APROVADO EM 25-11-2008 INFARMED RESUMO DAS

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RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. Nome do medicamento
TOLDEX Retard 650 mg comprimidos de libertação prolongada
2. Composição qualitativa e quantitativa
Ácido acetilsalicílico, 650 mg por comprimido de libertação prolongada, como
substância activa.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. Forma farmacêutica
Comprimido de libertação prolongada.
Comprimidos brancos, biconvexos, circulares, gravados BIAL numa das faces e
TX/650 na outra.
4. Informações clínicas
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento sintomático das dores de intensidade ligeira ou moderada (por exemplo,
cefaleias, dismenorreia, odontalgias, síndromes reumatismais, entorses). Tratamento
sintomático de estados febris, nomeadamente os associados a constipações ou gripe.
Profilaxia e tratamento de situações tromboembólicas arteriais e venosas.
4.2 Posologia e modo de administração
Como analgésico e antipirético: Adultos e adolescentes: 1 a 2 comprimidos, 2 a 3 vezes
por dia.
Como inibidor plaquetário: Adultos e adolescentes: 1 comprimido por dia.
Os comprimidos devem ser tomados inteiros, após as refeições. Recomenda-se que, em
seguida, se beba um grande copo de água.
4.3 Contra-indicações
-Hipersensibilidade aos salicilados e a anti-inflamatórios não esteróides ou a qualquer
um dos excipientes.
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-História de hemorragia gastrointestinal ou perfuração, relacionada com terapêutica
anterior com anti-inflamatórios não esteróides (AINE).
-Úlcera péptica/hemorragia activa ou história de úlcera péptica/hemorragia recorrente
(dois ou mais episódios distintos de ulceração ou hemorragia comprovada).
-Polipose nasal associada a asma.
-Medicação concomitante com anticoagulantes orais ou metotrexato.
-A administração de TOLDEX Retard está contra-indicada durante o terceiro trimestre
de gravidez.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A administração concomitante de TOLDEX Retard com AINE, incluindo inibidores
selectivos da cicloxigenase-2, deve ser evitada.
Os efeitos indesejáveis podem ser minimizados utilizando a menor dose eficaz durante
o menor período de tempo necessário para controlar a sintomatologia.
Idosos: Os idosos apresentam uma maior frequência de reacções adversas,
especialmente de hemorragias gastrointestinais e de perfurações que podem ser fatais
(ver secção 4.2).
Hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal: têm sido notificados casos de
hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal potencialmente fatais, em várias
fases do tratamento, associados ou não a sintomas de alerta ou história de eventos
gastrointestinais graves.
O risco de hemorragia, ulceração ou perfuração é maior com doses mais elevadas, em
doentes com história de úlcera péptica, especialmente se associada a hemorragia ou
perfuração (ver secção 4.3) e em doentes idosos. Nestas situações os doentes devem ser
instruídos no sentido de informar o seu médico assistente sobre a ocorrência de
sintomas abdominais e de hemorragia digestiva, sobretudo nas fases iniciais do
tratamento.
Nestes doentes o tratamento deve ser iniciado com a menor dose eficaz. A coadministração de agentes protectores (ex. misoprostol ou inibidores da bomba de
protões) deverá ser considerada, assim como em doentes que necessitem tomar
simultaneamente outros medicamentos susceptíveis de aumentar o risco de úlcera ou
hemorragia, tais como corticosteróides, anticoagulantes (como a varfarina) inibidores
selectivos da recaptação da serotonina ou antiagregantes plaquetários (ver secção 4.5).
Em caso de hemorragia gastrointestinal ou ulceração em doentes a tomar TOLDEX
Retard o tratamento deve ser interrompido.
Os AINE devem ser administrados com precaução em doentes com história de doença
inflamatória do intestino (colite ulcerosa, doença de Crohn) na medida em que estas
situações podem ser exacerbadas (ver secção 4.8).
Deve ser usado com precaução quando houver antecedentes de asma, urticária, polipose
nasal, insuficiência renal, insuficiência hepática, gota ou deficiência em glicose-6fosfato desidrogenase.
Nos doentes pediátricos e adolescentes, o tratamento sintomático da febre com ácido
acetilsalicílico deve ser evitado se não for possível excluir com segurança o diagnóstico
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de doenças que podem predispor à ocorrência da síndrome de Reye (isto é, doenças
febris agudas, especialmente varicela ou gripe).
A ingestão concomitante de álcool aumenta a incidência e a gravidade das hemorragias
induzidas pelos salicilados e o risco de erosões e ulceração da mucosa gástrica.
O contacto prolongado com a mucosa oral pode provocar lesões. Deve, por isso, evitarse a aplicação directa do comprimido sobre os dentes ou gengivas. Não se devem
mastigar os comprimidos antes de engolir, nos sete dias após a realização de
amigdalectomia ou cirurgia oral.
É aconselhável suspender a administração nos cinco dias que precedem a realização de
cirurgia.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Diuréticos. Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA) e Antagonistas
da Angiotensina II (AAII): A administração de ácido acetilsalicílico (>3 g/dia) pode
diminuir a eficácia dos diuréticos assim como de outros medicamentos antihipertensores. Nalguns doentes com função renal diminuída (ex. doentes desidratados
ou idosos com comprometimento da função renal) a co-administração de um IECA ou
AAII e agentes inibidores da cicloxigenase pode ter como consequência a progressão da
deterioração da função renal, incluindo a possibilidade de insuficiência renal aguda, que
é normalmente reversível. A ocorrência destas interacções deverá ser tida em
consideração em doentes a tomar ácido acetilsalicílico em associação com IECA ou
AAII. Consequentemente, esta associação medicamentosa deverá ser administrada com
precaução, sobretudo em doentes idosos. Os doentes devem ser adequadamente
hidratados e deverá ser analisada a necessidade de monitorizar a função renal após o
início da terapêutica concomitante, e periodicamente desde então.
Corticosteróides: Aumento do risco de ulceração ou hemorragia gastrointestinal (ver
secção 4.4).
A concentração sérica de ácido salicílico pode diminuir durante o tratamento com
corticosteróides, podendo elevar-se quando esse tratamento é suspenso. Todavia, a
ocorrência de intoxicação salicílica neste contexto é rara.
Anticoagulantes: Os salicilatos podem aumentar os efeitos dos anticoagulantes, tais
como, a varfarina (ver secção 4.4).
Agentes antiagregantes plaquetários e inibidores selectivos da recaptação da serotonina:
aumento do risco de hemorragia gastrointestinal (ver secção 4.4).
Os salicilados podem deslocar os anticoagulantes orais dos seus locais de ligação às
proteínas plasmáticas e potenciar o efeito hipoprotrombinémico da heparina e dos
anticoagulantes orais. A administração concomitante de um agente trombolítico (por
exemplo, estreptoquinase ou uroquinase) ou de inibidores da agregação plaquetária (por
exemplo, ticlopidina) deve também ser cuidadosamente ponderada.
O ácido acetilsalicílico pode diminuir a biodisponibilidade de vários AINE como, por
exemplo, o diflunisal, a indometacina, o fenoprofeno e o piroxicam.
O ácido acetilsalicílico pode diminuir o efeito de agentes uricosúricos tais como o
probenecid e sulfinpirazona, pelo que não se recomenda o seu uso concomitante. Pode
deslocar o metotrexato dos seus locais de ligação às proteínas plasmáticas e diminuir o
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seu clearance renal, provocando concentrações plasmáticas tóxicas deste fármaco. Os
efeitos da insulina ou de agentes antidiabéticos orais podem ser potenciados pela
administração de ácido acetilsalicílico, obrigando, eventualmente, a ajustes posológicos.
A alcalinização da urina induzida por fármacos, tais como, os inibidores da anidrase
carbónica, bicarbonato de sódio ou antiácidos (especialmente se contêm magnésio e/ou
cálcio), provoca um aumento da excreção dos salicilados. A acidificação da urina
resultante da administração de ácido ascórbico ou de fosfato de sódio ou potássio tem
efeito oposto, aumentando, por isso, o risco de intoxicação por salicilados.
A administração concomitante com ácido valpróico pode causar hipoprotrombinemia, o
que acresce os riscos de interferência com a coagulação sanguínea.
Está descrita a possibilidade de ocorrência de diminuição do efeito natriurético da
espironolactona e do efeito diurético da furosemida.
Pode interferir (provocando resultados falsos positivos, falsos negativos ou valores
incorrectos) com os resultados dos seguintes testes: determinação da glicosúria com
sulfato de cobre, determinação da glicosúria com testes enzimáticos, teste de Gerhardt
para o ácido aceto-acético urinário, teste da função renal utilizando fenolsulfoftaleína,
determinações do ácido úrico sérico por métodos colorimétricos, imagiologia tiroideia
com radio-isótopos, determinações do ácido vanilmandélico, determinações do ácido 5hidroxi-indolacético urinário e determinações da hormona estimulante da tiróide
induzida pela protirelina.
Os dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode inibir o efeito anti-agregante
plaquetário do ácido acetilsalicílico (AAS) de baixa dosagem quando estes
medicamentos são administrados concomitantemente. No entanto, devido às limitações
destes dados e às incertezas inerentes à extrapolação dos dados ex vivo para situações
clínicas não é possível concluir de forma definitiva sobre as consequências da
administração regular de ibuprofeno no efeito do AAS. Não é provável que se
verifiquem efeitos clinicamente relevantes na acção cardioprotectora do AAS
decorrentes da administração ocasional de ibuprofeno (ver secção 5.1.).
4.6 Gravidez e aleitamento
A inibição da síntese das prostaglandinas pode afectar negativamente a gravidez e/ou o
desenvolvimento embrio-fetal. Os dados dos estudos epidemiológicos sugerem um
aumento do risco de aborto espontâneo, de malformações cardíacas e de gastroschisis
na sequência da utilização de um inibidor da síntese das prostaglandinas no inicio da
gravidez. O risco absoluto de malformações cardiovasculares aumentou de valores
inferiores a 1% para aproximadamente 1.5%. Presume-se que o risco aumenta com a
dose e duração do tratamento.
Nos animais, demonstrou-se que a administração de inibidores da síntese das
prostaglandinas tem como consequência o aumento de abortamentos peri e pósimplantatórios e da mortalidade embrio-fetal. Adicionalmente, registou-se maior
incidência de várias malformações, incluindo malformações cardiovasculares em
animais expostos a inibidores da síntese das prostaglandinas durante o período
organogenético.
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Durante o 1º e 2º trimestres de gravidez, o ácido acetilsalicílico não deverá ser
administrado a não ser que seja estritamente necessário. Se o ácido acetilsalicílico for
usado por mulheres que estejam a tentar engravidar, ou durante o 1º e 2º trimestre de
gravidez, a dose administrada deverá ser a menor e durante o mais curto espaço de
tempo possível.
Durante o 3º trimestre de gravidez, todos os inibidores da síntese das prostaglandinas
podem expor o feto a:
-Toxicidade cardiopulmonar (com fecho prematuro do ductus arteriosus (canal de
Botal) e hipertensão pulmonar).
-Disfunção renal, que pode progredir para insuficiência renal com oligohidrâmnios.
Na fase final da gravidez a mãe e o recém-nascido podem estar expostos a:
-Possível prolongamento do tempo de hemorragia, um efeito anti-agregante que pode
verificar-se mesmo com doses muito baixas.
-Inibição das contracções uterinas com consequente atraso ou prolongamento do
trabalho de parto.
Assim, a administração de doses iguais ou superiores a 500 mg/dia de ácido
acetilsalicílico está contra-indicado durante o terceiro trimestre de gravidez.
Porque o ácido acetilsalicílico é excretado no leite materno, deverá ser ponderada a
suspensão do aleitamento se for necessário administrar regularmente doses elevadas
durante o aleitamento.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Não foram observados efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
4.8. Efeitos indesejáveis
[Muito frequentes (> 1/10) Frequentes (> 1/100, < 1/10) Pouco frequentes (> 1/1.000, <
1/100) Raros (> 1/10.000, < 1/1.000) Muito raros (< 1/10.000 incluindo os casos
isolados)]
Doenças do sistema imunitário:
Muito raros: reacções de hipersensibilidade, reacções anafiláticas/anafilactóides. Os
adultos com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos e as mulheres são mais
susceptíveis. É mais frequente nos doentes com antecedentes de urticária crónica, asma
e rinite crónica. A associação de asma, polipose nasal e sensibilidade ao ácido
acetilsalicílico é conhecida como a "tríade da aspirina". A reacção de sensibilidade
surge habitualmente nas três horas seguintes à administração do fármaco, e caracterizase por urticária, angioedema, broncospasmo, rinite grave ou choque. Podem também
ocorrer lacrimação, colapso vasomotor e perda de consciência.
Doenças gastrointestinais:
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Frequentes: Náuseas, dispepsia, flatulência, dor abdominal.
Pouco frequentes: Exacerbações de colite ou doença de Crohn (ver secção 4.4).
Hematemeses, melenas, estomatite aftosa, vómitos, diarreia, obstipação. Podem ocorrer,
em particular nos idosos, úlceras pépticas, perfuração ou hemorragia gastrointestinal
potencialmente fatais (ver secção 4.4).
Afecções hepatobiliares:
Pouco frequentes: Hepatotoxicidade, reversível na maioria dos casos. A
hepatotoxicidade tem maior probabilidade de surgir nos doentes com febre reumática,
lúpus eritematoso disseminado, artrite juvenil e doença hepática pré-existente, pelo que
neste grupo a vigilância analítica deverá ser particularmente cuidadosa.
Muito raros: lesões hepáticas compatíveis com hepatite crónica activa.
Doenças renais e urinárias:
Pouco frequentes: Os salicilados podem diminuir a função renal. Contudo, o risco de
complicações é mínimo em doentes com função renal previamente normal.
Perturbações gerais e alterações no local de administração:
Pouco frequentes: A utilização de ácido acetilsalicílico em crianças com varicela ou
com doenças do tipo gripal tem sido associada a um aumento do risco de ocorrência da
síndrome de Reye.
Resultados laboratoriais:
Pouco frequentes: Leucopenia, trombocitopenia, pancitopenia, anemia aplástica,
púrpura e eosinofilia. Pode causar ou agravar a hemólise em doentes com deficiência da
glicose-6-fosfato desidrogenase.
4.9. Sobredosagem
A dose letal aguda de ácido acetilsalicílico é variável: está descrita a morte de adultos
que ingeriram doses únicas de 10 a 30 g, mas um doente sobreviveu após a ingestão de
uma dose de 130 g.
Os principais efeitos tóxicos do ácido acetilsalicílico são extensões das suas acções
farmacológicas. Nos casos ligeiros de intoxicação por salicilados, as manifestações
clínicas podem ser cefaleias, tinnitus ou diminuição da capacidade auditiva, taquicardia,
hiperpneia, febre, sudação, sede, vómitos, diarreia, dor epigástrica, letargia e confusão.
Na intoxicação grave, podem ocorrer convulsões, coma e falência respiratória e
cardiovascular. Outras complicações incluem o edema pulmonar e cerebral e a
insuficiência miocárdica ou renal. As alterações laboratoriais podem incluir alterações
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encefalográficas, alterações do equilíbrio ácido-base (principalmente alcalose
respiratória e acidose metabólica), hiperglicemia ou hipoglicemia (especialmente em
crianças), cetonúria, hiponatremia, hipocaliemia e proteinúria. Nos casos de
sobredosagem aguda, níveis séricos de ácido salicílico inferiores a 40 mg/dl não são
sintomáticos, níveis entre 40 e 100 mg/dl estão associados a manifestações clínicas
ligeiras a moderadas e níveis superiores a 100 mg/dl estão associados a toxicidade
grave.
Na intoxicação crónica, os sintomas podem ocorrer com níveis séricos apenas
ligeiramente superiores aos terapêuticos e mimetizar doenças concomitantes, o que
dificultará o diagnóstico. A diminuição da acuidade auditiva e o tinnitus são as
manifestações de intoxicação crónica mais frequentes em adultos. Podem ainda ocorrer
alterações da visão, sudação, sede, hiperventilação, cefaleias, tonturas, confusão mental,
taquicardia, náuseas, vómitos e, ocasionalmente, diarreia. Se a intoxicação for grave, as
outras manifestações descritas a propósito da intoxicação aguda podem também estar
presentes. Nas crianças, as manifestações mais frequentes são a hiperventilação, ou
efeitos a nível do sistema nervoso central, tais como, sonolência, tonturas e alterações
comportamentais.
O tratamento, dependendo da gravidade da situação clínica, poderá compreender, para
além da suspensão da administração do ácido acetilsalicílico, medidas que diminuam a
absorção do fármaco (lavagem gástrica, administração de carvão activado), medidas
que promovam a eliminação do fármaco (diurese alcalina forçada, hemodiálise, diálise
peritoneal, hemoperfusão) e medidas de suporte (por exemplo, correcção de alterações
da coagulação, de alterações metabólicas).
5. Propriedades farmacológicas
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.10 Sistema Nervoso Central. Analgésicos e antipiréticos
Código ATC: N02B A01.
O ácido acetilsalicílico inibe a actividade da cicloxigenase, diminuindo a formação de
prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido araquidónico. Outras acções podem
também estar implicadas.
Efeito analgésico: pode resultar da inibição da síntese de prostaglandinas. As
prostaglandinas parecem sensibilizar os receptores dolorosos para a estimulação
mecânica ou para outros mediadores químicos (por exemplo, bradicinina, histamina). O
ácido acetilsalicílico não altera directamente o limiar doloroso. O efeito analgésico
parece resultar de uma acção predominantemente periférica, mas também de uma acção
central, possivelmente no hipotálamo. O efeito anti-inflamatório do fármaco poderá
ainda contribuir para o efeito analgésico.
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Efeito anti-inflamatório (não esteróide): os mecanismos exactos não foram
determinados, mas podem envolver a inibição da síntese de prostaglandinas e da
libertação de outros mediadores da resposta inflamatória.
Efeito antipirético: o ácido acetilsalicílico diminui a temperatura corporal apenas nos
doentes febris, através de uma acção central sobre o centro termorregulador do
hipotálamo. Este efeito parece resultar da inibição da síntese local de prostaglandinas.
Efeito anti-agregante plaquetário: o ácido acetilsalicílico afecta a função plaquetária
inibindo a enzima cicloxigenase plaquetária (acetilando-a), evitando assim a formação
do agente agregante tromboxano A2. Esta acção é irreversível, persistindo o efeito
durante todo o ciclo de vida das plaquetas expostas.
Efeitos respiratórios: doses terapêuticas de salicilados aumentam o consumo de
oxigénio e a produção de CO2, sobretudo a nível do músculo esquelético. A produção
aumentada de CO2 vai estimular a respiração, o que inicialmente se traduz apenas por
um aumento da profundidade dos movimentos respiratórios. Os salicilados também
estimulam directamente o centro respiratório na medula, provocando hiperventilação.
Efeitos cardiovasculares: em doentes que recebem grandes doses de salicilados, como é
o caso dos doentes com febre reumática, o volume plasmático pode aumentar até 20%,
o que se reflecte no aumento do débito e do trabalho cardíaco.
Efeitos genito-urinários: Os salicilados produzem efeitos uterinos, provavelmente por
inibirem a síntese de prostaglandinas. Justifica-se, assim, a acção analgésica dos
salicilados na dismenorreia primária.
Efeitos metabólicos: o ácido acetilsalicílico produz múltiplos efeitos metabólicos, com
repercussões que são geralmente mínimas, com as doses clinicamente recomendadas.
Estão descritos, por exemplo, hiperglicemia, glicosúria, deplecção muscular e hepática
de glicogénio, aminoacidúria com balanço nitrogenado negativo, inibição da lipogénese
e da lipólise e aumento da oxidação dos corpos cetónicos. Estas acções resultarão da
dissociação da fosforilação oxidativa, da libertação de catecolaminas e da libertação de
corticosteróides.
Os dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode inibir o efeito de doses baixas
de ácido acetilsalicílico ao nível da agregação plaquetária quando estes medicamentos
são administrados concomitantemente. Num estudo, quando foram administrados 400
mg de ibuprofeno em dose única 8 horas antes ou 30 minutos após a administração de
81 mg de ácido acetilsalicílico de libertação imediata, verificou-se a diminuição do
efeito do ácido acetilsalicílico na formação de tromboxano ou na agregação plaquetária.
No entanto devido às limitações destes dados e ao grau de incerteza inerente à
extrapolação de dados ex vivo para situações clínicas não é possível retirar conclusões
definitivas relativamente à administração habitual de ibuprofeno. Não é provável que se
verifiquem efeitos clinicamente relevantes na acção cardioprotectora do AAS
decorrentes da administração ocasional de ibuprofeno.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção: o ácido acetilsalicílico é rapidamente absorvido a partir do tracto
gastrointestinal. Após a administração oral, a absorção do ácido acetilsalicílico não
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ionizado ocorre no estômago e, principalmente, na parte proximal do intestino delgado.
A presença de alimentos diminui a velocidade mas não a extensão da absorção do ácido
acetilsalicílico.
O TOLDEX Retard apresenta diferenças relevantes em relação às formulações
convencionais de ácido acetilsalicílico, nomeadamente maior tmax e menor Cmax, para
a mesma dose.
Distribuição: após a absorção, o ácido acetilsalicílico distribui-se rápida e amplamente
pelos vários tecidos e fluidos corporais. O volume de distribuição está descrito como
sendo de 170 ml/kg de peso, no adulto. O ácido acetilsalicílico ingerido é
predominantemente absorvido como tal, mas parte entra na circulação sistémica como
ácido salicílico, resultado da hidrólise por esterases na mucosa gastrointestinal e no
fígado. O ácido acetilsalicílico só é detectável no plasma durante pouco tempo, uma vez
que é hidrolisado no plasma, fígado e eritrócitos. O ácido salicílico liga-se às proteínas
plasmáticas, em especial à albumina, numa percentagem que para as doses terapêuticas
é de 80 a 90%.
O ácido salicílico atravessa a placenta e é detectável no leite materno.
Metabolização: o ácido salicílico é metabolizado principalmente no fígado, a nível
microssomático e mitocondrial, sendo os seus principais metabolitos conjugados com a
glicina ou com o ácido glicurónico.
Eliminação: a semi-vida de eliminação do ácido acetilsalicílico do plasma é de
aproximadamente 15-20 minutos. Ao contrário do que se verifica com o ácido
salicílico, o ácido acetilsalicílico não hidrolisado não se acumula no plasma após doses
múltiplas. Após uma dose de 325 mg de ácido acetilsalicílico, a semi-vida plasmática
do ácido salicílico é de cerca de 2-3 horas; com doses elevadas, a semi-vida aumenta
para 15 a 30 horas.
Apenas cerca de 1% de uma dose oral de ácido acetilsalicílico é excretado não
hidrolisado na urina. O restante é excretado na urina sob a forma de ácido salicílico
livre e seus metabolitos. A excreção renal envolve filtração glomerular, secreção
tubular renal activa e reabsorção tubular passiva. A excreção de ácido salicílico livre é
extremamente variável, dependendo da dose administrada e do pH urinário. Cerca de
30% da dose é excretada se a urina é alcalina, comparativamente com 2% da dose se a
urina é ácida.
No TOLDEX Retard, e em relação às formulações convencionais de ácido
acetilsalicílico, a fracção não hidrolisada é mais elevada e a semi-vida plasmática da
salicilemia (ácido acetilsalícilico não hidrolisado e salicilato) é maior.
O ácido salicílico é removível por hemodiálise.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Em animais, o ácido acetilsalicílico provocou atrofia testicular e inibiu a
espermatogénese. Outros estudos mostraram que os salicilados podem provocar defeitos
oculares, fendas faciais, fissuras da coluna vertebral e do crânio, malformações do
sistema nervoso central, vísceras e esqueleto (principalmente nas vértebras e costelas).
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6. Informações farmacêuticas
6.1 Lista dos excipientes
Croscarmelose sódica; Celulose microcristalina; Amido pré-gelificado e Talco.
6.2 Incompatibilidades
O ácido acetilsalicílico não deve ser associado a bicarbonato de sódio, citrato de sódio,
fosfato de sódio e borato de sódio. É incompatível com acetanilida, acetofenetidina,
antipirina, aminopirina, metamina, fenol e salol.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
Conservar na embalagem de origem.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Os comprimidos de libertação prolongada de Toldex Retard são acondicionados em
blisters de PVC com folha de alumínio. Embalagens de 20 e 60 comprimidos de
libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. Titular da autorização de introdução no mercado
BIAL - Portela & Ca SA
À Av. da Siderurgia Nacional
4745-457 S. Mamede do Coronado
8. Número(s) da autorização de introdução no mercado
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Nº de registo: 9302935 – 60 comprimidos de libertação prolongada, 650 mg, blisters de
de PVC/Alumínio.
Nº de registo: 9302919 – 20 comprimidos de libertação prolongada, 650 mg, blisters de
de PVC/Alumínio.
9. Data da primeira autorização/renovação da autorização de introdução no mercado
Data da primeira autorização: 15 de Novembro de 1971
Data da revisão: 4 de Setembro de 2002
10. Data da revisão do texto
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