, o último do sec. XX, cujas marcas na nossa sociedade, em especial na Igreja, ficaram bem vincadas. Poderemos destacar da sua acção, as intervenções sociais a favor da paz no Mundo e dos mais desfavorecidos. Foi no ponteficado deste Papa polaco que se deu a abertura a Leste. O Conclave dos Cardeais reune-se a partir do dia 18/04/ 2005, na Capela Sistina, para eleição do primeiro Papa do sec. XXI. A Igreja Católica reza por essa intenção. Pág. PB Edição: Escola Secundária de Diogo de Gouveia Curso Tecnológico de Comunicação Redacção e Fotografias: Alunos da Turma do 11º H Maria José Santana e Marisa Pisco. Revisão de Textos: Prof. Hernâni Serra Colaboradores: Prof. Francisca Bicho A. Moreira, Prof. F. Rosa Dias, Maria de Fátima Sousa, Mariana Soares, 10º F Montagem: Alunos do 11º H Apoio Informático: Prof. João Henriques Composição e Impressão: Departamentos de Informática e Reprografia