Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Faculdade Assis Gurgacz – FAG Curso de PósPós-graduação em Nutrição Alessandra Souza Nutricionista, Mestre em Nutrição Humana Aplicada – USP Especialista de Produtos – Medtronic - Divisão Diabetes Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Agenda •Pancreatite Pancreatite aguda Pancreatite crônica Fibrose Cística •Diabetes Mellitus Contagem de Carboidratos Índice Glicêmico Alimentos Diet e Light Edulcorantes 1 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pâncreas Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pancreatite Inflamação do pâncreas caracterizada por edema, exsudação celular e necrose de gordura. Sintomas: dor contínua ou intermitente de intensidade variável até uma severa dor abdominal, náusea, vômito, distenção abdominal e esteatorréia. Em casos mais graves, hemorragia, choque ou morte Possíveis Causas: alcoolismo crônico, doença do trato biliar, cálculos biliares, certas drogas, trauma, hipergliceridemia, infecções. 2 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pancreatite Aguda (PA) Terapia Nutricional A alimentação deve reduzir os mecanismos secretórios das enzimas pancreáticas e bile – jejum e hidratação endovenosa •Nutrição Parenteral Total •Reintrodução da dieta enteral e/ou oral deve ser feita após contornados os vômitos, distenção abominal, íleo paralítico e alterações hemodinâmicas e as provas de função glandular estiverem normais (amilase, lipase, cálcio e glicose) •Condição de hipermetabolismo – NET – 30Kcal/ kg peso corporal e relação caloria/nitrogênio 100 a 130:1 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pancreatite Crônica Terapia Nutricional Fracionamento das refeições Dieta hipolipídica – observar esteatorréia e dor Suspenção do consumo de álcool Suplementação de enzimas pancreáticas Suplementação de vitaminas lipossolúveis (forma hidrossolúvel)– esteatorréia B12 – deficiência de protease pancreática Manutenção do pH instestinal Intolerância a glicose – insulina e cuidados para DM Deficiência de glucagon – hipoglicemia 3 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Fibrose Cística A Fibrose Cística (Mucoviscidose) – doença hereditária autossômica recessiva. Brasil – 1 :10 000 mil recém-nascidos caucasóides (Campos et al., 1996) O gene causador da doença se localiza no braço longo do cromossomo 7 que é responsável pela codificação da proteína - CFTR (Cystic Fibrosis Transmenbrane Conductance Regulator) RTFC (Regulador transmembrana da fibrose cística) CFTR – se localiza nas superfícies apicais das células epiteliais é um canal de cloro. A disfunção desse canal leva a um distúrbio do transporte de cloro através dos epitélios (superfície luminal) e a um influxo compensatório de sódio para manter a eletroneutralidade com consequente influxo de água o que leva à desidratação celular com formação de muco espesso característico da doença. Esse muco espesso favorece a obstrução dos dutos das glândulas exócrinas afetando órgões vitais como pulmões, pâncreas e testículos. Terapia nutricional adequada é prioridade no tratamento do paciente. Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Diagnóstico Teste de tragem neonatal Recém nascido – íleo meconial e icterícia prolongada Lactente - diarréia, edema, hipoalbuminemia e anemia Problemas respiratórios, perda de peso, anorexia, má absorção, distúrbios eletrolíticos e do equilíbrio ácido básico. 4 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Doenças do refluxo gastresofágico – agrava o quadro pulmonar e a redução no consumo de alimentos. Proveniente de: medicações que diminuem o tônus muscular do esfíncter esofágico inferior (betabloqueadores e metilxantinas), tosses persistentes, esforço respiratório e uso de musculatura acessória, fisioterapia respiratória, esvaziamento gástrico lento (dietas hiperlipídicas). Diabetes – fadiga, perda de peso corporal e piora da função pulmonar. Condição própria da doença. Má absorção intestinal – disfunção pré-epitelial decorrente da rejeição dos nutrientes não hidrolizados no lúmem pela deficiência de enzimas pancreáticas Doses excessivas podem levar a redução do bicarbonato pancreático com queda do pH duodenal e inativação das enzimas. Gasto energético – 120 – 150% RDA – insuficiência pancreática, má absorção, esteatorréia, processo inflamatório crônico, glicosúria, perda proteica nas secreções pulmonares, esteatorréia, medicações, anorexia. Insuficiência pancreática – 80 – 95% dos pacientes com fibose cística. Características: fezes gordurosas e mal cheirosas, diarréia, íleo meconial e síndrome de obstrução instestinal distal. Tratamento: enzimas, vitaminas e terapia nutricional Reposição de enzimas – recomendações Micro-esferas e micro-comprimidos devem ser administradas antes das refeições < 4 anos – 1000U / kg > 4 anos – 500U/kg Lactentes 2000U lipase/ 120ml de fórmula ou leite materno Doses maiores que 10.000U/kg/dia – colonopatia fibrosante 5 Terapia Nutricional Leite materno – 6 meses de idade ou fórmula infantil modificada Hipoproteinemia e alcalose hiponatrêmica – módulos de proteínas e doses suplementares de sódio (2 a 4 mEq/kg/dia) – meses de verão. Resseções intestinais por íleo meconial ou alergia a proteína do leite de vaca ou intolerância à lactose – proteína extensamente hidrolisada e leite com baixo teor de lactose. Uso de suplementos nutricionais – P/I ou a E/I abaixo do percentil 10 ou % peso ideal = ou < 90 ou por 3 meses a criança menos de 5 anos não ganha peso. Nutrição enteral – P/E e IMC < 10 ou perda de peso equivalente a duas curvas do percentil ou sem ganho de peso por 6 meses TCM X TCL – TCM não necessitam de sais biliares e enzimas pancreáticas para serem absorvidos. São hidrolizados, convertidos em ácidos graxos livres e glicerol e chegam ao fígado pela circulação portal sem a necessidade da formação de micelas, sendo absorvido no duodeno e jejuno proximal. TCM X TCL – Dieta pobre em TCL – deficiência de ácidos graxos essenciais e suas consequências (lesões descamativas de pele, atraso na cicatrização, trompocitopenia, atraso no crescimento, infecções pulmonares) Combinação TCM e TCL. Agentes anabólicos – insulina, acetato de megesterol, e GH Vitaminas lipossolúveis, hidrossolúveis, minerais, eletrólitos e ácidos graxos 6 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Diabetes Mellitus (DM) O DM é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. •Hiperglicemia crônica, podendo estar associada a dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial. Adaptado: Consenso Brasileiro sobre Diabetes - Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Aspectos Epidemiológicos do DM •Distribuição Universal •Prevalência variável nas populações e grupos étnicos •Relacionado ao estilo de vida ocidental • Incidência crescente especialmente em países em desenvolvimento 7 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino DM - Problema de Saúde Pública • Proporções epidêmicas • Considerável morbidade –freqüentes complicações agudas e crônicas • Altos custos –controle metabólico e tratamento das complicações •Incapacitações e encurtamento da vida útil – cegueiras, amputações, IRC •Mortalidade prematura Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Classificação Etiológica dos Distúrbios da Glicemia Diabetes Mellitus tipo 1 a. Mediado por processo imune b. Idiopático Diabetes Mellitus tipo 2 Outros tipos especí específicos Defeitos genéticos na função da célula β Defeitos genéticos na ação da insulina Doenças do pâncreas exócrino Endocrinopatias Induzido por drogas/produtos químicos Infecções Formas incomuns de diabetes auto-imune Síndromes genéticas associadas ao diabetes Diabetes Mellitus Gestacional ADA, 1997. WHO, 1999 8 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Principais Características do DM DM tipo 1 DM tipo 2 Idade < 20 anos Idade > 40 anos Deficiência absoluta de insulina (destruiç destruição autoautoimune) imune) Deficiência relativa + resistência insulí insulínica Indiví Indivíduo magro Indiví Indivíduo geralmente obeso, obeso, sedentá sedentário e hipertenso Sintomas: polidipsia, polidipsia, poliú poliúria, Iní Início incidioso polifagia e emagrecimento Descompensaç Descompensação tipo coma hiperosmolar Descompensaç Descompensação tipo cetoacidose TRATAMENTO: INSULINA/AGENTES ORAIS + ALIMENTAÇÃO ADEQUADA + EXERCÍCIOS FÍSICOS + MONITORAMENTO + EDUCAÇÃO Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Diagnóstico DM tipo 1 Quadro clínico clássico 80% dos casos surgem antes dos 30 anos (crianças em idade escolar escolar e adolescentes) Ambos os sexos Sintomas proeminentes (tendência a cetoacidose) cetoacidose) Emagrecimento, fraqueza Polifagia, Polifagia, polidipsia, polidipsia, poliuria Desidratação Dor abdominal Infecção assoaciada Necessidade absoluta de insulinoterapia 9 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Diagnóstico DM tipo 2 Quadro clínico clássico Indivíduo com sobrepeso ou obesidade e frequentemente hipertenso Idade superior a 40 anos História familiar de diabetes Assintomática ou sintomática “ não valorizada” Poliúria, nictúria Polidipsia, polifagia Alteração ou não de peso Manifestações decorrentes das complicações: deficiência visual, parestesias, dor em membros inferiores, prurido vulvar, infarto do miocárdio Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Fatores de Risco para DM tipo 2 Idade ≥ 45 anos História familiar de DM Excesso de peso Sedentarismo HDL- col baixo ou triglicérides elevados Hipertensão arterial DM gestacional prévio Macrossomia ou história de abortos de repetição ou mortalidade perinalta Uso de medicação hiperglicemiante (ex. corticosteróides, tiazídicos, betabloqueadores) Adaptado: Consenso Brasileiro sobre Diabetes - Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002 10 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Principais defeitos metabolicos no DM tipo 2 Insulino-resistência periférica no músculo e adipócito Redução na secreção de insulina pancreática Aumento na produção hepática de glicose Haffner SM, et al. Diabetes Care, 1999 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Homeostase da Glicose Carboidrato Lipogênese e Lipólise Glicemia Insulina Captação de glicose, produção hepática de glicose e armazenamento de glicogênio Tecido adiposo Músculo Captação de glicose estimulada pela insulina 11 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Insulina bovina -COOH ASN CYS TYR PHE ASN 1 VAL ASN 30 LYS LEU ILE GLN VAL 10 GLU HIS LEU S GLN PRO S GLN CYS CYS ALA SER VAL CYS SER LEU TYR THR TYR PHE S S CYS GLY ALA GLU S S GLY 10 ARG GLY SER HIS GLY GLU LEU VAL GLU ALA LEU TYR LEU VAL CYS PHE 20 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Insulina suína -COOH ASN CYS TYR PHE ASN 1 VAL S S GLY ASN 30 LYS LEU ILE GLN VAL 10 GLU HIS LEU S GLN GLN CYS CYS THR TYR SER ILE CYS SER LEU S GLY PRO THR TYR PHE S S CYS ALA GLU 10 ARG GLY SER HIS GLY GLU LEU VAL GLU ALA LEU TYR LEU VAL CYS PHE 20 12 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino ALA GLY PRO GLY LEU PRO GLN LEU SER GLY GLY GLY LEU GLU VAL ALA GLN GLY VAL GLN LEU LEU GLY 21 SER NH2- GLU 31 GLU 30 THR CYS TYR LYS PHE 1 ASN 31 LEU VAL ALA -COOH -COOH GLN 1 ASP Pró-insulina humana GLU ARG GLY ASN 1 1 GLU SS SS ASN LYS LEU ILE GLN VAL 10 GLU HIS S S S S GLN GLN CYS CYS THR SER ILE CYS SER LEU TYR CYS GLY THR TYR PHE SS S S LEU PRO 10 ARG GLY SER HIS GLY GLU LEU VAL GLU ALA LEU TYR LEU VAL CYS PHE 20 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Insulina lispro -COOH ASN NH2 CYS - TYR 1 PHE ASN 1 VAL S S GLY ASN 30 PRO LEU ILE GLN VAL 10 GLU HIS LEU S GLN GLN CYS CYS THR TYR SER ILE CYS SER LEU S GLY LYS THR TYR PHE S S CYS THR GLU 10 ARG GLY SER HIS GLY GLU LEU VAL GLU ALA LEU TYR LEU VAL CYS PHE 20 13 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Ações metabólicas da insulina Secreção da insulina basal contínua Inibe a produção hepática de glicose Glicogenólise Gliconeogênese Cetogênese Lipólise Proteólise Secreção insulínica em picos prandiais Estimula a utilização e armazenamento da glicose Captação de glicose no músculo e tecido adiposo Glicogênese Síntese protéica Lipogênese Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Perfil médio da ação das insulinas Insulinas Humanas Ultra rápida Rápida NPH Glargina / Detemir Início Pico <0,25 0,5 – 1,5 0,5 – 1,0 2–4 4–6 2–3 6 – 10 Plena Duração Duração Efetiva Máxima 3-4 4–6 3-6 10 – 16 24 6–8 14 – 18 24 Adaptado: Consenso Brasileiro sobre Diabetes - Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002 14 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino PARA ASSEGURAR A EFETIVA ABSORÇÃO DA INSULINA, A APLICAÇÃO DEVE SER FEITA NO TECIDO SUBCUTÂNEO. Pele Tecido Subcutâneo { Riscos de uma aplicação intradérmica: Pode ocasionar ou reação local e Músculo Riscos de uma aplicação intramuscular: Pode acelerar a ação da insulina e provocar hipoglicemias. hiperglicemia. Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino A dose de insulina apropriada é dependente da resposta do indivíduo à ingestão dos alimentos, à administração de insulina e à prática de exercícios ADA, 2003 15 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino ESTUDO SOBRE CONTROLE E COMPLICAÇÕES DO DIABETES (DCCT) Objetivos Tratamento intensivo com insulina preveniria ou retardaria o desenvolvimento e progressão de complicações vasculares, particularmente a retinopatia. retinopatia. Metodologia •Número de pacientes: 1441 Tipo 1 •Início: 1983, com duração de 9 anos (média de acompanhamento. de 6,5 anos) •29 centros nos Estados Unidos e Canadá •Idade: 1313-39 anos com 11-15 anos de doença •Grupos de tratamento: •Convencional: Convencional: sem sintomas e máximo de 2 injeções •Intensivo: uso de glicosímetros e mais de 3 injeções Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pacientes que completaram o estudo •1422 (99%): 11 Mortes 8 desistências. CONCLUSÕES: •Terapia intensiva resultou no retardo do início e lentidão na progressão da retinopatia, retinopatia, neuropatia e nefropatia diabéticas. •Redução de aproximadamente 76% no risco de retinopatia, retinopatia, 60%neuropatia e 56% nefropatia diabéticas no grupo com terapia intensiva em comparação com o grupo convencional. 16 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Risco de Complicações Resultados do DCCT HbA1c e Risco Relativo de Complicações da Diabetes 15 13 11 Retinopatia 9 Nefropatia 7 Neuropatia 5 3 1 6 7 8 9 10 11 12 HbA1c Fonte: Medtronic Skyler, J: Chronic Complications of Diabetes Endo Met Cl N Am, vol 25, 2, p.243- 254, June 1996 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino United Kingdom Prospective Diabetes Study UKPDS Estudo iniciado em 1977 com duração de 20 anos, com 5.102 pacientes Tipo 2, em 23 centros clínicos. Objetivo: Objetivo: pesquisar se o controle glicêmico intensivo reduziria os riscos de complicações macro ou microvasculares em pacientes Tipo 2 com monitorização intensiva (4 x dia) e terapia intensiva (antidiabéticos orais + insulina) em várias combinações. Conclusão: Redução de risco 25% doenças microvasculares 16% infarto do miocardio 12% outras doenças relacionadas 17 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Hemoglobina Glicada (HbA1c, %) United Kingdom Prospective Diabetes Study UKPDS: HbA1C 9 Grupo Terapia Convencional 8 Grupo Terapia Intensiva 7 6 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Anos 9 10 11 12 13 14 15 Lancet 1998; 352: 837837-853 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Controle intensivo do DM Individualização do tratamento Monitorização freqüente da glicemia Ajustes de medicação, alimentação/atividade física baseado na glicemia Interação entre o portador de diabetes e a equipe multidisciplinar Avaliação continuada Educação Suporte emocional e psicológico Freqüente avaliação dos objetivos do controle glicêmico 18 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Indicações para o tratamento intensivo DM tipo 1 e DM tipo 2 Proposta terapêutica para evitar ou reduzir complicações micro vasculares Gestantes ou em planejamento de gestação Quem deseja atingir o controle próximo do normal Diabetes instável Contato com profissionais com experiência Adolescentes e crianças mais velhas Transplantados por nefropatia diabética Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Busca da fisiologia normal 1.0 0.8 Insulina 0.6 0 Tempo Terapia de Múltiplas Injeções Insulina Intermediária e Rápida Pré-Refeição 19 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Esquema BOLUS X BASAL BOLUS Metabolizar os carboidratos ingeridos Contagem de carboidratos Relação insulina/carboidratos Correção de hiperglicemias Metas glicêmicas Insulina utilizada REGULAR OU ULTRAULTRA-RÁPIDA Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Terapia de múltiplas aplicações Basal / Bolus Injeções 1.0 0.8 Insulina 0.6 0 Tempo 20 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino 21 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino 22 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Problemas relacionados a não adesão da insulinoterapia intensiva Inconveniência das várias picadas de insulina Dificuldade no uso combinado de insulina lenta e rápida Necessidade de varias medidas de glicemia capilar Medo da agulha Medo de hipoglicemia Não conscientização da relação mau controle e complicações EDUCAÇÃO ! Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Evolução tecnológica no tratamento do DM Bombas de insulina Glicosímetros Sensor de glicose leitura continua Sistemas Integrados: Bomba/Sensor/Software Glicosúria Descobrimento da insulina Páncreas Artificial 1900s 1922 1977 1978 1999 2004 - 23 Bomba de Infusão de insulina (CSII) PARADIGM® 515/715 Fonte: Medtronic Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino BASAL BOLUS Pequena quantidade Insulina pré-refeição de insulina para 24h – glicemia pré-prandial Adequar as necessidades de – contagem de carboidratos cada paciente Correção de hiperglicemia Insulina U 6 5 4 3 2 1 Bolus Basal 00:00 12:00 Horas do dia Fonte: Medtronic - 24 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Normal Bolus: Normal / Square Wave / Dual Wave Basal Square Wave Dual Wave Para refeições habituais - Bolus Normal Nos casos de absorção lenta ex: gastroparesia - Square Wave Para refeições com carboidratos, gorduras e proteínas - Dual Wave As opções, Square Wave e a Dual Wave têm a possibilidade de programar a infusão do bolus em tempo (horas) maior e em quantidades diferentes de insulina. Fonte: Medtronic Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Diabetes - Complicações Crônicas Microangiopatia Nefropatia Retinopatia Macroangiopatia Coronariana, cerebral , membros inferiores Neuropatia Periférica Autonômica 25 Terapia Nutricional em DM Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Eventos que mudaram o status da terapia nutricional em diabetes Estudo DCCT Recomendação Associação Americana de Diabetes ADA 1994 Definição do papel e responsabilidades do nutricionista e promoção de sua comunicação com os outros membros da equipe Guias práticos para um aumento da qualidade e consistência da terapia J Am Diet Assoc.1993; 93(7):758-767 ; Diabetes Care.1994; 17(5)519-522 J Am Diet Assoc.1995; 95(5):607 - 608 ; Diabetes Spectrum.1996;9(2):128 - 130 26 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino A Terapia Nutricional pode ser efetiva no DM? Controle glicêmico: redução de ~2% em HbA1c em pacientes tipo 2 recém diagnosticados redução ~1% em HbA1c em pacientes com 4 anos do diagnóstico do DM tipo 2 redução ~1% em HbA1c em pacientes tipo 1 recém diagnosticados e aqueles que ajustam a insulina baseado na contagem de carboidratos resultados podem ser observados em 6 semanas a 3 meses. meses. UKPDS. Metabolism 1990, Franz et al. Diet Assoc 1995 de J Am, Kulkarni et al. J. Am Diet Assoc 1998 DAFNE. Study Group BMIJ 2002 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Objetivo da Terapia Nutricional √ Manter níveis glicêmicos próximos do normal √ Prevenir e tratar complicações agudas ou crônicas √ Manter ótimos os níveis de lipídeos séricos √ Manter ou adequar o peso corpóreo √ Melhorar a saúde de uma forma geral através de uma ótima alimentação √ Manter aporte calórico adequado 27 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino DM tipo 1 Integrar insulina com alimentação e atividade física Terapia convencional Sincronia do alimento com a insulina Incorporar horários e quantidades de alimentos Terapia intensiva Ajustar a insulina de acordo com o hábito alimentar e estilo de vida Flexibilidade de horários e quantidades de alimentos Adaptado de Holler e Pastors. Diabetes Medical Nutrition Therapy, 1997 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Terapia Nutricional para a prevenção e o tratamento do DM Tipo 2 Está Estágio Meta Estraté Estratégias Indiví Indivíduos com Prevenç Prevenção da sobrepeso (IMC obesidade ≥ 25) do consumo caló calórico em 1000 kcal por dia Síndrome Metabó Metabólica Aumento Melhora da sensibilidade à insulina Reduç Redução da atividade física Reduç Redução do consumo de energia e modesta perda de peso 28 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Pré Pré-diabetes Prevenç Prevenção do diabetes tipo 2 Diabetes tipo 2 Reduç Redução do consumo de calorias e lípides podem levar a uma modesta perda de peso (5% (5% - 7 % do peso corpó corpóreo) reo) Acumulo de 150 min/ semana de prá prática de atividade física Alcance e manutenç manutenção Estraté Estratégia da Contagem do controle glicêmico, de carboidratos de lípides e da pressão Reduç Redução do consumo de arterial energia Prevenç Prevenção do ganho Aumento da atividade de peso com uso de física medicamentos Uso de medicamentos quando necessá necessário Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Terapia Nutricional Prevenção Primária - prevenir o diabetes Uso da Terapia Nutricional em nível de saúde pública com obesos e préprédiabetes Prevenção Secundária - prevenir as complicações do diabetes Uso da Terapia Nutricional para controle metabólico do diabetes Prevenção Terciária - prevenir a morbidade e mortalidade Uso da terapia para retardar e evitar complicações do diabetes 29 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino CARBOIDRATOS Nível de evidência A Grãos integrais, frutas, hortaliças e produtos lácteos pobres em lipídeos devem ser incluídos no plano alimentar saudável A quantidade de carboidratos é mais importante que a fonte ou tipo tipo Não é necessário a restrição de sacarose O consumo dos adoçantes são seguros quando consumidos em quantidades quantidades aceitáveis diárias estabelecidas pela Food and Drug Administration Nivel de evidência B Pessoas em terapia insulínica intensiva podem ajustar a dose de insulina pré refeição baseado na quantidade de carboidratos O consumo de alimentos de baixo IG podem reduzir as hiperglicemias hiperglicemias póspósprandias, prandias, mas ainda não existem evidências suficientes a longo prazo para para recomendar o consumo de alimentos de baixo IG como uma primeira estratégia do plano alimentar Consumo de fibra alimentar é o mesmo recomendado para a população população sem diabetes Consenso de especialistas Carboidratos e gorduras monoinsaturadas devem fornecer de 60 a 70% do consumo de energia. Entretanto o perfil metabólico e a necessidade de perda perda de peso definirão essa quantidade Sacarose e alimentos que com sacarose podem ser consumidos no contexto contexto de uma alimentação saudável ADA. Diabetes Care, Care, 27 (1):S36 – S46, 2004; ADA. Diabetes Care, Care, 29 (9):2140 – 2157, 2006 PROTEÍNAS Nível de evidência B Em pessoas com bom controle glicêmico a ingestão de proteína não provoca efeito glicemia. A proteína é um potente estimulador de insulina como o carboidratos Consenso de especialistas Consumo usual de proteína de 15 a 20% não modifica a função renal renal Não são conhecidos os efeitos a longo prazo de dietas ricas em proteínas proteínas e pobres em carboidratos na manutenção da perda de peso e efeito no LDLLDL-colesterol. colesterol. Essas dietas produzem rápida perda de peso e melhora do controle glicêmico. glicêmico. LIPÍDEOS Nível de evidência A Menos que 10% do valor energético deve ser proveniente de gorduras gorduras saturadas Consumo de colesterol menor que 300mg/dia Nível de evidência B Para a redução de LDLLDL-colesterol o consumo de energia derivado de gordura saturada deve ser reduzido ou substituído por gordura monoinssaturada ou carboidratos Necessário a redução de consumo de ácidos graxos Trans Redução de lipídeos a longo prazo contribui para uma modesta redução redução de peso e melhora da dislipidemia 2 ou 3 porções de peixe por semana podem fornecer nn-3 poliinsaturado Nivel de evidencia C Consumo de gordura polinssaturado pode ser de aproximadamente 10% ADA. Diabetes Care, Care, 27 (1):S36 – S46, 2004; ADA. Diabetes Care, Care, 29 (9):2140 – 2157, 2006 30 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino VALOR ENERGÉTICO Nível de evidência B Em pessoas com resistência à insulina o reduzido consumo de energia energia e uma modesta perda de peso melhoram a resistência a insulina e a glicemia glicemia a curtocurtoprazo Programas que enfatizam a mudança do estilo de vida, educação e redução do consumo de calorias e lipídeos, atividade física podem produzir redução de 5 a 7% do peso inicial Acompanhamento nutricional isolado tem pouco sucesso MICRONUTRIENTES Nível de evidência B Não existe evidência do benefício da suplementação de vitaminas e minerais Não se sabe o efeito a longo prazo da suplementação com aintioxidantes ADA. Diabetes Care, Care, 27 (1):S36 – S46, 2004; ADA. Diabetes Care, Care, 29 (9):2140 – 2157, 2006 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Índice Glicêmico (IG) Os carboidratos digeridos e absorvidos no intestino delgado alteram a resposta glicêmica Fatores que podem interferir na resposta glicêmica: • natureza dos monossacarídeos • natureza do amido • interação amido-nutriente • cocção e processamento do alimento (grau de gelatinização do amido, tamanho da partícula, forma do alimento, estrutura celular) • presença de outros componentes (proteínas, lipídeos, fibra alimentar, antinutrientes e ácidos orgânicos) 31 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Fatores que tendem a aumentar a concentração de glicose no sangue: • Absorção intestinal • Gliconeogênese hepática • Glicogenólise Fatores que tendem a diminuir a concentração de glicose no sangue: • Captação pelos tecidos periféricos como substrato energético • Conversão à gordura • Excreção urinária Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Índice Glicêmico (IG) Definido como o incremento da área abaixo da curva glicêmica, produzido por uma porção de 50g de carboidrato “disponível” de um alimento em relação à mesma porção de alimento considerado controle (FAO/WHO,1998) Este índice expressa o aumento da glicose no sangue após o consumo de um alimento fonte de carboidrato comparado com o consumo de um alimento controle com a mesma quantidade de carboidrato “disponível” O IG expressa, de forma indireta, como cada alimento se comporta em termos de velocidade de digestão e absorção de seus carboidratos 32 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Classificação de alimentos quanto ao valor de IG (controle = pão) (Menezes & Lajolo, 2003) : • Alto IG: ≥ 95% • Médio IG: 76% - 94% • Baixo IG: ≤ 75% Utilidade prática é discutida pela variabilidade dos valores de IG de alimentos similares encontrada Aplicação adequada da metodologia proposta pela FAO/WHO (1998) pode diminuir variabilidade dos resultados (Wolever, 2003) Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Carga Glicêmica (CG) Quantifica os efeitos glicêmicos de uma porção do alimento. Representa a combinação da qualidade com a quantidade do carboidrato consumido A quantidade e a natureza dos carboidratos precisam ser considerados pois contribuem igualmente para a variação da glicemia pós prandial (Wolever & Bolognesi,1996) Classificação de alimentos quanto ao valor de CG (controle = glicose) (SUGIRS, 2004) : • Alto CG: ≥ 20 • Médio CG: 11 - 19 • Baixo CG: ≤ 10 33 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Contagem de Carboidratos A Contagem de Carboidratos é a chave para um bom controle glicêmico. Associação Americana de Diabetes – ADA 2006 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino O que é a Contagem de Carboidratos?? É uma terapia nutricional onde se leva em consideração os gramas de carboidratos consumidos nas refeições. Pode se aplicado para o portador de diabetes DM tipo 1 ou DM tipo 2 em regime de tratamento convencional ou intensivo, que esteja motivado a melhorar o controle glicêmico 34 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Por que contar Carboidratos? Carboidratos Proteínas ~ 100% ~ 60% Lipídeos ~ 10% Nuttall F. P. Diabetes Care, Care, 1999; 16: 10391039-1042 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Porque contar carboidratos? Carboidrato é o macronutriente que mais influencia na glicemia pós-prandial. Entre 15minutos a 2horas após a refeição a glicose proveniente dos carboidratos estará na corrente sanguínea 35 Ferramentas para a Contagem de Carboidratos Rótulos de alimentos Medidas Fonte: Medtronic Adaptado de Warshaw, H.S., Bolderman,K.M.; ADA, 2001 p 12 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Lipídeos A presença de lípideos nas refeições pode diminuir a velocidade de absorção de glicose e consequentemente o nível de glicose no sangue pode elevar horas mais tarde. Fonte: Medtronic Adaptado de Warshaw, H.S., Bolderman,K.M.; ADA, 2001 p 42 36 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Proteínas 50 - 60% da proteína pode se converte em glicose quando consumido mais de 2 porções (ex.200g carnes) Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Álcool Não é necessário insulina para bebidas alcoolicas O álcool aumenta o risgo de hipoglicemia severa Consumo de alcool associado a refeições Limite de consumo de alcool 1 a 2 doses por dia Geralmente é necessário menos insulina por grama Monitoramento Fonte: Medtronic Adaptado de Warshaw, H.S., Bolderman,K.M.; ADA, 2001 p 45-46 37 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino A sacarose não provoca maior aumento na glicemia quando comparada a quantidade isocalórica de amido. O consumo de sacarose é permitido no contexto de uma alimentação equilibrada. Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino De onde vem os valores de carboidratos? Os valores de carboidratos podem ser encontrados em tabelas de composição de alimentos e em rótulos de alimentos. 38 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Como definir a quantidade de carboidratos a ser consumida? A quantidade de carboidrato deve ser individualizada dependendo do estado nutricional, atividade física e metas do tratamento. Em média 40 - 60% da NET (Necessidade Energética Total) Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Como contar os carboidratos? Refeição Café da manhã 02 fatias de pão de forma 1 col. de chá de margarina 01 copo de iogurte natural 1 maça TOTAL Colação 01 barra de cereal TOTAL Almoço 01 pires de alface e tomate 04 col. de sopa de purê de batata 04 col. de sopa de carne moída 02 col. de sopa de grão de bico TOTAL Método de gramas de Método de escolha carboidrato (g) 28 00 10 12 50 02 00 01 01 04 18 18 01 01 00 20 00 10 30 00 01 00 01 02 39 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino O que é uma escolha? Escolha de carboidratos Eqüivalência Total de gramas de carboidratos 1 15 8 - 22g 2 30 23 – 37g 3 45 38 – 52g 4 60 53 – 65g Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino RELAÇÃO INSULINA/CARBOIDRATO A dose de insulina é determinada nas refeições Varia entre indivíduos Varia no mesmo indivíduo em horários deferentes Sensibilidade a insulina nos horários diferentes do dia Tipo e quantidade de alimento a ser consumido 40 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino RELAÇÃO INSULINA/CARBOIDRATO Peso (kg) 45 – 49 50 – 58 59 – 63 64 – 67 68 – 72 72 – 76 77 – 81 82 – 85 86 – 90 91 – 108 109 ou mais Unidades / gramas de carboidratos 1/16 1/15 1/14 1/13 1/12 1/10 1/9 1/8 1/7 1/6 1/5 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino RELAÇÃO INSULINA/CARBOIDRATO Adultos: 1unidade a cada 15g – 20g de carboidratos consumidos Crianças: 1 unidade a cada 25g – 30g de carboidratos consumidos Regra 500 500/ total de insulina diário Ex. 500 / 30 = 17 (1 unidade a cada17g de carboidrato consumido) 41 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Análise da relação insulina/carboidratos 1º Verificar a glicemia antes da refeição (pré prandial) (meta recomendada: 80 – 120mg/dL) 2º Calcular de acordo com a refeição a quantidade de insulina necessária para o BOLUS ALIMENTAR 3º Verificar a glicemia 2 horas após a refeição (pós prandial) (meta recomendada: 80 – 140mg/dL) Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Correção de Hiperglicemia Fator de Correção (FC) Quantidade de insulina necessária para a normalizar a glicemia. FC = hiperglicemia – glicemia esperada Fator de Sensibilidade Fator de Sensibilidade (FS): Quanto 1 U de insulina diminui em pontos a glicemia Regra “1800” (para insulina ultra-rápida) FS = 1800 total de insulina do dia - 42 Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Correção de Hipoglicemia O que é hipoglicemia? Glicemias abaixo de 70mg/dL Como corrigir? 15 – 20g de carboidratos (1 col. de sopa de açúcar ou 3 balas ou 150ml de refrigerante) Terapia Nutricional nas Doenças do Pâncreas Endócrino e Exócrino Produtos Diet e Light Decreto Lei Federal n° 986/1969 – rótulo é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento. Comunicação entre as indústrias e o consumidor Produtos diet – alimentos para fins especiais e definidos como sendo “alimentos especialmente formulados ou processados nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes adequados a utilização de dieta, diferenciadas e/ou opcionais, atendendo as necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas”. Produtos light – alimentos que apresentam uma redução mínima de 25% do valor calórico ou do conteúdo de algum nutriente quando comparado a um similar tradicional. 43 Informação Nutricional Complementar - É qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um alimento possui uma ou mais propriedades nutricionais particulares, relativas ao seu valor energético e o seu conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas e ou minerais. Portaria nº 27, de 13 de janeiro de 1998 - Aprova o Regulamento Técnico referente à Informação Nutricional Complementar (declarações relacionadas ao conteúdo de nutrientes). Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998 - Aprova o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais Fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os Alimentos para Fins Especiais - São os alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em dietas, diferenciadas e ou opcionais, atendendo às necessidade de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. Edulcorantes Artificias Não metabolizados pelo organismo Sacarina – primeira substância adoçante a ser descoberta – 1878. Poder adoçante 500 vezes maior do que a sacarose, sabor residual amargo. Fácil solubilidade e estável em altas temperaturas. IDA – 5mg/kg peso corporal. Ciclamato – edulcorante artificial, poder adoçante 40 vezes maior do que a sacarose, sabor semelhante ao açúcar refinado, leve gosto residual, resistente a altas e baixas temperaturas e meios ácidos. Utilizado em adoçantes de mesa, bebidas dietéticas, geléias, sorvetes, gelatinas. IDA – 11mg/kg peso corporal. Aspartame – edulcorante artificial, sabor agradável, poder adoçante 200 vezes maior do que o açúcar. Perde poder adoçante em altas temperaturas. Muito utilizado em refrigerantes. Contra indicado para fenilcetonúricos. IDA – 40mg/kg peso corporal. Acessulfame-K – resistente a armazenamento prolongado e a diferentes temperaturas. Poder adoçante 200 vezes maior do que a sacarose. É utilizado em adoçantes de mesa e em uma série de produtos. IDA – 15mg/kg peso corporal. Sucralose –. Poder adoçante 600 vezes maior do que a sacarose. Estável a altas e baixas temperaturas e a longos períodos de armazenamento. Utilizado em refrescos e sobremesas instantâneas, em aromatizantes, conservantes, temperos, molhos prontos, compotas. IDA – 15mg/kg peso corporal. 44 Alessandra Souza Nutricionista, Mestre em Nutrição Humana Aplicada – USP Especialista de Produtos - Medtronic – Divisão Diabetes [email protected] 11 21822182-9267 45